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HEMOGLOBINA E HEMGLOBINOPATIAS (ANEMIA FALCIFORMES E HEMOLÍTICAS) Apresentação de Genética 2019 MED23, Sala 20, Grupo 2B,| Professora: Dra . Sandra Vasconcelos| Curso de Medicina COMPOSIÇÃO DO GRUPO 2B Bugrocia Marcelino Denise G. Adriano Manuel Edson M. E. dos Santos Elizabeth Helena Miguel Florinda Zola Helga Marilha da Silva Iracelma da Costa Ferreira Kelly M. Ferreira Azevedo Leyvis Mondavam Viongo Madalena Cristóvão Paula Quiala Paulo Afonso Sebastião Sazerda Pedro Domingos Silzia Ventura da Silva Teresa Pedro Filipe Tomasia Maria Dange Vanda Casemiro Alberto Vanusa Kalandula OBJETIVOS - Objetivo geral Estudar sobre hemoglobina e suas patologias (Hemoglobinopatia) - Objetivo específicos Definir hemoglobina, sua composição, estrutura e sua função; Entender a origem, diagnósticos, sinais e sintomas, tratamento das hemoglobinopatias, como Anemia Hemolítica, Hemoglobina S, Anemia Falciformes; Talassemia e outras AGRADECIMENTOS • Ao nosso bom Pai Senhor nosso Deus por dá-nos o conhecimento, está vida neste corpo em que estudamos todos dias para que nos formemos e cuidarmos de outros; • A nossa querida Professora Dra. Sandra Vasconcelos pela orientação deste tema de pesquisa, nos ajudara em nossa caminhada como futuros profissionais de saúde. • A todos os praticantes desta pesquisa, nada vem sem esforço e dedicação (estudaremos e pesquisaremos sempre para o bem do nosso próximo) • A todos que direita ou indiretamente transmitiram-nos suas energias para esta pesquisa • “Muito Obrigado a todos” INTRODUÇÃO A partir de sequências de aminoácidos, são formadas as proteínas em um processo denominado síntese proteica, estas proteínas de tão importância para manutenção do organismo vivo, servindo de nutrientes, transportes, catalizadores, enzimáticas, inibidoras, e mais funções, sendo que ao longo deste trabalho é abordado sobre uma proteína muito importante ao organismo (Hemoglobina- uma proteína presente nos eritrócitos (hemácias), constituindo aproximadamente 35% de seu peso. É um pigmento presente no sangue responsável por transportar o oxigênio, levando-o dos pulmões aos tecidos de todo o corpo). Em caso de mal funcionamento por meio interno (mutações nos genes) ou externos (coagulo) leva às doenças (Hemoglobinopatias). - HB encontrada em alguns invertebrados e nas raízes de certas leguminosas. - Seu estudo contribuiu muito para a compreensão da ação gênica no nível molecular, e a maioria dos conceitos assim obtidos pode ser aplicada para outras proteínas. O conhecimento genético sobre a hemoglobina humana iniciou-se com o estudo de uma doença hereditária, a anemia falciforme. Herrick, em 1910, observou uma anormalidade peculiar nas hemácias – a forma de foice – de um estudante afrodescendente que tinha anemia. Logo se constatou que essa condição era comum entre os afrodescendentes norte-americanos. Além da anemia hemolítica, esses indivíduos tinham episódios recorrentes de dores abdominais e musculoesqueléticas. 1922, Mason empregou, pela primeira vez, a designação de anemia falciforme para tal quadro clínico, e, em 1923, Taliaferro e Huck reconheceram a hereditariedade dessa condição. 1949, Neel e Beet, independentemente, mostraram que os pacientes com anemia falciforme eram homozigotos para um gene que, em heterozigoto, causava uma condição muito mais benigna: o traço falciforme. No mesmo ano, Pauling e colaboradores, usando a técnica de eletroforese, observaram uma diferença entre a mobilidade eletroforética da hemoglobina dos eritrócitos dos indivíduos normais e dos que tinham anemia falciforme. 