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Livro - A dieta do Yin e do Yang para Gordos, Margos e instaveis

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João Curvo 
A DIETA DO YIN E DO YANC 
PAIA GORDOS, MACIOS E INSTÁVEIS 
R x c c r 
João Curvo 
A DIETA DO YIN E DO YANG 
PARA GORDOS, MAGROS 
E INSTÁVEIS 
3? Edição 
n è c e c r 
Rio de Janeiro - 1999 
SUMÁRIO 
-x-t-
Introdução ' 
1 - 0 conceito Yin-Yang 11 
2 - Propriedades energéticas dos alimentos 13 
3 - As cinco estações 23 
4 - Vegetarianismo - até que ponto é saudável? 31 
5 - A combinação dos alimentos 34 
6 - E o cálcio, onde fica? 37 
7 - 0 equilíbrio Yin X Yang 40 
8 - Os gordos 43 
9 - A dieta do gordo Yin 52 
10 - A dieta do gordo Yang 87 
11 - Você emagreceu, e agora? 120 
12 - Os magros 123 
13 - A dieta do magro Yang 127 
14 - A dieta do magro Yin 131 
15 - Os instáveis 136 
1 6 - A dieta do instável Yang 139 
17 - A dieta do instável Yin 145 
18 - A hora de comer 150 
19 - Toques de bem viver 153 
20 - Guia de chás e alimentos 158 
21 - Guia alimentar 172 
5 
INTRODUÇÃO 
Este livro se destina às pessoas gordas, magras e instáveis em seus 
corpos e energias. A intenção é propiciar a melhor performance que 
cada um pode ter dentro de seus limites impostos pela natureza. 
Aprendi os fundamentos básicos que utilizo estudando a 
medicina chinesa. Grande parte do que escrevo é o que sinto e o 
que penso, sem pretensão de cunho científico, pois a análise dos 
biotipos e suas posturas na vida vêm da simples observação do 
que está diante de nossos olhos. Assim, este não é um livro médi-
co, mas um manual para quem quer se dar bons tratos e equilibrar 
alguns desajustes no corpo, na energia ou no humor. 
A primeira regra a se observar para buscar o que pode estar 
à mão é respeitar e aceitar a própria natureza, os próprios limites, 
buscando querer o que se pode ter. 
Pessoas de baixa estatura jamais serão altas. Desenhos de 
corpo são ligados sobretudo à genética. Guardamos reflexos de 
formas e gestos de nossos ancestrais; trazemos no corpo mensa-
gens que não podemos modificar. Os metabolismos são diferentes 
em função da genética. A voracidade, o mecanismo de saciedade 
e a assimilação das calorias ingeridas para formar depósito de 
gordura estão vinculados a uma genética. Assim, não é gordo 
quem quer, é gordo quem pode. 
Desenhos familiares se repetem. Muita gente come muito e 
não engorda. Outras foram programadas para terem a forma mais 
arredondada. Esta natureza terá de ser preservada para que a pes-
soa fique em harmonia. Contrariar a natureza pode trazer prejuí-
zos à saúde. 
7 
Gordinhos, para serem magrinhos, tantas vezes se desnu-
trem e envelhecem o rosto e pescoço. Por vezes têm de escolher 
entre estar bem no rosto ou na parte inferior do corpo. A priorida-
de deve ser rosto e pescoço, que são a nossa apresentação inicial. 
As pessoas podem ser cheinhas e saudáveis, não têm que ser 
magrinhas para estarem bem. Podem ser gordinhos(as), fofi-
nhos(as), desde que saudáveis, mas obesos, jamais. A obesidade 
mata mas, antes disso, traz muita insegurança afetiva, mazelas, 
inchaços, fermentações, pequenas dores, incômodos mil. 
Os magros compõem uma minoria entre os conflituados 
com a própria imagem. Existem magros que serão magros a vida 
toda, e, sempre que se desequilibrarem, emagrecerão ainda mais. 
Magros muito magros, de ossatura estreita e poucos músculos, 
também se sentem mal ao colocar uma sunga ou maiô. Da mesma 
forma que os gordos, os muito magros passam a não freqüentar 
praias ou piscinas. Esquivam-se de expor o corpo; também se 
sentem olhados, envergonhados e, assim como os gordos, se tor-
nam afetiva e sexualmente inseguros. 
A esses magros cabe também a aceitação de seus limites e a 
disciplina para seguir metas que os façam magros fortes, com 
músculos delineados, boa qualidade de energia e disposição. 
Instáveis são aqueles que não são caracterizados como gor-
dos e nem como magros, mas que com freqüência apresentam 
desequilíbrios que se fazem sentir na instabilidade emocional, na 
disposição, na função digestiva e em outras partes do corpo. 
Dores de cabeça, depressão, explosões de ira, angústias e nós no 
peito fazem parte do universo de queixa dos instáveis. A maioria 
de nós é instável e pode minimizar os desequilíbrios com a aqui-
sição de hábitos simples a serem cultivados ao longo da vida. 
Os principais instrumentos para alcançar nossa melhor per-
formance física e energética são a intuição e a disciplina. 
A partir de agora, procure observar mais os alimentos, seus 
sabores e prazeres. Nos próximos dias, coma buscando esmiuçar 
as sensações gustativas. Degustar o doce e o salgado, buscar per-
ceber o que é gostoso e faz mal, não porque alguém diz, mas por-
que você sente. Comece a atentar e a anotar, pelo menos na cabe-
ça, observações como estas: "a carne à noite me pesou", "não fiz 
8 
boa digestão do pimentão", "o corpo pede açúcar tal hora", "o 
intestino não funcionou", "fiquei com muitos gases, será que foi 
por causa de tal alimento?" 
Isso pode ajudar a entender a lógica de seu equilíbrio. A dis-
ciplina é essencial para que possamos perceber o que, no fundo, 
já sabemos. Guardamos uma intuição curativa que identifica o 
que nos pode fazer bem ou mal em determinadas circunstâncias. 
Temos um baú de memórias arquivado em algum lugar dentro da 
gente. Quem descobre o seu acesso e aprende a lidar com seus 
limites tem mais chances de ser feliz. 
Aconselho o leitor - seja ele gordo, magro ou instável - a ler 
o livro inteiro e não só o capítulo que aborda seu tipo físico. Em 
cada capítulo, acredito que haja informações universais úteis a 
todos que buscam conhecer mais sobre si e sobre os outros. 
As posturas de escuta, de não-saber e de não-concluir são 
bases do pensamento chinês, que podemos tentar exercitar. 
Cabe-nos a escuta da natureza e de nós mesmos. Do que está fora 
e do que está dentro de nós. 
Devemos tentar perceber o alimento em sua expressão no 
nosso corpo. Devemos exercitar a percepção do que nos faz bem 
e do que nos faz mal. O não-concluir é parte de uma sábia e 
humilde postura oriental, de quem percebe que nada está pronto 
ou concluído. Tampouco a ciência, a vida e seus fenômenos. 
9 
O CONCEITO YIN-YANG 
Existem vários caminhos de raciocínio para se chegar a uma dieta 
de equilíbrio. O que abordo neste livro é o caminho através da 
percepção da polaridade YIN-YANG presente em nós e nos ali-
mentos. Dietas de equilíbrio podem também ser prescritas com 
base num raciocínio ocidental, pela análise da composição quími-
ca de cada alimento e seus valores calóricos. 
Uma anemia com queda de cabelo e queda da imunidade, 
por exemplo, seria tratada com os mesmos alimentos tanto pela 
dietética chinesa como pela nutrologia ocidental. Pelos dois 
caminhos chegamos aos mesmos alimentos. Pela visão oriental, a 
prescrição é de alimentos que tonificam os rins, que são a sede de 
nossa vitalidade, sexualidade, defesa e coragem. Na visão orien-
tal, os rins englobam todo o aparelho geniturinário-reprodutor e 
não apenas o órgão filtrador que conhecemos. 
"Os cabelos são o ornamento dos rins", cita o Livro do impe-
rador amarelo, relacionando a vitalidade do corpo à força do cabe-
lo. Sangue, ossos e imunidade também dependem da chamada 
energia do rim. Para tratar uma anemia e dar força aos cabelos, os 
orientais e ocidentais prescrevem carnes vermelhas, fígado, miú-
dos, frutas oleaginosas, gema de ovo e feijões de todos os tipos. 
Os orientais justificam a prescrição dizendo que estes são os 
alimentos que energizam os rins; já os nutrologistas ocidentais 
recomendam estes alimentos por serem ricos em ferro, zinco, cál-
cio e vitaminas do complexo B. 
Opto por divulgar o raciocínio energético oriental por ser 
uma forma simples, popular e intuitiva de buscar a saúde através 
11 
dos alimentos, sem necessidade de maiores conhecimentos de 
bioquímica e fisiologia. Além disso,a dietética energética nos 
ensina que através de ervas, temperos e da forma de preparo dos 
alimentos, podemos modular energias mais sutis, como o humor, 
a disposição, a libido, o sono e a vigília. A percepção energética 
dos alimentos e de como estamos a cada fase da vida nos possibi-
lita um melhor cuidado com nosso corpo. 
A polaridade YIN-YANG é a base da filosofia, diagnóstico 
e terapêutica oriental. Quando notamos que alguém é calmo, é 
porque temos referência do que é ser agitado. Se falamos de calor 
é porque conhecemos o frio. Todos nós temos nosso lado quente 
e nosso lado frio, o nosso lado generoso e nosso lado mesquinho, 
duas faces complementares, por vezes equilibradas, por vezes 
tendendo mais para um lado do que para o outro. 
Tudo o que existe apresenta uma polaridade. Nada é só YIN 
ou só YANG. Nada é só positivo ou negativo. Forças antagônicas 
são complementares e necessárias. No Su Wen, livro básico da 
medicina chinesa, destacam-se diagramas cuja tradução é a se-
guinte: "O céu é o acúmulo de YANG. A terra é o acúmulo de 
YIN." O fogo é YANG. A água é YIN. YANG é a agitação. YIN 
é a serenidade. (Su Wen cap. 5). "O céu e o sol são YANG. A terra 
e a lua são YIN." (Su Wen cap. 6). "Dentro do YANG tem o YIN. 
Dentro do YIN tem o YANG." (Su Wen cap. 66). 
O predomínio da energia YANG está no dia, na primavera e 
verão, no masculino, no calor, na luz, na extroversão, no movi-
mento, na força, no exterior, no tônico. 
O predomínio da energia YIN está na noite, no outono e 
inverno, no feminino, no frio, no escuro, na introversão, na quie-
tude, na fraqueza, no interior, no flácido. 
