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Transição religiosa no Brasil: projeções e perspectivas sociológicas

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A TRANSIÇÃO RELIGIOSA NO BRASIL
Uma projeção linear da transição religiosa no Brasil (1991-2040).
Uma projeção religiosa em ritmo acelerado no Brasil.
As indicações atuais apontam para um Brasil no futuro com menos católico, mais evangélico e com maior pluralidade religiosa, inclusive com maior presença das pessoas que se declaram sem religião, trazendo o Brasil para uma grande mudança entre os dois grupos cristãos (católicos e evangélicos) e crescendo também os não filiados ao cristianismo.
Conforme dados do IBGE os católicos agregavam quase 100% dos brasileiros antes da Proclamação da República em 1889, caindo esta proporção ligeiramente nas oito décadas seguintes, onde se acelerou e chegou a 83% em 1991, chegando a reduzir 8,8% em 21 anos, obtendo entre 1991 e 2010 uma perda de 18,4% em 19 anos representando quase um por cento ao ano sendo considerados os católicos como doadores universais. 
Conforme o gráfico abaixo para cada 100 pessoas que deixaram de ser católicos, 72 foram para as filiações evangélicas, 18 para os sem religião e 10 para as outras religiões não cristãs.
Se a tendência da transição religiosa ocorrida no período 1991 a 2010 continuar até 2040, os católicos obterão 35,5% e os evangélicos terão 43% da massa dos cristãos, reduzindo os (católicos + evangélicos) que eram 92% em 1991 e passariam para 78,5% em 2040, observando que a ocorrência da transição religiosa entre os dois maiores grupos e aumento da pluralidade (queda da percentagem de cristãos).
Mas por outro lado há quem considera que a queda dos católicos tem um piso e a subida dos evangélicos tem um teto a qual depende de três fatores.
 Em primeiro lugar, o catolicismo continua a declinar, mas haverá um limite nesse declínio, além disso, se a Igreja Católica conseguir se organizar melhor e fizer frente à concorrência, é improvável que fique abaixo de 40%.  
Em segundo lugar, atualmente, de cada duas pessoas que deixam de se considerar católicas, apenas uma passa a ser evangélica e a outra adere para outra religião, ou se torna ‘sem religião’.
 Em terceiro lugar, o resto do campo religioso está muito pulverizado, e não há sinais de uma ‘terceira força’ religiosa podendo nunca haver uma maioria evangélica no Brasil tendo o seguinte cenário: 40% de católicos, 35% de evangélicos, e 25% de outras religiões e de pessoas ‘sem religião’.
Observando que o IBGE não fez nenhuma pesquisa sobre religião na atual década, mas com a existência de outras pesquisas que apontam para a continuidade da transição religiosa.
Uma Pesquisa encomendada à Universidade Municipal de São Caetano pela Diocese de Santo André para diagnosticar a transformação do Grande ABC e sua população desde os anos 1960 até agora, apontou que a Igreja Católica vem gradativamente perdendo fiéis e cinquenta e seis anos atrás, 90,7% eram católicos e em 2010 passou para 56,5% e, até o ano de 2016, elas representam 46,8% em universo de 2,7 milhões de habitantes, portanto, observando os últimos seis anos os católicos perderam quase 10 pontos o que mostra que a transição está se acelerando e não se reduzindo.
Outra pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro de 2016 mostra que a quantidade de católicos caiu de 63% em 2010 para 50% em 2016, os evangélicos subiram de 24% para 29%, os sem religião de 6% para 14% e as outras denominações ficaram constante em 7%, no mesmo período.
Portanto os dados do IBGE quanto do Datafolha  apontam para uma transição religiosa no Brasil e a diferença está na velocidade dessa transição, evidentemente, ninguém sabe, com certeza, como será o dia de amanhã, mas as indicações atuais apontam para um Brasil, no futuro, menos católico, mais evangélico e com maior pluralidade religiosa inclusive com maior presença das pessoas que se declaram sem religião.
PERSPECTIVAS SOCIOLOGICAS SOBRE A RELIGIÃO
PERSPECTIVA FUNCIONALISTA
A religião como fonte de integração social e unificada.
A religião como fonte de apoio social para as pessoas.
As obras de Émile Durkheim destacam as funções que a religião serve para a sociedade, independentemente de como é praticada ou de que crenças religiosas são adotadas pela sociedade, isso é denominado teoria funcionalista. De acordo com Durkheim, a religião é uma força integrativa na sociedade porque tem o poder de influenciar crenças coletivas.
 	A teoria funcionalista define a religião como servindo diversas funções para a sociedade: dá significado e propósito à vida; oferece às pessoas o sentimento de que elas pertencem a uma coletividade; fortalece a união e a estabilidade social; serve como um agente de controle social; promove o bem estar, tanto físico como psicológico; e motiva as pessoas a trabalhar para que haja mudanças sociais.
PERSPECTIVA CONFLITO
A religião como um possível obstáculo para a mudança social estrutural.
A religião como uma possível fonte de mudanças social estrutural (por meio da Teologia da Libertação)
Karl Marx enxergava a religião como causa de conflitos e opressão na sociedade, acreditava que a religião era o meio utilizado para oprimir as classes e promover a estratificação, pois os ensinamentos religiosos apoiam o conceito de hierarquia e da subordinação do homem às autoridades religiosas. 
Declarou que a religião era o “ópio das massas”: que a religião, como uma droga causa com as pessoas se satisfaçam com sua condição existente e de acordo com a teoria do conflito, que foi influenciada pelas obras de Karl Marx, a religião pode fortalecer e promover a desigualdade e o conflito social, afirma também que a religião ajuda a convencer os pobres a aceitar a sua condição de pobreza passivamente e, além disso, critica a religião por ser motivo de tanta hostilidade e violência entre pessoas e nações.
PERSPECTIVA INTERACIONISTA
Expressão religiosa individual mediante crença, ritual e experiência.
A teoria da interação simbólica estuda o processo por meio do qual as pessoas se tornam religiosas, essa teoria ajuda a explicar como a mesma religião pode ser interpretada de forma diferente por diferentes grupos ou em épocas diferentes ao longo da história. Em outras palavras, o contexto molda o significado da crença religiosa e por meio dessa perspectiva, os textos religiosos não é a verdade, e sim, interpretações humanas.
Assim, diferentes pessoas ou grupos podem interpretar a Bíblia de formas diferentes, essa perspectiva enfatiza as formas como os indivíduos interpretam suas experiências religiosas e afirma que crenças e práticas não são sagradas a menos que as pessoas as considerem como tal, a partir do momento que são consideradas sagradas, passam a ser especiais e significativas, dando significado à vida das pessoas.
Cada religião tem que ter um Deus ou maior poder que seus seguidores acreditam e buscam respostas, não tem de ser escrito palavra, geralmente há algum tipo de objeto esses seguidores pode segurar em suas mãos ou lugar em suas casas como um Buda, uma cruz ou uma imagem ou estatua. Os interacionistas simbólicos se concentram no que a religião significa a seus seguidores através dos símbolos religiosos, rituais, crenças, experiências religiosas e o sentido de comunicação, estes símbolos são a maneira como as pessoas interagem com a religião em uma sociedade.

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