Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alimentos Composição Água: 70% de água (2/3) e 30% de matéria seca (1/3); Mel é um alimento de origem animal com menor teor de água (<20%); Grãos e cereais são os alimentos da área vegetal com menor teor de água; A água pura (garrafinha) é essencial a vida, por isso deveria ser classificado como comida; Porção ideal de água 35mL/kg de peso Matéria seca (sólidos): Carboidratos, proteínas, lipídeos, minerais, vitaminas e fibras. Fibras: Função; hidratar o bolo fecal; Auxilia no bom andamento do transito intestinal; Estimula o peristaltismo; Nós, humanos, não digerimos as fibras; quem digere as fibras por nós são os microrganismos. Para estimular os microrganismos láticos/probióticos devemos ingerir leite fermentado. A flora intestinal pode ter diversos microrganismos. Devemos ingerir alimentos de forma que os melhores microrganismos vivam; As fibras são originalmente de origem vegetal. Macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídeos (ou seja, são esqueletos carbônicos). Proteínas: Chamada de proteína bruta pois é dosado a quantidade de nitrogênio total; Constituída de cadeias carbônicas onde de um lado há um ácido carboxílico e do outro um grupo amino; Os vegetais (em especial as leguminosas) captam o nitrogênio (atmosférico) do ambiente e disponibilizam para nós em forma de alimento; O nitrogênio (N2) do ar é inerte e não é absorvido pelo animal, portanto todo nitrogênio que temos é de origem vegetal, pois não podemos absorvê-lo naturalmente; Todo nitrogênio ingerido é de origem vegetal. O animal come a planta e o homem come a carne do animal (com proteínas que utilizam o nitrogênio adquirido através do vegetal); O nitrogênio do animal é “melhor” para nós, ou seja, tem melhor qualidade biológica (valor biológico); ou seja, você tem que consumir muito mais vegetal para ingerir a mesma quantidade de proteína vinda do animal. É importante o consumo consciente do animal Valor biológico: relação entre o que entra e o que fica. O alimento/nutriente é melhor aproveitado; Ingerir muito nitrogênio “força” o rim e o fígado; Adubo: NPK (nitrogênio, fósforo e potássio); Gado de corte: pasto + uréia. O alimento pode ser animal, vegetal ou fúngico. Lipídeos: O lipídeo animal para o humano não é tão bom quanto o vegetal; Lipídeo animal: molécula saturada predominante; O lipídeo animal tem colesterol. O colesterol é produzido pelo fígado, portanto os vegetais não possuem colesterol; A maior parte dos lipídeos são triglicerídeos. Carboidratos: Farto na natureza; Mel e leite possuem muito carboidrato. Minerais: 2% do corpo humano; Cinzas; As fontes do mineral são importantes; Macrominerais: Ca, Na, P, K, Fe; Sódio: tira água das células; Microminerais: iodo, selênio, etc. No tecido animal, os componentes já estão na forma certa que o nosso tecido irá utilizar. Peito de frango: é musculatura de voo, por isso tem muito músculo e proteína, e menos gordura. Vitaminas: Lipossolúveis: ADEK; Hidrossolúveis: B e C; Vitaminas lipossolúveis são um grupo mais protegido, ou seja, há menos perda no processamento; O excesso de vitaminas lipossolúveis é perigoso pois pode sobrecarregar o fígado. Vitamina A: São originalmente de origem vegetal; Excelente antioxidante, bom para pele e para os órgãos; Obtemos ingerindo o precursor (e o fígado transforma em vitamina A) ou ingerindo vitamina A direto; Os precursores da vitamina A são os pigmentos (carotenoides); Pigmentos = duplas ligações conjugadas; Os pigmentos ficam impregnados na gordura da pele; Leite de búfala, de cabra, manteiga branca => vitamina A; Leite de vaca, de ovelha, manteiga amarela => vitamina A + precursor. Vitamina D: Auxilia a absorção de cálcio no osso e na proteção vascular. Melhor fonte: vísceras de peixe de água profunda (ex.: óleo de fígado de bacalhau); Carcigenol: vitamina D + cálcio irradiado; Vitamina E: Melhor fonte: grãos que extraímos óleo; É sempre de origem vegetal; Conhecida como vitamina anti-envelhecimento; Vitamina para pele. Vitamina K: Evita a hemorragia; Ação coagulante; Não está relacionada à hemofilia; Melhores fontes: produtos fermentados. O leite desnatado perde as vitaminas lipossolúveis. Complexo B: Muito sensível a oxidação, aquecimento, etc; Falta de B12 causa anemia e artrose/artrite; B12 protege a articulação e previne processo degenerativo do cérebro (Alzheimer); O aquecimento destrói boa parte do complexo B; Soro do leite é boa