Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profª. Dayana Rodrigues Farias Professora Substituta – INJC/ UFRJ Doutoranda em Ciências Nutricionais - UFRJ MSc. Nutrição Humana Nutricionista PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO EM PEDIATRIA: DA CONCEPÇÃO À ADOLESCÊNCIA 2016 FORTALEZA (4ª EDIÇÃO) Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescência OBJETIVO Proporcionar conhecimentos sobre os métodos mais atuais para avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes. Contextualizar o uso do percentil e z-score como ferramentas da avaliação nutricional de crianças e adolescentes; Avaliação nutricional de recém-nascidos, lactentes, crianças e adolescentes: - Situação de normalidade; - Situações especiais, tais como: Prematuridade, Síndrome de Down e Paralisia cerebral; Limitações dos métodos de avaliação nutricionais usualmente utilizados na prática clínica; Triagem nutricional e avaliação subjetiva global em pediatria; Avaliação nutricional de crianças e adolescentes utilizando o software Antro e Epi info Exercício. 2 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Percentil e z-score como ferramentas da avaliação nutricional de crianças e adolescentes Conceitos • Escore-z ou z-score: Mede em desvios-padrão o quão distante o dado obtido está afastado de sua mediana de referência • Desvio-padrão: Medida de dispersão mais utilizada para média (Raiz quadrada da variância). - Valor de desvio-padrão pequeno indica que os pontos dos dados tendem a estar próximos da média ou do valor esperado. - Valor de desvio padrão alto indica que os pontos dos dados estão espalhados por uma ampla gama de valores. 3 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Curva Normal Distribuição normal ou Gaussiana • Uma das mais importantes formas de distribuição dos dados; • Ocorre naturalmente em muitas medidas de situações biológicas; • Grande parte das técnicas estatísticas assume que as variáveis devem ter esse tipo de distribuição para que sejam modeladas; 4 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Curva Normal Distribuição normal ou Gaussiana • Formato de sino • Distribuição de probabilidades simétrica em torno da média • As caudas encontram o eixo X no infinito 50 % 50 % Média = Mediana = Moda 5 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Média 50% Mais baixos 50% Mais altos Curva Normal Distribuição normal ou Gaussiana Desvio-padrão = 50mm ou 5 cm 6 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Escores z: o quanto determinado valor está distante da média; -Escore-z = 0: Valor da medida da criança é exatamente igual ao valor da média da população referencial -Permite o cálculo da média e desvio-padrão -Útil na detecção de pequenas mudanças nos extremos da distribuição - Recomendado pela OMS Escore z = (valor observado) – (valor da mediana de referência) desvio-padrão da população referência 7 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Ex. A distribuição da pressão arterial sistólica (PAS) de uma população de referência tem Média=Mediana =100 mmHg e desvio padrão (DP) = 5 mmHg Sua PAS é 110 mmHg, quantos desvios padrões você está distante da média da população de referência? Escore-z = 110 – 100 = +2 5 Você se encontra a +2 DP da média 8 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Curva Normal Distribuição normal padrão Média = 0; DP= 1 9 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação nutricional de crianças Percentil “Posição que o valor da medida ocupa em relação aos 100% da distribuição de referência, ranqueados em ordem crescente” Divisão de uma série de observações em 100 partes iguais (P1; P3; P10; P50;...); posição que o valor ocupa em relação aos 100% da distribuição de referência, ranqueados em ordem de magnitude - Pontos importantes: percentil 3, 50 e 97. - Não serve para calcular média e desvio-padrão - Menos indicado pela OMS - Não precisa realizar contas ou cálculos. 