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Embriologia do aparelho digestivo – profª Gerly Anne – 26/09/11 O início do desenvolvimento do aparelho digestivo começa na 4ª semana do desenvolvimento. O mesoderma esplâncnico dá origem à musculatura e ao conjuntivo do aparelho digestivo. À medida que o embrião e as membranas circunjacentes expandem- se e projetam-se para a cavidade uterina, a conexão entre o embrião e o saco vitelino continua a diminuir de tamanho. Ocorre um estreitamento da comunicação entre o saco vitelino e o intestino primitivo. O mesentério dorsal liga o intestino à parede posterior do corpo. Esse mesentério persiste no adulto, ligando o intestino à parede posterior do corpo. O intestino primitivo é dividido em: Intestino anterior: da orofaringe à entrada do ducto biliar. Irrigado pela artéria celíaca. Intestino médio: do ducto biliar até 2/3 do cólon transverso. Irrigado pela artéria mesentérica superior Intestino posterior: do 2/3 do cólon transverso até o ânus. Irrigado pela artéria mesentérica inferior O divertículo traqueobrônquico dá origem à traqueia, brônquios e bronquíolos. Essa septação se dá no sentido cefalocaudal e lateralmente. Se essa septação ocorrer incorretamente, pode haver atresia de esôfago ou estenose esofágica com ou sem fístula traqueoesofágica. O esôfago desce pela descida do coração e pulmões. Se ele ficar curto, pode haver herniação. As hérnias congênitas de esôfago ocorrem ou por esôfago curto ou por hiato esofágico aumentado. Pessoas idosas podem desenvolver hérnia de hiato não-congênita, devido ao alargamento do hiato. O estômago gira 90° no sentido horário. Ou seja, inicialmente a grande curvatura é no sentido posterior, tornando-se depois lateral. Isso explica porque o ramo direito do vago inerva a região posterior do estômago e o ramo esquerdo inerva a região anterior. O estômago também faz uma rotação, tornando o fundo mais à esquerda e o esôfago mais à direita. Assim, o maior eixo do estômago fica praticamente perpendicular ao maior eixo do corpo. Quando o estômago gira, o duodeno é torcido, tomando uma forma de C. É preciso notar que na região do duodeno surge um broto de células: o broto hepático. Ele dá origem ao fígado e à vesícula biliar. O septo transverso é formado por mesoderma que torna-se mesênquima, formando células hemocitopoiéticas e sinusóides no fígado. O fígado tem a função de hematopoiese no início do desenvolvimento. O baço surge no mesogastro dorsal na 5ª semana do desenvolvimento. Por isso é estudado juntamente com o sistema digestório, embora seja um órgão linfoide. O mesogastro ventral forma o ligamento hepatogástrico entre o estômago e o fígado em formação. O ligamento falciforme e o omento menor (composto pelos ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal) derivam-se do mesentério ventral, enquanto os ligamentos gastroesplênico (gastrolienal) e lienorrenal (rins não mostrados) são derivados do mesentério dorsal. O broto pancreático ventral dá origem à cabeça do pâncreas e processo uncinado. O broto pancreático dorsal dá origem à cauda do pâncreas. Como resultado da protrusão do mesogástrico dorsal, forma-se o omento maior, pendurado a partir da curvatura maior do estômago. Os mesogastros são essenciais para evitar rotações anômalas do intestino, o que poderia prejudicar a vascularização e inervação. O omento maior fica como um avental sobre o intestino no adulto. Forma-se uma alça em forma de C no intestino médio que, na 6ª semana, hernia para o cordação umbilical (hérnia fisiológica). Essa alça forma o intestino delgado até 2/3 do cólon transverso. Essa alça gira 270° no sentido anti-horário. Inicialmente gira 180° e, na décima semana, no momento do retorno à cavidade abdominal, gira mais 90°. O intestino que era cefálico fica à direita. O ceco e o apêndice localizam-se na região inferior à direita. Se o retorno da alça não ocorrer convenientemente, pode haver uma torção incorreta do intestino. Pode haver atresia, principalmente no íleo. O cólon transverso possui mesentério. O cólon descendente e o sigmoide são retroperitoneais. Obs: sinal de bolha dupla: detecta-se líquido no estômago e no duodeno devido à secreção produzida. Não há presença de ar nessas cavidades nesses casos. No caso apresentado, o diagnóstico foi de atresia esofágica e duodenal. A atresia pode ser causada por um defeito de recanalização na 8ª semana. Se for incompleta causa estenose; se não ocorrer, causa atresia. Procedimento: Correção cirúrgica: duodeno- duodenostomia e colocação de tubo G; posterir interposição colônica no esôfago. Obs: a interposição colônica é preferível por produzir secreções mucosas para o transporte, sendo mais semelhante ao esôfago do que o intestino delgado. O canal anal possui dupla origem: do intestino posterior (2/3 superiores) e do proctodeu (1/3 inferior). O revestimento do 1/3 inferior tem origem ectodérmica, enquanto os 2/3 superiores tem origem endodérmica. Se um tumor ocorrer na porção inferior do canal anal, o indivíduo sentirá dor. Se ocorrer na porção superior, o indivíduo não sentirá dor. Os tumores inferiores são mais facilmente detectados devido à dor e devido à possível palpação dos gânglios inguinais.
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