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Aula 04 - Tutela Provisória

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Aula 04
Direito Processual Civil p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário)
Professor: Ricardo Torques
 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 78 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
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787(/$�3529,6Ï5,$ 
Sumário 
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2 
2 - Tutela Provisória ........................................................................................................ 2 
2.1 - Classificação doutrinária das tutelas provisórias ....................................................... 2 
2.2 - Disciplina das tutelas provisórias no NCPC ............................................................... 6 
2.3 - Tutelas de Urgência ............................................................................................ 12 
2.4 - Tutela de Evidência ............................................................................................ 30 
3 ± Questões ................................................................................................................ 32 
3.1 - Questões sem comentários .................................................................................. 32 
3.2 - Gabarito ........................................................................................................... 44 
3.3 - Questões com comentários .................................................................................. 44 
3.4 ± Lista de Questões de Aula ................................................................................... 69 
4 ± Destaques da Legislação ........................................................................................... 71 
5 ± Resumo .................................................................................................................. 73 
6 ± Considerações Finais ................................................................................................ 78 
 
 
09555860467
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
787(/$�3529,6Ï5,$ 
1 - Considerações Iniciais 
Enfim temos uma aula menor! Hoje, será um encontro tranquilo, no qual 
abordaremos assunto de primacial importância, contudo, menos denso quando 
comparado com os temas anteriores que estudamos. 
Na aula de hoje vamos nos ocupar com as tutelas provisórias, que foram 
totalmente reformuladas à luz do NCPC, o que exigirá grande esforço para 
compreendê-las na nova sistemática. 
De todo modo, é importante registrar que não obstante a matéria seja menos 
extensa ± arts. 294 a 311 do NCPC ± a incidência nas provas recentes é grande. 
Note que a maioria das questões são, inclusive, elaboradas com base no NCPC. 
Trata-se de assunto expresso no edital e totalmente reformulado pelo NCPC. 
Destacamos que não iremos adaptar questões dos concursos anteriores 
ao NCPC. Não faremos isso porque a nomenclatura mudou muito e trazer 
questões que cobram o CPC73 pode gerar incompreensão. Assim, traremos 
todas as questões elaboradas sob a égide do NCPC, inclusive questões 
de nível superior, de modo que você terá como treinar a matéria. 
Vamos lá, então? 
Bons estudos! 
2 - Tutela Provisória 
2.1 - Classificação doutrinária das tutelas provisórias 
Antes de apresentar a classificação das tutelas provisórias, vamos, rapidamente, 
diferenciar a tutela definitiva da provisória. 
Quanto à tutela definitiva1: 
A tutela definitiva é aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate 
acerca do objeto da decisão, garantindo-se o devido processo legal, o contraditório e a 
ampla defesa. 
Essa tutela definitiva poderá ser satisfativa, ou seja, poderá ser voltada para 
certificar direitos (ações declaratórias, constitutivas e condenatórias) ou para 
efetivar direitos (ações executivas). 
Além disso, a tutela definitiva também poderá ser assecuratória (ou cautelar), 
cuja finalidade é conservar o direito do autor, neutralizando efeitos maléficos do 
tempo. A tutela cautelar caracteriza-se pela referibilidade e pela temporariedade. 
 
1 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 575. 
09555860467
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
 
 
A tutela provisória, por sua vez, tem por finalidade antecipar o gozo de 
determinado direito ou assegurá-lo a fim de que possa ser gozado em momento 
oportuno. 
A tutela provisória caracteriza-se pela sumariedade da cognição, pela 
precariedade e pela impossibilidade de sofrer os efeitos da coisa julgada. 
 
 
Feito isso, vamos analisar a classificação das tutelas provisórias, com base na 
posição majoritária da doutrina. 
REFERIBILIDADE a tutela cautelar deve se referir a outro direito principal (tutela satisfativa)
TEMPORARIEDADE
tem eficácia limitada no tempo, extinguindo-
se com a obtenção do direito principal 
(tutela satisfativa)
COGNIÇÃO SUMÁRIA a decisão se assenta em análise superficial do objeto litigioso
PRECARIEDADE poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo
IMPOSSIBILIDADE 
DE COISA JULGADA não poderá sofrer os efeitos da coisa julgada
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
 
Essas três espécies de tutela são chamadas de provisórias ou provisionais, o 
que significa dizer que não são definitivas, e se sujeitam a mudanças. De forma 
técnica, podemos afirmar que a tutela provisória não se estabiliza pela 
formação da coisa julgada. 
A tutela antecipada é satisfativa e urgente. Além de ser provisória, nessa 
tutela antecipa-se a concessão da prestação jurisdicional à parte em razão de 
alguma situação urgente. A ideia é simples: a parte precisa do bem da vida agora, 
caso contrário, não lhe será mais útil. Caso não receba o bem nesse momento, a 
parte sofrerá um dano irreparável ou de difícil reparação. 
De acordo com a doutrina2, a tutela provisória satisfativa antecipa os efeitos da 
tutela definitiva satisfativa, conferindo eficácia ao direito afirmado. 
Por exemplo, determinada pessoa precisa da liberação do SUS para o 
recebimento de determinado medicamento. Nesse caso, ajuíza a ação e pleiteia 
tutela antecipada para a concessão do medicamento, uma vez que corre risco de 
morte. 
No exemplo: 
 
2 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 582. 
ESPÉCIES DE 
TUTELA 
PROVISÓRIA
tutela antecipada
tutela cautelar
tutela de evidência
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teoria e questões 
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É importante que você não confunda a tutela provisória 
com julgamento antecipado da lide. Não temos um 
julgamento antecipado do processo, mas tão somente a 
antecipação da tutela jurisdicional. 
Assim... 
 
Além disso, as hipóteses de cabimento de uma e de outra hipótese são distintas 
e, no caso de julgamento antecipado, temos um julgamento definitivo, não 
provisório. 
A tutela cautelar, tal como a tutela antecipada,é provisória e fundada na 
urgência. A diferença dessa tutela é que, nesse caso, ela é conservativa. Assim, 
não há concessão da tutela jurisdicional, mas conservação do interesse da parte 
a fim de que ela possa ser beneficiada posteriormente com a tutela jurisdicional. 
De acordo com a doutrina3, a tutela provisória cautelar antecipa os efeitos de 
tutela definitiva não satisfativa (cautelar), conferindo eficácia imediata ao direito 
à cautela. 
 
3 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 583. 
PROVISÓRIA
pode ser que, ao final, o 
pedido seja julgado 
improcedente
ANTECIPADA
confere-se o bem da vida de 
forma antecipada 
(fornecimento do 
medicamento)
URGENTE demonstra-se risco de morte
TUTELA 
PROVISÓRIA
antecipação da 
tutela
JULGAMENTO 
ANTECIPADO
julgamento do 
mérito do processo
concessão da 
tutela jurisdicional 
definitiva
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teoria e questões 
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Por exemplo, bloqueio de bens da pessoa devedora para que, na execução, haja 
valores suficientes para pagar o valor devido. 
A tutela de evidência, tal como a tutela antecipada, caracteriza-se pela 
provisoriedade e por ser satisfativa. A grande distinção em relação à tutela 
antecipada é que não há urgência. Nesse caso, a cessão antecipada da tutela 
jurisdicional não se funda na urgência, mas na evidência do direito pleiteado pelo 
autor. 
Por exemplo, em um contrato de financiamento, a contratante não paga o 
financiamento e, após notificação extrajudicial sem manifestação do contratante, 
a financiadora ingressa em juízo com pedido de busca e apreensão do bem dado 
em garantia. Nesse caso, se o juiz conceder a tutela, não o fará em face da 
urgência, mas poderá determinar a medida constritiva em razão da evidência de 
que a contratante não pagou as mensalidades do financiamento. 
Assim... 
 