10 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 100% da população 10 indivíduos Mediana = valor do 5º + valor do 6º indivíduo/2 Mediana = 135 + 137/2 Mediana = 136 cm 11 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia As medidas de percentil tendem a ser mais sensíveis, ou seja, mais abrangentes. Em outras palavras, crianças classificadas como risco nutricional a partir do percentil podem estar apenas próximas de uma situação de risco, mas não necessariamente em risco nutricional. As medidas de escore-z são mais específicas, ou seja, elas detectam com mais precisão aqueles casos que estão mais gravemente relacionados com situações de risco nutricional. Recentemente, o uso do escore-z vem sendo estimulado pela OMS. Situação nutricional Percentil Escore-z Escore-z Percentil Déficit 10 -1,28 -3 0,13 3 -1,88 -2 2,28 1 -2,33 -1 15,8 Excesso 99 +2,33 +1 80,20 97 +1,88 +2 97,72 90 +1,28 +3 99,87 Fonte: Tabela adaptada de Kac et al., Epidemiologia Nutricional 2007 12 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes 13 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Principais Métodos Utilizados Antropométrica Consumo alimentar Situação socioeconômica Clínica Bioquímica Composição corporal Avaliação Nutricional de Crianças 14 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica Mede as variações físicas e da composição corporal global do corpo Alterações corporais em crianças mais rápidas que as alterações em exames bioquímicos e sinais e sintomas Estimação principalmente através da massa corporal, comprimento/ estatura, idade e sexo Identificação de risco nutricional A intervenção precoce pode impedir a desaceleração do crescimento e do ganho ou mesmo perda ponderal 15 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Principais Medidas Antropométricas Massa corporal Comprimento/ Estatura Medidas antropométricas complementares: • Perímetros braquial, cintura e pescoço (em discussão); • Razão cintura/quadril (em discussão); dobras cutâneas triciptal e subescapular/ idade; • Razão cintura-estatura 16 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Massa corporal • Peso = dimensão da massa ou volume corporal constituído pelo tecido adiposo e massa magra; • Alteração rápida e intensa em curto espaço de tempo; • Necessariamente deve ser associado a outras medidas; • Constitui-se também em um parâmetro de recuperação do estado nutricional. Comprimento/ estatura • Dimensão linear - indicador da superfície corporal e do comprimento dos ossos; • Modificações a longo prazo; • Déficits: agravos nutricionais a longo prazo = comprometimento do tecido proteico = desnutrição; • Comprimento ≠ estatura. Principais Medidas Antropométricas 17 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Relembrando... Menores de 2 anos Balança pediátrica mecânica Balança pediátrica digital Estadiomêtro horizontal Estadiomêtro horizontal 18 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Relembrando... Maiores de 2 anos Balança plataforma digital Estadiomêtro vertical Balança plataforma Mecânica 19 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Índices antropométricos • Avaliação do estado nutricional por meio da combinação de medidas antropométricas (ex: peso e estatura) e demográficas (idade) • Avaliação em escore-z ou percentil • Específicospara cada sexo •Peso para idade (P/I) •Estatura para idade (E/I) •Peso para estatura (P/E) •Índice de massa corporal para idade (IMC/I) 20 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Peso para idade (P/I) • Reflete o peso em relação à idade cronológica; • Diferenciado por sexo • Índice mais utilizado para avaliar ou monitorar o estado nutricional – sensível e de fácil compreensão • Extremamente útil para triagem dos casos Déficit: Processo que levou ao déficit é recente ou de longo prazo Excesso: Por não considerar a estatura/comprimento pode classificar a criança de forma equivocada como sobrepeso 21 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Estatura para idade (E/I) • Reflete o crescimento linear; complementar ao P/I • Medida cumulativa, que não sofre regressões --- mas pode sofrer estagnação (falha para alcançar o potencial genético) • Pouco sensível a pequenas alterações Déficit: “inadequações” acumuladas a longo prazo Excesso: Não se configura a priori um problema nutricional, mas deve ser investigado pela possibilidade de distúrbio endócrino Desnutrição crônica - Não mais utilizados, pode ser resultante de um processo crônico