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Anamnese Médica: Entrevista e Importância

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A Entrevista Médica 
1 
ANAMNESE 
 
Dr. Ivan Paredes 
Professor da Faculdade Evangélica do Paraná - Curso de Medicina 
 
“A anamnese, o procedimento mais sofisticado da medicina, é uma técnica de 
investigação extraordinária, pois em pouquíssimas outras formas de pesquisa o 
objeto de estudo fala”. ​Alvan Feinstein (1926-2001) 
 
 
Objetivos 
1. Saber utilizar a anamnese como ferramenta médica principal na coleta de 
dados clínicos. 
2. Entender como se processa uma anamnese 
3. Saber os elementos envolvidos, os tipos de perguntas e a seqüência de 
perguntas na história clínica. 
4. Salientar como o médico se deve comportar quando coleta os dados 
clínicos. 
 
 
O QUE SIGNIFICA ANAMNESE? 
 
Anamnese vem do grego ​ana​, que significa trazer de novo ou ​trazer de volta e 
mnesis​, que significa ​memória​. Em outras palavras, é uma entrevista que busca 
relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. 
 
Entrevistar é uma habilidade adquirida. Algumas pessoas conversam mais 
facilmente do que outras, mas uma entrevista médica não é só conversação e sim 
uma metódica conversação. A seguir vamos apresentar como este método 
funciona. 
 
É VERDADE QUE A ANAMNESE É A ETAPA MAIS IMPORTANTE DO EXAME 
CLÍNICO? 
 
Nos últimos tempos observamos cada vez mais que os médicos conversam cada 
vez menos com seus pacientes. No entanto, 60% dos diagnósticos são feitos 
pela anamnese, 30% pelo exame físico e 10% pelos exames 
complementares. Este paradoxo provavelmente ocorre porque de forma errônea, 
acha-se que os exames complementares resolverão os problemas de comunicação 
entre o médico e o paciente, mas este tipo de prática, além de ser pouco 
humanizada, desencadeia um desgaste muito grande do paciente, pois não é 
incomum que quanto mais exames um paciente realize, mais chances de resultados 
falsos positivos ocorram, aumentando as expectativas do paciente e, não 
raramente, provocando até mesmo doenças psíquicas, pela preocupação com a 
anormalidade encontrada ou mesmo orgânicas, por investigações desnecessárias 
para esclarecimentos dos exames falsos positivos. Portanto, ​valorize a anamnese​, 
 
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A Entrevista Médica 
2 
aqui se começa a construir a relação médico-paciente. A anamnese não é cara, mas 
laboriosa. Se bem feita, você ganhará tempo nas próximas etapas médicas. 
 
 
O QUE DEVO FAZER PARA REALIZAR UMA BOA ANAMNESE? 
 
Em primeiro lugar, seja observador, mas saiba que você também está 
sendo observado. A observação é parte valiosa de qualquer entrevista médica. 
Esta é feita ao longo de toda a entrevista. Dificuldades motoras ou dificuldades de 
marcha, por exemplo, podem traduzir seqüelas de cirurgias, acidentes vasculares 
encefálicos, doenças neurológicas degenerativas. Já dificuldades na linguagem, 
memória e orientação podem traduzir demência. Por outro lado, se o paciente 
mostrar mal-estar ou incômodo, poderá estar passando uma mensagem de dor, 
angústia ou ansiedade. Ou seja, mesmo que ainda não se tenha dado início à 
entrevista, ou esta já esteja acontecendo, pistas diagnósticas podem surgir pelo 
simples fato de ​observar o paciente, isto facilitará a interpretação dos dados 
coletados e provavelmente encurtará o caminho para o diagnóstico. 
 
A observação, no entanto é recíproca. O paciente também o estará observando, 
portanto, tenha uma postura apropriada frente ao paciente, isto também é 
conhecido como comunicação não verbal. 
 
Em qualquer comunicação entre indivíduos, uma grande quantidade de 
informações é passada de forma não verbal. Consciente e 
inconscientemente recebemos e enviamos mensagens através de 
linguagem corporal. Sentimentos e propósitos são melhor transmitidos por 
expressão facial e postura. Ansiedade, tédio, ira, depressão e medo são emoções 
geralmente comunicadas por mensagens não verbais. Podemos desenvolver 
consciência para perceber e interpretar adequadamente grande quantidade de 
informações. É necessário estar alerta para captarmos expressões ou linguagem 
corporal que transmitam mensagens diferentes daquela que está sendo 
verbalizada. Vejamos como podemos auxiliar a comunicação com os pacientes nos 
diferentes setores, sem que você ou o paciente falem uma palavra: 
 
a) ​Postura​: A comunicação é mais fácil quando estamos sentados ou em pé 
mas confortavelmente e não tensos ou sentados na ponta da cadeira. Não 
devemos cruzar os braços, cerrar os punhos ou cobrir parte da face com as 
mãos. Não demonstre pressa, não fique olhando o relógio. Nunca mostre 
impaciência. Quando possível, situe-se no mesmo plano que o paciente, a 
uma distância culturalmente aceitável e não ter luz direta atrás do paciente 
ou de você. 
 
b) ​Aparência Geral​: Um avental médico pode ou não auxiliar a comunicação. 
Crianças e adolescentes, às vezes podem sentir-se mais confortáveis quando 
o médico está sem o avental. Considere o impacto de outros símbolos 
médicos como: estetoscópio, martelo de reflexos. 
 
 
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A Entrevista Médica 
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c) ​Expressão Facial​: Manter o contato visual tanto quanto possível. Observar 
os olhos do paciente e as expressões faciais de acordo com a progressão da 
entrevista. 
 
d) ​Ambiente​: Distrações com ruídos, rádio, TV, telefones e celulares, limitam 
a comunicação. Solicite ao paciente que diminua o volume do som, coloque o 
celular no modo vibração ou preferencialmente desligue o celular. A 
privacidade é essencial. 
 
Faça as perguntas certas. ​Os diferentes tipos de perguntas tem por finalidade 
extrair do paciente informações claras sobre suas queixas de forma a facilitar o 
raciocínio clínico para o diagnóstico. São geralmente 5 os tipos de perguntas: 
 
● Abertas 
● Focadas (ou semi-abertas) 
● Fechadas 
● Dirigidas 
● Compostas 
 
Perguntas abertas​: São as que devem iniciar a conversa. São perguntas 
com ampla liberdade de resposta. Na avaliação do problema atual, a abertura 
deverá ser feita com perguntas do tipo “Qual é o motivo de sua consulta?” 
“Em que posso ajudá-lo?” “Fale-me sobre sua doença” “O que o trouxe à 
consulta?” “Por quê está no hospital?” 
 
Perguntas focadas​: O entrevistador define a área a ser questionada, mas 
deixa considerável liberdade de resposta. Ex.: “descreva a sua dor torácica” 
Neste caso você definiu duas áreas: um sintoma – a dor – e uma região – o 
tórax. Perguntas focadas também podem incluir áreas que não são sintomas, 
como por exemplo, “que você faz para viver?” 
 
Perguntas fechadas​: São aquelas que podem ser respondidas por um “sim” 
ou “não”, ou um número, como idade, número de filhos, vezes ao dia, etc. A 
quantidade de informação é pequena, mas pode ser importante. Ex. “Até 
quanto chegou sua pressão arterial?” 
 
Perguntas dirigidas​: Devem ser evitadas por serem indutoras da resposta: 
“Vocêestá se sentindo melhor hoje, não está?” “Você emagreceu, não 
emagreceu?”. 
 
Perguntas compostas​: Constituem erro comum nas entrevistas médicas. 
Ocorrem quando duas ou mais perguntas são feitas sem dar tempo ao 
paciente para que responda a primeira delas. “Conte-me sobre sua dor no 
peito, se você fuma e se algum membro de sua família já teve alguma 
doença do coração” 
 
O diagrama abaixo revela a quantidade de informações obtidas com os diferentes 
 
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tipos de perguntas: 
 
 
 
Certamente a maior parte das informações virá das perguntas abertas, de maneira 
que procure iniciar a entrevista com ​perguntas abertas​, utilizando a seguir as 
perguntas focadas e por fim as perguntas ​fechadas​. Com estes tipos de perguntas 
podem ser realizadas entrevistas médicas abrangendo qualquer área médica. No 
entanto, nos casos de pacientes prolixos, com respostas vagas e confusas, as 
perguntas mais focadas ou fechadas podem trazer maiores informações. Da mesma 
maneira, pacientes críticos ou agudamente enfermos, onde as tomadas de decisão 
devem ser rápidas, devem predominar as perguntas focadas e fechadas. 
 
Escute com atenção e motive o paciente a contar sua história. A habilidade 
de escutar é tão importante como a de perguntar e é difícil de apreender. Boas 
técnicas de escuta levam o paciente a saber que você escutou o que ele disse e o 
que ele queria dizer, bem como permitem que o paciente corrija ou complemente 
sua percepção sobre um sintoma, por isso, estas técnicas também são conhecidas 
como ​facilitadores da anamnese​ e são explicadas a seguir: 
 
Confirmação​: Quando a mensagem é simples e direta, a confirmação leva o 
paciente, a saber, que você o ouve e, sua resposta, o encoraja para 
prosseguir. Ex: “eu entendo”, “tudo certo”, “a ha” (é como você estivesse 
dizendo prossiga...), normalmente se acompanha de um balançar da cabeça 
para frente. 
 
