Buscar

Recurso de Revista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

RECURSO DE REVISTA 
O recurso de revista é um recurso eminentemente técnico. Enquanto o recurso 
ordinário visa à reforma ou modificação do julgado, com ampla discussão de fatos e provas, o 
recurso de revista pretende a uniformização da jurisprudência, ou seja, a correta interpretação 
das leis pelos tribunais trabalhistas. 
Vale ressaltar que o recurso em estudo sofreu profundas modificações com o advento 
da Lei nº 13.015, de 21 de julho de 2014, que dispôs sobre o processamento de recursos no 
âmbito da Justiça do Trabalho. Essa lei teve quatro grandes escopos: 
I) consignar uma hipótese de inexigibilidade de depósito recursal; 
II) alterar os recursos dos embargos de declaração, do recurso de revista e dos 
embargos no TST; 
III) regulamentar de maneira pormenorizada o instituto do incidente de uniformização 
de jurisprudência; e 
IV) trazer o instituto dos recursos repetitivos para a Justiça do Trabalho, mormente na 
seara do recurso de revista. 
A ideia central da aludida lei foi tentar dar à Justiça do Trabalho consonância real com 
os princípios da efetividade, celeridade, razoável duração do processo e acesso à ordem 
jurídica justa. 
Os recursos classificam-se em recurso de natureza ordinária ou extraordinária, 
vejamos: “Súmula 126 do TST. Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 
894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas.”; “Súmula 279 do STF. Para simples 
reexame de prova não cabe recurso extraordinário.”. 
Importante saber que o recurso de revista é cabível apenas em dissídios individuais, o 
que significa dizer que não é apropriado em dissídios coletivos, sendo possível nas ações 
coletivas, como é o caso da ação civil pública. 
As hipóteses de cabimento no recurso de revista são: a) de decisão do TRT em recurso 
ordinário; e b) de decisão do TRT em agravo de petição. 
Não cabe recurso de revista em face de decisão do TRT em agravo de instrumento 
(Súmula 218 do TST). 
O recurso de revista somente será cabível quando: a) a questão for exclusivamente de 
direito; b) o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas de cabimento de 
recurso de revista; e) a matéria estiver prequestionada; d) quando a causa oferecer 
transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social e 
jurídica ( art. 896-A, § 1°, CLT). 
As hipóteses específicas de cabimento do recurso de revista variam de acordo com o 
procedimento. Esclarece-se, desde logo, que os dissídios de alçada, sujeitos ao procedimento 
sumário, são de única instância. Da sentença proferida neste procedimento é cabível recurso 
apenas se houver violação à Constituição Federal. 
O STF e o TST entendem que nos dissídios de alçada é cabível o recurso ordinário e o 
recurso de revista para o TST, limitados a arguição de violação à Constituição, para somente 
então ser cabível recurso extraordinário para o STF, uma vez que a CLT prevê como hipótese 
de cabimento desses recursos a violação à Constituição. 
No procedimento sumaríssimo, o recurso de revista é oportuno quando o acórdão do 
TRT contrariar a Constituição Federal, súmula do TST, ou súmula vinculante do STF (art. 
896, § 9º, da CLT). Não é hipótese de cabimento de recurso de revista neste procedimento a 
contrariedade à orientação jurisprudencial (Súmula 442 do TST). 
O recurso de revista na execução é admissível apenas se houver ofensa literal e direta à 
Constituição da República (art. 896, § 2. º, da CLT e Súmula 266 do TST). Entretanto, cabe 
recurso de revista por violação à lei federal, divergência jurisprudencial e ofensa à 
Constituição Federal (art. 896, § 10, da CLT) nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase 
de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT). 
Não é servível ao conhecimento de recurso de revista aresto oriundo de mesmo 
Tribunal Regional do Trabalho, salvo se o recurso houver sido interposto anteriormente à 
vigência da Lei nº 9.756/98. 
No procedimento ordinário cabe, ainda, recurso de revista por divergência 
jurisprudencial na hipótese do art. 896, "b", da CLT, isto é, quando o acórdão recorrido der a 
este dispositivo de lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença 
normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que 
exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação 
divergente, na forma da alínea "a" do art. 896 da CLT. 
Cumpre destacar quanto à divergência na interpretação de Lei Estadual, que somente 
poderá ocorrer no estado de São Paulo, único no qual existem dois TRTs (TRT da 2.ª e 5.ª 
Região), uma vez que eles podem interpretar a mesma lei de forma diferente. 
