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Direito Administrativo - Lidiane Coutinho

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0146/2/18-Gil 
CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS 
 
ÍNDICE: 
Capítulo 1 – Direito Administrativo...................................................................................................02 
Capítulo 2 – Princípios da Administração Pública..............................................................................04 
Capítulo 3 – Organização da Administração Pública.........................................................................16 
Capítulo 4 – Poderes Administrativos..............................................................................................37 
Capítulo 5 – Atos Administrativos....................................................................................................52 
Capítulo 6 – Controle da Administração Pública...............................................................................74 
Capítulo 7 – Responsabilidade da Administração Pública ................................................................83 
Capítulo 8 – Serviços Públicos .....................................................................................................95 
Capítulo 9 – Legislação- Constituição Federal- Arts. 37 a 42 .......................................................108 
Capítulo 10 – Questões de Concursos................................................................................................113 
 
CAPÍTULO 1 – DIREITO ADMINISTRATIVO 
1.1 – Origem do Direito Administrativo 
1.2 – Objeto e Conceito do Direito Administrativo 
1.3 - Fontes do Direito Administrativo 
1.4 – Administração Pública 
1.5 – Federação 
1.6 – Separação dos Poderes 
 
CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
2.1 – Princípio da Supremacia do Interesse Público 
2.2 – Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
2.3 – Princípio da Legalidade 
2.4 – Princípio da Moralidade 
2.5 – Princípio da Impessoalidade 
2.6 – Princípio da Publicidade 
2.7 – Princípio da Eficiência 
2.8 – Princípio da Isonomia 
2.9 – Princípio da Vinculação ao Poder Judiciário 
2.10 – Outros Princípios 
 
CAPÍTULO 3 – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
3.1 – Áreas de atuação do Estado 
3.2 – Administração Pública Direta e Indireta 
3.3 – Órgãos Públicos 
3.4 – Autarquias 
3.5 – Fundações 
3.6 – Empresas Públicas 
3.7 – Sociedades de Economia Mista 
3.8 – Consórcio Público 
3.9 – Agências 
3.10 – Entidades Paraestatais 
 
CAPÍTULO 4 – PODERES ADMINISTRATIVOS 
4.1 – Instrumentalidade 
4.2 – Abuso do Poder 
4.3 – Poder Vinculado 
4.4 – Poder Discricionário 
4.5 – Poder Hierárquico 
4.6 – Poder Disciplinar 
4.7 – Poder Regulamentar 
4.8 - Poder de Polícia 
 
CAPÍTULO 5 – ATO ADMINISTRATIVO 
5.1 – Ato da Administração e Ato Administrativo 
5.2 – Atributos 
5.3 – Elementos 
5.4 – Classificação 
5.5 – Espécies 
5.6 – Extinção 
 
CAPÍTULO 9– CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
10.1 – Controle Administrativo 
10.2 – Controle Jurisidicional 
10.3 – Controle Legislativo 
 
CAPÍTULO 10 – RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
9.1 – Evolução 
9.2 – Irresponsabilidade 
9.3 – Responsabilidade Subjetiva 
9.4 – Responsabilidade Objetiva 
9.5 – Responsabilidade por Ação 
9.6 – Responsabilidade por Omissão 
 
CAPÍTULO 11 – SERVIÇOS PÚBLICOS 
Capítulo 12 – LEGISLAÇÃO- CONSTITUIÇÃO FEDERAL- 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Capítulo 13 - QUESTÕES DE CONCURSOS 
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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0146/2/18-Gil 
– Capítulo 1 – 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1.1) ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
O Direito Administrativo, como ramo autônomo do direito, 
começa a se organizar no final do século XVIII e início do 
século XIX, com as revoluções liberais desse período, 
particularmente a Revolução Francesa. Antes, os estados 
europeus eram monarquias absolutas e, evidentemente, 
referidos estados não se submetiam às regras jurídicas, 
posto que, os monarcas concentravam em suas mãos todos 
os poderes e, consequentemente, jamais se submeteriam a 
um regime jurídico-administrativo. 
Após a Revolução Francesa, com o surgimento do 
constitucionalismo, do princípio da Legalidade e da 
Separação dos Poderes, começam a surgir normas 
administrativas, que, mais tarde, seriam estudadas de 
forma mais harmônica, organizando-se como um ramo 
específico do direito. 
Inicialmente, não se pode falar em Direito Administrativo 
como um ramo próprio do direito, posto que, existiam leis 
que cuidavam da matéria administrativa, porém estas leis 
eram esparsas, inexistindo uma sistematização entre as 
mesmas. Eram estudadas de acordo com os princípios do 
Direito Civil. 
O Direito Civil disciplinava as matérias, que atualmente são 
estudadas pelo Direito Administrativo. No Brasil, ainda hoje 
o Código Civil, por exemplo, classifica bens públicos, em seu 
art. 99. 
Posteriormente, em função das novas funções assumidas 
pelo Estado, aumentando a complexidade da sua estrutura 
organizacional, o Direito Civil não consegue mais disciplinar 
as novas relações jurídico-administrativas, surgindo a 
necessidade da organização de um novo ramo do Direito, 
que seria o Direito Administrativo. 
No final do século XIX e início do século XX, com o 
surgimento do Estado Social, que veio substituir o Estado 
Liberal, prevalente nos séculos XVIII e XIX, o Direito 
Administrativo ganha um impulso extraordinário, pela 
necessidade de conferir ao Estado poderes até então 
inexistentes, tornando-se definitivamente um ramo próprio 
do direito, com regras sistematizadas, com princípios 
próprios e com uma hermenêutica própria. 
 
1.2) OBJETO E CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
O Direito Administrativo disciplina as relações entre os 
diversos entes e órgãos estatais, assim como a relação 
destes com os particulares, sempre buscando a realização 
do interesse público. Na relação com os particulares, o 
Estado sempre terá prerrogativas, posto que sempre busca 
a realização do interesse público e, muitas vezes, para 
realizá-lo, terá que restringir a esfera individual dos 
particulares. Ex.: multa de trânsito aplicada em decorrência 
do poder de polícia do Estado, fechamento de 
estabelecimentos comerciais que desobedecem as normas 
sanitárias, concessão de licenças para construir, 
desapropriação, dentre outras. 
Hely Lopes Meireles afirma que o Direito Administrativo 
Brasileiro “sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”(Direito 
Administrativo Brasileiro, 28ª ed., São Paulo: Editora 
Malheiros, 2003, p. 38). 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que: Direito 
Administrativo é “o ramo do direito público que tem por 
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas 
administrativas que integram a Administração Pública, a 
atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de 
que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza 
pública.” (Direito Administrativo, 19º ed, São Paulo: Editora 
Atlas, 2006, p. 66). 
José dos Santos Carvalho Filho afirma que o Direito 
Administrativo é “o conjuntode normas e princípios que, 
visando sempre ao interesse público, regem as relações 
jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e 
as coletividades a que devem servir.” (Manual de Direito 
Administrativo, 15ª ed., Rio de Janeiro: Lúmen Júris Editora, 
2006, p. 07). 
Celso Antônio Bandeira de Mello define o Direito 
Administrativo como “o ramo do direito público que 
disciplina a função administrativa e os órgãos que a 
exercem.” (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed., São 
Paulo, Editora Malheiros, 2006, p. 37). 
Pode-se conceituar o Direito Administrativo como o ramo 
do direito público que disciplina o conjunto de regras e 
princípios jurídicos, visando a realização do interesse 
público, aplicáveis às relações entre os diversos órgãos e 
entes estatais com os particulares e a coletividade em geral. 
 
