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Resumão de Sociologia III

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Resumão de Sociologia III – Características 
Gerais, Sociologia: Questões e Problemas, 
Análise de Classe, Os Limites do Conceito de 
estrutura, Ensaio Sobre o Dom. 
Para a 1ª Prova que ocorrerá na próxima quinta-feira, 30 de abril de 2015, ler os textos: 
1. "Sociologia: problemas e questões", de Anthony Giddens; 
2. "Análise de Classes", de Ralph Miliband; 
3. "Os limites do conceito de estrutura", de Claude Lévi-Strauss; 
4. "Ensaio sobre o dom", de Marcel Mauss. 
 
 Domingues, M. A. 
Lucas, L. M. B. 
Ribeiro, M. T. R 
 
Características Gerais 
Sociologia - objeto: o objeto da sociologia é a sociedade, que é um grupo 
compartilhando de mesmos valores, regras, leis, etc. A sociedade é 
estruturada através das instituições que estabelecem uma base para que a 
sociedade não se desestruture. O objeto da sociologia seria estudar, 
objetivar e investigar as interações sociais produzidas pelos indivíduos que 
se situam num determinado espaço geográfico. Essas interações uma vez 
que se reproduzem, contribuem para a integração desses indivíduos num 
grupo social ou classe social. O que vai mediar essas relações é a 
linguagem, os valores (morais) compartilhados, a percepção do outro 
individuo como igual em direito, mas diferente entre si, a busca de 
oportunidades (escola, emprego, sobrevivência, lazer...), os padrões de 
conduta (maneira de agir dos indivíduos) que se transformam em regras 
de comportamento na sociedade. O que possibilita a existência da 
sociedade são as interações entre os indivíduos que resultam num padrão 
de conduta, valores, comportamentos, que irão ser compartilhados por 
todos - ou pela maioria. A sociologia também se ocupa em entender as 
relações sociais, as relações de grupos e classes sociais, e as relações e 
interações entre grupos diferentes, que produzem novas relações e as 
reproduzem. Com isso, temos as praticas sociais, que são definidas pelas 
relações entre grupos sociais diferentes, que forma as instituições, que 
são espaços onde as praticas sociais existem (acontecem) e essas práticas 
significam "relações" dos grupos sociais. A sociedade é um sistema de 
modos institucionalizados de conduta. "O fazer humano envolve uma 
pratica continua de reconstrução social. A padronização dos sistemas 
sociais compreende a repetição ativa de formas particulares de conduta 
dos indivíduos em tempo e lugares distintos" (GIDDENS). Nesses termos, a 
língua é uma forma institucionalizada de conduta social referida à 
modalidade de crença e comportamento que se reproduz socialmente ao 
longo do tempo e espaço. Ela é uma propriedade fundamental da vida 
social por ser a mediação simbólica (conceitos, significados e significantes, 
gestos, atitudes, por exemplo) que viabiliza a interação dos indivíduos. 
 
Teoria Social: 
Estudo sistemático de um objeto empírico no campo das ciências sociais. 
O objeto de estudo das ciências sociais compreende transformar uma 
questão social em problema sociológico. Isso significa que as condições de 
existência do comportamento e as instituições humanas são entendidas 
pela maneira de como são conceituadas as práticas sociais. 
 
Imaginação sociológica: 
Várias formas de sensibilidade que se mostram indispensáveis à analise 
sociológica: sensibilidade histórica, antropológica, econômica e critica. 
Capacidade de passar de uma perspectiva para outra. Na análise 
sociológica do fazer social, a consciência histórica nos integra ao que a 
história da sociedade é e ao que pode vir a ser. A imaginação sociológica 
reconstituiu as formas de vida social que foram erradicadas, bem como as 
formas históricas ainda encravadas na sociedade do presente. O estudo 
das formas históricas persistem na sociedade do presente leva o sujeito 
do conhecimento a elaborar uma leitura comparativa e diferencial da 
estrutura social. No movimento do tempo e espaço sincrônico para o 
diacrônico e vice-versa. A totalidade é constituída por múltiplas 
determinações das ações e relações sociais em tempos e espaços distintos 
e simultâneos. Para MILLS a noção está nas relações da sua biografia 
(individual) e da história (social) onde o individuo se liberta das instâncias 
da vida privada e se percebe como agente histórico, sendo a capacidade 
do sociólogo perceber as relações existentes na sociedade. 
Durkheim: 
Os fatos sociais não se confundem com fenômenos orgânicos (vida 
natural), pois consistem em representações (regras jurídicas, morais, 
provérbios populares, fatos da estrutura social) de ações coletivas; nem 
com fenômenos psíquicos, que não existem senão na consciência 
individual e por meio dela. 
 
