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TEORIA I

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Maquiavel
	Maquiavel, um italiano humanista, diante das conjunturas de sua época, acredita que ao invés de imaginar principados perfeitos, utopias, deve-se analisar a realidade, o que é e não o que deveria ser. Dessa forma, se conseguiria unificar a Itália.
	Ele vê a natureza humana como imutável, o homem é dotado de racionalidade instrumental, isto é, ele calcula suas ações, o custo benefício e age da forma que melhor lhe convier. Além disso, é um ser egoísta e conflituoso que busca constantemente o poder.
	O autor separa dos elementos integrantes da natureza humana que define suas ações: a virtude e a fortuna. A primeira seria responsável por uma metade de suas ações, baseada na sabedoria de lidar com problemas, como se fosse uma proteção intelectual contra a eventualidade. Já a segunda, define-se como a própria eventualidade, o acaso.
	Ele faz, ainda, uma explicita separação entre a ética e a política. Ele vê a política regida por leis próprias, diferenciando fatores políticos dos fatores éticos e religiosos. A prerrogativa dos primeiros é de subordinar os segundos e não a ética subordinar as ações políticas. O que Maquiavel quer dizer é que se um Estado recebe um tapa no rosto, ele não deverá oferecer a sua outra face, pois, dessa forma, não sobreviveria.
	Dessa forma, ele diz que o remédio para ação do príncipe seria conduzir suas ações através do leão e da raposa:
Há dois métodos de luta. Um é pela lei, e o outro pela força. O primeiro é próprio dos homens. O segundo, dos animais. Entretanto, como o primeiro método é muitas vezes insuficiente, deve-se aprender a usar o segundo. Um príncipe, então, sendo obrigado a saber lutar como um animal, deve imitar a raposa e o leão, pois o leão não sabe proteger-se das armadilhas, e a raposa não consegue defender-se dos lobos. O príncipe, portanto, deve ser uma raposa para reconhecer as armadilhas e um leão para assustar os lobos." - Maquiavel, em O Príncipe.
Thomas Hobbes
	Para Hobbes, no Estado de natureza, ou seja, sem governo, sob anarquia, o indivíduo vive sob três fatores:
 Competição, desejo sobre algo. A partir da escassez dos recursos e o desejo mutuo por eles, o indivíduo se encontra necessitado de competir para saciar seus desejos. Desconfiança, movido pela imaginação, acredita na possibilidade de ser atacado por outros, em função da sua autopreservação o melhor remédio que encontra é o ataque por antecipação, isto é, atacar antes de ser atacado movido pelo medo e insegurança. Gloria, que influencia suas ações em busca de saciar seu ego e inflamar seu orgulho, buscando boa reputação.
	Nesse estado, há a existência de dois direitos, ainda. Primeiramente, todos são livres. Num sentido mecanicista, o indivíduo é livre para se locomover, de modo que nada externo ao seu corpo o impedirá de preservar sua própria vida. Além disso, todos são iguais. Isso ocorre, pois nenhum indivíduo possui poder suficiente para submeter o outro. Embora haja uns mais fortes que outros, nada impede que os de menos massa corporal se juntem a fim de combater o forte. 
Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens. Pois a guerra não consiste apenas na batalha, ou no ato de lutar, mas naquele lapso de tempo durante o qual a vontade de travar batalha é suficientemente conhecida. Ainda sobre a guerra o autor argumenta:
Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é consequência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e paixões. São qualidades que pertencem aos homens em sociedade, não na solidão. Outra consequência da mesma condição é que não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu; só pertence a cada homem aquilo que ele é capaz de conseguir, e apenas enquanto for capaz de conservá-lo. É pois está a miserável condição em que o homem realmente se encontra, por obra da simples natureza.
Liberalismo Clássico- ANGELL, Norman
Angell, separa explicitamente os fatores econômicos dos políticos em relação a opulência de uma nação. A maioria, diz ele, acredita que o poder militar é responsável por assegurar e defender as riquezas de um país; que o sistema é regido por leis universais imutáveis, que numa situação de rivalidade entres potências, a guerra é o meio pelo qual reduzirá um dos lados a fim de restabelecer o relativo poder no sistema internacional, repetindo esse processo ao longo da existência.
