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TECIDO ÓSSEO O osso é um tecido conjuntivo especializado cuja matriz extracelular é calcificada e contém as células que a secretaram. Apesar de o osso ser uma das substâncias mais duras do corpo, ele é um tecido dinâmico, que troca constantemente de forma em relação às tensões aplicadas sobre ele. Por exemplo, pressões aplicadas sobre o osso levam a sua reabsorção,enquanto a tração leva ao desenvolvimento de novo tecido ósseo. O osso é o esqueleto estrutural básico de sustentação e proteção dos órgãos do corpo, incluindo o encéfalo e medula espinhal, assim como as estruturas situadas dentro da cavidade torácica, os pulmões e o coração. Os ossos também servem como alavancas para os músculos presos a eles, multiplicando, desta maneira, a força destes músculos para chegar ao movimento. O osso constitui um reservatório de vários minerais do corpo; por exemplo, ele armazena cerca de 99% do cálcio do corpo. Os ossos contêm uma cavidade central, a cavidade da medula, que hospeda a medula óssea, um órgão hematopoético. Exceto nas articulações sinoviais, a superfície externa do osso é recoberta pelo periósteo, que é constituída por uma camada celular interna contendo células osteoprogenitoras (osteo-gênicas). A cavidade central de um osso é revestida pelo endósteo, um tecido conjuntivo delgado especializado composto por uma monocamada de células osteoprogenitoras e de osteoblastos. O osso é composto por células contidas dentro de uma matriz extracelular, que se tornou calcificada. A matriz calciflcada é composta por fibras e substância fundamental. As fibras que constituem o osso são, basicamente, de colágeno do tipo I. A substância fundamental é rica em proteoglicanos com cadeias laterais de condroitino-sulfato e queratan-sulfato. Além disso,estão presentes glicoproteinas, como a osteonectina, osteocalcina, osteopontina e sialoproteína óssea. As células do osso incluem células osteoprogenitoras, que se diferenciam em osteoblastos. Estes são responsáveis pela secreção da matriz. Quando estas células ficam envolvidas pela matriz, elas se tornam quiescentes e são denominadas osteócitos. Os espaços ocupados pelos osteócitos são denominados lacunas. Os osteoclastos, células gigantes multinucleadas originárias da fusão de precursores vindos da medul a óssea, são responsáveis pela reabsorção e remodelação do osso. COMPONENTES INORGÂNICOS Os constituintes inorgânicos do osso são cristais de hidroxiapatita de cálcio, compostos principalmente por cálcio e fósforo. A parte inorgânica do osso, que constitui cerca de 65% de seu peso seco, é composta principalmente por cálcio e fósforo juntamente com outros componentes, incluindo bicarbonato, citrato, magnésio, sódio e potássio O osso é uma das substâncias mais duras e resistentes do corpo. Sua dureza e força são causadas pela associação dos cristais de hidroxiapatita com o colágeno. quando o osso é descalcificado (i.e., todo o mineral é removido), ele ainda mantém sua forma original, mas torna-se tão flexível que pode ser dobrado como um pedaço de borracha dura. COMPONENTES ORGÂNICOS 0 componente orgânico predominante do osso é o colágeno do tipo I. 0 componente orgânico da matriz óssea, que constitui aproximadamente 35% do peso seco do osso, inclui fibras que são quase exclusivamente colágeno do tipo I.O colágeno, a maior parte do qual é do tipo I, constitui de 80% a 90% do componente orgânico do osso. El e é formado por feixes grandes (50 a 70 nm de diâmetro), que possuem a periodicidade de 67 nm típica. O colágeno do tipo I do osso é muito rico em ligações cruzadas, que impedem sua extração com facilidade. TIPOS DE CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS OSTEOBLASTOS OSTEÓCITOS OSTEOCLASTOS CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS As células osteoprogenitoras originam-se de células mesenquimatosas embrionárias e mantêm sua capacidade de passar por mitoses. As células osteoprogenitoras localizam-se na camada celular interna do periósteo, revestindo canais de Havers e no endósteo Estas células, derivadas do mesênquima embrionário, podem passar por divisões mitóticas e têm o potencial de se diferenciar em osteoblastos. Além disso, em certas condições de baixa tensão de oxigênio, estas células po-dem diferenciar-se em células condrogênicas. As células osteoprogenitoras são fusiformes e têm um núcleo oval pouco corado; seu citoplasma escasso e fracamente corado apresenta um REG escasso e um aparelho de Golgi pouco desenvolvido, mas abundância de ribossomos livres. Estas células são mais ativas durante o período de crescimento ósseo intenso. OSTEÓCITOS são osteoblastos amadurecidos, e em menor atividade. Se encontram em lacunas,dentro da matriz extracelular. Os osteócitos são células ósseas maduras derivadas de osteoblastos que ficaram aprisionados dentro de suas lacunas. Os osteócitos são células ósseas maduras, derivadas dos osteoblastos, residentes em lacunas dentro da matriz óssea calcificada. Há até 20.000 a 30.000 osteócitos por mm !de osso. Das lacunas irradiam-se em todas as direções espaços estreitos, semelhantes a túneis (canalículos), nos quais colocam-se os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Estes prolongamentos entram em contato com prolongamentos semelhantes de osteócitos vizinhos estabelecendo junções comunicantes através das quais íons e pequenas moléculas podem movimentar-se entre estas células. Os canalículos também contêm fluido extracelular, que transporta nu- trientes e metabólitos nutrindo os osteócitos. OSTEOCLASTOS