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ATESTADO DE ÓBITO - P2

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ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 
2/10/18 
Transcrição - AULA 1 (ATESTADO DE ÓBITO) 
 
DECLARAÇÃO DE ÓBITO – DO 
é um modelo único utilizado em todo território 
nacional como documento base do Sistema de 
Informações sobre Mortalidade – SIM. 
OBJETIVOS PRINCIPAIS 
1. Documento padrão para a coleta das 
informações sobre mortalidade - base para 
estatísticas vitais e epidemiológicas do Brasil; 
2. De caráter jurídico: Ser o documento hábil, 
conforme preceitua a Lei dos Registros 
Públicos – Lei 6015/73, para lavratura, pelos 
Cartórios de Registro Civil, da Certidão de 
Óbito, indispensável para as formalidades 
legais do sepultamento. (NÃO COBRA LEI) 
IMPORTANTE: Empenho e compromisso do MÉDICO!! 
1) Veracidade e fidedignidade das informações 
registradas na DO; 
2) Profissional responsável pelas informações 
contidas no documento. 
 
PARA QUE SERVEM OS DADOS DA DO 
1) Função legal 
2) Conhecer a situação de saúde da população e 
gerar ações visando a sua melhoria. 
3) Devem ser fidedignos e refletir a realidade 
4) As estatísticas de mortalidade são produzidas 
com base na DO emitida pelo médico. 
Ex: Deve declarar a real causa morte do paciente e caso 
não souber, dizer que foi por causa indeterminada. 
 
O PAPEL DO MÉDICO 
A emissão da DO é ato médico, segundo a legislação do 
País. Portanto, ocorrida uma morte, o médico tem 
obrigação legal de constatar e atestar o óbito, usando 
para isto o formulário oficial 
 
O QUE O MÉDICO NÃO DEVE FAZER 
1) Assinar DO em branco. 
2) Utilizar termos vagos para o registro das 
causas de morte como parada cardíaca, 
parada cardiorrespiratória ou falência de 
múltiplos órgãos. 
3) Cobrar pela emissão da DO. 
 
QUANDO EMITIR A DECLARAÇÃO DE ÓBITO? 
1) Em todos os óbitos (natural ou violento). 
2) Quando a criança nascer viva e morrer logo 
após o nascimento, independentemente da 
duração da gestação, do peso do recém-
nascido e do tempo que tenha permanecido 
vivo. 
3) No óbito fetal, se a gestação teve duração igual 
ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso 
igual ou superior a 500 gramas, ou estatura 
igual ou superior a 25 centímetros. 
 
Em que situações não emitir a DO 
- No óbito fetal, com gestação de menos de 20 
semanas, ou peso menor que 500 gramas, ou estatura 
menor que 25 centímetros. 
OBS: A legislação atualmente existente permite que, na 
prática, a emissão da DO seja facultativa para os casos 
em que a família queira realizar o sepultamento do 
produto de concepção. Caso a família não queira 
sepultar, o médico envia para o serviço de incineração 
do hospital. 
- Peças anatômicas amputadas. 
Peças anatômicas retiradas por ato cirúrgico ou de 
membros amputados. Nesses casos, o médico 
elaborará um relatório em papel timbrado do Hospital 
descrevendo o procedimento realizado. Esse 
documento será levado ao Cemitério, caso o destino da 
peça venha a ser o sepultamento. 
CONCEITO 
Óbito por causa natural é aquele cuja causa básica é 
uma doença ou estado mórbido; 
Óbito por causa externa (ou não-natural) é aquele que 
decorre de lesão provocada por violência (homicídio, 
suicídio, acidente ou morte suspeita), qualquer que 
tenha sido o tempo entre o evento lesivo e a morte 
propriamente dita. 
 
 
ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 
2/10/18 
Transcrição - AULA 1 (ATESTADO DE ÓBITO) 
 
QUEM DEVE EMITIR A DO (MORTE NATURAL COM 
ASSISTÊNCIA MÉDICA) 
 O médico que vinha prestando assistência ao 
paciente, sempre que possível em todas as 
situações; 
 O médico assistente e, na sua falta, o médico 
substituto ou plantonista, para óbitos de 
paciente internados sob regime hospitalar; 
 O médico designado pela instituição que 
prestava assistência, para óbitos de pacientes 
sob regime ambulatorial; 
 O médico do Programa de Saúde da Família, 
Programa de Internação Domiciliar ou outros 
assemelhados, para óbitos de pacientes em 
tratamento domiciliar. 
OBS: O SVO pode ser acionado para emissão da DO, em 
qualquer das situações citadas, caso o médico não 
consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico 
concernente ao acompanhamento registrado nos 
prontuários ou fichas médicas dessas instituições. 
 
