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APOSTILA DESENHO TECNICO FTEC

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Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 1 
 
DESENHO TÉCNICO 
 
 
1) APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR / HISTÓRICO 
 
2) APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS 
 
3) APRESENTAÇÃO DA EMENTA DA DISCIPLINA 
 
4) DETALHAMENTO DOS HORÁRIOS DE ENTRADA/SAÍDA/ 
INTERVALO 
 
5) FORMA DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
6) ESCLARECIMENTOS SOBRE MATERIAL DIDÁTICO 
 
7) TÓPICOS AUXILIARES 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 2 
 
UNIDADE CURRICULAR: DESENHO TÉCNICO 
 
PROF.: JUTAÍ J. ESTRÁZULAS 
E-MAIL: jutai@uol.com.br 
FONES: 3218-1491 (com.) 
 3025-6208 (res.) / 9174-1505 
 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 3 
 
AS ORIGENS DO DESENHO TÉCNICO 
A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais evoluiu 
gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER, 
SPRINGER E DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso de 
planta e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano 
desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490. 
No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções de fortificações, o 
matemático francês Gaspar Monge, que além de sábio era dotado de extraordinária 
habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um sistema com 
correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço. 
O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título “Geometrie 
Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico. No século XIX, 
com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi necessário normalizar a 
forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la numa linguagem 
gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e viabilizasse o 
intercâmbio de informações tecnológicas. Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 
da International Organization for Standardization – ISO normalizou a forma de 
utilização da Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia e da 
arquitetura, chamando-a de Desenho Técnico. 
Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de 
desenhos utilizados pela engenharia incorporando também os desenhos não 
projetivos (gráficos, diagramas, fluxogramas etc.). 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 4 
 
IMPORTÂNCIA DO DESENHO TÉCNICO 
O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a 
representação de exata da forma, dimensão e posição de objetos de acordo com 
as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e 
também da arquitetura. Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, 
números, símbolos e indicações escritas normalizadas internacionalmente, o 
desenho técnico é definido como linguagem gráfica universal da engenharia (civil, 
mecânica) e da arquitetura. Assim como a linguagem verbal escrita exige 
alfabetização, a execução e a interpretação da linguagem gráfica do desenho 
técnico exigem treinamento específico, porque são utilizadas figuras planas 
(bidimensionais) para representar formas espaciais. Conhecendo-se a metodologia 
utilizada para elaboração do desenho bidimensional é possível entender e conceber 
mentalmente a forma espacial representada na figura plana. Na prática pode-se 
dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário enxergar o que não é 
visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana 
é chamada visão espacial. 
 
- Descrição verbal? Pode omitir informações (óbvio / não óbvio) 
 
- Fotografia? Mostra relativamente bem detalhes externos. E os internos e 
dimensões? 
 
- Fazer um modelo? Problemático se a peça for muito grande! E também 
complicado se a peça está sendo projetada (sendo concebida). 
 
- Solução è Desenho Técnico 
 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 5 
 
O QUE ENTENDEMOS POR “VISÃO ESPACIAL”? 
Visão espacial é uma capacidade que, a princípio, todos têm e que possibilita a 
percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma 
espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. 
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas 
espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos. 
A habilidade de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser 
desenvolvida a partir de exercícios progressivos e sistematizados. Algumas 
pessoas possuem esta “percepção” mais desenvolvida que outras. 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 6 
 
A ENGENHARIA E O DESENHO TÉCNICO 
Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a 
viabilização de boas idéias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos, 
análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que 
representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e 
diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos. 
Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está 
intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que 
pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções 
gráficas que podem substituir cálculos complicados. 
Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação 
gráfica, o ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de 
qualquer modalidade de engenheiro, pois, além do aspecto da linguagem 
gráfica que permite que as idéias concebidas por alguém sejam executadas 
por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor 
geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Assim, o aprendizado ou 
o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender, de uma forma 
ou de outra, do desenho técnico. 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 7 
 
A NORMATIZAÇÃO/PADRONIZAÇÃO DO DESENHO TÉCNICO 
 
Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário 
padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita 
por meio de normas técnicas, seguidas e respeitadas internacionalmente. As 
normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em 
estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e 
consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas 
normas técnicas e estas são acatadas em todo o seu território por todos os que 
estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor. No Brasil as normas são 
aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 
fundada em 1940. Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional 
e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos 
responsáveis pela normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 
1947 a Organização Internacional de Normalização (International Organization for 
Standardization – ISO). Quando uma norma técnica proposta por qualquer país 
membro é aprovada por todos os países que compõem a ISO, essa norma é 
organizada e editada como norma internacional. As normas técnicas que regulam o 
desenho técnico são normas editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO 
(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como 
normas brasileiras - NBR e estão em consonância com as normas internacionais 
aprovadas pela ISO. 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 8 
 
PRICIPAIS NORMAS RELATIVAS A DESENHO TÉCNICO: 
A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT.Os 
procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas gerais 
que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de 
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE 
DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8), bem como em normas específicas que tratam 
os assuntos separadamente, conforme os exemplos seguintes: 
 
• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os 
termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho 
quanto aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), 
quanto ao grau de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto 
ao grau de pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica 
de execução (À mão livre ou utilizando computador) 
• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é 
padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos 
técnicos e definir seu lay-out com suas respectivas margens e legenda. 
• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que 
normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para 
texto, o espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os 
desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os 
textos acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo 
acima da margem inferior. 
• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a 
forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar 
a fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4. 
• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS 
TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na 
clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as 
características de escrita em desenhos técnicos. 
• NBR 8403 – Aplicação de Linhas em Desenhos – Tipos de Linhas – Largura das 
Linhas. 
• NBR10067 – Princípios Gerais de Representação em Desenho Técnico. 
• NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de Escalas. 
• NBR 12298 – Representação de Área de Corte por meio de Hachuras em Desenho 
Técnico. 
• NBR10126 – Cotagem em Desenho Técnico. 
• NBR8404 – Indicação de Estado de Superfície em Desenhos Técnicos. 
• NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e Ajustes. 
• NBR 8993 – Representação Convencional de Partes Roscadas em Desenho 
Técnico. 
 
 
Desenho Técnico 
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Pág. 9 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS (NBR 10647) 
A) QUANTO AO ASPECTO GEOMÉTRICO: 
- DESENHO PROJETIVO: Desenho resultante da projeção do objeto sob um ou 
mais planos que se fazem coincidir com o próprio objeto. Este tipo de desenho 
compreende: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- DESENHO NÃO PROJETIVO: Desenho não subordinado à correspondência por 
meio de projeção entre as figuras que o constituem e o que é por ele representado. 
Compreende uma larga variedade de representações gráficas tais como esquemas, 
diagramas, organogramas, fluxogramas, gráficos, etc. 
 
Exemplo: Diagrama elétrico de uma instalação residencial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vistas Ortográficas: 
Figuras resultantes de projeções 
cilíndricas ortogonais do objeto sobre 
planos convenientemente escolhidos, de 
modo a representar com exatidão a forma 
do mesmo com seus detalhes. 
 
 
Perspectivas: 
Figuras resultantes da projeção cilíndrica 
ou cônica sob um único plano com a 
finalidade de permitir uma percepção mais 
fácil da forma do objeto. 
Desenho Técnico 
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Pág. 10 
 
B) QUANTO AO GRAU DE ELABORAÇÃO: 
- Esboço: 
Representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais de elaboração 
de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos 
existentes ou à execução de obras. 
- Desenho preliminar: 
Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do 
projeto, sujeita ainda a alterações e que corresponde ao anteprojeto. 
- Croqui: 
Desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado normalmente à mão livre e 
contendo todas as informações necessárias à sua finalidade. 
- Desenho Definitivo: 
Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários 
à sua compreensão. 
 
C) QUANTO AO GRAU DE PORMENORIZAÇÃO: 
- Desenho de componente 
Desenho de um ou vários componentes representados separadamente. 
- Desenho de conjunto 
Desenho mostrando reunidos componentes, que se associam para formar um todo. 
- Detalhe 
Vista geralmente ampliada do componente ou parte de um todo complexo. 
 