Saliente-se que os Tribunais Regionais deverão manter e dar publicidade as suas 
súmulas e teses jurídicas prevalecentes mediante banco de dados, organizando-as por questão 
jurídica decidida e divulgando-as, preferencialmente, na rede mundial de computadores (art. 
6º, Ato 491, da Presidência do TST, referendado pelo Pleno do TST). O intuito é o de facilitar 
aos jurisdicionados a pesquisa sobre o entendimento predominante no Tribunal. 
O prequestionamento é pressuposto do recurso de revista, assim como dos demais 
recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido 
tratada no acórdão impugnado (Súmula 297, I, do TST), ou melhor, o TST só conhecerá o 
recurso se houver manifestação explícita do TRT no acórdão sobre a discussão abordada no 
recurso de revista, inclusive quanto à matéria de ordem pública (OJ 62, SDI-I, TST). 
Contanto que o TRT não se pronuncie quanto à matéria impugnada, deverão ser 
opostos embargos de declaração com o objetivo de que se manifeste a respeito de tal matéria, 
sob pena de preclusão (Súmulas 297, II, e 184 do TST). 
Entretanto, se apesar de opostos embargos de declaração, o Tribunal não se manifestar 
em relação à matéria impugnada, será considerada prequestionada (Súmula 297 do TST). 
Assim, segundo o art. 896, §1º-A, I, CLT o recorrente deve indicar o trecho da decisão 
recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista. 
O art. 896-A da CLT impõe como pressuposto de admissibilidade do recurso de 
revista a transcendência, regulamentando a matéria. 
O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a 
causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, 
social ou jurídica. 
O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos 
Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos 
do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas (art. 896-
A,§ 6°, CLT). Apenas o relator poderá realizar tal análise. 
Em face da decisão monocrática do relator que denegar seguimento ao recurso de 
revista por não demonstrar transcendência, cabe agravo para o colegiado (art. 896-A, § 2°, 
CLT). 
Interposto o agravo, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da 
transcendência, durante cinco minutos em sessão (art. 896-A, § 3°, CLT). 
Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado 
acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do 
tribunal (art. 896-A, § 4°, CLT). 
Em relação aos prazos, o recurso de revista é um dos recursos trabalhistas que 
obedecem ao prazo recursal uniforme de 8 dias, tanto para razões quanto para contrarrazões. 
O recurso de revista não é um recurso isento de preparo. Dessa forma, ao interpor o 
presente recurso, o recorrente deverá recolher as custas e o depósito recursal. 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA(Embargos ao TST) 
Os embargos no TST tem dois momentos: 
1º) antes da reforma oriunda da Lei nº 11.496/2007 – havia três espécies de embargos 
no TST, quais sejam: os embargos de divergência; os embargos infringentes; e os embargos 
de nulidade. 
2º) após a reforma da Lei nº 11.496/2007 – os embargos de nulidade foram suprimidos 
do ordenamento processual trabalhista, de forma que subsistem apenas duas espécies de 
embargos no TST: os embargos de divergência; e os embargos infringentes. 
Os embargos ao TST por divergência ao TST serão julgados pela SDI, sendo cabíveis 
na hipótese de decisões de Turma do TST que contrariar: a) acórdão de outra Turma do TST; 
b) acórdão da SDI; c) súmula do TST; d) orientação jurisprudencial do TST; ou d) súmula 
vinculante do STF. 
A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a 
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, 
ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (art. 894, 
§ 2º, da CLT). 
Podemos citar como exemplo, que os embargos serão incabíveis apesar da divergência 
jurisprudencial, o caso em que o reclamante postula uma hora de intervalo intrajornada 
acrescida do adicional de 50% e reflexos, sustentando que este tem natureza salarial. Em 
defesa, a reclamada impugna o pedido de horas extras, bem como os reflexos e, quanto a este, 
argumenta que o pagamento da hora do intervalo suprimido no curso do contrato de trabalho 
acrescida de 50% tem natureza indenizatória, não gerando reflexos. Em sentença, o juiz 
defere o pedido principal e, entendendo que o intervalo tem natureza salarial, julga 
procedentes também os reflexos. A decisão é mantida em sede de recurso ordinário e de 
recurso de revista. O recurso de revista é julgado por uma das Turmas do TST. Com o intuito 
de recorrer desta decisão, a reclamada cogita em interpor os embargos ao TST por 
divergência, lembrando que são cabíveis da decisão de Turma do TST que contrariar acórdão 
de outra Turma ou da SDI. Apesar de encontrar decisão em sentido contrário de outra Turma 
do TST, defendendo a natureza indenizatória do intervalo, os embargos são incabíveis, pois a 
decisão recorrida, que sustenta a natureza salarial da verba deferida, está em consonância com 
a Súmula 437, III, do TST. 