Empatia​: Ocorre quando durante a entrevista o médico identifica algo de 
importância emocional para o paciente e se solidariza com o mesmo, porém 
sem se envolver emocionalmente. O paciente se sentirá reconfortado se você 
identifica esta situação. Ex: Paciente: “... eu não sabia o que pensar esta 
manhã. Ao acordar não sentia meu braço direito...”. Médico: “isto deve ter 
sido atemorizante para você...” 
 
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Sumário​: Frequentemente é de muita valia para o entrevistador fazer 
breves sumários do relato. Isto é especialmente útil quando o relato do 
paciente for muito extenso, confuso ou desconexo (o sumário pode 
demonstrar que você captou os eventos e inter-relações importantes da 
história). Também auxilia ao médico a mudar de uma etapa da anamnese 
para outra, quando você acredita ter investigado suficientemente um tópico. 
 
Os sumários transmitem ao paciente o interesse acurado que você 
demonstra dos eventos relatados. Por outro lado, cuidado com sumários mal 
feitos, pois estes dizem ao paciente que você não escutou cuidadosamente a 
história dele. 
 
Confrontação​: Significa fazer observações que implicam que foram 
reconhecidas discrepâncias. Ex: “você disse que sua família é muito unida, 
mas até agora não me contou nada acerca dos filhos” ou então “você disse 
que gostava de seu trabalho, mas parece desanimado quando fala sobre ele” 
 
Parafraseando​: Significa repetir ao paciente algo que ele já havia dito, de 
forma direta e abreviada: exemplo: Paciente: “para lhe falar a verdade, 
doutor, não estou nada bem” Médico: “não está nada bem?” (​redeclaração​) 
ou então refazer a frase do relato do paciente com suas próprias palavras: 
Paciente: “tenho tido muitos resfriados ultimamente; parece que estou 
sempre com o nariz obstruído e espirrando” Médico: “isto leva a pensar que 
você tem uma alergia” (​interpretação​). 
 
Ao paciente significa que você entendeu o que ele disse. A redeclaração é 
também útil quando o paciente conta uma história muito prolongada, 
complicada ou divaga demais, pois permite reconduzir a entrevista em 
determinada direção, sem provocar quebra de continuidade. Os pacientes 
quase que invariavelmente respondem à redeclaração de suas palavras, 
promovendo elaborações nos pontos que você deseja esclarecer. 
 
Silêncio​: É uma das habilidades mais valiosas de escuta, mas também uma 
das mais difíceis de apreender, especialmente se você está inseguro. Existirá 
uma compulsão para interromper e ajudar o paciente. Às vezes o paciente 
diz algo difícil de acreditar, por motivos variados, que podem incluir a 
necessidade de contrariar, desafiar ou confrontar o entrevistador e, um 
certo período de silêncio contemplativo de sua parte, permitirá que o 
paciente reorganize ou modifique seu pronunciamento; isto não é fácil de ser 
conseguido. Ex.: o paciente diz que recentemente o irmão faleceu de infarto 
e começa a chorar. O médico então lhe oferece um lenço e fica em silêncio... 
O paciente por sua vez terá um tempo para se recompor. 
 
Como você pode presumir, os facilitadores de conversa ou facilitadores de 
anamnese poderão ser utilizados em qualquer parte da anamnese, desde que 
facilite a conversação com paciente, estimulando-o a contar sua história com 
 
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a mínima de interferência do entrevistador. 
 
 
Facilitadores 
1. Confirmação 
2. Sumário 
3. Confronto 
4. Parafraseando 
5. Silêncio 
 
 
Registre de forma adequada a história clínica. A informação deve ser 
organizada e anotada de maneira que esteja disponível tanto agora como para o 
futuro. As anotações médicas devem ser ​ordenadas, claras, concisas, acuradas e 
completas​. Ela deve ser semelhante a uma história qualquer, com começo, meio e 
fim, para que qualquer outro membro da equipe médica ou você mesmo, em outra 
ocasião, possam entender o que se passa e dar continuidade ao raciocínio 
construído na consulta ou atendimento anterior. 
 
As entrevistas terão diferentes metas. Para um problema simples e direto como no 
caso de um ferimento ou fratura, seja mais direto, já para uma avaliação completa 
ou problema complexo, seja mais abrangente. O tempo, local e circunstâncias é 
que ditarão quão completa deverá ser a entrevista. 
 
 
QUAL É A SEQÜÊNCIA DE PERGUNTAS QUE DEVO FAZER? 
 
Bem, existe uma sequência mundialmente conhecida de fazer entrevistas médicas, 
mas antes de começar não se esqueça dos preâmbulos iniciais como cumprimentar 
o paciente: “bom dia Sr... ” Apresente-se: “eu sou..., estudante de medicina...”. 
Diga o porquê da entrevista: “estou aprendendo a fazer entrevistas médicas...”. 
Diga quanto de tempo vai gastar na entrevista: “20-30min“. Peça permissão: “estábem para o senhor?”. 
 
Ao começar, escreva a data e hora da anamnese. Escreva também a fonte de 
referência, se pertinente (colega, hospital, internamentos recentes com evolução 
clínica e exames complementares, etc.). Também é útil deixar registrado se a fonte 
foi outra pessoa que não o próprio paciente (pai, mãe, amigo, irmão, etc.) e se esta 
fonte é ou não confiável. Normalmente quando não se registram a fonte e 
confiabilidade no prontuário, significa que a fonte foi o próprio paciente e é 
confiável. 
 
Agora sim, vamos ver então qual é a sequência de perguntas que devo realizar ... 
 
● Identificação: Como o próprio nome diz, aqui se tenta identificar o paciente 
de maneira ampla não só a respeito do seu nome, idade e sexo, mas 
 
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também a sua cor, naturalidade, estado civil, residência, religião e profissão. 
Para lembrar de todas as perguntas nesta fase da anamnese, utilize a 
palavra mnemônica ​“NISC NERRP”. 
 
Os dados de identificação muitas vezes podem vir já preenchidos, por uma 
secretária por exemplo, por outro lado, em algumas situações, nem todos os 
dados podem interessar, mas é importante treinar a coleta de todas as 
informações, já que iremos nos deparar com situações clínicas onde serão 
relevantes informações como profissão (como no caso de uma mulher com 
dor no joelho e que é diarista) ou religião (como no caso de um paciente 
necessite de transfusão e seja Testemunha de Jeová). 
 
Os dados de identificação também serão úteis no raciocínio clínico, assim por 
exemplo, um paciente de 19 anos com icterícia e outro com 79 também com 
icterícia. A probabilidade do primeiro ter hepatite e do segundo um ter um 
tumor de cabeça de pâncreas são altas, somente considerando-se o fator 
idade. 
 
● Queixa principal: ​É aqui que tudo começa. É o momento que o paciente 
começa a relatar o real motivo de ter procurado o médico. O médico por sua 
vez, tenta definir melhor com o paciente se a queixa que relata de fato é a 
queixa mais relevante. Ao escrevê-la no prontuário, utilize as palavras do 
paciente e coloque a queixa entre aspas. Sempre comece com uma pergunta 
aberta (médico: Qual o motivo de sua vinda? Em que posso ajudá-lo? 
Paciente: “Estou com dor de barriga”). 
 
● História mórbida atual (HMA): Na verdade esta etapa é uma sequência da 
anterior. Aqui se dá início ao raciocínio clínico e, consequentemente, uma 
verdadeira perseguição ao diagnóstico. Como o próprio nome diz, é a história 
da moléstia atual, ou seja, é a história da queixa principal. De aqui em diante 
as palavras a serem escritas no prontuário médico devem ser apenas 
palavras técnicas (você encontrará um glossário de termos científicos no final 
deste capítulo). 
 
Você pode utilizar ainda outras perguntas abertas, mas a medida que se 
progride no raciocínio, estas poderão ser mais focadas e fechadas. Como 
fizemos com a identificação, sugerimos a utilização de um mnemônico para 
lembrar dos ​atributos de um sintoma: "CILIIDAS" ​para lembrar das 
perguntas que devem ser feitas nesta etapa da anamnese: 
 
● C​aráter 
● I​nício 
● L​ocalização 
● I​ntensidade 
● I​rradiação 
● D​uração 
● A​lívio / Piora 
 
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● S​intomas associados 
 
Inicialmente este mnemônico foi usado para explorar o sintoma “dor”, assim 
por exemplo, quando se refere ao caráter da dor, está tentando se explorar 
se é em cólica? ou queimação? ou aperto?. Ou seja estamos nos referindo ao 
tipo de dor. Colocamos caráter em lugar de tipo para facilitar a lembrança 
das letras no mnemônico (CILIIDAS). A sequência não necessariamente tem 
que respeitar a sequência CILIIDAS, assim por exemplo podemos iniciar pelo 
início​ do sintoma, ​localização​, etc. 
 
Apesar destes atributos do sintoma terem surgido inicialmente para facilitar 
a exploração do sintoma dor, ele também pode ser utilizado para abordar 
qualquer outro sintoma. 
 
