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Leite e Derivados Técnica Dietética e Gastronomia Profa. Maria Lúcia Lima Definição Leite é o produto de glândula mamária dos mamíferos. Lipídios do leite Ácidos graxos Média (%) Saturados Butírico –C 4:0 Capróico – C 6:0 Caprílico – C8:0 Cáprico - C10:0 Láurico – C 12:0 Mirístico – C 14:0 Palmítico – C 16:0 Esteárico - C 18:0 2,8 2,3 1,1 3,0 2,8 8,9 23,8 13,2 Monoinsaturados Oléico C 18:1 29,6 Poliinsaturados Linoléico – C 18:2 (9,12) 3,8 Lipídios % em peso Triacilgliceróis 97-98 Diacilgliceróis 0,3-0,6 Monoacilgliceróis 0,02-0,04 AGL 0,1-0,4 Esteróis 0,2-0,4 Fosfolipídeos 0,2-1,0 Hidrocarbonetos Traços Ésteres de esterol Traços Responsáveis pelo flavor Cálcio Lactose Potássio Água Proteínas Laticínios Leite Composição É um líquido branco, opaco, duas vezes mais viscoso que a água, de sabor ligeiramente adocicado e de odor pouco acentuado. A composição do leite varia com a espécie, raça, individualidade, alimentação, tempo de gestação e muitos outros fatores. Composição O leite, em média, está formado por 7/8 de água e 1/8 de substâncias sólidas, o que se denomina Extrato Seco Total e representa a parte nutritiva do leite, podendo ser representada da seguinte maneira. Água..................................................87% Extrato Seco Total : Gordura..............................................4,0% Extrato Seco Desengordurado: Lactose...............................................4,8% Proteínas............................................3,5% Sais minerais......................................0,7% Composição média do leite em gramas por litro Água Extrato seco Gorduras Subst. nitrogenadas Lactose Subst. Min. Totais Caseína Albumina Leite humano 905 117 35 12-14 10-12 4-6 65-70 3 Ruminantes Vaca 900 130 35-40 30-35 27-30 3-4 45-50 8-10 Cabra 900 140 40-45 35-40 30-35 6-8 40-45 8-10 Ovelha 860 190 70-75 55-60 45-50 8-10 45-50 10-12 Búfala 850 180 70-75 45-50 35-40 8-10 45-50 8-10 Composição Componentes Nutricionais Pouco menos de meio litro de leite na dieta de um adulto, fornecem aproximadamente 320 Kcal.. A proteína do leite, a caseína, é de alta qualidade. O seu coeficiente de digestibilidade é de 97%. Proteínas do leite Caseína total 79,5% α s1 30,6% α s2 8,0% β 28,4% κ 10,1% Em pH 4,6 a caseína separa- se das proteínas do soro por precipitação Proteínas do soro 19,3% α -lactalbumina 3,7% β – lactoglobulina 9,8% imunoglobulinas 2,1% Proteases e peptonas 1,2% Componentes Nutricionais O açúcar do leite está sob a forma de lactose que não é tão doce quanto o açúcar da cana. A lactose não fermenta rapidamente e por isso não provoca alterações digestivas como acontece com outros tipos de açúcares. A digestibilidade é de 98%. A gordura do leite em comparação com outras gorduras é uma fonte rica de energia servindo de meio de transporte para as vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K. A gordura está sob forma de emulsão e seu coeficiente de digestibilidade é de 95% Componentes Nutricionais Os minerais encontrados no leite, especialmente o cálcio e o fósforo A quantidade de ferro encontrada no leite é pequena, mas está sob forma prontamente utilizável pelo organismo. As vitaminas do leite estão representadas pela vitamina A, tiamina e cobalamina; é pobre em vitamina C e D. A Produção e Utilização do Leite no Mundo São muitas as espécies pecuárias exploradas na produção leiteira, mas nenhuma assume tanto destaque como a vaca. Tipos de leite Tipo de leite Teor de Gordura Integral Mínimo de 3% Semi-desnatado De 2,9 a 0,6% Desnatado Máximo de 0,5% Controle da qualidade O controle da qualidade do leite inicia- se no processo de produção da fazenda: aquisição e manutenção de animais saudáveis e um manejo higiênico e sanitário adequados. Conservação O leite precisa ser submetido, na indústria, à elevação de temperatura. Pasteurizado A pasteurização visa a destruição da flora microbiana, sem retirar às características próprias do produto. Existem dois tipos de pasteurização: Lenta: aquecimento, entre 62°C e 65°C, por 30 minutos, (agitação) Rápida: Temperatura entre 72°C e 75°C, por 15 a 20 segundos. Após a pasteurização, o leite é rapidamente resfriado de 2°C a 5°C e em seguida é envasado. Longa vida (UHT) O leite pode ser ainda submetido ao tratamento UHT (temperatura ultra alta), Nesse tratamento o produto é homogeneizado e submetido a uma temperatura de 130°C a 150°C, por cerca de 2 a 4 segundos, em processo térmico de fluxo contínuo. O leite é então rapidamente resfriado, a temperatura inferior a 2°C e envasado em condições higiênica,( embalagens estéreis e hermeticamente fechadas). O leite longa vida, da mesma maneira que o pasteurizado, pode ser integral (com toda a gordura), semi desnatado (menor teor de gordura) e desnatado (praticamente sem gordura). Tipo A É aquele pasteurizado em indústria que fica na própria fazenda ou sítio, sendo mantido a 10°C até o momento da pasteurização, que é imediata. Tipo B É integral, produzido em sistema de ordenha preferencialmente mecânica, devendo ser transportado e resfriado a 10°C, em no máximo 6 horas após a ordenha. O número máximo de microrganismos é 80.000/ml e coliformes totais 4/ml e coliformes fecais 1/ml. Tipo C É produzido por meio de ordenha manual sem resfriamento obrigatório. Bebida láctea A "bebida láctea", por conter soro lácteo, não possui todos os nutrientes do leite. É porém mais pobre, principalmente em