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Aula 10 - Evolução da norma proibitiva da guerra e direito superveniente à proscrição da guerra

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Professor Doutor Vladmir Silveira 
Assistente Carolina Fernandes
Monitor Helder França
Aula 10 – Conflitos Internacionais – Parte V - 
Evolução da norma proibitiva da guerra e Direito superveniente à proscrição da Guerra
04.11.2014
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
I. O direito de Genebra: O imperativo Humanitário
	O direito internacional tem por princípios basilares, dentre outros, a cooperação entre as nações, entendimento e a paz, sendo assim, não admite a guerra.
	Como mencionado nas aulas anteriores, a guerra outrora admitida como meio de solução de litígios passou a ser prática reprovável na ordem internacional, e atualmente configura um ilícito internacional. Porém, impossível seria evitar a ocorrência desta.
	Dessa forma, tornou-se necessário a regulamentação e atualização das regras e normas que regiam o direito humanitário. Surgindo assim, nesse contexto a realização de Convenções para melhor regulamentar o assunto em tela.
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
Foi assim que surgiram Convenções específicas que tratavam da proteção dos feridos e enfermos na guerra terrestre, proteção dos feridos, enfermos e náufragos na guerra naval, do tratamento dos prisioneiros de guerra, bem como, da proteção dos civis em tempo de guerra. 
Nesse sentido, as Convenções de Genebra e seus protocolos adicionais, de 1949, são a essência do Direito Internacional Humanitário, e têm por finalidade proteger as pessoas que não participaram dos conflitos e as que não mais participam das hostilidades. 
Por este motivo, essas Convenções seguem alguns princípios, quais sejam:
Neutralidade: Consiste na não intromissão da assistência humanitária no conflito;
Não-discriminação: Os meios de proteção não podem variar em decorrência de raça, credo, opiniões políticas ou outras circunstâncias baseadas em valores, filosofias e religião, que venham resultar no cerceamento dos mecanismos de proteção; 
Responsabilidade: Os Estados proponentes respondem diretamente pela execução das normas acordadas.
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
É sabido que as Convenções de Genebra de 1949 tratam de conflitos internacionais, mas também ditam algumas bases para os conflitos internos, dentre os quais podemos citar a proibição da tortura, da tomada de reféns, do tratamento humilhante, etc.
Complementando as convenções, foram realizados dois protocolos adicionais sendo:
Protocolo I, que versava sobre a inclusão das guerras de libertação nacional aos conflitos internacionais; e 
Protocolo II que tratava dos conflitos internos, excluindo os tumultos e agitações onde não fosse possível detectar rebeldes que possuíssem um mínimo de organização e responsabilidade.
Cabe destacar que o Brasil aderiu aos dois protocolos, sem quaisquer reservas, em 1992.
Dessa forma, as Convenções de Genebra, juntamente com os Protocolos adicionais, possuem por grande finalidade humanizar a guerra, o que vai além de proibir determinadas armas, sendo também possível a restrição de determinados locais que podem ser objetos de ataques.
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
II. Desarmamento e outros temas de tratados recentes
Diversos tratados e acordos que buscavam limitar e proibir o uso de certas armas foram criados com o desenrolar dos anos. Dentre eles, vale destacar o Tratado de Tlatelolco, celebrado no México em 1967, que buscava interditar as armas nucleares na América Latina. 
Em 1968, a Assembleia Geral da ONU, por sua vez, aprovou um tratado de não-proliferação de armas nucleares (TNP, assinado em 1968).
Dentre essas armas, estão incluídas armas bacteriológicas, determinadas minas, armas tradicionais que podem alvejar civis, armas incendiárias, químicas entre outras.
Quanto às armas nucleares, mesmo existindo quase que o total monopólio destas por parte das grandes potências mundiais, desde muito tempo já existiam tratados que limitavam e regulamentavam a periculosidade dos testes e experiências atômicas.
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
III. Guerra total: Hoje, um falso problema
Muitas vezes quando ocorre uma guerra, as normas de direito internacional público que visam proteger o mínimo de humanidade em uma situação de guerra são desobedecidas e esquecidas.
O grande problema ocorre quando acontece efetivamente a guerra total, haja vista que apenas não são quebradas apenas as regras de Direito Internacional, mas sim tudo o que foi construído pela humanidade em termos de Direito Humanitário.
Mesmo diante dos mecanismos de solução pacífica de conflitos internacionais, a guerra ainda cria atrativos no mundo contemporâneo. Segundo o professor Husek, a guerra gera a falência do sistema internacional. 
Há, atualmente outras questões que merecem ser destacadas, as quais prendem a atenção dos internacionalistas. Estas vão além da forma de abordar a guerra e a paz, ultrapassam os limites da legalidade da atuação dos beligerantes, chegando ao cume das armas de destruição em massa (armas nucleares, químicas e biológicas) e novas tecnologias de ataque.
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Professor Doutor Vladmir Silveira Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
Surgem assim, no cenário internacional, situações de elevada importância, que desafiam até os tradicionais institutos de direito internacional (por exemplo, grupos terroristas e não necessariamente os Estados em que têm base).
Este cenário leva os Estados e demais sujeitos de Direito Internacional Público à necessidade de constante adequação das normas humanitárias.

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