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Tabagismo - Aluna Rayssa Muniz

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Aluna: Rayssa Muniz Pontes – 17012253 
Turma: 4° período – Medicina 
Professor: Jonas Sousa 
Disciplina: Clínica Médica – Pneumologia 
 
 
1 
 
TABAGISMO 
 
1. Vícios, agravos e doenças decorrentes de seu uso 
 
Atualmente, o tabagismo está classificado internacionalmente no grupo dos 
transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas. 
Diante dessa realidade, segundo o Ministério da Saúde (OMS), o tabagismo é a maior 
causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo, devendo ser 
abordado como uma doença crônica e sendo considerado uma pandemia, ou seja, uma 
epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido. Por causar alterações no 
pensamento humano, o tabagismo é considerado um transtorno mental e possui cadastro 
no CID 10, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 
Nesse documento, publicado pela OMS, constam todas as doenças conhecidas pela 
humanidade, com código próprio e informações complementares. 
Existem vários fatores que levam as pessoas a experimentar o cigarro ou outros 
derivados do tabaco, mas a maioria delas é influenciada principalmente pela publicidade 
do cigarro nos meios de comunicação, e sua dependência fisiológica caracteriza-se pela 
necessidade orgânica de nicotina que o tabagista apresenta, visto que essa é uma droga 
psicoativa estimulante e seu mecanismo de dependência é semelhante ao da cocaína e 
heroína que, ao atingir o cérebro, se propaga por todas as áreas, centros e até o córtex, 
interagindo com os receptores colinérgicos presentes nas membranas de muitos 
neurônios, que passam a se chamar então de receptores nicotínicosacetilcolínicos 
(nAChRs), e ficam distribuídos nas regiões periféricas e centrais do cérebro. Os 
receptores nicotínicos liberam uma série de neurotransmissores e neuroreguladores, tais 
como: acetilcolina, epinefrina, norepinefrina, serotonina, beta-endorfina, vasopressina, 
GABA e dopamina, sendo esta última a mais importante, e mais estudada, pois há uma 
grande liberação desse neurotransmissor no nucleus accumbens produzindo uma forte 
sensação de prazer e euforia, fazendo com que o indivíduo continue fumando, ou seja, 
quanto mais dependente de nicotina maior o grau de compulsão que o tabagista terá. 
Quando há a dependência, o início da a carga tabágica é de poucos cigarros por dia, 
mas com o passar do tempo, há uma tolerância crônica à nicotina, obrigando o tabagista 
a fumar mais cigarros para manter os mesmos efeitos de prazer que apresentava 
Aluna: Rayssa Muniz Pontes – 17012253 
Turma: 4° período – Medicina 
Professor: Jonas Sousa 
Disciplina: Clínica Médica – Pneumologia 
 
 
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anteriormente com doses menores. A síndrome de abstinência se caracteriza por sinais e 
sintomas desagradáveis que surgem ao parar de fumar. 
Durante o fumo, o fumante se sujeita a uma mistura de aproximadamente 4.720 
substâncias tóxicas diferentes, onde há nicotina, alcatrão, monóxido de carbono, amônia, 
cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína, essas substâncias tóxicas atuam sobre os 
mais diversos sistemas e órgãos podendo causar vários tipos de câncer no pulmão, laringe, 
faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia, 
doenças do aparelho respiratório como enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, 
infecções respiratórias, e doenças cardiovasculares como angina, infarto agudo do 
miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses. Como 
se já não fosse bastante, a fumaça exalada durante o fumo chega a atingir até mesmo os 
não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados, os denominados 
fumantes passivos, podendo levar desde reações alérgicas rinite, tosse, conjuntivite, 
exacerbação de asma em curto período, até infarto agudo do miocárdio, câncer de pulmão 
e doença pulmonar obstrutiva crônica, enfisema pulmonar e bronquite crônica, em adultos 
expostos por longo período. 
 