O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos: I - se a decisão recorrida 
estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou 
do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal 
Superior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la; II - nas hipóteses de intempestividade, 
deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto 
extrínseco de admissibilidade. 
Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. 
A natureza jurídica desse recurso é extraordinária, assim como o recurso de revista, o 
que significa dizer que a discussão travada será relacionada apenas a direito, isto é, aplicação 
da norma jurídica, não sendo possível ao recorrente a rediscussão de fatos e provas, nos 
termos da Súmula nº 126 do TST. 
Tendo em vista que o recurso de revista na execução é admissível somente quando 
houver ofensa à Constituição Federal (art. 896, § 2º, da CLT), da decisão da Turma do TST, 
proferida em recurso de revista na execução, serão admissíveis embargos ao TST, quando a 
decisão recorrida contrariar acórdão de outra Turma do TST ou da SDI, desde que diga 
respeito à interpretação da Constituição Federal, ou seja, a divergência hábil a ensejar o 
recurso de revista nesta fase processual condiciona-se à interpretação de dispositivo 
constitucional. 
A Lei nº 13.015/2014 incluiu mais uma hipótese de cabimento de recurso de revista no 
procedimento sumaríssimo, qual seja: confronto com súmula vinculante do STF. Observando 
o mesmo raciocínio, também serão admissíveis embargos ao TST quando demonstrada a 
divergência jurisprudencial entre Turmas do TST, fundada em interpretações diversas acerca 
de súmula vinculante. 
Note que os embargos ao TST por divergência tratam-se de recurso de natureza 
extraordinária e, como tal, exigem o prequestionamento, isto é, que a matéria recorrida tenha 
sido tratada no acórdão impugnado. No procedimento sumaríssimo, o necessário 
prequestionamento somente poderá ser alcançado quanto às matérias objeto do recurso de 
revista, quais sejam: a) violação à Constituição; b) contrariedade à súmula do TST; c) 
contrariedade à súmula vinculante do STF. 
Dessa forma, apenas nessas hipóteses caberão embargos ao TST no procedimento 
sumaríssimo. 
Algumas considerações importantes acerca do recurso: não cabem embargos de 
divergência se a controvérsia já estiver superada pela atual jurisprudência do TST, conforme 
disposição da Súmula nº 333 daquele tribunal, salvo se houver entendimento diverso do STF, 
nos termos da Súmula 401 daquele tribunal, haja vista que a última palavra sobre a 
interpretação de preceito constitucional é realizada por aquele órgão de cúpula 
do Poder Judiciário. A divergência será demonstrada conforme as disposições da Súmula nº 
337 do TST, uma vez que esse recurso também é utilizado quando há divergência entre 
tribunais regionais do trabalho. 
Por fim, algumas diferenças entre recurso de revista e embargos de divergência: o 
objeto do recurso de revista consiste apenas em impugnar acórdão regional que contenha 
determinados vícios. Trata-se, portanto de recurso eminentemente técnico, cuja 
admissibilidade está subordinada ao atendimento de determinados pressuposto. Do que se vê, 
o recurso de revista não se destina a corrigir a má apreciação da prova produzida, ou a 
injustiça da decisão, mas tão somente, a interpretação correta da lei, pelos tribunais do 
trabalho. 
Já os embargos de divergência são admitidos sempre que houver divergência de 
decisões entre turmas do TST, entre turmas do TST e turmas da SDI, ou divergência de turma 
do TST e própria súmula do TST. 
Portanto, o momento processual para interposição do recurso de revista, é após 
proferido acórdão no TRT que viole lei federal, constituição ou dê interpretação divergente de 
julgados, já o momento processual para interposição de embargos de divergência é após o 
proferimento de acórdão do Recurso de Revista no TST, desde que haja divergência de turmas 
e para que seja julgado pela SDI, visando uniformizar a jurisprudência interna do TST. 