 
O quadro acima identifica claramente a distinção de elementos entre essas 
espécies de tutelas provisórias no NCPC. Vistos esses conceitos gerais, vamos 
adentrar na disciplina específica da matéria no NCPC. 
2.2 - Disciplina das tutelas provisórias no NCPC 
Antes de iniciar a análise dos dispositivos do NCPC em relação às tutelas 
provisórias, vamos destacar duas mudanças importantes que tivemos em relação 
ao CPC73. 
A primeira delas refere-se à unificação do trato na parte geral. O NCPC unifica 
o tratamento da temática referente às tutelas provisórias em um único título, a 
partir do art. 294. Essa disciplina é abordada na parte geral do Código, comum, 
portanto, tanto à fase de conhecimento como à fase de execução. 
antecipada
provisória
satisfativa
urgente
cautelar
provisória
conservativa
urgente
evidência
provisória
satisfativa
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teoria e questões 
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Além disso, temos o fim das cautelares em espécie. O NCPC não dispõe de 
um livro específico para tratar das cautelares em espécie, tal como tínhamos no 
CPC73. Não temos mais, portanto, dispositivos específicos para tratar do arresto, 
do sequestro, da caução, da busca e apreensão, da separação de corpos etc. 
A supressão dessas cautelares específicas decorreu do fato de que o nosso 
sistema confere ao magistrado o poder geral de cautela. Desse modo, não haveria 
necessidade de uma disciplina específica para temas cautelares. Isso não impede 
que essas cautelares específicas sejam concedidas, mas o fundamento será 
extraído do art. 301, do NCPC, que disciplina a temática em termos gerais. 
Disposições Gerais 
O NCPC, ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, consolida a 
disciplina relativa à tutela de evidência e agrupa as tutelas de natureza urgentes 
VRE�R�QRPH�GH�³WXWHODV�GH�XUJrQFLD´� 
Assim, essa é a classificação das tutelas adotada pelo NCPC: 
 
 
O que justifica a denominação de tutela de urgência com dois subgêneros é o 
fato de que ambas estão condicionadas ao perigo da demora (periculum in mora). 
É justamente isso que trata do art. 294, caput, do NCPC. 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. 
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser 
concedida em caráter antecedente ou incidental. 
Na sistemática do CPC73, a medida cautelar era antecedente. Assim, antes de 
ingressar com a demanda principal, a parte ajuizava uma ação cautelar 
preparatória a fim de obter a garantia do direito e, após, ajuizava a ação principal. 
Além disso, em relação à tutela antecipada, tínhamos o ajuizamento da ação 
principal e, em pedido preliminar, o pedido antecipado. 
Essa distinção não existe mais no NCPC. Tanto no caso de tutela cautelar 
como nas hipóteses de tutela antecipada é possível o pedido antecedente, 
preparatório. No caso específico da tutela antecipada, uma vez concedida, 
TUTELA 
PROVISÓRIA
tutela de urgência
tutela antecipada tutela cautelar
tutela de 
evidência
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
confere-se à parte prazo para que ela possa emendar o pedido, a fim de tornar o 
pedido antecedente em pedido principal. 
Há, portanto, uma sistemática específica em relação à forma de se apresentar os 
pedidos em juízo. 
Nos arts. 295 a 299, todos do NCPC, temos algumas regras gerais específicas: 
ª o art. 295 esclarece que as tutelas provisórias, quando requeridas 
incidentalmente, não dependem do pagamento de custas: 
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter INCIDENTAL independe do 
pagamento de custas. 
As despesas processuais têm por finalidade custear a obtenção da tutela 
jurisdicional final. Assim, eventual pedido incidente será isento de custas. 
ª o art. 296 aborda o conceito de provisoriedade dessas tutelas, na medida em 
que podem ser revogadas ou modificadas a qualquer tempo: 
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas 
pode, A QUALQUER TEMPO, ser revogada ou modificada. 
Parágrafo único. SALVO decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a 
eficácia durante o período de suspensão do processo. 
Apenas para esclarecer: admite-se, em determinadas situações, que as partes 
convencionem a suspensão do processo. Suspenso o processo, questiona-se: a 
medida provisória concedida mantém seus efeitos ou também será 
suspensa? O parágrafo único acima determina que, em regra, os efeitos da 
tutela provisória permanecem, a não ser que haja decisão expressa do juiz em 
sentido contrário. 
ª Contudo, simplesmente conceder a tutela provisória poderá não ser eficiente, 
nesse caso, faz-se necessário dispor de instrumentos a fim de tornar a decisão 
executável, para garantir a efetividade da tutela concedida. Nesse contexto, o 
art. 297 estabelece que o juiz poderá adotar as medidas que entender 
necessárias para a efetivação da tutela provisória. 
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para 
efetivação da tutela provisória. 
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. 
O dispositivo acima não traz limitações às medidas aplicadas, ele prevê, de modo 
geral, a possibilidade de que sejam utilizadas quaisquer medidas executivas, 
como, porexemplo, a fixação de multas. 
De acordo com a doutrina4, conclui-se que esse 
dispositivo concede ao julgador ³um poder geral de 
cautela e de efetivação, com a adoção de todas as 
medidas provisórias idôneas e necessárias para a 
satisfação ou acautelamento adiantados´� 
 
4 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 603. 
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Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(MPE-MS/Promotor de Justiça Substituto/2015 ± adaptada) 
Julgue: 
As astreintes não podem ser fixadas em decisão concessiva de tutela provisória antecipada, 
uma vez que visam punir a parte que desrespeita a sentença de mérito, podendo ser 
executada provisoriamente desde que o recurso eventualmente interposto não seja recebido 
com efeito suspensivo. 
A assertiva está incorreta, pois o art. 297, do NCPC, é expresso no sentido de 
permitir a ação de medidas necessárias ao cumprimento, inclusive astreintes 
(multas). 
Sigamos! 
ª o art. 298 obriga o magistrado a fundamentar a decisão de tutela provisória 
de forma clara a precisa, aproximando-se do dever de esclarecimento extraído 
do princípio da cooperação, previsto expressamente no art. 6º, do NCPC. 
Esse dispositivo tem por finalidade evitar decisões monocráticas que 
simplesmente concedem a tutela provisória com base nos pressupostos legais 
sem expor qualquer fundamentação mais aprofundada e completa. 
Dessa forma, a decisão deve ser fundamentada de forma clara e precisa. 
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, 
o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso. 
ª A tutela provisória poderá ser concedida de forma 
antecedente ou no curso da ação. Nesse contexto, o art. 299 
disciplina que se a tutela for concedida no curso da ação, 
naturalmente, deve ser requerida ao juiz competente para a causa. Quando se 
tratar de tutela provisória de caráter antecedente, deverá ser endereçada 
diretamente ao magistrado que será competente para analisar a futura ação 
principal. 
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, 
ao juízo competente para conhecer do pedido principal. 
Em relação aos processos que tramitam perante tribunais, estabelece o parágrafo 
único que, tanto nos processos de natureza originária (que começam perante o 
tribunal) como os processos que chegam ao tribunal por intermédio de recurso, 
se houver requerimento de tutela provisória, quem deverá analisar o pedido é o 
órgão responsável pela decisão de mérito da ação originária ou do recurso. Assim, 
se a competência para julgar o processo for de determinada turma, órgão especial 
ou do pleno do tribunal, a decisão de mérito competirá à turma, ao órgão especial 
ou ao pleno, respectivamente, a decisão de requerimentos de tutelas provisórias. 
Parágrafo único. RESSALVADA disposição especial, na ação de competência originária 
de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional 
competente para apreciar o mérito. 
Para fins de prova... 
09555860467
 
 
 