2. Abordagem ao paciente tabagista 
 
Diante da realidade da dependência do tabaco associada as comorbidades que está 
traz, o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA), lançou o 
Programa Nacional de Controle do Tabagismo, onde o objetivo é prevenir a iniciação no 
consumo de derivados do tabaco entre crianças e adolescentes e, ainda, estimular o 
abandono do fumo entre os já dependentes do tabaco. 
A necessidade de se investir esforços para apoiar os fumantes a deixar de fumar é 
cada vez mais evidente. É crescente o número de fumantes que procuram esse apoio 
estimulados por um contexto social cada vez mais desfavorável ao consumo de tabaco. 
Foi elaborado então um manual chamado “Abordagem e Tratamento do Fumante”, 
onde o médico deve realizar uma abordagem básica em todos os seus pacientes e 
estimular nos fumantes a mudança de comportamento. Essa abordagem possui evidências 
científicas suficientes para comprovar sua eficácia na cessação de fumar e divide-se em 
dois grupos: a abordagem cognitivo-comportamental e a abordagem pela farmacoterapia. 
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Disciplina: Clínica Médica – Pneumologia 
 
 
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De acordo com estas diretrizes, é preconizado trabalhar em uma abordagem que 
combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, e que 
é muito utilizada para o tratamento das dependências, trabalha-se então na observação e 
detecção de situações de risco de recaída e no desenvolvimento de estratégias de 
enfrentamento, este método chama-se “abordagem cognitivo-comportamental”, além, é 
claro, do uso de medicamentos para potencializar a ajuda ao fumante, quando necessário. 
Dentre as várias estratégias empregadas nesse tipo de abordagem temos, por 
exemplos, a auto monitoração, o controle de estímulos, o emprego de técnicas de 
relaxamento, procedimentos aversivos. Em essência, esse tipo de abordagem envolve o 
estímulo ao autocontrole para que o indivíduo possa aprender como escapar do ciclo 
vicioso da dependência, e a tornar-se assim um agente de mudança de seu próprio 
comportamento. Este método terapêutico depende da resposta ao tratamento do fumante 
frente a situações que o deixem tentados, para isso deve-se preparar o fumante para 
soluções de seus problemas, estimular suas habilidades para resistir as tentações de fumar, 
prevenir a recaída e lidar com o stress. 
Há duas vertentes que se pode trabalhar: 
Abordagem breve/mínima (PAAP) 
Perguntar 
Avaliar 
Aconselhar 
Preparar 
 
Abordagem básica (PAAPA) 
Perguntar 
Avaliar 
Aconselhar 
Preparar 
Acompanhar 
 
A farmacoterapia pode ser utilizada como um apoio, em situações bem definidas, para 
alguns pacientes que desejam parar de fumar. Ela tem a função de facilitar a abordagem 
cognitivo-comportamental, que é a base para a cessação de fumar e deve sempre ser 
utilizada. 
Há algumas medicações de eficácia comprovada na cessação de fumar. Esses 
medicamentos eficazes são divididos em duas categorias: Os medicamentos nicotínicos: 
também chamados de Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), se apresentam nas formas 
lenta (adesivo e goma de mascar) e rápida (inalador e aerossol); E os medicamentos não-
nicotínicos: são os antidepressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo 
clonidina. A bupropiona é o medicamento de eleição nesse grupo, pois segundo estudos 
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científicos, é um medicamento que não apresenta, na grande maioria dos casos, efeitoscolaterais importantes. 
 
3. Fisiologia e etiologia das doenças relacionadas com o tabagismo 
O fumante é o maior prejudicado por seu hábito. Em média, ele vive dez anos a menos 
que um não-fumante. Alguns componentes da fumaça são irritantes, outros exercem 
efeitos tóxicos na via aérea e, assim, podem causar lesão ou morte da célula e também 
inflamação local. Estas substâncias podem ainda causar diminuição na capacidade de 
limpeza das vias aéreas, devido aos efeitos tóxicos nos cílios, e hiperplasia das células 
mucosas, que resulta em aumento da produção de muco. Estas últimas alterações podem 
levar à retenção de muco, predispor à colonização e infecção das vias aéreas e resultar em 
exacerbações inflamatórias. 
Quanto mais cedo se dá o início do uso de drogas, maior a chance de o indivíduo 
tornar-se um usuário regular e apresentar problemas decorrentes desse uso, na infância e 
adolescência, com o cérebro ainda imaturo, maior é a probabilidade de ocorrerem atrasos 
no desenvolvimento e prejuízos cognitivos, com suas respectivas repercussões. A lista de 
males é extensa e assusta. Mas cada item é também um bom motivo para a decisão de 
largar o cigarro. Quanto mais cedo o tabagismo for abandonado, maior o ganho de saúde. 
Como alguns exemplos de doenças tabaco relacionadas, temos: 
 