1956, Ingram demonstrou que essa migração diferencial era devida à substituição de um só aminoácido na molécula da hemoglobina. HEMOGLOBINA A importância da hemoglobina e das hemoglobinopatias na genética humana fundamenta-se não só em seu significado histórico, mas também em seu enorme impacto na morbidade e mortalidade humana. Estima-se que cerca de 5% da população mundial tenham uma mutação de hemoglobina, e que mais de 350 mil crianças nasçam a cada ano com um distúrbio grave na estrutura (por ex., anemia falciforme) ou na síntese (por ex., talassemia) da hemoglobina ESTRUTURA A molécula de hemoglobina é um tetrâmero com peso molecular de 64.458, formado por quatro subunidades, iguais duas a duas. Cada subunidade é composta de duas partes: a globina, cadeia polipeptídica que varia muito geneticamente, e a heme, grupo prostético que consiste em um átomo de ferro situado no centro de um anel de porfirina, sendo semelhante em todas as formas geneticamente, diferentes de hemoglobina. A heme (ou grupo heme, como é mais conhecida) é tão importante como a globina, por dois motivos: é o agente que disponibiliza o oxigênio para a célula e é um pigmento corado que possibilita o estudo da diferenciação e maturação dos precursores eritrocitários. Portanto, é o ferro, componente da heme, que se combina com o oxigênio, conferindo à molécula de hemoglobina sua capacidade de transporte de O2. Essa molécula tem estrutura aproximadamente esférica, com as cadeias de globina dobradas, de modo a que os quatro grupos heme se localizem em fendas superficiais equidistantes umas das outras. Esse tetrâmero é mantido junto por ligações entre as quatro cadeias de globina, e sua estrutura quaternária muda à medida que o oxigênio é captado pela oxigenação de cada grupo heme. - Na hemoglobina, as cadeias globínicas não estão ligadas covalentemente entre si e estão arranjadas espacialmente na forma de tetrâmero GRUPO HEME • Formado por um anel protoporfirínico contendo no centro um átomo de ferro - Complexo ferro-transferrina liga-se ao receptor dos eritroblastos na MO sendo endocitado - A transferrina posteriormente é exocitada voltando para o plasma - O heme liga-se covalentemente as histidinas da cadeia globínica através do radical propil do anel pirrólico - O ferro também está ligado a globina através das histidinas proximais e distais. SÍNTESE DE HEME • Produzido na mitocôndria e citoplasma Mitocôndria Succinil coA + glicina Sintetase, vitam B6 e EPO Porfobilinogênio Uroporfirinogênio Copropofirinogênio Citoplasma Protoporfirinogênio, Protoporfirina III Fe++ - heme sintetase GLOBINA Arranjadas em pares de cadeias polipeptídicas que apresentam aproximadamente 140 aa. A hemoglobina normal do adulto (Hb A) tem a seguinte fórmula: α2 2. As duas cadeias α (α2) são iguais, possuindo cada uma 141 aminoácidos; as duas cadeias β (β2) são também iguais entre si, compreendendo cada uma 146 aminoácidos. As cadeias α e β são quase iguais em comprimento, estrutura primária (sequência de aminoácidos) e estrutura terciária (configuração tridimensional). Elas também se assemelham à mioglobina (proteína transportadora de oxigênio no músculo), mas essa possui apenas uma cadeia polipeptídica. As semelhanças na sequência de aminoácidos e na estrutura terciária sugerem que as moléculas da hemoglobina e da mioglobina evoluíram a partir de um polipeptídeo ancestral comum. SÍNTESE DE GLOBINA • Ocorre na Síntese Proteica • Cada célula eritroide contém: - 4 genes alfa α - cromossomo 16 - 2 genes beta β - cromossomo 11 - 2 genes delta δ - cromossomo 11 - 4 genes gama Υ - cromossomo 11 - 2 genes zeta ξ - cromossomo 16 - 2 genes epslon ε - cromossomo 11 Existem pelo menos oito lócus bem conhecidos comandando a síntese da globina: alfa 1 (α1), alfa 2 (α2), beta (β), delta (δ), gama A (ᴬγ), gama G (ᵓγ), épsilon (ε) e