Ele afirma, contrapondo essa maioria, que tudo não passa de uma ilusão de ótica, uma superstição. Na verdade, o tempo de colonialismo e imperialismo, já passou, pois, nenhuma nação poderia, atualmente, destruir ou prejudicar de forma permanente o comércio de outra nação usando meios militares, pois o comércio depende da existência de riquezas naturais e de uma população capaz de utilizá-las. 
Quando o país invasor domina outra nação pode aniquilar o comercio da mesma. O comercio é feito pela população e a única forma de se aniquilar o comercio, seria aniquilando a própria população do país dominado, fato esse impraticável, já que aniquilaria junto com ela o seu mercado consumidor. 
A riqueza, o bem-estar e a prosperidade das nações não dependem de modo algum do seu poder político. Se o contrário fosse verdade, a prosperidade mercantil e o bem-estar social das pequenas nações, desprovidas de força política, seriam claramente inferiores aos das grandes potências que governam a Europa, que não acontece. Os habitantes de países como Suíça, Holanda, Bélgica, Dinamarca e Suécia desfrutam de tanta prosperidade e bem-estar quanto os habitantes da Alemanha, Rússia, Áustria-Hungria e França. A questão fundamental é saber se o poder político pode ser convertido positivamente em vantagem econômica.
Em suma, em nossos dias, a única conduta possível para o conquistador é deixar a riqueza de um território em mãos dos seus habitantes. Não obstante, há uma ilusão de ótica, uma falácia lógica, na ideia hoje alimentada na Europa de que uma nação aumenta a sua riqueza ao expandir o seu território, porque ao anexar-se uma província ou um Estado, anexam-se também seus habitantes, que são os únicos e verdadeiros proprietários da riqueza correspondente, e o conquistador nada ganha. Da mesma forma que se ganha com impostos de um território, se gasta para mantê-lo. Por isso, a guerra é irracional, políticas de outrora, se tornam anacrônicas, pois assim como as relações econômicas se desenvolveram, assim ocorreu com o homem, já que sua natureza é mutável.
CARR- O Realismo
Conhecedor da história, do direito, um diplomata, Carr percebeu que os discursos dos Estados estavam, relacionado aos seus atos, incongruentes. Por isso, ele alega que as relações internacionais deveriam ser compreendidas através de uma análise materialista, ou seja, partindo da premissa que a realidade é um produto das condições materiais e não um produto de ideias, idealista. Em outras palavras, segundo o autor, a matéria antecede o ideal.
Sob a mesma perspectiva, ele alega que a história é uma peça importante para sua análise. Tendo um caráter cíclico, pode ser definida como uma relação de causa e efeito, de modo que se for possível reconhecer tal sequência, logo, existiria um estudo cientifico.
Além disso, a teoria não cria a pratica. E ai, o autor apresenta binômios correlatos como idealista e realista; intelectual e burocrata, esquerda e direita. Tudo isso, para demonstrar que os idealistas criam uma teoria que não se aplica a realidade e, portanto, não existe.O intelectual estuda explicações e justificativas, especulando mais do que agindo e a esquerda é apenas um ideal de um mundo melhor, ligados a uma promessa, se perde no mundo das ideias, inexistindo na pratica. Os realistas, pelo contrário, não criam uma teoria para ser aplicada, mas a realidade que faz a teoria, o burocrata não se atem em explicações, mas na pratica do serviço prestado e por fim, a direita duvida, é cética, não acredita que o mundo sofrerá intensas mudanças e se atem na realidade e não em promessas de um mundo melhor.