Quando não for possível encaixar uma pergunta em algum determinado 
sintoma, simplesmente pule a etapa, exemplo: se o paciente se queixa sobre 
“inchaço” ou "vômito", não será possível perguntar sobre a ​irradiação​, então 
simplesmente não pergunte sobre irradiação para estes sintomas. De uma 
maneira geral, no entanto, você aproveitará bem este mnemônico para a 
maioria dos sintomas. 
 
Seja claro e objetivo, dispondo os eventos em ordem cronológica. Dados 
negativos também podem ser muito significativos para afastar certos 
diagnósticos e aproximar outros. Os medicamentos que o paciente utiliza 
para aliviar a queixa devem ser arrolados aqui, já os de uso crônico (para 
outras comorbidades) podem ser colocados na história mórbida pregressa, 
ou, pode-se abrir um item a parte na anamnese sob título “medicamentos”. 
 
Embora, os facilitadores da anamnese, possam ser utilizados em qualquer 
parte da entrevista médica, é aqui que eles se fazem mais úteis (atenção, 
parafraseando, confirmação, etc) e tem por objetivo, fazer que o paciente 
fale sobre seu sintoma com a mínima interferência do médico. Esta parte da 
anamnese é também a parte mais importante da entrevista médica e por ser 
aqui se começam a formular as hipóteses diagnósticas, esta deve ser a etapa 
mais demorada da entrevista e onde devemos escrever mais. É bem 
provável que você já tenha algumas pistas do diagnóstico aqui, utilizando o 
restante da anamnese para confirmá-lo. Se uma anamnese tiver menos do 
que 5 linhas de HMA, há grande chance da entrevista não abordar de fato o 
diagnóstico. 
 
As hipóteses diagnósticas são testadas na HMA e perseguidas no restante da 
anamnese. A este processo de testar, confirmar ou afastar as hipóteses 
diagnósticas, se denomina processo ​hipotético-dedutivo​. 
 
É também nesta etapa da anamnese que buscamos o “estímulo iatrotrópico” 
que consiste em saber o porque o paciente está procurando atendimento 
médico exatamente agora e não antes (dias, semanas, meses ou mesmo 
 
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A Entrevista Médica 
9 
anos antes?). Isto pode determinar a gravidade do sintoma, se agudo ou 
crônico, se súbito ou arrastado, se relevante ou insignificante, etc. 
 
● Resumo ou Sumário: É opcional. Nada mais é do que um resumo do que 
foi dito até agora na moléstia atual (embora possa também possa ser feito 
em qualquer parte da anamnese). É importante para organizar o raciocínio e 
principalmente colocar em ordem as coisas, por exemplo, quando o paciente 
relata muitas queixas ou nos casos de pacientes prolixos, onde acaba sendo 
um facilitador de conversa, já que com o sumário tenta-se trazer de volta o 
paciente para o foco do problema. 
 
Até aqui como vocêspodem ter observado, o foco de toda a entrevista é o 
paciente​. Ou seja, a anamnese até aqui foi ​centrada no paciente​. Já a partir de 
aqui em diante, no entanto, o foco da entrevista passará a ser o ​médico​, com 
predomínio maior de perguntas focadas e fechadas. 
 
● História mórbida pregressa (HMP): ​São informações prévias sobre as 
doenças que podem dar pistas diagnósticas sobre a queixa do paciente. O 
mnemônico aqui é ​“DOIDAMT” ​(doenças anteriores, operações ou cirurgias, 
internamentos, doenças próprias da infância, alergias, medicamentos que 
usa para tratar suas doenças crônicas e transfusões sanguíneas). Assim por 
exemplo, se o paciente vem à consulta em decorrência de uma dor 
abdominal alta e súbita e na história pregressa relatar que possui múltiplos 
pequenos cálculos na vesícula biliar, então uma possibilidade diagnóstica 
deverá ser a pancreatite aguda de origem biliar. Por outro lado, se um 
paciente vem à consulta por piora de uma dispnéia, relatando que não 
consegue dormir sem o uso de pelo menos 3 travesseiros e que não está 
tomando seus medicamentos de praxe (digoxina e furosemida) há uma 
semana, provavelmente estará com insuficiência cardíaca descompensada. 
 
● História mórbida familiar (HMF)​: Nesta parte da anamnese o que 
interessa é a expressão genética de determinada doença, principalmente 
envolvendo os parentes de ​primeiro grau​. Assim por exemplo, se um 
paciente vem à consulta por dor torácica súbita e na HMF relata o pai faleceu 
de infarto agudo do miocárdio aos 45 anos, terá maior probabilidade de ter 
uma doença coronariana do que um outro paciente com o mesmo quadro 
clínico, mas que não tenha nenhum familiar com doença cardiovascular na 
HMF. 
 
Em alguns casos, a HMF também pode ser útil quando a doença é 
infecto-contagiosa, onde por exemplo, o paciente pode referir que o irmão e 
o pai também estiveram com quadro de diarréia após terem comido a 
mesma comida que o paciente ingeriu, porém esta informação é mais 
interessante transportá-la para a HMA como uma observação, já que na HMF 
apenas interessa a história genética. 
 
Se o paciente for filho adotivo, esta informação será escrita da seguinte 
 
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A Entrevista Médica 
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maneira: HMF: filho adotivo. Sem mais nenhuma outra informação, a não 
ser que o paciente tenha conhecimento de alguma doença nos seus pais 
biológicos. 
 
● Condições e hábitos de vida (CHV): ​Aqui você terá oportunidade de saber 
mais do paciente quanto a seu estilo de vida e se isto tem relevância na sua 
queixa principal. Lembre que todas as etapas da anamnese tem por objetivo 
perseguir o diagnóstico e aqui não é diferente. Use a palavra “MAFATES” 
para lembrar de quais são as perguntas chaves nesta etapa da entrevista 
médica. Moradia, álcool, fumo, alimentação, tóxicos, epidemiologia e história 
sexual. 
 
Aqui também não vamos nos prolongar nas explicações, mas dá para 
desconfiar da importância desta etapa da anamnese por exemplo quando um 
paciente refere na queixa principal que está com tosse e na história dos 
hábitos de vida refere ser tabagista de 2 maços de cigarros ao dia há 20 
anos. Logicamente que a relação causa-efeito desta associação deve ser 
lembrada em doenças como bronquite crônica, enfisema e câncer de pulmão. 
 
Temas difíceis como álcool, drogas, depressão, tentativa de suicídio, abuso 
doméstico, práticas sexuais, doenças sexualmente transmissíveis são de 
difícil abordagem na primeira visita e talvez possam ser efetivamente 
abordados apenas nas consultas subseqüentes, após ter se firmado uma 
melhor relação médico-paciente. 
 
Nesta etapa da anamnese pode-se usar o questionário de CAGE para abordar 
chance de alcoolismo. Considera-se o paciente como portador de alcoolismo 
quando 2 ou mais perguntas deste questionário são positivas. CAGE: ​C​ut; 
A​nnoyed; ​G​uilty; ​E​ye-Opened. Traduzindo para o português, ficaria mais ou 
menos assim: 
 
O Sr. já teve necessidade de ​cortar​ o uso do álcool? 
Alguém da família já se sentiu ​aborrecido​ porque o Sr. estava bebendo? 
O Sr. já se sentiu ​culpado​ por estar bebendo? 
O Sr. já teve necessidade de ​acordar pela manhã e já beber para se sentir 
melhor? 
 
● Perfil psicossocial (PPS): ​O perfil do paciente é uma afirmação dele como 
indivíduo e como é sua vida. Queremos saber acerca de seus antecedentes, 
sua família, emprego, seus problemas e habilidades para lidar com os 
mesmos. Um médico generalista trata a pessoa inteira e não apenas como 
regiões isoladas do corpo. É portanto, essencial obter informações 
concernentes aos aspectos sociais, econômicos, emocionais e ocupacionais 
da vida do paciente. Lembre da palavra ​“FRETSPI” ​como mnemônico para 
saber o que perguntar nesta parte da história. F​amília, ​r​otinas, ​e​studo, 
t​rabalho, ​s​ituação financeira, ​p​ontos de apoio e ​i​nterpretação da doença. 
 
 
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A obtenção do perfil do paciente é elemento importante da história médica e 
poderá ser obtido sem grande vocabulário médico ou extenso conhecimento 
das doenças. É um bom momento de fazer empatia e conquistar a confiança 
do paciente. A seguir vamos ver alguns itens importantes das condições e 
hábitos de vida. 
 
❏ Família: É importante determinar a estrutura familiar do paciente. 
Indicar a posição do paciente na família como pai, mãe, criança 
dependente, etc. Uma pergunta aberta poderia ser: “você mora com a 
família?”, se a resposta for positiva, segue: “poderia me contar algo 
sobre eles?”. Pode ser importante saber a quem o paciente confidencia 
com a família e, se os membros da família são conforto e apoio ou 
fonte de problemas. Igualmente importante poderá ser a pergunta 
“como irá esta doença afetar a vida familiar?”. 
 
❏ Rotinas ou Hobbies: Aqui interessam o que o paciente gosta de fazer 
fora de seu trabalho. Quais são suas rotinas: gosta de cinema? 
pintura? jogar futebol? xadrez? etc. 
 
