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Iter criminis

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Iter criminis – O iter criminis só pode acontecer nos crimes dolosos
Cogitação – Fase interna, o agente defini sua conduta. ( impunível )
Preparação – O agente escolhe os meios para alcançar o resultado pretendido, ele começa a se preparar para iniciar a execução. ( impunível )
Execução – O agente inicia a conduta criminosa. Podem ocorrer duas situações na execução :
- O agente consuma o fato. ( consumação )
- O agente não chega a consumar o fato por circunstâncias alheias a sua vontade. ( tentativa ou crime tentado )
Consumação – Consuma-se, quando se reúnem todos os elementos do fato típico, de sua definição legal.
Tentativa – É uma norma de extensão. “ Quero prosseguir, mas não consigo “
Para que haja tentativa, são necessários 3 requisitos:
- conduta dolosa;
- prática de atos de execução;
- não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente.
Não existe dolo na tentativa, e sim na conduta executória, pois o agente não age com o objetivo de tentar, mas de consumar, conseguir o resultado.
Existem 3 teorias que tentam definir a tentativa:
- Teoria subjetiva: É quando o agente exterioriza sua vontade de praticar a conduta criminosa, de modo que não deixa dúvidas do que ia fazer. A simples manifestação da sua vontade e a preparação já seria considerada tentativa. Ex.: Um sujeito A manifesta o desejo de matar B, e o persegue durante um determinado pelas ruas da cidade com o intuito de consumar o crime, mas não consegue pegar B. 
- Teoria objetiva formal: É quando o agente já praticou a conduta descrita no tipo penal (norma penal). Tudo que antecede a esse momento seria considerado como preparação. Ex.: Um sujeito A atira com sua arma contra B, com intenção de mata-lo. 
- Teoria objetiva material: É quando o agente produz uma imediata colocação em perigo de bens jurídicos. Essa teoria é um complemento da descrita acima, pois se o agente já praticou a conduta descrita no tipo penal, consequentemente ele já colocou em perigo um bem jurídico.
Tentativa perfeita, acabada ou crime falho: Ocorre quando o agente esgota todos os meios que tinha ao seu dispor para alcançar a consumação, que somente não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade. Ex.: Um sujeito A portando uma pistola carregada com 18 balas, descarrega a arma em um sujeito B a fim de mata-lo. O sujeito B vai para o hospital, mas não morre, não consumando o fato desejado pelo sujeito A.
Tentativa imperfeita ou inacabada – Ocorre quando o agente é interrompido durante a prática dos atos de execução, não chegando a fazer tudo aquilo que desejava para consumar o crime. Ex.: Um sujeito A portando uma pistola carregada, saca a sua arma para atirar contra um sujeito B a fim de mata-lo, atira uma vez e é surpreendido pela polícia.
Obs.: Os crimes que não admitem tentativa são: As contravenções penais; crimes habituais; crimes preterdolosos; crimes culposos; crimes unissubsistentes; omissivos próprios; dolosos eventuais.
Crime complexo
É quando numa mesma conduta típica, há a fusão de dois ou mais tipos penais. Consuma-se os crimes complexos pela realização dos dois tipos integrantes que incidem sobre a conduta. Ex.: Furto consumado + homicídio consumado = latrocínio
Tentativa branca
É quando o agente, mesmo utilizando de todos os meios a seu dispor, não consegue sequer lesar em um grau mínimo o bem jurídico visado. Para se falar em tentativa branca, deve-se analisar se o agente tinha o dolo na sua conduta. Ex.: Um sujeito A atira em B e erra. O sujeito A tinha o dolo de acertar B, mas não consegue sequer lesionar minimamente o bem visado.
Teorias sobre a punibilidade do crime tentado
Subjetiva - Mesmo o agente não conseguir consumar o fato por circunstancias alheias a sua vontade, responderá como se houvesse a consumação. ( não adotado pelo Brasil ).
Objetiva – Haverá uma redução na pena de um a dois terços, correspondente ao crime consumado, quando o agente não consegue consumar o crime.
Desistência voluntária “ Posso prosseguir, mas não quero “
Nesta fase, o agente necessariamente já entrou nos atos de execução. Na desistência voluntária, o agente interrompe por vontade própria os atos executórios, impedindo a consumação do fato. Ex.: Um sujeito A ministra uma dose de veneno na bebida de B, no momento em que B vai tomar a bebida, A desisti de mata-lo e toma a bebida de sua mão. 
Na desistência voluntaria, o agente deve ser o dono de sua vontade. Não importa se ele interrompeu os atos executórios espontaneamente ou se alguém influenciou sua vontade.
Na desistência voluntária, o agente responderá apenas pelos atos já praticados, se não praticou nenhum ato criminoso ele não responderá por nada.
Arrependimento eficaz 
Nessa fase, o agente já esgotou todos os meios a que se dispunha para a consumação, arrepende-se e atua em sentido de evitar a produção do resultado pretendido incialmente. 
O arrependimento eficaz deverá necessariamente ser totalmente eficaz. Ex.: Um sujeito A atira em B, após acertar o tiro onde desejava para mata-lo, se arrepende e leva o sujeito para o hospital, B então não morre, configurando a eficácia do arrependimento. Caso B morra, A responde pelo crime praticado.
Na desistência voluntária a execução ainda está acontecendo. No arrependimento eficaz, a execução já foi toda praticada e encerrada.