Os realistas são pluralistas, indo de encontro ao universalismo e a harmonia de interesses. Não existe a possibilidade de leis gerais cujos interesses entre os países sejam iguais. Dessa forma, há uma tolerância dentro da diversidade de ações e interesses estatais, respeitando a vontade do país de ser democrata, autocrata, laico ou não. Isso ocorre, pois a política é essencialmente política de poder. Ou seja, a lógica da política não tem leis universais, pois segue a lei da convivência. Este discurso universalista serve como justificativa para manter uma posição dominante, por grupos privilegiados.
Além disso, toda política é política de poder. Se toda política é política de poder, porque estudar-se-ia a lei, a ética e moral, já que as mesmas são um produto do poder? Então, não cabe estudar as leis, pois elas são apenas uma consequência, estudemos, então, a causa, diz o autor.
Ele diferencia, ainda, a moral do Estado e do indivíduo, definindo a primeira baseada na ética, da responsabilidade. Já a segunda baseada na ética crista. Se um país é invadido, ele dificilmente será mártir em função de um pacifismo moral ou religioso.
Por último, ele divide o poder em 3 excelências. 
O poder militar composto por tanques, aviões, regimentos, sendo um recurso de poder básico. É fundamental ter este poder para que a diplomacia funcione e em caso de risco de sobrevivência, ele é a última instância a qual o país tem acesso, já que o sistema internacional é anárquico.
O poder econômico está conectado ao primeiro, o exército, tanques são sustentados pelos recursos econômicos. Para o realista, a autarquia é o sistema apropriado, porque em tempo de guerra, a dependência da sua economia a outra nação, lhe leva a derrota.
Por último, o poder da opinião pública. Havia uma doutrina de salvação pela opinião pública que levaria a humanidade a paz. Ela compreendia dois pontos: primeiro que a opinião pública prevaleceria, a longo prazo, e que, segundamente, estaria sempre certa. No entanto, tal argumento, se não é uma mentira, está longe de ser uma verdade absoluta. Não há certeza que a opinião pública está certa, de fato o governante deve fazer o certo queira ela ou não, pois mesmo que ele faça contrariando-a, uma vez que seja o certo, ela o agradecerá, o contrário não é verdade. Na verdade, o governante deve ter controle da opinião público, principalmente para o esforço de guerra e não ser submetido a mesma. 
Em cima das proposições supracitadas, o autor conclui que qualquer pensamento político lúcido deve basear-se em elementos tanto de utopia, quanto de realidade. Onde o pensamento utópico tornou-se uma impostura vazia e intolerável, que serve simplesmente como um disfarce para os interesses dos privilegiados, o realista desempenha um serviço indispensável ao desmascará-lo. Mas o puro realismo não pode oferecer nada além de uma luta nua pelo poder, que torna qualquer tipo de sociedade internacional impossível. Ou seja:
O utópico, que sonha ser possível eliminar a autoafirmação da política, e basear um sistema político unicamente na moral, está tão distante dos fatos quanto o realista, que crê que o altruísmo seja uma ilusão, e que toda ação política seja baseada no interesse próprio. O homo politicus que só visa ao poder é um mito tão irreal quanto o homo economicus que só visa ao lucro. Deve-se basear a ação política numa coordenação de moral e poder. Tendo demolido a utopia atual com as armas do realismo, ainda necessitamos construir uma nova utopia para nós mesmos, que um dia haverá́ de sucumbir diante das mesmas armas.
.
Morgenthau
O autor tenta sistematizar o estudo das relações internacionais, juntando algumas informações já sabidas, mas articulando-as, de forma que fosse formado um sistema dotado de mecanismos para a análise das relações internacionais. O autor tem a intenção de saber como surge a guerra e como surge a paz. Para isso, faz-se necessário proposições que facilitem a compreensão dos fatos, tentativa de aproximação de um sistema ideal.
Ele começa, primeiramente, com a natureza humana. A história mostra padrões, leis imutáveis que servem de base para previsões. Da mesma forma, a natureza humana obedece um certo padrão, aquele egoísta, aquele de pensar somente em si e buscar o poder para saciar seus próprios interesses. Da mesma forma que pensa em si mesma, tenta se proteger o quanto pode. Consequentemente, esse ato no sistema internacional provoca o dilema de segurança, pois ao se armar, buscando segurança, tal pais deixará os outros países inseguros que, por sua vez, vão se armar mais ainda, deixando o primeiro ainda mais inseguro.