Todos temos nosso lado YIN e nosso lado YANG; não há 
noite sem dia, ódio sem amor e homem sem mulher. As mulheres 
são essencialmente YIN, mas todas trazem em si um lado mascu-
lino, que é YANG, umas mais e outras menos. Os homens são 
mais YANG, mas todos trazem em si um lado feminino que é 
YIN, uns mais e outros menos. Em nossos corpos e temperamen-
los espelham-se os nossos predomínios YIN e YANG, que podem 
variar durante a vida. 
12 
2 
PROPRIEDADES ENERGÉTICAS 
DOS ALIMENTOS 
Em nossa época, no lumiar do terceiro milênio, não é mais neces-
sário justificar as óbvias atuações energéticas dos alimentos, 
identificadas há milênios e tantas vezes não comprovadas cienti-
ficamente. No campo das energias, muitas coisas podemos perce-
ber sem que possamos demonstrar. 
Podemos sentir a energia de um olhar hostil, a inveja de uma 
pessoa que, sem perceber, gostaria de ter o que temos; ou ter uma 
dor de cabeça estimulada pelo astral de um ambiente. Podemos 
sentir também o alto astral e a energia positiva oriundos de uma 
pessoa, de uma música ou de um ambiente. Sentimos que nossas 
energias podem mudar em função dos ambientes e pessoas que 
nos cercam, mas provar isto é tão difícil que nossa postura oci-
dental de só acreditar no que se prova é frustrada. 
Pessoas muito céticas desprezam os seus sentidos em razão 
de uma necessidade imensa de provar por aparelhos o que a nossa 
sensação já reconhece. Em relação aos alimentos e ervas, muitas 
têm eficácia terapêutica comprovada cientificamente, outras 
ainda aguardam estudos. É uma questão de tempo até a descober-
ta de métodos eficazes para estudos conclusivos. Já pensou se a 
humanidade tivesse de ter esperado pela análise bioquímica da 
composição de cada alimento para prescrever fígado e carne 
bovina aos anêmicos? Por vezes somos tolos e pretensiosos ao 
querer acreditar apenas no que conseguimos provar. Muitas ervas 
e temperos ainda não foram estudados em universidades, mas têm 
uma indicação prática milenar, certamente em razão de êxitos 
terapêuticos, pois do contrário a referência não teria se conserva-
13 
do. Ervas e alimentos podem ser utilizados como medicamentos, 
e sobretudo atuar na prevenção de inúmeros males. A maioria das 
hipertensões arteriais, por exemplo, poderia ser tratada apenas 
com mudanças de hábitos alimentares. 
A energia dos alimentos é expressa por meio de sua polari-
dade YIN-YANG, seu Princípio Vital, seus cheiros, sabores, natu-
rezas térmicas e direções. 
Q U A L I D A D E Y IN-YANG 
D OS A L I M E N T O S 
Alimentos de predomínio YIN refrescam e tranqüilizam, enquan-
to alimentos de predomínio YANG aquecem e ativam. A qualida-
de YIN-YANG é sempre comparativa porque nada é só YIN ou só 
YANG. Um peixe grelhado tem o seu perfil YANG por ser um ali-
mento animal, que nos ativa mais do que uma fruta, por exemplo, 
mas em relação à carne bovina, o peixe é YIN, por ser mais leve 
e refrescante. 
O P R I N C Í P I O V ITAL 
Todo alimento tem um Princípio Vital, que é determinante de sua 
expressão, força e atuação em nossos corpos. O Princípio Vital se 
refere à força de vida contida no alimento. 
Alimentos frescos, plantados e colhidos no tempo certo, em 
solo fértil, são plenos em seus Princípios Vitais. Estes nos benefi-
ciam mais do que os que foram plantados fora da estação, amadu-
recidos rapidamente e/ou consumidos depois de um tempo maior 
de armazenagem. 
Nas primeiras horas da feira, a alface nos traz seu frescor; 
uma alface na banca às 13 horas de um dia de verão já não tem o 
seu Princípio Vital ativado. Um suco de laranja é rico se consumi-
do na hora mas, depois de algumas horas de exposição à luz, além 
14 
de já não ter vitamina C, pode nos causar fermentações e diar-
réias. A carne fresca nos nutre mais do que carne armazenada há 
meses. 
Formas jovens de alimentos como os brotos de feijão, alfa-
ia, bambu, girassol e trevo apresentam um Princípio Vital jovem, 
e são indicados na dietoterapia de rejuvenescimento, ou quando 
nos sentimos cansados, envelhecidos, querendo renovar nossas 
energias. 
Alimentos enlatados ou congelados têm o seu Princípio Vital 
diminuído, pois esta energia não se congela. Assim, observamos 
que o Princípio Vital perde a intensidade à medida que aumenta o 
tempo entre a colheita (ou abate) e seu consumo. Na verdade já 
tínhamos este conhecimento latente: os alimentos mais frescos nos 
passam mais vida através de seus nutrientes e energias. 
OS O D O R E S E OS SABORES 
Os odores correspondem a uma expressão celestial dos alimentos. 
Os sabores se referem à sua expressão terrena. Os odores são mais 
sutis, sublimes, nos atraem ou repelem. De forma geral, devemos 
nos afastar do que nos dá repulsa, exceto se indicado de forma 
terapêutica. 
Muitos remédios cheiram mal, são amargos, mas fazem 
bem. Procure exercitar o olfato percebendo as sutilezas dos odo-
res das comidas. Além de ser pré-requisito para uma digestão 
melhor — pois os odores aguçam o paladar e nos ajudam a secre-
tar enzimas digestivas para melhor processar os alimentos —, a 
percepção do cheiro da comida permite identificar se todos os ali-
mentos estão realmente saudáveis. Através dos odores, os alimen-
tos também direcionam energias, estimulando órgãos e determi-
nadas funções do corpo. 
Perceber os odores e sabores dos alimentos é ponto de par-
tida para se vivenciar a alimentação energética. 
Quando desequilibrados, podemos nos fartar sem sentir o 
gosto da comida. Para quem tem tendência a engordar, nada pior 
15 
do que ganhar peso dessa forma. A pessoa que engordou em meio 
a deleites pelo menos gozou o prazer da oralidade refinada. O pra-
zer é o motivo da vida, e a gula, um dos pecados capitais. 
Muitos pecados são prazerosos, com gosto de impulsão. 
Toda vez que você tem um impulso prazeroso e parte para sua 
realização, há um relaxamento. Existe um lado bom, mas nem 
sempre a liberação de um impulso traz benefícios. 
Agredir colegas e dizer irrefletidamente o que se pensa são 
atitudes que podem trazer um relaxamento imediato, mas tam-
bém prejuízos posteriores. A liberação de nossos impulsos mui-
tas vezes significa que estamos doentes por nos sentirmos atraí-
dos por essetipo de manifestação. Todos nós guardamos uma in-
tuição em relação ao que nos faz bem ou mal, mas, quando esta-
mos mais profundamente desequilibrados, costumamos fazer o 
que nos faz mal. 
Assim, vejo pessoas tensas, hipertensas, com excesso de 
colesterol e ácido úrico querendo comer um bom churrasco; e 
pessoas frias, com baixa da libido, querendo se atirar a doces e 
pudins. Esse ciclo se rompe quando algo dentro de nós determina 
que é hora de mudar. Muitos não têm esse clique e desperdiçam a 
vida, insatisfeitos com seu corpo e sua energia. Alguns, infeliz-
mente a minoria, conseguem mudar conceitos e modos de vida, 
passando a viver melhor, com mais prazer. 
Os fumantes sabem os males que o fumo traz, assim como 
os que comem de forma errada sabem onde estão errando. Com o 
grau de informação e de interesse despertado pelo tema nutrição, 
sobretudo a partir dos anos 70, hoje são poucos os que comem 
errado por ignorância. Seja você magro ou gordo, não tenha pres-
sa em começar a programação indicada para seu equilíbrio. Só 
comece quando houver o clique que nos permite priorizar mudan-
ças com menos sofrimento, já que nos livrar de hábitos arraigados 
é doloroso, mesmo que se saiba que determinados apegos nos 
fazem mal. Por enquanto, tente perceber mais as sutilezas do que 
você come, do que lhe faz bem e do que lhe cai mal. 
16 
OS C I N C O S A B O R E S 
Ácido • amargo » doce • picante » salgado 
Os sabores ajudam a dar a direção energética dos alimentos. Exis-
tem relações diretas de benefícios ou malefícios em determina-
dos órgãos, causados pelo excesso ou deficiência de determi-
nados sabores. 
SABORCACIDQ)- Guarda estreita relação com o fígado. O 
excesso de ácido pode gerar sensação de calor, queimação e 
estagnação no aparelho digestivo. Excessos de comidas ácidas 
podem nos deixar mais "ácidos" em nossos humores. Em pouca 
quantidade, o ácido ajuda o movimento energético de contração 
de nossa musculatura no tubo digestivo, fígado e vesícula biliar, 
promovendo uma ação desestagnante, que mobiliza as toxinas a 
serem eliminadas pelos intestinos. 
Basta pensar em um tamarindo para sentir a salivação e o 
aperto na boca. O segredo é perceber o que é muito e o que é 
pouco, já que o pouco faz bem e o muito faz mal. E este é mais um 
exercício de percepção proposto. Saiba que o ácido pode fazer 
bem e mal. Busque dosar. 
São predominantemente ácidos - limão, laranja (exceto li-
ma), tomate, maracujá, damasco ácido, ameixa fresca, tamarindo, 
carambola, azeitona, queijo branco, coalhada, vinagre. 
SABOR AM ARGO> Relaciona-se ao coração,. Acalma o fogo 
dos sentimentos, como o das paixões, do ciúme e da frustração. 
Observe que esse fogo dos sentimentos pode trazer males ao cora-
ção. O sabor amargo está indicado nas angústias e insônias. 
São predominantemente amargas - rúcula, acelga, chicória, 
alface, endívias, bertalha, couve crua, jiló, boldo, carqueja, vale-
riana, ruibarbo. 
SABOR(pOC^ Relaciona -se ao pâncreas e ao baço. Muito 
doce pode levar ao diabetes por sobrecarregar o pâncreas na se-
creção de insulina. Muito doce gera preguiça, diminuição da aten-
ção e da concentração, queda de cabelo, diminuição da libido, 
varizes e flacidez muscular. 
17 
O sabor doce, no entanto, é o mais encontrado na natureza, 
e deve ser o mais consumido. O sabor doce saudável é o que vem 
dos cereais, raízes, leguminosas, legumes e frutas. O doce que 
vem dos amidos, sem excesso, é revitalizante; enquanto o doce 
proveniente do açúcar, quando de forma excessiva, é nocivo tanto 
para os gordos quanto para os magros. Os açucólatras devem aos 
poucos tentar substituir o açúcar branco pelo mel. O mel tem um 
poder adoçante bem maior, o que assegura menor ingestão calóri-
ca. Além disso, como sua assimilação não depende da insulina, 
ele não sobrecarrega o pâncreas. 
