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Aula 11 - O Direito de Assistência Humanitária e o Novo Contexto Internacional 15Mai12 29Mai12

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Professor Doutor Vladmir Silveira
Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
Aula 11– O Direito de Assistência Humanitária e o Novo Contexto Internacional
11.11.2014
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Professor Doutor Vladmir Silveira
Assistente Carolina Fernandes 
Monitor Helder França
1. HISTORICIDADE
a) Pré-fundação das Nações Unidas 
- Os direitos humanos são organizados de forma sistemática (Codificado). Não era considerado tema central do Direito Internacional Público. Era tratado por tratados avulsos que cuidavam da matéria de forma indireta. 
b) Intervenção Humanitária 
- Incursões militares de potências em territórios estrangeiros, sob argumentação de defesa da vida, dignidade e patrimônio de seus súditos (cidadãos).
- Segundo Celso Albuquerque Mello (Direitos Humanos e Conflitos Armados. Rio de Janeiro: Renovar, 1997), o direito humanitário tem por finalidade proteger a pessoa humana em conflitos armados, por este motivo deve ser o mais amplo possível no sentido de abranger o maior número de pessoas envolvidas nesses conflitos.
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b) Intervenção Humanitária (continuação)
Assim, as Convenções de Genebra foram ampliando o leque de proteção, aumentando as categorias de pessoas a serem beneficiadas. Como podemos observar, dentre outras, as seguintes proteções:
	(i) a 1ª Convenção de Genebra, em seu artigo 13, define o foco da presente Convenção, qual seja, os feridos e enfermos dos exércitos em determinada campanha;
	(ii) a 2ª Convenção de Genebra, além de abarcar a melhoria da sorte dos feridos e enfermos incluiu os náufragos das Forças Armadas no Mar;
	(iii) o Protocolo I, art. 44, § 4º, onde estabelece a proteção à pessoa humana por proibir a tortura;
	(iv) o Protocolo II, tem alcance mais amplo, conferindo proteção das vitimas durante guerras civis.
	(v) Além destas, cabe menção às 3ª e 4ª Convenções de Genebra, dispondo sobre a proteção dos prisioneiros de guerra e civis, respectivamente.
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c) Pós-fundação das Nações Unidas
- Como já estudamos em aulas anteriores, a Organização das 
Nações Unidas é criada em 1945 – Carta de São Francisco. 
- Direitos humanos sob novo enfoque no direito das gentes. Busca atribuir estatura constitucional ao tema. 
- Declaração Universal dos Direitos do Homem – aclamada em 1948, é um conjunto de normas substantivas que atua como princípio norteador dos tratados e convenções relativos ao tema de direitos humanos. Pode-se dividir a Declaração de 1948 sob os seguintes tópicos:
	Artigos 1º e 2º - contêm os princípios gerais de liberdade, igualdade, segurança, fraternidade e não discriminação. 
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	Artigos 3º a 11 - encerram os direitos de ordem individual, compreendendo a vida, a liberdade, a segurança e a dignidade da pessoa humana, a igual proteção da lei, as garantias contra a escravidão e a tortura, a prisão e as penas arbitrárias, contra as discriminações, o direito de acesso aos tribunais, a presunção de inocência até julgamento final e a irretroatividade da lei penal; 
	
	Artigos 12 a 17 - contém os direitos do indivíduo em relação ao seu grupo e aos bens; 
	Artigos 18 a 21 - cuidam das faculdades espirituais, liberdades públicas e direitos políticos; 
	Artigos 22 a 28 – dispõem sobre os direitos econômicos, sociais e culturais;
	
	Artigo 29 – dispõe acerca dos deveres do indivíduo com a comunidade; 
 