zeta(ζ). Cada lócus é responsável pela estrutura de um tipo de cadeia polipeptídica. Existe ainda o lócus do gene eta (θ), de função ainda não bem conhecida e atividade no saco vitelínico e fígado fetal. Os genes das globinas α e β fazem parte das famílias multigênicas, que são grupamentos de muitos genes, alguns deles não transcritos. OS GENES DO GRUPAMENTO DA Α-GLOBINA • são muito ligados, situados no braço curto do cromossomo 16 (16pter-p13.3). São eles: ζ, α2, α1 e θ. Cada gene é formado por três éxons e dois íntrons. Entre os genes ζ e α2, existem três pseudogenes (ψζψα₁e ψα₂). • Cadeia alfa:141 aa – Apresentam os aa valina-leucina na sequência terminal OS GENES DO GRUPAMENTO DA Β-GLOBINA • são ligados, situados no braço curto do cromossomo 11 (11p15.5). São eles: ᴳγ, ᴬγ, δ e β, sendo expressos nessa mesma ordem durante o desenvolvimento. Cada gene está formado também por três éxons e dois íntrons. • Cadeia beta: 146 aa – Apresentam os aa valina-histidina–leucina na sequência terminal • Estudos de DNA dos genes dos grupamentos da β-globina e da α- globina, bem como das suas regiões flanqueadoras, mostraram que, além das sequências promotoras dos vários genes da globina, há sequências localizadas a uma distância de 6 a 20 kb 5' em relação ao gene ε, necessárias para regular a expressão dos vários genes do grupamento da β-globina. • Uma sequência similar foi identificada para os genes do grupamento da α-globina, localizada a uma distância de aproximadamente 40 kb 5' em relação ao gene ζ. Essas sequências reguladoras são denominadas de Região controladora de lócus αe região controladora de lócus β (LCRα e LCRβ). Diferentes cadeias da globina são formadas em estágios diferentes, antes e após o nascimento, e em células e órgãos específicos. Durante o desenvolvimento embrionário, existem três hemoglobinas embrionárias e seu apogeu ocorre no primeiro mês de vida intrauterina, com predominância da Hb Gower I. Os outros dois tipos são transitórios, pois ocorrem durante o período em que os genes fetais já começam a ser ativados. FUNÇÃO DA HEMOGLOBINA Responsável pelo transporte de oxigênio e gás carbônico. CO2 + H2O à H2CO3 à H + + HCO3- Afinidade: depende pH, temperatura, tensão de oxigênio e concentração de 2,3 DPG (Difosfoglicerato) Liberação de O2: ≠ pressão parcial Pulmões: 2,3 DPG liberado (Captação) Tecidos: 2,3 DPG associado (Liberação) Fatores que menor a afinidade da Hb pelo O2 com consequente liberação de O2 para os tecidos: – Aumento de temperatura – Diminuição do pH – Aumento dos níveis de 2,3 DPG – Pacientes anêmicos, cardiopatas e doenças pulmonares • A liberação do O2 para os tecidos: – Ocorre por diferença de pressão parcial de O2 (baixa nos tecidos) com liberação de O2, alteração da conformação do Fe2+, afastamento das cadeias beta da globina e entrada de 2,3 DPG na bolsa central produzindo desoxihemoglobina • Captação de O2 nos pulmões: – Ocorre por diferença de pressão parcial de O2 (maior nos pulmões), ligação do O2 com o Fe2+, alteração da conformação do Fe2+ , aproximação das cadeias beta e liberação de 2,3 DPG produzindo oxihemoglobina Hemoglobina oxigenada ou oxihemoglobina: o Fe2+ muda para configuração planar alterando sua posição em 0,2nm quebrando desta forma as pontes de sal que une as cadeias globínicas Hemoglobina desoxigenada ou desoxihemoglobina: Fe2+ em configuração não planar – Hemoglobina reduzida ou protonada: Hb H+ – Carbaminohemoglobina : HbCO2 – Carboxihemoglobina: HbCO – – processo patológico – Hemoglobina glicosilada, etc. SÍNTESE DE HEMOGLOBINA • Inicia-se a partir do eritroblasto basófilo e termina nos reticulócitos que são responsáveis por 35% da produção total de Hb • Depende de suprimento de ferro, síntese de protoporfirinas