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teoria e questões 
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Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(TRT15ªR-SP/Juiz do Trabalho Substituto-2015 ± adaptada) 
Acerca da antecipação dos efeitos da tutela, considere: 
I. É possível a antecipação dos efeitos da tutela em sentença, desde que satisfeitos os 
requisitos legais. 
II. Não é possível antecipação dos efeitos da tutela sem comprovação de periculum in mora. 
III. O Código de Processo Civil admite expressamente a concessão de tutela antecipada ex 
officio. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) I. 
b) II e III. 
c) I e III. 
d) I e II. 
e) III. 
O item I está correto. Embora não haja previsão específica no NCPC, o 
entendimento da doutrina majoritária é no sentido de que o juiz poderá conceder 
a tutela provisória em sentença, até mesmo para impedir o efeito suspensivo da 
apelação. 
O item II está incorreto, pois é admissível a antecipação dos efeitos da tutela na 
hipótese de tutela de evidência. 
O item III está incorreto, pois não há mais previsão para a concessão de ofício 
da tutela provisória antecipada, embora possa sugerir à parte que o faça, em 
respeito ao princípio da cooperação e da demanda. 
‡A tutela provisória divide-se em tutela de urgência (que engloba a tutela
antecipada e cautelar) e as tutelas e de evidência.
‡As tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar) podem ser antecedentes
ou incidental.
‡As tutelas provisórias incidentais independem do pagamento de custas.
‡As tutelas provisórias podem ser revogadas ou alteradas a qualquer tempo.
‡As tutelas provisórias conservam a eficácia durante o período de suspensão do
processo, exceto decisão judicial em sentido contrário.
‡O juiz poderá determinar as medidas necessárias para efetivação de tutelas
provisórias concedidas, inclusive, os instrumentos previstos para o
cumprimento provisório de sentença.
‡As decisões que envolvem tutelas provisórias devem ser claras e precisas
(princípio da cooperação).
DISPOSIÇÕES GERAIS
09555860467
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL ± TJSP 
teoria e questões 
Aula 04 ± Prof. Ricardo Torques 
 
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 
Confira mais uma questão. 
 (TRT-21ªR-RN/TRT-21ªR-RN/Juiz do trabalho ± 2015 ± adaptada) 
Com base nas disposições do Código de Processo Civil aplicável, analise as assertivas 
abaixo. 
O objetivo da antecipação dos efeitos da tutela é entregar ao autor a própria pretensão 
deduzida em juízo ou os seus efeitos. 
Está correta a assertiva. É exatamente esse o objetivo da tutela de urgência 
provisória. 
Antes de passarmos adiante na análise da disciplina das tutelas de urgência no 
NCPC, vamos tratar de dois pontos doutrinários relevantes: requerimento e 
fungibilidade. 
Requerimento 
Ao contrário do que tínhamos em relação ao CPC73, o NCPC não prevê a 
possibilidade de concessão de ofício da tutela provisória. Logo, não poderá 
o magistrado, mesmo que entenda presentes os pressupostos, conceder uma 
tutela provisória sem requerimento da parte (ou seja, conceder de ofício)5. 
Portanto, o entendimento atual é no sentido de que a tutela provisória está 
circunscrita ao princípio da demanda, de modo que a parte deverá requerê-la 
expressamente. 
Isso, contudo, não impede que o magistrado, ciente da situação fática envolvida 
no processo ± à luz do princípio da cooperação ±, consulte a parte interessada 
para que requeira a tutela. É o que nos ensina a doutrina6: 
(...) tem em conta a estrutura cooperativa do novo processo civil, pode o juiz, percebendo 
que é possível tutelar a parte provisoriamente, consultá-la a respeito de seu interesse na 
obtenção de uma tutela sumária (art. 6º, CPC). Não pode o juiz, porém, antecipar a tutela 
de ofício (seja satisfativa, seja cautelar), dado o regime de responsabilidade objetiva 
inerente à sua fruição (art. 302, CPC), o qual a parte pode não ter interesse em submeter-
se. 
Fungibilidade 
No CPC73 tínhamos regra específica de fungibilidade entre a tutela antecipada e 
a cautelar. Pela sistemática anterior, se a parte equivocadamente ingressasse 
com uma ação cautelar, mas o magistrado, ao analisar o pedido, entendesse quese tratava em verdade de pedido antecipatório, aplicava a regra da fungibilidade 
e, se estivessem presentes os pressupostos, concederia a tutela antecipada. 
No NCPC não temos essa regra, tal como disposta no Código anterior. 
 
5 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 606. 
6 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo 
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 
p. 377/8. 
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teoria e questões 
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Contudo, o entendimento da doutrina7 é no sentido de que é possível transmudar-
se uma tutela em outra, não com fundamento em regra de fungibilidade, mas 
SHOD� ³necessidade de aproveitamento dos atos processuais ± por força do 
princípio da duração razoável do processo e da necessidade de promoção da 
economia processual dele decorrente ± e a necessidade de se privilegiar a 
proteção de decisão de mérito em detrimento de decisões puramente formais 
para a causa´� 
Observe-se que a fungibilidade ainda é aplicada de forma específica tão somente 
para as tutelas de urgência de caráter antecedente, com base no parágrafo único 
do art. 305, conforme veremos adiante. 
Legitimidade 
Quando falamos em tutelas provisórias, pensamos sempre que ela será requerida 
pelo autor. Assim, o autor, diante do risco da demora ou da probabilidade do 
direito, pode requerer uma das espécies de tutelas provisórias. 
Contudo, como ressalta a doutrina8��³todo aquele que alega ter direitos à tutela 
jurisdicional (definitiva) está legitimado a requerer a antecipação provisória dos 
seus efeitos´�� 3RUWDQto, o autor, o réu e os terceiros intervenientes possuem 
legitimidade para requerer tais tutelas. O mesmo ocorre em relação ao Ministério 
Público, tanto quando atuar como parte como na função de fiscal da ordem 
jurídica. 
2.3 - Tutelas de Urgência 
A tutela de urgência está disciplinada no NCPC entre os arts. 300 e 310. Nos 
primeiros dispositivos temos algumas regras de caráter geral, após, o NCPC se 
ocupa de regrar a tutela de urgência antecipada e, na sequência, a tutela de 
urgência cautelar. 
Disposições Gerais 
Conforme já explicitado, a tutela de urgência é concedida sempre que houver 
elementos que evidenciem que a não concessão possa implicar perigo de dano, 
ou risco ao resultado útil do processo. 
É o que dispõe o art. 300, do NCPC, veja: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem 
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
7 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo 
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 
p. 378. 
8 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 587. 
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(MPT/Procurador do Trabalho/2015) 
Com base no Código de Processo Civil, julgue: 
Na decisão que conceder tutela de urgência, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as 
razões do seu convencimento, mas não concederá a medida quando houver perigo de 
irreversibilidade do provimento antecipado. 
Está correta a assertiva em face do que prevê o art. 298, do NCPC, que declina 
TXH�D�³Gecisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o 
juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso´. Além disso, de acordo 
com o art. 300, §1º, prevê qXH�³D�tutela de urgência de natureza antecipada não 
será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão´. 
Vamos aprofundar um pouco o conteúdo? 
Primeiramente devemos lembrar que a tutela de urgência abrange tanto a tutela 
antecipada como a cautelar. De acordo com a doutrina, quando o NCPC se refere 
D�³SHULJR�GH�GDQR´�HVWi�DERUGDQGR�D�FRQFHVVmR�GD�WXWHOD�GH�XUJrQFLD�GH�QDWXUH]D�
DQWHFLSDGD��VDWLVIDWLYD���DR�SDVVR�TXH�TXDQGR�VH�UHSRUWD�j�H[SUHVVmR�³ULVFR�DR�
resultado útil do processR´, temos campo para tutela de urgência de natureza 
cautelar (conservativa). 
Essa possível associação feita pelo legislador é criticada pela doutrina. Afirmam, 
em síntese, que a tutela de urgência antecipada não deve ser concedida apenas 
com a hipótese de dano. Além disso, critica-se o fato de associarem a tutela de 
urgência cautelar à necessidade de conservar o processo, quando deveria visar à 
proteção do direito. Como sucedâneo do conceito legal, sugere-se9: 
A tutela provisória é necessária simplesmente porque não é possível esperar, sob pena de 
o ilícito ocorrer, continuar ocorrendo, ocorrer novamente, não ser removido ou de dano não 
ser reparado ou de reparável no futuro. Assim, é preciso ler as expressões perigo de dano 
e risco ao resultado útil do processo como alusões ao perigo da demora. Vale dizer: há 
urgência quando a demora pode comprometer a realização imediata ou futura do direito. 
Nesse contexto, para a prova, que é o que realmente importa para nós, 
primeiramente devemos assinalar a alternativa que fizer referência à literalidade 
expressa do dispositivo. Se a questão se referir ao entendimento doutrinário, 
devemos considerar que a tutela de urgência decorre do perigo da demora 
(periculum in mora). 
Assim: 
 