D) QUANTO AO MATERIAL EMPREGADO: 
Desenho executado com lápis, tinta, giz, carvão ou outro material adequado. 
 
E) QUANTO À TÉCNICA DE EXECUÇÃO: 
Desenho executado manualmente (à mão livre ou com instrumento) ou com uso de 
computador.. 
 
F) QUANTO AO MODO DE OBTENÇÃO: 
- Original 
Desenho matriz que serve para reprodução. 
-Reprodução 
Desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo, compreendendo: 
a) cópia - reprodução na mesma escala do original; 
b) ampliação - reprodução maior que o original; 
c) redução - reprodução menor que o original. 
 
 
 
 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
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Pág. 11 
 
RELAÇÃO DO MATERIAL USADO EM DES. TÉCNICO: 
- Prancheta - mesa apropriada para a execução de desenhos. 
 
- Régua paralela ou "T" - régua de grande comprimento, sem graduação, destinada 
a traçar linhas retas horizontais; a régua "T" pode também traçar retas inclinadas ou 
verticais. 
 
- Escalímetro - régua de secção triangular com graduações em escala para 
marcação de medidas. 
 
- Esquadros - par de réguas em forma de triângulo, preferencialmente sem 
graduação, para traçar retas em diversos ângulos; são usados em conjunto com a 
régua paralela ou "T". 
 
 
- Compasso - instrumento para traçar circunferências. 
 
 
 
- Lápis ou lapiseira - variam de acordo com a espessura e dureza do grafite. Os da série B 
(ex.: B, 2B) são mais macios e produzem traços mais largos, os da série H (ex,: H, 2H) são 
mais duros e produzem traços mais estreitos. Os intermediários são HB e F. A escolha do 
grafite depende da habilidade e experiência do desenhista, de acordo com o tipo de traço e 
acabamento desejado no desenho. A espessura do grafite para lapiseira deve ser também 
escolhida em função de seu uso, 0.5 ou 0.3 para traços estreitos, 0.7 ou 0.9 para traços 
largos. 
Observação: Para o desenhista iniciante, aconselha-se o uso de grafite H para traços finos, 
espessura 0.5; B ou 2B para traços largos, espessura 0.7; e HB para médios, espessura 0.5. 
Desenho Técnico 
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Pág. 12 
 
- Borrachas - a única recomendação é que sejam borrachas apropriadas para 
desenho, brancas e macias. 
 
- Papel - a escolha do papel varia com o tipo de desenho a executar, para o 
desenho técnico é em geral liso, branco e opaco. 
 
- Material complementar - flanela, fita adesiva, lixa, escova para desenho. 
 
- Gabaritos - réguas vazadas com diferentes formas para execução de figuras 
repetidas ou de difícil execução (ex.: elipses, circunferências, mobiliário, setas etc). 
 
- Transferidor - régua graduada em forma de circunferência ou semicircunferência 
usada para marcar medidas angulares. 
 
Desenho Técnico 
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Pág. 13 
 
RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA DESENHO MANUAL: 
 
Ä 0 material de desenho deve estar sempre limpo. 
 
Ä Verificar as condições do material e do papel antes do início do 
desenho. 
 
Ä Estabelecer uma distribuiçãoracional do material sobre a mesa de 
desenho, para facilitar sua utilização; a mesa deve ficar o mais livre 
possível. 
Ä Cuidar da limpeza do material, do papel e da mesa, também durante a 
execução do desenho, retirando partículas de borracha e apontando o 
grafite longe da mesa. 
Ä Fixar a folha de papel sobre a mesa, com fita adesiva, cuidando para 
não invadir as margens da folha. 
Ä Usar a aresta superior da régua paralela ou "T" para desenhar. 
Ä Usar o escalímetro apenas para marcar medidas, não traçando linhas 
com ele. 
Ä Proteger a parte concluída do desenho para não sujar. 
Ä Não apoiar objetos sobre o desenho que possam vir a danificá-lo ou 
sujá-lo. 
Ä Retirar a fita adesiva com cuidado, de dentro para fora, para não 
danificara folha. 
Ä Limpar a mesa ao terminar o trabalho. 
 
 
Desenho Técnico 
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Pág. 14 
 
TRAÇADO À MÃO LIVRE: 
o desenho a mão livre tem como finalidade a execução do esboço preliminar de 
determinado objeto, o qual, após reestudado e pormenorizado, terá seu desenho 
definitivo feito com instrumentos. 
 
 
LINHAS RETAS 
Fixar cotovelo e pulso, girando este último até uma posição limite 
conforto/desconforto. Repetir a operação para uma nova posição cotovelo/pulso, 
formando uma reta composta por pequenos segmentos. 
 
 
 
TRAÇADO DE CIRCUNFERÊNCIAS: 
Traçar um quadrado de lado igual ao diâmetro da circunferência desejada e 
inscrevê-Ia no mesmo. 
 
Desenho Técnico 
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Pág. 15 
 
CALIGRAFIA TÉCNICA – NBR 8402: 
A escrita é um elemento que se faz necessário para um esclarecimento completo e 
final de um desenho, indicando-nos todas as informações que, somente pelo 
desenho, poderiam ser confusas ou indeterminadas, como listagem de materiais, 
cotas, especificações, legendas etc. 
A altura h é a dimensão funcional para o tamanho nominal da letra maiúscula. 
Define-se a seguinte escala de tamanho de h: 2,5 - 3,5 - 5 - 7 - 10 - 14 e 20mm. 
As alturas h não devem ser menores do que 2,5 mm. 
A escrita pode ser vertical ou inclinada de 15° pa ra a direita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linhas de guia – São linhas necessárias para manter as letras e números com a 
mesma altura ou mesma inclinação, devem ser executadas com traço contínuo e 
estreito. 
 
 
 
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Pág. 16 
 
MODELO DA ESCRITA TÉCNICA: 
- Forma de escrita Vertical: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Forma de escrita Inclinada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pág. 17 
 
FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES (NBR 10068): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um dos lados da folha é maior que o outro. 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar da grande variação dos tipos 
de papel, todos têm em comum o 
formato (tamanho da folha). A norma 
que rege o formato de papéis é a NBR-
10068 da ABNT. O formato deno-
minado internacional é o AO, que tem 
1m2 de área e dimensões de 841mm x 
1189mm. As demais folhas recebem o 
código "A", seguido de números que 
variam de 1 a 5 e são conhecidos 
através da sucessiva divisão ao meio 
da folha AO (conforme figura ao lado). 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
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Pág. 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES NO DESENHO: 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE REFERÊNCIA POR MALHA: 
Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos, edições, modificações, etc. 
 
 
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Pág. 19 
 
DOBRAMENTO DE CÓPIAS (NBR 13142) 
Por exigência da classificação em arquivos e facilidade de transporte, os desenhos 
de grande formato, devem ser dobrados até atingir o formato A4. Ressaltamos que é 
oportuno dobrar a folha de forma a permitir que o lado esquerdo da mesma fique 
exposto em cerca de 20 mm após finalizada a dobradura, com o objetivo de perfurá-
La para inserção em pasta ou mapoteca. A seguir podem ser observados alguns 
exemplos de dobraduras: 
 
 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
Prof. Jutaí J. Estrázulas 
Pág. 20 
 
USO DO MATERIAL / TÉCNICAS DE MANUSEIO: 
 
 
 
 
 
 
O grafite do compasso deverá ser apontado em forma de cunha, sendo o chanfro 
voltado para o lado contrário da ponta seca, conforme o ilustrado abaixo: 
 
 
USO DA RÉGUA T: 
A régua “T” será utilizada sempre de modo horizontal, e seu manuseio se dará com 
a mão que não utilizamos para desenhar, ou seja, se o indivíduo é destro, deverá 
movimentá-la com a mão esquerda e vice-versa. 
Com a régua “T” procede-se o traçado de linhas horizontais. Para o traçado de 
linhas inclinadas e/ou horizontais, servirá como base para os esquadros, que 
deslizarão apoiados sobre a mesma. 
 