Possuem sabor doce - açúcar, cana-de-açúcar, mel, abóbora, 
abobrinha, aipim, arroz, banana, batatas (de todos os tipos), beter-
raba, caqui, cenoura, chuchu, fruta-do-conde, melancia, trigo, 
inhame, feijão, melão, mamão. 
SABOR fMCANTfy- Possui estreita relação com o pulmão e 
com todo o aparelho respiratório. Dissolve mucos, catarros e 
pigarros, dá movimento aos líquidos do corpo, possui ação ener-
gética antiestagnante de secreções, por isso é também indicado 
nas sinusites. Como tempero, é indicado para dar movimento ao 
bolo alimentar no tubo digestivo, facilitando seu trajeto e a não 
fermentação. Possui também ação antidepressiva, o que faz com 
que a pessoa abra o tórax, que está trancado pela postura de cara-
col própria de quem está recluso, evitando trocas com a vida. 
A pessoa tem a respiração de pequena amplitude, como se 
quisesse trocar menos o ar com a vida lhe cerca. Abrir o peito e 
respirar mais fundo ajuda a depurar a dor e a estagnação da triste-
za. Consideramos picante o sabor que permanece por mais tempo 
na boca, como nos casos do alho, da cebola, da hortelã e da 
pimenta. 
Se temos sensação de queimação, devemos evitar pimentas, 
alho, gengibre, raiz forte, curry e mostarda. O sabor 
picante, de natureza quente, exacerba a inquietação. 
Possuem sabor picante - pimentas (todas), noz-moscada, 
18 
gengibre, alho, alho-poró, cebola, cebolinha, salsa, coentro, man-
jericão, orégano, hortelã, alecrim, cravo e canela. 
SABOR (SALGADO)- Dirige -se aos rins. Sem excessos, o sal 
nos ativa e estimula.O sabor salgado ativa a energia sexual, a 
coragem e a disposição, mas retém água e nos deixa mais pesados 
pelos inchaços. Em excesso, ele sobrecarrega os rins, o coração e 
o aparelho circulatório, prejudicando a livre circulação de energia 
e provocando estagnações. 
Possuem sabor salgado - algas marinhas, camarão, escargot, 
e todas as comidas preparadas com sal. 
Sabores picantes e salgados são indicados para quem está 
vivendo sensação de frio, tristeza, medo e insegurança. 
Embotamentos afetivos, tristeza e desequilíbrios no apare-
lho respiratório como asma, bronquite, sinusite, gripe e pneumo-
nia são acompanhados de cansaço, insegurança e diminuição da 
energia sexual. 
Tristeza e desequilíbrios respiratórios são associados ao pul-
mão, já o cansaço global está associado à deficiência de energia 
do rim, que na ótica oriental inclui, além do rim, a bexiga e os ór-
gãos sexuais. 
Essas sensações estão relacionadas com um estado de cons-
trição, contração, que nos deixa menos ousados, mais YIN. 
Quando estivermos assim, são indicados os belos refogados com 
temperos fortes e picantes que promovem movimentação no san-
gue e sensação de calor. 
AS C I N C O NATUREZAS 
Quente • morna • neutra • fresca • fria 
Referem-se à energia térmica que os alimentos nos passam. 
ALIMENTOS DE NATUREZA QUENTE - pimentas (todas), 
gengibre, noz-moscada, alho, canela, café, chocolate, curry. 
19 
Indicações - para quem tem frio nos pés e nas mãos, dores 
articulares que pioram com o frio ou diminuição da libido. 
Contra-indicações- na gravidez, em caso de gastrite, úlcera, 
afta ou hemorróida. Agitações e irritações pioram com estes tem-
peros. 
ALIMENTOS DE NATUREZA MORNA - cebola, cominho, 
salsa, cebolinha, coentro, mostarda, carneiro, rim, peru, nozes, 
castanhas, amêndoas, amendoins, frango, pêssego, cereja. 
Indicações - para facilitar a digestão, amornar o aparelho 
digestivo, facilitar a circulação, ativar a energia sexual. 
Contra-indicações - evitar cebola e coentro quando houver 
afta, gastrite, úlcera péptica ou má digestão. Carneiro e rim são 
contra-indicados aos que têm ácido úrico e colesterol elevados. 
ALIMENTOS DE NATUREZA NEUTRA - arroz, batata, feijão, 
milho, cenoura, abóbora, nabo, figo, ervilha, pão, massa, trigo, 
aipim. 
indicações - estes alimentos são indicados a todas as pes-
soas, de todas as idades, na saúde e na convalescença. 
Contra-indicações - diabéticos e gordinhosque querem 
emagrecer de forma mais rápida devem evitar o excesso destes 
alimentos. 
ALIMENTOS DE NATUREZA FRESCA - tangerina, mamão, 
pêra, abobrinha, broto de feijão, melão, espinafre, queijo minas, 
couve-flor, maçã, chicória, acelga, repolho. 
I n d i c a ç õ e s - nas sensações de calor, secura de boca e muco-
sas, na agitações e nas hipertensões. 
Contra-indicações - Em excesso são contra-indicados àque-
les que apresentam sensação de frio, resfriados e diarréias. 
ALIMENTOS DE NATUREZA FRIA-melancia, melão, alface, 
banana, pepino, tomate, caqui, marisco, ostra, hortelã, chá de 
menta. 
i n d i c a ç õ e s - Para diminuir o calor, umedecer mucosas, e nas 
hipertensões. 
20 
Contra-indicações - Nas sensações de frio, em resfriados de 
repetição e diarréias. 
A forma de preparo muda as características e a natureza dos 
alimentos e, portanto, a sua indicação. O cozimento aquece a natu-
reza original. Uma abobrinha (natureza fresca) cozida com chei-
ro-verde (natureza morna) passa a ter uma natureza morna e dessa 
forma pode ser indicada às pessoas de natureza mais fria (YIN). 
Em geral, as saladas cruas nos refrescam e resfriam. São 
úteis quando estamos quentes na temperatura e nos sentimentos. 
Sentimentos quentes são aqueles que ativam a circulação e a 
transpiração. A raiva é um sentimento quente. Insônia, quando 
acompanhada de sonhos agitados, também faz parte de um qua-
dro quente, e nessas circunstâncias a terapêutica é resfriar o orga-
nismo com frutas e verduras frescas. 
Já o uso dos alimentos de naturezas morna e quente deve ser 
mais reservado nos quadros de deficiência de energia que cursa 
com frio nos pés, na região dos rins e abaixo do umbigo. Tempe-
ros quentes aquecem o frio do corpo e da alma. Nas depressões e 
tristezas, os temperos quentes estão indicados. 
A natureza neutra é a base da nossa dieta e deverá estar sem-
pre presente para equilibrar nosso prato. Como aprendizado, pro-
cure perceber a natureza de cada alimento que consumir. Isso aju-
da a aguçar os sentidos na procura do que lhe faz melhor. E apren-
da a lidar com os antídotos energéticos: quando alguém do tipo 
agitado-calorento for consumir um alimento de natureza morna 
ou quente, deve combinar este alimento com outros de natureza 
fresca ou fria. Assim, se quiser comer camarão ou churrasco, de-
ve acompanhá-lo de saladas cruas. 
ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA 
Os alimentos produzem 4 movimentos energéticos em nosso 
corpo. Os chineses identificaram alimentos que movem nossa 
energia para cima, para baixo, para fora e para dentro. 
21 
Muitos dos que movem para cima também movem para 
fora. Por exemplo, os temperos quentes, que deixam nosso rosto 
vermelho, abrem os poros que jogam água para fora através do 
suor. Estes temperos são energizantes, nos deixam mais expansi-
vos e são indicados sempre que estivermos mais trancados em 
tristeza e insegurança. 
Outros alimentos movem nossa energia para baixo, através 
do efeito laxativo e/ou diurético, e nos facilitam a interiorização. 
Frutas frescas, ricas em líquidos, e saladas cruas com predomínio 
dos sabores doce e amargo são diuréticas, laxativas e provocam 
resfriamento no organismo e ação tranqüilizante. 
ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA PARA CIMA E 
PARA FORA - pimentas (todas), noz-moscada, gengibre, alho, 
alho-poró, aipo, coentro, salsa, cebolinha, cravo, canela. 
ALIMENTOS QUE MOVEM NOSSA ENERGIA PARA BAIXO E 
PARA DENTRO - alface, rúcula, acelga, chicória, endívia, berta-
lha, água de coco, pêra, tangerina, melão, melancia, abacaxi, chu-
chu, pepino, broto de alfafa. 
22 
3 
AS CINCO ESTAÇÕES 
A natureza sempre responde aos bons e aos maus-tratos. No dia 
seguinte a uma noite mal dormida, vemos no espelho a resposta 
do corpo. Dias seguidos de alimentação desregrada se refletem 
em nosso cheiro, pele, aparência, energia. Cuidar do corpo para 
mantê-lo saudável, produtivo e forte por longo tempo é uma con-
ciência que se deve ter o mais cedo possível. Se possível desde a 
infância. 
Querer prevenir o envelhecimento a partir dos cinqüenta 
anos é válido, uma vez que o corpo sempre responde aos bons 
tratos. Mas não podemos nos esquecer de que esses maus-tratos 
por vezes provocam alterações irreversíveis a órgãos, tecidos e 
esqueleto. 
Na antiga China, as estações serviam como marco para as 
consultas a médicos ou sábios. O paciente geralmente os procura-
va sem que houvesse uma doença, apenas para ser orientado 
quanto ao que comer, que exercícios fazer e que pensamentos ou 
sentimentos buscar para viver bem aquela estação e preparar-se 
para a seguinte. 
Caso adoecesse entre uma consulta e outra, voltaria ao 
médico e não pagaria pela consulta. A medicina já era preventiva 
por filosofia. Viver bem uma estação também significa preparar-
se para entrar fortalecido na estação seguinte. 
C O N S E L H O S PARA 
VIVER BEM AS C I N C O ESTAÇÕES 
(PRIMAVERA; 
A estação da generosidade e do fígado 
Os poéticos ideogramas chineses para a primavera reco-
mendam: 
Aceitar tudo que o vier da criação - é tempo de não julgar, 
de tentar desnudar o preconceito, como fazem as crianças em sua 
pureza. É tempo de tentar aceitar o outro e despir-se do olhar crí-
tico. A criação é parte da primavera, que faz germinar, renovar. É 
tempo de criar, e a arte pode ser uma bela expressão de comunhão 
com o sentimento de primavera. Criar uma música, um bordado, 
uma pintura ou uma dança, por exemplo, faz com que nos aproxi-
memos de nossas essências. 
Dar e não tomar à força - exercitar a generosidade nos dá a 
sensação de limpeza da alma, nos refresca, como brisa, como um 
belo banho. 