 
9 MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHART, Sérgio Cruz e MITIDIERO, Daniel. Código de Processo 
Civil Comentado, 2ª edição, rev., ampl. e atual., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, 
p. 383. 
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Nesse sentido, segundo Fredie Dider Jr.10: 
A tutela provisória de urgência pressupõe, também, a existência a de elementos que 
evidenciem o perigo que a demora no oferecimento da prestação jurisdicional (periculum in 
mora) representa para a efetividade da jurisdição e a eficaz realização do direito. 
Esse perigo deve ser: 
ª concreto, ou seja, certo; 
ª atual, ou seja, que está na iminência de ocorrer; e 
ª grave, vale dizer, com aptidão para prejudicar ou impedir a fruição de direitos. 
Afirma-se, também, que toda tutela provisória depende de configuração da 
probabilidade do direito, vale dizer, há de se verificar a plausibilidade do 
direito a ser provisoriamente satisfeito ou realizado. Para tanto, inicialmente, 
deve-se verificar a verossimilhança fática do alegado e, em sequência, a 
plausibilidade jurídica. 
Além do perigo da demora, da plausibilidade do direito, o último requisito 
apontado pela doutrina, que pode configurar a possibilidade de concessão da 
tutela de urgência, é a irreparabilidade do dano ou, pelo menos, deve o dano 
tratar-se de difícil reparação. 
Em regra, portanto... 
 
10 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 610. 
TUTELA DE 
URGÊNCIA
para a literalidade 
do NCPC
³SHULJR�GH�GDQR´
³ULVFR�DR�UHVXOWDGR�
~WLO�GR�SURFHVVR´
para a doutrina
³SHULJR�GD�
GHPRUD´�
(periculum in 
mora)
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Como a concessão de tutela antecipada implica riscos, pois a cognição é sumária, 
poderá o magistrado exigir caução. 
A cognição aprofundada depende do desenvolvimento do procedimento em 
contraditório e análise aprofundada da matéria probatória pelo magistrado. Na 
tutela provisória, a urgência da demanda requer que seja concedido o direito à 
luz das informações apresentadas na peça inicial e, no máximo, com base na 
justificação da parte contrária. Logo, a decisão é denominada de precária. 
Em face disso, exceto se tratar de pessoa hipossuficiente economicamente, o 
magistrado poderá exigir caução a fim de minimizar os riscos da concessão 
provisória da tutela. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução 
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, 
podendo a caução ser DISPENSADA se a parte economicamente hipossuficiente não 
puder oferecê-la. 
O §2º prevê duas formas de concessão da tutela de urgência: 
ª sem a oitiva da parte contrária (inauditera altera pars ou in limine); ou 
ª com a notificação da parte contrária para apresentar pedido de justificação em face do 
requerimento provisório deduzido. 
Veja: 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação 
prévia. 
A concessão da tutela de uma ou outra forma dependerá de decisão do 
magistrado, que irá se basear nas peculiaridades do caso concreto. 
Para finalizar o dispositivo, note que o §3º impõe uma limitação à concessão de 
tutela de urgência de caráter antecipatório: a irreversibilidade dos efeitos da 
decisão. Essa limitação NÃO se aplica às tutelas de urgência de caráter 
cautelar, mas apenas às tutelas antecipadas. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada NÃO será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
Assim, a tutela provisória antecipada concedida à parte deve poder ser revertida, 
ou seja, deve haver a possibilidade de que as partes retornem ao status quo em 
caso de decisão definitiva que reverta a concessão provisória. 
PARA CONFIGURAÇÃO 
DA TUTELA DE 
URGÊNCIA
periculum in mora
plausibilidade do 
direito
irreparabilidade 
do dano ou de 
difícil reparação
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O art. 301 ratifica o que dissemos no início. Não existe mais regras específicas 
acerca das cautelares, mas apenas a disciplina geral que estudamos nesta aula. 
Ao contrário do CPC73, que expressamente abordava cautelares específicas, no 
NCPC elas não mais existem. 
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e 
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. 
Assim... 
 
 
Veja que a última hipótese traz uma regra geral, que amplia a possibilidade de 
concessão de cautelares, na medida em que forem identificadas as situações 
necessárias no caso concreto. 
Além disso, é importante conhecer: 
 
ARRESTO 
Medida cautelar que tem por objetivo resguardar o direito à tutela 
ressarcitória, em razão de perigo de algum dano. Objetiva, portanto, 
resguardar futura execução por QUANTIA. 
SEQUESTRO 
Medida cautelar que tem por finalidade proteger o direito à coisa de 
um perigo de dano. Objetiva, portanto, resguardar futura entrega de 
COISA. 
ARROLAMENTO DE 
BENS 
Medida cautelar que tem por finalidade apreender, descrever e 
depositar a universalidade de bens que está exposta a risco de 
dano. Objetiva, portanto, garantir futura PARTILHA DE BENS. 
PROTESTO CONTRA 
ALIENAÇÃO DE BENS 
Medida cautelar que visa assegurar os frutos de determinada tutela 
em razão de um perigo de dano. Objetiva, portanto, EVITAR 
TRANSFERÊNCIA supostamente indevida de bem sujeito a registro. 
Por se tratar de medida de caráter provisório, a concessão de tutela provisória 
gera responsabilidade do requerente. Veja: 
Art. 302. INDEPENDENTEMENTE da reparação por dano processual, a parte responde 
pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, SE: 
‡arrestos
‡sequestros
‡arrolamento de bens
‡registro de protesto contra alimentação de bem
‡QUALQUER outra medida idônea para assegurar o direito
A TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA CAUTELAR É
UTILIZADA PARA
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I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários 
para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido 
concedida, sempre que possível. 
De acordo com a doutrina, temos hipóteses de responsabilidade objetiva e 
subjetiva. Vamos sistematizar! 
 
RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA 
ª Não fornecimento de meios suficientes à citação do requerido no 
prazo de 5 dias, após a concessão da tutela de urgência. 
Veja que, nesse caso, basta o decurso do prazo para que haja configuração da 
responsabilidade da parte. 
ª Cassação da tutela provisória de urgência. 
Independentemente do motivo que levar à revogação, a cassação da liminar 
gerará responsabilidade da parte, de forma objetiva, a favor de quem fora 
concedida. 
SUBJETIVA 
ª Sentença desfavorável. 
Nesse caso, inicialmente a tutela era provável, contudo, em cognição 
exauriente, conclui-se improcedente o pedido. 
ª Sentença resolutória com mérito, em razão do acolhimento de 
prescrição ou decadência. 
Caso o juiz, apreciando melhor a celeuma ao final do processo, conceda 
sentença desfavorável à parte autora (ainda que acolhendo a prescrição ou 
decadência), somente haverá responsabilização da parte se demonstrar dolo ou 
culpa ao pedir a tutela provisória. 
Note que, nessas duas hipóteses de responsabilização subjetiva, a tutela 
provisória foi alterada em razão do exercício da atividade jurisdicional de forma 
que não justifica a responsabilização direta, objetiva. 
Tutela antecipada requerida em caráter antecedente 
No CPC73, o requerimento de tutela antecipada era formulado de forma 
preliminar em ação ajuizada, com o objetivo de atingir a decisão final de mérito. 
Assim, o magistrado recebia a ação, analisava o requerimento de tutela 
antecipada e dava seguimento ao processo. 
No NCPC há a tentativa de facilitar o requerimento da tutela antecipada, que 
poderá ser formulada em caráter antecedente. Logo, temos efetivamente o 
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ajuizamento de uma ação inicial sumarizada (simplificada) cujo pedido 
principal é a concessão da tutela antecipada. 
Para tanto, essa ação inicial sumarizada deve observar seis requisitos, declinados 
no caput, do art. 303, do NCPC. 
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a 
petição inicial pode LIMITAR-SE ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do 
pedido detutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo 
de dano ou do risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o CONCEDIDA a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: 
I - o autor deverá ADITAR a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de 
tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na 
forma do art. 334; 
III - NÃO havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma 
do art. 335. 
§ 2o NÃO realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo 
será extinto sem resolução do mérito. 
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos 
autos, sem incidência de novas custas processuais. 
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor 
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. 
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto 
no caput deste artigo. 
§ 6o Caso entenda que NÃO HÁ ELEMENTOS PARA A CONCESSÃO de tutela antecipada, 
o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, 
sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. 
Portanto, a parte deverá peticionar com: 
ª a informação de que se trata de uma tutela provisória de urgência de natureza 
antecipada; 
ª a informação de qual a pretensão final, para que seja possível verificar a 
correspondência entre a tutela inicial e final; 
ª a indicação do conflito que surgiu; 
ª a referência ao direito que se busca tutelar, denominado tecnicamente de fumus boni 
iuris; 
ª a menção ao perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, denominado de 
periculum in mora; e 
ª a indicação do valor da causa, a fim de que possa ser posteriormente emendada e se 
torne a ação principal. 
Esses são, portanto, os requisitos para a postulação antecedente de pedido de 
tutela antecipada. 
Encaminhado o processo para o magistrado, podemos ter duas decisões: 
1ª ± CONCESSÃO DA TUTELA 
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Com a concessão da tutela, o autor será intimado para complementar a 
argumentação, juntar novos documentos e confirmar o pedido da tutela 
inicial no prazo de 15 dias. 
Em seguida, cita-se o réu para comparecer à audiência de conciliação e de 
mediação. Se frutífera, o termo da autocomposição será homologado e o 
processo extinto com resolução de mérito. 
Caso não haja autocomposição, o réu sairá intimado da audiência para 
apresentar a contestação no prazo de 15 dias. 
Com isso, o processo seguirá o curso normal. 
2ª ± NÃO CONCESSÃO DA TUTELA 
O autor será intimado para emendar a petição inicial no prazo de 5 dias, a 
fim de que seja dada continuidade à ação na forma regular. 
Caso não haja aditamento, o processo será extinto sem julgamento do 
mérito. 
Para a prova... 
 
 
Não há lógica na diferença de prazos e expressões utilizados, mas essa é a 
disciplina do NCPC. Portanto, cuidado com questões literais. 
 
DA DECISÃO
concessiva
aditamento
prazo de 15 dias
denegatória
emenda
prazo de 5 dias
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informação de que se trata de tutela provisória de urgência de 
natureza antecipada;
pretensão final (correspondência);
conflito
fumus boni iuris
periculum in mora
valor da causa
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No art. 304, do NCPC, passamos a tratar de uma novidade 
no direito processual civil: a estabilização da tutela 
antecipada com caráter antecedente. 
Esse dispositivo intenta a estabilização das decisões provisórias. Por exemplo, 
determinada parte entra com uma ação e pede a tutela antecipada. Se após 
concedida pelo magistrado, não houver insurgência do réu e nenhum outro 
pedido da parte autora, a tutela antecipada se estabiliza e torna-se perene. 
De acordo com o caput, do art. 304, a estabilização da demanda ocorrerá com a 
não interposição de recurso, o que implicará a extinção no processo na forma do 
§1º, do art. 304, do NCPC. 
Veja: 
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, TORNA-SE ESTÁVEL se 
da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. 
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE
CONCESSÃO
aditar no prazo de 15 dias
citar réu para 
audiência de 
conciliação e 
mediação
em caso de 
autocomposição 
extingue o 
processo com 
julgamento de 
mérito
infrutífera a 
autocomposição
o réu sai intimado 
para contestar 
em 15 dias
NÃO CONCESSÃO
emendar no prazo de 5 dias
não emendou
extingue o 
processo sem 
julgamento de 
mérito
emendou
segue o processo
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§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto. 
Assim, da concessão da tutela antecipada, o réu deverá interpor o recurso ± no 
caso o agravo de instrumento ± sob pena de estabilização da tutela antecipada. 
Como a tutela antecipada é provisória, admite-se, a qualquer tempo, que o réu 
ingresse com pedido revisional dessa tutela, a fim de modificá-la ou extingui-la. 
Esse dispositivo é criticado pela doutrina, pois não atende a algumas situações 
específicas. De todo modo, para fins de prova, devemos nos pautar pela 
legalidade. 
(i) a estabilização ocorre apenas no pedido de tutela antecipada antecedente, 
pois não há previsão para a estabilização no caso de a tutela antecipada constar 
de pedido preliminar no bojo de ação principal ajuizada. 
Além disso, é importante destacar que a estabilização da demanda não se aplica 
à tutela provisória de natureza cautelar, pois ela tem caráter conservativo e não 
satisfativo. 
Do mesmo modo, por faltar previsão, não se fala em aplicação da estabilização 
da demanda em tutela de evidência. 
Assim, não obstante as dúvidas que ainda pairam sobre o assunto, para a prova... 
A ESTABILIZAÇÃO DA DEMANDA APLICA-SE 
APENAS À TUTELA PROVISÓRIA ANTECIPADA 
ANTECEDENTE. 
(ii) outro ponto importante é o fato de que o caput afirma que o recurso impede 
a estabilização. Literalmente, o recurso cabível dessa decisão interlocutória que 
concede a tutela antecipada antecedente é o agravo de instrumento. 
Contudo, e se a parte apresentar contestação à ação? Não haveria 
estabilização? 
1ª CORRENTE ± apenas o agravo de instrumento é capaz de evitar a estabilização da tutela 
antecipada antecedente, muito embora sejam admitidos sucedâneos de insurgência, como 
o mandado de segurança ou a reclamação. 
2º CORRENTE ± qualquer meio de impugnação, abrangendo além do agravo de instrumento 
a contestação. 
Não há uma corrente dominante,de modo que, enquanto não houver 
posicionamento explícito do STJ, devemos seguir a literalidade e, portanto, a 1ª 
corrente, que não admite a contestação como meio de evitar a estabilização da 
lide. 
Na sequência, vejamos os §§ 2º a 4º, que disciplinam a revisão da tutela 
antecipada: 
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar 
ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput. 
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou 
invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o. 
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi 
concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento 
o juízo em que a tutela antecipada foi concedida. 
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A regra é que a tutela antecipada antecedente estabilizada é provisória e, por 
isso, poderá ser revisada a qualquer tempo pelas partes. A revisão da tutela 
antecipada estabilizada dependerá de uma ação, em autos apartados, podendo 
ser requerido o desarquivamento do processo anterior. Nesse caso, o juízo 
competente para essa ação será o mesmo juízo da decisão estabilizada. 
 