Karl Marx: 
Inicialmente integração entre homem e natureza, É sempre o ambiente 
dotado de matérias-primas (vegetais, água, etc.). O homem para 
sobreviver vai ocupando o espaço natural e se apropriando das matérias 
primas, transformando esses recursos para manter seu sistema de vida. Aí 
se estabelece a primeira interação do homem se apropriando da natureza 
para sobreviver. Em outro momento esses homens interagem e criam um 
sistema de produção (caça, pesca, agricultura) para seus respectivos 
sustentos em sociedade. E, para isso, se organizam através de linguagem, 
gestos, percepções, criando formas de convivência, e também criando 
suas representações de mundo. Nas sociedades mais modernas, criam-se 
as classes sociais que vão formar as ideologias (conjunto de ideias, valores, 
representações). Vão ser sistematizadas para as classes dominantes, para 
uma superestrutura (política, jurídica e ideológica) e contribuirão para 
formar o modo de produção na sociedade. Isso contribui para formar uma 
ideologia de classe dominante e de domínio da sociedade. Estrutura e 
superestrutura. A sociedade está estruturada por dois patamares 
produzidos pelo modo de produção e o sistema de relações sociais que 
imprimem da base da sociedade e faz elevar a superestrutura, que, por 
fim, vai determinar as relações sociais. A sociedade de classes é a forma 
antagônica mais desenvolvida das sociedades humanas, por isso ela 
possibilita esclarecer as condições históricas das formas sociais anteriores. 
A sociedade é constituída pela desigualdade e diferença das classes 
sociais, cuja relação esta vinculada à estrutura produtiva de cada 
sociedade. O modelo de produção capitalista se caracteriza pela 
apropriação desigual da riqueza social, o que gera a luta de classes. 
Pensar aqui mais valia- conceito 
Luta de classes 
Para pensar no Miliband.... ele sendo um pós marxista! 
 Ralph Miliband: 
Neomarxista radicado na Inglaterra, sustenta que o processo de 
dominação e subordinação de classes constitui uma condição essencial do 
processo de exploração. Na análise de classes, a exploração (extração da 
mais valia) está justificada no objetivo da dominação, porém a 
"exploração nesse sentido não é de maneira alguma o único objetivo da 
dominação". A categoria dominação proporciona ampliar o foco da analise 
de classes que relaciona exploração econômica com o contexto social e 
político sob o modo de produção capitalista. A centralidade da noção de 
classe associada à exploração é crucial para a análise social e histórica do 
capitalismo. Para evitar a abordagem das "múltiplas opressões" propostas 
pelos autores neomarxistas. Para Miliband, a dominação permite 
examinar e identificar realisticamente os protagonistas da luta de classes. 
A classe dominante mantém sua condição de domínio na sociedade ao 
lançar mão do "controle efetivo sobre três fontes principais de 
dominação". 
 1. Os meios de produção, onde o controle pode envolver a propriedade 
desse meio; 
2. Os meios da administração e coerção do estado; 
 3. Os principais meios para estabelecer a comunicação e o consenso. 
Miliband busca a compreensão das relaçõessociais existentes na 
sociedade moderna. Busca entender as formas de alocação da mais valia. 
Explicação causal e racional dos critérios de avaliação das funções dos 
indivíduos, das instituições e das ideias. Miliband quer fazer compreender 
esta complexidade contemporânea das categorias de exploração e 
dominação, das contribuições das mudanças capitalistas contemporâneas. 
Milliband expande a ideia de Marx ao dizer que não é só a exploração e a 
dominação que são fontes de coerção, e sim, que a categoria de controle 
político e econômico é essencial para entender a dominação em uma 
determinada sociedade. A coerção se dá no universo de capital e trabalho, 
capital e estado. O Estado é influenciado pelo capital, pressionado pelas 
classes trabalhadoras, no que se insere as relações no capitalismo, 
vinculada, a categoria de dominação e exploração. Existem classes sociais 
que exercem poder na elaboração de tomadas de decisão de políticas 
publicas ou privadas, definidas pelo Estado. O Estado é gestor, ele é quem 
dá acesso a estas classes dominantes ou dominadas. 
 