Quando você estiver fazendo traçados apoiados 
em esquadro ou régua, procure não tocar com o 
grafite nas bordas dos mesmos, evitando assim 
indesejáveis borrões. Para conseguir isso, 
incline ligeiramente a lapiseira/lápis conforme a 
figura ao lado. 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
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Pág. 21 
 
USO DO JOGO DE ESQUADROS: 
 
 
 
 
 
 
Os esquadros podem ser utilizados da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercício: Partindo sempre de um mesmo ponto, trace ângulos de 15, 30, 45, 75, 
90, 105, 120, 135, 150 e 165 graus angulares. 
 
Por permitir grande versatilidade no uso, o 
jogo de esquadros é um dos instrumentos 
de manuseio cotidiano no desenho, 
devendo ser constituído de dois 
esquadros a saber: 
• Esquadro de 30°: possui ângulos de 30° , 
60° e 90°. 
• Esquadro de 45°: possui dois ângulos de 
45° e um de 90° . 
 
A) Para traçado de linhas verticais quando 
apoiado na régua paralela. 
 
 
 
 
B) Para traçado de linhas inclinadas 30°, 
45° e 60 °, utilizando somente um 
esquadro. 
 
 
 
 
 
C) Para traçado de linhas inclinadas a 
qualquer ângulo múltiplo de 15°, utilizando 
o jogo de esquadros. 
 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
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Pág. 22 
 
CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS FUNDAMENTAIS: 
1.1- De um ponto A traçar a perpendicular a uma reta dada r. 
 
a) O ponto pertence à reta. 
- Com centro do compasso em A e raio qualquer marca-se os pontos B e C. 
- Com centro em B e raio qualquer traçar os arcos acima e abaixo de r. 
- Com centro em C e mesmo raio obtém a perpendicular DE (Figura.1.1.a) 
 
b) O ponto é exterior à reta, a construção é análoga a anterior (Figura 1.1.b). 
 
 
1.2 - Traçar a perpendicular à semi-reta OA, no ponto O. sem prolongá-la para a 
esquerda. 
- Com centro em O e raio OB traçar um arco. 
- Marcamos BC = CD = OB. 
- Com centro em D e raio qualquer traçar um arco e com centro em C e mesmo 
raio tem-se o ponto E (Figura 1.2). 
 
Desenho Técnico 
Notas de Aula – Rev. 0 
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Pág. 23 
 
1.3 - De um ponto dado A traçar a reta paralela a uma reta dada r. 
- Centro em A e raio qualquer AB traçar um arco. 
- Centro em B e mesmo raio anterior traçar o arco AC. 
- Tomamos BD igual a CA e obtém o ponto D (Figura 1.3). 
 
 
 
 
 
1.4 - Traçar paralelas através de perpendiculares. 
- Traçar por B a reta AB perpendicular a ‘r’ e por A a perpendicular a reta AB, 
(Figura 1.4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5 - Traçar a mediatriz de um segmento AB. Equivale a dividir o segmento AB em 
duas partesiguais (Figura1. 5). 
- Com centro em A e raio qualquer traçar um arco de um lado e outro de AB. 
- Com centro em B e mesmo raio anterior obtém C e D. CD é mediatriz de AB, 
pois C e D distam igualmente de A e B. 
 
 
 
 
 
 
 
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1.6 - Construir um ângulo igual a um ângulo dado (Figura 1.6). Seja AOB o ângulo 
dado. 
- Com centro em O e raio qualquer OA. traçar o arco AB. 
- Toma-se CD igual a OA e DE igual a AB. Tem-se o ângulo DCE = AOB, pois 
em circunferências iguais, a arcos iguais correspondem ângulos centrais 
iguais. 
 
 
 
 
 
 
 
1.7 - Traçar a bissetriz de um ângulo dado. Equivale a 
dividir o ângulo em duas partes iguais. 
- Com centro em O e raio qualquer OA traçar um 
arco AB. 
- Com centro em A e depois em B e mesmo raio 
tem-se o ponto C. OC é bissetriz do ângulo. Todo 
ponto da bissetriz de um ângulo dista igualmente 
dos lados desse ângulo e, reciprocamente, todo 
ponto eqüidistante dos lados de um ângulo 
pertence à bissetriz desse ângulo. 
 
 
1.8 - Traçar a bissetriz do ângulo formado pelas 
retas ‘r’ e ‘s’, sem usar o vértice desse 
ângulo. 
- Traça-se uma reta qualquer MN. 
- Acha-se as bissetrizes dos ângulos que 
MN formam com ‘r’ e ‘s’. Essas 
bissetrizes cortam-se em A e B. AB será 
a bissetriz pedida. 
 
 
 Figura 1.8 
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1.9 - Dividir um segmento AB em n partes iguais. 
Por exemplo n = 5. 
- Traça-se por A e B retas paralelas: AC 
paralela a BD. 
- Marca-se em AC e BD a partir de B e A n 
vezes (5 neste caso) um segmento 
qualquer. 
- Unindo-se os pontos A-5, 1-4, 2-3, 3-2, 4-1, 
5-B, tem-se a divisão do segmento AB. 
 
1.10 - Construir ângulos de 15°, 30°, 60°, 75° e 
ângulos quaisquer. 
Dividir um ângulo em três partes iguais. 
a) O ângulo é reto. 
- Com raio qualquer OA, traçar um arco AB. 
- Centro em A e raio AO, obtém-se o ponto D. 
- Centro em B e raio BO, determina-se o ponto C, 
arco AD = 60°°°°, logo arco BD = 30°°°°, o que justifica a 
construção. 
- Traçando a bissetriz de BD, tem-se o ângulo de 
15°°°°, o qual somado com 60°°°°, encontra-se 75°.°.°.°. 
 
1.11- Traçar o círculo inscrito a um triângulo 
dado. 
- Traça-se as bissetrizes do triângulo, pois a 
interseção destas é o centro do círculo 
procurado, ou seja o incentro o triângulo. 
- Do ponto O traçar as perpendiculares aos 
lados para termos os pontos de tangência. 
 
 
1.12 - Traçar o círculo circunscrito a um triângulo 
dado. 
- Traça-se as mediatrizes dos lados do triângulo, 
pois a interseção destas é o centro do círculo 
procurado, ou seja o circuncentro do triângulo. 
Nota: No ponto de interseção das medianas 
(segmento de um vértice a mediatriz do lado 
oposto) do triângulo tem-se o baricentro. 
 
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1.13 - Dados três pontos não colineares traçar 
uma circunferência.. 
Sejam A, B e C os pontos dados. 
- Traçar a mediatriz do segmento AB e do 
segmento BC. 
- No ponto de interseção das duas mediatrizes 
tem-se o centro da circunferência pedida. 
Nota: Este procedimento permite encontrar o 
centro de uma circunferência dada e também 
o centro de um arco de circunferência. 
 
1.14 - De um ponto dado na circunferência, traçar a 
tangente a ela. 
- Traça-se a perpendicular ao raio no ponto dado. Essa 
perpendicular será a tangente pedida (Figura 1.14.a). 
 
De um ponto dado, fora da circunferência, traçar as 
tangentes à esta circunferência . 
- Une-se o ponto dado A ao centro O do círculo. 
- Traça-se a mediatriz de AO e com centro no ponto 
médio M de AO e raio MO obtém-se os pontos B e 
C na circunferência. 
AB e AC serão tangentes por serem 
perpendiculares aos raios OB e OC, (Figura 
1.14.b). 
 
1.15 - Dadas duas circunferências de raios R 
(OE ) e R' ( O’E’) e centros O e O' traçar suas 
tangentes exteriores comuns. 
- Centro em O e raio (R - R') traça-se uma 
circunferência auxiliar. 
- Do ponto O' traça-se as tangentes à circun-
ferência auxiliar e obtém-se os pontos B e C. 
- Une-se O a B e encontra-se D. Com centro em 
D e raio QO' obtém-se o ponto D'. 
Analogamente obtém-se os pontos E e E'. As 
tangentes comuns exteriores são DD' e EE'. 
 