fonte de tiamina e riboflavina; Biotina está presente no ovo; Carnes vermelhas são boas fontes de B12; Mel: boa fonte de complexo B; Complexo B é quase sempre coenzima de metabolismo; Ácido fólico => vitamina do complexo B; O ácido fólico está relacionado ao fechamento da medula espinhal do feto. Vitamina C: Melhor fonte: frutos cítricos; Sensível ao aqueciemento; Antioxidante; Sensível à luz; Conservação: congelado e na ausência de luz; Ácido ascórbico é adicionado como aditivo. Regulamentos Algumas definições: Light: redução do valor calórico; Diet: isento de um determinado elemento; Funcional: nutrição + função específica; Prebiótico: estimulam probióticos (normalmente são boas fontes de frutose); Probiótico: microrganismos bons (bactérias lácteas); Sal light: redução de sódio (substituição pelo potássio). Quem regula e fiscaliza ANVISA; Ministério da Saúde; Ministério da Agricultura. SIF: Serviço de Inspeção Federal/Municipal (SIM)/Estadual (SIE). RIISPOA: Regulamento de inspeção industrial e sanitária dos produtos de origem animal. A Anvisa fiscaliza da indústria para frente, o Ministério da Agricultura fiscaliza da origem do animal até a indústria. Anivsa + MAPA = área técnica. Ministério do meio ambiente está começando a interferir indiretamente nos assuntos relacionados a alimentos. O alimento tem que ter um dos três níveis de fiscalização (federal, estadual ou municipal). Se não tiver, ou é clandestino ou é artesanal. Comissão de segurança alimentar: Política de preço; Segurança; Qualidade. Leite Conceito Produto que preserva a espécie. O leite é espécie específico (autossuficiente para aquela espécie). Definição: É o produto da secreção da glândula mamária das fêmeas bovinas após o parto obtida pela ordenha total e ininterrupta de fêmeas bem alimentadas, não parasitadas e sem doenças infectocontagiosas. Se falarmos só “leite”, está implícito que é bovino; A fêmea não pode ter tuberculose, pulserose ou mamite; O leite (“in natura”) é o produto da secreção das glândulas mamárias de fêmeas bovinas (quando outra espécie, deve ser especificado), bem alimentadas, sem D.I.C e parasitárias, sadias, em condições de higiene, descansadas e fora da fase colostral. Sua ordenha deve ser completa e ininterrupta, para que não haja perda de componentes, como a gordura. É um dos alimentos mais completos, por não possuir apenas fibra alimentar. Composição 88% de água. 12% de sólidos (carboidratos, proteínas, minerais, vitaminas, etc). Tudo que é essencial a vida, principalmente naquela fase específica (recém nascido); O único nutriente que não tem é a fibra, que é totalmente de origem vegetal e não é digerida pelo homem. 3,2% de proteína bruta. OBS.: em concuso, nunca colocar (%) e sim g/100g ou g/100mL; Principais proteínas: caseína, lactoalbumina e lactoglobulina; 3,5 – 4% de lipídeos(considerando o leite cru sem alteração). A legislação exige no mínimo 3%; Tem colesterol e etc; Pode variar com a raça do animal, etc. 4,6% de carboidrato (predominantemente lactose). 0,7% de minerais (principalmente cálcio). Cálcio, fósforo e potássio Vitaminas (não fazem massa). Aproximadamente 0,1%; Não falamos de quantidade e sim em qualidade de vitaminas. Doenças relacionadas Alergia Relacionada a proteína. Intolerância Causada pela baixa quantidade de lactase (enzima que degrada a lactose) no organismo; Pode ser causada por estresse, lesão intestinal, genética, etc; A lactase hidrolisa a lactose em glicose e galactose. A galactose tem que ser isomerizada a glicose para ser absorvida pelo organismo; Quando a pessoa é intolerante, a lactose segue pelo intestino e os microrganismos a fermentam, gerando gás, retendo água, causando desconforto, aumentando o peristaltismo e, consequentemente, causando diarreia; A lactase é uma enzima que é produzida por demanda, portanto podemos parar de produzi-la a qualquer momento para “economizar energia”; Verme: causa lesão intestinal, podendo prejudicar a produção de lactase. Galactosemia Causa genética; A galactose não é isomerizada a glicose, portanto fica alta no sangue; A galactose é toxica para alguns órgãos humanos, portanto sua concentração no sangue não pode ser alta. Observações Leite de égua é o melhor substituto do leite humano; Leite de soja é o termo errado, pois leite é de origem animal. O certo seria extrato de soja. É pobre em cálcio; O cálcio do leite é melhor de ser absorvido; Leite deslactosado: leite com lactase, portanto no