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1 INTRODUÇÃO. O solo possui importantes funções ambientais, como a regulação hídrica, climática e, de forma geral, dando suporte ao desenvolvimento dos ecossistemas terrestres que funcionam como um ciclo contínuo. Por esses motivos, Boaretto et al. (1988) afirma que a análise química do solo é uma das ferramentas básicas indispensáveis para obtenção de informações para um manejo seguro do solo. Através de uma análise bem-feita, pode-se avaliar o grau de deficiência de nutrientes no solo, determinando-se assim as quantidades necessárias a serem aplicadas nas adubações futuras (RAIJ et al., 1985). Sendo assim, sabe-se que o solo é fundamental para a vida humana, já que dele não extraímos apenas alimentos para sobrevivência. No fim da década de 1920 até 1930, importantes contribuições foram feitas por Bray(1929), fornecendo base científica para o manejo da adubação ao avaliar a disponibilidade de nutrientes por meio da identificação dos mesmos ou fatores químicos do solo que estão limitando o crescimento das plantas, através das pequenas amostras. A avaliação da fertilidade de um determinado solo, tem como objetivo comparar a qualidade da agricultura com a qualidade da vida humana. Através das análises, sejam elas oriundas de uma amostragem simples ou composta, é possível desenvolver um aumento da produtividade e da eficiência do uso de fertilizantes, com recomendação de taxas adequadas para os diferentes tipos de solos e culturas (CHITOLINA, 1982). O laboratório SoloTech Cerrado é um dos laboratórios com selo da Embrapa, cuja as atividades envolvem análises de solo, foliar e até mesmo de dejetos de empresas como BRF e Decal – Usina Rio Verde. O laboratório recebe amostras de diferentes localidades, tais como das cidades de Montividiu, Ouroana, Riverlândia, Santo Antônio da Barra, Aparecida do Rio Doce; dentre outras. Além disso o laboratório conta com uma coleta mensal da empresa terceirizada da cidade de Rio Verde, para o recolhimento dos líquidos como enxofre, azul de bromotimol, alumínio e outros, evitando que sejam descartados incorretamente na rede de esgoto após o termino das análises. Dessa forma, o laboratório SoloTech Cerrado, busca medidas e soluções não apenas para atender os produtores rurais e demais interessados em seus serviços, mas também para que o solo seja utilizado de forma racional, trazendo com isso uma melhor qualidade de vida para a sociedade. Assim, pode-se afirmar que as atividades de estagio desenvolvidas no laboratório SoloTech de análise de solo, se enquadram nas atribuições profissionais do egresso do curso de Engenharia Ambiental. 2. DESCRIÇÃO DO LOCAL O laboratório SoloTech Cerrado é uma Sociedade Empresaria Limitada de Rio Verde, localizado na Rua Cristiano Arantes, n°109, Jardim das Margaridas. A empresa foi fundada no dia 20 de setembro de 2013, sendo que sua principal atividade é testes e análises técnicas. A empresa presta serviços a quase 6 anos e possui diversos equipamentos, tais como: balança; pHmetro digital (medidor de pH); fotoespectrômetro; fotocolorímetro (medidor de cor); capela de fluxo laminar onde é feita a inoculação de amostras para análises de foliares, autoclave para esterilização de vidrarias; bico de Bunsen; contador de colônias de bactérias e cabine de visualização UV. O mesmo possui uma boa infraestrutura, com bancadas de mármore, aparelhos de boa qualidade (figura1) para resultados exatos, todos os EPI’s e EPC’s (figura2), possibilitando que as análises sejam realizadas de forma eficaz e segura. O laboratório também é equipado com vidrarias e reagentes para a realização dessas análises de solo, grãos e foliar; assim como impressora para imprimir os resultados finais (figura 3). 2 A maioria das amostras chega ao laboratório em sacos de papel ou plástico, trazidos e coletados pelos clientes; logo em seguida os grãos e material foliar são postos na estufa para secagem, enquanto que as amostras de solo são sobrepostas em bandejas para secagem ao ar livre na sombra. Figura 1. Laboratório de Análise de Solo (SoloTech de Rio Verde Goiás). Figura 2. EPI’s. Figura 3. Sala para análises. 3 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3.1. Análises de Solo Com frequência diária, são desenvolvidas análises de solo no laboratório, além também de análises foliares, de dejetos e de sementes de soja. A coleta do solo é feita de maneira particular por cada cliente. Devido a variação nos teores de nutrientes durante o decorrer do ano, a coleta deve ser realizada de maneira adequada. Uma vez no laboratório, é feito o cadastro no sistema da empresa, as amostras são numeradas e colocadas sobre uma folha de papel dentro de bandejas plásticas de modo uniforme (Figura 4) para que possam secar ao ar livre ou na estufa com circulação forçada (em temperatura de 40°C). Figura 4. Secagem das amostras de solo. Segundo BOARETTO et al., 1988; NICK et al., 1995, a orientação básica para coletar as amostras é de pelo menos 2 meses antes da adubação ou correção do solo. Após a secagem o solo é peneirado em peneira de malha de 2mm (Figura 5), e destorroado de maneira manual, sendo a terra fina transferida para saquinhos plásticos devidamente identificados e organizados por ordem numérica crescente sempre da esquerda para direita (Figura 6). Figura 5. Peneiramento do solo. Figura 6. Amostras de solo organizadas. 