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Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 1 DESENHO TÉCNICO 1) APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR / HISTÓRICO 2) APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS 3) APRESENTAÇÃO DA EMENTA DA DISCIPLINA 4) DETALHAMENTO DOS HORÁRIOS DE ENTRADA/SAÍDA/ INTERVALO 5) FORMA DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA 6) ESCLARECIMENTOS SOBRE MATERIAL DIDÁTICO 7) TÓPICOS AUXILIARES Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 2 UNIDADE CURRICULAR: DESENHO TÉCNICO PROF.: JUTAÍ J. ESTRÁZULAS E-MAIL: jutai@uol.com.br FONES: 3218-1491 (com.) 3025-6208 (res.) / 9174-1505 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 3 AS ORIGENS DO DESENHO TÉCNICO A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais evoluiu gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER, SPRINGER E DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso de planta e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490. No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções de fortificações, o matemático francês Gaspar Monge, que além de sábio era dotado de extraordinária habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço. O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título “Geometrie Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico. No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas. Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da International Organization for Standardization – ISO normalizou a forma de utilização da Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura, chamando-a de Desenho Técnico. Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de desenhos utilizados pela engenharia incorporando também os desenhos não projetivos (gráficos, diagramas, fluxogramas etc.). Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 4 IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a representação de exata da forma, dimensão e posição de objetos de acordo com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e também da arquitetura. Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia (civil, mecânica) e da arquitetura. Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exigem treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial representada na figura plana. Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial. - Descrição verbal? Pode omitir informações (óbvio / não óbvio) - Fotografia? Mostra relativamente bem detalhes externos. E os internos e dimensões? - Fazer um modelo? Problemático se a peça for muito grande! E também complicado se a peça está sendo projetada (sendo concebida). - Solução è Desenho Técnico Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 5 O QUE ENTENDEMOS POR “VISÃO ESPACIAL”? Visão espacial é uma capacidade que, a princípio, todos têm e que possibilita a percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos. A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados. Algumas pessoas possuem esta “percepção” mais desenvolvida que outras. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 6 A ENGENHARIA E O DESENHO TÉCNICO Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a viabilização de boas idéias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos. Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que podem substituir cálculos complicados. Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenheiro, pois, além do aspecto da linguagem gráfica que permite que as idéias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender, de uma forma ou de outra, do desenho técnico. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 7 A NORMATIZAÇÃO/PADRONIZAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas, seguidas e respeitadas internacionalmente. As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor. No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO). Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional. As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras - NBR e estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 8 PRICIPAIS NORMAS RELATIVAS A DESENHO TÉCNICO: A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT.Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8), bem como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes: • NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao grau de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À mão livre ou utilizando computador) • NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e definir seu lay-out com suas respectivas margens e legenda. • NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, o espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem inferior. • NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4. • NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as características de escrita em desenhos técnicos. • NBR 8403 – Aplicação de Linhas em Desenhos – Tipos de Linhas – Largura das Linhas. • NBR10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico. • NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de Escalas. • NBR 12298 – Representação de Área de Corte por meio de Hachuras em Desenho Técnico. • NBR10126 – Cotagem em Desenho Técnico. • NBR8404 – Indicação de Estado de Superfície em Desenhos Técnicos. • NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e Ajustes. • NBR 8993 – Representação Convencional de Partes Roscadas em Desenho Técnico. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 9 CLASSIFICAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS (NBR 10647) A) QUANTO AO ASPECTO GEOMÉTRICO: - DESENHO PROJETIVO: Desenho resultante da projeção do objeto sob um ou mais planos que se fazem coincidir com o próprio objeto. Este tipo de desenho compreende: - DESENHO NÃO PROJETIVO: Desenho não subordinado à correspondência por meio de projeção entre as figuras que o constituem e o que é por ele representado. Compreende uma larga variedade de representações gráficas tais como esquemas, diagramas, organogramas, fluxogramas, gráficos, etc. Exemplo: Diagrama elétrico de uma instalação residencial Vistas Ortográficas: Figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar com exatidão a forma do mesmo com seus detalhes. Perspectivas: Figuras resultantes da projeção cilíndrica ou cônica sob um único plano com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 10 B) QUANTO AO GRAU DE ELABORAÇÃO: - Esboço: Representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais de elaboração de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à execução de obras. - Desenho preliminar: Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do projeto, sujeita ainda a alterações e que corresponde ao anteprojeto. - Croqui: Desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias à sua finalidade. - Desenho Definitivo: Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários à sua compreensão. C) QUANTO AO GRAU DE PORMENORIZAÇÃO: - Desenho de componente Desenho de um ou vários componentes representados separadamente. - Desenho de conjunto Desenho mostrando reunidos componentes, que se associam para formar um todo. - Detalhe Vista geralmente ampliada do componente ou parte de um todo complexo. D) QUANTO AO MATERIAL EMPREGADO: Desenho executado com lápis, tinta, giz, carvão ou outro material adequado. E) QUANTO À TÉCNICA DE EXECUÇÃO: Desenho executado manualmente (à mão livre ou com instrumento) ou com uso de computador.. F) QUANTO AO MODO DE OBTENÇÃO: - Original Desenho matriz que serve para reprodução. -Reprodução Desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo, compreendendo: a) cópia - reprodução na mesma escala do original; b) ampliação - reprodução maior que o original; c) redução - reprodução menor que o original. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 11 RELAÇÃO DO MATERIAL USADO EM DES. TÉCNICO: - Prancheta - mesa apropriada para a execução de desenhos. - Régua paralela ou "T" - régua de grande comprimento, sem graduação, destinada a traçar linhas retas horizontais; a régua "T" pode também traçar retas inclinadas ou verticais. - Escalímetro - régua de secção triangular com graduações em escala para marcação de medidas. - Esquadros - par de réguas em forma de triângulo, preferencialmente sem graduação, para traçar retas em diversos ângulos; são usados em conjunto com a régua paralela ou "T". - Compasso - instrumento para traçar circunferências. - Lápis ou lapiseira - variam de acordo com a espessura e dureza do grafite. Os da série B (ex.: B, 2B) são mais macios e produzem traços mais largos, os da série H (ex,: H, 2H) são mais duros e produzem traços mais estreitos. Os intermediários são HB e F. A escolha do grafite depende da habilidade e experiência do desenhista, de acordo com o tipo de traço e acabamento desejado no desenho. A espessura do grafite para lapiseira deve ser também escolhida em função de seu uso, 0.5 ou 0.3 para traços estreitos, 0.7 ou 0.9 para traços largos. Observação: Para o desenhista iniciante, aconselha-se o uso de grafite H para traços finos, espessura 0.5; B ou 2B para traços largos, espessura 0.7; e HB para médios, espessura 0.5. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 12 - Borrachas - a única recomendação é que sejam borrachas apropriadas para desenho, brancas e macias. - Papel - a escolha do papel varia com o tipo de desenho a executar, para o desenho técnico é em geral liso, branco e opaco. - Material complementar - flanela, fita adesiva, lixa, escova para desenho. - Gabaritos - réguas vazadas com diferentes formas para execução de figuras repetidas ou de difícil execução (ex.: elipses, circunferências, mobiliário, setas etc). - Transferidor - régua graduada em forma de circunferência ou semicircunferência usada para marcar medidas angulares. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 13 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA DESENHO MANUAL: Ä 0 material de desenho deve estar sempre limpo. Ä Verificar as condições do material e do papel antes do início do desenho. Ä Estabelecer uma distribuiçãoracional do material sobre a mesa de desenho, para facilitar sua utilização; a mesa deve ficar o mais livre possível. Ä Cuidar da limpeza do material, do papel e da mesa, também durante a execução do desenho, retirando partículas de borracha e apontando o grafite longe da mesa. Ä Fixar a folha de papel sobre a mesa, com fita adesiva, cuidando para não invadir as margens da folha. Ä Usar a aresta superior da régua paralela ou "T" para desenhar. Ä Usar o escalímetro apenas para marcar medidas, não traçando linhas com ele. Ä Proteger a parte concluída do desenho para não sujar. Ä Não apoiar objetos sobre o desenho que possam vir a danificá-lo ou sujá-lo. Ä Retirar a fita adesiva com cuidado, de dentro para fora, para não danificara folha. Ä Limpar a mesa ao terminar o trabalho. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 14 TRAÇADO À MÃO LIVRE: o desenho a mão livre tem como finalidade a execução do esboço preliminar de determinado objeto, o qual, após reestudado e pormenorizado, terá seu desenho definitivo feito com instrumentos. LINHAS RETAS Fixar cotovelo e pulso, girando este último até uma posição limite conforto/desconforto. Repetir a operação para uma nova posição cotovelo/pulso, formando uma reta composta por pequenos segmentos. TRAÇADO DE CIRCUNFERÊNCIAS: Traçar um quadrado de lado igual ao diâmetro da circunferência desejada e inscrevê-Ia no mesmo. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 15 CALIGRAFIA TÉCNICA – NBR 8402: A escrita é um elemento que se faz necessário para um esclarecimento completo e final de um desenho, indicando-nos todas as informações que, somente pelo desenho, poderiam ser confusas ou indeterminadas, como listagem de materiais, cotas, especificações, legendas etc. A altura h é a dimensão funcional para o tamanho nominal da letra maiúscula. Define-se a seguinte escala de tamanho de h: 2,5 - 3,5 - 5 - 7 - 10 - 14 e 20mm. As alturas h não devem ser menores do que 2,5 mm. A escrita pode ser vertical ou inclinada de 15° pa ra a direita. Linhas de guia – São linhas necessárias para manter as letras e números com a mesma altura ou mesma inclinação, devem ser executadas com traço contínuo e estreito. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 16 MODELO DA ESCRITA TÉCNICA: - Forma de escrita Vertical: - Forma de escrita Inclinada: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 17 FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES (NBR 10068): Um dos lados da folha é maior que o outro. Apesar da grande variação dos tipos de papel, todos têm em comum o formato (tamanho da folha). A norma que rege o formato de papéis é a NBR- 10068 da ABNT. O formato deno- minado internacional é o AO, que tem 1m2 de área e dimensões de 841mm x 1189mm. As demais folhas recebem o código "A", seguido de números que variam de 1 a 5 e são conhecidos através da sucessiva divisão ao meio da folha AO (conforme figura ao lado). Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 18 DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES NO DESENHO: SISTEMA DE REFERÊNCIA POR MALHA: Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos, edições, modificações, etc. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 19 DOBRAMENTO DE CÓPIAS (NBR 13142) Por exigência da classificação em arquivos e facilidade de transporte, os desenhos de grande formato, devem ser dobrados até atingir o formato A4. Ressaltamos que é oportuno dobrar a folha de forma a permitir que o lado esquerdo da mesma fique exposto em cerca de 20 mm após finalizada a dobradura, com o objetivo de perfurá- La para inserção em pasta ou mapoteca. A seguir podem ser observados alguns exemplos de dobraduras: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 20 USO DO MATERIAL / TÉCNICAS DE MANUSEIO: O grafite do compasso deverá ser apontado em forma de cunha, sendo o chanfro voltado para o lado contrário da ponta seca, conforme o ilustrado abaixo: USO DA RÉGUA T: A régua “T” será utilizada sempre de modo horizontal, e seu manuseio se dará com a mão que não utilizamos para desenhar, ou seja, se o indivíduo é destro, deverá movimentá-la com a mão esquerda e vice-versa. Com a régua “T” procede-se o traçado de linhas horizontais. Para o traçado de linhas inclinadas e/ou horizontais, servirá como base para os esquadros, que deslizarão apoiados sobre a mesma. Quando você estiver fazendo traçados apoiados em esquadro ou régua, procure não tocar com o grafite nas bordas dos mesmos, evitando assim indesejáveis borrões. Para conseguir isso, incline ligeiramente a lapiseira/lápis conforme a figura ao lado. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 21 USO DO JOGO DE ESQUADROS: Os esquadros podem ser utilizados da seguinte maneira: Exercício: Partindo sempre de um mesmo ponto, trace ângulos de 15, 30, 45, 75, 90, 105, 120, 135, 150 e 165 graus angulares. Por permitir grande versatilidade no uso, o jogo de esquadros é um dos instrumentos de manuseio cotidiano no desenho, devendo ser constituído de dois esquadros a saber: • Esquadro de 30°: possui ângulos de 30° , 60° e 90°. • Esquadro de 45°: possui dois ângulos de 45° e um de 90° . A) Para traçado de linhas verticais quando apoiado na régua paralela. B) Para traçado de linhas inclinadas 30°, 45° e 60 °, utilizando somente um esquadro. C) Para traçado de linhas inclinadas a qualquer ângulo múltiplo de 15°, utilizando o jogo de esquadros. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 22 CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS: 1.1- De um ponto A traçar a perpendicular a uma reta dada r. a) O ponto pertence à reta. - Com centro do compasso em A e raio qualquer marca-se os pontos B e C. - Com centro em B e raio qualquer traçar os arcos acima e abaixo de r. - Com centro em C e mesmo raio obtém a perpendicular DE (Figura.1.1.a) b) O ponto é exterior à reta, a construção é análoga a anterior (Figura 1.1.b). 1.2 - Traçar a perpendicular à semi-reta OA, no ponto O. sem prolongá-la para a esquerda. - Com centro em O e raio OB traçar um arco. - Marcamos BC = CD = OB. - Com centro em D e raio qualquer traçar um arco e com centro em C e mesmo raio tem-se o ponto E (Figura 1.2). Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 23 1.3 - De um ponto dado A traçar a reta paralela a uma reta dada r. - Centro em A e raio qualquer AB traçar um arco. - Centro em B e mesmo raio anterior traçar o arco AC. - Tomamos BD igual a CA e obtém o ponto D (Figura 1.3). 1.4 - Traçar paralelas através de perpendiculares. - Traçar por B a reta AB perpendicular a ‘r’ e por A a perpendicular a reta AB, (Figura 1.4) 1.5 - Traçar a mediatriz de um segmento AB. Equivale a dividir o segmento AB em duas partesiguais (Figura1. 5). - Com centro em A e raio qualquer traçar um arco de um lado e outro de AB. - Com centro em B e mesmo raio anterior obtém C e D. CD é mediatriz de AB, pois C e D distam igualmente de A e B. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 24 1.6 - Construir um ângulo igual a um ângulo dado (Figura 1.6). Seja AOB o ângulo dado. - Com centro em O e raio qualquer OA. traçar o arco AB. - Toma-se CD igual a OA e DE igual a AB. Tem-se o ângulo DCE = AOB, pois em circunferências iguais, a arcos iguais correspondem ângulos centrais iguais. 1.7 - Traçar a bissetriz de um ângulo dado. Equivale a dividir o ângulo em duas partes iguais. - Com centro em O e raio qualquer OA traçar um arco AB. - Com centro em A e depois em B e mesmo raio tem-se o ponto C. OC é bissetriz do ângulo. Todo ponto da bissetriz de um ângulo dista igualmente dos lados desse ângulo e, reciprocamente, todo ponto eqüidistante dos lados de um ângulo pertence à bissetriz desse ângulo. 1.8 - Traçar a bissetriz do ângulo formado pelas retas ‘r’ e ‘s’, sem usar o vértice desse ângulo. - Traça-se uma reta qualquer MN. - Acha-se as bissetrizes dos ângulos que MN formam com ‘r’ e ‘s’. Essas bissetrizes cortam-se em A e B. AB será a bissetriz pedida. Figura 1.8 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 25 1.9 - Dividir um segmento AB em n partes iguais. Por exemplo n = 5. - Traça-se por A e B retas paralelas: AC paralela a BD. - Marca-se em AC e BD a partir de B e A n vezes (5 neste caso) um segmento qualquer. - Unindo-se os pontos A-5, 1-4, 2-3, 3-2, 4-1, 5-B, tem-se a divisão do segmento AB. 1.10 - Construir ângulos de 15°, 30°, 60°, 75° e ângulos quaisquer. Dividir um ângulo em três partes iguais. a) O ângulo é reto. - Com raio qualquer OA, traçar um arco AB. - Centro em A e raio AO, obtém-se o ponto D. - Centro em B e raio BO, determina-se o ponto C, arco AD = 60°°°°, logo arco BD = 30°°°°, o que justifica a construção. - Traçando a bissetriz de BD, tem-se o ângulo de 15°°°°, o qual somado com 60°°°°, encontra-se 75°.°.°.°. 1.11- Traçar o círculo inscrito a um triângulo dado. - Traça-se as bissetrizes do triângulo, pois a interseção destas é o centro do círculo procurado, ou seja o incentro o triângulo. - Do ponto O traçar as perpendiculares aos lados para termos os pontos de tangência. 1.12 - Traçar o círculo circunscrito a um triângulo dado. - Traça-se as mediatrizes dos lados do triângulo, pois a interseção destas é o centro do círculo procurado, ou seja o circuncentro do triângulo. Nota: No ponto de interseção das medianas (segmento de um vértice a mediatriz do lado oposto) do triângulo tem-se o baricentro. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 26 1.13 - Dados três pontos não colineares traçar uma circunferência.. Sejam A, B e C os pontos dados. - Traçar a mediatriz do segmento AB e do segmento BC. - No ponto de interseção das duas mediatrizes tem-se o centro da circunferência pedida. Nota: Este procedimento permite encontrar o centro de uma circunferência dada e também o centro de um arco de circunferência. 1.14 - De um ponto dado na circunferência, traçar a tangente a ela. - Traça-se a perpendicular ao raio no ponto dado. Essa perpendicular será a tangente pedida (Figura 1.14.a). De um ponto dado, fora da circunferência, traçar as tangentes à esta circunferência . - Une-se o ponto dado A ao centro O do círculo. - Traça-se a mediatriz de AO e com centro no ponto médio M de AO e raio MO obtém-se os pontos B e C na circunferência. AB e AC serão tangentes por serem perpendiculares aos raios OB e OC, (Figura 1.14.b). 1.15 - Dadas duas circunferências de raios R (OE ) e R' ( O’E’) e centros O e O' traçar suas tangentes exteriores comuns. - Centro em O e raio (R - R') traça-se uma circunferência auxiliar. - Do ponto O' traça-se as tangentes à circun- ferência auxiliar e obtém-se os pontos B e C. - Une-se O a B e encontra-se D. Com centro em D e raio QO' obtém-se o ponto D'. Analogamente obtém-se os pontos E e E'. As tangentes comuns exteriores são DD' e EE'. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 27 1.16 - Dadas duas circunferências de raios R ( OE ) e R' ( O’E’) e centros O e O' traçar suas tangentes interiores comuns. - A construção é perfeitamente análoga ao item anterior, com a única diferença de que a circunferência auxiliar deve ter raio igual a R + R', Figura 1.16 1.17 - Concordar uma reta dada num ponto dado A com um arco que deve passar por um ponto B dado. - Traça-se por A à perpendicular a reta. - Obtém-se a mediatriz de AB até encontrar a perpendicular em O, que é o centro do arco de concordância. 1.18 - Concordar duas retas ‘r’ e ‘s’ com um arco de raio dado R. - Traça-se CD perpendicular à reta ‘s’, sendo AB = CD = R. - Por A traça-se uma paralela a ‘r’ e por D a paralela a ‘s’ e obtém-se o centro O do arco de concordância. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 28 1.19 - Concordar uma reta dada ‘r’ num ponto dado A, com uma reta dada s por meio de um arco. - Por A traça-se a perpendicular a ‘r’. - Prolonga-se ‘s’ até encontrar ‘r’ . - Com centro na interseção da reta ‘r’ com ‘s’ e um raio até A obtém-se C, ponto de concordância com ‘s’. - Por C traça-se a perpendicular a ‘s’. - A interseção das perpendiculares é o centro O do arco pedido. 1.20 - Concordar duas semi-retas paralelas, nas suas origens A e B, com sentido contrário através de dois arcos, (Figura 1.20). - Traça-se por A e B as perpendiculares às semi-retas. - Toma-se um ponto qualquer C em AB. - Traça-se as mediatrizes de AC e CB até encontrar as perpendiculares em O e O' que são os centros dos arcos pedidos. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 29 1.22 - Concordar duas circunferências de raios dados R1 e R2 externas uma à outra, por meio de um arco de circunferência de raio dado R (Figura 22). - Com centro em O’ e raio (R1 + R) descreve-se o arco DD'. - Com centro em O’’ e raio (R2 + R) traçar um arco de circunferência que intercepta em D e D' o arco inicialmente traçado. - Une-se O’ e O’’ com D e D’ determinando assim os pontos de concordância entre as circunferências e os arcos dados. - D e D' são os centros dos arcos de concordância de raio R. 1.23 - Concordar duas circunferências de raios dados R1 e R2 internas a um arco de circunferência de raio dado R. - Com centro em O’ e raio (R - R1) descreve-se o arco DD'. - Com centro em O’’ e raio (R – R2) traçar um arco de circunferência que intercepta em D e D' o arco inicialmente traçado. - Une-se O’ e O’’ com D e D’ determinando assim os pontos T1, T ’1, T2 e T’2 de concordâncias entre as circunferências e os arcos dados. - D e D' são os centros dos arcos de concordância de raio R. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 30 1.24 - Divisão de circunferência em partes iguais. Definições: chama-se polígono a parte do plano compreendida entre segmentos consecutivos, tais que a extremidade do último coincida com a origem do primeiro. Um polígono diz-se convexo quandonão é cortado pelo prolongamento de qualquer de seus lados, côncavo no caso contrário; regular quando todos os lados e todos os ângulos são iguais, irregular no caso contrário. 1.24.1 - Dividir uma circunferência em três partes iguais e construir o triângulo equilátero. - Com centro em D e com raio R traça-se o arco C-O-B. - Unindo os pontos A, B e C obtém-se o triângulo equilátero. 1.24.2 - Dividir uma circunferência em quatro partes iguais e construir o quadrado. - Com centro em l e 2; depois em 1 e 3; com raio R qualquer, traçam-se quatro arcos que se intersecionam dois a dois, nos pontos H e H. - Traçam-se as diagonais AC e BD. - Ligando os pontos A B C D se obtém o quadrado. Nota: o quadrado em uma outra posição pode ser obtido unindo os pontos 1-2-3- 4. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 31 1.24.3 - Dividir uma circunferência em cinco partes iguais e construir o pentágono. - Com centro em q e com raio R, igual ao da circunferência dada, descreve-se o arco mn. - Liga-se m a n determinando p. - Com centro em p e raio R, traça-se o arco A r. - Com centro em A e raio R, traça-se o arco r E. - A corda AE = R, é o lado do pentágono. 1.24.4 - Dividir uma circunferência em seis partes iguais e construir o hexágono. - Com centro em A e em D e, com raio R igual ao da circunferência dada, traçam- se os arcos FOB e EOC. - Une-se A com F, F com E. etc., obtém- se o hexágono. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 32 1.24.5 - Dividir uma circunferência em sete partes iguais e construir o heptágono. - Com centro em q e com raio R igual ao da circunferência dada, descreve-se o arco mOn. - A distância mp = AB é o lado procurado. 1.25 - Regra de Bion para divisão de circunferência. - Divide-se o diâmetro AB qualquer em n partes iguais. - Com centro em A e depois em B e raio AB, obtém-se os pontos C e D. - Une-se o ponto C aos pontos de divisão O, 2, 4, e 6 ou aos pontos 1, 3, e 5 obtém- se os pontos A, E, F e G que dividem a circunferência. - Unir o ponto D aos mesmos pontos em que foi unidos o ponto C. TAREFA: FAÇA E ENTREGUE A LISTA DE EXERCÍCIOS 2 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 33 USO DE ESCALAS (NBR 8196): Existem construções, objetos, peças etc., que não podem ser representados em seu tamanho real. Alguns são muito grandes para caber em uma folha de papel. Outros são tão pequenos, que se fossem reproduzidos em tamanho real seria impossível analisar seus detalhes. Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou ampliar as dimensões destes objetos e isto é possível por meio da representação em escala. Nos desenhos em escala as medidas lineares do objeto real são mantidas, ou então ampliadas ou reduzidas proporcionalmente, e as dimensões angulares do mesmo permanecerão inalteradas. Observações: • O valor indicado nas cotas de um desenho se refere sempre às medidas reais do objeto, independentemente do mesmo ter sido ampliado ou reduzido no desenho; Escala Natural: Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala natural. A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da sua palavra ESC, seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos dois pontos representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos dois pontos representa as medidas reais da peça. Na indicação da escala natural os dois numerais são sempre iguais. Isso porque o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. A relação entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê- e um por um). A escala natural é sempre indicada deste modo: ESC 1:1. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 34 Escala de Redução: A escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala de redução. As medidas deste desenho são duas vezes menores que as medidas correspondentes da peça real. A indicação da escala de redução também vem junto do desenho técnico. No desenho acima, o objeto foi representado na escala de 1:2 (que se lê: um por dois). Escala de Ampliação: A escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. Veja o desenho técnico abaixo em escala de ampliação. As dimensões deste desenho são duas vezes maiores que as dimensões correspondentes da peça real. Este desenho foi feito na escala 2:1 (lê-se: dois por um). A indicação da escala é feita no desenho técnico como nos casos anteriores: a palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados por dois pontos. Só que, neste caso, o numeral da esquerda, que representa as medidas do desenho técnico, é maior que 1. O numeral da direita é sempre 1 e representa as medidas reais da peça. ESCALAS RECOMENDADAS PELAS NORMAS NBR: Já vimos em detalhe como devemos interpretar os desenhos técnicos em escala natural, de redução e de ampliação. Recorde essas escalas: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 35 Nas escalas de ampliação e de redução os lugares ocupados pelo numeral 2 podem ser ocupados por outros numerais. Mas, a escolha da escala a ser empregada no desenho técnico não é arbitrária. Veja, a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 8196/1983. COMO INFORMAR A ESCALA NA LEGENDA: Ä Para os desenhos que não forem feitos em escala, deve-se colocar “S/E” na legenda. Ä Para desenhos que possuam mais de uma escala (vistas ou detalhes feitos com escalas diferentes) deve-se informar na legenda a escala que é mais utilizada (geral) no desenho e, nas vistas ou detalhes com escala diferente, deve-se colocar a indicação da escala (em local próximo). COMO DETERMINAR A ESCALA DE UM DESENHO: ESC = Medida do Desenho : Medida da Peça (Real) Lembrando sempre que: Ä Na ampliação: A medida maior é a do desenho. Ä Na Redução: A medida maior é a da peça Exemplos: a) Desenho de escritório: Ä Medida da largura da mesa = 70cm (real) Ä Medida da largura no desenho = 7cm ESC 7cm : 70cm ; se dividirmos ambos os lados pelo menor valor, teremos: ESC 1 : 10 (significa redução) CATEGORIA ESCALAS RECOMENDADAS Lembre sempre: Escalas de Ampliação 20:1 50:1 10:1 Dimensões do desenho são maiores que as da peça real. 2:1 5:1 Escala Natural 1:1 Dimensões do desenho são iguais as da peça real. Escalas de Redução 1:2 1:5 1:10 Dimensões do desenho são menores que as da peça real. 1:20 1:50 1:100 1:200 1:500 1:1000 1:2000 1:5000 1:10000 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 36 b) Chip de computador: Ä Largura do chip = 2cm (real) Ä Largura do chip no desenho = 10cm ESC 10cm : 2cm ; se dividirmos ambos os lados pelo menor valor, teremos: ESC 5 : 1 (significa ampliação) Observações: Ä Para ampliarmos medidas: Multiplica-se a medida pela escala. Ä Para reduzirmos medidas: Dividimosa medida pela escala. LEITURAS UTILIZANDO O ESCALÍMETRO: Ä O escalímetro Tipo 1 possui as seguintes escalas: 1:20 / 1:25 / 1:50 / 1:75 / 1:100 / 1:125 Ä A leitura, em qualquer escala do escalímetro, é feita