❏ Estudo: ​Para evitar embaraços, pergunte ao paciente adulto quê 
escolaridade ou treinamentos teve. Esta informação fornece uma 
perspectiva do interesse do paciente e prováveis opções de vida. Na 
maioria das vezes, quando fazemos a identificação do paciente, pela 
profissão que exerce já saberemos o nível educacional, assim por 
exemplo, se o paciente diz que é arquiteto, saberemos que tem 
terceiro grau completo, não necessitando perguntar. 
 
❏ Trabalho (Ocupações passadas e presentes): ​Ao perguntar ao 
paciente que tipo de atividade exerce é importante questionar seu 
grau de satisfação com o emprego, a segurança que ele sente e seus 
objetivos. Duração da jornada, condições do local de trabalho, acesso 
a serviços médicos e estabilidade no emprego podem ser fatores 
importantes.Decisões em relação à terapêutica, duração do 
internamento e seguimento futuro são freqüentemente influenciadas 
pela ocupação do paciente. 
 
❏ Situação Financeira: é importante muitas vezes conhecer a situação 
financeira do paciente para decidir sobre a terapêutica a adotar. 
Prescrever uma medicação cara por exemplo, fará o proposto. 
 
❏ Pontos de apoio: ​É importante, ao se entrevistar um paciente, 
determinar as fontes de apoio em sua vida, se é a família, amigos, 
grupos religiosos ou comunitários. Quem é a pessoa a quem o paciente 
recorre em situações de sobrecarga. O médico poderá chamar o ponto 
de apoio para esclarecimentos futuros, desde que previamente 
autorizado pelo paciente. 
 
 
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A Entrevista Médica 
12 
❏ Interpretação da doença: ​É essencial determinar se o paciente está 
ciente quanto à natureza de sua doença e de seu curso. Quão grave 
acredita ser a doença e se este critério é exato. A natureza da doença 
reduz a imagem do paciente sob olhos dos outros. 
 
Algumas escolas médicas, como a Americana, englobam as CHV e PPS como uma 
coisa apenas e a chamam de ​História Social​. 
 
● Revisão de sistemas (RS): A revisão de sistemas, como o próprio nome 
diz, é uma revisão de sintomas relacionados aos diferentes órgãos e sistemas 
e tem por objetivo resgatar alguma informação que tenha ficado esquecida 
pelo paciente ou não entendida pelo médico nas fases anteriores da 
anamnese. As perguntas geralmente são fechadas e devem ser guiadas pelo 
raciocínio clínico da queixa principal. 
 
Uma forma de abordar este tópico é fazendo perguntas “da cabeça aos pés”, 
assim por exemplo: 
 
➢ Geral: alteração do peso, febre/calafrios, fraqueza, fadiga, 
sudorese/suores noturnos. 
 
➢ Pele: alteração nas unhas, prurido, erupções. 
 
➢ Cabeça: cefaléia, traumas. 
 
➢ Olhos: visão/óculos, visão borrada, fotofobia, diplopia, escotomas, 
inflamação, exoftalmia 
 
➢ Ouvidos, nariz e boca: dor, surdez, corrimento, zumbido, vertigem, 
epistaxe, pólipos, obstrução, sinusite, dentes, gosto, gengivas, hálito, 
dentadura. 
 
➢ Pescoço: movimentos, nódulos, bócio. 
 
➢ Respiratório: sibilos, dispnéia, hemoptise, dor torácica, tosse, 
expectoração. 
 
➢ Mamas: nódulos, dor, corrimento. 
 
➢ Gastrintestinal: náuseas/vômitos, hematêmese, melena, 
hematoquezia, enterorragia, diarréia, dor, azia, pirose. 
 
➢ Cardiovascular: palpitação, dor, dispnéia, ortopnéia, sopros, pressão 
arterial, cianose, edema, claudicação. 
 
➢ História sexual: sífilis, gonorréia, ulcerações, verrugas, epididimite, 
corrimento, esterilidade, impotência, contracepção. 
 
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A Entrevista Médica 
13 
 
➢ Ginecológico/Obstétrico: menstruações (ciclo, duração/quantidade), 
menopausa, dismenorréia, corrimento, irregularidade, gravidez, partos 
normais, partos cesários, abortos. 
 
➢ Endocrinológico: polaciúria, polifagia, polidipsia, aumento de peso. 
 
➢ Alergias: a medicamentos, vacinas, urticária, alergenos, rinite, 
eczema, asma. 
 
➢ Ossos, articulações e músculos: trauma, edema, dor/artrite. 
 
➢ Sangue e linfático: anemia, tendência a sangramentos, dor, 
adenomegalia. 
 
➢ Neurológico: síncope, convulsões, marcha, coordenação, 
paralisia/força, percepção. 
 
➢ Psicológico: memória, humor, sono, ansiedade, distúrbio emocional, 
problemas com drogas, álcool. 
 
Dependendo de cada paciente, esta etapa da anamnese pode se tornar um 
martírio. Assim, se você entrevistar um paciente poliqueixoso, ele terá 
sintomas a relatar em todos os itens acima. Uma forma de ser mais 
abrangente formulando uma pergunta apenas para fazer com que o paciente 
entenda o que você quer perguntar para ele nesta etapa é perguntar ao 
paciente no final da anamnese se ele teria mais alguma coisa a acrescentar 
que possa ter ficado esquecido nas etapas anteriores. Ex: "Sr. Pedro, o sr. 
teria mais alguma coisa a dizer?" 
 
Alguns médicos fazem a revisão de sistemas na fase inicial do exame físico. 
Assim, enquanto coloca o manguito no braço do paciente para verificar a 
pressão arterial, o médico diz. "Sr. Pedro, seu intestino funciona bem?.... 
para urinar está tudo bem? …., etc". Deve-se tomar cuidado para que as 
perguntas não sejam relacionadas ao que se está fazendo naquele momento, 
pois o paciente poderá achar que você está encontrando uma anormalidade 
no segmento que está sendo examinado. 
 
● Outros problemas atuais (OPA): Neste item são colocadas as queixas 
secundárias do paciente, por exemplo, aquelas queixas que nada têm a ver 
com o contexto clínico e raciocínio do problema inicial que foi colocado como 
principal, mas que o paciente ou o médico, reconhecem que a nova queixa 
deve ser valorizada. Para tanto, podem constar mini-hipóteses diagnósticas 
para estas queixas. Procurar sempre separar a queixa principal das queixas 
secundárias a fim de que não ocorra confusão diagnóstica. Estas queixas, 
dependendo da situação, poderão ser abordadas nas consultas subseqüentes, 
e isto deve ser falado ao paciente, para demonstrar que não está sendo 
 
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A Entrevista Médica 
14 
desvalorizado. Ex: Paciente: “ah Dr. já estava me esquecendo,...também 
estou com problemas sexuais,...na verdade parece que estou com 
impotência”. Médico: “certo, estou tomando nota desta situação, para poder 
abordá-la com mais detalhes na próxima consulta. Acho que a queixa da dor 
no peito devemos esclarecer mais rapidamente, tudo bem?” 
 
 
 
Seqüência de Anamnese 
ID - QP - HMA - HMP - HMF - CHV - PPS - RS - OPA 
 
 
COMO DEVO TERMINAR A ENTREVISTA? 
 
Para indicar o final da entrevista você pode dizer: “Obrigado por ter sido tão 
cooperativo” ou “Obrigado pela entrevista. Desejo que as coisas melhorem para o 
senhor”. Não diga que retornará a não ser que tenha certeza que o faça. Ofereça 
oportunidade para informações adicionais. O paciente pode ter esquecido algum 
aspecto ou retornar a algum ponto enquanto decide se pode ou não depositar 
confiança. É valioso perguntar: “Há algo mais que queira dizer?” Ocasionalmente 
assuntos muito importantes poderão ser relatados nos últimos minutos. 
 
Ainda, não se esqueça que ao final do texto escrito da anamnese deve constar a 
identificação do entrevistador, constando o seu nome e assinatura, data bem como 
seus dados de registro profissional. 
 
E SE O PACIENTE SAI DA ORDEM DAS PERGUNTAS? 
 
Se o paciente sai da ordem da anamnese, saia também da ordem, tente porém 
retomar a ordem sem quebras bruscas e, se não for possível, vá pela ordem do 
paciente, mas, no final, sempre anote no prontuário na ordem tecnicamente 
apreendida. 
 
DEVO FAZER SEMPRE UMA ANAMNESE COMPLETA? 
 
Depende. Na prática, você deverá saber a anamnese completamente como 
estudante e médico, mas, de uma maneira geral,não todas as etapas e perguntas 
vão ser aproveitadas. Claro que tudo isso dependerá de qual é a queixa do 
paciente. 
 
Por outro lado, uma vez ou outra, haverão situações onde a anamnese deverá ser 
realizada de forma completa como por exemplo nos casos de doenças 
multissistêmicas que estimulem a múltiplas hipóteses diagnósticas como é o caso 
da febre de origem indeterminada (FOI), onde o leque de diagnósticos diferenciais 
é grande (aqui tente selecionar as mais graves primeiro). Da mesma maneira nos 
casos de pacientes com câncer de origem indeterminado ou mesmo quando 
 
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A Entrevista Médica 
15 
estamos diante de um caso chamado de diagnóstico difícil. 
 