QUEM DEVE EMITIR A DO (MORTE NATURAL SEM 
ASSISTÊNCIA MÉDICA) 
 O médico do SVO, nas localidades que 
dispõem deste tipo de serviço; 
 O médico do serviço público de saúde mais 
próximo do local onde ocorreu o evento; e na 
sua ausência, por qualquer médico, nas 
localidades sem SVO. 
OBS: Deve-se sempre observar se os pacientes estavam 
vinculados a serviços de atendimento ambulatorial ou 
programas de atendimento domiciliar, e se as 
anotações de seu prontuário ou ficha médica 
permitem a emissão da DO por médicos ligados a esses 
serviços ou programas, conforme mencionado 
anteriormente. 
QUEM DEVE EMITIR A DO (MORTE NÃO-NATURAL) 
 Em localidade com IML  O médico legista, 
qualquer que tenha sido o tempo entre o 
evento violento e a morte propriamente dita. 
 Em localidade sem IML  Qualquer médico da 
localidade, investido pela autoridade judicial 
ou policial, na função de perito legista 
eventual. 
 
ESTRUTURA DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
(INFORMAÇÕES QUE O MÉDICO DEVE PREENCHER “V-VIII” 
 Bloco I: Cartório 
 Bloco II: Identificação 
 Bloco III: Residência 
 Bloco IV: Local de ocorrência 
 Bloco V: Óbito fetal ou menor que 1 ano 
 Bloco VI: Condições e causas do óbito 
 Bloco VII: Médico 
 Bloco VIII: Causas externas 
 Bloco IX: Localidade sem médico 
 
PREENCHIMENTO EXCLUSIVO PARA ÓBITOS FETAIS DE 
MENORES DE 1 ANO  ESSAS INFORMAÇÕES SÃO 
FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA MORTALIDADE 
INFANTIL!! 
 
COMO PREENCHER OS QUESITOS RELATIVOS À CAUSA 
DA MORTE 
As causas a serem anotadas na DO são todas as 
doenças, os estados mórbidos ou as lesões que 
produziram a morte ou contribuíram para a mesma, 
além das circunstâncias do acidente ou da violência 
que produziram essas lesões. O médico deverá declarar 
as causas da morte anotando apenas um diagnóstico 
por linha. 
Parte I  a) Causa imediata ou terminal; b) Causa 
intermediária; c) Causa intermediária; d) Causa básica 
da morte 
ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 
2/10/18 
Transcrição - AULA 1 (ATESTADO DE ÓBITO) 
 
Parte II  Outros estados patológicos significativos 
que contribuíram para a morte, não estando, 
entretanto, relacionados com o estado patológico que 
a produziu. 
Para preencher adequadamente a DO, o médico deve 
declarar a causa básica do óbito em último lugar, 
estabelecendo uma sequência, de baixo para cima, até 
a causa terminal ou imediata. 
OBS: Causa básica da morte é a doença ou lesão que 
iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos que 
conduziram diretamente à morte, ou as circunstâncias 
do acidente ou violência que produziram a lesão fatal. 
Na parte II, o médico deve declarar outras condições 
mórbidas pré-existentes e sem relação direta com a 
morte, que não entraram na sequência causal declara 
na parte I. 
A causa imediata ou terminal pode ser uma doença 
(broncopneumonia, tuberculose, dengue hemorrágica, 
etc) ou um evento com base morfológica (edema 
pulmonar, hemorragia digestiva, IAM, etc) ou um 
estado clínico (coma diabético, sepse, choque, etc). 
Se for um evento ou um estado clínico, 
necessariamente haverá uma causa básica e, talvez, 
uma ou mesmo duas causas intermediárias. 
Para preencher adequadamente a DO, o médico deve 
declarar a causa básica do óbito em último lugar (parte 
I - linha d), estabelecendo uma sequência, de baixo 
para cima, até a causa terminal ou imediata (parte I - 
linha a). 
Na parteII, o médico deve declarar outras condições 
mórbidas pré-existentes e sem relação direta com a 
morte, que não entraram na sequência causal 
declarada na parte I. 
EXEMPLO 1 
Paciente hipertenso de longa data, com cardiopatia 
hipertensiva, com insuficiência cardíaca congestiva, 
fez edema agudo de pulmão e faleceu 
PARTE I 
a) causa imediata ou terminal (EDEMA AGUDO DE 
PULMÃO) 
b) Causa intermediária (INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
CONGESTIVA) 
c) Causa intermediária (CARDIOPATIA HIPERTENSIVA) 
d) Causa básica da morte (HIPERTENSÃO) 
 