 
Pergunta-se: a tutela antecipada poderá permanecer estabilizada para 
sempre, permitindo à parte requerer a revisão, a reforma ou a 
invalidação a qualquer tempo? De acordo com o §5º, do art. 304, a tutela 
PERMANECERÁ ESTABILIZADA PELO PRAZO DE DOIS ANOS. Decorrido o 
prazo de dois anos, a tutela antecipada torna-se definitiva. 
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste 
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o 
processo, nos termos do § 1o. 
Em razão do prazo acima, faz-se outro questionamento: após os dois anos, se 
não houver pedido revisional da parte interessada, há formação da coisa julgada? 
Existem três correntes: 
1ª CORRENTE ± não faz coisa julgada e, portanto, poderá ser revista a qualquer tempo. 
Registre-se que essa corrente contraria expressamente o §5º, do art. 304, acima citado, 
que fixa um lapso para a revisão. 
2ª CORRENTE ± não há formação da coisa julgada e também não há possibilidade de 
ajuizamento de ação rescisória contra essa decisão. O legislador apenas definiu um prazo 
máximo para a ação revisional. 
3ª CORRENTE ± findo o prazo de dois anos, há formação da coisa julgada material, com 
possibilidade de ação rescisória caso adentre nas hipóteses legais. 
Novamente, qual posição adotar para a prova? 
O §6º, do art. 304, fala que a decisão que concede a tutela antecipada não faz 
coisa julgada, pois fica sujeita à ação revisional pelo prazo de dois anos. Decorrido 
esse prazo, há a imutabilização da ação. Dito de outra forma, a decisão que era 
estável torna-se imutável e somente poderá ser rescindível, nos dois anos 
seguintes, por ação rescisória na forma do art. 966, do NCPC. 
Confira: 
‡ação a ser ajuizada a qualquer tempo pelas partes
‡será feita em autos apartados
‡pode ser requerido o desarquivamento do processo anterior para ser usado na 
instrução
‡será distribuída ao mesmo juízo que foi competente para a concessão da tutela
REVISÃO DE TUTELA ANTECIPADA ESTABILIZADA
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§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos 
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida 
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo. 
Tutela cautelar requerida em caráter antecedente 
A disciplina da tutela cautelar requerida em caráter antecedente está disciplinada 
nos arts. 305 ao 310 do NCPC. O caput, do art. 305, indica que a ação cautelar 
antecedente deve conter: 
ª indicação do conflito e do fundamento; 
ª exposição do direito que se pretende assegurar; e 
ª exposição do perigo de dano ou do risco ao resultado útil ao processo. 
Veja: 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter 
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que 
se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza 
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303. 
O parágrafo único alerta para a possibilidade de fungibilidade específica nas 
medidas antecedentes, não em relação à tutela antecipada e cautelar incidentais. 
De acordo com a doutrina11: 
O legislador, ciente das dificuldades que podem surgir na diferenciação da tutela antecipada 
(satisfativa) e da tutela cautelar, foi cauteloso ao prever a fungibilidade dessas tutelas de 
urgência requeridas em caráter antecedente, exigindo a prévia e necessária adaptação 
procedimental. 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(MPE-MS/Promotor de Justiça Substituto/2015 ± adaptada) 
Julgue: 
O Código de Processo Civil não permite a aplicação do princípio da fungibilidade entre a 
tutela provisória satisfativa e a tutela provisória acautelatória, a não ser na hipótese de 
concessão antecedente. 
Está correta a assertiva. Conforme o entendimento da doutrina e do que se 
extrai do parágrafo único do art. 305, do NCPC, a fungibilidade é específica e 
admissível tão somente no caso de tutela provisória antecedente. 
Sigamos! 
Distribuída a ação, o réu será citado para apresentar defesa e indicar as provas 
que pretende produzir no prazo de 5 dias. Caso não conteste, presumem-se 
verdadeiros os fatos alegados pelo autor e o processo será remetido à decisão do 
magistrado no prazo de 5 dias. Assim, a não apresentação da contestação 
 
11 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, p. 629. 
09555860467
 
 
 
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constitui presunção das alegações de fato do demandante da probabilidade para 
a concessão da medida cautelar. 
Confira: 
Art. 306. O réu será citado para, no PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS, contestar o pedido e 
indicar as provas que pretende produzir. 
Art. 307. NÃO sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão 
aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento 
comum. 
Portanto, desde já, tome nota em relação aos prazos referidos: 
 
Se o pedido for contestado, o trâmite da ação seguirá o rito comum. Após o 
trâmite processual, será proferida sentença a fim de conceder, ou não, a ação 
cautelar. 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(TRT8ªR-PA-AP/TRT8ªR-PA-AP/Juiz do Trabalho/2015 ± adaptada) 
Sobre o processo cautelar, julgue. 
No processo cautelar antecedente o requerido será citado, para, no prazo de 05 dias, 
contestar o pedido, presumindo-se verdadeiros os fatos alegados pelo requerente, na 
ausência de contestação. 
Está correta a assertiva, porque está de acordo com os arts. 306 e 307, ambos 
do NCPC. 
Sigamos! 
Concedida a tutela, a parte autora tem o prazo de 30 dias para ajuizar a ação 
principal, sem necessidade de adiantamentode custas processuais, podendo, 
inclusive, aditar pedidos na forma do §2º, do art. 308, do NCPC. 
O §1º permite à parte formular o pedido principal conjuntamente com o pedido 
cautelar. 
Veja: 
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo 
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos 
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, NÃO dependendo do adiantamento de 
novas custas processuais. 
PRAZO PARA CONTESTAR E INDICAR PROVAS 5 dias
PRAZO PARA O MAGISTRADO DECIDIR EM 
CASO DE NÃO MANIFESTAÇÃO DO REQUERIDO 5 dias
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§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar. 
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal. 
O dispositivo acima destaca a necessidade de que o pedido principal se 
refira à tutela cautelar (referibilidade). 
De todo modo, formulado o pedido principal, o magistrado determinará a 
intimação das partes, por intermédio dos respectivos advogados, para 
comparecimento à audiência de conciliação e de mediação, sem necessidade de 
citar o réu. 
Note que o prazo de aditamento da petição inicial é maior na tutela cautelar. O 
prazo será de 30 dias, enquanto que, na tutela antecipada antecedente, o prazo 
é de 15 dias para a aditar a petição inicial. 
Se infrutífera a conciliação, a parte ré sai do ato processual intimada para 
contestar a ação no prazo de 15 dias. 
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de 
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, 
sem necessidade de nova citação do réu. 
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 
335. 
O art. 309, na sequência, arrola em quais hipóteses a eficácia da tutela cautelar 
cessará: 
Art. 309. CESSA a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, SE: 
I - o autor NÃO deduzir o pedido principal no prazo legal; 
II - NÃO for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; 
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o 
processo sem resolução de mérito. 
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à 
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento. 
Assim: 
 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(TRT8ªR-PA-AP/TRT8ªR-PA-AP/Juiz do Trabalho/2015 ± adaptada) 
Sobre o processo cautelar, julgue. 
Cessa a eficácia da tutela provisória cautelar se a parte não intentar a ação principal no 
prazo de 30 dias, contados da efetivação da medida, se esta não for executada dentro de 
‡não ajuizamento da ação principal no prazo de 30 dias
‡não efetivação da medida conservativa no prazo de 30 dias
‡improcedência do pedido principal
‡extinção do processo sem resolução do mérito
CESSA A EFICÁCIA DA TUTELA CAUTELAR
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30 dias ou se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito, 
mas, cessada a medida por qualquer desses motivos, a parte pode intentar nova ação e 
repetir o pedido com os mesmos fundamentos. 
Está incorreta a assertiva, uma vez que, na parte final contrária, o parágrafo 
único do art. 309, do NCPC, prevê que, por qualquer motivo, a eficácia da tutela 
cautelar cessará, sendo vedado à parte renovar o pedido, a não ser que haja 
novo fundamento. 
Sigamos! 
Para encerrar o tópico, confira o art. 310, do NCPC: 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar NÃO OBSTA a que a parte formule o 
pedido principal, NEM influi no julgamento desse, SALVO se o motivo do 
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição. 
Para a prova... 
 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(TRT8ªR-PA-AP/TRT8ªR-PA-AP/Juiz do Trabalho/2015 ± adaptada) 
Sobre o processo cautelar, julgue. 
O indeferimento da tutela provisória cautelar não obsta a que a parte intente a ação 
principal, nem influi no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher 
a alegação de decadência ou de prescrição do direito do autor. 
Está correta a assertiva, que está de acordo com o art. 310, do NCPC. 
Confira outra questão. 
 (OAB/XVI Exame/2015 ± adaptada) 
Alan ajuizou ação provisória cautelar antecedente em face de Roberta, obtendo deferimento 
de pedido liminar para indisponibilizar a venda de veículos de propriedade da ré. De posse 
da decisão liminar, Alan protocolizou ofício junto ao órgão competente em 30 de janeiro, 
tendo a liminar sido efetivada em 10 de fevereiro, ou seja, quatro dias antes da citação de 
Roberta. As datas citadas eram dias úteis. 
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) O ajuizamento da ação principal dentro do prazo legal veda ao magistrado revogar a 
tutela provisória antes da sentença de mérito. 
b) O ajuizamento da ação principal no dia 14 de março acarreta a perda da eficácia da tutela 
provisória deferida e a extinção da ação cautelar. 
O INDEFERIMENTO 
DA TUTELA 
CAUTELAR
não impede o 
ajuizamento da ação 
principal
exceto no caso de 
reconhecimento de 
prescrição ou 
decadência
não influencia o 
julgamento da ação 
principal
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c) A eventual falta de diligência de Alan ao inobservar o prazo legal para execução da decisão 
acautelatória acarretará a automática extinção dos processos cautelar e principal. 
d) O indeferimento do pedido acautelatório formulado por Alan obsta o ajuizamento da ação 
principal, por falta de interesse. 
A alternativa A está incorreta, a tutela provisória poderá ser alterada ou 
modificada a qualquer tempo, não havendo possibilidade de vedação ao 
magistrado quanto à possibilidade de revogá-la. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois, se ajuizada apenas 
no dia 14 de março, haverá transcorrido mais de 30 dias, o que implica a perda 
automática da eficácia da cautelar e a extinção do processo cautelar sem 
julgamento do mérito. 
A alternativa C está incorreta, pois não existe regramento nesse sentido no 
NCPC. 
A alternativa D está incorreta, pois o indeferimento do pedido acautelatório não 
impede o ajuizamento da ação principal. 
 