Fora as situações em que se exige uma anamnese completa, utilize sempre o 
método hipotético-dedutivo (“funil”), no qual as hipóteses diagnósticas vão sendo 
testadas à medida que se avança na história clínica para terminar a mesma com o 
menor número de hipóteses possíveis. 
 
Lembrar que as respostas negativas a determinadas perguntas podem ser tão ou 
mais importantes que as respostas positivas no sentido de afastar ou aproximar 
uma hipótese diagnóstica. Assim, o fato de o paciente dizer que não tem febre em 
uma queixa de tosse seca de um mês de evolução, praticamente afastam doenças 
infecciosas do diagnóstico e aproximam outras possibilidades como alergia, refluxo 
gastroesofágico e até mesmo psicogênica. 
 
O QUE DEVO FAZER SE O PACIENTE TEM MUITAS QUEIXAS? 
 
Quando o paciente tem muitas queixas principais, por exemplo “Dr. vim aqui 
porque estou tendo uma falta de ar, dor nos meus joelhos, intestino preso e queda 
de cabelo”. O médico pode se encontrar em uma encruzilhada, mas uma forma de 
se sair bem é tentar fazer com que o paciente diga qual dos sintomas mais o 
incomoda? algo como...“Sra. Maria, para que eu não possa perder o foco e poder 
ajudá-la melhor, qual dos sintomas mais a incomoda?”. O médico também poderá 
esclarecer ao paciente que tomará nota de todos os sintomas, mas abordará na 
consulta o que mais a incomoda, ou eventualmente possa ser o mais prioritário 
para o paciente. Outra forma de lidar com isso é tentar descobrir qual é o estímulo 
iatrotrópico (explicado anteriormente). No exemplo acima, talvez seja prudente 
abordar com mais ênfase a falta de ar (dispnéia). 
 
O QUE SIGNIFICA SINTOMA GUIA? 
 
É o sintoma-chave para o raciocínio, pois ele abre menos leques diagnósticos, 
conduzindo mais rapidamente ao diagnóstico final. Ex. QP: “febre, dores no corpo e 
tosse com sangue” (hemoptise certamente será o sintoma guia por abrir menos 
hipóteses diagnósticas e conduzir mais rapidamente ao diagnóstico). 
 
 
 
 
Lembretes 
1. A HMA é a parte mais importante da anamnese e é onde se deve gastar 
mais tempo. 
2. O estímulo iatrotrópico é o real motivo da consulta. 
3. O sintoma guia é o sintoma que faz chegar ao diagnóstico de forma mais 
rápida. 
4. As perguntas abertas são as que oferecem maior número de informações. 
5. Ao escrever no prontuário, faça-o com palavras técnicas, exceto na queixa 
 
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principal. 
6. Somente a prática fará com que você faça uma anamnese melhor. 
 
 
 
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17 
Leitura Complementar 
 
ALGUNS PROCESSOS PSICOLÓGICOS IMPORTANTES RELACIONADOS À 
ANAMNESE 
 
TRANSFERÊNCIA: É o processo inconsciente pelo qual uma pessoa tende a 
relacionar-se com outra de maneira análoga a um relacionamento primitivo, sendo 
esta geralmente uma figura paterna ou uma autoridade com a qual o objeto atual 
foi identificado. A transferência ocorre na maioria das novas relações de um 
indivíduo, realçando ou distorcendo as características da pessoa com a qual aquele 
está interagindo, sendo de fundamental importância nas relações médico-paciente. 
Desta forma, dependendo dos relacionamentos anteriores do sujeito com figuras 
parentais, o médico pode ser visto de diferentes formas: como um protetor que o 
tratará e o salvará, como um perseguidor que o fará sofrer, como um indivíduo 
forte e poderoso ou um fraco e incapaz. Um bom exemplo é o paciente já idoso que 
se identifica com o jovem aluno, por este ser semelhante ao neto de que tanto 
gosta. 
 
CONTRA-TRANSFERÊNCIA: Ocorre quando, na sua interação com o paciente, o 
médico atua em termos de interações com objetos significativos de seu passado. A 
realidade do paciente pode ser, assim, mascarada pela realidade transferida do 
médico. Por exemplo, um médico perdeu o seu pai em decorrência de um câncer, 
apesar de ter tentado ajudá-lo de todas as formas possíveis. Ao precisar tratar de 
um doente com o mesmo problema, este médico acaba perdendo a objetividade e 
estabelece um tratamento inadequado, pois acha que o paciente irá morrer de uma 
forma ou de outra mesmo. 
 
RACIOCÍNIO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO: Ao se basear em hipóteses, pode-se chegar 
a certas deduções lógicas em busca das soluções corretas a um determinado 
problema proposto. Neste tipo de raciocínio o sujeito inspeciona meticulosamente 
os dados do problema, neste caso a queixa do paciente, elabora um conjunto de 
hipóteses relacionado às teorias ou explicações mais prováveis e deduz a partir 
delas que determinados fenômenos empíricos podem ou não ocorrer na realidade, 
com maior ou menor probabilidade. Como etapa final deste processo, o sujeito 
pode ser capaz de uma testagem sistemática das hipóteses levantadas, verificando 
se os fenômenos previstos, de fato, ocorrem. Este raciocínio permite, portanto, que 
o sujeito formule diversas hipóteses simultaneamente, e deduza o valor de cada 
uma delas, quando confrontadas com sua probabilidade de ocorrência real. 
 
 
 
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PEQUENO GLOSSÁRIO DE TERMOS MÉDICOS 
 
A 
Abscesso – Constitui uma coleção de pus ou material purulento, comumente 
associado a uma infecção bacteriana. 
 
Abulia – Perturbação ou ​Alteração fisiopatológica caracterizada por diminuição 
ou supressão da vontade 
 
Acalásia – Compreende a ausência de relaxamento dos esfíncteres. 
Comumente decorrente de distúrbio nervoso ou por causa desconhecida. 
 
Acrocianose – Distúrbio circulatório que manifesta-se em extremidades 
tornando-as frias e de coloração azulada. Ocorre principalmente em mãos, e 
menos comumente os pés, algumas manifestações de acrocianose estão 
associadas ao fenômeno de Raynaud. 
 
Acromegalia – É um distúrbio representado pelo aumento desproporcional 
dos membros e face, associados a hiperfunção da hipófise. 
 
Adenite – Inflamação ou ingurgitamento de uma glândula ou gânglio 
linfático. 
 
Adenomegalia ​- Hipertrofia de um gânglio linfático(linfonodo). 
 
Aerofagia – Ato de deglutir ar Acomete algumas pessoas, especialmente as 
que sofrem de dispepsia ou de certos estados ansiosos, neuróticos ou mesmo 
em situações que levem um indivíduo à uma agitação física e psíquica. 
 
Afasia – ​Sintoma neurológico revelado por perda ou incapacidade de 
expressar ou interpretar a linguagem falada ou escrita. 
 
Aférese​ – Remoção do sangue do próprio paciente. 
 
Agalactia​ – Ausência de leite nas mamas depois do parto; agalactose. 
 
Ageusia ​– Ausência ou redução do sentido do paladar. 
 
Aglossia​ – Ausência congênita da língua. 
 
Agnosia – É uma perturbação que se caracteriza pelo fato de a pessoa poder 
ver e sentir os objetos 
 
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Agorafobia – Distúrbio caracterizado pela sensação de medo de estar só em 
espaço aberto. 
 
Agrafia – É uma incapacidade para traduzir as idéias por escrito, apesar de 
não haver nenhum comprometimento psicomotor, da fala ou da compreensão. 
 
Alopécia – É a redução parcial ou total de pelos ou cabelos em uma 
determinada área de pele. 
 
Amaurose​ – É um distúrbio caracerizado por perda total da visão. 
 
Amenorréia – É a ausência ou a cessação da menstruação em mulheres em 
idade fértil. Se menos de 3 meses chamamos de atraso menstrual. 
 
Anafrodisia​ – ​Corresponde a falta de desejo sexual. ​Frigidez 
 
Anacusia -​ Total perda da capacidade auditiva 
 
Anasarca – Acúmulo generalizado de líquidos entre os tecidos (espaço 
intersticial) ; edema generalizado. 
 
Angina – ​Termo médico utilizado para se referir à sensação opressiva que 
decorre da falta de oxigênação do músculo cardiac 
 
Aneurisma - ​Alargamento de forma anormal da luz de um vaso sanguíneo 
 
Anisocoria​ – Distúrbio onde ocorre desigualdade no diâmetro pupilar. 
 
Anorexia ​– Disturbio onde o individuo apresenta perda de apetite ou do 
desejo de ingerir alimentos. 
 
Anosmia​ – Diminuição ou perda completa do olfato. 
 
Anquiloglossia ​– Distúrbio de desenvolvimento revelado pela presença de 
freio lingual curto, leva ao fenômeno conhecido como "língua presa". 
 
Anquilose​ – Imobilidade de uma articulação 
 
Anúria​ – Diminuição ou supressão da secreção da urina 
 
Apnéia – ​Condição onde há ausência de ciclos respiratórios. 
 