1.3) FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
A Constituição Federal apresenta-se como a fonte 
primordial do Direito Administrativo, porque nela estão 
disciplinadas as principais regras e princípios que 
estruturam e disciplinam o Estado. A Lei aparece como uma 
das principais fontes, posto que no Direito Administrativo o 
Princípio da Legalidade tem uma presença muito forte, na 
medida em que o agente público só pode fazer aquilo que a 
lei previamente lhe autoriza que o faça. 
A doutrina, a jurisprudência e os costumes diários são 
outras fontes do Direito Administrativo na aplicação e 
interpretação dos diversos atos praticados pelo Estado, 
exercendo a função administrativa. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano 
 
 
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OS: 0146/2/18-Gil 
1.4) A EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A expressão Administração Pública é usada pela doutrina 
administrativa em dois sentidos básicos: um, subjetivo, 
formal ou orgânico e o outro, material, objetivo ou 
funcional. 
Na acepção subjetiva, compreende todos os órgãos e entes 
que integram a Administração Pública, ou seja, 
corresponde a toda a estrutura administrativa do estado, 
englobando autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista e consórcios públicos, além 
dos diversos órgãos que integram o Estado e na acepção 
objetiva compreende a própria atividade administrativa, ou 
seja, a própria função administrativa, compreendendo a 
prática dos atos administrativos. 
 
1.5) FEDERAÇÃO 
A Teoria Geral do Estado costuma classificar o Estado de 
diversas formas. Uma das classificações (forma de Estado) 
subdivide o Estado em Estados Unitários ou Federativos, 
difereciando-se basicamente pela centralização ou não do 
poder estatal. No Estado Federativo, o poder não está 
centralizado numa única instância, mas, sim, em várias 
esferas de poder. No Brasil, integram a Federação a União 
Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (art. 
18 da Constituição Federal). No Estado Unitário, o poder 
está centralizado numa única instância de governo. Os 
Estados que têm uma grande dimensão territorial 
geralmente são estados federativos. 
Os entes integrantes da Federação possuem eleições 
próprias, competência administrativa própria para a 
prestação de serviços públicos, autonomia administrativa e 
competência tributária própria, dentre outras 
características, o que demonstra a autonomia de tais entes. 
No Brasil, o princípio federativo está inserido no rol de 
cláusulas pétreas, previsto no art. 60, paraágrafo 4º da 
Constituição Federal. 
 
1.6) SEPARAÇÃO DOS PODERES 
A Separação dos Poderes, prevista expressamente no art. 2º 
da Constituição Federal, representa uma das maiores 
contribuições da Revolução Francesa no final do século 
XVIII. Implica na limitação dos poderes estatais, 
entregando-se a órgãos distintos as três principais funções 
estatais de administrar, julgar e legislar. O gênio político 
francês de Montesquieu sistematizou esta teoria no famoso 
livro: “O espírito das Leis”. 
Esta separação absoluta, que prevaleceu inicialmente, não 
existe mais, posto que, atualmente, fala-se mais em 
separação de funções, entregando-se a órgãos diferentes 
funções distintas. No entanto, estes mesmos órgãos, além 
das funções que lhes são próprias (funções típicas), 
exercem funções de outros órgãos (funções atípicas), ou 
seja, o Poder Judiciário, essencialmente julga, mas também 
exerce funções de outros poderes, quando expressamente 
autorizado pelo texto constitucional. 
Desta forma, a função administrativa não é exclusiva do 
Poder Executivo. Os outros poderes (Judiciário e Legislativo) 
também exercem função administrativa. Quando um 
Tribunal de Justiça promove um juiz de uma comarca para 
outra, pratica ato administrativo, e, não, função 
jurisdicional. Quando a Câmara dos Deputados realiza uma 
licitação pratica inúmeros atos administrativos. O exercício 
de funções administrativas pelos Poderes Legislativo e 
Judiciário é essencial para que preservem maior 
independência no exercício de suas funções típicas de 
legislar e de julgar. 
Sendo assim, não se deve restringir a função administrativa 
apenas ao Poder Executivo, posto que os Poderes 
Legislativo e Judiciário também exercem função 
administrativa. 
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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS 
| Apostila 2018 – Profa. Lidiane Coutinho e Prof. Giuliano 
 
 
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OS: 0146/2/18-Gil 
– Capítulo 2 – 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
2.1) ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL 
As modernas Constituições dos países ocidentais, 
principalmente após a Segunda Guerra Mundial, período 
em que a legalidade estrita serviu de esteio a um dos piores 
períodos da história do homem ocidental, em que inúmeros 
absurdos foram praticados sob o argumento de 
cumprimento à lei, passaram a consagrar a existência de 
direitos que seriam fundamentais à pessoa humana, 
introduzindo-os em seus textos. Afasta-se assim de um 
apego formal e “cego” à lei, para a consagração de uma 
pauta mínima de direitos fundamentais, que não podem 
jamais ser afastados, sob a alegativa de obediência à lei, 
posto que, estas é que devem obediência àqueles. Os 
direitos fundamentais é que condicionamtodo o 
ordenamento jurídico. 
É corrente hoje na moderna teoria do Direito Constitucional 
a distinção entre normas que são regras e normas que são 
princípios, distinção esta brilhantemente realizada por 
Ronald Dworkin e Robert Alexy. Desta forma, os princípios 
jurídicos foram “normatizados”, sendo uma das espécies de 
norma, ao lado das regras, que antes eram confundidas 
com o próprio conceito de norma. Hodiernamente, nada 
mais são do que uma de suas espécies. 
Os modernos textos constitucionais, de forma crescente, 
consagram uma grande quantidade de princípios em seus 
textos, positivando-os, princípios estes consagradores de 
direitos fundamentais. Assim nos ensina Paulo Bonavides1, 
ao comentar a evolução histórica da juridicidade dos 
princípios: “A terceira fase, enfim, é a do pós-positivismo, 
que corresponde aos grandes momentos constituintes das 
últimas décadas deste século. As novas Constituições 
promulgadas acentuam a hegemonia axiológica dos 
princípios, convertidos em pedestal normativo sobre o qual 
assenta todo o edifício jurídico dos novos sistemas 
constitucionais”. 
Referidos princípios previstos no texto constitucional, sendo 
a nossa Constituição um exemplo da consagração de tais 
princípios, servem de fundamento a todo o ordenamento 
jurídico, prevalecendo, em caso de confronto, sobre as 
regras. 
É importante ressaltar a distinção entre as espécies de 
normas (princípios e regras), para melhor entender a sua 
natureza e, consequentemente, dar-lhes a melhor e mais 
efetiva aplicação, diante das respectivas situações fáticas. 
Enquanto as regras são dotadas de um caráter “bem 
fechado”, com um grande grau de especificidade, os 
 
1 BONAVIDES, Paulo, Curso de Direito Constitucional, 8ª ed., São 
Paulo : Malheiros, p. 237 
princípios são dotados de um alto grau de generalidade, 
falando a doutrina em normas de tipo fechado (regras) e 
normas de tipos abertos (princípios). Esclarecendo tal 
diferenciação, assinala o prof. Willis Santiago Guerra Filho2 
que; “uma das características dos princípios jurídicos que 
melhor os distinguem das normas que são regras é sua 
maior abstração, na medida em que não se reportam, ainda 
que hipoteticamente, a nenhuma espécie de situação fática, 
que dê suporte à incidência de norma jurídica. A ordem 
jurídica, então, enquanto conjunto de regras e princípios, 
pode continuar a ser concebida, à la KELSEN, como formada 
por normas que se situam em distintos patamares, 
conforme o seu maior ou menor grau de abstração ou 
concreção, em um ordenamento jurídico de estrutura 
escalonada (Stufenbau). No patamar mais inferior, com o 
maior grau de concreção, estariam aquelas normas ditas 
individuais, como a sentença, que incidem sobre situação 
jurídica determinada, à qual se reporta a decisão judicial. O 
grau de abstração vai então crescendo até o ponto em que 
não se tem mais regras, e sim, princípios, dentre os quais, 
contudo, se pode distinguir aqueles que se situam em 
diferentes níveis de abstração”. Em suma, pode-se 
diferenciar tais espécies, pelo diferente grau de abstração, 
maior, nos princípios, e menor, nas regras. 
A nossa Constituição traz a previsão de inúmeros princípios 
jurídicos, que em muitas ocasiões, colidem com outros 
princípios constitucionais. Em outras ocasiões, há a colisão 
de duas regras, ou ainda, a colisão entre uma regra e um 
princípio. A solução para referidas situações de conflito 
permite uma melhor diferenciação das normas, em relação 
aos princípios. 
Quando uma regra colide com um princípio, é 
inquestionável, como afirmado anteriormente, que este 
prevalece sobre aquela, posto que as regras encontram 
seus fundamentos nos princípios, que estão na base do 
ordenamento jurídico. O conflito entre duas regras, resolve-
se pelo aniquilamento de uma delas, aplicando-se a outra, 
ou seja, uma das regras é afastada pela perda de validade, 
reputando-se a outra como válida. Helenilson Cunha 
Pontes3 nos ensina que “duas regras jurídicas em oposição, 
diante de um caso concreto, consubstanciam um conflito de 
regras. Os conflitos entre regras jurídicas resumem-se a 
uma questão de validade, isto é, quando para uma mesma 
situação de fato, duas regras aparecem para o intérprete 
como igualmente aptas à regulação do caso, a escolha de 
uma levará necessariamente à declaração de invalidade da 
outra, mediante a aplicação de outras regras (de 
interpretação) tais como lex posterior derrogat legi priori ou 
lex specialis derrogat legi generali. O fundamental é que o 
conflito entre regras reduz-se a uma questão de validade.” 
 