células gigantes, que realizam reabsorção óssea. São multinucleadas Os osteoclastos são células multinucleadas derivadas de progenitores granulócitos-macrófago e desempenham um papel na reabsorção óssea. O precursor dos osteoclastos origina-se da medula óssea. Os osteoclastos têm receptores para o fator osteoclasto-estimulante, fator colônia-estimulante 1, OPGL , osteoprotegerina e calcitonina, entre outros. Estas células são responsáveis pela reabsorção do osso; depois de terminarem de fazê-lo, provavelmente estas células sofrem apoptose CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS os ossos são classificados de acordo com sua forma anatômica: longos, curtos, chatos, irregulares e sesamóides. Os ossos são classificados de acordo com sua forma: 1 Ossos longos possuem um corpo situado entre duas cabeças (p.ex., tíbia). 2 Ossos curtos possuem aproximadamente a mesma largura e o mesmo comprimento (p.ex., ossos do carpo do punho). 3 Ossos chatos são achatados, delgados e semelhantes a uma placa (p.ex., ossos que formam a caixa craniana). 4 Ossos irregulares têm uma forma irregular, que não pode ser incluída em nenhuma das outras classes (p.ex., ossos esfenóide e etmóide do crânio). 5 Ossos sesamoides formam-se dentro de tendões, onde aumentam a capacidade mecânica do músculo (p.ex., patela) transversal a uma articulação. OBSERVAÇÃO MACROSCÓPICA DO OSSO A observação macroscópica do fêmur (um osso longo) cortado longitudinalmente mostra dois tipos diferentes de estrutura óssea. O osso muito denso da superfície externa é constituído por osso compacto, enquanto a porção porosa da cavidade medular é formada por osso esponjoso. A observação mais íntima do osso esponjoso mostra trabéculas ósseas ramificadas e espículas projetando-se da superfície in terna do osso compacto para a cavidade da medula. Não há sistemas de Havers no osso esponjoso, mas há arranjos irregulares de lamelas. Estas contêm lacunas abrigando osteócitos, que são nutridos por difusão da cavidade medular, que está cheia com medula óssea. A medula óssea é composta por dois tipos: medula óssea vermelha, na qual formam-se as células do sangue, e a medula óssea amarela constituída principalmente por gordura. 0 corpo de um osso longo é denominado diáfise, e as extremidades articulares são denominadas epífises. Em uma pessoa em crescimento, a placa epifisária, cartilaginosa, separa a diáfiseda epífise. A extremidade articular do osso é dilatada e esculpida de modo a se articular com sua contraparte óssea da articulação. A superfície da extremidade articular é coberta somente por uma delgada camada de osso compacto, sobrejacente ao osso esponjoso. Tipos Ósseos com Base em Observações Microscópicas, o osso é classificado como primário (imaturo) ou secundário (maduro). OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DO OSSO A observação microscópica mostra dois tipos de osso: osso primário, ou imaturo, ou osteoide; e osso secundário, ou ma-duro, ou lamelar. O osso primário é imaturo, e é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a reparação óssea. Ele é rico em osteócitos e em feixes de colágeno não modelado que, mai tarde, são substituídos por, e organizados, como osso secundário, exceto em algumas áreas (p.ex., suturas da calvaria, locais de inserção de tendões e alvéolos dentários). O teor mineral do osso primário também é muito menor do que o do osso secundário. O osso secundário é osso maduro composto por lamelas paralelas ou concêntricas com 3 a 7 fxm de espessura. Os osteócitos nas lacunas estão dispostos em intervalos regulares entre as lamelas ou, ocasionalmente, dentro das lamelas. Os canalículos, que abrigam os prolongamentos dos osteócitos, ligam lacunas vizinhas umas com as outras formando uma rede de canais intercomunicantes, que facilitam o fluxo de nutrientes, hormônios, íons e produtos do catabolismo dos e para os osteócitos. Sistemas Lamelares do Osso Compacto. No osso compacto, há quatro sistemas de lamelas: lamelas circunferenciais externas, lamelas circunferenciais internas, osteons e lamelas intersticiais. O osso compacto é composto por delgadas camadas de osso, lamelas, que se dispõem em sistemas lamelares, especialmente evidentes nas diáfises dos ossos longos. Estes sistemas lamelares são as lamelas circunferenciais externas, lamelas circunferenciais internas, osteons (sistemas de canais de Havers) e lamelas intersticiais. . As lamelas circunferenciais externas ficam logo abaixo do periósteo, formam a região mais externa da diáfise e contêm fibras de Sharpey, que ancoram o periósteo ao osso. As lamelas circunferenciais internas, análogas mas não tão desenvolvidas como as lamelas circunferenciais externas, envolvem completamente a cavidade da medula óssea. Trabéculas de osso esponjoso projetam-se das lamelas circunferenciais internas para a cavidade da medula, interrompendo o revestimento das lamelas circunferenciais internas pelo endósteo. LAMELAS CIRCUNFERENCIAIS EXTERNAS E INTERNAS O grosso do osso compacto é composto por um grande número de sistemas de canal de Havers (osteons); cada sistema é composto por cilindros de lamelas dispostas concentricamente em torno de um espaço vascular denominado canal de Havers . Com freqüência, os osteons bifurcam-se ao longo de seu comprimento considerável. Cada osteon é delimitado por uma delgada linha cimentante, composta principalmente por substância fundamental calcificada e uma pequena quantidade de fibras de colágeno SISTEMA DE CANAL DE HAVERS (OSTEON) E LAMELAS INTERSTICIAIS.
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