Recompensar e não punir - dentro do exercício da generosi-
dade, recompensar as belas atitudes; recompensar também com 
afeto o trabalho dos empregados; refletir antes de usar palavras ou 
atitudes duras de repreensão; observar o olhar daquele que errou. 
O QUE COMER NA PRIMAVERA - É a estação do novo e do 
renascimento. Estação de comer hortaliças cruas, brotos, frutas 
frescas, alimentos que nos trazem frescor e limpam o fígado. 
Hortaliças são, por definição, alimentos cultivados em hor-
tas. Além de ajudarem o coração, são antioxidantes e anticancerí-
gcnos. Podem ser comidas à vontade nessa dieta. 
Proteínas animais - carnes brancas, frescas, de aves e peixes. 
Cereais - arroz integral, milho, massa integral, aveia, trigo, 
germe de trigo. 
Raízes e tubérculo - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), 
cenoura crua, beterraba ralada, nabo. 
Temperos — com limão, azeite extravirgem, salsa, cebolinha 
24 
e hortelã, iogurtes e queijos frescos de vaca e de cabra, e tofu 
(queijo de soja) são indicados. 
Chás - picão, boldo, carqueja, capim-limão, hortelã. 
Evitar frituras, alimentos gordurosos, 
bebidas alcoólicas, carne bovina. 
VERÃO 5 
A estação das festas e do coração 
Verão é a estação do fogo. É a estação das festas, dos festi-
vais ao ar livre em todos os continentes e do carnaval no Brasil. 
No verão, a postura deve ser de festa. A natureza está em festa e 
o sentimento a ser cultivado é o de alegria e de exteriorização. 
Recomenda-se: 
• Reunir-se com amigos ao ar livre. 
• Participar de festas. 
• Ter mais contato com a água (na praia, cachoeira ou piscina). 
• Tomar banho de manhã e de noite. 
O QUE COMER NO VERÃO - Estação em que se deve comer 
frutas cheias de líquido como melancia, melão, abacaxi, nectari-
na, pessêgo, ameixa fresca, uvas, e beber água de coco. 
Proteínas animais - carnes brancas de aves e peixes. 
Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, 
aveia, trigo, pão integral, soja, tofu, lentilha, grão-de-bico, feijão-
fradinho. 
Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), 
cenoura crua, beterraba ralada. 
Hortaliças - alface, agrião, aipo, acelga, aspargos, bertalha,brócolis, berinjela, broto de feijão, broto de alfafa, broto de bam-
bu, champinhom, chicória, couve, couve-flor, espinafre, jiló, ma-
xixe, palmito, quiabo, rúcula, repolho, tomate, vagem. 
Temperos - limão, vinagre, azeite extravirgem, salsa, ceboli-
25 
ilha, coentro, hortelã, manjericão, sálvia, orégano, alho-poró, 
mostarda, shoyo, iogurte batido com sal e hortelã. 
Chás - hortelã, casca de abacaxi com hortelã, maçã, dente-
de-leão, abacateiro. 
Abacaxi é altamente recomendado por ser refrescante, 
diurético e rico em potássio. Seu suco batido com água 
e hortelã fresca alivia o calor, as dores de cabeça 
de verão e a tensão pré-menstrual. 
Evitar carne bovina, carne de porco, bacon, carneiro, 
miúdos, frituras, gorduras, creme de leite, chocolate. 
Feijoada, nem pensar. Cuidado com a conservação 
dos camarões. Os alimentos indicados para o verão fazem 
parte da dieta para abaixar o colesterol, promover 
a limpeza das artérias e exercer ação antioxidante. 
(FIM DO VERÃO/ 
As águas de março 
Estação do baço-pâncreas, da preguiça e da vontade de doce. 
Os dias dos meses de dezembro e janeiro são diferentes dos 
compreendidos entre a segunda semana de fevereiro e o início do 
outono: a atmosfera é mais abafada, úmida. Esta umidade nos 
penetra e deixa uma sensação de peso nas pernas e preguiça. A 
vontade de doce é mais comum, e a desatenção também. Ficamos 
mais inchados e as mulheres que apresentam tensões pré-mens-
truais podem piorar. Dores de cabeça com sensação de peso na 
cabeça podem ocorrer. Existe uma maneira de escapar dos incô-
modos dessa quinta estação: as chuvas que encerram o verão. 
Buscar lugares frescos onde possa correr uma brisa, j 
Evitar lugares úmidos e contatos com mofos. 
Comece a estudar para exercitar a concentração. 
26 
O QUE COMER NA ESTAÇÃO DO CALOR E DAS CHUVAS 
Estão indicados alimentos diuréticos como as frutas, seus sucos e 
água de coco. Frutas como ameixa seca e damasco seco ajudam a 
espantar a preguiça. 
Proteínas animais - carne bovina magra, peixes e aves 
magros. 
Cereais - arroz (branco ou integral), milho, massa (branca 
ou integral). 
Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), 
cenoura, beterraba. 
Hortaliças - principalmente as cozidas no vapor, na água ou 
passadas em uma chapa quente. 
Temperos - alho, alho-poró, cebola, cebolinha, salsa, coentro. 
Chás - carqueja, boldo, dente-de-leão, chapéu-de-couro, 
abacateiro, louro, orégano, cidreira, casca de abacaxi com canela, 
maçã com cravo e canela. 
Evitar tudo o que provoca a estagnação de líquidos 
e mucos no corpo: creme de leite, leite, 
queijos em excesso, doces, frituras, gorduras, 
carne de porco, feijoada, excesso de sal. 
Segundo a filosofia chinesa, o outono é a estação da maturi-
dade, dos julgamentos e o momento de decidir o que deve mudar 
em nossas vidas. 
Na primavera recomenda-se a generosidade, o não julga-
mento e a aceitação do outro como ele é. No verão, aconselham-
nos a cultivar a alegria, participar das festas, viver a exuberância. 
Já o outono é uma estação mais doída, em que devemos limpar 
nosso terreno, eliminando tudo o que for nocivo ao nosso redor, 
como se limpássemos um jardim das ervas daninhas. 
Estação í Io pulmão 
27 
Na China, o Ministério da Justiça é chamado de Ministério 
do Outono, e é nesta estação que as sentenças mais duras são pro-
clamadas. O julgamento é necessário e complementar à generosi-
dade pregada na primavera. Ninguém e nenhuma sociedade cres-
ce usando apenas a generosidade. Os dias de outono inspiram a 
disciplina de discernimento para que façamos a seleção do que 
fica e do que sai de nossas vidas, mesmo se o que tiver de sair fi-
zer parte das coisas a que somos apegados. Para tanto devemos: 
• Buscar maior disciplina no cumprimento de nossas obri-
gações. 
• Buscar ser justo. 
• Evitar gelados. 
• Fazer exercícios respiratórios pela manhã. 
O QUE COMER NO OUTONO - Estão indicados alimentos 
que fluidificam mucos e facilitam a expectoração. Entre eles, gen-
gibre, alho, alho-poró, cebolinha e hortaliças cozidas ou refogadas. 
Proteínas animais - carnes magras, peixes magros, carne 
branca de aves, frutos do mar. 
Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, 
massa (de farinha branca ou integral), feijões (todos), lentilha, 
ervilha. 
Raízes - aipim, inhame, batatas (todos os tipos), cenoura e 
beterraba cozidas. 
Hortaliças - cozidas ao vapor ou passadas por uma chapa 
quente para quebrar a energia fria dos vegetais crus. Comer mais 
alho, cebola, alho-poró, pimentões coloridos, gengibre, nirá, missô. 
Temperos - Shoyo, gersal, azeite de oliva e os condimentos 
de natureza morna e quente. 
Chás - eucalipto, capim-limão, casca de abacaxi com gengi-
bre ou com cravo ou canela, chá de limão com canela. 
Evitar água e líquidos gelados, sorvetes, 
carne de porco, leite e seus derivados. 
28 
(INVERNO) 
Estação da introspecçãÕ73^sflencio, da escuta e do rim 
No inverno, a regra é seguir o movimento de introspecção. 
O silêncio é bem-vindo e deve ser observado. É o momento de 
deixar o corpo mais quieto. Recomendações: 
• Dormir mais cedo e acordar mais tarde - é tempo do re-
pouso para que o corpo renasça vigoroso na próxima pri-
mavera. Fique mais tempo na cama. 
• Ficar mais em casa - fique mais consigo mesmo, ouça 
mais a batida do próprio coração. 
• Arrumar as gavetas - ponha ordem em seus guardados, a 
própria vida, os sentimentos, as lembranças. 
O QUE COMER NO INVERNO - Os temperos mornos e 
quentes devem estar presentes diariamente, para ajudar a circular 
a energia. 
Proteínas animais - carnes, aves, peixes, frutos do mar, cor-
deiro, porco. 
Hortaliças - só aquecidas ou em sopa, com a adição de tem-
peros de natureza morna ou quente. 
Cereais e leguminosas - arroz (branco ou integral), milho, 
massa (farinha branca ou integral), feijões (todos, mas de prefe-
rência o azuki). 
Raízes e tubérculos - aipim, inhame, batatas (de todos os 
tipos), cenoura e beterraba cozidas. 
Chás - café, ginseng, cravo, canela, capim-limão, erva-doce. 
Temperos - pimentas de todos os tipos, alho, alho-poró, 
cebola, noz-moscada, gengibre, coentro, salsa, cebolinha e curry 
devem ser mais usados no preparo das carnes, das sopas e dos 
cozidos. 
AS PUNIÇÕES DAS ESTAÇÕES 
No Livro do imperador amarelo, que traz as bases da medi-
cina chinesa, são descritas as punições que a natureza reserva a 
29 
quem não se dá bons tratos. A natureza não perdoa. Se você trans-
gride as regras do bem-viver em uma estação, a cobrança vem na 
estação seguinte. Quem dormir pouco, comer de forma não-sau-
dável, viver raivas e medos em uma estação, vai arcar com as 
punições da natureza na estação seguinte. 
MAUS-TRATOS 
• na primavera se manifestam em prejuízos para 
o fígado e coração no verão. 
• no verão enfraquecem o coração, o aparelho digestivo 
e a capacidade de concentração no fim do verão. 
• no fim do verão se manifestam em problemas de 
desatenção, digestão e respiração no outono. 
• no outono abrem portas para problemas de pulmão 
e aparelho geniturinário reprodutor no inverno. 
• no inverno podem acarretar problemas nos rins, 
libido, fígado e vesícula biliar na primavera. 
Devemos ser generosos, sociáveis, justos e centrados a cada 
dia, a cada situação. Dia a dia devemos também cuidar do fígado, 
do coração, dos pulmões e dos rins. Este guia das estações pode 
servir para que, ao final do ano, tenhamos trabalhado sentimentos 
complementares e comido de forma certa, no momento certo. Ao 
atender a princípios de higiene de nossos órgãos vitais, estaremos, 
como a natureza, seguindo um ciclo. 