leite não haverá lactose, e sim glicose e galactose. Regulamentação Observações Produção diária; Estraga fácil; A lactose é um açúcar bom para ser utilizado pelos microrganismos, por isso o leite deteriora rapidamente; As análises físico-químicas e microbiológicas hoje em dia podem ser feitas por equipamentos eletrônicos aferidos pelo órgão pertinente. Densidade Faixa: 1,028 a 1,034 g/L (para leite bovino); Deve-se tomar cuidado na análise para o leite não formar espuma e a temperatura ser ajustada (pois o padrão é que seja a temperatura ambiente); Quando o leite é fraudado pela adição de água, a densidade diminui; Quando o leite é fraudado colocando água e retirando gordura, a densidade pode ser equilibrada, porém pode diminuir a quantidade de gordura total; Quando o leite é fraudado adicionando água e amido, a densidade é ajustada; Quando o leite é fraudado pela adição de água e sal, a densidade é ajustada pois o sal é pesado, porém interfere no ponto de congelamento; Quando o leite é fraudado por deixar cair urina da vaca no leite, a densidade é ajustada, pois a urina tem densidade maior e aumenta o volume, porém essa fraude é pega no teste da amônia; Termolactodensímetro. Análise da gordura No mínimo 3% (g/100g ou g/100 mL?); A gordura do leite normal (cru) é maior que 3%, porém a legislação estabelece o mínimo de 3%;; O leite de vacas que recebem hormônios para produzir muito leite normalmente tem baixo teor de gordura; O leite de vacas que produzem pouco leite, como por exemplo no final da lactação, normalmente tem alto teor de gordura. Extrato seco (ESD) No mínimo 8,4% (g/100g ou g/100 mL?); Indica indiretamente a quantidade (porcentagem) de água e de sólido; Sólidos totais = matéria seca total; Na legislação atual não precisa colocar o extrato seco total, porém precisa colocar o extrato seco desengordurado. Acidez Leite com acidez comprometida não tem termo resistência (caseína vai coagular com o aquecimento); Para a indústria, essa análise é essencial pois compromete o processo tecnológico; Para a acidez, há duas análises fiscais: a prova do álcool (ou prova do alizarol) e a titulação; Prova do álcool: o O álcool tira a capa de proteção (hidratação) da caseína (que a mantém solúvel). Se o meio estiver muito iônico (muito H+) a caseína vai desestabilizar e coagular; o O álcool é um bom desidratante; o Se o leite coagulou com álcool, vai coagular com o aquecimento, o que não é bom para a indústria; o O leite ácido vai para fazer mussarela ou queijos em geral; o Fraude: basificar o leite (adição de soda, ou seja, NaOH). O NaOH saponifica a gordura (faz mal); o Análise rápida feita na triagem; o Volume de leite = volume de álcool; o Legislação antiga: 68º GL; o Legislação nova: 72º GL; o O pH normal do leite é entre 6,6 a 6,8; o O pH do leite não é fiscal, diferente dos outros produtos de origem animal; o Em pH normal, o alizarol com o leite deixa a cor vermelho tijolo; o Em pH ácido, a cor caminha para o laranja/amarelo; o O leite quando a vaca tem mamite é alcalino; Titulação o Na bureta é colocado NaOH (solução dornic) e no erlenmeyer é colocado 10mL de leite. A quantidade de NaOH gasta na titulação é entre 1,4 a 1,8 mL. O leite, portanto, deve possuir entre 0,14 a 0,18 g de ácido lático / 100 mL, ou seja, de 14 a 18º D; o Em leites fermentados ou iogurtes, a acidez normalmente está entre 0,5 a 1,5% (g/100 mL); o O leite LINA é instável com alizarol, porém não é ácido. Essa instabilidade é causada devido a problemas metabólicos/condições do parto. Crioscopia Mede a temperatura de congelamento do leite; Aparelho de alta precisão; Identifica fraude pela aguagem ou fraude iônica; Macromoléculas não interferem na análise; Faixa de congelamento entre -0,512 a -0,531º C; Quando o ponto de congelamento se aproxima de zero é porque foi adicionado água; Quando o ponto de congelamento se afasta de zero é porque tem substâncias iônicas dissolvidas. As análises descritas até agora são análises para recepção. As análises a seguir são feitas mensalmente. Proteína Bruta (PB) Total de nitrogênio; No leite cru, é de aproximadamente 3,2%; O mínimo exigido pela legislação é de 2,9%. Lactose A quantidade de açúcar no leite cru é de aproximadamente 4,6%; O mínimo exigido é de 4,3% Enzimas Análise fiscal do leite; Teste de eficiência da pasteurização; Peroxidase: enzima de defesa das células. Possui alta resistência térmica; Fosfatase: enzima mais sensível a temperatura; Temperatura