Em segundo lugar, o poder rege as relações internacionais, não meramente como meio, mas, muitas vezes, como próprio fim. Se o estado deseja ouro, território, prestígio, vai ser através do poder que ele o fará. Similarmente, se ele quiser o próprio poder, ele o fará através do poder, sendo ele um meio e um fim.
Em terceiro, o sistema internacional é anárquico. No entanto, isso não quer dizer que ele seja desorganizado, sem ordem. Ele pode ser definido dessa forma, pois não há ente superior aos estados, isto é, há uma inexistência de um ente que seja capaz de resolver conflitos e litígios entre os estados. Por isso, o sistema é conflituoso e a guerra é uma constante.
A quarta questão levantada pelo autor é que o estado é unitário e racional. Não importa a forma de governo dos estados, tampouco sua ideologia, é necessário somente o produto. Não é necessário saber justificativas de ações, discussões internas, mas a decisão que é baseada do poder, a ação. Tal decisão é feita baseada no poder e sob cálculos, avaliando os custos que possibilitarão a sua sobrevivência, já que é um ser racional e é dotado de extinto autopreservação.
Na quinta proposição, o interesse nacional. O estado tem interesses de longo prazo que estão relacionados a sua sobrevivência. Como acesso ao mar, recursos naturais, tendo que ser prudente e não agir de acordo com a sua moral. O governante deve cuidadoso, cauteloso, pois a moralidade é atributo da pessoa comum e não daquele imbuído de representar o povo. Há uma diferença em se saciar os desejos pessoais e os nacionais. Os primeiros não servem de base para a política internacional, pois deve-se ter consciência daquilo que é desejável e daquilo que é possível.
Na sexta, afirma a existência da política de equilíbrio de poder, que é fundamentada no bom senso e no raciocínio lógico, sendo uma aplicação da lei de autopreservação. Por exemplo, se o país A ataca B e o derrota, o país C que se encontra próximo de ambos irá juntar-se com o peso menor, isto é, o derrotado, para equilibrar a balança de poder. Tal mecanismo rege as relações entre os estados e quando em desiquilibro, há guerras. Isso ocorre repetidamente, como se sempre algo motivasse o equilibro perfeito, assim como na economia na relação demanda versus oferta.
Dado o fato de que os estados se comportam em prol da satisfação dos seus próprios interesses, fazendo parte da sua natureza; que o meio de obtenção de tais interesses é o poder; que vivem em um sistema anárquico, no qual a inexistência de um ente superior aos estados consiga solucionar os conflitos e, portanto, é um sistema conflituoso, o equilibro de poder é a maneira encontrada para que não haja um Estado que submeta seus interesses a todos os outros.
Dessa maneira, os países balizam suas ações através de três estratégias a fim de exercer a política. Primeira, a política de statusquo, que se caracteriza por conservar o sistema vigente. O Estado baliza suas ações na manutenção do status quo. Segunda, a política de imperialismo, que se caracteriza como o oposto da primeira, ou seja, revisionista, tentando mudar a ordem, não satisfeita com o sistema vigente. E por último, a política de prestigio, que embora possa ser articulada com alguma das estratégias supracitadas, tem como objetivo a atração de outros países, com um mostrar-se simpático.
 Para isso, os estados fazem o uso de recursos para manter o equilíbrio: dividir para governar, se um país tem uma política expansionista, há a necessidade de existir um apoio ao separatismo deste país, na sua fragmentação, como foi a política francesa em relação a Alemanha; compensações, depois de um conflito motivado por territórios, o mecanismo de compensações pode ser usado, de forma que cada parte fique satisfeita com o território que lhe confere um poder que esteja de acordo com o equilíbrio do sistema. Há ainda, a existência de alianças, na qual países se unem para se proteger de outros, exemplo já citado na definição de equilíbrio de poder.

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