ou agudo 22 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Peso para estatura (P/E) • Reflete a “harmonia” das dimensões corporais • Não considera a idade • Eventualmente usado como medida complementar - não deve ser usado de forma isolado • Informações de déficit e excesso de peso em relação à estatura • Não deve-se utilizar o termo “desnutrição aguda” • Utilizado antigamente para complementar a identificação de emagrecimento e o excesso de peso (em menores de 5 anos) 23 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Índice de massa corporal para idade (IMC/I) • Expressa a relação entre o peso da criança e o quadrado da estatura, em relação à idade cronológica • Utilizado para identificar o excesso de peso entre crianças • Vantagens em relação ao P/E: diferencia por idade e é um índice que será utilizado em outras fases do curso da vida • Uso recente, pouca comparabilidade 24 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Perímetro cefálico (PC/I) • Relaciona-se com o crescimento cerebral, desnutrição precoce e desenvolvimento neuromotor ; • Método de diagnóstico de outras patologias (ex. microcefalia) • Utilizado somente nos primeiros 2 anos de vida; • Diferenciado por sexo • Utilização para classificação de desnutrição está associada com o perímetro torácico • Outros perímetros: braquial e torácico 25 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Idade (meses) Média de PC (cm) Média de velocidade de crescimento (cm/mês) Nascimento 34,2 1,43 1 36,4 3 40,0 6 42,8 9 44,4 0,37 12 45,5 18 46,6 0,18 24 47,7 30 48,4 0,10 36 49,0 Tabela. Perímetro cefálico e velocidade de crescimento (cm/mês), do nascimento aos 36 meses de idade. Segundo o WHO Child Growth Study (2006). Fonte: Tabela adaptada de Kac et al., Epidemiologia Nutricional, 2007. 26 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Dobras cutâneas • Estima gordura corporal por meio de gordura subcutânea em um ou mais pontos do corpo • Distribuição do tecido adiposo varia de acordo com idade, sexo, estado nutricional e etnia • Dobras mais utilizadas em crianças para estimar gordura subcutânea: Tricipital e subescapular (Roche et al, 1981; WHO, 2006) • Curvas de referência OMS, 2006 27 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Recém Nascidos • Reflete o crescimento intra-uterino; • Permite identificação de crianças sob risco nutricional Indicadores preconizados no nascimento (primeiras 24h) • Peso • Idade gestacional • Comprimento • Perímetro cefálico 28 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Recém Nascidos Peso ao nascer • É o primeiro diagnóstico nutricional, feito imediatamente após o nascimento • Reflete problemas nutricionais ocorridos durante a gestação Peso Adequado ≥ 2.500g Baixo peso ao nascer (BPN) < 2.500g Muito BPN <1.500g Altíssimo risco Recomendação do MS – utilização no SISVAN Macrossomia > 4.000g 29 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Recém Nascidos Idade gestacional (IG) no parto (semanas) • Indicador de maturidade fetal • Diferença entre a data do parto e a DUM Pré-termo <37 semanas A termo 37 – 42 semanas Pós-termo >42 semanas BPN – pré-termo ganho de peso prejudicado pelo parto prematuro – não relativos à nutrição mãe filho BPN – a termo Restrição do crescimento intra-uterino 30 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Recém Nascidos Curvas de peso ao nascer por IG e sexo PIG Pequeno para IG <p10 AIG Peso adequado para IG P10 – P90 GIG Grande para IG >P90 Pedreira et al., 2010 Novas curvas publicadas em 2014, precisam ainda ser testadas. The International Newborn Standards , ( Intergrowth 21th century) 31 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Recém Nascidos Comprimento • Retrata o crescimento linear; • Valores normais em torno de 49 cm; • Valores inferiores podem retratar RCIU; Perímetro cefálico • Diretamente relacionado à: crescimento cerebral, desnutrição precoce e o desenvolvimento neuromotor; • Também pode indicar patologias não relacionadas a nutrição: hidrocefalia e microcefalia; • Valores normais variam entre 32 e 36cm. OMS, 2006 32 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 33 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 34 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 35 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 36 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Crianças de 0 – 5 ANOS • Crianças < 2 anos: PC/I; P/I; E/I; IMC/I • Crianças ≥ 2 anos e < 5 anos: P/I; E/I; IMC/I (gráficos presentes da caderneta de saúde da criança) Recomendações do protocolo SISVAN/MS, OMS e gráficos presentes da caderneta de saúde da criança O índice P/E é complementar Curvas de crescimento da OMS (WHO, 2006/2007) Ganho de peso nessa faixa etária é muito importante: velocidade e intensidade do crescimento. 