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1.16 - Dadas duas circunferências de raios R ( OE ) e R' ( O’E’) e centros O e 
O' traçar suas tangentes interiores comuns. 
- A construção é perfeitamente análoga ao item anterior, com a única diferença de 
que a circunferência auxiliar deve ter raio igual a R + R', Figura 1.16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.17 - Concordar uma reta dada num ponto dado A com um arco que deve 
passar por um ponto B dado. 
- Traça-se por A à perpendicular a reta. 
- Obtém-se a mediatriz de AB até encontrar a perpendicular em O, que é o centro do 
arco de concordância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.18 - Concordar duas retas ‘r’ e ‘s’ com um 
arco de raio dado R. 
- Traça-se CD perpendicular à reta ‘s’, sendo 
AB = CD = R. 
- Por A traça-se uma paralela a ‘r’ e por D a 
paralela a ‘s’ e obtém-se o centro O do arco 
de concordância. 
 
 
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1.19 - Concordar uma reta dada ‘r’ num ponto dado A, com uma reta dada s 
por meio de um arco. 
- Por A traça-se a perpendicular a ‘r’. 
- Prolonga-se ‘s’ até encontrar ‘r’ . 
- Com centro na interseção da reta ‘r’ com ‘s’ e um raio até A obtém-se C, ponto de 
concordância com ‘s’. 
- Por C traça-se a perpendicular a ‘s’. 
- A interseção das perpendiculares é o centro O do arco pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.20 - Concordar duas semi-retas paralelas, nas suas origens A e B, com sentido 
contrário através de dois arcos, (Figura 1.20). 
- Traça-se por A e B as perpendiculares às semi-retas. 
- Toma-se um ponto qualquer C em AB. 
- Traça-se as mediatrizes de AC e CB até encontrar as perpendiculares em O e O' 
que são os centros dos arcos pedidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.22 - Concordar duas circunferências de raios dados R1 e R2 externas uma à 
outra, por meio de um arco de circunferência de raio dado R (Figura 22). 
- Com centro em O’ e raio (R1 + R) descreve-se o arco DD'. 
- Com centro em O’’ e raio (R2 + R) traçar um arco de circunferência que intercepta 
em D e D' o arco inicialmente traçado. 
- Une-se O’ e O’’ com D e D’ determinando assim os pontos de concordância entre 
as circunferências e os arcos dados. 
- D e D' são os centros dos arcos de concordância de raio R. 
 
 
1.23 - Concordar duas circunferências de raios dados R1 e R2 internas a um 
arco de circunferência de raio dado R. 
- Com centro em O’ e raio (R - R1) descreve-se o arco DD'. 
- Com centro em O’’ e raio (R – R2) traçar um arco de circunferência que intercepta 
em D e D' o arco inicialmente traçado. 
- Une-se O’ e O’’ com D e D’ determinando assim os pontos T1, T ’1, T2 e T’2 de 
concordâncias entre as circunferências e os arcos dados. 
- D e D' são os centros dos arcos de concordância de raio R. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.24 - Divisão de circunferência em partes iguais. 
Definições: chama-se polígono a parte do plano compreendida entre segmentos 
consecutivos, tais que a extremidade do último coincida com a origem do primeiro. 
Um polígono diz-se convexo quandonão é cortado pelo prolongamento de qualquer 
de seus lados, côncavo no caso contrário; regular quando todos os lados e todos os 
ângulos são iguais, irregular no caso contrário. 
 
 
 
1.24.1 - Dividir uma circunferência em 
três partes iguais e construir o triângulo 
equilátero. 
- Com centro em D e com raio R traça-se 
o arco C-O-B. 
- Unindo os pontos A, B e C obtém-se o 
triângulo equilátero. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.24.2 - Dividir uma circunferência em 
quatro partes iguais e construir o 
quadrado. 
- Com centro em l e 2; depois em 1 e 3; 
com raio R qualquer, traçam-se quatro 
arcos que se intersecionam dois a dois, 
nos pontos H e H. 
- Traçam-se as diagonais AC e BD. 
- Ligando os pontos A B C D se obtém 
o quadrado. 
Nota: o quadrado em uma outra posição 
pode ser obtido unindo os pontos 1-2-3-
4. 
 
 
 
 
 
 
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1.24.3 - Dividir uma circunferência em cinco partes iguais e construir o pentágono. 
- Com centro em q e com raio R, igual ao da circunferência dada, descreve-se o arco 
mn. 
- Liga-se m a n determinando p. 
- Com centro em p e raio R, traça-se o arco A r. 
- Com centro em A e raio R, traça-se o arco r E. 
- A corda AE = R, é o lado do pentágono. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.24.4 - Dividir uma circunferência em 
seis partes iguais e construir o hexágono. 
- Com centro em A e em D e, com raio R 
igual ao da circunferência dada, traçam-
se os arcos FOB e EOC. 
- Une-se A com F, F com E. etc., obtém-
se o hexágono. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.24.5 - Dividir uma circunferência em sete partes iguais e construir o heptágono. 
- Com centro em q e com raio R igual ao da circunferência dada, descreve-se o arco 
mOn. 
- A distância mp = AB é o lado procurado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.25 - Regra de Bion para divisão de circunferência. 
- Divide-se o diâmetro AB qualquer em n partes iguais. 
- Com centro em A e depois em B e raio AB, obtém-se os pontos C e D. 
- Une-se o ponto C aos pontos de divisão O, 2, 4, e 6 ou aos pontos 1, 3, e 5 obtém-
se os pontos A, E, F e G que dividem a circunferência. 
- Unir o ponto D aos mesmos pontos em que foi unidos o ponto C. 
 
 
TAREFA: FAÇA E ENTREGUE A LISTA DE EXERCÍCIOS 2 
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USO DE ESCALAS (NBR 8196): 
Existem construções, objetos, peças etc., que não podem ser representados em seu 
tamanho real. Alguns são muito grandes para caber em uma folha de papel. Outros 
são tão pequenos, que se fossem reproduzidos em tamanho real seria impossível 
analisar seus detalhes. Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou 
ampliar as dimensões destes objetos e isto é possível por meio da representação 
em escala. 
Nos desenhos em escala as medidas lineares do objeto real são mantidas, ou então 
ampliadas ou reduzidas proporcionalmente, e as dimensões angulares do mesmo 
permanecerão inalteradas. 
 
 
Observações: 
• O valor indicado nas cotas de um desenho se refere sempre às medidas reais do 
objeto, independentemente do mesmo ter sido ampliado ou reduzido no desenho; 
 
 
 
Escala Natural: 
Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho 
real da peça. Veja um desenho técnico em escala natural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da sua palavra ESC, 
seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos 
dois pontos representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos dois 
pontos representa as medidas reais da peça. 
Na indicação da escala natural os dois numerais são sempre iguais. Isso porque o 
tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. 
A relação entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê- e um por 
um). A escala natural é sempre indicada deste modo: ESC 1:1. 
 
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Escala de Redução: 
A escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o 
tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala de redução. 
 
 
 
 
 
 
 
As medidas deste desenho são duas vezes menores que as medidas 
correspondentes da peça real. A indicação da escala de redução também vem junto 
do desenho técnico. No desenho acima, o objeto foi representado na escala de 1:2 
(que se lê: um por dois). 
 
 
Escala de Ampliação: 
A escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior 
que o tamanho real da peça. Veja o desenho técnico abaixo em escala de 
ampliação. 
 
 
 
 
 
 
As dimensões deste desenho são duas vezes maiores que as dimensões 
correspondentes da peça real. Este desenho foi feito na escala 2:1 (lê-se: dois por 
um). 
A indicação da escala é feita no desenho técnico como nos casos anteriores: a 
palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados por 
dois pontos. Só que, neste caso, o numeral da esquerda, que representa as medidas 
do desenho técnico, é maior que 1. O numeral da direita é sempre 1 e representa as 
medidas reais da peça. 
 