e globina • Produção e degradação diária de 8g Hb. CURVA DE DISSOCIAÇÃO DO O2 DEGRADAÇÃO DA HEMOGLOBINA • Após 120 dias a hemácia é retirada da circulação pelos macrófagos SMF. • A porção globínica é metabolizada e os aminoácidos são reaproveitados. • O heme é clivado, convertido a pigmentos biliares e excretado por via urinária e fecal. • O ferro é reutilizado. • Metabolização do heme • Cisão dos anéis I e II com liberação do ferro. • Oxidação da protoporfirina à biliverdina e CO. • Redução da biliverdina à bilirrubina. • A bilirrubina liga-se a albumina sendo transportada até o fígado na forma de bilirrubina indireta. • Através da ação enzimática da glicoruniltransferase, a bilirrubina é transferida ao ácido glicurônico presente no fígado dando origem a bilirrubina direta, que irá formar a bile , substância importante no processo de emulsão dos lipídeos da dieta. • Eliminação pelas fezes e urina ELETROFORESE DE HEMOGLOBINA • Serve para fazer exames de Hemoglobina VARIANTES NORMAIS DE HEMOGLOBINA • A Hb F predomina no oitavo mês de vida fetal (em torno de 90% do conteúdo total hemoglobínico), diminuindo seu conteúdo para 50 a 80% ao nascimento, após o qual continua a baixar, até atingir cerca de 1%, aos 6 meses de vida pós-natal; a Hb A atinge concentrações próximas a 10% ao nascimento, passando a aumentar, até que, no sexto mês de vida pós-natal, constitui mais de 95% do conteúdo total de hemoglobina do indivíduo; e a Hb A2 aumenta lentamente sua concentração até esse mesmo mês, quando atinge 2 a 3%, que corresponde ao conteúdo hemoglobínico de A2 do adulto. • Além das hemoglobinas mencionadas, existem cerca de 800 variantes, a maioria denominada de acordo com o local de sua descoberta, e muitas sendo causadoras de graves doenças. Há centenas de hemoglobinas variantes normais, principalmente devidas a mutações na cadeia β. Uma dessas variantes foi descoberta em Porto Alegre, por Tondo, Salzano e Rucknagel, em 1963, tendo sido denominada Hb Porto Alegre. Sua fórmula química é α2β2⁹⁽ᶜᶤᶳ⁾, tendo cisteína em vez de serina, na posição 9 da cadeia β. Os homozigotos para essa hemoglobina são clínica e hematologicamente normais, por isso ela pode ser considerada uma variante silenciosa da hemoglobina. VARIANTES ANORMAL DE HEMOGLOBINA • As hemoglobinas anormais costumam abranger as que são consideradas variantes, bem como as hemoglobinas normais com alterações quantitativas, por exemplo: Hb A2 elevada, Hb F elevada, Hb A2 diminuída. Há centenas de variantes já descritas, porém nem todas estão associadas a manifestações clínicas e alterações hematológicas. • Essas variantes podem ser classificadas em duas categorias principais: as variantes estruturais e os defeitos de síntese das hemoglobinas. AS VARIANTES ESTRUTURAIS • abrangem cinco classes: (1) hemoglobinas de agregação, que formam cristais, com repercussões clínicas e laboratoriais variáveis, como as hemoglobinas S e C; (2) hemoglobinas sem alterações funcionais, que consistem na maioria das variantes estruturais e, embora apresentem importância bioquímica, genética e antropológica, não produzem efeitos clínicos e laboratoriais significativos, como a Hb Kenya; (3) hemoglobinas instáveis, com graus variáveis de manifestações clínicas e hematológicas, bem como expressão laboratorial diversificada entre os tipos já descritos, cujo exemplo é a Hb Niterói; (4) hemoglobinas com alterações funcionais que causam metemoglobinemias por Hb M, cianose e alteração da afinidade hemoglobínica pelo oxigênio; (5) hemoglobinas com fenótipos talassêmicos, devidas a falhas na regulação da síntese da globina por adição de aminoácidos à extremidade C-terminal das globinas α e β, e por fusão de cadeias devido ao crossing-over