de pasteurização: 72 a 75º C; Leite cru: peroxidase positiva e fosfatase positiva (não houve tratamento térmico); Leite pasteurizado: peroxidase positiva e fosfatase negativa (pasteurização efetiva dentro da faixa de temperatura correta); Leite UHT: peroxidase negativa e fosfatase negativa (tratamento térmico com alta temperatura). Para UHT, essa análise não é obrigatória; Termização: pré-aquecimento. Não pode inativar a fosfatase, porém auxilia no transporte. Contagem microbiana (CBT ou CT) Leite cru: Tipo A = máx de 10.000 ufc/mL; industrializado = máx de 300.000 ufc/mL; Existe uma projeção para que até 2016 o máximo permitido seja de 100.000 ufc/mL; Leite pasteurizado: Tipo A = 500 a 100 cbt/mL; Tipo Pasteurizado = 40.000 a 80.000 cbt/mL; Leite UHT: zero ufc/mL, porém pode ter esporos, toxinas, etc; Derivados: cada produto tem seu padrão. Contagem de células somáticas (CCS) Células somáticas = células do corpo; Análise feita no leite cru; Verifica a reação da célula mamária; Alta concentração de CCS pode indicar inflamações e/ou infecções; Mamite/mastite: infecção e/ou inflamação da glândula; Leite cru: tipo A = máx de 400.000 CCS/mL; industrializado = 500.000 CCS/mL. Presençade inibidor Inibidor = antibióticos, quimioterápicos, etc; Antibiótico é dado para o controle de mamite; Para cada tipo de droga há um limite; Para processos onde ocorre a fermentação ou fabricação de queijo, não pode ter inibidor microbiano; O leite tipo A normalmente tem maior concentração de inibidor. Observações É proibida a comercialização de leite cru; É obrigatório que o leite esteja resfriado (máx 7º C) na fazenda, na indústria, etc, porém, com o resfriamento está acontecendo problemas com pseudômonas (que hidrolisam a caseína). Portanto o resfriamento tem que ocorrer em até 2h; O resfriamento evita mesófilos; GMP = glicomacropeptídeos o Fraude com soro = alta concentração de GMP; o Muita pseudômona = alta concentração de GMP. Tipos (classificação) Leite Cru Leite tipo A É pasteurizado em uma fazenda (granja leiteira) de alto padrão onde a expedição do leite é feita direto da fazenda; Presente normalmente em zonas rurais; É um produto de maior qualidade nutricional; É pasteurizado e tem que ser mantido sob resfriamento; Tem validade de 7 dias. Leite tipo pasteurizado Leite UHT Derivados Classificação quanto a quantidade de gordura: Integral (mínimo de 3% de gordura); Semi-desnatado (entre 2,9 a 0,6% de gordura); Desnatado (menos que 0,5% de gordura). Observações Antigamente o leite tipo A, B e C tinham que ser especificados por cor (A = azul, B = verde, etc); O tipo B era o tipo pasteurizado; Melhor leite: tipo A > tipo pasteurizado > UHT; Todo regulamento ensinado é baseado na lei federal. Nada impede que em algum município seja permitido fazer algo diferente. Diferenças entre leite A e pasteurizado: o Local de produção; o Tempo de processo, expedição e consumo; o CBT; o CCS; o Não têm diferenças físico-químicas. Processos tecnológicos do leite Leite “in natura” Pasteurizado; o Retira o risco, mas não altera a qualidade nutricional do leite; o Inicialmente a temperatura era de 62 a 65º C entre 20 a 30 minutos; o Atualmente é de 72 a 75º C, de 15 a 20 segundos; o A pasteurização pode ser LTLT (Long temperature, long time) ou HTST (high temperature, short time); o LTLT = aquecimento em tanque (camisa de água quente e depois camisa de água fria), e o resfriamento é lento; o HTST = aquecimento e choque térmico; o Inicialmente queriam eliminar a bactéria que causava a tuberculose (não existia antibiótico). Depois o foco era eliminar a bactéria causadora da febre Q na europa, por isso saíram do LTLT para o HTST; o A pasteurização só é feita em alimentos que possuam fluidez. Na área animal, é feite no leite, creme de leite e ovo; o Em alimentos sólidos, o equivalente a pasteurização é a tindalização; o HTST pode ser tubular ou de placa; o Na pasteurização, a água quente (fonte quente) passa por fora o O pasteurizador de placa tem 4 seções: Aquecimento (regeneração); Aquecimento final (72 a 75º C); Retardo (verificar se a temperatura está certa); Refrigeração; o O processo de pasteurização em placa começa com o aquecimento (aproximadamente 40º C). O leite pode sair do pasteurizador para sofrer dois processos adicionais: Centrifugação para fazer a padronização. Padronizar o leite é colocar o teor de gordura no tipo de leite, que pode ser integral, parcialmente desnatado