37 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Crianças de 0 – 5 ANOS 38 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 39 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 40 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia > +2 escores z PC Acima do esperado Entre + 2 e -2 escores z PC adequado para idade < -2 escores z PC abaixo do esperado para a idade Perímetro cefálico para idade 41 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 42 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 43 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 44 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 45 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 46 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Crianças de 5 – 10 ANOS P/I; E/I; IMC/I • Recomendações do protocolo SISVAN/MS, OMS e gráficos presentes da caderneta de saúde da criança • O índice P/E não é importante atualmente, o IMC/I é mais sensível ao sobrepesoe obesidade • Curvas de crescimento da OMS (WHO, 2007) • Outros parâmetros: dobras e perímetros 47 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 48 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 49 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia PESO/IDADE • Desconsidera a relação com a estatura • O peso deve ser proporcional à estatura, mas não à idade (adolescentes em idades iguais podem estar em estágios diferentes da maturação sexual, que tem influências obre a estatura). Avaliação antropométrica por faixa etária Adolescentes (10 – 20 ANOS) PESO/ESTATURA • Desconsidera a relação com a idade e maturação sexual • Falta de referência para comparação Índices pouco adequados na avaliação de adolescentes 50 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação antropométrica por faixa etária Adolescentes (10 – 20 ANOS) ESTATURA/IDADE • Déficit de crescimento • Indicador de histórico de crescimento IMC/IDADE • Boa correlação com gordura subcutânea e gordura total • Fácil de ser obtido • Existência de curvas de referência para comparação de valores - se comprado às idades! • Continuidade do critério de avaliação de adultos Recomendado pelo SISVAN, VITOLO, 2008, Accioly et al., 2009 Accioly et al., 2009 51 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia LIMITAÇÕES DO IMC • Avalia outros compartimentos além da gordura corporal • Não avalia a distribuição da gordura corporal • Correlação com a estatura que, apesar de baixa, ainda continua existindo. • Relação IMC e %GC influenciada por sexo, grupo étnico, maturação sexual Avaliação antropométrica por faixa etária Adolescentes (10 – 20 ANOS) 52 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 53 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 54 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Índices antropométricos e pontos de corte recomendados pelo Ministério da Saúde para avaliação do estado nutricional de adolescentes Fonte: Engstrom - SISVAN, 2009, p. 114 55 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Perímetros e índices mais utilizados nos adolescentes Úteis no refinamento do diagnóstico nutricional em obesidade Perímetros - Braquial: avaliação da musculatura esquelética (Frisancho, 1990) Cálculo CMB e AMB - Cintura: indicador de gordura localizada; bom preditor da síndrome metabólica. Sem pontos de cortes definidos OBS: Razão cintura-quadril (RCQ): questionamentos para uso Maior aplicação razão cintura-altura (Li et al., 2006) - Pescoço: relacionado ao excesso de gordura corporal por idade (6 a 18 anos) e sexo. Questionamentos para uso em adolescentes (Nafiu et al, 2010) 56 