2 GUERRA FILHO, Willis Santiago, Processo Constitucional e 
Direitos Fundamentais, 1ª ed., São Paulo : Celso Bastos Editor, pp. 
52-53 
3 PONTES, Helenilson Cunha, O Princípio da Proporcionalidade e o 
Direito Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, pp 33-34 
DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS 
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CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
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OS: 0146/2/18-Gil 
Trata-se da aplicação das regras clássicas de soluções de 
antinomias (hierarquia, especialidade e critério temporal). 
Tratando-se de conflitos entre princípios, a solução é bem 
distinta, abandonando-se todos os métodos clássico-liberais 
de solução de antinomias, tais como a subsunção ou o 
método silogístico. Considerando a natureza do princípio de 
grande generalidade, não referindo-se a um caso específico, 
é comum, que diante de um caso concreto, dois ou mais 
princípios colidam. Neste caso, sempre diante do caso 
concreto a ser solucionado, prevalece um princípio em 
relação ao outro, sem, no entanto, este ser anulado. 
Apenas, diante daquela situação fática prevalece um 
determinado princípio, sem prejuízo de, em outra situação, 
mudadas as condições e ocorrendo semelhante conflito, 
prevaleça o outro princípio que fora afastado. Continuando 
em seu livro, Helenilson Cunha Pontes4 ensina que: “A 
oposição entre princípios, por outro lado, consiste em uma 
colisão de princípios. As colisões entre princípios jurídicos 
resolvem-se segundo uma técnica de composição, em que 
um dos princípios deve ceder diante do outro sem que, por 
isso, o princípio que teve a sua aplicação afastada tenha 
que perder a sua validade. A precedência de um princípio 
em relação a outro deve ser aferida sempre diante das 
circunstâncias do caso concreto e do respectivo peso que 
cada um dos princípios assume diante dessas 
circunstâncias. A dimensão de peso inerente aos princípios 
jurídicos permite que as colisões entre eles resolvam-se 
segundo uma ponderação dos pesos dos princípios 
colidentes, sem que o princípio afastado perca a sua 
dimensão de validade.” No mesmo sentido, a lição de 
Marciano Seabra de Godoi5: “as colisões de princípios 
devem ser solucionadas de maneira totalmente diversa. 
Quando dois princípios entram em colisão, um deles deve 
ceder ao outro. Mas isto não significa declarar inválido o 
princípio que deu lugar a outro nem que naquele deva ser 
introduzida uma cláusula de exceção. O que ocorre é que, 
sob certas circunstâncias, um dos princípios precede ao 
outro, e sob outras circunstâncias a questão da precedência 
poderia ser solucionada de maneira inversa. Isto é o que se 
quer dizer quando se afirma que nos casos concretos os 
princípios têm pesos diferentes e que prima o princípio de 
maior peso. Aqui a argumentação de Alexy é idêntica à de 
Dworkin.” 
É inquestionável, por conseguinte, que a solução das 
colisões de princípios só pode ser feita à luz do caso 
concreto. Inexiste a solução pré-determinada de caráter 
abstrato,simplesmente verificando se aquela situação 
fática adequa-se à hipótese abstrata prevista pelo 
legislador. Hoje, diante da possibilidade de colisão entre 
dois mais princípios previstos no texto constitucional, a 
solução mais próxima do ideal de justiça, perseguido por 
todos, obriga a uma análise do caso concreto. Em face 
 
4 In ob. cit. p. 34 
5 GODOI, Marciano Seabra de, Justiça, Igualdade e Direito 
Tributário, 1ª ed., São Paulo : Dialética, p. 119 
disso, afirma o Prof. Willis Santiago Guerra Filho6 que: “o 
traço distintivo entre regras e princípios por último referida 
aponta para uma característica desses que é de se destacar: 
sua relatividade”. 
Ressalte-se ainda que, além dos princípios expressamente 
previstos no texto constitucional, existem princípios 
implícitos, que resultam da própria estrutura do texto 
constitucional, da opção política feito pelo legislador, bem 
como do disposto no art. 5º, par. 2º do texto constitucional 
de 1988 segundo o qual: “Os direitos e garantias expressos 
nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. É importante destacar a possibilidade de colisão 
entre princípios explícitos e implícitos, que são resolvidos 
semelhantemente à colisão entre princípios expressos. 
 
2.2) PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
A solução para a colisão entre princípios previstos no texto 
constitucional deve ser feita de forma, segundo a situação 
fática a ser solucionada, a dar prevalência a um princípio, 
afetando o mínimo possível o outro princípio colidente, ou 
seja, o princípio que “cede” em face do outro deve ser 
desrespeitado somente no que for necessário para a 
solução do caso concreto. Sintetizando a importância desse 
princípio, nos ensina Willis Guerra Filho7 que: “para resolver 
o grande dilema da interpretação constitucional, 
representado pelo conflito entre princípios constitucionais, 
aos quais se deve igual obediência, por ser a mesma a 
posição que ocupam na hierarquia normativa, se preconiza 
o recurso a um ‘princípio dos princípios’, o princípio da 
proporcionalidade, que determina a busca de uma ‘solução 
de compromisso’, na qual se respeita mais, em determinada 
situação, um dos princípios em conflito, procurando 
desrespeitar o mínimo ao(s) outro(s), e jamais lhe(s) 
faltando minimamente com o respeito, isto é, ferindo-lhe 
seu ‘núcleo essencial’. Esse princípio, embora não esteja 
explicitado de forma individualizada em nosso 
ordenamento jurídico, é uma exigência inafastável da 
própria fórmula política adotada por nosso constituinte, a 
do ‘Estado Democrático de Direito’, pois sem a sua 
utilização não se concebe como bem realizar o 
mandamento básico dessa fórmula, de respeito simultâneo 
dos interesses individuais, coletivos e públicos.” 
Desta forma, o princípio da proporcionalidade é 
indispensável à correta interpretação constitucional que 
privilegia um princípio, desrespeitando o mínimo possível o 
princípio colidente, procurando não afetar o seu “núcleo 
essencial”. 
É corrente na doutrina a consideração de três aspectos do 
princípio da proporcionalidade, aspectos estes que foram 
sendo desenvolvidos pela jurisprudência da Corte 
 
6 In ob. cit. p. 45 
7 In. ob. cit., p. 59 
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OS: 0146/2/18-Gil 
Constitucional Alemã, quais sejam: adequação, necessidade 
e proporcionalidade em sentido estrito. Pela adequação, 
exige-se que o meio utilizado seja adequado para o alcance 
do objetivo visado, apto à realização do fim colimado. A 
necessidade, por sua vez, implica na adoção do meio mais 
suave, ou seja, se para a solução de uma colisão de 
princípios, existem vários meios, deve-se buscar aquele que 
menor ofensa causar ao(s) outro(s) princípio(s). A 
proporcionalidade em sentido estrito é o núcleo do 
princípio da proporcionalidade, significando a relação entre 
o meio utilizado e o objetivo colimado, ou seja, se o fim 
alcançado supera o prejuízo causado a outros interesses 
igualmente protegidos. 
 