ou desnatado). Na centrifugação, a gordura e o leite são separados para depois a gordura ser adicionada no teor certo. Durante a centrifugação, a gordura fica na periferia e o leite desnatado no meio. Na gordura tem as vitaminas lipossolúveis e os AGs essenciais; Homogeneização. Se a gordura não for homogeneizada, os glóbulos de gordura quando refrigerados após o processo térmico se unem e o leite se separa em duas fases. A homogeneização quebra o glóbulo de gordura em fragmentos pequenos que misturam na solução e não se juntam mais. Pontos positivos: facilita na digestão. Pontos negativos: é mais fácil para as enzimas do leite (lipases) atacarem, portanto pode acelerar a rancificação (facilitar a rancificação). O leite homogeneizado não serve para fazer outros produtos (como iogurtes, etc), só leite em pó. o O leite aquecido resfria, perdendo seu calor para o leite frio (processo de regeneração). O leite quente entra no caminho da água quente. O primeiro leite empurra a água quente, então acaba se misturando, por isso deve ser descartado; o O leite pasteurizado está pronto para o consumo. Esterilizado (UHT ou UAT); o A esterilização por UHT é feita em alimentos fluidos. Para alimentos sólidos, a esterilização é feita na autoclave (apertização?); o Na esterilização, o vapor de água passa por dentro ou por fora; o Temperatura de 130 a 150º C de 2 a 4 segundos. A temperatura usada normalmente é de 140 a 143º C; o As vitaminas hidrossolúveis são muito sensíveis ao calor, portanto são perdidas no processo; o Os minerais não se perdem nesse processo, mas podem sofrer complexação; o Nessa temperatura, a lactose está a um passo da caramelização (reação de Maillard); Esse ponto é verificado no controle de qualidade; o A caseína está a um passo de desnaturar; o As proteínas do soro do leite (albumina e globulina) desnaturam; o A caseína desnatura a 120º C, portanto ela é estabilizada/protegida termicamente pelo pré-aquecimento do leite (70 a 80º C); o A gordura pode rancificar; o Principais problemas do UHT: caramelização, desnaturação e rancificação; o Citrato de sódio mono, di ou trifosfato: substância (aditivo) que estabiliza a fração proteica (anticoagula o leite), quelando o cálcio para que a caseína não coagule; o Pode haver reação de Maillard entre a lactose e a lisina (aminoácido) a alta temperatura, formando formaldeído (formol). Por isso não se deve dar leite UHT para crianças. Portanto, o formol do leite UHT é intrínseco, não é fraude; o Vantagem do UHT: é estéril e não precisa de temperatura baixa para armazenamento; o A esterilização pode ser feita de forma indireta (igual a pasteurização, porém com vapor a aproximadamente 230º C) ou pode ser feita de forma direta (colocando o vapor em contato direto com o leite). Da forma direta, o vapor condensa e a água é incorporada ao leite. Observações: o Líquido; o Chamado leite de consumo; o Não é o leite cru; o Após a pasteurização, a CBT do leite tipo A é de 500 a 1000 ufc/mL e a do leite pasteurizado é de 40.000 a 80.000 ufc/mL o Na legislação, n = amostras, c = controle, m = mínimo (tem que ter a maioria das amostras), M = máximo (não pode ter a maioria das amostras). Ex: quando n = 5, c = 2, m precisa ter pelo menos 3 amostras e M tem que ter no máximo 2 amostras); o Na indústria de alimentos, o aquecimento é feito com material inox. Desidratação Parcial: o Concentrado; o Evaporado; o Condensado; o Doce de leite; Total: o Leite em pó; o Farinha láctea; o Leite em pó modificado. Observações o Creme de leite é nata (gordura) de leite envasada. Não tem a ver com desidratação; o Os leites concentrados e evaporados normalmente são utilizados na indústria; o No leite condensado e no doce de leite, a indústria pode colocar açúcar para engrossar mais e lucrar; o Na desidratação total, os 12% que não eram água viram 96% (o teor de água é de aproximadamente 4%). A lactose compõe de 36 a 37% do leite desidratado e a gordura está em, no mínimo, 26% no leite em pó integral. Neste caso a gordura é fiscal. A proteína está presente entre 22 a 23% de proteína. No leite semi-desnatado agordura está entre 14 e 15%, já no leite desnatado a gordura é menor que 1%; o Os produtos em pó com gordura precisam ter emulsificantes (como a lecitina de soja); o Na desidratação parcial a ordem é concentrar, evaporar, condensar e então transformar em doce de leite; o A desidratação total é feita pelo processo de spray dry. Para esse processo, o