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Fonte: Li et al., 2006, p. 1396 57 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 58 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Dobras cutâneas mais usuais em adolescentes: DCT e DCSE 59 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Dobras: reserva adiposa medida principalmente através da DCT e DCS. Outras dobras também podem ser utilizadas para um melhor diagnóstico => 0 a 5 anos: OMS (2006) => 5 a 19 anos: Frisancho (1990) - p 85: risco sobrepeso - p95: risco obesidade OBS: WHO (1995), baseado nas curvas de Must et al. (1991) – DCT e DCS p > 90 “obesidade” quando aliado à IMC/I p > 85 Fonte: Google imagens 60 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Fonte: Heyward & Stolarczyk (2000) , p. 107; adaptado de Lohman (1988) Outras possibilidades de uso 61 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação da composição corporal Expressão do peso corporal em dois ou mais compartimentos, segundo critérios químicos, anatômicos e/ou funcionais; Possibilidade de melhor diagnóstico da obesidade (separação da massa corporal gorda e magra) Classificação de acordo com % GC (gord. corporal) Aplicado ao monitoramento de mudanças na composição corporal associadas a patologias, intervenções nutricionais, atividade física, crescimento físico e maturação sexual Limitações 62 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Exemplo de Equações a partir da Antropometria Protocolo de composição corporal para crianças e adolescentes proposto por Slaughter et al. (1988) Idade: 8 a 18 anos Rapazes brancos: Pré-púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 1,7 Púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 3,4 Pós-púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 5,5 Rapazes negros: Pré-púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 3,2 Púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 5,2 Pós-púbere G% = 1,21 (DCT +DCS) – 0,008 (DCT +DCS)² – 6,8 Moças de ambas as raças e qualquer nível maturacional: G% = 1,33 (DCT +DCS) – 0,013 (DCT +DCS)² – 2,5 Se (DCT +DCS) > 35 mm: Rapazes G% = 0,783 (DCT +DCS) + 1,6 Moças G% = 0,546 (DCT +DCS) + 9,7 63 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Protocolo de composição corporal para crianças e adolescentes proposto por Deurenberg et al., (1991) Sexo feminino/masculino (7 a 15 anos): %GC = 1,51 x IMC - 0,7 x idade - 3,6 x Gênero* + 1,4 Sexo feminino/masculino (16 a 83 anos): %GC = 1,2 x IMC - 0,23 x idade - 10,8 x Gênero* - 5,4 * considerar zero (0) para o sexo feminino e um (1) para o masculino. 64 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Percentual (%) de gordura corporal para adolescente de acordo com a idade e gênero Idade Sexo (anos) masculino feminino 10,0 13,7 19,4 12,5 16,6 21,5 15,5 13,0 24,7 18,5 12,9 25,0 Fonte: Puig, 1997 65 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Valores de gordura corporal para crianças e adolescentes, adaptado de Houtkooper (1996) Meninos Meninas Muito baixo < 5 < 12 Baixo 5 - 10 12 - 15 Ótimo 11 -20 16 - 25 Moderadamente alto 21 - 25 26 – 30 Alto 26 - 31 31 – 36 Muito alto > 31 > 36 66 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Fonte: IDF, 2007 Consenso estabelecido pelo IDF para SM em crianças e adolescentes SÍNDROME METABÓLICA 67 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Utilização do IMC e indicadores antropométricos na prática clínica sempre com muita cautela. Complementar com outras medidas de composição corporal e informações adicionais, tais como história familiar de obesidade, presença de alterações metabólicas relacionadas ao excesso de gordura corporal, a própria preocupação da criança com seu peso e, ainda a avaliação do estagiamento maturacional em adolescentes. Recapitulando... Cedido por G. V. Veiga 68 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Perspectivas para classificação e diagnóstico de obesidade • Estudos multicêntricos com foco obesidade/ sobrepeso • Melhores definições para diagnóstico e classificação da obesidade • Desenvolvimento de padrões diferenciados para grupos étnicos, gênero e idade • Interação entre estudos que avaliem bioquímica, alimentação e nutrição • Desenvolvimento de técnicas mais apuradas de %GC • Estudos coorte (...) 