2.3) DIREITO CONSTITUCIONAL x DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
O Direito Constitucional, que tem por objeto principal o 
estudo da Constituição Federal, funciona como um “vetor” 
na interpretação da legislação infraconstitucional. As 
normas legais devem estar de acordo com o texto 
constitucional. Quanto ao Direito Administrativo, ramo do 
direito público por excelência, qualquer aplicação de suas 
normas deve levar em consideração o que encontra-se 
previsto na Constituição, que atualmente (CF de 1988), 
consagra um capítulo inteiro à Administração Pública 
(Capítulo VII). 
 
2.4) ESTADO – CONCEITO - ELEMENTOS 
Conceituar Estado é uma das mais difíceis tarefas do Direito 
Constitucional e da Teoria Geral do Estado. No entanto, 
respaldado na teoria do Contrato Social de Rousseau, pode-
se afirmar, que as pessoas resolveram abdicar um pouco da 
sua liberdade, para poder viver em sociedade sob o governo 
de uma determinada entidade, que, conhecemos, 
hodiernamente como Estado. 
 
2.5) PODERES DO ESTADO 
As revoluções liberais do final do século XVIII, capitaneadas 
pela Revolução Francesa, praticamente estruturaram o 
Estado Moderno, que hoje, encontra-se presente em 
praticamente todos os Estados ocidentais. Entre as suas 
principais contribuições, a separação de poderes constitui 
uma das mais importantes. Imaginavam os teóricos que o 
poder de legislar, julgar e administrar não podia continuar 
concentrado nas mãos de uma só pessoa. Montesquieu, em 
seu famoso livro: “O Espírito das Leis”, sistematizou a 
separação dos poderes. 
Prevista no art. 2º da Constituição Federal Brasileira de 
1988 e elencada como cláusula pétrea em seu art. 60, § 4º , 
a Separação de Poderes, atualmente, não é mais vista como 
uma separação absoluta. Quando se refere ao Poder 
Judiciário, por exemplo, não significa que o Poder Judiciário 
só julgue. A sua função principal é julgar, aplicando a 
Constituição e a lei ao caso concreto, porém, ele também 
tem algumas funções legislativas, como o envio do projeto 
de lei, referente ao Estatuto da Magistratura, ao Congresso 
Nacional, de iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal 
Federal, bem como algumas funções administrativas, como 
a administração dos seus próprios servidores. Assim 
também ocorre em relação ao Poder Legislativo, cuja 
função principal é legislar, porém, excepcionalmente ele 
julga (Ex.: Julgamento do ex-presidente Collor por crime de 
responsabilidade pelo Senado Federal) e também 
administra suas próprias casas. 
Desta forma o Direito Administrativo estuda também os 
atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário e 
Legislativo, além da atividade do Poder Executivo, 
essencialmente administrativa. 
 
2.5) PRINCÍPIOS DA SUPREMACIA E DA 
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que 
estes dois princípios norteiam toda a atividade 
administrativa, decorrendo os demais princípios dos 
mesmos. Segundo ele, referidos princípios caracterizam o 
regime jurídico-administrativo. É o interesse público 
superior ao interesse privado e, conseqüentemente, 
supremo e indisponível, ou seja, o administrador não tem o 
poder de disponibilizar referido interesse público, 
consistindo sua obrigação a sua preservação. 
O Estado pode compulsoriamente condicionar o interesse 
privado à satisfação do interesse público. Aesfera 
individual, antes intocável, no auge do Liberalismo, pode ser 
limitada em prol do interesse público. Pode-se afirmar que 
referido princípio está implícito no ordenamento jurídico, 
sendo inerente à própria sociedade. Como afirma o Prof. 
Celso Antônio Bandeira de Mello: “O princípio da 
supremacia do interesse público sobre o interesse privado é 
princípio geral de Direito inerente a qualquer sociedade. É a 
própria condição de sua existência. Assim, não se radica em 
dispositivo específico algum da Constituição, ainda que 
inúmeros aludam ou impliquem manifestações concretas 
dele, como, por exemplo, os princípios da função social da 
propriedade, da defesa do consumidor ou do meio 
ambiente (art, 170, III, V e VI), ou tantos outros. Afinal, o 
princípio em causa é um pressuposto lógico do convívio 
social”. (IN Curso de Direito Administrativo, 13ª ed., Edit. 
Malheiros, p. 67/68). 
Em relação ao princípio da indisponibilidade do interesse 
público, é importante ressaltar que o administrador público 
exerce um encargo público, um “munus” público, 
administra em nome e em favor do povo, verdadeiro titular 
do patrimônio público. Desta forma, ele não tem 
disponibilidade em relação ao patrimônio público. Deverá 
administrá-lo em conformidade com a lei e, não, segundo 
sua vontade, como acontece em relação aos 
administradores privados. 
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2.6) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Sendo o povo o titular do poder, o seu representante 
(administrador público) não tem a liberdade para agir, 
segundo sua vontade. A sua atuação deve ser previamente 
precedida de uma lei, posto que em última instância, é o 
povo que legisla, através de seus representantes. 
É o Direito Administrativo um ramo do direito onde a 
legalidade é estrita, ou seja, qualquer atividade do 
administrador deve ser precedida de uma prévia 
autorização legal. É o princípio da legalidade que melhor 
caracteriza o Estado de Direito, ou seja, um Estado 
disciplinado por normas jurídicas, normas estas que se 
impõem ao próprio Estado. A competência administrativa 
deve ser previamente estabelecida para a prática de 
quaisquer atos administrativos. 
 
2.7) PRINCÍPIO DA FINALIDADE E DA IMPESSOALIDADE 
O administrador público deve ser impessoal, não 
beneficiando ninguém, mas contratando, por exemplo, 
servidores, através de concurso público, 
independentemente de quem sejam “os candidatos”. A 
impessoalidade está intimamente ligada à legalidade, posto 
que a atividade do administrador, sendo pautada na 
legalidade, não pode beneficiar ou prejudicar ninguém. 
Contrata o administrador, por exemplo, um particular, 
mediante uma prévia licitação, como determina a 
Constituição Federal no seu art. 37, XXI. 
A finalidade pública deve sempre ser o escopo do 
administrador. Ainda que o Estado esteja realizando 
atividades econômicas (art. 173 da Constituição Federal), 
busca realizar o interesse público, posto que a atuação na 
esfera econômica só pode ocorrer por razões relevantes de 
interesse coletivo ou por razões de segurança nacional. 
 
2.8) PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
Hoje, o legislador constituinte originário elenca várias 
exigências morais, que devem ser observadas pelo 
legislador e pelo administrador. Apesar da dificuldade de 
definir o que seja moral, sabe-se qual situação fática está de 
acordo com a moral ou não. Não basta ser legal, tem que 
ser moral também. A moralidade funciona como um vetor 
que deve nortear a atuação e a interpretação do 
administrador público. 
A Constituição Federal não se limita a colocar o princípio da 
Moralidade como um princípio a ser realizado pela 
Administração Pública. Assegura instrumentos processuais 
para a efetivação do princípio, tais como a Ação Popular 
(art. 5º , LXXIII da CF) e a Ação de Improbidade 
Administrativa (art. 37, parágrafo 4º da CF), que visam a 
punição de agentes ímprobos e a anulação de atos 
administrativos ilegais. 
 