30 
VEGETARIANISMO - ATÉ QUE 
PONTO É SAUDÁVEL? 
As carnes são YANG, umas mais do que as outras, mas todas são 
mais YANG que os vegetais.A energia YANG é a que move, 
pulsa e aquece. Carnes trazem força para os músculos, sangue e 
sistema imunológico. Trazem vigor e defesa. Trazem também 
toxinas, gorduras saturadas, colesterol, vacinas e antibióticos que 
o animal tomou. Trazem, dessa maneira, alergias alimentares que 
poucas pessoas sabem que têm; podem propiciar hipertensão, 
infartos, obstruções por placas de gordura, excesso de ácido úrico 
e gota. 
Pessoas muito carnívoras tendem a ter mau hálito e aparên-
cia de pele suja, seborréica. Pessoas agitadas tendem a perpetuar 
seus desequilíbrios com alimentos estimulantes e com as carnes, 
principalmente a bovina. Nas churrascarias costumamos ver um 
ambiente de algazarra, com pratos e garfos batendo, muita gente 
falando. Muita gente vermelha, transpirando e querendo mais 
carne com sangue. Caipirinha para esquentar, e chope para fal-
samente refrescar. Esta é uma cena que mostra a clara relação 
entre os alimentos e os temperamentos, entre o que se come e o 
que se é. 
Já nos restaurantes vegetarianos de vinte anos atrás se reu-
niam pessoas com desequilíbrios opostos. Muitas delas, inclusive 
eu, na verdade buscávamos a própria essência. Era uma fase de 
descobertas, de novos conceitos e condutas. loga, tai-chi-chuan, 
chi-kun e zen-budismo aproximaram as pessoas delas mesmas, de 
suas essências. Estas técnicas e filosofias facilitam a escuta inte-
rior. Quem mergulhava nessa história aos poucos aprendia sobre 
31 
alimentação; o que limpa, o que suja, que chá tomar, quando to-
mar. Surgiram então várias correntes, que divulgavam vários bons 
procedimentos. 
Para muitos, a alimentação se transformara em uma quase 
religião, com rituais, combinações, horários estritos e radicalis-
mos de conduta que se assemelhavam aos pecadores que se con-
vertem, ou ao ex-fumante que prega contra o tabagismo. 
Naquela época, terapias alternativas que reconhecem na ali-
mentação o ponto de partida ao equilíbrio do corpo despontavam 
com força. Como os alimentos trazem uma alquimia, o vegetaria-
nismo propiciou a escuta interior, em uma época muito barulhen-
ta. Jejuns e dieta só de arroz integral por dez dias, para fins de 
desintoxicação e iluminação foram observados por muitos jovens 
e adultos em fase de transição pessoal. O consumo de folhas e fru-
tas por dias seguidos também propiciava a tranqüilidade que pos-
sibilita a escuta da própria essência, que era o que buscávamos 
nos anos 70. A alimentação vegetariana não era uma onda, era 
uma postura filosófica. No entanto, sem orientação adequada, 
muitos abandonaram o uso de todos os produtos animais, inclusi-
ve ovos, leite e derivados, e não se nutriram adequadamente de 
elementos essenciais para a manutenção de corpos fortes. Nesse 
processo, muitos perderam a força e o viço. 
Quando comecei a estudar medicina chinesa, aprendi que às 
vezes devemos priorizar hábitos vegetarianos; outras vezes, deve-
mos comer mais carnes. É preciso deixar de lado os preconceitos 
e ter em mente que, se hoje o indicado é proceder de uma forma, 
amanhã pode ser de outra, conforme o dinamismo do corpo e da 
energia, conforme a vida. 
Quem assume uma alimentação vegetariana estrita geral-
mente se sente muito bem, limpo e cada vez mais saudável. Com 
o tempo, porém, suas reservas de ferro, vitamina B12 e determi-
nados aminoácidos se esgotam e o organismo passa a consumir a 
própria matéria. Há perda da massa muscular e o organismo se 
enfraquece, inclusive em suas defesas. Além disso, a pessoa passa 
a não tolerar mais o cheiro do frango, peixe, muito menos carne 
vermelha. Torna-se muito YIN, frio, pálido, flácido, mastigando 
repetidamente a mesma garfada, falando pouco e baixo. Há o 
32 
enfraquecimento de sua porção animal, que se alimenta da ener-
gia animal, essencialmente YANG. 
A coragem, a audácia e a agressividade são qualidades 
YANG de que precisamos para a nossa sobrevivência mais saudá-
vel nas cidades, em meio às nossas tensões. No campo, ou numa 
redoma sem tensões, o vegetarianismo estrito pode nos manter 
saudáveis desde que aprendamos também a captar mais energia 
do ar através de exercícios taoístas. Os monges taoístas vivem 
muito bem dessa forma. 
Quem vive na cidade, e decide optar pelo vegetarianismo 
em meio a desgastes físicos e emocionais do cotidiano, deve pro-
curar um médico que o oriente sobre a ingestão de suplementos 
nutricionais que tragam aminoácidos essenciais, zinco, ferro, 
vitamina B12 e ácido fólico. Dessa forma o vegetarianismo com 
viço é possível. 
Observo hoje o público que freqüenta restaurantes vegeta-
rianos e vejo gente mais bonita do que no passado, pessoas que 
cuidam do corpo e que fazem uma refeição desse tipo sem serem 
estritamente vegetarianas. Almoçar ou jantar de forma vegetaria-
na, todos os dias, só nos faz bem: previne câncer de intestino, aju-
da no controle de colesterol, é bom para a pele e colabora para a 
longevidade. Não é preciso comer proteína animal a cada refei-
ção, mas geralmente oriento seu consumo em uma refeição ao dia. 
A carne bovina, que nos traz uma digestão muito lenta, mais 
estagnação e radicais livres, não é necessária. Peixes, aves e ovos 
podem ser os elementos animais de que precisamos para nos man-
termos fortes. A energia animal tonifica nosso lado animal. 
O ideal seria que o freqüentador da churrascaria fosse comer 
no restaurante vegetariano com mais freqüência, e que o vegeta-
riano se permitisse ir à churrascaria e comer carne de vez em 
quando. O fato é que, por vezes, precisamos de uma dieta dese-
quilibrada, isto é, predominantemente YIN ou predominantemen-
te YANG, para buscar nosso equilíbrio. 
33 
A 
5 
COMBINAÇÃO DOS ALIMENTOS 
Existem combinações leves e pesadas de refeições. As leves são 
as refeições feitas em menores quantidades, ou à base de carnes 
brancas e vegetais. Refeições como de uma sopa simples ou com-
binando uma carne branca com hortaliças e duas fatias de pão 
integral, fazendo um sanduíche saudável, compõem uma refeição 
leve. 
Já refeições feitas com arroz, feijão, farofa, batata frita e 
bife acebolado com pimentão promovem estagnação: a comida 
fica parada na barriga por mais tempo, gerando gases, arrotos e às 
vezes azias. Refeições pesadas minam nossa saúde a partir da bar-
riga. Quanto mais líquido se bebe durante a refeição, mais lenta é 
a digestão. Um copo de água por refeição é tolerável, sem prejuí-
zos; já muita água dilui o suco digestivo e retarda o processamen-
to dos alimentos. Suco de laranja no almoço ou no jantar causa 
fermentações podendo provocar dores de cabeça. 
Aprender a combinar os alimentos para melhor digeri-los é 
tarefa imprescindível sobretudo para os gordos, os barrigudos e 
os que apresentam dificuldades digestivas, com excesso de fer-
mentações. 
Hortaliças - combinam com tudo. Devem estar presentes no 
almoço e no jantar. Fornecem vitaminas, minerais, fibras e poucas 
calorias. São alimentos que nos limpam e previnem o câncer. 
34 
São por definição alimentos cultivados habitualmente em 
hortas. Repare que não são só os vegetais folhosos - agrião, 
abóbora, broto de bambu, acelga, abobrinha, aipo, alface, 
brócolis, aspargos, berinjela, alho, alcachofra, 
bertalha, alfafa, beterraba, broto de feijão, broto de trevo, 
cebola, cenoura, champinhom, chicória, chuchu, couve, 
couve-flor, endívia, escarola, espinafre, jiló, maxixe, nabo, 
nirá, palmito, pepino, pimentão, quiabo, rabanete, repolho, 
rúcula, taioba, tomate, vagem. 
Amidos - são carboidratos complexos, que trazem energia 
calórica, vitaminas e minerais. Alguns alimentos dessa lista tam-
bém são ricos em aminoácidos, como soja, feijões, lentilha, arroz 
integral e milho. Os amidos combinam com as hortaliças, mas 
não com as proteínas animais. Amido e proteína animal juntos 
devem ser evitados nos casos de digestão lenta e de dieta de ema-grecimento. 
São os cereais, os grãos e as raízes - aipim, arroz, aveia, 
batata-baroa, batata-doce, batata-inglesa, cará, 
centeio, ervilha, feijão, grão-de-bico, massas, 
milho, polenta cozida, soja, trigo. 
Proteínas animajs - são as carnes de todos os animais e seus 
produtos como ovos, laticínios e frutos do mar. São fontes de 
todos os aminoácidos de que necessitamos para fabricar nossos 
hormônios de forma fisiológica, ter boa imunidade e força mus-
cular. Combinam com as hortaliças e tornam-se pesadas para 
alguns quando combinadas com amidos.. Uma carne com salada é 
leve, com farofa ou batata frita é pesada e engorda. 
Aves, peijxes, carnes, 
frutos do mar, ovos, leite e derivados. 
35 
(Gorduras;— são essenciais para o sistema nervoso, revesti-
mento da pele, para a formação dos sais biliares e hormônios 
sexuais. Apesar disso, devemos restringir o uso de gorduras, prin-
cipalmente as animais, por serem ricas em colesterol, o maior res-
ponsável pelos infartos do miocárdio após os quarenta anos, prin-
cipalmente em gordos, mas também em magros e instáveis. 
Frituras, mesmo com óleos vegetais, devem ser pouco a 
pouco abolidas de nossos hábitos. Não devemos guardar o óleo 
que sobrou após fritarmos algum alimento: eles se tornam satura-
dos e cancerígenos. Os óleos vegetais mais indicados, à base de 
girassol, canola ou milho, podem estar presentes num refogado 
ou para dar um brilho numa frigideira não-aderente, para facilitar 
o preparo do prato. Azeite de oliva, principalmente os extravir-
gens, podem estar nas saladas cruas. Em pouca quantidade, são 
saudáveis. 