69 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Os exames solicitadosdependem da idade da criança, do motivo da consulta, dos antecedentes clínicos, da história dietética e do estado nutricional da criança Parâmetros úteis e que são acessíveis para a rotina de atendimento ambulatorial em nutrição são: • Hemograma • Colesterol total e frações • Triglicerídeos • Hemoglobina glicada • Glicemia de jejum Crianças pequenas com desnutrição É importante conhecer os níveis séricos protéicos • Albumina sérica Níveis diminuídos: • Processo infecciosos • Traumatismos • Enteropatias; • doenças hepáticas e renais 70 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Não é recomendado a solicitação de exames endocrinológicos T3, T4, TSH Se o profissional desconfiar que exista algum problema hormonal encaminhar ao pediatra ou endocrinologista. Quais exames posso solicitar: refletir se com o resultado do exame será possível realizar alguma intervenção no resultado 71 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Variáveis Idade Valores Proteína total 1 a 7 anos 8 a 12 anos 6,1 a 7,9 g/dL 6,4 a 8,1 g/dL Albumina sérica <5 anos 5 a 19 anos 3,9 a 5,0 g/dL 4,0 a 5,3 g/dL Cálcio (ionizado) sérico Crianças e adolescentes 4,8 a 4,92 mg/dL ou 2,24 a 2,46 mEq/L Cálcio total Crianças: Adolescentes: 8,8 a 10,8 mg/dL 8,4 a 10,2 mg/dL Sódio Crianças 138 a 145 mmol/L Nitrogênio uréico Crianças 5 a 18 mg/dL Betacaroteno Lactentes: Crianças: Adolescentes: 20 a 70 µg/dL 40 a 130 µg/dL 60 a 200 µg/dL Zinco 1 a 19 anos 64 a 118 µg/dL Vitolo., 2009 72 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Variáveis Idade Valores Colesterol total 1 a 3 anos 4 a 6 anos 45 a 182 mg/dL 109 a 189 mg/dL Colesterol HDL 1 a 13 anos 14 a 19 anos 35 a 84 mg/dL 35 a 65 mg/dL Colesterol LDL Meninos 1 a 9 anos Meninas 1 a 9 anos 60 a 140 mg/dL 60 a 150 mg/L Triglicerídeos Meninos 0 a 5 anos 6 a 11 anos 12 a 15 anos 16 a 19 anos Meninas 0 a 5 anos 6 a 11 anos 12 a 15 anos 16 a 19 anos 30 a 86 mg/dL 31 a 108 mg/dL 36 a 138 mg/dL 40 a 163 mg/dL 32 a 99 mg/dL 35 a 114 mg/dL 41 a 138 mg/dL 40 a 128 mg/dL Vitolo., 2009 73 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Variáveis Idade Valores Creatinina Lactentes Criança Adolescentes 0,2 a 0,4 mg/dL 0,3 a 0,7 mg/dL 0,5 a 1,0 mg/dL Eritrócitos 6 meses a 2 anos 2 a 6 anos 6 a 12 anos 12 a 18 anos – Meninos – Meninas 3,7 a 5,3 milhões de cel/mm³ 3,9 a 5,3 4,0 a 5,2 4,5 a 5,3 4,1 a 5,1 Glicose RN 1 dia >1dia Crianças 40 a 60 mg/dL 50 a 90 mg/dL 60 a 100 mg/dL TTGO (mg/dL) Dose adulto: 75g Dose criança: 1,75g kg de peso ideal Jejum 60 min 90 min 120 min Normal 70 a 105 120 a 170 100 a 140 70 a 120 Diabético ≥126 ≥200 ≥200 ≥200 Vitolo., 2009 74 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Avaliação Bioquímica Variáveis Idade Valores Fosfatase 1 a 9 anos 10 a 11 anos 145 a 420 U/L 130 a 560 U/L Hemoglobina 2 meses 6 a 12 anos 12 a 18 anos – Meninos – Meninas 9,0 a 14,0 g/dL 11,5 a 15,5 13,0 a 16,0 12,0 a 16,0 Hb glicosilda A1c 1 a 5 anos 5 a 16 anos 2,1% a 7,7% do total de Hb 3,0% a 6,2% VCM 6 meses a 2 anos 6 a 12 anos 12 a 18 anos – Meninos – Meninas 70 a 86 fL 77 a 95 78 a 98 78 a 102 HCM 6 meses a 2 anos 6 a 12 anos 12 a 18 anos 23 a 31pg 25 a 33 25 a 35 Vitolo., 2009 75 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Variáveis Idade Valores Hematócrito 6 meses a 12 anos 12 a 18 anos – Meninos – Meninas 35% a 45% 37% a 49% 36% a 46% Ferritina 2 a 5 meses 6 meses a 15 anos Transferrina 95 a 385mg/dL Ferro 22 a 184µg/dL TIBC (capacidade total de ligação de ferro) <2 anos Crianças 100 a 400 µg/dL 250 a 400 µg/dL Avaliação Bioquímica Vitolo., 2009 76 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Fundamental para a adesão a conduta dietética; • Escolha do questionário vai depender da idade da criança, do objetivo da avaliação, condições socioeconômicas e disponibilidade de tempo; – Até 7 anos os dados são fornecidos pelo responsável – A partir dos 7 anos as perguntas podem ser direcionadas a criança/ adolescente e solicitando ao responsável auxílio nas informações pouco claras ou quando a criança tem dúvida – Em adolescente cuidado com a interferência do