desigual durante a meiose, sendo exemplos, respectivamente, a Hb Cranston e as Hbs Lepore/anti-Lepore.As variantes estruturais resultam de mutações que levam à síntese de uma globina estruturalmente anormal. Sua grande maioria resulta de mutações pontuais, por substituição de apenas um aminoácido. Entre as variantes resultantes de mutação pontual na cadeia β, o melhor exemplo é a hemoglobina S. Outras variantes caracterizam-se por duas substituições de aminoácidos na mesma cadeia. Exemplo: Hb C Harlem, com duas substituições na cadeia β: glu6val e asp73asn. Essa hemoglobina apresenta a mesma mutação da Hb S (glu6val), mas é denominada Hb C (não Hb S) devido às suas propriedades eletroforéticas, que são as da Hb C clássica. Também nas cadeias α podem ocorrer mutações estruturais, afetando, nesse caso, todas as hemoglobinas que as contêm (p. ex., Hb A, Hb A2, Hb F e Hb Gower II). A primeira variante de cadeia α descoberta foi a Hb Hopkins-2, na qual a cadeia α apresenta asparagina, em vez de histidina, na posição 112 da cadeia, mutação representada por his112asn. HEMOGLOBINA S Foi a primeira variante detectada eletroforeticamente. A única diferença estrutural entre essa hemoglobina e a Hb A ocorre na posição 6 da cadeia β da globina, onde o ácido glutâmico é substituído por valina, devido a uma mutação pontual no 6o códon do gene β do grupamento da β-globina da Hb A. Essa mutação afeta a solubilidade e causa a cristalização dessa hemoglobina em condições de hipóxia. Com um grau relativamente baixo de hipóxia, a Hb S polimeriza dentro de filamentos de alto peso molecular, que se associam, formando feixes de fibras. Esses cristais de hemoglobina anormal torcem a membrana da hemácia, dando-lhe uma forma característica de foice (falciforme) ou de folha de azevinho. Os homozigotos para a Hb S (HbS/HbS) têm anemia falciforme, siclemia, drepanocitose ou doença das células falciformes, sendo esta última a denominação mais atual, correspondente aos casos em que estão presentes dois alelos anormais para a hemoglobina, sendo pelo menos um deles o alelo HbS. Os indivíduos de genótipo HbS/HbS possuem cerca de 7 a 8% de hemoglobina (enquanto os níveis normais são de 16% no homem e 14% na mulher), e sua idade média de sobrevida varia proporcionalmente ao grau de atendimento médico dado aos pacientes, sendo variável entre 6 meses e 53 anos, com médias em torno de 25 anos. Seu quadro clínico inclui anemia hemolítica grave, hemácias com tendência a adquirirem a forma de foice em condições de hipóxia, icterícia e crises falcêmicas. Os afetados podem apresentar muitas complicações clínicas decorrentes dessa mutação. HEMOGLOBINA C É uma variante anormal da hemoglobina, que resulta da substituição do ácido glutâmico pela lisina na mesma posição 6 da cadeia β da globina, tendo migração eletroforética mais lenta do que a Hb S. Os homozigotos HbC/HbC apresentam doença da Hb C, que se caracteriza por anemia mais leve do que a dos homozigotos HbS/HbS, acompanhada, muitas vezes, por esplenomegalia, icterícia e dores ósseas e abdominais. Os indivíduos HbS/HbC têm anemia de gravidade intermediária às dos homozigotos HbC/HbC e HbS/ HbS. Sua manifestação é mais tardia do que a da anemia falciforme, as crises são espaçadas e os indivíduos possuem maior concentração de hemoglobina (9-12%) do que os siclêmicos. Os heterozigotos HbA/HbC apresentam de 25 a 40% de Hb C, sendo clinicamente assintomáticos. ANEMIA FALCIFORME Síndrome mão-pé • Diagnóstico O médico responsável por diagnosticar e tratar a anemia falciforme é o hematologista. A detecção é feita através do exame eletroforese de hemoglobina. O teste do pezinho, realizado gratuitamente antes do bebê receber alta da maternidade, • Tratamento