ESCALAS RECOMENDADAS PELAS NORMAS NBR: 
Já vimos em detalhe como devemos interpretar os desenhos técnicos em escala 
natural, de redução e de ampliação. Recorde essas escalas: 
 
 
 
 
 
 
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Nas escalas de ampliação e de redução os lugares ocupados pelo numeral 2 podem 
ser ocupados por outros numerais. Mas, a escolha da escala a ser empregada no 
desenho técnico não é arbitrária. 
Veja, a seguir, as escalas recomendadas pela ABNT, através da norma técnica NBR 
8196/1983. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO INFORMAR A ESCALA NA LEGENDA: 
Ä Para os desenhos que não forem feitos em escala, deve-se colocar “S/E” na 
legenda. 
Ä Para desenhos que possuam mais de uma escala (vistas ou detalhes feitos com 
escalas diferentes) deve-se informar na legenda a escala que é mais utilizada (geral) 
no desenho e, nas vistas ou detalhes com escala diferente, deve-se colocar a 
indicação da escala (em local próximo). 
 
 
COMO DETERMINAR A ESCALA DE UM DESENHO: 
ESC = Medida do Desenho : Medida da Peça (Real) 
 
Lembrando sempre que: 
Ä Na ampliação: A medida maior é a do desenho. 
Ä Na Redução: A medida maior é a da peça 
 
Exemplos: 
a) Desenho de escritório: 
Ä Medida da largura da mesa = 70cm (real) 
Ä Medida da largura no desenho = 7cm 
ESC 7cm : 70cm ; se dividirmos ambos os lados pelo menor valor, teremos: 
ESC 1 : 10 (significa redução) 
 
CATEGORIA ESCALAS RECOMENDADAS Lembre sempre: 
Escalas de 
Ampliação 
20:1 50:1 10:1 Dimensões do desenho são 
maiores que as da peça real. 
2:1 5:1 
Escala Natural 1:1 Dimensões do desenho são iguais as da peça real. 
Escalas de 
Redução 
1:2 1:5 1:10 
Dimensões do desenho são 
menores que as da peça 
real. 
1:20 1:50 1:100 
1:200 1:500 1:1000 
1:2000 1:5000 1:10000 
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b) Chip de computador: 
Ä Largura do chip = 2cm (real) 
Ä Largura do chip no desenho = 10cm 
ESC 10cm : 2cm ; se dividirmos ambos os lados pelo menor valor, teremos: 
ESC 5 : 1 (significa ampliação) 
 
Observações: 
Ä Para ampliarmos medidas: Multiplica-se a medida pela escala. 
Ä Para reduzirmos medidas: Dividimosa medida pela escala. 
 
 
LEITURAS UTILIZANDO O ESCALÍMETRO: 
Ä O escalímetro Tipo 1 possui as seguintes escalas: 
1:20 / 1:25 / 1:50 / 1:75 / 1:100 / 1:125 
Ä A leitura, em qualquer escala do escalímetro, é feita 
 sempre em metros. 
 
 
Ä Se necessitarmos fazer qualquer leitura nas escalas 1:2 / 1:2,5 / 1:5 / 1:7,5 / 1:10 / 
1:12,5 devemos fazer a leitura em metros e deslocar a vírgula uma casa decimal 
para a esquerda. 
 
 
Ä Se necessitarmos fazer leituras nas escalas 1:200 / 1:250 / 1:500 / 1:750 / 1:1000 
/ 1:1250 deveremos fazer a leitura em metros e deslocar a vírgula uma casa 
decimal para a direita. 
 
 
Exemplo: 
 
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TIPOS DE LINHAS (NBR 8403): 
As linhas são a base do desenho. Combinando-se linhas de diferentes tipos e 
espessuras é possível descrever graficamente qualquer peça. Desse modo, o 
desenhista com conhecimentos básicos de leitura de desenho, pode visualizar, com 
precisão, a forma da peça apresentada. 
A espessura das linhas depende do tamanho e proporções do desenho. A 
linha para arestas e contornos visíveis é que determina a espessura das 
demais. 
 
Observações: 
Ä A relação entre a largura das linhas larga e estreita não deve ser inferior a 2. 
Ä As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão, escala e 
densidade de linhas no desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13(*); 
0,18(*); 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm. 
Ä Para diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala, as larguras 
das linhas devem ser conservadas. 
(*)As larguras de traço 0,13 e 0,18 mm são utilizadas para originais em que a sua 
reprodução se faz em escala natural. Não é recomendado para reproduções que 
pelo seu processo necessite de redução. 
Ä O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a representação de 
hachuras) não deve ser menor do que duas vezes a largura da linha mais larga, 
entretanto recomenda-se que esta distância não seja menor do que 0,70 mm. 
Apresentamos abaixo as linhas utilizadas no Desenho Técnico, com suas 
características e aplicações, de acordo com a NBR-8403. 
 
 
 
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Ordem de prioridade de linhas coincidentes 
Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem ser 
observados os seguintes aspectos, em ordem de prioridade (ver Figura 2): 
1) Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga, tipo de linha A); 
2) Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F); 
3) Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas extremidades e 
na mudança de direção; tipo de linha H); 
4) Linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G); 
5) Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipo de linha K); 
6) Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B). 
 
 
 
Terminação das linhas de chamadas 
As linhas de chamadas devem terminar: 
a) Sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota (Figura 3); 
b) Com um ponto, se termina dentro do objeto representado (Figura 4); 
c) Com uma seta, se ela conduz e ou contorna a aresta do objeto representado 
(Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Regras básicas para o traçado de linhas: 
1 - Deve ser mantida a espessura das linhas (grossa/fina) ao longo do desenho. 
 
2 - Se uma aresta visível for limite de outra não visível, esta deve tocá-la. 
 
 
 
3 - Se as linhas não visíveis têm um vértice comum, isto é, são concorrentes, devem 
se cruzar ou tocar naquele ponto. 
 
 
 
4 - Se as linhas não visíveis não têm um vértice comum, elas devem ser 
interrompidas no cruzamento.. 
 
 
 
5 - Se uma aresta não visível, em projeção, "cruzar com uma visível, sendo que as 
duas não são concorrentes, a não visível deve ser interrompida. 
 
 
 
 
 
 
 
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6 - O contorno não visível de um arco deve tocar as linhas de centro do mesmo. 
 
 
7 - Toda linha traço-ponto deve começar e terminar por uma reta. 
 
 
8 – Quando duas ou mais linhas paralelas estão próximas, devem ser evitados 
traços e espaços iguais lado a lado. Deve-se alterar ligeiramente esse 
posicionamento. 
 
 
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PROJEÇÃO 
Projetar significa representar graficamente, em um plano, uma figura localizada no 
espaço. 
 
• Elementos 
Os elementos para projetar são: 
> (P) - centro de projeção, pólo ou vértice. 
> Triângulo (A) (B) (C) - figura plana no 
 espaço, a ser projetada. 
> (α) - plano de projeção. 
> (P)(A), ( P ) ( B ) , (P)(C) - raios projetantes. 
> Triângulo ABC - projeção do triângulo (A)(B)(C) sobre o plano (α). 
 
 
 
 
 
TIPOS DE PROJEÇÃO: 
> Projeção cônica ou central - o centro de projeção está a uma distância finita do 
plano de projeção (exemplo dado anteriormente) e os raios projetantes são 
divergentes. 
> Projeção cilíndrica ou paralela - o centro de projeção está a uma distância 
infinita do plano de projeção e os raios projetantes são paralelos entre si. A Projeção 
Cilíndrica pode ser: 
• Oblíqua: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo diferente 
de 90°. 
• Ortogonal: os raios projetantes formam com o plano de projeção um ângulo de 90°. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeção Cilíndrica Oblíqua Projeção Cilíndrica Ortogonal 
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DIEDROS DE PROJEÇÃO: 
Dos dois tipos de projeção, será dada maior ênfase ao estudo da projeção cilíndrica, 
em especial a ortogonal, que por suas características apresenta projeções em 
verdadeira grandeza (V.G.). 
Para localizar um determinado ponto no espaço na projeção cilíndrica ortogonal são 
necessárias duas projeções ortogonais. Usa-se, portanto, um sistema de dois 
planos de projeção perpendiculares entre si, um na posição horizontal (π) e outro na 
vertical (π') que se interceptam determinando uma reta denominada linha de terra 
(LT). Esse sistema projetivo formado por dois planos ortogonais de projeção foi 
criado por Gaspar Monge. 
Os planos (π) e (π’) determinam no espaço quatro porções iguais denominadas 
diedros. 
 