 
CORREIÇÃO PARCIAL (Reclamação correicional) 
A reclamação correicional, também chamada de correição parcial, é um procedimento 
administrativo regulamentado pelos Regimentos Internos dos Tribunais do Trabalho. No 
Processo do Trabalho, a correição parcial é mencionada no art. 709, II, da CLT. 
Em verdade, a reclamação correicional não é recurso, e sim um mero procedimento 
administrativo que visa sustar procedimentos do juiz que atentem contra a boa ordem 
processual vigente. 
A reclamação correicional deve preencher alguns requisitos, a saber: o ato deve ser 
atentatório à boa ordem processual; não deve haver recurso cabível contra este ato; deve ser 
demonstrado o prejuízo processual à parte recorrente do referido ato. 
Como exemplos de atos atentatórios à boa ordem processual passíveis de correição, 
podemos destacar o juiz que não julga o processo, estando este concluso para sentença há 
vários meses, ou mesmo a decisão do magistrado que ordena retirar dos autos uma 
contestação apresentada no prazo legal etc. 
A reclamação correicional é dirigida, em regra, ao corregedor do tribunal, sendo o 
prazo geralmente fixado pelos regimentos internos dos tribunais em cinco dias, contados da 
data da publicaçãodo ato ou despacho no órgão oficial ou da ciência inequívoca pela parte 
dos fatos relativos à impugnação. 
Em geral, a correição parcial é medida formulada no prazo de cinco dias pela parte 
interessada que se achar prejudicada por decisão judicial causadora de tumulto processual, da 
qual não haja recurso previsto em lei. 
A par da propalada inconstitucionalidade da medida por ausência de previsão legal, 
tem-se que o modo como vem sendo disciplinada a utilização da correição parcial pelos 
tribunais, acarreta desigualdade entre as partes, ferindo assim o princípio jurídico. 
A Consolidação das Leis do Trabalho prevê a correição parcial apenas a nível de 
Tribunal Superior do Trabalho, atribuindo competência ao Corregedor-Geral da Justiça do 
Trabalho para decidir as reclamações (as quais não devem ser confundidas com as 
reclamações previstas nos arts. 274 a 280 do Regimento Interno desta Corte) contra os atos 
atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus Presidentes, 
quando inexistir recurso específico (CLT, art. 709, inc. II). 
Nem a Consolidação nem qualquer outra legislação esparsa institui a correição parcial 
no âmbito do processo trabalhista para as decisões dos Juízes Presidentes de Junta de 
Conciliação e Julgamento, nem para os atos desta. 
Contudo, a medida vem sendo ilegalmente disciplinada nos regimentos internos dos 
Tribunais Regionais do Trabalho, os quais não guardam uniformidade entre o procedimento e 
o fim. 
Um dos motivos para a proliferação da medida correicional das decisões 
interlocutórias (CLT, art. 893, § 1º, e Súmula n. 214/TST), quando ultrapassa os limites do 
âmbito administrativo para abranger questão processual. 
A medida tem sido também ilegalmente utilizada para prover questões disciplinares. 
Ressalte-se então que, ainda que na Justiça Comum a correição parcial possa funcionar 
como medida de âmbito administrativo e disciplinar, na Justiça do Trabalho há de se limitar 
apenas ao âmbito administrativo – embora assim ilegalmente não se venha utilizando -, posto 
que aquela de caráter disciplinar tipifica-se na representação, prevista nos artigos decidiu-se 
que os juízes, “não possuem capacitação para recorrer, em processo de reclamação 
correicional, ao fundamento de que os tribunais e juízes do trabalho são órgãos do Poder 
Judiciário da União. Caso a correição parcial possuísse caráter disciplinar, não haveria mero 
pedido de informações ao juiz, sendo-lhe facultada a defesa. Não seria também, em hipótese 
alguma, obstada a possibilidade de recurso ao juiz, ainda mais em se tratando de medida da 
qual possa lhe resultar alguma sanção. 
Em geral a correição parcial é medida cabível de pronunciamentos que importem 
inversão tumultuária de atos e fórmulas do procedimento, desde que sejam irrecorríveis. 
Em resumo, a finalidade desse instituto, em verdade, é a de corrigir atos ou omissões 
do juiz, que por abuso ou erro causam tumulto ou desordem no processo. 
Tem por escopo levar ao conhecimento do Tribunal Superior – no caso da Justiça do 
Trabalho, ao conhecimento do Juiz Corregedor -, a prática pelo juiz, de ato consistente 
em error in procedendo caracterizador inversão ou tumulto do procedimento processual, 
quando inexistir recurso previsto em lei. 