4 Uma análise completa para avaliação do solo deve incluir as seguintes determinações: pH, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, zinco, manganês, cobre, ferro, boro, alumínio, teor de matéria orgânica e granulometria (textura) (FURTINI NETO et al., 2001). As tabelas com as classes para interpretação dos resultados podem variar em função dos métodos de extração utilizados pelos laboratórios. Portanto, os critérios de interpretação não são únicos e variam de região para região. Conforme os métodos oficiais empregados localmente, no caso do laboratório SoloTech Cerrado, as análises realizadas seguem os métodos da Embrapa Informação Tecnológica de Brasília, de 2009. 3.2. Análises foliares A análise química das plantas é utilizada principalmente para avaliar a qualidade da nutrição das plantas, com o intuito de acompanhar seu processo de desenvolvimento (OHLWEILER, 1974). Desse modo, a avaliação química irá apontar se a planta está com boa produtividade e bons parâmetros nutricionais. As folhas verdes recém coletadas na lavoura devem ser lavadas abundantemente com água e, em seguida, com água destilada, sendo então encaminhadas diretamente para a análise laboratorial. Ao chegar no laboratório, as amostras foliares tem o mesmo processo de identificação que as amostras de solo. Após o cadastro, numeração e pesagem, as amostras são secas na estufa durante 24h a uma temperatura de 65ºC. Após a secagem, as amostras são moídas até ficarem como um farelo, colocadas em sacos plásticos adequados e com a numeração de acordo com a ordem de chegada no laboratório; organizadas da esquerda para direita (Figura 7). Figura 7. Amostras de Foliares organizadas. Os métodos mais utilizados para a extração de elementos químicos do tecido vegetal são: digestão seca, digestão úmida e digestão em forno microondas. No laboratório SoloTech Cerrado utiliza-se a digestão seca, uma das técnicas mais antigas e simples de analisar o tecido vegetal. Nessa metodologiasão transferidas 25gramas da massa vegetal para cadinhos de porcelana de 100 ml, que em seguida vão para a mufla elétrica (Figura 8), sendo incineradas com temperatura de 550°C, temperatura essa que deve ser aumentada de 50°C em 50°C (MALAVOLTA et al., 1989; MIYAZAWA et al, 1992b). 5 Figura 8. Digestão seca foliar. 3.3. Boro foliar Após o material vegetal ser queimado e se tornar cinzas, o mesmo é colocado em copos plásticos descartáveis junto com solução de 10ml de HCl 0,1N (Figura 9). Mexe-se a solução com bastão de vidro ate a diluição das cinzas, deixando em decantação por 30 minutos. Depois desse repouso, deve ser adicionado 2 ml de extrato via seca com mais 2 ml de solução tampão agitando levemente; em seguida se deixa descansar por mais 30 minutos, colocando-se a solução para filtrar e em seguida se fazendo a leitura por calorimetria em comprimento de onda de 420 nm. Figura 9. Diluição das cinzas. A análise química de tecido vegetal é muito utilizada para avaliar o estado nutricional da planta, ondo os valores encontrados são comparados com resultados padrão, sendo possível diagnosticar desequilíbrios nutricionais das plantas (TRANI et al., 1983; MALAVOLTA et al., 1989). A principal vantagem desse método é a simplicidade de execução, possibilitando a determinação de vários elementos no material digerido e a não-poluição do ambiente do laboratório com gases ou vapores tóxicos. 6 5. CONCLUSÕES A experiência com o estágio supervisionado na empresa SoloTech Cerrado foi de grande importância, principalmente porque reforçou o que foi visto em sala de aula na forma teórica, sendo possível identificar diversas áreas em que um engenheiro ambiental pode atuar no mercado de trabalho, mesmo na parte de análise do solo. Também destaco a importância de acompanhar de perto a situação dos produtores de Rio Verde e região, trabalhando de forma direta com a qualidade do solo, agregando uma experiência essencial para a minha vida profissional. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Brasília). Manual de análises químicas de solo, plantas e fertilizantes. 2, ed. rev. Ampliada. Brasília, 2009. BOARETTO, A. E.; CHITOLINA, J. C.. CRUZ, A. de P. Fundamentos para a amostragem de solo. In: SIMPÓSIO SOBRE INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE QUÍMICA DE SOLOE PLANTA PARA FINS DE ADUBAÇÃO, 1988, Botucatu. BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas. Instituto de Química Agrícola. Método de análise de solos. Rio de Janeiro, 1949. COMISSÃO DE FERTILIDADE DE SOLO DE GOIÁS (Goiânia, GO). Recomendações de corretivos e fertilizantes para Goiás. 5. Aproximação. Goiânia: Emgopa: UFG, 1988.
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