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AVALIAÇÃO PATRIMONIAL A VALORES DE SAÍDA Os valores de saída estão ligados ao mercado onde a organização vende seus bens e serviços e se baseiam na avaliação de ativos de modo que estes ativos venham refletir os benefícios futuros. Buscam refletir o provável ingresso de numerários na entidade, pelo valor presente do ativo na sua possível saída, visando a geração provável de benefício futuro. ALTERNATIVAS DE MENSURAÇÃO A VALORES DE SAÍDA Preços Correntes de Venda ou Valores Realizáveis Líquidos Segundo o CPC 16, “Valor Realizável Líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios, deduzidos dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizara venda”. Também conhecido como preços correntes de venda esta metodologia prevê que se os produtos da empresa forem vendidos em um mercado organizado, o preço de venda se aproxima, razoavelmente, das entradas esperadas para esses produtos a curto prazo. Ou seja, o preço corrente de venda representa o valor atual pago pelo mercado e não o valor que será pago no futuro, se consideramos as condições no momento da venda, constantes. Trata-se de um valor de saída, ou preço de troca, valor pelo qual os ativos podem ser vendidos ou trocados, quando deixarem a entidade. Esse procedimento é mais usado para ativos destinados à venda imediata, produtos acabados ou já bem próximos da fase final de acabamento. Assim, para muitos estudiosos, não pode ser utilizado como conceito geral de avaliação de ativo, pois somente se aplica a ativos destinados à venda. Essa é uma das principais dificuldades apontadas por estudiosos para essa metodologia de avaliação, uma vez que conforme Tinoco (1992) como o valor realizável liquido é um substituto de um preço de venda futuro, a efetiva conversão em termos de entrada de caixa sempre será exposta a dúvidas. Por outro lado, o preço corrente de venda significa a importância que está sendo paga pelo comprador marginal no momento, não sendo, portanto possível extrapolar condições para o futuro, salvo em condições idênticas. Porém, essa metodologia apresenta algumas vantagens como podemos elencar: Quando a empresa atua num mercado organizado e pode calcular com previsão os custos adicionais de venda, a avaliação a preços de saída proporciona informações relevantes e constante atualizadas; Considerações do custo de oportunidade como o valor de caixa derivado da venda de um ativo ou do valor presente dos benefícios derivados do uso de um ativo. As Desvantagens dos Preços Correntes de Venda são que por este critério de avaliação, preços correntes de vendas, há antecipação de lucros, o que fica em desacordo com o princípio contábil do custo como base de valor, com a realização da receita e, por conseguinte, com o princípio do conservadorismo. Esse critério não pode ser aplicável para todo o ativo, visto que um produto em elaboração possivelmente não tem mercado para venda, impossibilitando a avaliação por esta metodologia. As estimativas do Valor Realizável Líquido, ou seja, as estimativas da quantia que se espera que os inventários venham a realizar são baseadas em índices bem próximos do preço real de venda em curto prazo, quando a empresa opera em um mercado organizado. Essas estimativas levam em consideração as variações nos preços ou custos diretamente relacionados com acontecimentos que ocorram após o fim do período. Equivalentes Correntes a Caixa Comumente, os preços de saída correspondem a preços normais de mercado. Tem sido sugerido, porém, que os preços devem ser extraídos de outros mercados. O termo equivalente corrente de caixa é o conceito único de mensuração para todos os ativos, representando seus preços realizáveis presentes. Exprime o montante de caixa ou o poder geral de compra que poderia ser obtido com a venda de cada ativo em condições organizadas de liquidação, podendo ser medidos pelos preços cotados de mercado de bens de natureza semelhante em condições parecidas. O equivalente corrente de caixa representa, portanto, a posição da empresa em termos de adaptação ao ambiente. Segundo Iudícibus (2000), “Quando o produto da empresa for vendido em um mercado organizado, o preço corrente de venda pode ser uma razoável aproximação do futuro preço de venda.” Representa o valor pelo qual o ativo avaliado seria vendido. Comumente, os preços de saídas correspondem a preços normais de mercado. É a posição da empresa em termos de adaptação ao ambiente. Utilizar este método de avaliação não retrata a realidade do Ativo, pois ao deixar de considerar uma característica como “geração de benefícios futuros”, está-se fazendo uma avaliação parcial do Ativo e a contabilidade deve ser imparcial. Valores Descontados ou Fluxo de Caixa Descontado Esta forma de avaliação representa valores monetários estimados a receber no futuro, ou seja, o fluxo de caixa que será gerado pelo ativo. Portanto, se representa valor no futuro, deve-se descontá-lo a uma taxa de oportunidade que representa o valor presente, ou seja, o custo de oportunidade do dinheiro. Hendriksen (1999) afirma que a “sua utilização só poderia ser validada quando os recebimentos futuros de dinheiro ou equivalente fossem conhecidos, ou quando pudessem ser estimados com alto grau de certeza”. Dessa forma, pressupõe-se que para a aplicação deste método deve-se ter conhecimento: o do montante que será recebido; o de uma adequada taxa de oportunidade; e o do espaço de tempo envolvido. Conforme afirma Iudícibus (2000) “Os valores descontados das entradas de caixa futura envolvem não apenas o estabelecimento da taxa adequada de juros, como também uma estimativa da probabilidade de receber os valores previstos. Na prática atual tem sido utilizado, às vezes, apenas no que se refere aos itens monetários, ou seja, disponibilidades ou valores assemelhados”. Essa modalidade de avaliação tem como prováveis usuários os acionistas, ou seja, os proprietários das empresas. As vantagens desse método são: a aplicação deste método é correta se for utilizada na avaliação da empresa como um todo; e Pode-se obter o lucro ou a perda, apurada pela diferença entre o valor presente do ativo ao final do período, e o seu respectivo valor presente no início do período. As desvantagens são: Probabilidades subjetivas, principalmente na determinação da taxa de oportunidade, sendo que esta vai proporcionar a estimativa do futuro fluxo de caixa de um ativo; A determinação de uma receita específica para cada ativo é difícil de ser determinada, tendo em vista que normalmente os benefícios gerados pela entidade, leva em consideração o conjunto de bens e direitos disponíveis. Valores de Liquidação Este critério normalmente envolve hipótese de descontinuidade da empresa. Neste caso os preços são extremamente reduzidos, ou seja, bem abaixo do custo. Os valores de liquidação podem ser de forma ordenada quando se trata de ativos obsoletos, por exemplo, e imediata quando se trata da venda de ativos de massa falida. Neste caso os usuários mais interessados serão acionistas que querem adquirir bens e os credores da massa falida ou acionistas retirantes. Hendriksen (1999) afirma que o conceito de valor de liquidação assume a venda forçada mediante uma redução nos preços, o que ocasiona, muitas vezes, preços abaixo do custo. Somente devem ser utilizados em duas condições principais: - quando mercadorias ou outros ativos tenham perdido sua utilidade normal, tenham se tornado obsoletos, ou de algum modo tenham perdidoseu mercado normal. - quando a empresa espera suspender suas operações no futuro próximo, tornando-se incapaz de vender em seu mercado normal. HENDRIKSEN, Eldon S., VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade, 5a. ed., São Paulo: Atlas, 1999 IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 6a. ed., São Paulo: Atlas, 2000.
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