proteínas. Derivados do leite Leite condensado: leite integral e açúcar. O leite condensado, apesar de ser um derivado do leite, é muito açucarado, necessita de um local seco e arejado e não precisa de refrigeração. Manteiga : a elaboração da manteiga é simples, mas trabalhosa: agita-se um recipiente contendo creme (com 36-44% de gorduras) até que os glóbulos de gordura se rompam e percam sua estrutura globular . Creme de leite A nata ou creme de leite é a camada gordurosa do leite que se forma à superfície, muito utilizada em culinária e doçaria. Leite em pó O leite em pó é produzido com leite padronizado, podendo ser adicionado de vitaminas A e D, cálcio e lecitina. O produto não necessita de refrigeração, pois a baixa umidade, em torno de 3,5%, inibe o desenvolvimento de microrganismos. Fermentados: Definição: Entende-se por Leites Fermentados os produtos resultantes da fermentação do leite pasteurizado ou esterilizado, por fermentos lácticos próprios. Cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei. Bifidobacterium sp. Streptococus salivarius subsp thermophilus e/ou outras bactérias acidolácticas que por sua atividade contribuem para a determinação das características do produto final. Fermentados O iogurte: é um produto fermentado do leite com um sabor ligeiramente ácido, obtido a partir da ação combinada de duas espécies de bactérias, a Streptococcus thermophilus e a Thermobacteriumbulgaricum É uma excelente fonte de múltiplas vitaminas e minerais, incluindo proteína, cálcio, potássio, fósforo, vitaminas B6 e B12, riboflavina, ácido fólico e niacina. O iogurte ajuda também na produção de anticorpos, hormônios e enzimas, importantes para o metabolismo, contribuindo para reforçar o sistema imunológico e, consequentemente, retardar o envelhecimento. Cocção e preparos a base de leite Em preparações com alta concentração de sal, pode ocorrer pecipitação das proteínas do leite. Na panificação, as principais funções do leite na massa são: Umidade para formação do glúten e gelatinização; Estabilizar a fermentação; Enriquecer nutricionalmente; Melhorar a textura Melhorar aroma e sabor. Cocção e preparos a base de leite O leite evaporado confere cor e sabor característicos a cremes, pudins e bolos. Deve-se atentar para aplicação de calor em preparação que contenha iogurte,porque o gel frágil, fruto da fermentação, e a acidez, fazem com que as preparações coalhem facilmente. O creme de leite é empregado nas preparações de acordo com o seu teor lipídico. O creme de leite para formação do chantilly, deve ter o teor de gordura entre35%e39%. Contemporâneos Caseína em pó – utilizada para incorporar ar e estabilizar espumas, e para aumentar a concentração de proteínas em dietas especiais. Contemporâneos Proteína do soro, em pó – foi desenvolvida na Dinamarca a partir da produção de queijos. Utilizado para formação de gel, aeração, emulsão, evitar escurecimento enzimático e desenvolvimento de sabor, pode substituir ovos e gorduras na produção de sorvetes. 1kg- 225 litros Queijos Entende-se por queijo o produto fresco ou maturado que se obtém por separação parcial do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado). História do queijo Apreciado desde a pré-história, o queijo é um dos alimentos mais ricos e saborosos fabricados pelo Homem. Os nômades encontravam nele uma segura fonte de nutrientes; Gregos e Romanos deram-lhe lugar de destaque; na Europa medieval foram desenvolvidos métodos de fabrico e formas de conservação. Escolhas dos Queijos Os queijos também têm suas próprias etiquetas e não podem ser servidos de qualquer forma. 15% de queijos de mofo branco, como o Camembert, o Brie. 15% de queijos de mofo azul, como o Gorgonzola, o e o Roquefort. 20% de queijos tipo suíços, como o Gruyère, Regra como dicas para servir: COMO CORTAR Um bom queijo merece um corte correto.Assim fica garantida a boa apresentação e a divisão equitativa das porções, sendo facilita a posterior conservação. : 25% de queijos suaves, como o Gouda, o Itálico, e o Emmenthal. 15% de queijos de sabor forte, como o Port Salut, o Parmesão, o Chavroux, o Provolone, 10% de queijos cremosos com sabores especiais, como o Rambol nas versões Saumon, Fines Herbes, Referências AGNESE, A. P. Avaliação físico-química do leite cru comercializado informalmente no município de Seropédica, Rio de Janeiro. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 17, n. 94, p. 58-61, 2002. ANDURAND, M. D. T. B. et al. Avaliação da qualidade microbiológica e físico-química de leite pasteurizado tipo "C", fornecido às creches municipais da cidade do Recife. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS, 19, 2004. Recife, RS Anais... Recife, 2004. BELMONTE, E. A.; LAGO, N. C. M. R. Pesquisa de Microrganismos Indicadores em Leite Pasteurizado Integral Comercializados nas Cidades de Ribeirão Preto e Sertãozinho, SP. Disponível em: <http://www.cbql.com.br/congresso/trabalhos/resumos94CBQL.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). Instituto Adolfo Lutz. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos. Brasil: Ministério da Saúde, 2005. p. 819-877. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Instrução Normativa nº 51, de 18 de setembro de 2002. Aprova e Oficializa o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado Tipo C Refrigerado. Diário Oficial da União, Brasília, 20 de setembro de 2002. Seção 1.
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