	Artigo 30 – estabelece a limitação interpretativa dos artigos da própria Declaração, coibindo interpretação contrario sensu aos seus princípios e direitos na Declaração estabelecidos.
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2. DIVISÃO ESTRUTURAL DOS DIREITOS HUMANOS:
a) Primeira geração 
Inspirados nas doutrinas iluministas e jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, englobam os direitos à vida, à liberdade, a propriedade, à segurança, à igualdade formal, a liberdade de expressão coletiva, os direitos de participação política e, ainda, algumas garantias processuais. São considerados os direitos humanos civis e políticos, dispostos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seus artigos 3º a 21. (Paradigma liberal).
b) Segunda Geração 
- Surgem no final do século XIX, na busca de instigar o Estado a agir ativamente para possibilitar a efetividade das liberdades, até então apenas formais. Busca-se o bem-estar social e a igualdade material (e não mais apenas formal), por intermédio da ação positiva do Estado. São os direitos ou liberdades sociais econômicas e culturais, dispostos, na D.U.D.H. em seus artigos 22 a 28 (Paradigma socialista ou dirigente).
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c) Terceira Geração 
Composto, sobretudo, pelos direitos difusos, pautados na solidariedade e fraternidade. Essa geração aparece no séc. XX e é formada pela consolidação e preservação dos direitos transindividuais. São exemplos desses direitos: o direito à paz, à autodeterminação dos povos, ao meio ambiente saudável, à utilização e conservação do patrimônio histórico e cultural e o direito à comunicação.
d) Quarta e Quinta Gerações
- Controvertida sua classificação e aceitação na doutrina atual. Correspondem aos direitos ligados à Genética (4ª Geração) e Cibernética (5ª Geração), além dos direitos à democracia e à informação. 
Possui relação estreita com o fenômeno da Globalização. 
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3. TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS
- Após a Declaração Universal de 1948 ocorreram ainda outras convenções sobre direitos humanos, como: (i) o Pacto das Nações de 1966, acerca dos direitos civis, políticos, econômicos e sociais; (ii) a Convenção Européia sobre direitos do homem de 1950, o Pacto de San José da Costa Rica de 1969, no âmbito do território Americano e (iii) a Declaração Africana de Direitos Humanos. 
- O Brasil aderiu a este tratado formalmente em 1992, porém os EUA ainda não o ratificaram. 
- Foi promulgada a declaração de reconhecimento da competência obrigatória da Corte Interamericana de Direitos Humanos por intermédio do Decreto 4463 de 8.11.2002. 
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4. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO
- Como forma de garantir a eficácia das normas substantivas sobre os direitos da pessoa humana foram criadas a Corte Interamericana de Direitos Humanos (São José da Costa Rica) e a Corte Européia dos Direitos do Homem (Estrasburgo), sendo que, infelizmente, somente a CEDH prevê acesso imediato ao indivíduo. A africana ainda está em processo de implementação.
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5. PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA
- Referente ao Pacto de São José da Costa Rica, destacam-se os seguintes pontos: (i) Corte Interamericana de Direitos Humanos e (ii) Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
- Composição da Corte e da comissão: 7 (sete) juízes, eleitos pelos Estados-partes do Pacto para um mandato de 6 (seis) anos. 
- Os sete primeiros eleitos foram personalidades, votadas pelos membros da Assembléia Geral da OEA com um mandato menor – 4 anos. 
- Os votos deve ser dados em razão das pessoas e não dos Estados, porém as listas são governamentais.
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A Comissão
- Órgão preliminar à jurisdição da Corte. Tem prerrogativas de requisitar informações e formular recomendações aos Estados-partes. Instala-se o processo pré-jurisdicional por intermédio de denúncia formulada por (i) Estados-partes, (ii) qualquer pessoa ou grupo de pessoas
e (iii) ONG com regular funcionamento. 
- Requisito para a denúncia: esgotamento dos recursos na jurisdição estatal (interna). O país denunciado deverá providenciar informações sobre a denúncia, num determinado prazo fixado pela Comissão. Depois de analisado o caso e feitas as ponderações em razão dos argumentos do Estado denunciado é emitido um relatório. Pode também entender a Comissão que é necessário submeter a questão à Corte Interamericana de Direitos Humanos. 
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A Corte 
Exerce jurisdição, portanto profere sentenças, que segundo a Convenção são inapeláveis (definitivas). Caso a Corte entenda que houve violação de direito agasalhado pela convenção, a mesma determina providencias que recuperem os direitos violados e/ou o pagamento de indenizações. Caso algum Estado-parte não dê cumprimento às sentenças (determinações) da Corte, esta indicará tais ocorrências nos seus relatórios anuais à Assembléia Geral da OEA.

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