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Resumão de Sociologia III – Características Gerais, Sociologia: Questões e Problemas, Análise de Classe, Os Limites do Conceito de estrutura, Ensaio Sobre o Dom. Para a 1ª Prova que ocorrerá na próxima quinta-feira, 30 de abril de 2015, ler os textos: 1. "Sociologia: problemas e questões", de Anthony Giddens; 2. "Análise de Classes", de Ralph Miliband; 3. "Os limites do conceito de estrutura", de Claude Lévi-Strauss; 4. "Ensaio sobre o dom", de Marcel Mauss. Domingues, M. A. Lucas, L. M. B. Ribeiro, M. T. R Características Gerais Sociologia - objeto: o objeto da sociologia é a sociedade, que é um grupo compartilhando de mesmos valores, regras, leis, etc. A sociedade é estruturada através das instituições que estabelecem uma base para que a sociedade não se desestruture. O objeto da sociologia seria estudar, objetivar e investigar as interações sociais produzidas pelos indivíduos que se situam num determinado espaço geográfico. Essas interações uma vez que se reproduzem, contribuem para a integração desses indivíduos num grupo social ou classe social. O que vai mediar essas relações é a linguagem, os valores (morais) compartilhados, a percepção do outro individuo como igual em direito, mas diferente entre si, a busca de oportunidades (escola, emprego, sobrevivência, lazer...), os padrões de conduta (maneira de agir dos indivíduos) que se transformam em regras de comportamento na sociedade. O que possibilita a existência da sociedade são as interações entre os indivíduos que resultam num padrão de conduta, valores, comportamentos, que irão ser compartilhados por todos - ou pela maioria. A sociologia também se ocupa em entender as relações sociais, as relações de grupos e classes sociais, e as relações e interações entre grupos diferentes, que produzem novas relações e as reproduzem. Com isso, temos as praticas sociais, que são definidas pelas relações entre grupos sociais diferentes, que forma as instituições, que são espaços onde as praticas sociais existem (acontecem) e essas práticas significam "relações" dos grupos sociais. A sociedade é um sistema de modos institucionalizados de conduta. "O fazer humano envolve uma pratica continua de reconstrução social. A padronização dos sistemas sociais compreende a repetição ativa de formas particulares de conduta dos indivíduos em tempo e lugares distintos" (GIDDENS). Nesses termos, a língua é uma forma institucionalizada de conduta social referida à modalidade de crença e comportamento que se reproduz socialmente ao longo do tempo e espaço. Ela é uma propriedade fundamental da vida social por ser a mediação simbólica (conceitos, significados e significantes, gestos, atitudes, por exemplo) que viabiliza a interação dos indivíduos. Teoria Social: Estudo sistemático de um objeto empírico no campo das ciências sociais. O objeto de estudo das ciências sociais compreende transformar uma questão social em problema sociológico. Isso significa que as condições de existência do comportamento e as instituições humanas são entendidas pela maneira de como são conceituadas as práticas sociais. Imaginação sociológica: Várias formas de sensibilidade que se mostram indispensáveis à analise sociológica: sensibilidade histórica, antropológica, econômica e critica. Capacidade de passar de uma perspectiva para outra. Na análise sociológica do fazer social, a consciência histórica nos integra ao que a história da sociedade é e ao que pode vir a ser. A imaginação sociológica reconstituiu as formas de vida social que foram erradicadas, bem como as formas históricas ainda encravadas na sociedade do presente. O estudo das formas históricas persistem na sociedade do presente leva o sujeito do conhecimento a elaborar uma leitura comparativa e diferencial da estrutura social. No movimento do tempo e espaço sincrônico para o diacrônico e vice-versa. A totalidade é constituída por múltiplas determinações das ações e relações sociais em tempos e espaços distintos e simultâneos. Para MILLS a noção está nas relações da sua biografia (individual) e da história (social) onde o individuo se liberta das instâncias da vida privada e se percebe como agente histórico, sendo a capacidade do sociólogo perceber