2.9) PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
Os atos administrativos devem ser publicados em órgão 
oficial do ente estatal, até para facilitar o controle por parte 
do povo. A publicidade é indispensável para garantir a todos 
o acesso aos atos administrativos que nos interessam, bem 
como para permitir o controle sobre os atos estatais. 
 
2.10) PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
O Poder Constituinte Derivado elevou este princípio a um 
nível constitucional. Consagrado pela legislação 
infraconstitucional, encontra-se o mesmo previsto de forma 
expressa na Constituição no “caput” do art. 37. A emenda 
constitucional n. 19/98 conferiu a este princípio uma 
posição de destaque em nosso ordenamento jurídico-
constitucional. Inicia-se um terceiro estágio de nossa 
Administração Pública. Após a Administração Pública 
Patrimonialista e, posteriormente, Burocrática, nasce o 
Estado Gerencial. 
Deve-se ressaltar, no entanto, que, como todo princípio, 
não tem o mesmo caráter absoluto, posto que, não é 
possível, afastar a legalidade, sob o argumento de dar maior 
eficiência à Administração Pública. As etapas legais de um 
procedimento administrativo, como a licitação, por 
exemplo, não podem ser afastadas. Deve-se buscar uma 
forma de realizar a eficiência sem subverter outros 
princípios administrativos. 
 
2.11) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO 
Os atos administrativos devem ser justificados. O 
administrador deve sempre motivá-los. A exigência da 
motivação funciona como instrumento de controle em 
relação às atividades do administrador. Devidamente 
motivado, o povo, titular do patrimônio público, consegue 
identificar as razões que levaram o administrador público a 
praticar determinado ato administrativo. O art. 50 da lei n. 
9784/99 elenca os atos que devem ser motivados. 
 
2.12) PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO 
CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Cuida-se de princípios semelhantes aos que são exigidos em 
processos judiciais, podendo a parte opor-se ao que é 
afirmado sobre ela (princípio do contraditório), utilizando-
se de todos os meios de prova para defender-se (princípio 
da ampla defesa) em processos administrativos. O devido 
processo legal é decorrência lógica dos princípios da 
segurança jurídica e da legalidade. 
 
2.13) PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO PODER 
JUDICIÁRIO. 
Em nosso sistema, nada foge ao controle do Poder 
Judiciário (art.5º, XXXV, CF). Nenhuma jurisdição 
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OS: 0146/2/18-Gil 
administrativa pode, pela Lei Maior, dar a palavra final. 
Inexiste a “coisa julgada administrativa” para o 
administrado, que mesmo diante de decisões desfavoráveis 
na esfera administrativa, pode socorrer-se do Poder 
Judiciário, para modificar as decisões administrativas. 
Referido princípio, também chamado de princípio da 
jurisdição única, implica na não necessidade de prévio 
esgotamento da instância administrativa, como requisito 
para a propositura de uma ação judicial. O administrado, 
como regra, pode propor uma ação judicial sem a 
necessidade de, previamente, esgotar a via administrativa. 
 
2.14) PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
A exigência de um tratamento igual de pessoas que se 
encontram em situação igual é uma das grandes 
preocupações do legislador constituinte de 1988. Em 
inúmeros artigos, há uma referência a este princípio.É importante ressaltar, no entanto, que a Isonomia, 
atualmente, é vista como um tratamento igual de pessoas 
que se encontrem em situação igual e, desigual, de quem se 
encontre em situação desigual. O critério que diferencia, no 
entanto, deve ser um critério razoável, cujo tratamento 
diferenciado seja exigido, como meio à realização da justiça. 
 
2.15) PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE DO ESTADO 
Este princípio decorre diretamente do Estado de Direito. Em 
um Estado regido por normas jurídicas, estas obrigam-no 
também, ou seja, se eventualmente, na realização de suas 
atividades, causa o Estado prejuízo a um terceiro, deve ser 
responsabilizado, patrimonialmente, pelos seus atos (art. 
37, parágrafo 6º da CF). 
 
 
 
2.16) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
A presunção de legitimidade dos atos administrativos é 
decorrência lógica do princípio da legalidade. O 
administrador só pode agir, quando previamente 
autorizado por lei. Desta forma, sua conduta é 
presumivelmente legal. Presunção esta que não é absoluta, 
podendo ser afastada por prova em contrário do 
administrado que, eventualmente, seja prejudicado com as 
atividades da Administração Pública. 
 
2.17) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO 
Os bens que são afetados à prestação do serviço público 
são impenhoráveis em razão deste princípio, posto que, o 
interesse público não pode sucumbir perante os interesses 
privados de eventuais credores individuais. O serviço 
público não pode ser afetado. Os bens indispensáveis à sua 
prestação são intocáveis, existindo outros meios, como o 
precatório judicial, para satisfazer os interesses individuais 
em face do Estado. 
Outros princípios norteiam a atividade do Poder Judiciário e 
do Administrador, quando da aplicação da lei 
administrativa. Pode-se elencar outros, além dos já citados, 
tais como: da Proporcionalidade, da Razoabilidade, da 
Segurança Jurídica, da Tutela, da Autotutela, da 
Especialidade e da Hierarquia. 
SÚMULAS 
Súmula n. 346, STF: A administração pública pode declarar a 
nulidade dos seus próprios atos. 
Súmula n. 473, STF: A administração pode anular os seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem 
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos 
os casos, a apreciação judicial. 
ESQUEMAS DE SALA DE AULA 
1. Conceito e Fontes do Direito Administrativo 
 
NOÇÕES PRELIMINARES 
 
 FUNÇÃO 
TÍPICA 
FUNÇÃO 
ATÍPICA 
PODER 
EXECUTIVO 
ADMINISTRAR ART. 62, CF. 
Lei infranconstitucional* 
PODER 
LEGISLATIVO 
LEGISLAR E 
FISCALIZAR 
ART. 52, CF 
ART. 37, XXI, CF 
PODER 
JUDICIÁRIO 
JULGAR ART 96,I, a. CF 
ART 96,I, f. CF 
 
 
 
ESTADO 
POVO 
TERRITÓRIO 
GOVERNO 
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OS: 0146/2/18-Gil 
- CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público que estuda as normas e princípios que regulam a 
atuação dos órgãos, entidades e agentes públicos no desempenho das atividades-fim e das atividades-meio da 
Administração Pública. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
LEI 
É a fonte primária do direito administrativo, abrangendo esta expressão desde a 
Constituição até os regulamentos executivos**. 
DOUTRINA 
É fonte secundária do direito administrativo; formam o sistema teórico de princípios 
aplicáveis ao direito positivo, é elemento construtivo da Ciência Jurídica à qual pertence a 
disciplina em causa. Influi não só na elaboração da lei como nas decisões contenciosas e 
não contenciosas. 
JURISPRUDÊNCIA 
É fonte secundária do direito administrativo; 
Traduz-se na reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia poderosamente a 
construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo. Tem um caráter mais 
prático que a doutrina e a lei. Outra característica é seu nacionalismo. 
COSTUMES 
É fonte secundária do direito administrativo; 
Corresponde a prática administrativa; para Hely Lopes a praxe burocrática passa a suprir a 
lei, ou atua como elemento informativo da doutrina. 
 
* Há divergências doutrinas sobre a possibilidade ou não do Executivo desenvolver a função de julgar. 
** Há divergências doutrinárias sobre a os atos normativos serem apenas a CF as leis em sentido estrito. 
 
 CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: entende-se como Administração Pública o conjunto 
de entidades (pessoas jurídicas- políticas e administrativas), órgãos e agentes públicos no desempenho da função 
administrativa. 
 
A Administração Pública pode ser vista sob duas análises: 
1ª análise: Administração Pública em sentido amplo ou sentido estrito. 
2ª análise: Administração Pública em sentido subjetivo (formal ou orgânico) ou sentido objetivo (material ou funcional). 
 
1ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO OU SENTIDO ESTRITO. 
 
- Administração Pública em sentido amplo corresponde as funções políticas e funções administrativas desenvolvidas pelo 
órgãos governamentais e órgãos administrativos. 
 