 
 
 
 
 
ÉPURA: 
Para desenhar e interpretar as projeções é necessário que os dois planos de 
projeção sejam representados em uma única superfície plana. Isto é obtido fazendo-
se com que um dos planos seja rebatido sobre o outro, num giro de 90° em torno da 
linha de terra (LT), ou seja, fazer com que (π) e (π') sejam coincidentes. O resultado 
desse processo é denominado épura. 
 
 
 
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A linha que une as projeções A e A' do ponto (A) denomina-se linha de chamada ou 
linha de projeção, e é perpendicular à linha de terra. 
Em épura, convenciona-se suprimir o contorno dos planos e representar a linha de 
terra acrescida de dois pequenos traços colocados abaixo e paralelos à mesma. 
 
 
 
 
 
 
Para a melhor localização de um ponto no espaço,utiliza-se um terceiro plano de 
projeção, de perfil, perpendicular aos outros dois e com posição arbitrária em 
relação aos mesmos. A interseção dos três planos de projeção define um ponto 
denominado origem (O), que em épura pode representar a posição do plano de perfil 
(π"). Desta forma, cada ponto será definido através de três coordenadas (x, y, z) 
que correspondem a: abscissa, afastamento e cota. 
> Abscissa (x) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano de perfil 
> Afastamento (y) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano vertical 
> Cota (z) - é a projeção da distância do ponto (A) ao plano horizontal 
O rebatimento do plano de perfil é feito num giro de 90° sobre o plano vertical , ou 
seja, fazendo-se com que e sejam coincidentes. 
 
 
 
 
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ESTUDO DOS SÓLIDOS GEOMÉTRICOS NO 1º DIEDRO: 
A projeção de sólidos é feita de forma semelhante à das figuras planas, que formam 
suas faces. As figuras planas são definidas pelos segmentos que formam seus 
lados, que por sua vez têm por extremidade dois pontos. Para definir as projeções 
de um sólido, deve-se primeiro projetar suas faces; em casos mais complexos pode-
se projetar pontos isolados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As faces do sólido projetado ao lado são 
retângulos paralelos ou perpendiculares aos 
diferentes planos; sua projeção fica então 
determinada pela junção destas faces. 
Considerando a face em destaque, vemos 
que está paralela a (π) e perpendicular a (π') 
e (π"); então a projeção horizontal está em 
VG e as demais reduzidas a um segmento de 
reta. 
O sólido projetado ao lado tem base 
retangular e faces triangulares, sua projeção 
fica então determinada pela junção destas 
faces. 
Considerando a face em destaque, vemos 
que está oblíqua em relação a (π ) e (π") e 
perpendicular a (π' ); então as projeções 
horizontal e de perfil permanecem triangu-
lares mas estão deformadas, e a vertical é 
reduzida a um segmento de reta. 
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Observação importante: 
Dos quatro diedros formados pela interseção dos planos horizontal e vertical de 
projeção, apenas o 1º e 3º diedros são utilizados em Desenho Técnico. O 1º diedro é 
também denominado de sistema europeu de projeção, e o 3º diedro, de sistema 
americano de projeção. Daremos mais ênfase ao estudo da projeção no 1º diedro 
pelo fato deste ser o sistema de representação adotado pelas normas ABNT. 
 
 
VISTAS ORTOGRÁFICAS PRINCIPAIS: 
No desenho técnico, as representações gráficas obtidas através da projeção 
ortogonal do objeto nos planos de projeção, corresponderão às três vistas 
ortográficas principais. 
> A projeção no plano vertical corresponde à vista de frente ou frontal. 
> A projeção no plano horizontal corresponde à vista de cima ou superior. 
> A projeção no plano de perfil corresponde à vista lateral esquerda. 
 
 
 
 
O sólido projetado ao lado tem uma face 
circular e sua lateral é uma superfície 
curvilínea, sua projeção fica então 
determinada pela projeção do círculo e o 
contorno da lateral. 
Considerando a face em destaque, vemos 
que está perpendicular a (π) e (π’) e paralela 
a (π"); então as projeções horizontal e vertical 
são reduzidas a um segmento de reta e a de 
perfil está em V.G. 
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Na representação em desenho técnico, as linhas de interseção entre os planos de 
projeção são eliminadas. Para a construção das vistas deve-se usar linhas 
auxiliares que irão determinar o perfeito alinhamento entre as mesmas, segundo um 
dos processos mostrados a seguir: 
 
 
Após a definição das vistas, as linhas auxiliares são eliminadas. 
 
Observação: Não é necessário nomear as vistas, já que suas posições são 
constantes, de acordo com as projeções horizontal, vertical e de perfil definidas 
anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A distância entre a vista frontal e a 
superior, e entre a vista frontal e a lateral 
esquerda, deverá ser sempre a mesma, 
no mínimo 20mm, a fim de não dificultar a 
cotagem do desenho. 
O desenho deverá ser distribuído 
simetricamente pela folha, de forma que o 
enquadramento fique com melhor aspecto. 
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SEIS VISTAS ORTOGRÁFICAS: 
 
As três vistas ortográficas principais (frontal, superior e lateralesquerda) por vezes 
não conseguem esclarecer suficientemente a forma de objetos mais complexos. 
Além de outros recursos, pode-se aumentar o número de vistas para seis. 
 
São considerados dois planos em cada posição: 
> Horizontal - abaixo e acima do sólido. 
> Vertical - atrás e à frente do sólido. 
> De perfil- à direita e à esquerda do sólido. 
 
 
 
 
O posicionamento das vistas é feito de uma das formas a seguir: 
 
 
DESENHO MULTIVISTAS – MÉTODO NO 1º DIEDRO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLHA DAS VISTAS: 
Deve-se executar tantas vistas quantas forem necessárias à perfeita caracterização 
da forma do objeto; estas devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios: 
a) A vista mais importante de um objeto deve ser utilizada como a vista frontal, 
contendo preferencialmente o comprimento da peça e/ou o maior número de 
detalhes. 
b) Limitar ao máximo o número de vistas. 
c) Evitar vistas com repetição de detalhes. 
 
 
 
 
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DESENHO MULTIVISTAS – CORRESPONDÊNCIA ENTRE VISTAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENHO MULTIVISTAS – MÉTODO NO 3º DIEDRO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O quadro abaixo apresenta a descrição comparativa dos dois diedros, definindo o 
posicionamento das vistas em relação à Vista Frontal. 
 
 
 
Para facilitar a interpretação do desenho, é recomendado que se faça a indicação do 
diedro utilizado na representação. A indicação pode ser feita escrevendo o nome do 
diedro utilizado, ou utilizando a simbologia abaixo: 
 
 
 
 
Vamos verificar para a peça do exemplo abaixo como ficaria a representação das 
três vistas principais no 1º diedro e no 3º diedro? Pode ser que você venha a 
trabalhar em uma empresa que receba muitos desenhos no padrão americano (3º 
diedro)! 
 