( Frutas, - espere duas a três horas para comê-las caso tenha 
almoçado ou jantado algum tipo de carne. A fruta é digerida antes 
dos outros alimentos e isso faz com que as carnes fiquem mais 
tempo no organismo, o que provoca formação de toxinas e radi-
cais livres. 
Já a combinação das frutas com amidos é viável, embora o 
ideal seja que as frutas sejam consumidas isoladamente, entre as 
refeições. Para a maioria das pessoas, sopa, salada e fruta podem 
constituir uma refeição leve, de fácil digestão. 
Hortaliças combinam com proteínas animais. 
Hortaliças combinam com amidos. 
Proteínas animais não combinam com amidos. 
36 
E O CÁLCIO, ONDE FICA? 
O cálcio é o mineral mais abundante no nosso corpo. Os ossos e 
dentes detêm 99% dele e o restante está distribuído entre sangue, 
líquidos orgânicos e células, regulando muitas funções orgânicas. 
A deficiência de cálcio na dieta faz com que ele seja remanejado 
dos ossos para o sangue. Uma ingestão de cálcio deficiente pode 
gerar uma estrutura óssea também deficiente. Segundo os 
Recommended Dietary Allowances, da National Academy of 
Sciences, as crianças necessitam 800 mg de cálcio por dia. Homens 
e mulheres, dos 11 aos 24 anos, requerem 1.200 mg ao dia. 
Os laticínios não podem ser considerados os alimentos mais 
ricos em cálcio. Entretanto, a crença popular de que fazem bem, 
associada ao fato de serem práticos e variados, os transformaram 
em alimentos muito consumidos. As algas marinhas são mais 
ricas em cálcio do que o leite ou o queijo, porém não fomos edu-
cados para comê-las e na maioria das vezes nem sabemos usá-las. 
Uma xícara de iogurte tem cerca de 345 mg de cálcio, uma xíca-
ra de leite desnatado, cerca de 300 mg. Os queijos têm em torno 
de 200 mg de cálcio a cada 30 g. O leite, o iogurte e os queijos, 
teoricamente, suprem as nossas necessidades de cálcio, mas, por 
outro lado, promovem fermentações no duodeno que atrapalham 
a absorção do elemento. No meio alcalino, cálcio e fósforo for-
mam um precipitado insolúvel não absorvido: o fosfato de cálcio. 
Portanto, há uma grande diferença entre o que foi ingerido e o que 
é, de fato, absorvido. 
Entre os alimentos vegetais, o ácido fítico das películas que 
envolvem os cereais, e o ácido oxálico, presente na acelga, beter-
37 
raba e espinafre, se combinam com o cálcio para formar compos-
tos que não são absorvidos pelo organismo. O estresse físico e 
mental, o aumento da peristalse e da velocidade do trânsito dos 
alimentos diminui a absorção do cálcio. A medida que envelhece-
mos, a absorção de cálcio escasseia. 
São ricos em cálcio: algas marinhas, tofu, couve, repolho, 
folhas de nabo, mostarda, brócolis, feijões, laranja, sardinha, sal-
mão, ostras, mariscos e iogurte, que é o laticínio mais digestivo e 
de melhor absorção. 
Todas as pessoas devem fazer uma visita anual a um médi-
co, mesmo que não estejam doentes. Como médico, costumo 
prescrever suplementação de cálcio a meus pacientes quando reti-
ro os laticínios da dieta, principalmente para adolescentes e 
mulheres acima de quarenta anos. A suplementação se faz neces-
sária quando buscamos formas de retardar o envelhecimento. 
As mulheres de mais de quarenta anos estão hoje em dia ple-
nas de vontade de viver, estudar e trabalhar. Nesta fase, mais 
independente, a mulher pode recomeçar seu processo de cresci-
mento intelectual e profissional. Justamente nesse período, sobre-
vêm a menopausa e a queda dos hormônios sexuais, que forne-
cem coragem, disposição, viço, libido, ossos fortes e músculos. 
Acredito que, nesse momento, valha a pena contrariar o movi-
mento natural de envelhecimento. Desde que não haja contra-
indicação específica, sou a favor da reposição hormonal, que 
deve ser dirigida pelo ginecologista ou endocrinologista. 
A deficiência de hormônios sexuais femininos provoca 
diminuição da absorção de cálcio. A reposição hormonal é uma 
forma antinatural que evita o movimento natural. Evita-se osteo-
porose com a reposição hormonal. 
O sol e a movimentação física também são fundamentais 
para manter a densidade e a qualidade de nossos ossos. Para trans-
formar-se em sua forma ativa (D3), a vitamina D depende das 
ações dos raios ultravioleta. A vitamina D3 aumenta a absorção 
de cálcio e fosfato no intestino. A inércia colabora para a desmi-
neralização óssea. Pessoas acamadas e articulações imobilizadas 
perdem massa óssea. Para conservar mais tempo um corpo forte, 
nada melhor do que caminhadas ao sol. 
38 
Café, chá preto, mate diminuem a absorção do cálcio e não 
são indicados nem para crianças e adolescentes, nem para a ter-
ceira idade. O uso da cortisona por tempo prolongado predispõe à 
osteoporose. 
A densitometria óssea mostra que podemos ganhar massa 
óssea com um conjunto de medidas terapêuticas. Embora depois 
de uma certa perda óssea não se possa recompor a arquitetura 
original dos ossos, pode-se deixá-los mais fortes, para que pos-
sam passar por eventuais trancos na vida, sem maiores danos. 
39 
7 
O EQUILÍBRIO YIN X YANG 
O equilíbrio não está no meio-termo, 
o YANG tem de predominar na dose certa 
A expansão da vida é um movimento YANG. A energia YANG é 
a que nos move para sair de casa, lutar e ganhar a vida. É a que traz 
impulsão e procriação. 
Segundo os chineses, a sede dessa energia fica em nosso 
aparelho geniturinário-reprodutor. Testículos e ovários são sede 
energética e fisiológica de nossa vitalidade. Resfriamento em 
região genital e lombar reflete uma diminuição da energia geral, 
coragem e força vital. Já o excesso de energia quente, por outro 
lado, acaba por consumir a calma, leva à perda de paciência, pro-
picia gastos inúteis de energia por agitação interior. 
O uso excessivo de estimulantes como café, guaraná em pó, 
ginseng, catuaba, marapuama e ma huang podem levar ao cansa-
ço, tremor das mãos, palpitações e ejaculação precoce. Energia 
YANG é boa mas não em excesso. Para nosso equilíbrio, precisa-
mos do predomínio YANG, mas na dose certa. Quando estamos 
equilibrados apresentamos: pés, mãos e região genital mornas;, 
dormimos bem e acordamos dispostos, fazemos planos para o 
futuro; temos boa resposta muscular quando fazemos exercícios 
físicos; apresentamos boa defesaorgânica contra doenças; nossos 
intestinos funcionam diariamente; vemos força nos cabelos 
(exceto nos calvos, que podem ser plenos de saúde e energia e por 
uma questão genética ter pouco ou nenhum cabelo). 
40 
TESTE 
VOCÊ É MAIS YSN OU MAIS YANG? 
Marque um X ao lado de cada 
você, some as colunas e veja 
atual. 
QUALIDADES YANG 
O Temperatura corporal quente 
D Sensação de calor 
CD Face avermelhada 
• Gordura andróide 
(localizada no tronco) 
• Abdome estufado 
• Paladar aguçado 
• Voz alta, forte 
• Músculos fortes 
• Ossatura larga 
O Respiração ofegante, ruidosa 
• Sexualidade ativa 
• Come muito de uma vez só 
• Atração por salgados 
• Dorme pouco 
• Expansivo/extrovertido 
O Atitudes ativas 
O Gosta de competição física 
• Imediatista, lógico 
• Alterna simpatia e raiva 
• Tendência à irritação 
• Contestador 
• Língua com saburra amarela 
• Pulso amplo, forte 
TOTAL: Q 
característica que identificar em 
a sua predominância energética 
QUALIDADES YIN 
D Temperatura corporal fria 
• Sensação de frio 
• Face pálida ou amarelada 
CD Gordura ginecóide 
(localizada em coxa e glúteos) 
D Abdome caído 
• Olfato aguçado 
• Voz baixa 
• Músculos fracos 
O Ossatura estreita 
• Respiração suave, lenta 
O Diminuição da libido 
O Belisca pouco, o dia todo 
CD Atração por doce 
• Dorme muito 
• Contido/introvertido 
CD Atitudes passivas 
• Gosta de meditar, alongar 
O Pode aguardar até amanhã 
O Contido nas expressões 
CD Tendência à compreensão 
• Engole muitos sapos 
CD Língua com saburra branca 
• Pulso profundo, fraco 
TOTAL: 
41 
Classificar-se como YIN ou YANG, naturalmente, não é tão 
simples. As vezes as naturezas são gritantes; outras vezes, dese-
nham nuances. O mais importante desta leitura não é selar diag-
nóstico, mas sim sensibilizar o corpo para buscar os alimentos 
que contrabalancem os desvios energéticos. 
As dietoterapias energéticas serão propostas pela natureza 
oposta, ou seja, pessoas excessivamente YANG deverão consu-
mir alimentos mais YIN para harmonizarem-se, enquanto pessoas 
mais YIN deverão comer alimentos mais YANG para se ativarem. 
Entre o YIN e YANG existem caminhos sutis que podem funcio-
nar como chave para a longevidade. Devemos considerar nossas 
intuições. A sensibilidade deve nos orientar. Por isso é preciso 
trabalhá-la e testá-la, sempre. 
42 
8 
OS GORDOS 
A obesidade só ocorre quando certos alimentos são consumidos 
por certas pessoas. A comida não é a única responsável pela obe-
sidade. Muitos magros comem mais do que gordos. 
Há pessoas que, por mais que se esforcem, jamais terão o 
corpo padrão da conceituada beleza estética de nossa época, em 
que o belo é o magro e musculoso. Muitos jamais serão magros, 
nem ficariam bem assim. Muitas pessoas foram programadas 
para ser mais arredondadas. Elas podem ser cheinhas e saudáveis, 
jamais obesas, porque obesidade não cursa com saúde. Para mui-
tos, a melhor performance e imagem, considerando o rosto, o 
pescoço e o corpo, é com o peso e percentual de gordura um 
pouco acima do estipulado como ideal para a população. Quem 
não entende e não aceita seus limites vive em conflito com a natu-
reza. Quando não atentamos para nossos limites, delegamos cul-
pas às relações afetivas, à mãe, ao pai, à genética e até aos alimen-
tos e cheiros que sentimos com prazer. Gordos vivem muitas cul-
pas, e isso traz frustração, revolta reprimida e tristeza. 
A comida, grande vilã, é também a maior companheira - na 
maior parte das vezes, após às três da tarde. A maioria dos gordos 
engorda por comer demais à tarde e à noite. Observo um movi-
mento coletivo de angústia no fim do dia, quando o céu fica ver-
melho e a tarde cai. Quem mora no interior observa que animais 
gritam e as rádios tocam a Ave Maria às seis da tarde. O entarde-
cer pode trazer um aperto no peito. 