 
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Apnéia de sono – É um distúrbio do sono potencialmente grave em que a 
respiração cessa e começa repetidamente (SAHS: Sleep Apnea Hypopnea 
Syndrome). 
 
Apraxia – É um distúrbio neurológico revelado pela incapacidade de executar 
movimentos coordenados 
 
Artralgia​ – Dor em articulações 
 
Artrite​ – Inflamação que acomete articulações 
 
Artrose – Condição degenerativa representada pelo adelgaçamento ou 
destruição da cartilagem articular e deformação das superfície óssea de uma 
ou mais articulações 
 
Ascite​ – Acúmulo/derrame de liquido em cavidade abdominal 
 
Astenia​ – Ausência ou perda de força muscular. 
 
Ataxia - Falta de coordenação de movimentos musculares voluntaries ou 
mesmo de equilíbrio. 
 
Atetose – Consequência de lesões centrais, caracterizada por apresentar 
movimentos irregulares e arrítmicos de mãos, pés associado a distensões e 
contrações dos dedos 
 
 
B 
Baqueteamento – Um termo que refere a uma dilatação da última falange de 
cada quirodáctilo, fazendo com que os dedos mimetizem uma baqueta de 
tocar tambor. É denominado também de ​hipocratismo digital ou dedos 
hipocráticos​. 
 
Bócio ​– Aumento do tamanho da glândula tireóide, produzindo um 
abaulamento clinico na região anterior do pescoço 
 
Bolha ​– Termo semiológico que se refere à uma lesão elevada, maior que 1 
cm de diâmetro e que apresenta acúmulo de liquido de aspecto claro ou 
citrino. Ocorre prevalentemente entre as camadas superficiais da epiderme ou 
mucosa. 
 
Bradicardia – Diminuição da frequência cardíaca a menos de 60 batimentos 
 
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A Entrevista Médica 
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por minuto 
 
Bradicinesia – ​ Termo médico que define a lentidão anormal dos movimentos 
 
Bradipnéia – Estado em que um indivíduo se encontra quando apresenta 
uma frequencia respiratória abaixo de 8 inspirações por minuto 
 
Bulimia – É a ingesta compulsiva de alimentos, comumente seguida de 
indução de vômitos. 
 
 
C 
Calázio – Condição inflamatória caracterizada por pequeno nódulo localizado 
em região inferior ou superior das pálpebras causado pelo bloqueio dos 
orifícios das glândulas palpebrais (glândula de Meibomius) 
 
Cacifo – Sinal clinico avaliado por meio de pressão digital sobre um edema 
de pele. Considera-se cacifo positive em áreas onde a compressão não se 
desfaz (retrai) imediatamente após a remoção da pressão digital. 
 
Cacofagia – Estado mórbido em que o paciente apresenta perversão do 
apetite, fazendo-o ingerir substâncias consideradas repugnantes, como 
exemplo fezes. 
 
Cacosmia​ ​– Indivíduo que aprecia ou sente atração por cheiros desagradáveis 
 
Calvície ​– Também denominada de alopécia androgênica. É uma afecção, 
comum no homem e rara na mulher, representada por perda de cabelos 
 
Canície​ – Alvura adquirida e/ou fisiológica dos cabelos 
 
Caquexia – Emagrecimento extremo com comprometimento franco do estado 
geral e incapacidade de desempenhar atividades mínimas 
 
Catatonia – Quadro clinico onde ocorre uma perturbação da iniciativa e 
comportamento motor, bem como do grau de tensão muscular. É comum em 
transtornos psiquiátricos 
 
Cefaléia​ - Dor de cabeça 
 
Ceratite​ – inflamação na córnea. 
 
 
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Ceratocone – É uma condição patológica que afeta o formato e a espessura 
da córnea, como resultado, o paciente apresenta percepção distorcida de 
imagens. 
 
Cervicalgia ​– Dor localizada na região cervical, isto é na parte posterior do 
pescoço ou nuca 
 
Cervicite​ – inflamação localizada no colo uterino 
 
Choque – ​Sofrimento celular fruto da falta de irrigação sanguínea 
 
Choque anafilático – ​Constitui uma reação alérgica grave, resultando em 
diminuição da pressão arterial, taquicardia, acompanhado ou não de edema de 
glote 
 
Choque séptico – ​é o termo médico utilizado para designar a falência circulatório 
aguda por causa infecciosa 
 
Cianose – Sinal onde o paciente apresenta cor azulada ou arroxeada da pele 
e das mucosas, decorrente da diminuição da oxigenação tecidual. 
 
Claudicação ​– é um termo médico para designar distúrbio de marcha devido 
a diferenças anatômicas ou funcionais entre os membros inferiores 
 
Clônus – Série de contrações involuntárias devido a um estiramento súbito do 
músculo 
 
Colestase – Diminuição ou interrupção do fluxo da bilis como resultado de 
retenção do conteúdo biliar no parênquima hepático. 
 
Colite ​– Inflamação do cólon 
 
Constipação – Afecção produzida poralteração de transito intestinal, gerando 
retenção de fezes ou dificuldade de sua evacuação 
 
Coriza​ - Corrimento de secreção nasal. 
 
 
D 
Dacriocistite ​– inflamação do saco nasolacrimal. 
 
D​elírio - ​Alteração aguda da consciência ou da lucidez, fruto de um distúrbio 
orgânica. 
 
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A Entrevista Médica 
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Derrame – Acúmulo anormal de liquido em qualquer cavidade ou órgão 
(pleural, peritoneal, pericárdica, sinovial). 
 
Derrame Pleural​ – acúmulo de líquido no espaço pleural (tórax). 
 
Diarréia – Tecnicamente consiste em evacuação de mais de 200 g de fezes 
ao dia. É uma também uma perturbação intestinal caracterizada por aumento 
frequência de evacuações 
 
Diérese – Segmentação de fragmentos de tecidos orgânicos normalmente 
unidas, de forma acidental ou cirúrgica, sem perda de substância. 
 
Diplopia – ​Presença de visão dupla relatada p[elo paciente, ocorre 
comumente em estrabismo. 
 
Disacusia - Estado mórbido em que sons produzem distúrbio da audição, dor 
ou mal-estar. 
 
Disartria –​ dificuldade na articulação da fala 
 
Disdiadococinesia – Incapacidade de realizar eficientemente movimentos 
rápidos e alternados. Ocorre comumente em doença cerebelar. 
 
Disenteria - Diarréia com a presença de muco, pus ou sangue nas fezes e dor 
à evacuação (tenesmo). 
 
Disfagia – Distúrbio em que o paciente apresenta dificuldade de deglutição. 
Ex.: megaesôfago chagásico. 
 
Disfasia –​ Perturbação na compreensão e/ou expressão da linguagem. 
 
Disfonia ​– Alteração ou dificuldade da produção normal da voz 
 
Dislexia – Disfasia escrita ou dificuldade de leitura, apesar da visão e da 
articulação das palavras apresentarem-se normais. Resulta de um defeito da 
habilidade de processar símbolos gráficos. 
 
Dismenorréia –​ Dor associada à menstruação 
 
Dispareunia ​- Coito doloroso 
 
Dispepsia – É um conjunto de sinais relacionados ao trato gastrointestinal 
 
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A Entrevista Médica 
24 
como dor, queimação ou desconforto na região superior do abdomen. 
 
Dispnéia – Dificuldade para respirar, sensação subjetiva de falta de ar ao 
nível de trato respiratório inferior. 
 
Dispnéia paroxística - Dificuldade da respiração que surge em crises, 
comumente à noite quando o paciente deita (comumente conhecida como 
dispnéia paroxística noturna). 
 
Distaxia – Dificuldade na coordenação de movimentos musculares voluntaries 
ou de equilíbrio 
 
Distonia – Movimento ou postura anormal mantida, devido à alteração do 
tônus. 
 
Disúria –​ Micção difícil ou dolorosa de urina. 
 
Diverticulite - ​Inflamação aguda da parede de um divertículo colônico 
 
Divertículo - ​Eventração de parte da mucosa do colon através de uma área 
enfraquecida da parede intestinal. 
 
 
E 
Eclâmpsia – É uma complicação grave nos últimos meses de gravidez 
caracterizado por ataques convulsivos de inicio súbito 
 
Eczema - Lesões generalizadas em forma de placas, manchas ou por vezes 
bolhas, devido a uma reação por contato local ou por ação de uma agressão 
sistêmica. 
 
Edema – Acúmulo anormal de liquido localizado nos espaços intercelulares 
dos tecidos ou em diferentes cavidades corpóreas 
 
Efélides - ​São manchas ou máculas causadas pelo aumento de melanina na 
pele e estimuladas pela exposição ao sol. Popularmente chamadas de sardas. 
 
Embolia – ​Presença de uma substância sólida, líquida ou gasosa no circuito 
arterial com a conseqüente obstrução do fluxo 
 
Encoprese – Emissão involuntária de fezes, após a idade na qual o controle 
dos esfíncteres já deveria existir. 
 