- Administração Pública em sentido estrito corresponde às funções administrativas desenvolvidas pelos órgãos administrativos. 
 
2ª ANÁLISE: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO (FORMAL OU ORGÂNICO) OU SENTIDO OBJETIVO (MATERIAL OU 
FUNCIONAL). 
 
 Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico, compreende as entidades (políticas e administrativas) 
componentes da Administração Pública, os órgãos e os agentes públicos. 
 
- Entidades políticas (art. 18 da CF): União, Estados, DF e Municípios- formam a Administração Direta. 
- Entidades administrativas (art.37, XIX da CF): Autarquia, Fundação Pública, Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública- 
formam a Administração Indireta. 
- Órgãos: compartimentos internos, unidades integrantes da Administração Direta e Indireta 
- Agentes públicos: pessoas físicas que desenvolvem as funções do Estado. 
 
 Administração Pública em sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública corresponde às diversas atividades 
finalísticas exercidas pelo Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa. 
 
 
 
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OS: 0146/2/18-Gil 
ANÁLISE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
1ª ANÁLISE 
 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
SENTIDO AMPLO - FUNÇÕES POLÍTICAS 
- FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
SENTIDO ESTRITO - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
 
 
 
 
2ª ANÁLISE 
 
 
 
ADMNISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
SENTIDO 
SUBJETIVO, 
FORMAL OU 
ORGÂNICO 
ANALISA A ESTRUTURA: 
ENTIDADES 
ÓRGÃOS 
AGENTES PÚBLICOS 
SENTIDO 
OBJETIVO, 
MATERIAL OU 
FUNCIONAL 
 
ANALISA A ATIVIDADE 
(ATIVIDADE- FIM): 
- PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
- FOMENTO 
- INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA(EM SENTIDO SUBJETIVO E OBJETIVO) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA 
ENTIDADES 
ÓRGÃOS 
POLÍTICAS 
 
ADMINISTRATIVAS 
- SERVIÇO PÚBLICO 
- POLÍCIA ADMINISTRATIVA 
- FOMENTO 
- INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE 
 NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
 
 
AGENTES PÚBLICOS 
UNIÃO 
ESTADO, DF 
MUNICÍPIO 
AUTARQUIA 
FUND. PUB. 
SOC.ECON.MISTA 
EMP. PÚBLICA 
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OS: 0146/2/18-Gil 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO SUBJETIVO: 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA –ENTIDADES, ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO OBJETIVO 
-ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA- 
 
1) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO: é toda atividade concreta e imediata que a Administração exerce, por si ou por 
meio de terceiros, com a finalidade de satisfazer as mais variadas necessidades coletivas, sob regime exclusiva ou 
preponderantemente de Direito Público. Exemplos: saúde, educação, saneamento, transporte etc. 
De acordo com a CF, a referida atividade pode ser desenvolvida pela Administração Pública (direta e indireta) e 
pelo particular (por delegação, em uma de suas formas: concessão, permissão ou autorização). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* DF tem estrutura anômala (que é estudada em Direito Constitucional). 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
DIRETA 
UNIÃO 
ESTADOS 
E DF* 
MUNICÍPIOS 
EXEC- PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA 
LEG- SENADO E CAM. DOS DEPUTADOS 
JUD- STF, STJ, TST, TSE, STM, TRF, TRT, TRE, TJDFT E CNJ. 
MPU- MPF, MPT, MPM, MPDFT E CNMP. 
DPU 
TCU 
 
EXEC- GOVERNADORIA DO ESTADO 
LEG- ASSEMBLEIA LEGISLATIVA 
JUD- TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
MPE- PROCURADORIA DE JUSTIÇA 
DPE 
TCE  (OBS.: EM 3 ESTADOS DO PAÍS(CE, PA, BA E GO) 
EXISTEM OS TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNIPIOS- QUE 
É ÓRGAO ESTADUAL. 
EXEC- PREFEITURA 
LEG- CAMARA MUNICIPAL 
(OBS.: A CF/88(ART. 31, § 4º) PROIBIU A CRIAÇÃO DE TRB. 
CONTAS MUNICIPAIS, MAS ANTES DE 1988 FORAM 
CRIADOS 2 (DOIS) TRIB.CONTAS MUNIPAIS (ÓRGÃO 
MUNIPAL), EM SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO. 
INDIRETA 
AUTARQUIA 
FUNDAÇÃO PUBLICA 
SOCIEDADE DE ECONOMIA 
MISTA 
EMPRESA PÚBLICA 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA DIRETA 
UNIÃO, ESTADOS, DF E 
MUNCÍPIOS 
OUTORGA 
AUTARQUIAS, FUND. PÚB, 
SOC. ECON. MISTA, EMP. 
PÚBLICA 
 
 
 
DELEGAÇÃO 
CONTRATO 
CONCESSÃO 
AUTORIZAÇÃO 
CENTRALIZADA 
DESCENTRALIZADA 
ADM. 
INDIRETA 
PARTICULAR 
ATO 
PERMISSÃO 
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OS: 0146/2/18-Gil 
2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA: corresponde à atividade pela qual a Administração impõe limitações e 
condicionamentos ao gozo de bens e ao exercício de atividades e direitos individuais em prol do interesse coletivo. Ex: 
fiscalização, multas de trânsito, licença para dirigir, autorização para porte de arma, apreensão de bens, interdição de 
estabelecimentos etc. 
 
 
 
 
3) ATIVIDADE DE FOMENTO: consiste na atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante 
benefícios e privilégios fiscais, auxílios financeiros ou subvenções, financiamentos a juros facilitados, recursos orçamentários, 
entre outros instrumentos de estímulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) INTERVENÇÃO: 
 
4.1 – NA PROPRIEDADE- consiste em atividades de intervenção na propriedade privada, mediante atos concretos 
incidentes sobre destinatários específicos. Ex.: desapropriação, servidão, ocupação temporária, tombamento, etc. 
 
4.2- NO DOMÍNIO ECONÔMICO- consiste na regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza 
privada e na atuação direta do Estado no domínio econômico, dentro dos permissivos constitucionais, por meio de 
empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO CORRESPONDENTE 
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 31, § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. 
 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de 
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante 
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, 
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção 
pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
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Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros 
de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com 
aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
 
Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: 
II- disponham sobre: 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas peloPresidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso 
Nacional. 
 
Art. 96. Compete privativamente: 
I - aos tribunais: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias 
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e 
administrativos; 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente 
vinculados; 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus 
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa 
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, 
nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em 
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será 
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos 
em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que 
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de 
fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
 
LEI Nº 9.503/1997- CTB 
Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades: 
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e órgão máximo normativo e consultivo; 
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos 
normativos, consultivos e coordenadores; 
 III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 V - a Polícia Rodoviária Federal; 
 VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e 
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 VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. 
(...) 
 Art. 17. Compete às JARI: 
 I - julgar os recursos interpostos pelos infratores; 
 II - solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações complementares relativas 
aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; 
 III - encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários informações sobre problemas 
observados nas autuações e apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente. 
 
LEI Nº 9.784/99 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e 
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da 
Administração. 
 § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: 
 I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração 
indireta; 
 II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; 
 III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. 
 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE PRINCÍPIOS 
 
1) STF- SÚMULA Nº 339 
 
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES 
PÚBLICOS SOB FUNDAMENTO DE ISONOMIA. 
 