as relações existentes na sociedade. Durkheim: Os fatos sociais não se confundem com fenômenos orgânicos (vida natural), pois consistem em representações (regras jurídicas, morais, provérbios populares, fatos da estrutura social) de ações coletivas; nem com fenômenos psíquicos, que não existem senão na consciência individual e por meio dela. Karl Marx: Inicialmente integração entre homem e natureza, É sempre o ambiente dotado de matérias-primas (vegetais, água, etc.). O homem para sobreviver vai ocupando o espaço natural e se apropriando das matérias primas, transformando esses recursos para manter seu sistema de vida. Aí se estabelece a primeira interação do homem se apropriando da natureza para sobreviver. Em outro momento esses homens interagem e criam um sistema de produção (caça, pesca, agricultura) para seus respectivos sustentos em sociedade. E, para isso, se organizam através de linguagem, gestos, percepções, criando formas de convivência, e também criando suas representações de mundo. Nas sociedades mais modernas, criam-se as classes sociais que vão formar as ideologias (conjunto de ideias, valores, representações). Vão ser sistematizadas para as classes dominantes, para uma superestrutura (política, jurídica e ideológica) e contribuirão para formar o modo de produção na sociedade. Isso contribui para formar uma ideologia de classe dominante e de domínio da sociedade. Estrutura e superestrutura. A sociedade está estruturada por dois patamares produzidos pelo modo de produção e o sistema de relações sociais que imprimem da base da sociedade e faz elevar a superestrutura, que, por fim, vai determinar as relações sociais. A sociedade de classes é a forma antagônica mais desenvolvida das sociedades humanas, por isso ela possibilita esclarecer as condições históricas das formas sociais anteriores. A sociedade é constituída pela desigualdade e diferença das classes sociais, cuja relação esta vinculada à estrutura produtiva de cada sociedade. O modelo de produção capitalista se caracteriza pela apropriação desigual da riqueza social, o que gera a luta de classes. Pensar aqui mais valia- conceito Luta de classes Para pensar no Miliband.... ele sendo um pós marxista! Ralph Miliband: Neomarxista radicado na Inglaterra, sustenta que o processo de dominação e subordinação de classes constitui uma condição essencial do processo de exploração. Na análise de classes, a exploração (extração da mais valia) está justificada no objetivo da dominação, porém a "exploração nesse sentido não é de maneira alguma o único objetivo da dominação". A categoria dominação proporciona ampliar o foco da analise de classes que relaciona exploração econômica com o contexto social e político sob o modo de produção capitalista. A centralidade da noção de classe associada à exploração é crucial para a análise social e histórica do capitalismo. Para evitar a abordagem das "múltiplas opressões" propostas pelos autores neomarxistas. Para Miliband, a dominação permite examinar e identificar realisticamente os protagonistas da luta de classes. A classe dominante mantém sua condição de domínio na sociedade ao lançar mão do "controle efetivo sobre três fontes principais de dominação". 1. Os meios de produção, onde o controle pode envolver a propriedade desse meio; 2. Os meios da administração e coerção do estado; 3. Os principais meios para estabelecer a comunicação e o consenso. Miliband busca a compreensão das relaçõessociais existentes na sociedade moderna. Busca entender as formas de alocação da mais valia. Explicação causal e racional dos critérios de avaliação das funções dos indivíduos, das instituições e das ideias. Miliband quer fazer compreender esta complexidade contemporânea das categorias de exploração e dominação, das contribuições das mudanças capitalistas contemporâneas. Milliband expande a ideia de Marx ao dizer que não é só a exploração e a dominação que são fontes de coerção, e sim, que a categoria de controle político e econômico é essencial para entender a dominação em uma determinada sociedade. A coerção se dá no universo de capital e trabalho, capital e estado. O Estado é influenciado pelo capital, pressionado pelas classes trabalhadoras, no que se insere as relações no