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A Entrevista Médica 
25 
 
Enema - ​Inserção de substâncias líquidas ou semilíquidas através do 
esfíncter anal, para induzir a defecação ou administrar medicamentos 
 
Enfisema – ​Condição patológica caracterizada por destruição das paredes dos 
alvéolos pulmonares 
 
Enoftalmia – Retração do globo ocular, posição profunda do globo ocular na 
órbita 
 
Enterorragia – Hemorragia intestinal com eliminação de sangue vivo pelo 
ânus 
 
Enurese –​ Emissão involuntária de urina 
 
Episiotomia – Incisão ao nível do assoalho perineal, visando ampliar o canal 
do parto, facilitando o desprendimento fetal. 
 
Epispádia - ​Abertura da uretra em qualquer região da face dorsal da haste 
peniana 
 
Epistaxe –​ Hemorragia de origem nasal. 
 
Equimose – Mancha amarronada/acastanhada, resultante do extravasamento 
de sangue no tecido subcutâneo resultado de uma ruptura capilar 
 
Erisipela – Infecção cutânea que acomete derme e tecido subcutâneo, 
produzida por estreptococus. 
 
Eritema – Também denominado de rubor, consiste de um sinal clinico 
caracterizado por uma coloração avermelhada ocasionada por vasodilatação 
vascular. 
 
Eritrodermia – ​ Eritema ou ruborização generalizada em pele. 
 
Eructação – Expulsão súbita, por vezes ruidosa, de gases pela boca. 
popularmente denominado "arroto", tem como causa principal a aerofagia. 
 
Escotoma – ​É uma região do campo visual que apresenta perda total ou 
parcial da acuidade visual, cerceada por área de visão normal 
 
Esteatorréia - Presença de quantidade anormal e excessiva de gorduras nas 
fezes. 
 
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Estridor - Ruído respiratório áspero, de tonalidade alta, ocorre por obstrução 
das vias aéreas altas (corresponde ao sintoma de cornagem) 
 
Exantema – ​ erupção eritematosa generalizada e aguda, de curta duração. 
Nota ao leitor: Exantema pode ser - morbiliforme, 
● - rubeoliforme (áreas afetadas entremeadas com pele sã) 
● - escarlatiniforme (difuso e uniforme). 
 
Exoftalmia –​ projeção do globo ocular para frente. 
 
Exsulceração -​ ​Processo patológico de formação de uma úlcera 
 
 
 
F 
Fácie de “Lua Cheia” – ou também denominada de fácie Cushingóide, é uma 
condição onde o rosto do paciente apresenta-se arredondado, por depósito de 
gordura, avermelhado, com aumento na quantidade de pelos e com acne. 
 
Fâneros -​ Anexos cutâneos (pele e unhas) 
 
Fasciculação – São contrações irregulares e não rítmicas de fascículos 
musculares, mesmo no estado de repouso. Essa condição desaparece com o a 
movimentação voluntária da musculatura. 
 
Fenômeno de Raynaud ​– É uma condição na qual ocorre um exagero na 
resposta à temperatura fria. são afecções nas quais as artérias de pequeno 
calibre (arteríolas), geralmente dos dedos das mãos e dos pés, sofrem um 
espasmo e, em consequência, a pele torna-se pálida ou com manchas 
vermelhas e, posteriormente, azuis. 
 
Fimose – Condição na qual é impossível retrair o prepúcio sobre a glande, de 
forma a exteriorizá-la. 
 
Flatulência – Corresponde ao acúmulo anormal de gases no estômago e/ou 
intestinos. 
 
Flebite –​ São inflamações que ocorrem em veias. 
 
Flegmasia Alba dolens– Condição patológica onde ocorre palidez devido à 
isquemia secundaria ao fluxo arterial devido a diminuição do retorno venoso. É 
 
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uma situação pouco frequente e grave, mas que ​não apresenta cianose​. 
 
Flegmasia Coerulea dolens – Oclusão do sistema venoso superficial e 
profundo simultaneamente. O membro acometido torna-se ​cianótico ​, 
denominado de “flebite azul”. A cianose pode levar à necrose do membro 
devido a intensa área isquêmica. 
 
Fonofobia -​ Intolerância a ruídos ou sons 
 
Fotofobia - ​ Intolerância à luz 
 
Frêmito – Sensação vibratória que pode ser percebida ao exame de palpação 
do tórax de um indivíduo no momento em que ele fala (toracovocal) ou no 
momento em que respira (pleural e brônquico). 
 
Frigidez –​ Insensibilidade sexual, anafrodisia. 
 
 
G 
Galactorréia – ​Secreção leitosa por via mamária de forma anormal e fora 
do período de amamentação 
 
Gangrena – ​Condição de morte celular/tecidual resultado de em 
conseqüência de aporte sangüíneo insuficiente e da ação de agentes externos 
sobre o tecido necrosado. Divide-se em Gangrena gasosa, na qual ocorre 
presença de bolhas de gás devido à ação de bactérias anaeróbias no tecido 
necrosado; 
Nota ao leitor: Gangrena pode ser dividido em 
Gangrena seca​, na qual ocorre desidratação dos tecidos necrosados, que 
ficam secos e duros como pergaminhos (“mumificação”); 
Gangrena úmida ou pútrida​, por liquefação e putrefação 
 
Gastrite – ​Inflamação aguda ou crônica da mucosa estomacal 
 
Gengivite - ​Inflamação na gengiva, sem comprometimento ósseo adjacente. 
 
Ginecomastia - ​Aumento anormal de uma ou ambas as glândulas mamárias 
em indivíduos do sexo masculino 
 
Glaucoma -​ Aumento da pressão intra-ocular 
 
Glicosúria -​ Presença de glicose na urina 
 
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Goma – Lesão cuja característica apresenta-se como nódulo ou tumor que se 
liquefaz na porção central e que pode se ulcerar, eliminando substância 
necrótica. Comum em lesões de sífilis 
 
 
H 
Halitose –​ Presença de odor desagradável proveniente da cavidade oral. 
 
Halo senil – Também denominado de arco senil ou gerontoxo. Corresponde a 
formação de um arco ou anel opaco-esbranquiçado opacidade perifericamente 
a córnea. Sua gênese pode estar associada ao acúmulo de colesterol, 
fosfolipídios e gorduras neutras; ocorre em pacientes idosos ou em jovens 
com história de hipercolesterolemia e xantomatose. 
 
Hematêmese – Eliminação de sangue por meio de vômito proveniente do 
tubo digestivo. 
 
Hematoma – ​Tumefação bem definida que ocorre devido a Coleção 
sangüínea proveniente de rompimento de vasos sangüíneos. 
 
Hematoquezia ​– É um termo médico utilizado para designar a presença de 
sangue com ​cor vermelha viva misturado as fezes. A hematoquezia está 
geralmente associada a uma hemorragia baixa (tipicamente refere-se a uma 
hemorragia após o ângulo de Treitz ou ​ângulo duodeno-jejunal 
 
Hematúria – ​ É a presença de sangue na urina. 
 
Hemiplegia - ​Paralisia de uma area que afeta metade do corpo 
 
Hemoflictema -​ Vesícula com conteúdo sanguinolento no seu interior 
 
Hemoptise – Expulsão/expectoração sanguínea ou sanguinolenta por meio 
da tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória. 
 
Hemorragia – Extravasamento de sangue do sistema cardiovascular para 
outra topografia anatômica ou para a porção extra-corpórea. 
 
Hepatite - ​ Inflamação do fígado. 
 
Hipertricose – ​Aumento da pilosidade (crescimento de pelos), localizada a 
uma topografia especifica ou generalizada, de caráter genético ou adquirido, 
 
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que surge comumente em locais normalmente providos de pelos. 
 
Hipoacusia –​ Diminuição da acuidade auditiva. 
 
Hipostadia – Defeito congênito no pênis, onde o meato uretral abre-se 
ventralmente em qualquer ponto ao longo da haste peniana ou mesmo no 
períneo. 
 
Hipotricose – Ausência de pêlos ou cabelos em topografia anatômica em que 
comumente deveriam aparecer. 
 
Hirsutismo ​– É o d​esenvolvimento na mulher de uma pilosidade excessiva e 
de feitio masculino em locais normalmente desprovidos de pelos 
 
Histerectomia – ​É a remoção cirúrgica do útero, que também pode incluir a 
retirada das trompas adjacentes e do ovário. 
 
Hordéolo – Corresponde a um pequeno ​abscesso que ocorre na borda das 
pálpebras causado pela inflamação dos folículos ciliares​. O hordéolo interno é 
denominado de calázio. 
 
I 
Icterícia - Coloração amarelada da pele, mucosas e esclerótica resultado de 
maior presença de pigmentos biliares (bilirrubina) no sangue do paciente 
 
Ictiose ​– Condição hereditária, onde a pele de um indivíduo apresenta forma 
semelhante a escamas de peixe (dermatose ictiosiforme). Ocorre 
principalmente em Síndrome de Zunich. 
 
Ileíte –​ Inflamação do íleo 
 
Infarto - ​Morte de um tecido ou mesmo de um órgão por irrigação sangüínea 
insuficiente ou inadequada 
 
Impersistência – Paciente abaixa o braço sustentado, não por déficit de 
força, mas sim por "impaciência em manter a posição do braço"; sempre 
diferenciar de déficit de força. 
 