 
 
Levi-Strauss: 
 
A antropologia estrutural de Strauss pretende ser um método de entender 
as sociedades, que não tem história, caso das sociedades primitivas ou 
tribais. Strauss classifica as sociedades em duas categorias: sociedade frias 
ou quentes. Frias são aquelas classificadas como primitivas, sociedades 
fora da história que se orientam pelo modo místico de pensar. Sendo que 
o mito é definido como maquina de supressão do tempo. As quentes são 
sociedades civilizadas que movem se dentro da historia, com enfâse no 
progresso, estando em constante transformação tecnológica e cientifica. 
O autor tenta resgatar (investigar) que essas sociedades tem uma cultura 
singular e são também validas. Que essas culturas tem sentido. A cultura 
possui uma significação, um valor. Ele estuda a cultura através da 
captação narrativa da historia tribal. Expressões legitimas de 
manifestações de desejos e projeções ocultas. O mito serve para entender 
o funcionamento da cultura que gera o mito e o perpetua. Centraliza o 
debate na ideia de que existem regras estruturantes das culturas na 
mente humana e, assume que estas regras constroem pares de oposição 
para organizar o sentido Para Strauss as culturas definem se como 
sistemas de signos partilhados e estruturados por princípios que 
estabelecem o funcionamento do intelecto. Em 1949 uma obra em que 
analisa os aborígenes australianos, e em particular, os seus sistemas de 
matrimonio e parentesco. Nesta analise, o autor, demonstra que as 
alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de 
sangue. Busca das regras estruturantes da cultura presentes na mente 
humana. Teoria do parentesco/lógica do mito/classificação 
primitiva/distinção naturezaXcultura. Princípios de organização da mente 
humana: pares de oposição e códigos binários/reciprocidade. As relações 
humanas são guiadas por representações culturais. O sentido não é 
individual, mas sim coletivo. A natureza é comum ao homem/ 
necessidades; já a cultura é incomum ao homem/variabilidade das formas 
de se preencher uma necessidade. Cultura é a significação de objetos dada 
por meio das relações sociais e de reciprocidade (dar, receber e retribuir). 
A regra domina a ação individual. Dimensão diacrônica esta presente na 
narrativa do mito. Strauss - inconsciente coletivo, infraestrutura 
determina a estrutura, sistema cultural formado por signos regras etc. que 
governa a vida dos homens. Uma estrutura oferece um caráter de sistema 
que consiste em elementos simbólicos (signos, códigos, regras) tais que 
uma modificação qualquer de um deles, acarreta uma mudança de todos 
os outros. A estrutura do sistema se transforma de acordo com a 
dimensão temporal da vida do individuo. Por outro lado, a estrutura 
abstrai a dimensão temporal do eixo diacrônico, ao observar o momento 
determinado pela evolução do grupo social. A estrutura das relações 
humanas é regulada pela arbitrariedade do sistema simbólico (signos, 
códigos, regras). A regra implica em tornar invisível a intenção do 
individuo. Ele está submetido à determinação do sistema da sociedade em 
que vive. 
Análise de classes 
Karl Marx (1818-1883) 
•A sociedade de classes desenvolveu a forma antagônica de conflitos de 
classe mais avançada das sociedades humanas, por isso ela possibilita 
esclarecer as condições históricas das formas sociais anteriores. 
•A sociedade é constituída pela desigualdade e diferença das classes 
sociais, cujas relações estão vinculadas à estrutura produtiva da 
sociedade. 
•O modo de produção capitalista se caracteriza pela apropriação desigual 
da riqueza social, o que gera a luta de classes. 
 
Materialismo Histórico 
-Concebe o primado da determinação (heteronomia) causal do modo de 
produção da vida social na reprodução da existência do ser humano; 
 
-Em termos mais gerais, afirma a primazia do processo de trabalho, a 
divisão social do trabalho, no desenvolvimento da história humana; 
 
-Dá ênfase ao significado do trabalho enquanto meio de transformação da 
natureza e de mediação das relações humana; 
 
-Práxis social é a condição do fazer de um sujeito concreto que, ao 
produzir a vida humana, conhece essa como processo de reprodução ou 
transformação das formas de vida social e natural. 
 
Materialismo Dialético 
-A realidade social é uma totalidade (unidade) diferenciada e 
especificamente contraditória: 
 
-o conflito de contrários faz avançar a realidade num processo histórico de 
transformação progressiva e constante, tanto evolucionária como 
revolucionária. 
 
