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*Graduanda do 2º período do curso de Direito, da disciplina Antropologia e Sociologia, sob orientação da professora Eliene Gomes dos Santos pela Faculdade Católica do Tocantins – Campus I – Unidade Sede. RESENHA DO CAPÍTULO “CULTURA E DIVERSIDADE”, DA OBRA “O QUE É CULTURA” DE JOSÉ LUIZ DOS SANTOS Rosivânia Fonseca Zottis* Resumo: Este resumo do capítulo “Cultura e diversidade”, disponível no livro “O que é cultura”, do autor José Luiz dos Santos, escrita por Rosivânia Fonseca Zottis, tem como objetivo analisar e criticar as principais abordagens de maior relevância discursiva presentes na mesma, com vistas a desenvolver um conhecimento acerca do tema mor da discussão, cultura. Palavras-chave: Cultura, análise, crítica. O capítulo “Cultura e diversidade”, da obra de José Luiz dos Santos, traz, a priori, um breve relato sobre a cultura, tendo em vista que esse é um assunto bastante comentado na atualidade, graças ao processo de globalização que vem se intensificando nas ultimas décadas. Cada cultura é fruto da forma que determinada comunidade utilizou para organizar sua vida, seja na maneira de manusear os recursos naturais disponíveis, seja na forma de se ordenar socialmente. Assim, de acordo com Santos (2006, pag. 07), “cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos”. Isso significa que, apesar da humanidade coexistir culturalmente como um todo, existe uma diversidade de culturas espalhadas pelo mundo. A compreensão desse fato é algo de suma importância para toda a sociedade contemporânea. É necessário que se compreenda que cada cultura possui um conjunto de costumes próprios, tradições, práticas, rituais. Exemplo disso são as diferentes maneiras de se vestir, alimentar e formas de habitação. Aqui, importante se faz a percepção de que toda pratica cultural, apesar de, às vezes, nos causar estranhamento, possui um sentido, uma lógica própria pra aquele grupo que a pratica. 2 Quando se fala em analisar culturas diferentes, deve-se estar atento para não dissociar uma cultura das relações entre as culturas, visto que a análise cultural exige um olhar especial para o processo de integração, onde se faz necessário um olhar especial para os diferentes povos, nações, sociedades e grupos humanos. Atualmente, vivemos um fenômeno em que Santos denomina “civilização mundial”. Esse fenômeno é fruto do recente e aceleramento contato entre grupos humanos distintos contribuindo para o processo de aculturação. A aculturação diz respeito à aquisição de elementos culturais de culturas externas, podendo ser entendida como um processo em que uma cultura absorve outra cultura ou parte das suas característica. Um exemplo disso é o Brasil, considerado uma verdadeira colcha de retalhos, onde há uma mistura da cultura africana, portuguesa e indígena. Um tópico, trazido pelo autor, com muita relevância é a cultura e seu processo de evolução em que, ainda no século XIX, os estudiosos procuravam hierarquizar as diferentes culturas humanas de acordo com o nível de evolução. Todas as sociedades daquele período tinham uma denominação diferente, de acordo com o nível de evolução alcançado. A selvageria dizia respeito às sociedades primitivas, a barbárie corresponderia às sociedades com um grau mediano na escala evolutiva, enquanto a civilização era considerado o estágio mais evoluído. Assim, havia o pressuposto que toda cultura precisaria, necessariamente, desde seu estagio primordial, passar por intensas transformações até chegar no nível de sociedade contemporânea que se tinha conhecimento na época. Tendo em vista a diversidade de critérios culturais, pode-se deduzir que essa tese da evolução cultural não passa de uma concepção infundada, ingênua e com uma elevada carga de preconceito. Os europeus eram considerados os superiores, assim acabavam obtendo poder para dominar e explorar aqueles povos ditos como inferiores. A diversidade cultural está intimamente ligada à variedade da história humana, onde pode ser registrado formas diferentes do domínio dos povos sobre os recursos naturais. Em contrapartida com o tópico acima descrito, temos o relativismo cultural que defende a validade e a riqueza de qualquer sistema cultural e nega qualquer valorização moral e ética dos mesmos. É o princípio que prega que 3 uma crença ou atividade humana deve ser interpretada em termos de sua própria cultura. A visão construída de uma determinada cultura é muito relativa, tendo em vista que o processo de análise é feita com base na cultura do observador. Assim, ao analisar uma cultura X, consideremos um observador A que fará a análise dessa cultura com base no sistema cultural que está inserido; já um observador B poderá fazer uma análise totalmente diferente da mesma cultura X, tendo em vista que B faz parte de uma cultura totalmente diferente de A. A grande questão que envolve a análise cultural está na concepção do observador. Esse processo de análise deve ser feito com um olhar desarmado, livre de preconceitos e estereótipos, pois, se assim não o fizer, podemos cair no pecado do etnocentrismo, caracterizado por uma visão de mundo onde nosso próprio grupo é tomado como o centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência. É uma dificuldade de pensarmos a diferença. Para fechar o capítulo, Santos traz uma discussão sobre a relação da cultura com a sociedade. Nesse ponto, podemos observar as diferenças existentes dentro de uma única cultura. Mais uma vez o Brasil serve de exemplo para enriquecer esse debate. A cultura brasileira é composta de várias “sub-culturas” e há uma constante interação entre estas. Pessoas que vivem no interior se relacionam com pessoas dos grandes centros urbanos, os indígenas já habitam as grandes metrópoles... Todo esse processo contribui para que desenvolvamos um constante ciclo de inculturação dentro de uma única cultura geral. Ao longo da discussão, podemos perceber a existência de diferentes formas culturais e as diferenças existentes no interior de determinada cultura. Essa diferença é vista com bons olhos para a antropologia, visto que esta procura ver a diferença como a forma pela qual os seres humanos deram soluções diversas a limites existenciais comuns. Assim, a diferença não se equaciona como uma ameaça, mas como uma alternativa, ela não é uma hostilidade do outro, mas uma possibilidade que o outro pode abrir para o eu. 4 REFERÊNCIA SANTOS, José Luiz. Cultura e diversidade. In: O que é cultura. 6º Ed. São Paulo: Brasiliense, 2006.
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