Vê-se que a correição parcial, ao lado das correições gerais periódicas, possui caráter 
administrativo/disciplinar, no processo civil, e administrativo, no processo do trabalho, 
destinando-se provocar a verificação pelo Tribunal, ou pela Corregedoria (caso da Justiça do 
Trabalho), da existência de erros de procedimentos do juiz, a fim de expedir-lhe instruções. 
Adstrita aos limites do controle administrativo/disciplinar, a correição parcial não se 
confunde com o controle processual sobre a atividade judicante. 
É de se notar, então, que a correição parcial não interfere diretamente no feito. Limita-
se apenas a beneficiar as vítimas de erros ou abusos que provocam a inversão ou o tumulto da 
ordem processual, de forma a proporcionar a retomada de sua marcha à frente, através das 
orientações expedidas aos magistrados e, na Justiça Comum, eventualmente, nos casos mais 
sérios, de aplicação de sanções disciplinares. 
Como se vê, a correição parcial tem relação direta com a desordem processual. Isso 
implica dizer que refere-se a erros de procedimento, ou seja, diz respeito a erros que 
comprometem a forma dos atos processuais. 
A verificação de tais erros não ultrapassa os limites da estrutura externa da forma dos 
atos processuais, caracterizando-se pela desobediência à sequência imposta pela lei para a 
realização dos mesmos – procedimento. 
Embora a natureza jurídica da correição parcial seja efetivamente 
administrativo/disciplinar, não se há de negar que tem em alguns casos assumido um caráter 
de recurso, pelo desvirtuamento do instituto, onde através dela efetua-se controle processual. 
Na pratica, a Reclamação Correicional Trabalhista se caracteriza por ser um 
procedimento judicial que demanda uma pronta solução por parte do julgador, dada a 
gravidade do tumulto processual eventualmente oriundo do ato judicial praticado em uma 
ação trabalhista e, evidentemente, os possíveis prejuízos decorrentes do referido tumulto. 
Ressalte-se que o tumulto processual configura-se como uma situação atípica, em termos 
processuais, e, portanto, é da parte litigante que invoca o que ocorre apenas excepcionalmente 
o ônus de demonstrar. 
O autor da Reclamação Correicional Trabalhista deve provar de maneira inequívoca o 
tumulto processual e, por via de consequência, o prejuízo advindo do ato judicial atacado na 
Reclamação Correicional Trabalhista, devendo juntar à Exordial as provas de suas alegações. 
Caso a parte autora não tenha em seu poder as provas do tumulto processual deverá 
indicar claramente na petição inicial quem as possui e, por via de consequência, requerer, de 
maneira expressa, a sua apresentação ao Juiz-Corregedor. 
Não existe norma legal celetária ou na legislação laboral extravagante que vede ao 
Juiz-Corregedor solicitar, em diligência, os autos da Reclamatória Trabalhista para aferir o 
contexto probatório da Reclamação Correicional Trabalhista. 
Em outras palavras, o Juiz-Corregedor é facultado, desde que haja pedido expresso do 
autor da Reclamação Correicional Trabalhista na exordial da aludida ação, requisitar os autos 
da ação trabalhista para colher prova documental não acessível ao autor da Reclamação 
Correicional Trabalhista. 
Enquanto os autos da ação trabalhista estiverem com o Juiz-Corregedor a 
Reclamatória Trabalhista ficará com o seu andamento sobrestado, salvo, é claro, a apreciação 
e julgamento de medidas urgentes, as quais serão de competência do juízo da causa. 
Por fim, um pouco de conceito histórico: A supplicatio romana, que chegou a Portugal 
sob a denominação de sopricações, querimas ou querimônias, e que teria dado origem 
ao agravo de ordenação não guardada previsto nas Ordenações Filipinas, transmudou-se para 
o Brasil de outrora sob o nome de agravo por dano irreparável, trazido pelo Regulamento nº 
737, de 25 de novembro de 1850, que aprovou o Código de Processo Comercial, remédio que 
cabia quando verificada a existência de um “dano irreparável às partes, causado pelos juízes 
através de despachos interlocutórios”. 
A medida surgiu inicialmente na época das codificações estaduais do processo, em 
nosso país, algumas vezes sob o nome de reclamação, cuja prática se enraizou nos regimentos 
internos dos tribunais e nas leis de organização judiciária, assim sobrevivendo até hoje. 