capitalismo, vinculada, a categoria de dominação e exploração. Existem classes sociais que exercem poder na elaboração de tomadas de decisão de políticas publicas ou privadas, definidas pelo Estado. O Estado é gestor, ele é quem dá acesso a estas classes dominantes ou dominadas. Levi-Strauss: A antropologia estrutural de Strauss pretende ser um método de entender as sociedades, que não tem história, caso das sociedades primitivas ou tribais. Strauss classifica as sociedades em duas categorias: sociedade frias ou quentes. Frias são aquelas classificadas como primitivas, sociedades fora da história que se orientam pelo modo místico de pensar. Sendo que o mito é definido como maquina de supressão do tempo. As quentes são sociedades civilizadas que movem se dentro da historia, com enfâse no progresso, estando em constante transformação tecnológica e cientifica. O autor tenta resgatar (investigar) que essas sociedades tem uma cultura singular e são também validas. Que essas culturas tem sentido. A cultura possui uma significação, um valor. Ele estuda a cultura através da captação narrativa da historia tribal. Expressões legitimas de manifestações de desejos e projeções ocultas. O mito serve para entender o funcionamento da cultura que gera o mito e o perpetua. Centraliza o debate na ideia de que existem regras estruturantes das culturas na mente humana e, assume que estas regras constroem pares de oposição para organizar o sentido Para Strauss as culturas definem se como sistemas de signos partilhados e estruturados por princípios que estabelecem o funcionamento do intelecto. Em 1949 uma obra em que analisa os aborígenes australianos, e em particular, os seus sistemas de matrimonio e parentesco. Nesta analise, o autor, demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de sangue. Busca das regras estruturantes da cultura presentes na mente humana. Teoria do parentesco/lógica do mito/classificação primitiva/distinção naturezaXcultura. Princípios de organização da mente humana: pares de oposição e códigos binários/reciprocidade. As relações humanas são guiadas por representações culturais. O sentido não é individual, mas sim coletivo. A natureza é comum ao homem/ necessidades; já a cultura é incomum ao homem/variabilidade das formas de se preencher uma necessidade. Cultura é a significação de objetos dada por meio das relações sociais e de reciprocidade (dar, receber e retribuir). A regra domina a ação individual. Dimensão diacrônica esta presente na narrativa do mito. Strauss - inconsciente coletivo, infraestrutura determina a estrutura, sistema cultural formado por signos regras etc. que governa a vida dos homens. Uma estrutura oferece um caráter de sistema que consiste em elementos simbólicos (signos, códigos, regras) tais que uma modificação qualquer de um deles, acarreta uma mudança de todos os outros. A estrutura do sistema se transforma de acordo com a dimensão temporal da vida do individuo. Por outro lado, a estrutura abstrai a dimensão temporal do eixo diacrônico, ao observar o momento determinado pela evolução do grupo social. A estrutura das relações humanas é regulada pela arbitrariedade do sistema simbólico (signos, códigos, regras). A regra implica em tornar invisível a intenção do individuo. Ele está submetido à determinação do sistema da sociedade em que vive. Análise de classes Karl Marx (1818-1883) •A sociedade de classes desenvolveu a forma antagônica de conflitos de classe mais avançada das sociedades humanas, por isso ela possibilita esclarecer as condições históricas das formas sociais anteriores. •A sociedade é constituída pela desigualdade e diferença das classes sociais, cujas relações estão vinculadas à estrutura produtiva da sociedade. •O modo de produção capitalista se caracteriza pela apropriação desigual da riqueza social, o que gera a luta de classes. Materialismo Histórico -Concebe o primado da determinação (heteronomia) causal do modo de produção da vida social na reprodução da existência do ser humano; -Em termos mais gerais, afirma a primazia do processo de trabalho, a divisão social do trabalho, no desenvolvimento da história humana; -Dá ênfase ao significado do trabalho enquanto meio de transformação da natureza e de mediação das