3.1 Doença pulmonar obstrutiva crônica 
Condição que se caracteriza por limitação ao fluxo aéreo, não totalmente reversível, 
usualmente progressiva e associada a resposta inflamatória do pulmão a partículas ou 
gases nocivos. Sua patogênese, relacionada ao tabagismo, inclui as hipóteses da 
protease/antiprotease e oxidante/antioxidante e o processo anormal de regeneração 
descritas previamente. Importante dizer que nem todos os tabagistas desenvolvem DPOC, 
o que sugere que fatores genéticos podem modificar o risco individual. Assim, o fumante 
passivo pode desenvolver DPOC e o fumante pesado, não. 
O mecanismo mais estudado de lesão tecidual na DPOC é o desequilíbrio 
protease/antiprotease (elastase/antielastase). Proteases são enzimas que degradam a 
matriz proteica do pulmão; a elastina é um alvo importante. Entretanto, colágeno, 
proteoglicanos, laminina e fibronectina são também degradados. As elastases mais 
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potentes são as derivadas dos neutrófilos. A atividade elastolítica das proteinases é 
balanceada pelas antiproteinases como a alfa 1-antitripsina. 
O tabagismo é, de longe, o fator de risco mais importante para DPOC. Fumantes têm 
maior prevalência de sintomas respiratórios e a obstrução das vias aéreas é mais comum 
entre fumantes que em não fumantes. O declínio acentuado do volume expiratório forçado 
no primeiro segundo em fumantes pode ser diminuído de forma considerável pela 
cessação do tabagismo, mesmo quando DPOC leve/moderada está presente. A idade de 
início do tabagismo, o número de anos/maço e o estado em relação à dependência são 
preditores da mortalidade por DPOC. 
 
3.2 Doenças intersticiais pulmonares 
As doenças intersticiais pulmonares representam um grupo heterogêneo de doenças 
pulmonares caracterizadas por dispneia, tosse seca, infiltrados intersticiais difusos, 
padrão restritivo na função pulmonar e alteração da troca gasosa. Algumas doenças são 
relacionadas ao tabagismo: fibrose pulmonar idiopática (FPI), pneumonia intersticial 
descamativa (DIP), bronquiolite respiratória associada a doenças intersticiais (RBILD), 
doenças intersticiais associadas a colagenoses, histiocitose. 
O papel do tabagismo na patogênese da FPI não é conhecido e não há evidências de 
que ele cause a doença. O mesmo ocorre na DIP, embora a cessação do tabagismo seja 
recomendada. A RBILD ocorre em fumantes e ex-fumantes e é chamada de doença 
intersticial relacionada ao tabaco; apresenta bom prognóstico, especialmente, com a 
cessação do tabagismo. 
As alterações inflamatórias das doenças pulmonares ocupacionais e ambientais 
especialmente devido à exposição a poeiras minerais tais como: asbestose, silicose, 
pneumoconioses por poeiras mistas, pneumoconiose dos mineradores de carvão, 
pneumoconiose por metal pesado, beriliose, siderose, fibrose, entre outras, são 
intensamente potencializadas pelo uso do fumo crônico. 
 
3.3 Câncer de pulmão 
Dados mundiais apontam o câncer de pulmão como a principal causa de morte por 
câncer entre os fumantes nos dois sexos, existindo intervalo de 25 a 30 anos entre começar 
a fumar e o diagnóstico da doença. O risco de morte por câncer de pulmão é cerca de 20 
vezes maior entre fumantes que entre os não fumantes, sendo os fumantes responsáveis 
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por 90% do número de casos diagnosticados, sendo as chances de ter câncer de pulmão 
diminuem quando o fumante parar de fumar e, após 15 anos a 20 anos de abstinência, 
voltam a ser semelhantes às dos que nunca fumaram. 
O que dificulta o diagnóstico precoce do câncer de pulmão é o longo caminho 
percorrido pelo tumor sem levantar suspeita até que o primeiro sinal da doença apareça, 
neste tempo 75% da evolução natural já ocorreu, deixando pouca chance para a solução 
curativa do doente. Nesta fase são comuns disseminações locais extensas e metástases a 
distância. Em que pesem os avanços tecnológicos alcançados nas últimas décadas, 
sobretudo em relação aos meios de diagnóstico, a sobrevida geral dos pacientes com 
câncer de pulmão permanece muito baixa, em torno de 11 a 13% em cinco anos, muito 
semelhante com o que ocorria na década de 70, em que a taxa de sobrevivência em cinco 
anos era em torno de 9%. É importante ressaltar que até o momento não existem dados 
suficientes que permitam preconizar rotineiramente qualquer forma de screening que 
resulte em redução da mortalidade por câncer de pulmão. 
 