2) SÚMULA VINCULANTE 37 
 
NÃO CABE AO PODER JUDICIÁRIO, QUE NÃO TEM FUNÇÃO LEGISLATIVA, AUMENTAR VENCIMENTOS DE SERVIDORES 
PÚBLICOS SOB O FUNDAMENTO DE ISONOMIA. 
3) Necessidade de Observância ao Princípio da Publicidade 
STJ - AGRESP 200701330243- AGRESP - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL - 959999 
Relator(a): NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 
Órgão julgador: QUINTA TURMA 
Fonte: DJE DATA:11/05/2009 
 
Ementa 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA. 
CONVOCAÇÃO DOS CANDIDATOS HABILITADOS PARA A SEGUNDA FASE NOVE ANOS APÓS O RESULTADO. PRAZO 
DECADENCIAL CONTADO DA CIÊNCIA DO INDEFERIMENTO DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. PUBLICAÇÃO 
EXCLUSIVAMENTE NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NO EDITAL DO CONCURSO. NÃO OBSERVÂNCIA 
DOS PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E DA RAZOABILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. A fluência do prazo decadencial só se 
inicia na data em que o ato a ser impugnado se torna operante ou exequível, a dizer, capaz de produzir lesão ao direito 
vindicado, que, no caso em tela, deu-se com o indeferimento do requerimento administrativo do candidato pela 
Administração Pública. 2. De acordo com o princípio da publicidade, expressamente previsto no texto constitucional (art. 37, 
caput da CF), os atos da Administração devem ser providos da mais ampla divulgação possível a todos os administrados e, 
ainda com maior razão, aos sujeitos individualmente afetados. 3. Se não está previsto no Edital do concurso, que é a lei do 
certame, a forma como se daria a convocação dos habilitados para a realização de sua segunda etapa, referido ato não pode 
se dar exclusivamente por intermédio do Diário Oficial, que não possui o mesmo alcance que outros meios de comunicação, 
sob pena de violação ao princípio da publicidade. 4. Recurso desprovido. 
 
 
 
 
 
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4) Princípio da Impessoalidade Vincula as Divulgações dos 
Atos de Governo 
STF- RE N. 191.668-RS 
RELATOR: MIN. MENEZES DIREITO 
 
EMENTA 
Publicidade de atos governamentais. Princípio da 
impessoalidade. Art. 37, parágrafo 1º, da Constituição 
Federal. 
1. O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição 
Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação 
entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os 
partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo 
constitucional que assegura o princípio da impessoalidade 
vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou 
de orientação social é incompatível com a menção de 
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que 
caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. 
A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação 
com o partido político a que pertença o titular do cargo 
público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura 
o caráter educativo, informativo ou de orientação que 
constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta. 
2. Recurso extraordinário desprovido. 
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– Capítulo 3 – 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
3.1) ÁREAS DE ATUAÇÃO ESTATAL 
A Constituição Federal, em seus dispositivos, admite a 
possibilidade do Estado prestar serviços públicos (art. 175 
da Constituição Federal) ou exercer atividades econômicas 
(art. 173 da Constituição Federal). A prestação de serviços 
públicos, evidentemente, consiste a área de atuação 
própria do Estado, posto que a organização estatal existe 
essencialmente para a realização do interesse público, 
finalidade esta que é atingida também pelo fornecimento 
de serviços públicos aos administrados. 
O exercício de atividades econômicas ocorrerá de forma 
excepcional, posto que em países capitalistas, a esfera 
econômica deve ser exercida essencialmente pelos 
particulares. A própria Constituição Federal exige, em seu 
art. 173, relevante interesse coletivo ou razões de 
segurança nacional, que justifiquem a atuação estatal na 
economia. 
A prestação de serviços públicos poderá ser feita de forma 
centralizada através dos órgãos públicos, 
despersonalizados, bem como de forma descentralizada, 
transferindo a execução dos serviços públicos aos entes de 
administração pública indireta (art. 37, XIX, CF e art. 241, 
CF) ou aos particulares (concessionários e permissionários 
de serviços públicos). 
Os concessionários de serviços públicos não integram o 
estado, ou seja, o fato de prestarem serviços públicos não 
os colocam como ente da administração pública indireta, 
razão pela qual continuam regidos por normas de direito 
privado na sua organização, aplicando-se, no entanto, 
normas públicas quanto ao objeto (prestação de serviços 
públicos), tais como: licitação para transferir a execução de 
serviço público, fixação da tarifa cobrada, controle do 
serviço público pelas agências reguladoras. Cuida-se de 
aplicação de legislação privada e pública, regendo-se por 
este regime misto. 
Na esfera econômica, o estado atua através de empresas 
públicas e sociedades de economia mista, posto que a 
Constituição Federal expressamente admite no art. 173, § 
1º, inciso II, a flexibilização do regime público a estas 
empresas que atuam na economia, determinado a sujeição 
ao regime jurídico próprio das empresas privadas em 
relação às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributárias. A atuação na esfera econômica só é possível, 
com a flexibilização do regime público. No entanto, é 
fundamental ressaltar que estas empresas não estão 
sujeitas a um regime exclusivamente privado. O próprio 
dispositivo constitucional supra citado determina a 
aplicação da licitação a estas empresas (art. 173, § 1º, inciso 
III, CF). Estas empresas também são obrigadas a realizar 
concurso público (art. 37, inciso II, CF) e o Tribunal de 
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Contas da União exerce fiscalização sobre as suas contas 
(arts. 70 e 71, incisos II e III, CF). Estas empresas estão 
sujeitas a um regime híbrido (público e privado). 
Organizam-se segundo regras públicas (concurso público, 
licitação, controle pelos Tribunais de Contas), aplicando-se, 
no entanto, regras privadas quanto ao objeto econômico 
(art. 173, inciso II, CF) 
 