relações humana; -Práxis social é a condição do fazer de um sujeito concreto que, ao produzir a vida humana, conhece essa como processo de reprodução ou transformação das formas de vida social e natural. Materialismo Dialético -A realidade social é uma totalidade (unidade) diferenciada e especificamente contraditória: -o conflito de contrários faz avançar a realidade num processo histórico de transformação progressiva e constante, tanto evolucionária como revolucionária. -As transformações revolucionárias ou descontínuas da realidade contraditória dão origem à emergência de novas relações entre os homens. Na concepção do materialismo dialético, a transformação da realidade deriva: 1. Do desenvolvimento das forças produtivas (quantitativo), que origina mudanças qualitativas revolucionárias (tese); 2. Da unidade dos contrários, cuja realidade concreta é contraditória (antítese); 3. Da negação da negação, conflito dos contrários, no qual um contrário nega o outro e é, por sua vez, negado por um nível superior de desenvolvimento histórico que preserva algum elemento de ambos os termos negados (síntese). A análise de classes no marxismo -Os protagonistas da luta de classes são, de um lado, os proprietários dos meios de produção e, do outro, os produtores diretos (imediatos). Esses protagonistas estão num conflito determinado na estrutura de produção da sociedade. -No processo de produção de mercadorias, os primeiros buscam extrair a maior quantidade de mais-valia possível em condições históricas dadas, ao passo que os segundos se organizam para minimizar essa quantidade e produzir sob condições de trabalho menos pesadas possíveis-relações entre proprietários e produtores é de exploração. -A categoria exploração inclui o sentido normativo, bem como o técnico para indicar “a apropriação da mais-valia e a alocação do produto excedente por pessoas sobre as quais os produtores diretos têm pouco ou nenhum controle, num processo de produção sobre o qual os produtores têm igualmente pouco ou nenhum controle” (p. 474). -Mais-valia é quantidade extra de tempo de trabalho socialmente necessário para produzir mercadorias, apropriado pelo capitalista (ibidem). -A distinção entre formações sociais escravistas e as assalariadas é a forma pela qual a mais-valia é extorquida do produtor direto. -O problema da apropriação e alocação de mais-valia é bastante mais complexa do que está formulado no conceito. -Em sociedades planificadas, o Estado exerce a função de centralidade na redistribuição de recursos advindosda apropriação de mais-valia ou da arrecadação impostos, “para propósitos como a manutenção dos jovens, dos doentes e dos velhos, o investimento para nova produção e posterior distribuição, o fornecimento de serviços coletivos etc.” (p. 474). -Ralph Miliband (1924-1994), neomarxista radicado na Inglaterra, o sustenta que o processo de dominação e subordinação de classes constitui uma condição essencial do processo de exploração. -Na análise de classes, a exploração (extração de mais-valia) está justificada no objetivo da dominação, porém “a exploração nesse sentido não é de maneira alguma o único objetivo da dominação” (p. 475). -Exemplo o patriarcado como forma de dominação tradicional (cf. WEBER) propicia aos agentes envolvidos prestígio e autoridade, portanto vantagens distintas da extração de mais-valia. -A categoria dominação proporciona ampliar o foco da análise de classes que relaciona exploração econômica com o contexto social e político sob o modo de produção capitalista. -Para o marxista Erik OlinWright (1985), a exploração justifica primordialmente a existência de opressão de uma classe sobre outra. -A centralidade da noção de classe associada à exploração é crucial para análise social e histórica do capitalismo. Para evitar a abordagem das “múltiplas opressões” propostas pelos autores neo-marxistas. Três formas de controle que integram a estrutura de dominação: -Para Miliband, a dominação permite examinar e identificar realisticamente os protagonistas da luta de classes. -A classe dominante mantém sua condição de domínio na sociedade ao lançar mão do “controle efetivo sobre três fontes principais de dominação”: 1. “os meios de produção, onde o controle pode envolver a