3.4 Câncer de cabeça e pescoço 
O tabagismo, aliado ao alcoolismo, às carências nutricionais e à má higiene oral são 
os fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço. A incidência de fumantes entre os 
portadores de câncer de cabeça e pescoço varia nas séries estudadas entre 85 a 95% dos 
casos. Outro detalhe de grande importância é o risco aumentado de desenvolvimento de 
um segundo câncer. É importante frisar que esse segundo tumor primário é basicamente 
em virtude das exposições continuadas ao fumo e ao álcool. 
A forma de uso do fumo, através de cachimbos e charutos, resulta em maior contato 
com a mucosa da cavidade oral, o que aumenta o seu poder cancerígeno. 
 
3.5 Câncer de esôfago 
O consumo excessivo de álcool e fumo são os fatores mais importantes implicados na 
patogenia do câncer de esôfago. Em 2003, segundo dados do Ministério da Saúde/INCA, 
foram notificados no Brasil, no sexo masculino, 6.775 casos de câncer de esôfago e nas 
mulheres, 2.120. O número de óbitos, nos dois sexos, nesse mesmo ano, foi de 6.440. 
Devido à sua agressividade, o carcinoma de esôfago é um tumor com alta mortalidade, 
além de ser bastante resistente a outras formas de tratamento que não seja a ressecção 
completa, como a quimioterapia e a radioterapia. Do ponto de vista anatomopatológico, 
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mais de 90% de todos os tumores esofágicos consistem em carcinoma de células 
escamosas e 5 a 10%, em adenocarcinomas, ambos tipos histológicos relacionados com 
o ato de fumar. 
 
3.6 Câncer de bexiga 
O câncer de bexiga é a neoplasia maligna maiscomum das vias urinárias. A maioria 
dos pacientes diagnosticada com câncer de bexiga tem 60 anos ou mais e este é o segundo 
câncer mais prevalente em homens nesta faixa etária. A maior incidência no sexo 
masculino deve-se em grande parte à exposição aos fatores de risco, especialmente o 
fumo e outros carcinógenos ambientais. Diversos estudos mostram aumento em duas a 
três vezes das possibilidades de desenvolver câncer de bexiga em fumantes, quando 
comparados a não-fumantes, existindo correlação direta entre dose e resposta. Entre três 
casos de câncer de bexiga, pelo menos um é atribuído ao tabagismo, fator importante 
devido à alta prevalência deste no mundo contemporâneo 
 
3.7 Osteoporose 
O tabagismo é fator de risco para o desenvolvimento da osteoporose e deve ser evitado 
na profilaxia dessa doença. O efeito antiestrogênico da nicotina concorre para explicar a 
relação da incidência de osteoporose com tabagismo. Outro mecanismo descrito na 
literatura é o de que os produtos nocivos do fumo são fatores preditivos para deficiência 
de vitamina D, por meio do decréscimo do ácido fólico das hemácias, que contribui para 
a queda da 25 hidroxivitamina D3. Esta última está associada à alteração da densidade 
mineral dos ossos; este fenômeno é visto com mais intensidade na presença de 
comorbidades que diminuem a absorção intestinal desta vitamina. 
A incidência de fraturas pós-menopausa cresce nas mulheres fumantes e somente a 
abstinência total do fumo tem o poder de reduzir esse risco. Verifica-se nas mulheres 
tabagistas aumento do metabolismo de estrógenos no fígado, com consequente redução 
da concentração sanguínea. 
 