3.2) ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ESTATAL 
A organização interna da Administração Pública constitui 
um dos principais objetos de estudo do Direito 
Administrativo. Estabelecendo a Constituição a base da 
organização do estado, preocupa-se o Direito 
Administrativo com a organização e funcionamento diário 
dos componentes do estado. 
A administração pública divide-se em administração pública 
direta e indireta. A administração pública direta é formada 
pelos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) e seus respectivos órgãos públicos. 
A administração pública indireta, por sua vez, é composta 
por entes dotados de personalidade jurídica, quais sejam: 
autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de 
economia mista (art. 37, XIX, CF), além dos consórcios 
públicos, com personalidade jurídica de direito público (art. 
241, CF e Lei n. 11107/05). 
Os órgãos públicos caracterizam-se pela inexistência de 
personalidade jurídica própria. São despersonalizados e 
subordinados ao ente central, ou seja, os órgãos públicos 
são disciplinados de forma hierarquizada. Atualmente, 
entende-se que o órgão integra o próprio ente estatal 
(Teoria do Órgão). A Teoria do Órgão prevalece, superando 
as teorias do Mandato ou da Representação. A União 
Federal é a soma de seus órgãos públicos. Fala-se em 
desconcentração administrativa quando ocorre a criação de 
órgãos públicos. Os órgãos são dispostos de forma 
hierárquica (Órgão Independente, Autônomo, Superior e 
Subalterno). 
Os entes da administração indireta, dotados de 
personalidade jurídica própria, não são subordinados ao 
ente central. São vinculados ao ente federativo. A relação 
entre eles não é de subordinação, mas, de coordenação. O 
controle feito pelo ente central liga-se ao cumprimento das 
finalidades que justificaram a criação do respectivo ente 
(controle finalístico ou princípio da Tutela). 
A autarquia, pessoa jurídica de direito público, apresenta-se 
como o ente mais próximo do ente central. Goza das 
mesmas prerrogativas dos entes federativos. Seus atos são 
atos administrativos e, conseqüentemente, são 
presumivelmente legais; os prazos processuais são 
diferenciados (art. 188 do Código de Processo Civil); são 
beneficiadas pela imunidade recíproca (art. 150, VI, a c/c 
art. 150, § 2º, CF), bem como sujeição ao pagamento de 
seus débitos através de precatório judicial (art. 100, CF). 
O ente autárquico, pessoa distinta do ente central, em 
função de ser dotado de personalidade jurídica própria, tem 
patrimônio próprio e é criado para o exercício de funções 
típicas do Estado. 
O Decreto-lei 200/67 assim define: autarquia é “o serviço 
autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, 
patrimônio e receita próprios, para executar atividades da 
Administração Pública que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira 
descentralizadas” 
Criada por lei (art. 37 XIX, CF), está a autarquia sujeita a um 
regime público, tais como: licitação, concurso público, 
controlefinalístico exercido pelo ente central e controle 
externo exercido pelos Tribunais de Contas. São exemplos 
de autarquias: o INSS, o IBAMA, o Banco Central, o DNOCS, 
as Agências Reguladoras, dentre outras. 
Existem algumas autarquias que sujeitam-se a um regime 
especial, ou seja, mesmo sujeitas ao regime jurídico próprio 
das autarquias, gozam de algumas prerrogativas, aplicando-
se às mesmas regras específicas, que, geralmente, lhes 
conferem maiores prerrogativas, tais como o processo de 
escolha dos seus dirigentes, como ocorre com o Banco 
Central, a Universidade Federal do Ceará (UFC), chamadas 
de “autarquias sujeitas a um regime especial”, a 
estabilidade maior dos seus dirigentes. 
Nesse grupo de autarquias, podem ser incluídas as Agências 
Reguladoras. Em função da opção dos últimos governos de 
delegar a prestação de serviços públicos a particulares 
(concessão e permissão de serviços públicos), surge a 
necessidade de descentralizar o gerenciamento dessa nova 
forma de prestação dos serviços públicos, feita por 
particulares. 
A agência Reguladora resulta da descentralização do 
estado, posto que as atividades de fiscalização, 
administração, licitação e regulação dos serviços públicos 
executados por particulares são transferidas do estado para 
a agência reguladora. A função dessas agências alcança hoje 
até mesmo o exercício de atividades econômicas. 
Embora não exista lei alguma disciplinando de forma 
uniforme referidas agências, posto que cada uma delas foi 
criada por uma lei específica, são organizadas sob a forma 
de autarquias. Podem ser citadas como exemplos a ANEEL 
(Lei 9472/97), a ANATEL (Lei 9472/97), a ANP (Lei 9478/97). 
A Lei 9986/00 disciplina algumas normas gerais comuns às 
agências reguladoras no âmbito federal, assim como a Lei 
10871/04. 
As fundações públicas (Lei nº 7596/87) também integram a 
administração pública indireta. São criadas para a execução 
de atividades do ente central. A doutrina administrativa 
diverge a respeito de sua natureza jurídica, prevalecendo o 
entendimento de que poderiam ser pessoas jurídicas de 
direito privado e de direito público. As fundações estatais, 
juntamente com as autarquias podem se qualificar como 
agências executivas, beneficiando-se com a duplicação dos 
limites de dispensa de licitação, como dispõe o § único do 
art. 24 da Lei n. 8666/93. 
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As empresas públicas e sociedades de economia mista também integram a Administração Pública Indireta, sendo pessoas 
jurídicas de Direito Privado, posto que a lei específica apenas autoriza a criação das mesmas (art. 37, XIX, CF), sendo 
necessário o arquivamento dos seus atos constitutivos para que adquiram personalidade jurídica própria. A diferença entre 
elas reside basicamente na composição do capital (100% público na empresa pública e misto – público e privado na 
sociedade de economia mista) e na organização societária, posto que a sociedade de economia mista somente pode 
organizar-se sob a forma de sociedade anônima e a empresa pública pode organizar-se de outras formas, do ponto de vista 
societário (S/A, LTDA, etc). 
A Lei n. 11107/05 disciplina a criação de Consórcios Públicos, que resultam da convergência de interesses dos entes 
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) para a execução de serviços públicos comuns aos mesmos. 
Referidos consórcios, previstos na Constituição Federal (art. 241, CF) podem ser pessoas jurídicas de direito privado e 
pessoas jurídicas de direito público, sendo que neste último caso (direito Público) integram a Administração Indireta de todos 
os entes consorciados, apresentando-se como um novo ente estatal ao lado de autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista. Os consórcios públicos de direito privado, que para existirem, deverão atender os requisitos 
da lei civil, não integram a administração pública indireta dos entes consorciados, devendo, no entanto, cumprir regras 
públicas no que diz respeito aos contratos e licitação, aos concursos públicos e controle de gastos (prestação de contas). 
Há de se ressaltar que ao lado da administração direta ou centralizada, formada pelos órgãos públicos e da administração 
indireta, formada pelas entidades estatais, existem as entidades do terceiro setor ou paraestatais. 
As entidades paraestatais não integram a administração pública. São parceiros do estado na realização do interesse público, 
atuando em serviços não exclusivos do estado, como saúde e educação. Não são pessoas estatais. Auxiliam o estado, 
mediante parceria, na consecução do interesse público. Podem ser citados como exemplo os Serviços Sociais Autônomos 
(SESC, SESI, SENAI, etc.), as Organizações Sociais (Lei nº 9637/98) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
(Lei nº 9790/99). 
 
ESQUEMAS DE SALA DE AULA 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E 
DESCONCENTRAÇÃO 
O Estado exerce a função administrativa através das pessoas jurídicas (entidades políticas –U,E,DF e M- e entidades 
administrativas- A, FP, SEM e EP), órgãos e agentes públicos. As formas de realização das função administrativa são 
centralização, descentralização, concentração e desconcentração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRALIZAÇÃO 
OCORRE A 
CENTRALIZAÇÃO 
QUANDO O ESTADO 
EXECUTA SUAS 
TAREFAS 
DIRETAMENTE, PELAS 
ENTIDADES POLÍTICAS 
(U, E, DF E M), POR 
MEIO DE SEUS ÓRGÃOS 
E AGENTES. NESSA 
FORMA DE REALIZAÇÃO 
DA FUNÇÃO 
ADMINISTRATIVA, 
TEMOS A 
ADMINISTRAÇÃO 
DIRETA. 
OCORRE 
DESCENTRALIZAÇÃO 
QUANDO O ESTADO 
EXECUTA ALGUMAS DE 
SUAS ATRIBUIÇÕES POR 
MEIO DE OUTRAS 
PESSOAS, QUE NÃO AS 
PESSOAS DA ADMINIST. 
DIRETA. É O QUE 
OCORRE NA 
INSTITUIÇÃO DAS 
ENTIDADES 
ADMINISTRATIVAS QUE 
COMPÕEM A 
ADMINISTRAÇÃO 
INDIRETA. 
DESCENTRALIZAÇÃO CONCENTRAÇÃO 
OCORRE QUANDO 
UMA DETERMINADA 
PESSOA JURÍDICA 
INTEGRANTE DA 
ADMISTRAÇÃO 
PÚBLICA, EXTINGUE 
ÓRGÃOS ANTES DA 
SUA ESTRUTURA, 
REUNINDO EM UM 
NÚMERO MENOR DE 
UNIDADES AS 
RESPECTIVAS 
COMPETÊNCIAS. 
DESCONCENTRAÇÃO 
OCORRE QUANDO 
UMA DETERMINADA 
PESSOA JURÍDICA 
DISTRIBUI 
COMPETÊNCIAS NO 
ÂMBITO DE SUA 
PRÓPRIA ESTRUTURA 
A FIM DE TORNAR 
MAIS ÁGIL E 
EFICIENTE A FUNÇÃO 
ADMINISTRATIVA. 
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ANÁLISE DO FENÔMENO DA DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
DIRETA 
INDIRETA 
UNIÃO 
INSS 
FUNAI 
BANCO DO BRASIL 
CAIXA ECONOMICA FEDERAL 
DESCENTRALIZAÇÃO: 
U, E, D.F, 
M 
A, F.P, S.E.M, 
E.P 
DESCONCENTRAÇÃO: 
Presidência da República 
Ministério da 
Fazenda 
Ministério da Educação Ministério da 
Saúde 
Ministério da 
Justiça 
ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA DIRETA UNIÃO Poder Executivo 
Presidência da República 
Ministério da Fazenda 
Delegacia da Receita Federal 
UNIÃO 
Setor de Atendimento- CAC 
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