sempre em metros. Ä Se necessitarmos fazer qualquer leitura nas escalas 1:2 / 1:2,5 / 1:5 / 1:7,5 / 1:10 / 1:12,5 devemos fazer a leitura em metros e deslocar a vírgula uma casa decimal para a esquerda. Ä Se necessitarmos fazer leituras nas escalas 1:200 / 1:250 / 1:500 / 1:750 / 1:1000 / 1:1250 deveremos fazer a leitura em metros e deslocar a vírgula uma casa decimal para a direita. Exemplo: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 37 TIPOS DE LINHAS (NBR 8403): As linhas são a base do desenho. Combinando-se linhas de diferentes tipos e espessuras é possível descrever graficamente qualquer peça. Desse modo, o desenhista com conhecimentos básicos de leitura de desenho, pode visualizar, com precisão, a forma da peça apresentada. A espessura das linhas depende do tamanho e proporções do desenho. A linha para arestas e contornos visíveis é que determina a espessura das demais. Observações: Ä A relação entre a largura das linhas larga e estreita não deve ser inferior a 2. Ä As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão, escala e densidade de linhas no desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13(*); 0,18(*); 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm. Ä Para diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala, as larguras das linhas devem ser conservadas. (*)As larguras de traço 0,13 e 0,18 mm são utilizadas para originais em que a sua reprodução se faz em escala natural. Não é recomendado para reproduções que pelo seu processo necessite de redução. Ä O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a representação de hachuras) não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga, entretanto recomenda-se que esta distância não seja menor do que 0,70 mm. Apresentamos abaixo as linhas utilizadas no Desenho Técnico, com suas características e aplicações, de acordo com a NBR-8403. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 38 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 39 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 40 Ordem de prioridade de linhas coincidentes Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem ser observados os seguintes aspectos, em ordem de prioridade (ver Figura 2): 1) Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A); 2) Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F); 3) Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas extremidades e na mudança de direção; tipo de linha H); 4) Linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G); 5) Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K); 6) Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B). Terminação das linhas de chamadas As linhas de chamadas devem terminar: a) Sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota (Figura 3); b) Com um ponto, se termina dentro do objeto representado (Figura 4); c) Com uma seta, se ela conduz e ou contorna a aresta do objeto representado (Figura 5). Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 41 Regras básicas para o traçado de linhas: 1 - Deve ser mantida a espessura das linhas (grossa/fina) ao longo do desenho. 2 - Se uma aresta visível for limite de outra não visível, esta deve tocá-la. 3 - Se as linhas não visíveis têm um vértice comum, isto é, são concorrentes, devem se cruzar ou tocar naquele ponto. 4 - Se as linhas não visíveis não têm um vértice comum, elas devem ser interrompidas no cruzamento.. 5 - Se uma aresta não visível, em projeção, "cruzar com uma visível, sendo que as duas não são concorrentes, a não visível deve ser interrompida. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 42 6 - O contorno não visível de um arco deve tocar as linhas de centro do mesmo. 7 - Toda linha traço-ponto deve começar e terminar por uma reta. 8 – Quando duas ou mais linhas paralelas estão próximas, devem ser evitados traços e espaços iguais lado a lado. Deve-se alterar ligeiramente esse posicionamento. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 43 PROJEÇÃO Projetar significa representar graficamente, em um plano, uma figura localizada no espaço. • Elementos Os elementos para projetar são: > (P) - centro de projeção, pólo ou vértice. > Triângulo (A) (B) (C) - figura plana no espaço, a ser projetada. > (α) - plano de projeção. > (P)(A), ( P ) ( B ) , (P)(C) - raios projetantes. > Triângulo ABC - projeção do triângulo (A)(B)(C) sobre o plano (α). TIPOS DE PROJEÇÃO: > Projeção cônica ou central - o centro de projeção está a uma distância finita do plano de projeção (exemplo dado anteriormente) e os raios projetantes são divergentes. > Projeção cilíndrica ou paralela - o centro de projeção está a uma distância infinita do plano de projeção e os raios projetantes são paralelos entre si. A Projeção Cilíndrica pode ser: • Oblíqua: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo diferente de 90°. • Ortogonal: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo de 90°. Projeção Cilíndrica Oblíqua Projeção Cilíndrica Ortogonal Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 44 DIEDROS DE PROJEÇÃO: Dos dois tipos de projeção, será dada maior ênfase ao estudo da projeção cilíndrica, em especial a ortogonal, que por suas características apresenta projeções em verdadeira grandeza (V.G.). Para localizar um determinado ponto no espaço na projeção cilíndrica ortogonal são necessárias duas projeções ortogonais. Usa-se, portanto, um sistema de dois planos de projeção perpendiculares entre si, um na posição horizontal (π) e outro na vertical (π') que se interceptam determinando uma reta denominada linha de terra (LT). Esse sistema projetivo formado por dois planos ortogonais de projeção foi criado por Gaspar Monge. Os planos (π) e (π’) determinam no espaço quatro porções iguais denominadas diedros. ÉPURA: Para desenhar e interpretar as projeções é necessário que os dois planos de projeção sejam representados em uma única superfície plana. Isto é obtido fazendo- se com que um dos planos seja rebatido sobre o outro, num giro de 90° em torno da linha de terra (LT), ou seja, fazer com que (π) e (π') sejam coincidentes. O resultado desse processo é denominado épura. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 45 A linha que une as projeções A e A' do ponto (A) denomina-se linha de chamada ou linha de projeção, e é perpendicular à linha de terra. Em épura, convenciona-se suprimir o contorno dos planos e representar a linha de terra acrescida de dois pequenos traços colocados abaixo e paralelos à mesma. Para a melhor localização de um ponto no espaço,utiliza-se um terceiro plano de projeção, de perfil, perpendicular aos outros dois e com posição arbitrária em relação aos mesmos. A interseção dos três planos de projeção define um ponto denominado origem (O), que em épura pode representar a posição do plano de perfil (π"). Desta forma, cada ponto será definido através de três coordenadas (x, y, z) que correspondem a: abscissa, afastamento e cota. > Abscissa (x) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano de perfil > Afastamento (y) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano vertical > Cota (z) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano horizontal O rebatimento do plano de perfil é feito num giro de 90° sobre o plano vertical , ou seja, fazendo-se com que e sejam coincidentes. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 46 ESTUDO DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS NO 1º DIEDRO: A projeção de sólidos é feita de forma semelhante à das figuras planas, que formam suas faces. As figuras planas são definidas pelos segmentos que formam seus lados, que por sua vez têm por extremidade dois pontos. Para definir as projeções de um sólido, deve-se primeiro projetar suas faces; em casos mais complexos pode- se projetar pontos isolados. As faces do sólido projetado ao lado são retângulos paralelos ou perpendiculares aos diferentes planos; sua projeção fica então determinada pela junção destas faces. Considerando a face em destaque, vemos que está paralela a (π) e perpendicular a (π') e (π"); então a projeção horizontal está em VG e as demais reduzidas a um segmento de reta. O sólido projetado ao lado tem base retangular e faces triangulares, sua projeção fica então determinada pela junção destas faces. Considerando a face em destaque, vemos que está oblíqua em relação a (π ) e (π") e perpendicular a (π' ); então as projeções horizontal e de perfil permanecem triangu- lares mas estão deformadas, e a vertical é reduzida a um segmento de reta. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 47 Observação importante: Dos quatro diedros formados pela interseção dos planos horizontal e vertical de projeção, apenas o 1º e 3º diedros são utilizados em Desenho Técnico. O 1º diedro é também denominado de sistema europeu de projeção, e o 3º diedro, de sistema americano de projeção. Daremos mais ênfase ao estudo da projeção no 1º diedro pelo fato deste ser o sistema de representação adotado pelas normas ABNT. VISTAS ORTOGRÁFICAS PRINCIPAIS: No desenho técnico, as representações gráficas obtidas através da projeção ortogonal do objeto nos planos de projeção, corresponderão às três vistas ortográficas principais. > A projeção no plano vertical corresponde à vista de frente ou frontal. > A projeção no plano horizontal corresponde à vista de cima ou superior. > A projeção no plano de perfil corresponde à vista lateral esquerda. O sólido projetado ao lado tem uma face circular e sua lateral é uma superfície curvilínea, sua projeção fica então determinada pela projeção do círculo e o contorno da lateral. Considerando a face em destaque, vemos que está perpendicular a (π) e (π’) e paralela a (π"); então as projeções horizontal e vertical são reduzidas a um segmento de reta e a de perfil está em V.G. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 48 Na representação em desenho técnico, as linhas de interseção entre os planos de projeção são eliminadas. Para a construção das vistas deve-se usar linhas auxiliares que irão determinar o perfeito alinhamento entre as mesmas, segundo um dos processos mostrados a seguir: Após a definição das vistas, as linhas auxiliares são eliminadas. Observação: Não é necessário nomear as vistas, já que suas posições são constantes, de acordo com as projeções horizontal, vertical e de perfil definidas anteriormente. A distância entre a vista frontal e a superior, e entre a vista frontal e a lateral esquerda, deverá ser sempre a mesma, no mínimo 20mm, a fim de não dificultar a cotagem do desenho. O desenho deverá ser distribuído simetricamente pela folha, de forma que o enquadramento fique com melhor aspecto. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 49 SEIS VISTAS ORTOGRÁFICAS: As três vistas ortográficas principais (frontal, superior e lateralesquerda) por vezes não conseguem esclarecer suficientemente a forma de objetos mais complexos. Além de outros recursos, pode-se aumentar o número de vistas para seis. São considerados dois planos em cada posição: > Horizontal - abaixo e acima do sólido. > Vertical - atrás e à frente do sólido. > De perfil- à direita e à esquerda do sólido. O posicionamento das vistas é feito de uma das formas a seguir: DESENHO MULTIVISTAS – MÉTODO NO 1º DIEDRO: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 50 ESCOLHA DAS VISTAS: Deve-se executar tantas vistas quantas forem necessárias à perfeita caracterização da forma do objeto; estas devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios: a) A vista mais importante de um objeto deve ser utilizada como a vista frontal, contendo preferencialmente o comprimento da peça e/ou o maior número de detalhes. b) Limitar ao máximo o número de vistas. c) Evitar vistas com repetição de detalhes. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 51 DESENHO MULTIVISTAS – CORRESPONDÊNCIA ENTRE VISTAS: DESENHO MULTIVISTAS – MÉTODO NO 3º DIEDRO: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 52 O quadro abaixo apresenta a descrição comparativa dos dois diedros, definindo o posicionamento das vistas em relação à Vista Frontal. Para facilitar a interpretação do desenho, é recomendado que se faça a indicação do diedro utilizado na representação. A indicação pode ser feita escrevendo o nome do diedro utilizado, ou utilizando a simbologia abaixo: Vamos verificar para a peça do exemplo abaixo como ficaria a representação das três vistas principais no 1º diedro e no 3º diedro? Pode ser que você venha a trabalhar em uma empresa que receba muitos desenhos no padrão americano (3º diedro)! Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 53 Podemos observar com clareza nas figuras abaixo, a representação em três vistas desse mesmo objeto no 1° e 3° diedros : Observações Gerais: - O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla interpretação. - As dimensões de largura da peça aparecem nas vistas lateral e superior; - As dimensões de altura parecem nas vistas de frente e lateral; - As dimensões de comprimento aparecem nas vistas de frente e superior. As vistas devem preservar: - Os mesmos comprimentos nas vistas de frente e superior. - As mesmas alturas nas vistas de frente e lateral. - As mesmas larguras nas vistas lateral e superior. - Como projeçõesdesenhadas representam uma mesma peça sendo vista por lados diferentes, o desenho deve resguardar, visualmente, as proporções da peça, deste modo, os lados que aparecem em mais de uma vista não podem ter tamanhos diferentes. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 54 ESCOLHA E SELEÇÃO DAS VISTAS: - A representação de três vistas (Frontal, Superior e Lateral) de um determinado objeto é, na esmagadora maioria das vezes, suficiente para a sua completa e inequívoca definição. Contudo, alguns objetos, como peças que apresentam elementos cilíndricos, podem ser definidos por apenas duas vistas. Vejamos alguns exemplos: - Eventualmente, algumas peças podem ser definidas apenas com uma vista devendo nesse caso ser acompanhadas de sinais de informação complementar Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 55 - Superfícies curvas e inclinadas (perpendiculares a um dos planos de projeção) devem ser representadas, pelo menos, numa das projeções, vistas de perfil: ou seja projetadas contra o plano ao qual são perpendiculares. - Mesmo não sendo absolutamente necessária para a completa definição de uma peça a execução de uma terceira vista pode facilitar a leitura do desenho ESCOLHA E SELEÇÃO DAS VISTAS - EXEMPLOS: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 56 O uso de uma terceira vista não é necessário mas facilita a visualização espacial da peça (VISTA ÚTIL) Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 57 Em objetos planos, como chapas ou placas de pequena espessura, a representação é simplificada com a indicação da espessura (ESP) da peça em vista única; esta indicação pode ser feita interna ou externamente, de acordo com o espaço disponível. Quando externa, a indicação deve se localizar, preferencialmente, no canto inferior direito da vista única. A definição inequívoca e completa desta peça exige três vistas!!! Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 58 QUAL VISTA DEVEMOS USAR COMO PRINCIPAL (FRONTAL)? - A que mostra mais detalhes do objeto. - A posição natural ou de trabalho do objeto. - A que dá origem a um menor número de linhas invisíveis. - A de maior dimensão. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 59 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 60 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 61 VISTAS PARCIAIS: Por questões de rapidez de execução, sem perda de clareza, é possível, em determinadas situações, desenhar apenas parte do objeto que se pretende representar. - MEIA VISTA: Nestes casos as extremidades dos eixos de simetria referenciam-se com dois pequenos traços finos, paralelos entre si e perpendiculares ao eixo Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 62 - QUARTO DE VISTA: Em determinadas situações, para peças com dois eixos de simetria, pode desenhar- se apenas um quarto de vista. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 63 - VISTAS INTERROMPIDAS (ENCURTAMENTO): Utilizada na representação de peças com características uniformes e uma das dimensões muito maior do que as outras Neste caso utiliza-se o traço fino contínuo à mão livre para limitar cada uma das partes da peça MODO CORRETO: MODO CORRETO: MODO INCORRETO: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 64 VISTAS DESLOCADAS: Podemos, em determinadas situações, justificar a representação de vistas fora do seu local próprio. Neste caso a referida vista fica liberta de todas as regras gerais de colocação de vistas (rebatimentos) devendo ser representada segundo o método das flechas referenciadas. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 65 VISTAS AUXILIARES: Existem peças que têm uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos de projeção. Veja alguns exemplos: Como já vimos anteriormente, faces oblíquas não são representadas em verdadeira grandeza nas vistas ortográficas normais. Os elementos dessas faces oblíquas aparecem deformados e superpostos, dificultando a interpretação do desenho técnico. Observe, na figura A, que a parte oblíqua apareceu representada deformada nos planos de projeção horizontal e lateral. Para representar peças com partes e elementos oblíquos, recorremos a um tipo especial de projeção ortográfica que permite simplificar a representação e a interpretação de desenhos desse tipo de peças. É a projeção ortográfica com vistas auxiliares que veremos na sequência. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 66 Projeção ortográfica de elementos oblíquos em verdadeira grandeza Em desenho técnico, o modelo deve ser representado em posição que permita analisar todas as suas faces com seus elementos, ou a maioria deles, em verdadeira grandeza em pelo menos uma das vistas ortográficas. As peças com faces e elementos oblíquos têm que ser representadas de maneira especial. Nos próximos tópicos vamos entender como é feita a representação desses tipos de peças. Volte a analisar o modelo representado na figura A. Veja a projeção ortográfica normal deste modelo, no desenho a seguir. Neste exemplo, a face oblíqua apareceu deformada nas vistas superior e lateral esquerda. Dessa forma, o furo passante e a parte arredondada aparecem deformados. Além da deformação, os elementos aparecem superpostos,o que dificulta a leitura e interpretação do desenho. Para que as partes e elementos oblíquos da peça possam ser representados sem deformação temos que imaginar um plano de projeção paralelo à face oblíqua, como mostra a ilustração a seguir. Este plano de projeção inclinado recebe o nome de plano de projeção auxiliar. A projeção da face oblíqua, no plano inclinado, aparece representada sem deformação, em verdadeira grandeza. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 67 Assim, através do rebatimento dos planos de projeção, define-se a posição das vistas no desenho técnico. Os nomes das vistas permanecem os mesmos. A única diferença é que a face projetada no plano de projeção auxiliar dá origem à vista auxiliar. Neste exemplo, a vista auxiliar está representada no lugar da vista lateral, que foi omitida. A vista frontal e a vista superior permanecem. Lembre-se que em desenho técnico os contornos dos planos não são representados. Então, veja como ficam as vistas rebatidas sem os contornos dos planos de projeção. Você notou que o furo e a parte arredondada aparecem sem deformação na vista auxiliar? Isso ocorre porque esses elementos estão representados em verdadeira grandeza na vista auxiliar. Na vista superior e na vista auxiliar aparece a linha de ruptura. Esta linha é utilizada, para indicar que a parte deformada não precisou ser representada nessas vistas. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 68 Peças com mais de uma face oblíqua A peça representada a seguir tem duas faces oblíquas, com elementos. Numa projeção normal, tanto a vista superior como a vista lateral seriam representadas deformadas. Para representar as duas faces oblíquas em verdadeira grandeza, são necessários dois planos de projeção auxiliares, paralelos a cada uma das faces oblíquas. Veja a seguir, a projeção ortográfica completa da peça nos planos em perspectiva. Após o rebatimento, todas as vistas são mostradas numa mesma superfície plana e suas posições no desenho técnico ficam definidas. Uma vez que os contornos dos planos de projeção não são mostrados nos desenhos técnicos, as vistas são representadas como segue: Nesse desenho estão representadas: a vista frontal, a vista superior e duas vistas auxiliares. As vistas representam a verdadeira grandeza de todos os elementos. As duas vistas auxiliares e a vista superior apresentam linhas de ruptura. As linhas de ruptura indicam que partes da peça foram suprimidas no desenho, por não apresentarem interesse para a interpretação da peça. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 69 Exemplo adicional: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 70 PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO: Certas peças que têm superfícies oblíquas em relação aos planos de projeção, por convenção, são representadas por meio de outro tipo especial de projeção ortográfica: a projeção com rotação. A rotação de partes oblíquas possibilita evitar a distorção e o encurtamento que resultariam de uma projeção ortográfica normal. Nem todas as peças que têm partes oblíquas podem ser representadas em projeção com rotação. Apenas as peças com partes oblíquas associadas a um eixo de rotação, podem ser representadas com rotação de parte da peça. Veja alguns exemplos de peças que precisam desse tipo de representação. ROTAÇÃO DE PARTE OBLÍQUA: Rotação é um movimento giratório, um giro em torno de um eixo. A seguir, começaremos nosso estudo exercitando esse tipo de representação. A peça em perspectiva abaixo, um tipo de braço de comando, apresenta uma parte oblíqua. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 71 Vamos analisar agora a projeção ortográfica nos planos rebatidos. A rotação é imaginada de modo que a parte oblíqua fique sobre o eixo principal da peça e paralela ao plano de projeção, que neste exemplo é o horizontal. Compare o tamanho dos segmentos: AB e CD da parte oblíqua na vista frontal e na vista superior. Após a rotação, a parte oblíqua passou a ser representada em verdadeira grandeza, na vista superior. Note a linha de centro que atravessa a parte oblíqua, na vista frontal. É a existência dessa linha de centro que facilita a rotação da parte oblíqua. Observe que o segmento AB, que determina a distância entre dois furos da peça, é maior na vista frontal do que na vista superior. Isso ocorre porque, na vista frontal, a parte oblíqua aparece representada em verdadeira grandeza. Na vista superior a parte oblíqua aparece encurtada. O mesmo ocorre com o segmento CD (diâmetro da parte cilíndrica), que na vista frontal é representado em verdadeira grandeza e na vista superior aparece menor que na vista frontal. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 72 No desenho técnico, a vista onde a rotação é imaginada, é representada normalmente. Na outra vista, representada com rotação, a parte oblíqua aparece em verdadeira grandeza. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 73 CORTES E SEÇÕES: O recurso a cortes e secções faz-se, em geral, quando a peça a representar possuí uma forma interior muito complicada. Nesses casos a peça a representar é seccionada utilizando-se uma superfície convenientemente escolhida, eliminando a parte do objecto que fica entre ela e o observador e representando apenas a projeção da parte restante. A superfície de corte, em princípio, pode ter qualquer forma mas, na prática, o mais usual é utilizar-se um plano ou um conjunto de planos. - As regiões seccionadas pela superfície de corte são assinaladas com hachuras. - As hachuras devem ser feitas com linha do tipo contínuo fina. - Sempre que possível a hachura deve ser feita com uma inclinação de 45º, devendo evitar-se que seja paralelo às linhas de contorno ou de eixo de superfícies curvas e/ou perpendicular às superfícies de contorno. - O espaçamento entre as linhas de hachura deve ser regular (1.5 a 3 mm). Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 74 INDICAÇÃO DO PLANO DE CORTE: A superfície de corte deve ser indicada: - Numa vista contígua à do corte, por uma linha mista (traço-ponto) fina, representando o traço do plano de corte nesse plano de projeção - Essa linha deve prolongar-se para além dos contornos exteriores da vista da peça devendo esse prolongamento ser efetuado em traço contínuo grosso. - Setas apoiadas na parte contínua do traço indicativo do plano de corte, juntos das quais se inscrevem duas letras do alfabeto latino, maiúsculas e iguais. - Estas letras, independentemente da orientação das setas devem sempre ser escritas paralelamenteà base do desenho. - Abaixo da vista que representa o corte escreve-se, a palavra “Corte” seguida da letra escolhida para indicar o corte. As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes, devem ser feitas em direções opostas ou espaçamentos diferentes, conforme mostrado na figura abaixo. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 75 REPRESENTAÇÃO DE LINHAS OCULTAS EM CORTES: A representação das arestas invisíveis na peça cortada não é, por norma, realizada Existem, no entanto, situações em que é conveniente representar elementos invisíveis das peças cortadas. Pode mesmo haver situações em que para além de elementos invisíveis seja necessário representar elementos da peça situados aquém do plano de corte. PLANOS DE CORTE – CORTE POR UM ÚNICO PLANO DE CORTE: - Pode ser realizado em qualquer uma das vistas: Frontal, superior ou lateral. Corte A-ACorte A-A Corte A-ACorte A-A Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 76 DOIS CORTES NO MESMO MODELO: Corte A-ACorte A-A Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 77 CORTES POR PLANOS PARALELOS (CORTE COMPOSTO): - Quando a peça a representar tem detalhes que um único plano de corte não esclarece completamente pode ser necessário usar dois ou mais planos paralelos de corte. - Os extremos de cada linha mista que assinalam cada um dos planos de corte são desenhados a traço contínuo grosso. - Se na zona da mudança de plano de corte existe uma variação da forma da peça, isto é, a linha de mudança de corte atravessa uma aresta ou contorno da peça, então é necessário representar no corte essa linha de mudança de plano de corte. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 78 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 79 CORTE POR PLANOS CONCORRENTES: Em peças com simetria axial (de revolução) podem ser utilizados planos de corte concorrentes no eixo da peça devendo um deles ser paralelo ao plano principal de projeção. O segundo plano de corte, que pode fazer com o primeiro um qualquer ângulo, deve ser rotacionado e rebatido para o plano principal de projeção. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 80 Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 81 CORTE POR PLANOS SUCESSIVOS: As peças com forma sinuosa podem ser cortadas por sucessivos planos de corte que vão acompanhando a forma da peça. Note-se que neste caso não é feito o rebatimento de qualquer um dos planos de corte. A largura do corte e da vista que lhe dá origem é portanto a mesma. MEIO CORTE (muito utilizado em Desenho Técnico): Em determinadas situações, comuns em peças com eixos ou planos de simetria, o corte total pode ser substituído com vantagem por um meio-corte e uma meia-vista. - Numa só projeção fica esclarecido tanto o interior como o exterior da peça! Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 82 CORTE PARCIAL: Por vezes basta mostrar uma pequena região do interior do objeto para que este fique completamente esclarecido, recorrendo-se nessas situações ao corte local. Também podemos fazer mais de um corte parcial na mesma vista do desenho técnico. Veja o exemplo abaixo. Observação importante: Evite colocar a linha de ruptura sobre uma aresta visível. Veja o seguinte exemplo: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 83 SEÇÕES: Em desenho técnico busca-se, sempre, a forma mais simples, clara e prática de representar o maior número possível de informações. Já vimos que a representação em corte facilita a interpretação de elementos internos ou de elementos não visíveis ao observador. Mas, às vezes, o corte não é o recurso adequado para mostrar a forma de partes internas da peça. Nestes casos, devemos utilizar a representação em seção. As representações em seção também são normalizadas pela ABNT (NBR10067/1987). Nos desenhos técnicos de peças a seção pode ser representada: fora da vista, dentro da vista ou interrompendo a vista. SEÇÃO FORA DA VISTA: Você notou que o rebaixo na vista frontal apresenta duas linhas que se cruzam em diagonal? Essas duas linhas contínuas estreitas, que aparecem cruzadas na vista frontal, indicam que a superfície assinalada é plana, derivada de uma superfície cilíndrica. Em desenho técnico, quando queremos indicar que uma superfície é plana, obtida a partir de superfície cilíndrica, utilizamos essas duas linhas cruzadas. Veja, a seguir, outra maneira de posicionar a seção fora da vista. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 84 SESSÕES SUCESSIVAS FORA DA VISTA: No desenho técnico, as seções sucessivas também podem ser representadas próximas da vista e ligadas por linha traço e ponto; em posições diferentes mas, neste caso, identificadas pelo nome. Compare as duas formas de representação, a seguir: Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 85 SEÇÃO INTERROMPENDO VISTA (COM ENCURTAMENTO): SEÇÕES ENEGRECIDAS: Quando a área da seção é a de um perfil de pouca espessura, ao invés de se representarem as hachuras, o local é enegrecido. As seções enegrecidas tanto podem ser representadas fora das vistas como dentro das vistas, ou, ainda, interrompendo as vistas. Veja um exemplo de cada caso. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 86 ELEMENTOS REPRESENTADOS COM OMISSÃO DE CORTE: Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT (NBR 10.067/1987). Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você estudará, nesta aula: nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de engrenagens. Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos. Desenho Técnico Notas de Aula – Rev. 0 Prof. Jutaí J. Estrázulas Pág. 87
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