Incontinência - Perda da capacidade de controlar os esfíncteres anal ou 
vesical) 
 
Iridociclite –​ infecção de um dos anexos da vista. 
 
 
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Irite –​ inflamação da íris. 
 
K 
Kernicterus – é o resultado da impregnação de bilirrubina em núcleos da 
base do cérebro em crianças ictéricas. O quadro clínico destas crianças, 
comumente revela espasticidade, atetose, ataxia ou posteriormente deficiência 
mental. 
 
Kwashiorkor – ​Condição de desnutrição infantile grave, caracterizada por 
uma carência absoluta ou relativa do aporte de proteínas, mas com presença 
de oferta de carboidratos 
L 
Lagoftalmia – ​É uma condição que impede a pessoa de fechar 
completamente as suas pálpebras 
 
Leucocitúria –​ Presença de leucócitos na urina. 
 
Leucoderma -​ Termo para designar um paciente caucasiano 
 
Leucoma – ​É a opacidade corneana. A córnea cursa com aspecto branco em 
toda sua extensão ou em parte. 
 
Leucoplasia - Termo clínico usado para designar uma lesão de matiz 
esbranquiçada em mucosas 
 
Leucorreia ​- ​Corrimento de coloração esbranquiçada através da vagina ou 
uretra 
 
Leucotricose – Embranquecimento dos cabelos devido à falta de formação de 
melanina pelos melanócitos da matriz do pêlo; pode ser congênita (albinismo) 
ou adquirida (poliose). 
 
Leucotríquia anular – ​pili annulati (pêlos anulares); distrofia congênita rara, 
na qual os cabelos apresentam áreas claras e escuras de forma alternadas. 
 
Linfadenite – ​Inflamação dos gânglios linfáticos. Condição que comumente 
leva a linfadenomegalia 
 
Linfadenomegalia – ​ Aumentode linfonodos (sinônimo de adenomegalia) 
 
Lipotímia – Desfalecimento, desmaio fugaz, sem que ocorra perda de 
consciência. 
 
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Lombalgia -​ Dor na região lombar 
 
 
M 
Mácula - Pequena mancha cutânea plana, sem elevação, com coloração 
distinta do tecido que a circunda. 
 
Madarose – É uma condição que resulta na perda dos cílios, por vezes, as 
sobrancelhas. Corresponde a um estigma da hanseníase 
 
Marasmo – É uma forma de desnutrição que causa perda do tecido muscular 
e subcutâneo. 
 
Mecôneo – ​Substância pastosa de cor esverdeada, que é coletada no 
intestino do feto e constitui as primeiras evacuações dos recém-nascidos. 
 
Melanoderma -​ Termo para designar um paciente afro-descendente 
 
Melena – ​Evacuação de fezes de cor negra, que indica presença de sangue 
digerido no conteúdo fecal. Fezes moles e pastosas, em “borra de café” e de 
odor bastante fétido. 
 
Hematêmese – Vômito em forma de “borra de café”. Ocorre quando o 
sangue esteve em contato com o ácido gástrico por um período de tempo. 
 
Menarca – Corresponde a primeira menstruação de uma mulher, geralmente 
por volta dos 12-15 anos. 
 
Menopausa -​ Período da vida da mulher em que cessa a menstruação. 
 
Metástase - ​Presença de tecido tumoral/neoplásico, localizada em um lugar 
distante do sítio de origem, por disseminação hematogênica ou linfática 
 
Meteorismo – ​I​ntumescência abdominal resultado do acúmulo de gases no 
estômago e alças intestinais. 
 
Método não invasivo – ​Procedimentos em que não envolvem instrumentos 
que rompem a pele ou que penetram fisicamente no organismo 
 
Metrorragia ​–​ É o sangramento uterino irregular, fora do período menstrual. 
 
 
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Midríase ​– É a dilatação da pupila em função da contração do músculo 
dilatador da pupila. 
 
Mioclonia –​ Contração muscular involuntária e súbita. 
 
Miose –​ Contração da pupila. Diminuição do diâmetro pupilar 
 
 
N 
Narcose – é o nome dado à alteração do estado de consciência devido à 
intoxicação por determinadas substâncias, como narcóticos 
 
Nevo – São pequenas manchas ou elevações de coloração acastanhada ou 
enegrecida na pele e que aparecem nas primeiras décadas de vida em quase 
todas as pessoas. 
 
Nictúria – Predominância da emissão do volume urinário noturno sobre o 
diurno. 
 
Nistagmo – ​Tremores rítmicos, involuntários e bilaterais dos globos oculares 
no sentido horizontal, vertical ou rotatório. 
 
Nódulo –​ Lesão sólida, elevada, apresentando diâmetro maior que 1 cm 
 
Nucalgia -​ Dor na nuca 
 
Nulípara –​ mulher que nunca deu à luz. 
 
O 
Obstipação – aumento no intervalo entre as evacuações. Acompanhada de 
fezes ressecadas e dificuldade na eliminação das mesmas. É definida como 
uma alteração do hábito intestinal na qual o indivíduo fica sem evacuar por 
mais de 3 dias. Também conhecida como prisão de ventre. 
 
Odinofagia -​ Dor que ocorre durante o processo de deglutição 
 
Oligomenorréia - ​Menstruação irregulares com intervalos prolongados. A 
presence da oligomenorréia sugere disfunção ovariana 
 
Oligúria – Redução importante no volume urinário diário ( geralmente menor 
que 100 ml em adultos). 
 
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Onicólise – Descolamento da unha do leito ungueal, a partir de sua ligação 
distal e/ou lateral. 
 
Onicomalácia – Unha de consistência amolecida e friável; sugere sinal de 
doenças sistêmicas. 
 
Ooforite - ​Inflamação do ovário 
 
Orquite –​ Processo inflamatório do testículo 
 
Ortopnéia – Dificuldade para respirar quando o paciente está deitado; 
melhora quando o paciente se senta, mantendo o tronco ligeiramente fletido 
(diminui o retorno venoso). 
 
Orquite –​ Inflamação nos testículos 
 
Osteomalácia – Paciente apresenta amolecimento e curvatura gradual dos 
ossos com sintomatologia dolorosa de intensidade variável. Resultado da 
calcificação deficiente em virtude da deficiência de vitamina D. É também 
conhecida como Raquitismo do adulto. 
 
Otalgia - ​Dor de ouvido 
 
Otorragia -​ Sangramento expelido pelo ouvido 
 
Otorréia – ​ saída de secreção do ouvido. 
 
 
P 
Palpitação - Percepção subjetiva e incômoda de batimento acelerado ou 
irregular do coração. 
 
Pápula –​ lesão sólida, elevada, apresentando até 1 cm de diâmetro. 
 
Paralisia de Bell – Acometimento que ocorre no nervo facial que leva à 
fraqueza repentina ou à paralisia dos músculos de um dos lados da face – 
paralisia hemifacial 
 
Paraplegia – Paralisia completa de dois segmentos simétricos do corpo 
(geralmente dos membros inferiores). 
 
 
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Paresia -​ Perda parcial da motricidade - diminuição da força muscular 
 
Parestesia – Aparecimento de sensação anormal e mal definidas, sem prévia 
estimulação. Dormência e formigamento são os representantes mais 
significativos da parestesia. 
 
Paroníquia – ​É uma infecção da pele que situa-se ao redor das unhas dos 
dedos das mãos ou dos pés 
 
Pectorilóquia – Palavra pode ser ouvida com nitidez durante o processo de 
ausculta pulmonar. 
Nota ao leitor​:​ Pectorilóquia pode ser 
fônica (voz normal) 
áfona (voz “cochichada”). 
 
Pênfigo – Denominação geral a um grupo de doenças autoimunes, pouco 
freqüentes, consistindo em dermatoses crônicas, recidivantes e algumas vezes 
fatais. São caracterizadas clinicamente pelo aparecimento de sucessivos 
grupos de vesículas e bolhas, inicialmente na mucosa bucal ou orofaríngea e, 
depois, na pele aparentemente sadia; as bolhas se rompem deixando uma 
zona erodida, posteriormente recoberta por crostas. A epiderme descola-se 
facilmente do plano subjacente (Sinal de Nikolski). 
 
Pirose – ​Sensação de calor ou queimação no estômago (região retroesternal 
ou epigástrica). Conhecida como azia 
 
Piúria – Presença de conteúdo mucopurulento (pus) na urina, é resultado de 
leucocitúria. 
 
Placa - ​Lesão elevada superficial com diâmetro acima de 1cm de diâmetro 
 
Plegia -​ Perda de força muscular ou paralisia. 
 
Pletória – Aumento local ou geral da massa sanguínea. Quando local pode 
ser denominado de congestão. 
 
Polaciúria – Aumento da frequência urinária, sem relação com o volume de 
urina excretado 
 
Polidipsia –​ Termo que refere a sede excessiva 
 
Polifagia –​ Fome excessiva 
 
 
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Poliúria​ – Aumento no volume normal de urina excretado nas 24 hora 
 
Priapismo – Ereção prolongada, não associada com estimulação sexual e 
geralmente dolorosa. 
 
Proctite –​ Inflamação da mucosa do reto. 
 
Pródromo -​ Manifestação clínica ou sintomática que antecede uma doença. 
 
Proptose –​ Deslocamento de um órgão para

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