 
 
 
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Podemos observar com clareza nas figuras abaixo, a representação em três vistas 
desse mesmo objeto no 1° e 3° diedros : 
 
 
 
 
 
 
 
Observações Gerais: 
- O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla 
interpretação. 
- As dimensões de largura da peça aparecem nas vistas lateral e superior; 
- As dimensões de altura parecem nas vistas de frente e lateral; 
- As dimensões de comprimento aparecem nas vistas de frente e superior. 
As vistas devem preservar: 
- Os mesmos comprimentos nas vistas de frente e superior. 
- As mesmas alturas nas vistas de frente e lateral. 
- As mesmas larguras nas vistas lateral e superior. 
- Como projeçõesdesenhadas representam uma mesma peça sendo vista por lados 
diferentes, o desenho deve resguardar, visualmente, as proporções da peça, deste 
modo, os lados que aparecem em mais de uma vista não podem ter tamanhos 
diferentes. 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLHA E SELEÇÃO DAS VISTAS: 
- A representação de três vistas (Frontal, Superior e Lateral) de um determinado 
objeto é, na esmagadora maioria das vezes, suficiente para a sua completa e 
inequívoca definição. Contudo, alguns objetos, como peças que apresentam 
elementos cilíndricos, podem ser definidos por apenas duas vistas. Vejamos alguns 
exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Eventualmente, algumas peças podem ser definidas apenas com uma vista 
devendo nesse caso ser acompanhadas de sinais de informação complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Superfícies curvas e inclinadas (perpendiculares a um dos planos de projeção) 
devem ser representadas, pelo menos, numa das projeções, vistas de perfil: ou seja 
projetadas contra o plano ao qual são perpendiculares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Mesmo não sendo absolutamente necessária para a completa definição de uma 
peça a execução de uma terceira vista pode facilitar a leitura do desenho 
 
 
ESCOLHA E SELEÇÃO DAS VISTAS - EXEMPLOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O uso de uma terceira vista não é 
necessário mas facilita a visualização 
espacial da peça (VISTA ÚTIL) 
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Em objetos planos, como chapas ou placas de pequena espessura, a representação 
é simplificada com a indicação da espessura (ESP) da peça em vista única; esta 
indicação pode ser feita interna ou externamente, de acordo com o espaço 
disponível. Quando externa, a indicação deve se localizar, preferencialmente, no 
canto inferior direito da vista única. 
 
 
 
 
 
 
A definição inequívoca e 
completa desta peça exige três 
vistas!!! 
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QUAL VISTA DEVEMOS USAR COMO PRINCIPAL (FRONTAL)? 
- A que mostra mais detalhes do objeto. 
- A posição natural ou de trabalho do objeto. 
- A que dá origem a um menor número de linhas invisíveis. 
- A de maior dimensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VISTAS PARCIAIS: 
Por questões de rapidez de execução, sem perda de clareza, é possível, em 
determinadas situações, desenhar apenas parte do objeto que se pretende 
representar. 
 
- MEIA VISTA: 
Nestes casos as extremidades dos eixos de simetria referenciam-se com dois 
pequenos traços finos, paralelos entre si e perpendiculares ao eixo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- QUARTO DE VISTA: 
Em determinadas situações, para peças com dois eixos de simetria, pode desenhar-
se apenas um quarto de vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- VISTAS INTERROMPIDAS (ENCURTAMENTO): 
Utilizada na representação de peças com características uniformes e uma das 
dimensões muito maior do que as outras 
Neste caso utiliza-se o traço fino contínuo à mão livre para limitar cada uma das 
partes da peça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MODO CORRETO: MODO CORRETO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MODO INCORRETO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VISTAS DESLOCADAS: 
Podemos, em determinadas situações, justificar a representação de vistas fora do 
seu local próprio. Neste caso a referida vista fica liberta de todas as regras gerais 
de colocação de vistas (rebatimentos) devendo ser representada segundo o método 
das flechas referenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VISTAS AUXILIARES: 
Existem peças que têm uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos de 
projeção. Veja alguns exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como já vimos anteriormente, faces oblíquas não são representadas em verdadeira 
grandeza nas vistas ortográficas normais. Os elementos dessas faces oblíquas 
aparecem deformados e superpostos, dificultando a interpretação do desenho 
técnico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe, na figura A, que a parte oblíqua apareceu representada deformada nos 
planos de projeção horizontal e lateral. 
Para representar peças com partes e elementos oblíquos, recorremos a um tipo 
especial de projeção ortográfica que permite simplificar a representação e a 
interpretação de desenhos desse tipo de peças. É a projeção ortográfica com vistas 
auxiliares que veremos na sequência. 
 
 
 
 
 
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Projeção ortográfica de elementos oblíquos em verdadeira grandeza 
Em desenho técnico, o modelo deve ser representado em posição que permita 
analisar todas as suas faces com seus elementos, ou a maioria deles, em verdadeira 
grandeza em pelo menos uma das vistas ortográficas. As peças com faces e 
elementos oblíquos têm que ser representadas de maneira especial. 
Nos próximos tópicos vamos entender como é feita a representação desses tipos de 
peças. 
Volte a analisar o modelo representado na figura A. Veja a projeção ortográfica 
normal deste modelo, no desenho a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste exemplo, a face oblíqua apareceu deformada nas vistas superior e lateral 
esquerda. Dessa forma, o furo passante e a parte arredondada aparecem 
deformados. Além da deformação, os elementos aparecem superpostos,o que 
dificulta a leitura e interpretação do desenho. 
Para que as partes e elementos oblíquos da peça possam ser representados sem 
deformação temos que imaginar um plano de projeção paralelo à face oblíqua, como 
mostra a ilustração a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este plano de projeção inclinado recebe o nome de plano de projeção auxiliar. 
A projeção da face oblíqua, no plano inclinado, aparece representada sem 
deformação, em verdadeira grandeza. 
 
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Assim, através do rebatimento dos planos de projeção, define-se a posição das 
vistas no desenho técnico. Os nomes das vistas permanecem os mesmos. A única 
diferença é que a face projetada no plano de projeção auxiliar dá origem à vista 
auxiliar. 
Neste exemplo, a vista auxiliar está representada no lugar da vista lateral, que foi 
omitida. A vista frontal e a vista superior permanecem. Lembre-se que em desenho 
técnico os contornos dos planos não são representados. Então, veja como ficam as 
vistas rebatidas sem os contornos dos planos de projeção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você notou que o furo e a parte arredondada 
aparecem sem deformação na vista auxiliar? 
Isso ocorre porque esses elementos estão 
representados em verdadeira grandeza na 
vista auxiliar. 
Na vista superior e na vista auxiliar aparece a 
linha de ruptura. Esta linha é utilizada, para 
indicar que a parte deformada não precisou 
ser representada nessas vistas. 
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Peças com mais de uma face oblíqua 
A peça representada a seguir tem duas faces oblíquas, com elementos. 
 
 
Numa projeção normal, tanto a vista superior como a vista lateral seriam 
representadas deformadas. Para representar as duas faces oblíquas em verdadeira 
grandeza, são necessários dois planos de projeção auxiliares, paralelos a cada uma 
das faces oblíquas. 
Veja a seguir, a projeção ortográfica completa da peça nos planos em perspectiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após o rebatimento, todas as vistas são mostradas numa mesma superfície plana e 
suas posições no desenho técnico ficam definidas. Uma vez que os contornos dos 
planos de projeção não são mostrados nos desenhos técnicos, as vistas são 
representadas como segue: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse desenho estão representadas: a 
vista frontal, a vista superior e duas vistas 
auxiliares. As vistas representam a 
verdadeira grandeza de todos os 
elementos. As duas vistas auxiliares e a 
vista superior apresentam linhas de 
ruptura. As linhas de ruptura indicam que 
partes da peça foram suprimidas no 
desenho, por não apresentarem interesse 
para a interpretação da peça. 
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Exemplo adicional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PROJEÇÃO COM ROTAÇÃO: 
Certas peças que têm superfícies oblíquas em relação aos planos de projeção, por 
convenção, são representadas por meio de outro tipo especial de projeção 
ortográfica: a projeção com rotação. 
A rotação de partes oblíquas possibilita evitar a distorção e o encurtamento que 
resultariam de uma projeção ortográfica normal. Nem todas as peças que têm partes 
oblíquas podem ser representadas em projeção com rotação. Apenas as peças com 
partes oblíquas associadas a um eixo de rotação, podem ser representadas com 
rotação de parte da peça. Veja alguns exemplos de peças que precisam desse tipo 
de representação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ROTAÇÃO DE PARTE OBLÍQUA: 
Rotação é um movimento giratório, um giro em torno de um eixo. A seguir, 
começaremos nosso estudo exercitando esse tipo de representação. 
A peça em perspectiva abaixo, um tipo de braço de comando, apresenta uma parte 
oblíqua. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vamos analisar agora a projeção ortográfica nos planos rebatidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A rotação é imaginada de modo que a parte oblíqua fique sobre o eixo principal da 
peça e paralela ao plano de projeção, que neste exemplo é o horizontal. 
Compare o tamanho dos segmentos: AB e CD da parte oblíqua na vista frontal e na 
vista superior. Após a rotação, a parte oblíqua passou a ser representada em 
verdadeira grandeza, na vista superior. 
Note a linha de centro que atravessa a parte oblíqua, na vista frontal. É a existência 
dessa linha de centro que facilita a rotação da parte oblíqua. 
Observe que o segmento AB, que 
determina a distância entre dois furos da 
peça, é maior na vista frontal do que na 
vista superior. Isso ocorre porque, na 
vista frontal, a parte oblíqua aparece 
representada em verdadeira grandeza. 
Na vista superior a parte oblíqua 
aparece encurtada. O mesmo ocorre 
com o segmento CD (diâmetro da parte 
cilíndrica), que na vista frontal é 
representado em verdadeira grandeza e 
na vista superior aparece menor que na 
vista frontal. 
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No desenho técnico, a vista onde a rotação é imaginada, é representada 
normalmente. Na outra vista, representada com rotação, a parte oblíqua aparece em 
verdadeira grandeza. 
 