propriedade desses meios (...)”; 2. “os meios da administração e coerção do Estado”; 3. “os principais meios para estabelecer a comunicação e o consenso” (p. 476). -O controle efetivo para fins de exploração é perfeitamente possível sem a propriedade pessoal. -Miliband critica a tese de “revolução empresarial” do sociólogo alemão Dahrendorf, a qual atribui aos altos executivos e administradores objetivos diferentes daqueles dos empresários-proprietários (p.477). -Estado e os administradores de empresas estatais extratores de mais- valia (ibidem). -“Elite do poder” de Wright Mills (1956): controle do poder corporativo e do poder estatal (p. 478-479). Estrutura social nas sociedades de capitalismo avançado. -As classes sociais não são grupos homogêneos. -“Elite do poder”: classe dominante exerce o controle corporativo e o controle estatal. Facções sociais e políticas. -Classe subordinada: estratificação com base na ocupação, habilidade, gênero, raça, etnia, religião, ideologia etc. Trabalhadores e pequena burguesia -Classe trabalhadora em declínio? (p.481) “(...) compõe-se de operários e de funcionários de escritório e seus dependentes e de uma variedade de homens e mulheres dedicados a ocupações voltadas para os serviços e distribuição” (p. 481). -São a maioria da população independentemente da consciência de seu status de “proletário”. -Pequena burguesia está posicionada entre a classe dominante e a classe trabalhadora na estrutura social (p.482). Fazem parte da população subordinada nas sociedades capitalistas avançadas. (Pequena burguesia atuante em empresas de pequeno porte -tendência direitista pronunciada; já a sub-profissional e supervisora –tendência esquerdista). -Subclasse: desempregados, trabalhadores idosos, enfermos ou inválidos etc. embora distintos da classe trabalhadora, fazem parte dela. -“Nem a mobilidade social nem as fronteiras distintas mudam o fato de que a pirâmide é uma dura, sólida realidade e de que as diferenças entre a classe situada nos níveis superiores da pirâmide e as classes situadas nos níveis inferiores são de fato muito grandes em termos de riqueza, renda, poder, responsabilidade, estilo e qualidade de vida e tudo o mais que compõe a textura da existência” (p. 483). Tarefas da análise de classes em face da estrutura e do modo de produção das sociedades capitalistas adiantadas (p. 483) 1. Identificar as distintas classes, traçar o desenho do mapa social; 2. Analisar as estruturas e os mecanismos de dominação e exploração, observando as diferentes maneiras pelas quais a mais-valia é apropriada e alocada. 3. Compreender o conflito entre classes; capital e Estado Versus trabalho, e capital versus Estado. Também pressões exercidas sobre outras classes (pequena burguesia, subclasse). -Pressão de cima para baixo: movimento “conservador” das classes dominantes, preservação da ordem social. -Formas de pressão de baixo para cima: caráter reformista e revolucionário (p. 484) -Objetivos contraditórios entre classes e facções que constituem o fato crucial da vida social (p.485). -Movimentos sociais e políticos entrelaçam as classes e fazem reagir uma à outra, embora cada qual tenha seus próprios e diferentes campos de interesse e ação (ibidem). -Luta ideológica contra-hegemônica. -Estatismo: “engenharia de consenso” (“assegurar a manutenção e a reprodução de força de trabalho eficiente, por um lado, e a atenuação das queixas e das pressões vindas de cima”) p.486. -Estatismo, também encarregado da força de coerção e repressão (monopólio da violência). -“Tchatcherismo” e “reaganismo”: estatismo neoconservador faz retroceder a empresa pública, a regulamentação da empresa privada e os serviços de previdência. É uma resposta à pressão:“de cima para baixo com a finalidade de ajudar a empresa capitalista e, por meio da erosão dos serviços de previdência social, de diminuir a independência e a flexibilidade da classe trabalhadora” (p. 486). -Reformismo: atenua a rudeza da dominação e exploração de classe (p.488) -Democracia capitalista: sistema constitucional e político. Sistema político propicia canais de participação controláveis e assegura “a rotinização” e a redução do conflito (p. 489). -Reformismo e movimento trabalhista contêm a influência da