3.8 Doenças cardiovasculares 
Há três fatores de risco preveníeis para doença coronariana: tabagismo, hipertensão 
arterial e alteração do colesterol. Estudos clínicos mostraram que o tabagismo isolado 
dobra a possibilidade de doença cardíaca e, em associação com a alteração do colesterol 
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ou à hipertensão arterial, multiplica esse risco por quatro. O risco torna-se oito vezes 
maior quando os três fatores estão juntos. O tabagismo também se associa a diabetes 
melito, produzindo a aceleração da doença coronariana e suas consequências. Uma vez 
vencida a dependência do fumo, o risco de doença cardíaca coronariana começa a decair. 
Após 10 anos, o risco em exfumantes, de um maço por dia, é o mesmo que o daqueles 
que nunca fumaram. 
O fumo acelera o processo de envelhecimento dos vasos arteriais, determinando o 
aparecimento da aterosclerose precoce. A fumaça dos produtos do tabaco tem alto 
conteúdo de monóxido de carbono e este, ao chegar aos alvéolos, desloca a reação natural 
do oxigênio com a hemoglobina, saturando esse pigmento com esse gás venenoso, que 
tem 210 vezes mais afinidade de ligação com a hemoglobina que o oxigênio. Esta ligação 
resulta em prejuízo da hematose. O monóxido de carbono e sua ligação com a 
hemoglobina forma um composto altamente estável, a carboxiemoglobina, que pode ser 
medida no sangue de fumantes. Essa quantidade é dependente de quanto o indivíduo 
fuma. Fumantes de 15 cigarros por dia têm, em média, 9% da massa total da hemoglobina 
sob a forma de carboxiemoglobina, aumentando rapidamente para 20% caso o consumo 
seja de 25 cigarros ao dia, ou seja, o acréscimo é muito maior do que se esperaria numa 
relação diretamente proporcional. Os fumantes têm níveis de carboxiemoglobina duas a 
15 vezes maiores que os não-fumantes, o que reduz a quantidade total de oxigênio que 
vai chegar à célula. Assim, onde não existe oxigênio suficiente para suprir o metabolismo 
aeróbico ocorre o metabolismo anaeróbio, com produção excessiva de oxidantes. O maior 
metabolismo anaeróbio dos indivíduos tabagistas leva progressivamente a lesões difusas 
das paredes do vaso, tornando-as mais rígidas. 
Além desse mecanismo de hipóxia tecidual que afeta todas as camadas dos vasos, a 
nicotina, potente vasoconstritor, age diminuindo ainda mais o aporte de oxigênio para a 
periferia. Os fumantes acumulam, também, radicais livres de oxigênio que são deletérios 
para as paredes dos vasos. As reações inflamatórias liberam uma série de mediadores que 
interagem entre si, perpetuando o mecanismo formador das lesões. Nas diversas análises 
em que foram observados os vários fatores de risco para a ocorrência de lesões vasculares, 
o tabagismo foi o mais importante. Fumar pode aumentar agudamente a pressão arterial 
em aproximadamente 5 a 10mmHg acima do seu valor basal. A ação vasoconstritiva 
arteriolar da nicotina, quando absorvida em grandes quantidades, resulta em aumento da 
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resistência vascular sistêmica e eleva a pressão arterial, podendo predispor a acidentes 
vasculares cerebrais agudos, angina do peito, infarto do miocárdio e morte súbita. 
O tabagismo, também é fator de risco importante para o tromboembolismo venoso, 
doença que engloba a trombose venosa profunda e a tromboembolia pulmonar. A ação 
danosa dos produtos da fumaça do cigarro atua na tríade de Virchow, culminado em 
trombose venosa profunda. O uso continuado dos produtos do tabaco, além de causar 
danos à circulação arterial, também lesa a camada interna dos vasos venosos, levando à 
diminuição da luz e lentificação do fluxo sanguíneo, fatores patogênicos importantes na 
formação da trombose venosa profunda e embolia pulmonar. A nicotina, o monóxido de 
carbono e os radicais oxidantes, componentes do fumo, produzem adicionalmente hipóxia 
tecidual, ativação plaquetária, com consequente estado de hipercoagulabilidade 
sanguínea. 
 
3.9 Doenças do sistema gastrintestinal 
No trato digestivo, a nicotina estimula os gânglios parassimpáticos do sistema nervoso 
autônomo e a liberação de acetilcolina do plexo mioentérico e das terminações nervosas. 
Essas alterações aumentam o tônus e a atividade motora dos intestinos e, ocasionalmente, 
produzem diarreia. Também podem ocorrer náuseas e vômitos devido à ação da nicotina 
na medula espinhal. 
Os principais fatores na patogenia das úlceras, além dos fatores genéticos, da infecção 
crônica por H. pylori, uso de anti-inflamatórios não esteroides, estresse, têm no tabagismo 
papel central, não só na formação das lesões ulcerosas como também na dificuldade de 
cicatrização e reincidências, muito mais frequentes naqueles que não abandonam o 
tabagismo. Portanto, a associação entre o tabagismo e úlceras pépticas já foi comprovada 
em vários estudos com nível de evidência A, especialmente quando relacionada com as 
úlceras da porção duodenal. 
 