alimento tem que ser fluído. O produto (normalmente já desidratado parcialmente) é pulverizado e recebido no ar seco, então a água instantaneamente sai. O calor latente fica entre 70 a 80º C. Fermentação Iogurte; Coalhada; Leite fermentado acidificado (Yakult); o Leite fermentado é um gel obtido a partir do processo de coagulação protéica; o Não pode ser leite cru, pois tem carga microbiana muito alta, o que atrapalha na fermentação; o O tratamento térmico é diferenciado (aproximadamente de 80 a 90º C); o É preciso retirar interferentes como antibióticos; o Não pode ferver o leite para não desestabilizar a caseína; o A temperatura de fermentação tem que ser entre 40 a 45º C (temperatura ótima do microrganismo); o Microrganismo específico (fermento láctico); o A indústria pode enriquecer o leite em quantidade de sólido para formar um gel mais forte; o A fermentação inicia com o substrato do tipo carboidrato (lactose) gerando ácido láctico. O pH sai de 6,6/6,7 para pH mais baixo. Quando o pH do leite chegar na faixa de pH 4,6/4,5, chegamos no ponto isoelétrico da caseína, então ela coagula (desnatura). Então formamos o leite fermentado; o Ácido láctico do leite = 0,14 a 0,18%; o Ácido láctico do leite fermentado = 0,5 a 1,5%; o OBS.: na prova, mostrar o fundamento bioquímico da fermentação; o Como praticamente toda lactose foi usada na fermentação, é uma opção ao intolerante; o O microrganismo tem que estar no mínimo a 106 ufc/mL (carga “microbiana boa” alta); o Pontos positivos: fácil de digerir, aumenta o conteúdo de complexo B e vitamina K; o Ponto negativo: pH muito ácido. Quefir (kefir); o Leite fermentado por sacaromicces de um grão (grão kefir); o Produto artesanal. Ainda não conseguiram usar essa levedura para uso comercial. A fermentação é ácida e alcoólica. Bebida láctea fermentada; Kumis (leite de égua fermentado); Observações: o Bebida láctea sem ser fermentada é uma “fraude regulamentada”, pois é soro com leite desnatado no UHT; o Albumina e globulina são proteínas boas presentes no soro do leite, porém são sensíveis ao calor, então são perdidas no UHT; o Leite desnatado só tem 2% de proteína. Queijos Concentrado proteico gorduroso; A proteína coagula e junta com a gordura; Alto teor de cálcio; Enzima com temperatura ótima em aproximadamente 35º C; Enzimas = rinina (específica) + pepsina, tripsina, quimiotripsina (não específica) = proteases; Coagula por enzima ou por ácido. A coagulação por ácido é mais grosseira, não dá liga. Utilizada para fazer requeijão, queijo cottage; Enzima = massa mais fina; Massa fresca = minas frescal; Massa semi cozida (45º C) = queijo prato; Massa cozida (55º C) = parmesão; Massa fundida (massa + requeijão + etc) = cream cheese; Massa fermentada acidificada = mussarela; Mussarela defumada = provolone. Creme de Leite Pasteurizado; Esterilizado; Observações: o Mín de 20% de gordura de leite; o Creme de leite light tem menos que 20% de gordura Manteiga Feita a partir do creme de leite resfriado; Mín de 80% de gordura. Carnes Conceito É a musculatura do animal tecnicamente preparada, ou seja, período de maturação e controle de temperatura para que haja reações químicas para que ela se torne digestiva. Composição Água: 65 a 75% na musculatura; PB: 17 a 23% (normalmente é aproximadamente 20%); Vale para toda musculatura/carne; Lipídeos: 2 a 35%; 2% em peixes, porém 35% em carne tipo cupim; Carboidratos (na musculatura): 1 a 2%; Minerais: 1,5 a 2,0%; Vitaminas; Complexo B (B12 e B9). Observações; O glicogênio é consumido no processo de transformar músculo em carne; O animal novo (tecido novo) tem mais água. O tecido é mais claro (em relação a cor) e mais macio; Idade de abate atualmente é de aproximadamente 30 meses. Antigamente era de 40 meses; Costela e rabada: muita gordura e osso (baixo custo benefício); Tem carboidrato no músculo, cérebro e fígado; Carne vermelha: boa fonte de ferro (e já está na forma sanguínea); o Zinco, complexo B, cobalto; Carne branca: não tem sangue vermelho (ou seja, carne de pescados e etc); Café e chá atrapalham na absorção de minerais; Kibe: carne + farinha => boa fonte de complexo B; Tipos Musculatura estriada (voluntária ou involuntária); Musculatura lisa; Vísceras; Tegumentos; Espécies Mamíferos; Aves; Pescados (peixes, crustáceos, moluscos); Anfíbios; Quelônios. Observações Pessoa de atividade normal precisa ingerir 1g/kg de peso corpóreo de PB. Obtenção Abate ocorre em duas fases: pré-abate, abate e sangria; Pré-abate Transporte o Cuidado com o animal, sem aperto, boas condições de transporte, sem calor, sem machucar ou estressar o animal; Recepção do animal o Sair do transporte e ficar em observação para saber se está apto para o abate; o Se o animal estiver doente, ele fica separado; o Repouso: o tempo varia com a espécie (24h para bovinos); o Não dar mais comida para não vomitar na hora do abate (dieta hídrica); Banho de aspersão o Limpeza e vaso dilatação para auxiliar na sangria; o Até a sangria é chamada de fase ante mortem; Observações o Preocupação com alimentação e o quanto o animal vai se exercitar; o Qualidade de carne: animais mais seletos, clima mais fresco, menos parasitas, terrenos mais planos; Abate Insensibilização (tirar a sensação de dor); o Marretada frontal (proibida); o Pistola pneumática (ar comprimido com padrão de força); o Para búfalo, a pistola tem que ser própria pois o búfalo é mais forte; o Em suínos, a insensibilização é por choque ou por narcose na câmara de gás (CO2); o Em aves, a insensibilização é por imersão da cabeça em água com carga elétrica; Sangria Corte dos grandes vasos do pescoço; É necessário que o coração esteja batendo; Em animais grandes o corte é bilateral, já nas aves é unilateral; O animal morre por parada cardio respiratória; Oclusão do reto; o Amarrar o esôfago e o reto; Corte para abrir a barrigada; Evisceração o Língua; o Musculatura do rosto (para fazer subsídios); o Cérebro; o Coração; o Diafragma (não comemos, mas tem que ser inspecionado para cisticerco); o Diafragma, língua, cérebro e coração são de inspeção obrigatória; o Pulmão; o Fígado; o Baço; o Testículo (tem testosterona, pode desregular os hormônios femininos); o Estômago: 4 compartimentos (dobradinha); É branqueada por processos químicos (soda, água sanitária); Alto teor de colesterol; o Intestino: alça intestinal (limpa/branqueada) é usada para fazer embutidos; o Tegumentos (chifres, etc); Usado para fazer colares; o Rins; Observações Carne de segunda: musculatura dianteira; Carne de lombar: carne mais macia; Galinha: é escaldada para amolecer os pelos; Toalete = depilação; Produtos da sangria Sangue o Pode ser usado para fazer farinha de sangue para alimentar animais; o No Brasil, está proibido desde o surto de vaca louca, alimentar animais que vão ser abatidos com produtos de outros animais; o Utilizado para fertilizantese adubo; o Alta contaminação ambiental quando descartado, então tem que fazer tratamento de resíduo; Couro o Produto do processo de esfola; o Usado na indústria de curtume; Colágeno o Colágeno subcutâneo para gelatina; o Matriz animal para fazer o gel; Observações o Post mortem = baixa concentração de O2. Controle de qualidade Nitrogênio da PB Lipídeos pH (até 6,4) Nitrogênio exalado Ranço Observações Os eventos da deterioração são nitrogenados, ou seja, vai exalar amônia; Na carne maturada, o pH pode estar um pouco acima, pois o processo de maturação é diferente; Carne maturada é diferente de processo de maturação; A carne maturada tem maturação extra, hidrólise de enzimas, etc; Cartilagem de animais possui proteína boa para a gente; Processos Maturação Processo que transforma o músculo em carne; Após a morte do animal, o oxigênio vai acabando (início da anaerobiose, ou seja, fermentação); Hidrólise proteica (a proteína contrai); Acidificação, limpeza microbiológica; A carne fica acinzentada e com péssimo aspecto sensorial (Rigor mortis) Observações pH do animal vivo: 7,2 a 7,4; Após a morte, o pH cai para aproximadamente 5,0/5,2 por causa do ácido láctico; O pH depois sobe por causa da atividade enzimática, pois libera a amônia; o Refrigerar para segurar a subida do pH; o O Rigor Mortis dura aproximadamente 6h, e depois vem a hidrólise proteica. Processos tecnológicos da carne Carne crua In natura; A carne pode ser vendida crua, porém sob refrigeração; Resfriamento (baixa temperatura e retarda a atividade enzimática); o Carne bovina: até 7º C no interior da peça; o Aves e suínos: entre 4 e 5º C o Pescados: entre -0,5 a 2º C. O pescado sem refrigeração deve ser comercializado em até 2h. Congelamento Paralisa grande parte das movimentações metabólicas; Validade de meses; Nas carnes, o congelamento é muito eficiente (mais eficiente que no leite, em ovos, vegetais e etc); Se congelar o leite, embora não haja perdas nutricionais, há perdas sensoriais (separa em 2 fases); Carboidratos e fibras com água são