-As transformações revolucionárias ou descontínuas da realidade 
contraditória dão origem à emergência de novas relações entre os 
homens. 
 
Na concepção do materialismo dialético, a transformação da realidade 
deriva: 
1. Do desenvolvimento das forças produtivas (quantitativo), que origina 
mudanças qualitativas revolucionárias (tese); 
2. Da unidade dos contrários, cuja realidade concreta é contraditória 
(antítese); 
3. Da negação da negação, conflito dos contrários, no qual um contrário 
nega o outro e é, por sua vez, negado por um nível superior de 
desenvolvimento histórico que preserva algum elemento de ambos os 
termos negados 
(síntese). 
 
A análise de classes no marxismo 
-Os protagonistas da luta de classes são, de um lado, os proprietários dos 
meios de produção e, do outro, os produtores diretos (imediatos). Esses 
protagonistas estão num conflito determinado na estrutura de produção 
da sociedade. 
 
-No processo de produção de mercadorias, os primeiros buscam extrair a 
maior quantidade de mais-valia possível em condições históricas dadas, ao 
passo que os segundos se organizam para minimizar essa quantidade e 
produzir sob condições de trabalho menos pesadas possíveis-relações 
entre proprietários e produtores é de exploração. 
 
-A categoria exploração inclui o sentido normativo, bem como o técnico 
para indicar “a apropriação da mais-valia e a alocação do produto 
excedente por pessoas sobre as quais os produtores diretos têm pouco ou 
nenhum controle, num processo de produção sobre o qual os produtores 
têm igualmente pouco ou nenhum controle” (p. 474). 
 
-Mais-valia é quantidade extra de tempo de trabalho socialmente 
necessário para produzir mercadorias, apropriado pelo capitalista 
(ibidem). 
 
-A distinção entre formações sociais escravistas e as assalariadas é a forma 
pela qual a mais-valia é extorquida do produtor direto. 
 
-O problema da apropriação e alocação de mais-valia é bastante mais 
complexa do que está formulado no conceito. 
 
-Em sociedades planificadas, o Estado exerce a função de centralidade na 
redistribuição de recursos advindosda apropriação de mais-valia ou da 
arrecadação impostos, “para propósitos como a manutenção dos jovens, 
dos doentes e dos velhos, o investimento para nova produção e posterior 
distribuição, o fornecimento de serviços coletivos etc.” (p. 474). 
 
-Ralph Miliband (1924-1994), neomarxista radicado na Inglaterra, o 
sustenta que o processo de dominação e subordinação de classes constitui 
uma condição essencial do processo de exploração. 
 
-Na análise de classes, a exploração (extração de mais-valia) está 
justificada no objetivo da dominação, porém “a exploração nesse sentido 
não é de maneira alguma o único objetivo da dominação” (p. 475). 
 
-Exemplo o patriarcado como forma de dominação tradicional (cf. WEBER) 
propicia aos agentes envolvidos prestígio e autoridade, portanto 
vantagens distintas da extração de mais-valia. 
 
-A categoria dominação proporciona ampliar o foco da análise de classes 
que relaciona exploração econômica com o contexto social e político sob o 
modo de produção capitalista. 
 
-Para o marxista Erik OlinWright (1985), a exploração justifica 
primordialmente a existência de opressão de uma classe sobre outra. 
 
-A centralidade da noção de classe associada à exploração é crucial para 
análise social e histórica do capitalismo. Para evitar a abordagem das 
“múltiplas opressões” propostas pelos autores neo-marxistas. 
 
Três formas de controle que integram a estrutura de dominação: 
-Para Miliband, a dominação permite examinar e identificar 
realisticamente os protagonistas da luta de classes. 
 
-A classe dominante mantém sua condição de domínio na sociedade ao 
lançar mão do “controle efetivo sobre três fontes principais de 
dominação”: 
1. “os meios de produção, onde o controle pode envolver a propriedade 
desses meios (...)”; 
2. “os meios da administração e coerção do Estado”; 
3. “os principais meios para estabelecer a comunicação e o consenso” (p. 
476). 
 
-O controle efetivo para fins de exploração é perfeitamente possível sem a 
propriedade pessoal. 
 
-Miliband critica a tese de “revolução empresarial” do sociólogo alemão 
Dahrendorf, a qual atribui aos altos executivos e administradores 
objetivos diferentes daqueles dos empresários-proprietários (p.477). 
 