 
 
 
 
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CORTES E SEÇÕES: 
O recurso a cortes e secções faz-se, em geral, quando a peça a representar possuí 
uma forma interior muito complicada. Nesses casos a peça a representar é 
seccionada utilizando-se uma superfície convenientemente escolhida, eliminando a 
parte do objecto que fica entre ela e o observador e representando apenas a 
projeção da parte restante. 
A superfície de corte, em princípio, pode ter qualquer forma mas, na prática, o mais 
usual é utilizar-se um plano ou um conjunto de planos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- As regiões seccionadas pela superfície de corte são assinaladas com hachuras. 
- As hachuras devem ser feitas com linha do tipo contínuo fina. 
- Sempre que possível a hachura deve ser feita com uma inclinação de 45º, devendo 
evitar-se que seja paralelo às linhas de contorno ou de eixo de superfícies curvas 
e/ou perpendicular às superfícies de contorno. 
- O espaçamento entre as linhas de hachura deve ser regular (1.5 a 3 mm). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INDICAÇÃO DO PLANO DE CORTE: 
A superfície de corte deve ser indicada: 
- Numa vista contígua à do corte, por uma linha mista (traço-ponto) fina, 
representando o traço do plano de corte nesse plano de projeção 
- Essa linha deve prolongar-se para além dos contornos exteriores da vista da peça 
devendo esse prolongamento ser efetuado em traço contínuo grosso. 
- Setas apoiadas na parte contínua do traço indicativo do plano de corte, juntos das 
quais se inscrevem duas letras do alfabeto latino, maiúsculas e iguais. 
- Estas letras, independentemente da orientação das setas devem sempre ser 
escritas paralelamenteà base do desenho. 
- Abaixo da vista que representa o corte escreve-se, a palavra “Corte” seguida da 
letra escolhida para indicar o corte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As hachuras, nos desenhos de conjunto, em peças adjacentes, devem ser feitas em 
direções opostas ou espaçamentos diferentes, conforme mostrado na figura abaixo. 
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REPRESENTAÇÃO DE LINHAS OCULTAS EM CORTES: 
A representação das arestas invisíveis na peça cortada não é, por norma, realizada 
Existem, no entanto, situações em que é conveniente representar elementos 
invisíveis das peças cortadas. 
Pode mesmo haver situações em que para além de elementos invisíveis seja 
necessário representar elementos da peça situados aquém do plano de corte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANOS DE CORTE – CORTE POR UM ÚNICO PLANO DE CORTE: 
- Pode ser realizado em qualquer uma das vistas: Frontal, superior ou lateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corte A-ACorte A-A
Corte A-ACorte A-A
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DOIS CORTES NO MESMO MODELO: 
 
 
 
 
 
 
Corte A-ACorte A-A
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CORTES POR PLANOS PARALELOS (CORTE COMPOSTO): 
- Quando a peça a representar tem detalhes que um único plano de corte não 
esclarece completamente pode ser necessário usar dois ou mais planos paralelos de 
corte. 
- Os extremos de cada linha mista que assinalam cada um dos planos de corte são 
desenhados a traço contínuo grosso. 
- Se na zona da mudança de plano de corte existe uma variação da forma da peça, 
isto é, a linha de mudança de corte atravessa uma aresta ou contorno da peça, 
então é necessário representar no corte essa linha de mudança de plano de corte. 
 
 
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CORTE POR PLANOS CONCORRENTES: 
Em peças com simetria axial (de revolução) podem ser utilizados planos de corte 
concorrentes no eixo da peça devendo um deles ser paralelo ao plano principal de 
projeção. 
O segundo plano de corte, que pode fazer com o primeiro um qualquer ângulo, deve 
ser rotacionado e rebatido para o plano principal de projeção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CORTE POR PLANOS SUCESSIVOS: 
As peças com forma sinuosa podem ser cortadas por sucessivos planos de corte 
que vão acompanhando a forma da peça. 
Note-se que neste caso não é feito o rebatimento de qualquer um dos planos de 
corte. A largura do corte e da vista que lhe dá origem é portanto a mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEIO CORTE (muito utilizado em Desenho Técnico): 
Em determinadas situações, comuns em peças com eixos ou planos de simetria, o 
corte total pode ser substituído com vantagem por um meio-corte e uma meia-vista. 
- Numa só projeção fica esclarecido tanto o interior como o exterior da peça! 
 
 
 
 
 
 
 
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CORTE PARCIAL: 
Por vezes basta mostrar uma pequena região do interior do objeto para que este 
fique completamente esclarecido, recorrendo-se nessas situações ao corte local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Também podemos fazer mais de um corte parcial na mesma vista do desenho 
técnico. Veja o exemplo abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Observação importante: Evite colocar a linha de ruptura sobre uma aresta 
visível. Veja o seguinte exemplo: 
 
 
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SEÇÕES: 
Em desenho técnico busca-se, sempre, a forma mais simples, clara e prática de 
representar o maior número possível de informações. 
Já vimos que a representação em corte facilita a interpretação de elementos internos 
ou de elementos não visíveis ao observador. Mas, às vezes, o corte não é o recurso 
adequado para mostrar a forma de partes internas da peça. Nestes casos, devemos 
utilizar a representação em seção. As representações em seção também são 
normalizadas pela ABNT (NBR10067/1987). 
Nos desenhos técnicos de peças a seção pode ser representada: fora da vista, 
dentro da vista ou interrompendo a vista. 
 
 
 
SEÇÃO FORA DA VISTA: 
 
 
 
 
 
 
 
Você notou que o rebaixo na vista frontal apresenta duas linhas que se cruzam 
em diagonal? Essas duas linhas contínuas estreitas, que aparecem cruzadas na 
vista frontal, indicam que a superfície assinalada é plana, derivada de uma superfície 
cilíndrica. 
 
Em desenho técnico, quando queremos indicar que uma superfície é plana, obtida a 
partir de superfície cilíndrica, utilizamos essas duas linhas cruzadas. 
Veja, a seguir, outra maneira de posicionar a seção fora da vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SESSÕES SUCESSIVAS FORA DA VISTA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No desenho técnico, as seções sucessivas também podem ser representadas 
próximas da vista e ligadas por linha traço e ponto; em posições diferentes mas, 
neste caso, identificadas pelo nome. Compare as duas formas de representação, a 
seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SEÇÃO INTERROMPENDO VISTA (COM ENCURTAMENTO): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEÇÕES ENEGRECIDAS: 
Quando a área da seção é a de um perfil de pouca espessura, ao invés de se 
representarem as hachuras, o local é enegrecido. As seções enegrecidas tanto 
podem ser representadas fora das vistas como dentro das vistas, ou, ainda, 
interrompendo as vistas. Veja um exemplo de cada caso. 
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ELEMENTOS REPRESENTADOS COM OMISSÃO DE CORTE: 
Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de corte, quando 
secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados pela ABNT (NBR 
10.067/1987). 
Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de corte você 
estudará, nesta aula: nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de 
engrenagens. Veja alguns exemplos de peças que apresentam esses elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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