Arrependimento posterior
Consumado o crime, sem violência ou grave ameaça, logo após o autor restitui o bem ou repara o dano causado antes da denúncia ou queixa, por ato voluntário, será reduzida a pena de um a dois terços.
Crime impossível
Quando o agente de forma alguma conseguiria chegar a consumação, por ineficácia absoluta do meio empregado pelo agente para conseguir o resultado ( envenenar alguém com açúcar ), o meio é inadequado. É necessário que o meio seja inteiramente ineficaz para a consumação.
Quando o agente de forma alguma conseguiria chegar a consumação, por absoluta impropriedade do objeto material ( objeto material do crime é objeto visado para ser atacado, é o bem atacado, o objeto é impróprio para ser consumado ) do crime, que não existe ou nas circunstancias que se encontra, torna impossível a consumação. Ex.: Aborto em mulher que não está grávida, disparo de arma de fogo em cadáver.
O brasil adotou a teoria objetiva temperada, em que os atos praticados só são punidos se os meios e os objetos são relativamente eficazes.
Ilicitude
A ilicitude penal é a contradição entre uma conduta e o ordenamento jurídico, tipo penal. Portanto, ilícito penal é simplesmente o crime, delito.
Existem as causas legais de exclusão da ilicitude, que quando o agente tem sua conduta sob esses requisitos, será excluída a ilicitude:
- Estado de necessidade: Está em estado de necessidade quem pratica o fato para se salvar direito próprio ou alheio de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia evitar.
- Legítima defesa: Está em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, reage uma injusta agressão, que está sofrendo ou vai sofrer ( atual ou iminente ), a direito seu ou de outro.
- Estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito: Quando o agente age com o cumprimento do dever legal que lhe é imposto pela lei, não podendo ultrapassá-los.
Existem as causas supralegais de exclusão da ilicitude, que estão implícitas na doutrina. São causas que justificam a conduta, e afastam a ilicitude. Ex.: Um médico fazer aborto em mulher que teve gravidez por estupro. Consentimento do ofendido..
Culpabilidade
É o juízo de reprovação que recai sobre o agente, por ter agido de forma contrária ao direito, quando podia ter atuado em conformidade com a lei, ou seja, é julgar a conduta do agente como sendo errada.
A culpabilidade tem 3 requisitos para serem analisados:
- Imputabilidade: É a possibilidade de atribuir o fato ao agente, imputar o resultado a quem lhe deu causa. Para que o agente seja imputável, ele precisa entender o caráter ilícito do fato, e de prever as repercussões que a própria ação acarretará no mundo social. ( elemento intelectual).
A imputabilidade é afastada quando tem a existência de doença mental ou o desenvolvimento mental incompleto por idade ou retardado. ( critério biológico ). É inimputável também, o agente que tiver absoluta incapacidade de, no momento da conduta, entender o caráter ilícito do fato. ( critério psicológico ). O código adotou o critério biopsicológico, a união dos dois.
- Pontencial consciência sobre a ilicitude do fato: É a capacidade que o agente tem de saber que determinada conduta é ilícita. Pode ser afastada pelo erro de tipo e erro de proibição.
- Erro de tipo: É a falsa representação sobre uma situação fática. Aqui o agente está cometendo um crime, e por qualquer outro motivo, não sabe disso. 
No erro de tipo invencível, justificável e inevitável ( escusável ) o agente não tinha jeito de evitar o erro, mesmo tomando todas as cautelas necessárias. Afasta-se o dolo e a culpa.
No erro de tipo vencível, injustificável e evitável ( inescusável ) o agente se tivesse agido com as cautelas necessárias, poderia ter evitado o erro.
- Erro de proibição: É o erro que recai sobre o conteúdo proibitivo de uma norma penal. O agente realiza uma conduta proibida, por desconhecer, por conhecê-la mal, ou por não compreender o âmbito de sua incidência. Aqui, o agente acha que é permitido, quando na verdade é proibido. Se inevitável, afasta a culpabilidade. Se evitável, diminui a pena de 1/6 a 1/3.
- Exigibilidade de conduta diversa: É a possibilidade que tinha o agente de, no momento da conduta, agir de acordo com o direito. É a possibilidade de atuar de uma forma distinta e melhor do que aquela que o sujeito se decidiu.
Então, para que haja crime, precisa-se analisar o seguinte:
- Fato típico
Teve conduta ? Sim.
Teve resultado ? Sim.
Teve nexo de causalidade entre conduta e resultado ? Sim.
Teve tipicidade formal e conglobante ? Sim.
Beleza, vamos passar para o segundo item para ser analisado:
- Ilicitude
O agente agiu em Estado de necessidade ? Não.
O agente agiu em legítima defesa ? Não.
O agente agiu em estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito ? Não.
Beleza, por enquanto ta tendo crime, vamos para o último item para ser analisado:
- Culpabilidade
O agente é imputável ? Sim.
O agente tem potencial consciência sobre a ilicitude do fato ? Sim.
O agente poderia ter conduta diversa daquela que ele teve ? Sim.
Ok, teve crime. Caso alguma das respostas seja NÃO em fato típico, ou SIM em ilicitude, ou NÃO em culpabilidade, não haverá crime.
http://www.direitosimplificado.com/materias/direito_penal_erro_de_tipo.htm

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