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modelo de peça de ação de anulaçao de negocio juridico

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE PAULO JACINTO/AL
MARYLOU, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portadora da carteira de identidade nº ..., inscrita no CPF sob o nº ..., residente e domiciliada à ..., nº ..., bairro ..., cidade ..., CEP. ..., telefone ..., e-mail ..., vem, através de seu/sua advogado(a), com endereço profissional constante da procuração em anexo, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem, a esse juízo, propor
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO C/C EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL 
Em face de ROGER, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da carteira de identidade nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico..., domiciliado e residente no município de Paulo Jacinto/AL, com filiação desconhecida. Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 
1. DOS FATOS
O demandante é credor da parte ré, no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), conforme nota promissória (DOC. X), acostada aos autos, emitida no dia 10 de abril de 2018, já vencida desde o dia 25 de junho de 2018, devendo esta ter sido liquidada no domicílio do autor. Ocorre que, o título foi protestado pelo autor em razão da ausência de pagamento.
Ademais, exatamente 15 (quinze) dias antes do vencimento da dívida, isto é, no dia 14 de junho, Roger, ora parte ré, fizera doação com registro no Cartório de Registro de Imóveis de Paulo Jacinto, em Alagoas, sob o nº de matrícula 4.321 Z.10, do único bem livre e desembraçado que possuía, qual seja, um terreno urbano avaliado no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), em favor de seu filho Dinho.
2. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
2.1 DA ANULAÇÃO DO NÉGOCIO JURÍDICO – DA FRAUDE CONTRA CREDORES
Ora, resta claro que ao firmar negócio com a parte autora, o réu usou de má-fé, pois dilapidou seu patrimônio na tentativa de fraudar, e assim salvá-lo de uma ação de execução por dívidas, frustrando dessa forma, o direito de credor do autor de ter o seu crédito satisfeito, configurando portanto, Fraude Contra Credores. 
Como bem aduz Carlos Roberto Gonçalves na conceituação da Fraude Contra Credores: “Fraude contra credores é, portanto, todo ato suscetível de diminuir ou onerar seu patrimônio, reduzindo ou eliminando a garantia que este representa para pagamento de suas dívidas, praticado por devedor insolvente, ou por ele reduzido à insolvência” (GONÇALVES, 2012, p. 412).
Segundo o doutrinador Marcos Bernardes de Mello, Fraude Contra Credores é todo ato de disposição e oneração de bens, créditos e direitos, a título gratuito ou oneroso, praticado por devedor insolvente, ou por ele tornado insolvente, que acarrete redução de seu patrimônio, em prejuízo do credor preexistente
Indubitavelmente, o réu ao fraudar o autor, violou um dos princípios basilares do Código Civil de 2002, qual seja, o princípio da eticidade, que tanto primou o jurista Miguel Reale. Este princípio traduz o conceito de que as relações negociais devem ser reguladas e firmadas por valores e condutas honestas e corretas, além da boa intenção.
Logo, o réu transgrediu o princípio da eticidade nas duas vertentes da boa-fé: a subjetiva e a objetiva. Quanto a boa-fé Subjetiva aduz Maria Helena Diniz que: “é um dado interno, que está na consciência do sujeito, que o leva a acreditar (crença) na legitimidade da sua conduta.” (DINIZ, 2009, p. 114).
Vale aqui dizer, Excelência, que no nosso ordenamento jurídico é extremamente possível a anulação de negócio jurídico quando este não se encontrar revestido da formalidade legal que valida um ato jurídico previsto no art. 104, I, II, do Código Civil:
Art. 104 . A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Portanto, nobre julgador, o negócio jurídico celebrado entre a primeira e a segunda parte ré é, indubitavelmente anulável, em razão de que a doação do aludido terreno ter se dado com a verdadeira intenção de lesar os interesses da parte autora, que é legítima credora quirografária da primeira parte ré.
Ademais, o réu utilizou-se de meio ilícito com o fito de resguardar o imóvel de uma possível execução judicial oriunda da dívida que contraiu com autor, recaindo portanto, em fraude contra credores, nos termos do artigo 158 do Código Civil.
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
Ademais, cumpre afirmar que o réu possui legitimidade para pleitear a anulação do aludido negócio jurídico, em razão de ser ele o interessado por ser credor quirografário de quantia liquida, certa e exigível, nos termos do art. 784, I do CPC.
Resta claro que a fraude cometida contra a parte autora evidencia a necessidade do reconhecimento da nulidade do registro de transmissão gratuita em favor da segunda parte ré, filho do primeiro réu, junto ao Cartório de Registro de Imóveis do município de Paulo Jacinto/Al.
Além dos casos expressamente em Lei, o negócio jurídico é anulável, como dispõe o Art. 171 do Código Civil Brasileiro de 2002, in verbis:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
No caso em tela fica indubitavelmente demostrado o vício do negócio jurídico, e o dolo pro parte do Devedor, uma vez que doou seu único bem para seu filho.
Isto posto, a parte autora, na condição de credora da primeira parte ré, tem a plena faculdade de pleitear a anulação do negócio jurídico realizado entre a primeira e a segunda parte ré, amparada e sustida pela previsão mencionada em diploma legal, por isso é merecida a receptividade do pedido de declaração de nulidade do negócio jurídico realizado entre a primeira e a segunda parte ré.
2.2 DA EXECUÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
De comum acordo, o Código de processo Civil Brasileiro de 2015, estabelece o que São títulos executivos extrajudiciais, nas conformidades do Art. 784, I CPC/15, in verbis: 
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
(...)
Desta forma, resta caracterizado que o reclamante é Credor do Devedor, da quantia líquida, vencida e exigível até 25/06/2018, oriunda do instrumento particular de confissão de dívida firmado entre as partes, o qual compõe o presente título executivo extrajudicial, por nota promissória - art. 784, I do NCPC/2015.
3. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
A) Seja julgada procedente a AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO POR FRAUDE CONTRA CREDORES C/C EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL;
B) Seja julgado procedente a EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL, pela falta de pagamento do mesmo, até mesmo, depois da presente ação;
C) A citação do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, do CPC/2015;
D) A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015
E) Requer, também a condenação do réu ao pagamento dos honorários e custas de sucumbência a serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa, em conformidade com o art. 85 do CPC/2015
4. DAS PROVAS
Requer a produção das provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual.
5. VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).
Termos em que pede deferimento.
Paulo Jacinto/Al, data.
Nome do Advogado
OAB/UF

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