 
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Esquematizando o procedimento... 
 
 
Sigamos! 
TUTELA CAUTELAR 
ANTECEDENTE
ajuizamento do pedido (conflito, fundamento, direito a ser conservado, perigo do dano 
e risco ao resultado útil do processo)
citação para 
manifestar/provas em 5 
dias
não apresentou defesa
juiz decide em 5 dias
prazo de 30 dias para o 
autor efetivar a ação
não efetivou
cessa a eficácia da ação 
cautelar
efetivou
prazo de 30 dias para 
ajuizar ação principal
ajuizada, as partes são intimadas para audiência e 
conciliação e mediação
em caso de 
autocomposição 
extingue o processo com 
julgamento de mérito
infrutífera a 
autocomposição
o réu sai intimado para 
contestar em 15 dias
apresentou defesa
o processo segueregularmente
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2.4 - Tutela de Evidência 
A tutela de evidência trabalha com a ideia de que a probabilidade do direito do 
autor é alta e a defesa possui pouca seriedade a fim de poder influenciar o 
provimento final. Desse modo, a concessão da tutela de evidência independe de 
demonstração do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. 
A probabilidade do direito para a concessão da tutela de evidência deve ser 
altíssima, de modo que a doutrina tem se manifestado no sentido de que a 
verossimilhança para a concessão da tutela de evidência deve ser muito superior 
àquela verificada na prática quando do requerimento formulado pela parte em 
tutelas de urgência. 
Segundo a doutrina12: 
É técnica que serve à tutela provisória, fundada em cognição sumária: a antecipação 
provisória dos efeitos da tutela satisfativa. Aqui surge a chamada tutela provisória de 
evidência. Nestes casos, a evidência se caracteriza com conjugação de dois pressupostos: 
prova das alegações de fato e probabilidade de acolhimento da pretensão processual. 
Para nosso estudo é relevante compreender bem as quatro hipóteses descritas 
no art. 311, do NCPC: 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, INDEPENDENTEMENTE da 
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, QUANDO: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito 
protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, 
sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida 
razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente. 
Antes de analisar cada uma dessas hipóteses, cumpre observar que não existe 
impedimento para que procedimentos específicos disciplinem outras hipóteses de 
tutela de evidência. 
Vejamos as hipóteses do NCPC: 
ª Abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do 
réu. 
Nesse caso, é necessário ouvir o réu para a concessão da tutela de evidência, 
não podendo ser concedida liminarmente. 
Trata-se de uma hipótese em que a tutela de evidência é concedida com intuito 
punitivo, como uma sanção à parte que agir de má-fé ou que provoque 
 
12 JR. DIDIER, Fredie. Curso de Direito Processual Civil, volume 1, 18ª edição, rev., atual. e 
ampl., Bahia: Editora JusPodvim, 2016, 631. 
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empecilhos ao regular andamento do processo, capazes de comprometer a 
celeridade e lealdade processuais. 
Cita-se, como exemplo, o fornecimento de endereços errados ou incompletos a 
fim de dificultar a intimação da testemunha. Outro exemplo referido pela doutrina 
é a retirada dos autos físicos do cartório e a não devolução pela parte, não 
obstante intimação para devolução. 
ª Alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese 
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. 
Atenção aos conectivos! 
 
fato comprovado 
documentalmente E 
tese firmada em 
julgamento repetitivo OU 
súmula 
vinculante 
Importante destacar que, nesse caso, admite-se a concessão da medida em 
caráter liminar, em razão do que dispõe o parágrafo único do art. 311, do NCPC. 
ª ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de 
contrato de depósito e não o entrega a quem de direito na forma e nos 
prazos devidos, poderá a parte demandar tutela de evidência com a 
cominação de multa em caso de não devolução no prazo fixado. 
Do mesmo modo, também se admite a concessão da medida em caráter liminar, 
em razão do que dispõe o parágrafo único do art. 311, do NCPC. 
ª petição instruída com prova documento suficiente dos fatos 
constitutivos sem oposição razoável do réu. 
Note que, nesse caso, não é necessário haver entendimento jurisprudencial em 
caso repetitivo ou súmula vinculante para subsidiar o pedido. 
Para concessão da tutela de evidência, conforme a referida hipótese, faz-se 
necessário: 
ª prova documental; 
ª incapacidade de o réu, documentalmente, causar qualquer dúvida à evidência do direito 
ou, muito menos, de produzir contraprova suficiente a contrapor o autor. 
Nessa hipótese também é necessário ouvir o réu para a concessão da tutela de 
evidência, não podendo ser concedida liminarmente. 
Para a prova... 
 