difíceis de congelar; O congelamento pode ser lento (-20º C) ou rápido (-40º C). O melhor é o rápido. No final, o produto estará com temperatura aproximada de -20º C. Desidratação Parcial o Diminuição de 20 a 30% de água; o Diminuir acrescentando soluto (sal); o Desidratação pelo ambiente (baixa umidade do ar e alto calor – aproximadamente 35º C) => evaporação superficial (carne com pouca espessura); o Se a temperatura passar de 45º C a carne cozinha; Total o Liofilização: solidifica a água, abaixa a pressão e aquece (aproximadamente 30º C) para evaporar a água (processo de sublimação); Nessa temperatura não há perda nutricional; Tirando a água, fica “pó” ou “biscoitinho” de carne; Apertização: esterilização do alimento sólido; Esteriliza o alimento já envasado; Autoclave (circulação de vapor e alta pressão para a embalagem não explodir); Embalagem = lata, laminado, cartonado, etc; Antes pode haver pré-cozimento (animal) ou branqueamento (vegetal); Sempre colocar algum meio aquoso para conduzir o calor. Não encher a embalagem (deixar aproximadamente 30% livre); Tempo de autoclave: de 10 a 20 minutos; Irradiação Processo físico e a frio; É invisível; Aplicação de energia ionizante no alimento; A irradiação pode ter 3 níveis: radurização, radiciação e radiapertização, sendo a radiciação a mais usada em carnes; Problemas: nem todo país aceita alimento irradiado. Não se pode controlar o produto gerado (não podemos controlar as transformações no alimento) e os problemas gerados (lixo radioativo); Embutidos A carne pode estar só aprisionada, como por exemplo a linguiça; A carne pode estar ligada, emulsionada, como por exemplo a salsicha; Defumado Submetida a ação de fumaça; Reação química, calor, desidratação; Pode ser defumada in natura ou embutida. Fermentados Salame por exemplo; Adição de carboidratos para ocorrer a fermentação; Emulsão, embutido => fermentação; Não há cozimento. Carnes moldadas Cru: hambúrgueres, almôndegas; Pré preparadas: nuggets; Carne Maturada Ovo Conceito É o produto excretado pelas fêmeas (galináceas), composto de casca, clara e gema. Composição Casca Carbonato de cálcio; Rico em cálcio inorgânico (não é absorvido) Clara Material proteico de proteção (física) da gema; Proteína e água; Proteína de grande valor biológico, em especial a ovoalbumina. Gema Minerais, lipídeos (como é de origem anima, tem colesterol, gordura saturada, etc), proteínas, vitaminas, carboidratos Composição integral 75 a 77% de água; 17% de proteína; 10 a 11% de lipídeos; 1 a 2% de minerais; 1,5% de carboidratos; Vitaminas (B, A, caroteno, D, K, E). Observações Luteína: protege o globo ocular. Presente no milho, e consequentemente no ovo; Ovo velho: gema na ponta; Validade: de 25 a 30 dias. Tipos Extra; Grande; Médio; Pequeno; Industrial Processos Pasteurização Eliminar salmonela; Salmonela entra pela água ou ração das aves; Presente na gema; É eliminada com temperatura de 60º C na gema; A pasteurização pode ser (durante 3,5 minutos): o Integral (60º C); o Só a gema (61º C); o Só a clara (56,7º C). Desidratação Spray Dry ou liofilização; Soro de leite e clara de ovo são ricos em albumina. Ovo modificado ou em conserva O ovo é cozido, descascado e colocado em conserva; O líquido de conserva tem que ser isotônico ao ovo. Observações Ovo fresco: vendido em temperatura até 15º C; Ovo frigorificado: vendido em temperatura de até 8º C. Mel Conceito Produto da captação do inseto no vegetal, transformação e excreção. Captação da seiva e néctar; Transformação do produto vegetal e restos de animais É o produto ou secreção das abelhas melíferas. É um produto de origem vegetal, metabolizado e regurgitado pelas abelhas, a fim de manter a parte física das colmeias e proteger a rainha e o zangão. Observações Alta concentração de açúcar, peptídeos bioativos, vitaminas e minerais Substâncias que a abelha regujita para preservar o açúcar. O mel é natural, não se processa. Possui baixo teor de água e baixo pH, por isso é considerado um alimento seguro. Pode ser unifloral ou multifloral. Mel é diferente do melado. Possui diferentes quantidades de açúcar redutor e sacarose. pH menor que quatro e umidade menor que 20%. Teor de sacarose menor que 6% no mel e menor que 15% no melado; O mel possui de 75 a 78% de açúcar. Nenhum animal tem frutose, mas o mel tem; Pode ser filtrado, escorrido, centrifugado ou prensado. O tratamento deve ser feito a uma temperatura maior que 37 °C.
Compartilhar