responsável, o adolescente tem condições de responder sobre seu consumo alimentar Avaliação do consumo alimentar 77 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Lactentes : R24 • Pré-escolares: R24 + registro de 3 dias • Escolares: técnica do dia habitual ou R24 Avaliação do consumo alimentar É muito comum que a mãe relate a quantidade de alimento oferecido para a criança. O Nutricionista deve sempre confirmar quanto de fato a criança comeu/ se sobrou algo no prato ou na mamadeira 78 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Síndrome de Down (SD) Anomalia cromossômica mais comum nos seres humanos; • Trissomia do cromossoma 21 (47, XY, +21; ou 47, XX, +21) • Apresentam em todas as suas células 47 cromossomas e não 46 Alteração do desenvolvimento motor, físico e intelectual de origem genética. Incidência estimada em 1:800 nascidos vivos - Maior risco em mulheres com idade avançada >40 anos 79 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Risco aumentado para algumas malformações; • Altas taxas de morbidade e mortalidade – Doença da tireóide – Cardiovasculares; – Trato gastrointestinal – Vias aéreas superiores – Hematológicas – Neurológicas • Expectativa de vida dos indivíduos com SD aumentou significativamente nos últimos 30 anos – 75% chegam aos 5 anos de vida – 44% aos 60 anos – 13,6% aos 68 anos Síndrome de Down (SD) Complicações cardíacas Pneumonia Leucemia Outras infecções 80 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Síndrome de Down (SD) Avaliação do crescimento 81 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011, 13(3):230-237 Síndrome de Down (SD) Avaliação do crescimento 82 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Síndrome de Down (SD) Avaliação do crescimento Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011, 13(3):230-237 83 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Síndrome de Down (SD) Avaliação do crescimento 84 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Síndrome de Down (SD) Avaliação do crescimento 85 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 86 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Define-se como prematuro todo nascimento que ocorre com IG inferior a 37 semanas e como prematuro extremo aqueles nascidos com IG menor que 28 semanas; WHO, International Classification of Diseases (ICD) 10. 2009 • Cerca de 8% de todos os nascimentos na América Latina e Caribe • 13 milhões de crianças nascem prematuramente em todo o mundo e o número de partos prematuros tem aumentado nos últimos anos • Podem ser classificados ainda em de acordo com o tamanho ao nascimento, - Adequados para a IG (AIG); - Pequenos para a IG (PIG); - Grande para a IG (GIG). Beck et al., 2010 Prematuros 87 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Os RNPTs possuem um padrão de crescimento próprio e estepode ser classificado em quatro fases, que variam de dias a semanas, em função da IG e do peso no nascimento. Prematuros 88 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Primeira fase Atraso do crescimento e corresponde a fase inicial, logo apos o nascimento. • Ocorre um desvio do gasto energético para manter funções vitais a sobrevida fora do ambiente uterino em detrimento do gasto necessário para manter o crescimento. • Ocorre perda de peso, que pode ser comparada a perda de peso inicial do RN a termo (RNT) sadio, mas que apresenta intensidade e duração inversamente relacionada a IG e ao PN e diretamente relacionada a gravidade do quadro neonatal. • Quanto < a IG e o PN, e quanto mais grave a situação clínica, maior a perda de peso (até 15% do peso de nascimento). • O peso mais baixo é encontrado entre o 4º e o 7º dia de vida. Prematuros 89 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Segunda fase Fase de transição, ocorre com a estabilização das intercorrencias clínicas e com o melhor aporte calórico. • O RNPT para de perder peso e há discreto aumento do PC e do comprimento. • O PN geralmente e recuperado entre o 8º e o 24º dia de vida, sendo a recuperação mais precoce quanto maior o PN. Prematuros 90 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Terceira fase Recuperação (catch-up), aumento rápido do peso, comprimento e