A cura da doença ainda é desconhecida, mas sabe-se que algumas pessoas já foram curadas com o transplante de medula óssea. É importante focar no tratamento para evitar complicações da doença. Quando descoberta a doença, o bebê deve ter acompanhamento médico adequado baseado num programa de atenção integral • Existem alguns Fatores de risco para pessoas com anemia falciforme, eles são: • Infecções de longo prazo; • Perda de sangue decorrente de cirurgia ou lesão; • Dieta com poucas vitaminas, sais minerais ou ferro; • Histórico familiar de anemia herdada, como talassemia e anemia falciforme; • Doença grave ou de longo prazo como câncer, doenças nos rins, diabetes, artrite reumatóide, AIDS, insuficiência cardíaca e doença na tireoide. OS DEFEITOS DE SÍNTESE DAS HEMOGLOBINAS • consistem em um conjunto de síndromes motivadas principalmente por alterações quantitativas da síntese de globinas α e β, causando desequilíbrio entre elas e graus variáveis de anemias hemolíticas, além de outras consequências patológicas. São anemias autossômicas recessivas, cuja denominação se origina do grego thalassa (=mar) e hemos (= sangue), visto que essas doenças são mais frequentes em pessoas oriundas da região do Mediterrâneo, como gregos, turcos e italianos, bem como da Índia e do Oriente Médio. • também conhecidas como anemia de Cooley, anemia mediterrânea ou síndromes talassêmicas, caracterizando-se microscopicamente pelo aspecto típico das hemácias em forma de alvo. Podem ser diagnosticadas pré- natalmente e por estudo de DNA em qualquer idade. As síndromes talassêmicas são classificadas de acordo com as cadeias da globina que apresentam síntese reduzida, existindo, portanto, α-, β-, δ-β- ou γ-δ-β- talassemias Englobam as α-talassemias e as β-talassemias, as síndromes de persistência hereditária da hemoglobina fetal e as metemoglobinemias. AS Α-TALASSEMIAS caracterizam-se por uma deficiência relativa das cadeias de α-globina, com produção normal das cadeias de β-globina. Cada indivíduo possui quatro genes α localizados no cromossomo 16 (16pter-p13.3): dois genes α1 e dois genes α2. Esses genes produzem quantidades quase iguais de cadeias α da globina. A causa primária das α-talassemias é uma deleção gênica, que acarreta fenótipos diferentes, conforme atinja um, dois, três ou os quatro lócus α. - A perda de um gene constitui um estado de portador silencioso, sem importância clínica. Quando dois dos genes estão inativos, há duas situações possíveis: na primeira, frequentemente a causa de α-talassemia heterozigota no sudeste asiático, ambos os genes deletados localizam-se no mesmo cromossomo (αα/‒ –); na outra, frequente entre os afrodescendentes com α-talassemia heterozigota, em cada cromossomo há um gene α deletado (α –/α –). Esse fenótipo é relativamente benigno, resultando em anemia leve com microcitose. - Já a perda de três genes resulta em problemas clínicos graves, as cadeias de β-globina predominam e formam homotetrâmeros (β4), resultando a hemoglobina H (Hb H), de reduzida capacidade para o transporte de oxigênio e visualizada como corpos de inclusão nas hemácias de indivíduos com α-talassemia. - A deleção total dos genes α (––/–) causa uma condição letal (α-talassemia homozigota) em que o feto não pode produzir hemoglobina fetal (uma vez que a Hb F é composta de cadeias α e γ), mas produz a hemoglobina Bart (Hb Bart), que consiste em homotetrâmeros γ4 que não servem como transportadores de oxigênio para os tecidos. AS Β-TALASSEMIAS • Caracterizam-se pela deficiência de cadeias de β-globina ou pela sua ausência completa. Sob tais circunstâncias, a Hb F (α2γ2) e a α-globina estão aumentadas, esta última sob a forma de homotetrâmeros que são instáveis e se precipitam