Nas metrópoles, tantas vezes nem vemos o entardecer, mas 
podemos sentir da mesma forma essas angústias, que misturam 
43 
uma saudade às vezes sem dono, vontade de encontrar o ninho, 
um nó sem causa. O pôr-do-sol dá o toque de recolher, anuncian-
do o fim da jornada. Quando vivemos situações de pendência, 
saudade, vazio afetivo, assistimos ao fim do dia e as nossas in-
definições continuam estanques, não resolvidas. É um prato 
feito para as insônias. O natural é o sono vir após a conclusão do 
dia, após a resolução de questões, após o gozo, que pode ser se-
xual ou simplesmente pela alegria interior de ter cumprido mais 
uma etapa. 
Quanto mais a noite se aproxima, maior a compulsão oral, 
uns para bebidas alcoólicas, outros para cigarros, outros para 
doces, chocolates, beliscos e comidas calóricas. Mas quem quer 
de fato emagrecer tem de vencer essa tentação. O chocolate, todas 
as noites, por exemplo, é incompatível com dieta. Cem gramas de 
chocolate têm em média seiscentas calorias. O chocolate diet é 
indicado para diabéticos e não para quem quer emagrecer, pois 
também tem um alto valor calórico. 
Quem quer mudar o corpo ou o dinamismo através de um 
caminho natural terá de mudar a forma de se alimentar. Quem 
quer mudar tem de se abrir para descobrir novos prazeres em 
novas comidas, sem que isso signifique que "nunca mais poderei 
comer tal coisa". Podemos continuar comendo de tudo, mas não 
da forma como fazemos quando desequilibrados. Quem está 
gordo e quer emagrecer pode comer feijoada, pode fazer ceia de 
Natal, pode comer de tudo em dia de festa, desde que de forma 
eventual e não abusiva. 
Só os magros que querem engordar devem reforçar um 
pouco mais as quantidades em seu prato, para aumentar a oferta 
calórica. O hábito de comer muito numa refeição traz uma má 
higiene interna 
bem os nutrientes. Muita quantidade de alimento engarrafa o trân-
sito digestivo, que se torna lento. Criam-se aí as estagnações de 
alimentos em nossos intestinos; há fermentação com desprendi-
mento de gases; podem ocorrer eructações, azias, e o abdome 
invariavelmente estufa. 
A sensação de comer muito pode, paradoxalmente, vir 
acompanhada de sensação de prazer, torpor, lassidão. Comer em 
44 
grande quantidade é um vício que como todos os outros pode ser 
adquirido ou deixado. 
Preferir grelhados a frituras, hoje em dia, já é percebido como 
uma atitude de higiene interna, um autocuidado. Frituras à milane-
sa, steaks com gordura, bacon, pele de animais, ovos fritos, cremes 
de leite podem ser deliciosos para a grande maioria da população, 
mas estão cada vez menos presentes no cotidiano de muita gente. 
Os restaurantes estão adaptando seus cardápios à exigência da 
crescente clientela light, que descobriu esse novo prazer e passou a 
repudiar os excessos, sobretudo em jantares. Batatas fritas e carne 
bovina são bem menos pedidas em jantares, em que peixes e aves 
com raízes e hortaliças preparadas à moda de cada chef são os cam-
peões das noites. É clean comer light. E out comer heavy. 
Assistimos a um movimento coletivo de limpeza interna 
através de alimentos e atividade física. A preocupação na escolha 
de produtos light no lugar dos convencionais move prateleiras de 
novos produtos recomendados por cardiologistas. Inúmeros 
livros, revistas, jornais e programas de rádio dão cada vez mais 
espaço para o tema nutrição porque existe um imenso público 
querendo saber mais sobre como viver melhor. Esses programas 
agem como um lembrete: "Cuide-se, é melhor e mais barato"; 
"Faça sua parte"; "Tenha responsabilidade sobre seu corpo." 
Quando acontece esta mudança do olhar, os tratamentos 
costumam dar certo. Quem não toma consciência de suas limita-
ções emagrece de uma hora para outra, fazendo qualquer sacrifí-
cio e dieta de fome, atirando-se a kits empacotados e shakes diet 
em vez de procurar comer corretamente. Outras vezes, parte para 
os anorexígenos, hormônios da tiróide com fim puramente ema-
grecedor,e torna-se insuportável para si e para os outros. 
Em geral os inibidores de apetite fazem mais mal do que 
bem. Poucos conseguem viver usando-o regularmente. Efeitos 
colaterais como boca seca, impotência, frigidez, taquicardia, 
hipertensão, agressividade e labilidade emocional afastam o 
paciente desse tipo de tratamento. É comum ver alguém tomar 
anorexígeno por algum tempo, emagrecer e depois engordar 
novamente. Às vezes a pessoa nem atinge o peso desejado e joga 
tudo para o alto, cansada de viver mal. Quando suspende o anore-
45 
xígeno, come de tudo, em dobro, e engorda de novo, atingindo 
patamares mais elevados. Muitos que não abandonam o uso dos 
derivados das anfetaminas podem se tornar dependentes, com 
sérias alterações de personalidade. Pessoas assim são malnutridas 
sempre, ou pelo excesso ou pela deficiência de alimentos. Perdem 
o viço, o brilho dos cabelos e a energia. 
A obesidade é uma doença que pode levar à morte, pois é 
pano de fundo para o maior número de mortes por acidentes car-
diovasculares. Maus hábitos alimentares associados a tendência 
genética propiciam o diabetes, a hipertensão e a obesidade - esse 
trio mortal. A maioria dos hipertensos, diabéticos e gordos pode 
modificar sua situação. Não adianta fazer dieta às vezes - este 
cuidado tem de ser para a vida toda. Õ efeito iô-iô, de engordar e 
emagrecer, é pior do que ser gordo para sempre. 
A reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos, que 
todos concordam ser o melhor caminho, são muitas vezes aban-
donados pelo obeso, que emagrece e depois se acomoda. Observo 
que as pessoas que conseguem emagrecer e manter seu peso bom 
durante um ano são as que aprenderam a lidar com seus limites. 
Contudo, jamais estarão livres da obesidade. Um ex-gordo deve 
sempre lembrar que há um gordo dentro dele, às vezes domado, 
às vezes não. 
Acho prudente buscar resultados, fundamentalmente, através 
das mudanças interiores, descobrindo uma nova relação com o pra-
zer e com a comida certa na quantidade certa - por vezes até 
comendo errado, mas voltando ao certo no momento seguinte. Este 
caminho não traz efeitos colaterais e, desde antes de Hipócrates, 
acredita-se que devemos fazer da comida nosso medicamento. 
Emagrecer sem remédio é possível, mas exige determinação 
e perseverança. E isso só alguns conseguem desenvolver. Quem 
emagrece para um casamento, engorda depois. Quem emagrece 
para um(a) namorado(a), no primeiro desencanto volta a engor-
dar. Posturas assim são imaturas, colegiais, uma brincadeira de 
emagrecer. 
O melhor caminho para emagrecer e manter-se bem dispos-
to é fazer uni^transicão de forma lenta, cotidiana^ permiíjndo-se 
eventuais escapadas para coisas comuns como uísque, vinho, 
46 
couvert de restaurante, pizza, uma sobremesa ou sorvete. Quem 
prioriza o emagrecimento definitivo vislumbra que esse é um pro-
cesso lento e não precisa recusar brindes normais. Entretanto, be-
ber muito, comer muito, ficar "pesado", são situações que deve-
mos eliminar de nossas vidas. Festas de fim de ano, aniversários 
e viagens têm de ter comida farta e calórica. Faz parte da alegria 
e da tradição. Mas não é por isso que você vai comer muito. Você 
pode até comer de tudo, mas sem repetir. 
Q U A N D O SAIR DA DIETA 
Eventualmente, podemos comer de tudo. Ninguém engorda por-
que comeu bolo e brigadeiro numa festa. Ninguém fica gordo por 
comer e beber demais em uma comemoração. Mas quando isso 
acontecer, compense no dia seguinte só com frutas e hortaliças. 
Evite sair da dieta mais do que um dia na semana; às vezes, reto-
mar a dieta se torna difícil. O "dia da limpeza" serve como ponte 
para a volta à dieta. 
DIA DA L IMPEZA 
Café da manhã 
• 1 copo de água fresca para o gordo YANG e morna para o 
gordo YIN 
• Mamão papaia (1/2 ou inteiro) 
• Tomar durante o dia três xícaras de um chá diurético 
(escolher no capítulo "Guia de Chás") 
Almoço e jantar 
• Para o gordo YANG, salada de hortaliças e uma fruta à 
vontade, entre as indicadas na sua dieta (capítulo 10) 
• Para o gordo YIN, sopa e uma fruta à vontade, entre as in-
dicadas na sua dieta (capítulo 9) 
47 
Ceia 
• Uma fruta fresca para o gordo YANG 
• Uma fruta assada, cozida ou grelhada para o gordo YIN 
• Uma xícara de chá digestivo (escolher no capítulo "Guia 
de Chás") 
PRIMEIRA PROVIDÊNCIA 
< PARA QUEM QUER. EMAGRECER: 
COMER MENOS 
- -
Comer menos não significa ficar com fome, mas apenas diminuir 
o volume ingerido. Com o tempo, o volume do estômago reduz e 
você pode se saciar com menores quantidades. 
Não repetir pode significar uma frustração a mais, pode ser 
sofrido como largar qualquer vício. Também já vi emagrecimen-
tos sem sofrimentos conforme o estado de espírito de cada um. 
Existem pessoas que naturalmente se lamentam do que não têm. 
Pessoas pessimistas, que sentem pena de si mesmas, têm maior 
dificuldade em emagrecer e se manterem magras. Se um dia 
mudarem o olhar e repararem mais no que têm terão menos apego 
também em relação à comida. Enquanto continuarem negativis-
tas, vão sofrer mais pelo que deixaram de comer. 
ATIVIDADE FÍSICA & EMAGRECIMENTO 
A prática de atividade física é essencial nos processos de emagre-
cimento, por promover uma maior disposição física e tecidos 
mais fortes. 
Caminhar - a princípio, é recomendado a todos. 
Correr - só sob orientação médica que considere a sobrecar-
ga nos joelhos e as condições cardiovasculares de cada um. 
- monitorizados 
e orientados por profissional habilitado, ajudam a emagrecer e a 
48 
prevenir problemas cardiológicos, melhoram a disposição geral e 
a memória dos gordos quentes ou frios. 
Natação - expande a árvore respiratória, trabalha a maioria 
de nossos músculos, tonificando-os. O contato com a água 
diminui nossas tensões. Pela melhor oxigenação promovida, me-
lhora a memória e a libido. 