 
 
 
 
 
 
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4 Danos causados ao corpo humano 
 
Além do cigarro fazer mal à saúde e facilitar alguns tipos de câncer, ele também 
interfere no funcionamento natural da pele, causando, por exemplo, envelhecimento 
precoce, flacidez, manchas e queda de cabelo. O tabagismo é prejudicial também à beleza 
da pele devido aos produtos químicos e tóxicos de sua composição. 
Um dos efeitos mais incômodos do cigarro para a pele são as rugas no rosto e ao redor 
dos olhos. A nicotina destrói e atrapalha a produção natural de colágeno e elastina, e assim 
surgem os sinais de flacidez e as rugas mais profundas, que dão ao rosto uma aparência 
envelhecida mais rapidamente. Os poros também se tornam mais dilatados e com cravos 
mais visíveisdevido ao alcatrão e à resina, presentes no cigarro. 
Outro efeito que a nicotina tem na pele é semelhante à exposição solar sem proteção: 
manchas. O cigarro priva a pele de oxigênio e de vários nutrientes, por isso existem 
algumas partes do corpo que apresentam coloração irregular. E, ainda, os fumantes têm 
quase cinco vezes o risco de apresentarem rugas em comparação a quem não fuma. 
Além disso, fumar causa manchas e danifica os cabelos. A nicotina deixa os vasos 
sanguíneos mais contraídos, fazendo com que o sangue com o oxigênio tenha dificuldade 
de passar por eles. A pele fica mais acinzentada, a textura fica diferente e as manchas 
aparecem por todo o rosto devido a essa falta de oxigenação. Nos cabelos, o cigarro é um 
dos maiores responsáveis pela queda, devido ao acúmulo de nicotina que se aloja nas 
paredes das veias, reduzindo a circulação sanguínea e impedindo que os nutrientes 
cheguem até a raiz. Ele também deixa os fios com aspecto opaco e ressecado, os cabelos 
brancos aparecem mais cedo, podem surgir pontas duplas e causar escamação no couro 
cabeludo. 
Acredita-se também que o fumo causa ou agrava várias afecções dos olhos. Os 
fumantes acusam uma incidência 40% maior de catarata, uma perda de transparência do 
cristalino que bloqueia a luz e pode levar à cegueira. O fumo causa cataratas de duas 
maneiras: irritando os olhos e liberando nos pulmões agentes químicos que depois 
chegam aos olhos, levados pela corrente sanguínea. O tabagismo está relacionado 
também com a degeneração macular dos idosos, uma doença incurável dos olhos causada 
pela deterioração da parte central da retina, denominada mácula, a qual é responsável pela 
focalização central da visão e controla a nossa capacidade de ler, dirigir automóvel, 
reconhecer rostos ou cores e ver detalhes dos objetos 
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Outro fator afetado pelo fumo é a química da boca, criando excesso de tártaro, 
amarelando os dentes e contribuindo para a sua deterioração. Os fumantes têm 
probabilidade uma vez e meia maior de perder os dentes. 
O cigarro interfere também na sexualidade. Homens que fumam apresentam chances 
maiores de ter disfunção erétil, que é a dificuldade ou impossibilidade de manter uma 
ereção. Isso acontece devido ao maior esforço que o sangue tem de fazer para chegar ao 
pênis do fumante, cujas artérias são estreitadas pela nicotina. 
 
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5 Referências 
 
Organização Mundial de Saúde (OMS), Classificação Estatística Internacional de 
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – Décima Revisão (CID 10). Traduzido pela 
Faculdade de Saúde Pública de São Paulo – Centro Colaborador da OMS para 
Classificação de Doenças em Português – 4ª ed. – São Paulo: Editora da Universidade de 
São Paulo, 1997. 
Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer/Coordenação Nacional de Controle 
de Tabagismo e Prevenção Primária de Câncer. Ajudando seu paciente a parar de fumar. 
Rio de Janeiro, 1997. 
Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer/Coordenação Nacional de Controle 
de Tabagismo, Prevenção e Vigilância do Câncer. Implantando um programa de controle 
do tabagismo e outros fatores de risco em unidades de saúde. Rio de Janeiro, 2001.

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