nas células precursoras das hemácias, formando corpos de inclusão e causando sua destruição prematura na medula óssea e marcante sequestro pelo baço. A hematopoese reduzida e o aumento da destruição de hemácias resultam em anemia hemolítica grave. • Ao contrário das α-talassemias,as β-talassemias geralmente são devidas não a uma deleção gênica, mas à redução ou à supressão da síntese de cadeias, que podem resultar de mais de cem diferentes mutações pontuais, com preponderância das substituições de bases. Os portadores heterozigotos (deleção de um alelo β) que geralmente são assintomáticos pertencem ao grupo da talassemia menor (ou minor) ou traço β- talassêmico; a talassemia β+, que não é dependente de transfusões, pertence ao grupo da talassemia intermediária (deleção de um alelo β); e a talassemia β⁰, que é a mais grave e dependente de transfusões, pertence ao grupo da talassemia maior (ou major), com deleções nos dois alelos β. ANEMIA HEMOLÍTICA Causas • A anemia hemolítica ocorre quando a medula óssea não é capaz de repor os glóbulos vermelhos que estão sendo destruídos. • A anemia hemolítica também tem sua forma autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente seus próprios glóbulos vermelhos como corpos estranhos, desenvolvendo anticorpos que atacam as hemácias, destruindo-as muito prematuramente. • (como a anemia de células falciformes e anemia hemolítica devido à deficiência de G6PD). • Outras possíveis causas são: • Coágulos em pequenos vasos sanguíneos • Transfusão de sangue de um doador com um tipo sanguíneo que não corresponde ao seu. Fatores de risco • Os fatores de risco para anemia hemolítica são, em termos gerais: • Exposição a determinados produtos químicos, drogas e toxinas • Infecções. Sintomas de Anemia hemolítica • É possível que uma pessoa não apresente sintomas se a anemia hemolítica for branda. Se o problema se desenvolver lentamente, os primeiros sintomas podem ser: • Mau humor • Fraqueza ou cansaço mais frequente que o normal • Dor de cabeça • Problemas de concentração ou raciocínio. Se a anemia piorar, outros sintomas podem surgir, como: • Coloração azul no branco dos olhos • Unhas frágeis • Tontura leve ao levantar-se • Palidez da pele • Falta de ar • Língua dolorida. • Especialistas que podem diagnosticar anemia hemolítica são: • Clínico geral • Endocrinologista • Cardiologista • Hematologista • Imunologista • Infectologista. • Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações: • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar. • O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como: • Quando os sintomas surgiram? • Você já foi diagnosticado anteriormente com anemia? De qual tipo? • Qual a intensidade dos sintomas? • Os sintomas apresentados são ocasionais ou frequentes? • Você tem tido problemas para concentrar-se? Na consulta médica DIAGNÓSTICO • Um hemograma completo pode ajudar a diagnosticar a anemia e oferecer algumas dicas do tipo e da causa do problema. As partes importantes de um hemograma completo incluem contagem de glóbulos vermelhos (RBC), hemoglobina e hematócrito (HCT). • Os seguintes exames podem identificar o tipo de anemia hemolítica: • Contagem absoluta de reticulócitos • Teste de Coombs direto • Teste de Coombs indireto • Teste de Donath-Landsteiner • Aglutinina febril ou fria • Hemoglobina livre no soro ou na urina • Hemossiderina na urina • Contagem plaquetária • Eletroforese protéica sérica • Haptoglobina sérica • LDH sérica • Urina e urobilinogênio fecal. • Um exame que mede a longevidade dos glóbulos vermelhos utilizando técnicas de rádio marcação também pode ajudar a diagnosticar a anemia hemolítica. • Tratamento de Anemia hemolítica • O tratamento depende do tipo e da