Hidroginástica - com o uso de suplementos específicos que 
aumentam a resistência da água (pesos de borracha, caneleiras, 
luvas e "minhocas"), tonifica os músculos e colabora para o gasto 
energético. Por ser em água morna (28 a 32 graus), é uma prática 
mais relaxante do que a natação. 
Dança - é uma atividade física que geralmente exercita mais 
as pernas, mas pode ser um caminho complementar para trabalhar 
o corpo e gastar calorias. A dança possui efeito antidepressivo. 
Independente do tipo físico e energia YIN ou YANG, técni-
cas aplicadas por fisioterapeutas que visam à consciência corpo-
ral e ao correto posicionamento do corpo são bem-vindas para eli-
minar tensões e auxiliar o livre fluxo de energia. 
Muitos gordos não gostam de esportes competitivos nem de 
ginástica aeróbica. Preferem antiginástica, tai-chi-chuan, ioga, 
expressão corporal, reeducação postural global, dança. No entan-
to, para eles, a musculação é indicada para tonificar sua muscula-
tura flácida. Para gordos flácidos, a musculação ajuda a diminuir 
o volume do corpo. Esteticamente funciona como se uma cinta 
começasse a recolher o volume espalhado. O corpo solto começa 
a encontrar o centro. 
Muitos gordos afinam bastante a sua aparência sem perder 
quase peso, somente pela tonificação dos músculos à custa de 
ginástica e alimentação saudável, pouco restritiva. Na verdade, 
eles trocam parte do peso em gordura por massa muscular: quei-
mam a massa nociva de gordura que ocupa um volume frouxo e 
ganham uma massa muscular que delineia o corpo. 
Para obter tônus muscular, precisamos muitas vezes ser 
agressivos para com o corpo e suportar alguns incômodos que 
fazem parte da trilha de quem quer aumentar músculos. As vezes 
brinco dizendo que não há como deixar os braços mais rijos com 
atividade meditativa ou com a força do pensamento. Pequenos 
49 
pesos, caneleira, e repetições de movimento que exijam discipli-
na podem fazer muito bem quando bem conduzidos.Mal condu-
zidos, podem causar sérios danos às estruturas do emaranhado 
ossos-músculos-tendões. 
Existe, no entanto, outra categoria de gordos, fortes por natu-
reza, orgulhosos dessa condição. Antes de serem gordos, foram 
desportistas ou praticaram muita atividade física. São ex-remado-
res, ex-jogadores, ex-nadadores que engordam quando param de 
fazer seus esportes. Engordam no peito e na barriga e continuam 
musculosos. Guardam uma memória muscular que faz com que o 
seus corpos respondam com mais sucesso às sessões de ginástica. 
Gordos de músculos fortes ganham mais massa muscular com 
facilidade e se sentem atraídos pelos pesos, mas, se fizerem muscu-
lação, não afinarão o corpo. Eles queimam tecidos gordurosos mas 
aumentam muito o volume e o peso dos músculos. Para gordos for-
tes e tensos, hidroginástica, sessões de alongamento e práticas taoís-
tas são bem-vindas para trabalhar o corpo e trazer relaxamento. 
A seguir descrevo dois padrões que coexistem em todo 
gordo. Todos somos frios e quentes, YIN e YANG, por vezes pre-
guiçosos, por vezes ativos. Mas existe um predomínio destas 
energias que pode mudar ao longo da vida. Se você tiver alguma 
dificuldade em se encaixar como YIN ou como YANG, siga cada 
semana um tipo de dieta e observe a resposta no corpo, no humor 
e na energia. Se você notar que determinada dieta lhe traz maio-
res benefícios, insista nela. Usando os alimentos aqui prescritos, 
você resgata sua intuição curativa e passa a cuidar melhor de sua 
reconstrução. Quando isso acontece, as portas se abrem. 
PREPARATIVOS PARA A DIETA DOS G O R D O S 
D I C A S GERAIS 
• Substituir os biscoitos convencionais por crackers ripo 
integral ou água e gergelim: torrada (de centeio, glúten, 
soja, integral); pão sueco; grissinis: Fibrocrac diet; Fi-
brax; Nutry. 
50 
• Pio: comprar os da linha light ou diet, de preferência inte-
gral ou de aveia. 
• Comprar gelatina diet de sabores variados para serem 
comidas à vontade para tapear a fome. 
• Comprar chás entre os indicados para sua dieta. Eles serão 
elementos terapêuticos úteis. 
• Caso ainda não tenha, providencie: frigideiras tefal, pane-
las não-aderentes. de vidro ou inox, colher de pau para não 
arranhar a panela, liberando metais nocivos à saúde. 
• Comprar azeite extravirgem em substituição ao azeite con-
vencional da lata. 
• Comprar óleo à base de canola ou girassol, que são os mais 
recomendados na prevenção das doenças coronarianas. 
• Se você mora sozinho, retiredo armário e dê para alguém 
os seguintes produtos: creme de leite, leite condensado, 
bacon, presuntada, latas de salsicha, manteiga, chocolates, 
bombons, doces e balas. 
51 
9 
A DIETA DO GORDO YIN 
Segundo os orientais, o gordo YIN, que pode ser chamado de 
gordo frio, engorda pelo resfriamento energético de seus proces-
sos metabólicos. Seu gasto calórico é pequeno em função de seu 
metabolismo, que é lento. Seus pés e mãos vivem frios. O rosto 
costuma ser pálido ou amarelado, os cabelos fracos e quebradi-
ços, as unhas frágeis. São gordos, mas são frágeis. Gordos frios 
sentem mais preguiça e cansaço. Cochilam facilmente e desper-
tam com vontade de doce ou café com leite. Costumam fazer uso 
de biscoitinhos, torradinhas, geleinhas, lanchinhos, tudo no dimi-
nutivo. 
O YIN é sutil, come hidratos de carbono para espantar o 
cansaço e a preguiça. São Gordos YIN os hipotiróideos e aqueles 
que têm a chamada "tiróide preguiçosa", que apresentam facilida-
de para engordar e dificuldade em emagrecer. Todos os gordos 
apresentam celulite, mas o gordo frio, por acumular mais líquidos 
e conseqüentemente mais toxinas e radicais livres nas regiões 
ricas em gordura - coxas e glúteos - , tem maior tendência em for-
mar pequenas inflamações que trazem como seqüela a fibrose que 
repuxa o tecido cutâneo para dentro, como um botão de almofa-
da. Com o emagrecimento, a maioria das celulites some, mas não 
desaparece. Se a pessoa voltar a engordar, será como encher uma 
almofada onde existe um botão no centro: a celulite reaparecerá. 
O acúmulo de líquidos nos membros inferiores promove 
estagnação de energia que pode propiciar outras "ites", como as 
foliculites e as vasculites. Energia parada gera inflamação. 
Gordos frios costumam ter varizes. A eles falta fortalecer o cen-
52 
tro. Estão dispersos em suas formas. O lugar das veias é mais para 
dentro, e não na superfície do corpo, como nas varizes. 
O Gordo YIN tem muita gordura e pouco músculo, é flâci-
do. Quando faz exercícios, custa a ver resultado na forma do 
corpo e por isso deve ser mais persistente para obter o emagreci-
mento. Precisa de mais tempo e disciplina para alcançar o resulta-
do do que o Gordo YANG, que é mais ativo e queima mais calo-
rias mesmo quando parado. O Gordo YIN emagrece niais lenta-
mente e engorda mais rapidamente. 
Gordos YIN muitas vezes são tristes, magoados, depressi-
vos.. A depressão é um sentimento frio. A baixa de energia mina a 
coragem. Falta fogo para aquecer o organismo. Há frio na região 
abaixo do umbigo, incluindo a região genital. Frio em região 
genital significa baixa de energia sexual. O sexo no indivíduo 
YIN é menos carnal, menos genital e mais romântico, sutil, fanta-
sioso. O romantismo é uma qualidade YIN. Estes esmeros são 
YIN. São doces. 
Gordos YIN têm de ter cuidado para não se ligarem muito 
aos chocolates, à noite, na cama. Entre os chocólatras, a grande 
maioria é YIN. O chocolate é tonificante se comido em pouca 
quantidade e de forma eventual, mas de forma abusiva e habitual, 
ele enfraquece a energia vital. Publicam-se várias matérias com 
títulos como "chocolate substitui relações sexuais". A correlação 
se fez porque o chocolate também é um dos precursores da sero-
tonina, substância que fabricamos também nas relações sexuais, e 
que nos passa a sensação de prazer e depois relaxamento. Essa 
alquimia faz o chocólatra: é só começar a comer um chocolate, 
quase na hora de dormir, durante uma semana. No oitavo dia, se 
você não comer o chocolate, o corpo vai pedir. A boca vai pedir. 
O tamanho da barra vai aumentando aos poucos e a cada dia será 
mais difícil largá-lo. 
Gordos YIN aumentam os seus desequilíbrios com a inges-
tão de leite, queijos, biscoitos e doces. Quanto jnais comerem 
estes alimentos, mais celulite e flacidez terão, e sentirão mais frio 
na região genital. Pessoas que abusam do sabor doce perdem seu 
centro. Dispersam-se nas idéias e no corpo, como mostram as 
varizes, os inchaços, a perda da forma agregada. A forma corpo-
53 
ral do Gordo YIN pode sugerir uma pêra, estreita em cima e larga 
na parte de baixo. Esta distribuição de gordura se chama também 
tipo ginecóide ou ginóide, por ser mais comum nas mulheres, mas 
não é exclusiva delas. 
Indivíduos YIN - gordos, magros ou instáveis, procuram 
mais os médicos e nutricionistas para cuidar de alguma coisa que 
não vai bem em algum lugar. Vão a ginecologista, angiologista, 
gastroenterologista, dermatologista, endocrinologista ou nutrólo-
gos com mais freqüência que os indivíduos YANG. O YIN busca 
aconselhamentos, o auxílio de terapeutas para diminuir os peque-
nos incômodos. A Gorda YIN tem mais tendência a formar cistos 
de ovário e miomas do que a YANG. Os YIN procuram angiolo-
gistas por apresentarem mais varizes que os YANG. 
Quanto mais doces comerem, mais varizes terão, e proble-
mas nas hemorróidas também. O olfato é sensível aos odores 
úmidos e aos mofos. E comum uma coriza clara, sensação de 
pigarrpj voz rouca por secreção de muco. A salivação é mais 
abundante e fria. 
A audição é por vezes prejudicada e a produção de cerume 
acentuada. Os chineses fazem correlação entre rins e ouvidos, que 
se encontram enfraquecidos nos indivíduos frios. 
Os Gordos YIN, apesar de terem menos energia, costumam 
viver mais por serem mais precavidos. 
A DIETA

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