-Estado e os administradores de empresas estatais extratores de mais-
valia (ibidem). 
 
-“Elite do poder” de Wright Mills (1956): controle do poder corporativo e 
do poder estatal (p. 478-479). 
Estrutura social nas sociedades de capitalismo avançado. 
 
-As classes sociais não são grupos homogêneos. 
 
-“Elite do poder”: classe dominante exerce o controle corporativo e o 
controle estatal. Facções sociais e políticas. 
 
-Classe subordinada: estratificação com base na ocupação, habilidade, 
gênero, raça, etnia, religião, ideologia etc. Trabalhadores e pequena 
burguesia 
 
-Classe trabalhadora em declínio? (p.481) 
“(...) compõe-se de operários e de funcionários de escritório e seus 
dependentes e de uma variedade de homens e mulheres dedicados a 
ocupações voltadas para os serviços e distribuição” (p. 481). 
 
-São a maioria da população independentemente da consciência de seu 
status de “proletário”. 
 
-Pequena burguesia está posicionada entre a classe dominante e a classe 
trabalhadora na estrutura social (p.482). Fazem parte da população 
subordinada nas sociedades capitalistas avançadas. (Pequena burguesia 
atuante em empresas de pequeno porte -tendência direitista 
pronunciada; já a sub-profissional e supervisora –tendência esquerdista). 
 
-Subclasse: desempregados, trabalhadores idosos, enfermos ou inválidos 
etc. embora distintos da classe trabalhadora, fazem parte dela. 
 
-“Nem a mobilidade social nem as fronteiras distintas mudam o fato de 
que a pirâmide é uma dura, sólida realidade e de que as diferenças entre a 
classe situada nos níveis superiores da pirâmide e as classes situadas 
nos níveis inferiores são de fato muito grandes em termos de riqueza, 
renda, poder, responsabilidade, estilo e qualidade de vida e tudo o mais 
que compõe a textura da existência” (p. 483). 
 
Tarefas da análise de classes em face da estrutura e do modo de 
produção das sociedades capitalistas adiantadas (p. 483) 
1. Identificar as distintas classes, traçar o desenho do mapa social; 
2. Analisar as estruturas e os mecanismos de dominação e exploração, 
observando as diferentes maneiras pelas quais a mais-valia é apropriada e 
alocada. 
3. Compreender o conflito entre classes; capital e Estado 
Versus trabalho, e capital versus Estado. Também pressões exercidas sobre 
outras classes (pequena burguesia, subclasse). 
 
-Pressão de cima para baixo: movimento “conservador” das classes 
dominantes, preservação da ordem social. 
 
-Formas de pressão de baixo para cima: caráter reformista e 
revolucionário (p. 484) 
 
-Objetivos contraditórios entre classes e facções que constituem o fato 
crucial da vida social (p.485). 
 
-Movimentos sociais e políticos entrelaçam as classes e fazem reagir uma 
à outra, embora cada qual tenha seus próprios e diferentes campos de 
interesse e ação (ibidem). 
 
-Luta ideológica contra-hegemônica. 
 
-Estatismo: “engenharia de consenso” (“assegurar a manutenção e a 
reprodução de força de trabalho eficiente, por um lado, e a atenuação das 
queixas e das pressões vindas de cima”) p.486. 
 
-Estatismo, também encarregado da força de coerção e repressão 
(monopólio da violência). 
 
-“Tchatcherismo” e “reaganismo”: estatismo neoconservador faz 
retroceder a empresa pública, a regulamentação da empresa privada e os 
serviços de previdência. É uma resposta à pressão:“de cima para baixo 
com a finalidade de ajudar a empresa capitalista e, por meio da erosão 
dos serviços de previdência social, de diminuir a independência e a 
flexibilidade da classe trabalhadora” 
(p. 486). 
 
-Reformismo: atenua a rudeza da dominação e exploração de classe 
(p.488) 
 
-Democracia capitalista: sistema constitucional e político. Sistema político 
propicia canais de participação controláveis e assegura “a rotinização” e a 
redução do conflito (p. 489). 
 
-Reformismo e movimento trabalhista contêm a influência da esquerda 
revolucionária. (p.490) 
 
 
Estruturalismo 
 
LÉVI-STRAUSS (1908-2009) 
-No período de 1935 a 1939 morou no Brasil, em São Paulo. Fez parte da 
primeira leva de intelectuais da denominada “missão francesa” a qual 
tinha por objetivo a formação de cientistas sociais, historiadores, 
geógrafos etc. A exemplo de Fernan Braudel, Pierre Monbeig entre outros, 
lecionou na recém criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1934) 
da USP. 
 