Devido à sua origem, a correição parcial, recurso judicial sui generis, que visa a 
corrigir, emendar, reformando ou cassando o ato impugnado,seria, portanto, um instituto 
“clandestino”, como diz Moniz de Aragão, expressão que, segundo Manoel Antônio Teixeira 
Filho, “bem se presta para identificar a forma pela qual a correição parcial ingressou em nosso 
meio jurídico”. Outros preferem chamá-la de “recurso censório”, concebido para qualificar a 
índole ditatorial da medida, uma vez que há razões históricas a justificar essa afirmação, pois 
outrora a competência para realizar correições era privativa do monarca, mediante Cartas de 
Justiça, cujo fato – segundo supomos – teria levado o eminente Pontes de Miranda a 
identificá-la como um “sinal de realismo ditatorial”, como lembra Teixeira Filho (in "Sistema 
de Recursos Trabalhistas", LTr, 6ª edição, 1992, pág. 394). 
Na Justiça do Trabalho, entretanto, a sua previsão não decorre apenas de norma 
estabelecida nos regimentos internos dos Tribunais Trabalhistas (TST e TRTs). O instituto é 
expressamente previsto na legislação. 
Entendeu-se, portanto, que o uso da correição parcial não ofende aos princípios 
constitucionais do contraditório, do devido processo legal e da ampla defesa, com os meios e 
recursos a ele inerentes. Muito pelo contrário, o remédio ainda atende ao “direito de petição 
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade em abuso de 
poder”, assegurado na Lei Fundamental (art. 5º, XXXIV, alínea "a", da CF/88). 
Antes do tudo, cumpre esclarecer que a função correicional, autêntico instrumento de 
controle interno, no Judiciário é expressamente prevista no art. 96, inciso I, alínea "b", da 
Constituição Federal de 1988. Este dispositivo constitucional estabelece que compete 
privativamente aos tribunais organizar suas secretarias e serviços auxiliares e dos juízes que 
lhes forem vinculados, velando pelo exercido da atividade correicional respectiva. 
Assim, toda a atividade correicional deve ser organizada, privativamente, pelos 
Tribunais, tal como estabelece o texto constitucional. Aí está incluída a atividade correicional 
de caráter permanente, ordinária e parcial, que são as três espécies de correição exercidas pela 
Corregedoria. No exercício da correição permanente, o Corregedor Regional Trabalhista 
geralmente edita instruções ou provimentos para o regular funcionamento da Justiça, 
mantendo sob sua constante vigilância ou inspeção a atuação procedimental dos juízes 
presidentes de Juntas de Conciliação e Julgamento, juízos Substitutos, juízes Classistas e 
todos os serventuários da Justiça do Trabalho da Região. Ao exercer a correição ordinária o 
Corregedor Regional visita todos os órgãos do 1º grau de jurisdição, pelo menos uma vez por 
ano, para verificar a regularidade do seu desempenho. E ainda exerce a correição parcial, 
sempre que necessário (art. 682, XI, da CLT), ex-officio ou quando provocado por algum 
interessado contra ato judicial que tenha violado norma processual, ou seja, se o juiz tiver 
cometido errores in procedendo, nos casos em que não houver recurso legal, situações que a 
doutrina caracteriza como “vícios de atividade”, para distinguir dos “vícios de juízo” 
(Chiovenda). Os primeiros podem ser impugnados por meio de reclamação correicional; os 
últimos, posto que errores in indicando, só por via de recurso. 
Assim, como instrumento de controle interno, a atividade correicional (permanente, 
ordinária e parcial) deve mesmo ser prevista nos regimentos internos dos Tribunais. 
Por fim, conclui-se que a correição parcial não prejudica a concentração e a celeridade 
dos processos e, a reclamação correicional não suspende o curso do processo trabalhista. Ao 
contrário, a reclamação correicional pode ser proposta quando, por exemplo, não se cumpre 
tais princípios, notadamente o da celeridade, tão caro ao processo do trabalho. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
PEREIRA, Leone. Manual de processo do trabalho / Leone Pereira. – 5. ed. – São Paulo: 
Saraiva, 2018. 
 
SARAIVA, Renato. Processo do trabalho / Renato Saraiva, Aryanna Unhares. – 14. ed. rev., 
atual. e ampl. – Salvador: Juspodivm, 2018.

Outros materiais