causa da anemia hemolítica. • Em casos de emergência, pode ser necessária transfusão sanguínea • Para anemia hemolítica causada por doença autoimune, podem ser utilizadas drogas que reprimem o sistema imunológico • Quando os glóbulos vermelhos estão sendo destruídos em ritmo acelerado, o organismo pode precisar de ácido fólico extra e suplementos de ferro para repor o que está sendo perdido.; Os medicamentos mais usados para o tratamento de anemia hemolítica são: • Acetato de Dexametasona • Afopic • Androcortil • Azatioprina • Betametasona • Celestone • Decadron • Prednisolona • Predsim • Noripurum EV • Noripurum fólico. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula. MEDICAMENTOS PARA ANEMIA HEMOLÍTICA • Convivendo/ Prognóstico O tratamento da causa subjacente à anemia hemolítica é essencial para que o paciente possa conviver bem com a doença. Seguir uma dieta rica em ferro e vitaminas também pode ajudar. • Complicações possíveis O resultado do tratamento depende do tipo e da causa da anemia hemolítica. Anemia hemolítica grave pode levar a uma doença cardíaca, doença pulmonar ou doença cerebrovascular, colocando a vida do paciente em risco. INTERESSANTE SABER / RECOMENDAÇÕES De acordo com a quantidade de hemoglobina presente na hemácia e com o resultado dos outros exames hematológicos, é possível saber o estado geral de saúde da pessoa. Valores de referência da hemoglobina Os valores de referência da hemoglobina são: • Crianças de 2 a 6 anos: 11,5 a 13,5 g/dL; • Crianças de 6 a 12 anos: 11,5 a 15,5 g/dL; • Homens: 14 a 18 g/dL; • Mulheres: 12 a 16 g/dL; • Grávidas: 11 g/dL. Estes valores podem variar entre os laboratórios de análises clínicas. O que pode ser a hemoglobina alta A hemoglobina alta no sangue pode ser causada por: Uso de tabaco; Desidratação; Enfisema pulmonar; Fibrose pulmonar; Policitemia; Tumor nos rins; Uso de anabolizantes ou do hormônio eritropoietina. Caracterizada por sintomas como tontura, pele de cor azulada nos lábios e nas pontas dos dedos e, em casos mais raros, perda temporário de visão e de audição. Causas da hemoglobina baixa A diminuição da quantidade de hemoglobina pode acontecer em caso de anemia, cirrose, linfoma, leucemia, hipotireoidismo, insuficiência renal, talassemia, porfiria e hemorragia, por exemplo. Além disso, a hemoglobina baixa também pode acontecer devido à deficiência de ferro e vitaminas, além do uso de medicamentos para tratar câncer e AIDS, por exemplo. O número baixo de hemoglobina no sangue pode causar sintomas como cansaço frequente, falta de ar e palidez, devendo ser identificada a causa e iniciado o tratamento de acordo com orientação médica. Para manteres o nível de Hemoglobina é recomendável que se alimentar bem (frutas, e Legumes, Feijão, carne e outros), , e manter a suas condições físicas, sem esquecer de consultar o seu MEDICO para consultas de rotina! CONSIDERAÇÕES FINAIS Hemoglobina proteína presente nos eritrócitos (hemácias), presente no sangue responsável por transportar o oxigênio, levando-o dos pulmões aos tecidos de todo o corpo), tetrâmero com peso molecular de 64.458, formado por quatro subunidades, iguais duas a duas, a globina, cadeia polipeptídica que varia muito geneticamente, e a heme, grupo prostético que consiste em um átomo de ferro situadono centro de um anel de porfirina, com uma variante de Hemoglobina, sendo elas variantes normal Como, Hb F, Hb A, Hb Gower ( I, II) Hb embrionário, variante anormal como sendo as alterações da hemoglobina por uma variação na estrutura(Hb S, Hb C) apresentado uma anomalia Anemia Falciforme ou na síntese (As talassemias) , α-talassemia e β-talassemia apresentando uma Anemia Hemolítica.
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