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Com isso, encerramos a parte teórica pertinente à aula de hoje. 
Veja como o assunto já foi explorado em provas: 
 
(MPE-MS/Promotor de Justiça Substituto/2015 ± adaptada) 
Julgue: 
Não há possibilidade de tutela provisória no processo civil brasileiro, sem alegação e 
comprovação de urgência. 
Está incorreta a assertiva. Com a previsão a tutela de urgência não só temos a 
antecipação de tutela como a concessão definitiva do direito à parte, nas 
hipóteses de cabimento. Além disso e o mais importante, independe da 
demonstração de urgência. 
3 ± Questões 
Destacamos, mais uma vez, que não iremos adaptar questões dos 
concursos anteriores ao NCPC. Não faremos isso porque a nomenclatura 
mudou muito e trazer questões que cobram o CPC73 pode gerar incompreensão. 
Assim, traremos todas as questões elaboradas sob a égide do NCPC, 
inclusive questões de nível superior, de modo que você terá como treinar a 
matéria. 
De todo modo, contando com as 10 questões analisadas no conjunto da aula 
teórica, somamos 40 questões ao total, de maneira que podemos estabelecer um 
parâmetro razoável de como a prova abordará a temática. 
Como sugestão, intensifique o estudo na: 
ª classificação e diferenciação das espécies de tutelas; 
ª leitura dos dispositivos do NCPC (art. 294 a 311) 
3.1 - Questões sem comentários 
Questão 01 ± FCC/DPE-ES ± Defensor Público ± 2016 
Considere as seguintes situações abaixo: 
‡Abuso do direito de defesa ou de manifesto propósito protelatório do réu
(liminar).
‡Alegações de fato comprovadas apenas com documentos e tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (liminar).
‡Ação de depósito, quando quem está com algum bem em razão de contrato de
depósito e não a entrega a quem de direito na forma e nos prazos devidos,
poderá a parte demandar tutela de evidência com a cominação de multa em
caso de não devolução no prazo fixado (liminar).
‡Petição instruída com prova documento suficiente dos fatos constitutivos sem
oposição razoável do réu (liminar).
HIPÓTESES DE CABIMENTO DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
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I. Cumulação de pedidos, um deles restando incontroverso. 
II. Abuso do direito de defesa. 
III. Concessão de antecipação de tutela antecedente de urgência. 
IV. Ação de consignaçãoem pagamento proposta contra dois supostos 
credores, por não saber a quem se deve pagar. 
É correto afirmar que 
a) a primeira trata de hipótese que permite a prolação de sentença parcial 
de mérito, em julgamento que pode produzir coisa julgada; a segunda, de 
tutela da evidência, que não faz coisa julgada; a terceira pode se tornar 
estável caso a outra parte não apresente recurso; a quarta, se trata de 
litisconsórcio passivo sucessivo. 
b) as três primeiras tratam de hipóteses que permitem a tutela provisória 
da urgência, que não faz coisa julgada, mas pode estabilizar os seus efeitos; 
a quarta, se trata de litisconsórcio passivo alternativo. 
c) as duas primeiras tratam de hipóteses que permitem a prolação de 
sentença parcial de mérito, em julgamento que pode produzir coisa julgada; 
a terceira pode se tornar estável caso a outra parte não apresente recurso; 
a quarta, se trata de litisconsórcio passivo alternativo. 
d) a primeira trata de hipótese que permite a prolação de sentença parcial 
de mérito, em julgamento que pode produzir coisa julgada; a segunda, de 
hipótese que permite a concessão de tutela da evidência, que não faz coisa 
julgada e nem se estabiliza; a terceira pode se tornar estável caso a outra 
parte não apresente recurso; a quarta, se trata de litisconsórcio passivo 
alternativo. 
e) as duas primeiras tratam de hipóteses que permitem a tutela provisória 
da urgência, que não faz coisa julgada; a terceira pode estabilizar os seus 
efeitos caso a parte não apresente recurso; a quarta, se trata de 
litisconsórcio eventual. 
Questão 02 ± FUNDATEC/Prefeitura de Porto Alegre ± RS ± 
Procurador Municipal ± Bloco I ± 2016 
Sobre a tutela provisória de urgência cautelar requerida em caráter 
antecedente contra a Fazenda Pública, assinale a alternativa correta. 
a) Caso o juiz entenda que o pedido de tutela cautelar antecedente tenha 
natureza satisfativa, deverá indeferir a petição inicial, julgando extinto o 
processo sem exame de mérito. 
b) O indeferimento da tutela cautelar obsta a formulação do pedido principal 
quando o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou 
de prescrição. 
c) O réu será citado para contestar no prazo de quinze dias o pedido e indicar 
as provas que pretende produzir e, não sendo contestado o pedido, os fatos 
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alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso 
em que o juiz decidirá dentro de cinco dias. 
d) O pedido principal, cuja causa de pedir poderá ser aditada, terá de ser 
formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias a contar do deferimento 
da tutela cautelar. 
e) A tutela de urgência cautelar antecedente torna-se estável se da decisão 
que a conceder não for interposto o respectivo recurso. Nessa hipótese, 
qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, 
reformar ou invalidar a tutela estabilizada no prazo de dois anos. 
Questão 03 ± FCC/SEGEP-MA ± Procurador do Estado ± 2016 
A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência, sendo 
que 
a) requerida a tutela antecipada em caráter antecedente e sendo a urgência 
contemporânea à propositura da ação, se concedida a tutela antecipada, o 
autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua 
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido 
de tutela final, em quinze dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. 
b) a tutela cautelar de urgência não pode ser efetivada mediante arresto, 
sequestro ou arrolamento de bens, porque sujeitos a procedimento cautelar 
específico. 
c) a tutela de evidência será concedida, se demonstrado perigo de dano ou 
de risco ao resultado útil do processo, quando ficar caracterizado o abuso do 
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte ou se as 
alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e 
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula 
vinculante. 
d) a petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter 
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito 
que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do 
processo, mas será a petição inicial indeferida se o pedido tiver natureza 
antecipatória. 
e) efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo 
autor no prazo de trinta dias, em autos apensos e mediante o pagamento de 
novas custas processuais. 
Questão 04 ± FCC/DPE-BA ± Defensor Público ± 2016 
Sobre a tutela de urgência: 
a) A tutela cautelar concedida em caráter antecedente conserva sua eficácia 
ainda que o juiz extinga o processo sem resolução de mérito em razão de 
ausência de pressupostos processuais. 
b) No procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, 
atendidos os requisitos legais, a parte pode se limitar a requerer tutela 
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antecipada, aditando a inicial depois que concedida a medida, no prazo de 
15 dias. Não realizado o aditamento nem interposto o respectivo recurso, o 
Juiz julgará antecipadamente a lide. 
c) Concedida tutela de urgência, se a sentença for desfavorável, a parte 
responderá pelo prejuízo decorrente da efetivação da medida, que será 
apurado, em regra, por meio de ação autônoma. 
d) No procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, 
a decisão que concede a tutela faz coisa julgada, só podendo ser revista por 
meio de ação rescisória. 
e) No procedimento da tutela antecipada requerida em caráter antecedente, 
atendidos os requisitos legais, a parte pode se limitar a requerer tutela 
antecipada, aditando a inicial depois que concedida a medida, no prazo de 
15 dias ou em outro que fixar o juiz. Não realizado o aditamento nem 
interposto o respectivo recurso, a tutela se tornará estável e o processo será 
extinto. 
Questão 05 ± CESPE/TCE-PA ± Auditor de Controle Externo ± 
Área Fiscalização ± Direito ± 2016 
No que se refere à formação, extinção e suspensão do processo bem como 
à tutela provisória, julgue o item que se segue. 
A tutela provisória requerida pela parte em caráter incidental depende de 
pagamento de custas. 
Questão 06 ± CESPE/TCE-PA ± Auditor de Controle Externo ± 
Área Administrativa ± Direito ± 2016 
Julgue o item a seguir, referentes à tutela provisória e aos meios de 
impugnação das decisões judiciais conforme o novo Código de Processo Civil. 
A denominada tutela provisória não pode ter natureza satisfativa, uma vez 
que essa modalidade de tutela jurisdicional se presta unicamente a 
assegurar a futura eficácia de tutela definitiva, resguardando direito a ser 
satisfeito. 
Questão 07 ± Quadrix/CRQ 18° Região ± PI ± Advogado ± 2016 
No campo do Direito Processual Civil, no capítulo referente à tutela 
provisória, a doutrina e jurisprudência tem entendido o seguinte: 
a) a tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, não pode ser 
concedida em caráter antecedente, apenas incidentalmente. 
b) nos termos do Código de Processo Civil, a tutela provisória requerida em 
caráter incidental depende do pagamento de custas. 
c) a tutela de urgência de natureza antecipada pode ser concedida quando 
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, desde que o 
requerente se responsabilize por eventuais perdas e danos. 
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