EXEMPLO 2 
Paciente alcoólatra crônico de longa data, com cirrose 
hepática, hipertensão portal e varizes de esôfago. Fez 
ruptura de varizes, sangramento abundante, choque 
hipovolêmico e faleceu 
PARTE I 
a) causa imediata ou terminal (HEMORRAGIA 
DIGESTIVA) 
b) Causa intermediária (RUPTURA DE VARIZES 
ESÔFAGO) 
c) Causa intermediária (CIRROSE HEPÁTICA) 
d) Causa básica da morte (ALCOÓLATRA CRÔNICO) 
 
EXEMPLO 3 
Paciente com carcinoma de pulmão, metástases para 
vários órgãos, muito emagrecido, fez 
broncopneumonia e faleceu 
PARTE I 
a) causa imediata ou terminal (BRONCOPNEUMONIA) 
b) Causa intermediária (CAQUEXIA) 
c) Causa intermediária (METÁSTASES DISSEMINADAS) 
d) Causa básica da morte (CARCINOMA DE PULMÃO) 
 
EXEMPLO 4 
Paciente hipertenso, com enfisema pulmonar, fez 
hemorragia cerebral e faleceu 4 dias após a internação 
PARTE I 
a) causa imediata ou terminal (HEMORRAGIA 
CEREBRAL) 
b) Causa intermediária (AVC HEMORRÁGICO) 
c) Causa intermediária (-----) 
ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 
2/10/18 
Transcrição - AULA 1 (ATESTADO DE ÓBITO) 
 
d) Causa básica da morte (HIPERTENSÃO ARTERIAL 
SISTÊMICA) 
PARTE II - (ENFISEMA PULMONAR) 
 
EXEMPLO 5 
D. Íris, 77 anos, foi visitar sua sobrinha Teresa Cristina, 
na Barra da Tijuca, caiu na escada e fraturou o fêmur. 
Foi operada e no 10° dia de internação fez 
broncopneumonia por aspiração. No 14° dia faleceu. 
Era também portadora de cardiopatia aterosclerótica e 
artrite reumatoide. Quem e como deverá ser 
preenchida sua DO? 
PARTE I 
a) causa imediata ou terminal (BRONCOPNEUMONIA) 
b) Causa intermediária (BRONCOASPIRAÇÃO) 
c) Causa intermediária (-----) 
d) Causa básica da morte (PÓS-OPERATÓRIO DE 
FRATURA DE FÊMUR) 
PARTE II - (CARDIOPATIA ATEROSCLERÓTICA) E 
(ARTRITE REUMATOIDE) 
 
Utilização de cadáver não reclamado - O cadáver não 
reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de 
30 dias, poderá ser destinado às escolas de medicina, 
para fins de ensino e de pesquisa de caráter científico 
USOS DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO (DO) - Interesse legal, 
Interesse demográfico e Interesse epidemiológico 
FATORES QUE PREJUDICAM A QUALIDADE DAS 
ESTATÍSTICAS DE MORTALIDADE RELACIONADOS À 
DO: Sub-registro; Causas mal definidas; Codificação 
incorreta; Digitação incorreta; Omissão por motivos: 
éticos, legais, culturais, religiosos; Variáveis ignoradas; 
Preenchimento incorreto. OBS: EM NEGRITO 
diretamente relacionados ao médico. 
RESUMO PRÁTICO 
• Todo cadáver, identificado ou não, para ser 
sepultado, precisa da DO 
• A DO é um ato médico com implicações legais, 
jurídicas e sanitárias 
• A DO será fornecida preferencialmente pelo 
médico assistente 
• Em morte natural sem assistência médica o 
cadáver será encaminhado ao SVO 
• Todo cadáver com antecedentes de violência 
ou morte suspeita irá para o IML 
• Em óbito fetal a DO será fornecida ou não de 
acordo com as características do produto 
gestacional 
• Membros amputados serão encaminhados 
para sepultamento ou, preferencialmente, 
para incineração e, obviamente, não precisam 
de DO

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