esquerda revolucionária. (p.490) Estruturalismo LÉVI-STRAUSS (1908-2009) -No período de 1935 a 1939 morou no Brasil, em São Paulo. Fez parte da primeira leva de intelectuais da denominada “missão francesa” a qual tinha por objetivo a formação de cientistas sociais, historiadores, geógrafos etc. A exemplo de Fernan Braudel, Pierre Monbeig entre outros, lecionou na recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1934) da USP. -Realizou pesquisa de campo para estudar os povos indígenas do Brasil no interior dos estados Goiás, Mato Grosso (tribos Nambiquaras e Bororos) e Paraná. -Após a 2ª Guerra Mundial, Lévi-Strauss divulgou e introduziu a teoria e metodologia do estruturalismo. Nos anos 60 e 70 do século XX, os livros de Lévi-Strauss: As estruturas elementares do parentesco (1949), Tristes Trópicos (1955), Antropologia Estrutural I (1958) e II (1973), O pensamento selvagem (1962). Diferença entre estrutura e história, estrutura e processo. -Uma estrutura oferece um caráter de sistema que consiste em elementos simbólicos (signos, códigos, regras) tais que uma modificação qualquer de um deles acarreta uma mudança de todos os outros. -A antropologia estrutural contém um arcabouço teórico e metodológico que serve para o campo da etnologia, a qual investiga o lugar que torna possível a ocorrência de manifestações humanas prescindíveis da ação do sujeito (homem). •Ou seja, os fenômenos sociais obedecem a ordens estruturais independentes de “um sujeito comprometido em seu devir histórico”, cujo processo é peculiar a temporalidade vivida pelo sujeito (Lévi Strauss, 1977, p. 218).Estrutura é bidimensional -A estrutura do sistema se transforma de acordo com a dimensão temporal da vida do indivíduo. Ou seja, com os diversos períodos da vida individual caracterizados pelas variáveis: idade, residência, estado civil, no eixo diacrônico que corre num tempo irreversível. -Por outro lado, a estrutura abstrai a dimensão temporal do eixo diacrônico, ao observar o momento determinado (no presente) da evolução do grupo social. Assim, no eixo sincrônico, as variáveis: idade, residência, status dos indivíduos são independentes da causalidade do sistema cultural, de modo que a estrutura das relações humanas é regulada pela arbitrariedade do sistema simbólico (signos, códigos, regras) comuns a determinado grupo. -A estrutura consiste no princípio da reciprocidade da ordem dos elementos binários (frio/quente, homem/mulher, cru/cozido), contrários e opostos que, ao negar um ao outro, suscitam a semelhança entre eles. -A reciprocidade para Lévi-Strauss é similar a noção do dar, receber e retribuir de Marcel Mauss. Contudo perde a idéia de ação do indivíduo, ao conceber que seguir a regra implica em tornar invisível a intenção do indivíduo. Este está submetido à determinação do sistema cultural da sociedade em que vive. Possíveis questões a serem trabalhadas: 1. Compare essa denominação do sistema de representação coletiva ou consciência coletiva que se vale do consenso normativo da linguistica de Durkheim com o principio de reciprocidade do sistema de comunicação estrutural e inconsciente. 2. Desenvolva como a análise estrutural considera os elementos das infra- estruturas inconscientes dos fenômenos culturais, como se eles relacionam num tempo que é determinado, De que forma i estruturalismo se aproxima dos pontos de vistas de Marx (determinação da infra-estrutura econômica sobre o fazer humano e Fred (poder do inconsciente). 3. O que Miliband quer dizer com o seguinte argumento na analise de classes: "a exploração (extração de mais valia) está justificada no objetivo da dominação. Justifique com exemplo. 4.Analise o contexto de emergência das formas de expressão de cima para baixo - movimento de conservação - de classes dominantes, preservação da ordem social. e de baixo para cima de caráter reformista e revolucionário. 5. Para a compreensão das lutas desencadeadas por grupos feministas, ecológicos, etc., denominados protagonistas das lutas fragmentarias e identitarias, continua sendo pertinente a analise de classe? Justifique. *Aqui, percebe-se que tem umas questões iguais as do trabalho e outras diferentes! Bom estudo a todxs!
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