-Realizou pesquisa de campo para estudar os povos indígenas do Brasil no 
interior dos estados Goiás, Mato Grosso (tribos Nambiquaras e Bororos) e 
Paraná. 
 
-Após a 2ª Guerra Mundial, Lévi-Strauss divulgou e introduziu a teoria e 
metodologia do estruturalismo. Nos anos 60 e 70 do século XX, os livros 
de Lévi-Strauss: As estruturas elementares do parentesco (1949), Tristes 
Trópicos (1955), Antropologia Estrutural I (1958) e II (1973), O 
pensamento selvagem (1962). 
 
 
Diferença entre estrutura e história, estrutura e processo. 
-Uma estrutura oferece um caráter de sistema que consiste em elementos 
simbólicos (signos, códigos, regras) tais que uma modificação qualquer de 
um deles acarreta uma mudança de todos os outros. 
 
-A antropologia estrutural contém um arcabouço teórico e metodológico 
que serve para o campo da etnologia, a qual investiga o lugar que torna 
possível a ocorrência de manifestações humanas prescindíveis da ação do 
sujeito (homem). 
 
•Ou seja, os fenômenos sociais obedecem a ordens estruturais 
independentes de “um sujeito comprometido em seu devir histórico”, 
cujo processo é peculiar a temporalidade vivida pelo sujeito (Lévi Strauss, 
1977, p. 218).Estrutura é bidimensional 
-A estrutura do sistema se transforma de acordo com a dimensão 
temporal da vida do indivíduo. Ou seja, com os diversos períodos da vida 
individual caracterizados pelas variáveis: idade, residência, estado civil, no 
eixo diacrônico que corre num tempo irreversível. 
-Por outro lado, a estrutura abstrai a dimensão temporal do eixo 
diacrônico, ao observar o momento determinado (no presente) da 
evolução do grupo social. 
 
Assim, no eixo sincrônico, as variáveis: idade, residência, status dos 
indivíduos são independentes da causalidade do sistema cultural, de 
modo que a estrutura das relações humanas é regulada pela 
arbitrariedade do sistema simbólico (signos, códigos, regras) comuns a 
determinado grupo. 
 
-A estrutura consiste no princípio da reciprocidade da ordem dos 
elementos binários (frio/quente, homem/mulher, cru/cozido), contrários 
e opostos que, ao negar um ao outro, suscitam a semelhança entre eles. 
-A reciprocidade para Lévi-Strauss é similar a noção do dar, receber e 
retribuir de Marcel Mauss. Contudo perde a idéia de ação do indivíduo, ao 
conceber que seguir a regra implica em tornar invisível a intenção do 
indivíduo. Este está submetido à determinação do sistema cultural da 
sociedade em que vive. 
 
 
 
Possíveis questões a serem trabalhadas: 
1. Compare essa denominação do sistema de representação coletiva ou 
consciência coletiva que se vale do consenso normativo da linguistica de 
Durkheim com o principio de reciprocidade do sistema de comunicação 
estrutural e inconsciente. 
2. Desenvolva como a análise estrutural considera os elementos das infra-
estruturas inconscientes dos fenômenos culturais, como se eles relacionam num 
tempo que é determinado, De que forma i estruturalismo se aproxima dos 
pontos de vistas de Marx (determinação da infra-estrutura econômica sobre o 
fazer humano e Fred (poder do inconsciente). 
3. O que Miliband quer dizer com o seguinte argumento na analise de classes: 
"a exploração (extração de mais valia) está justificada no objetivo da 
dominação. Justifique com exemplo. 
4.Analise o contexto de emergência das formas de expressão de cima para 
baixo - movimento de conservação - de classes dominantes, preservação da 
ordem social. e de baixo para cima de caráter reformista e revolucionário. 
5. Para a compreensão das lutas desencadeadas por grupos feministas, 
ecológicos, etc., denominados protagonistas das lutas fragmentarias e 
identitarias, continua sendo pertinente a analise de classe? Justifique. 
*Aqui, percebe-se que tem umas questões iguais as do trabalho e outras 
diferentes! 
 
 
 
 
 
 
Bom estudo a todxs!

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