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Seminário EBOPP Direito à Educação O Direito à educação é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm como inspiração o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil este direito apenas foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado não tinha a obrigação formal de garantir a educação de qualidade a todos os brasileiros, o ensino público era tratado como uma assistência, um amparo dado àqueles que não podiam pagar. Durante a Constituinte de 1988 as responsabilidades do Estado foram repensadas e promover a educação fundamental passou a ser seu dever: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Constituição Federal de 1988, artigo 205. A Constituição Federal de 1988 , nos seus artigos 205 a 214, portanto, que a educação nas escolas públicas será gratuita; garante que a educação é um direito subjetivo, ou seja, independente de qualquer coisa, a educação é direito de todos os cidadãos; e também nos fala da universalização da educação, ou seja, além de ser um direito, é também uma obrigação, qualquer cidadão brasileiro, com idade entre os 04 e os 17 anos, deverá estar, obrigatoriamente, na escola. Ela ainda prevê a elaboração de um Plano Nacional de Educação, com duração decenal (dez anos), que irá definir as diretrizes, os objetivos, as metas e estratégias para a educação no Brasil, em todos os seus níveis e modalidades. Além de fixar valores mínimos de investimento público na educação, para os diversos entes federativos. Além da Constituição Federal, de 1988, existem ainda duas leis que regulamentam e complementam a do direito à Educação: o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990; e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996. Juntos, estes mecanismos abrem as portas da escola pública fundamental a todos os brasileiros, já que nenhuma criança, jovem ou adulto pode deixar de estudar por falta de vaga. A LDB é a Lei Máxima da educação no Brasil, ou seja, “é ela quem define as linhas mestras do ordenamento geral da educação brasileira”. Entre outras diversas coisas, a LDB de 1996 garante em seu Art. 3, Inciso I igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; E aqui que começamos nossa reflexão. Mas e na prática, como fica o direito à educação? As diversas Leis brasileiras que regulamentam a educação no país garantem uma série de direitos e deveres de toda a comunidade e dos Estados em relação ao direito à educação. Estas Leis contemplam muitas lutas do povo brasileiro em busca de uma melhor qualidade de vida, embora ainda sejam falhas em alguns pontos, mas e quando elas saem do papel e se tornam realidades concretas no cotidiano da sociedade brasileira, tudo sai direitinho? Bem, basta sairmos de nossas casas para termos uma absoluta certeza de que não. Não, nem todos os brasileiros entre os 04 e os 17 anos estão na escola, e nem todos os que estão na escola recebem uma educação de qualidade. O que vemos em nosso cotidiano, é uma educação sucateada, com falta de investimentos do poder público, onde a universalização tão almejada, não encontra caminho, quando muito estudantes nem conseguem chegar até a escola, quando muitos outros não recebem a merenda escolar (porque estudante que não está bem alimentado tem dificuldades na aprendizagem), quando a educação se torna tão rígida que o estudante não tem voz dentro da escola, e acaba sim, abandonando os estudos; poderíamos citar centenas de falhas do sistema educacional brasileiro, ou melhor dizendo, de grandes vãos entre o que dizem as Leis e o que realmente acontece. Cabe a nós cidadãos fiscalizar e cobrar do Estado que as Leis sejam respeitadas e que a educação seja realmente valorizada no Brasil; e cabe a nós, especialmente, estudantes de diversos cursos de Licenciatura, futuros educadores do país, uma responsabilidade imensa, de lutar por uma melhor qualificação (porque o reflexo de nossa má formação, decaí sim sobre a qualidade geral da educação no Brasil), e de tomar consciência dos graves problemas que enfrentaremos nas escolas brasileiras, porque ao tomarmos consciência disso, poderemos contribuir para uma melhor qualidade e universalização da educação no país.
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