PC, com velocidade de crescimento acelerada, ultrapassando os valores estimados nas curvas de crescimento intra-uterino ou pós-natal. • Recuperação do crescimento: variação do escore-Z ≥0,67, correspondendo a ascensão de um canal na curva de percentis ou como a recuperação acima do -2 DP nas curvas de referência. • Ocorre primeiro no PC, até os 12 meses de vida, seguida pela recuperação do comprimento e do peso. • A aceleração do crescimento geralmente é máxima entre 36 e 40 semanas pós-concepção Prematuros 91 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Terceira fase Recuperação (catch-up), aumento rápido do peso, comprimento e PC, com velocidade de crescimento acelerada, ultrapassando os valores estimados nas curvas de crescimento intra-uterino ou pós-natal. Até 3 anos de idade: 80% atinge a normalidade para estatura e PC 70% para o peso Prematuros Ausência de recuperação associada ao baixo nível socioeconômico e à ocorrência de doenças 92 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Quarta e última fase Equilíbrio, é caracterizada por uma velocidade de crescimento comparável à das crianças saudáveis nascidas a termo. É importante ressaltar que quanto menor a IG e o PN, maior será a perda de peso inicial e maior o tempo para recuperá-lo, resultando em aumento da gravidade. Prematuros 93 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Vitolo, 2008; Accioly et al., 2009 Curvas propostas por Babson e Benda, 1976 Prematuros Avaliação do crescimento Curvas de crescimento intra-uterino Limitação: não consideram a perda de peso logo após o parto e nem a menor velocidade de ganho de peso no ambiente extraembrionário 94 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia O parâmetro utilizado para determinar o crescimento pós-natal ótimo baseia-se na velocidade de crescimento intra-uterino. • Entre 23 a 27 semanas de gestação a velocidade de ganho de peso médio é de 21 g/kg/dia (15 g/dia), desacelerando para 12 g/kg/dia (33 g/dia) entre 35 a 37 semanas. • A média da velocidade de crescimento de 23 a 37 semanas é de 16 g/kg/d (25 g/d). Entretanto, o crescimento pós-natal dificilmente irá manter essa velocidade A grande maioria dos prematuros especialmente aqueles com muito baixo peso, estará com atraso do crescimento quando atingirem 40 semanas de idade gestacional, comparados com os recém-nascidos a termo. Prematuros Avaliação do crescimento 95 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 96 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Outras curvas disponíveis Atualização da curva de Babson e Benda, • Fenton TR. A new growth chart for preterm babies: Babson and Benda’s chart updated with recente data and a new format. BMC Pediatrics. 2003;3:13. • Alexander GR, Hilmes JH, Kaufman RB, Mor J, Kogan M. A United States national reference for fetal growth. Obstet Gynecol. 1996;87:163-8. Prematuros Avaliação do crescimento 97 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Recomendação • Devem ser monitorados por meio da plotagem semanal, em curva de crescimento intra-uterino, das medidas de peso, comprimento e perímetro cefálico a cada semana de idade gestacional corrigida (IGC), até atingir 40 semanas. • A partir de 40 semanas de IGC, deve-se utilizar a curva padrão de crescimento pós-natal OMS (2006), considerando-a como o ponto zero na nova curva, e continuar utilizando a idade corrigida para a prematuridade (ICP). • A ICP deve ser utilizada Até os 3 anos de idade, e, posteriormente, utilizar a idade cronológica. Prematuros Avaliação do crescimento 98 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • A avaliação do crescimento deve ser feita por meio de medidas periódicas de peso, estatura, perímetro cefálico a cada retorno, plotado nas curvas de crescimento de referência da OMS (2006), de preferência a curva de escore-Z. EXEMPLO: AJI, nasceu no dia (25/01/2017) com 30 semanas de idade gestacional, hoje (07/05/2017) aos 3 meses de idade cronológica terá idade corrigida igual a? Prematuros Avaliação do crescimento 99 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Paralisia cerebral “termo amplo, que abriga um grupo não progressivo, mas geralmente mutável, de síndromes motoras secundárias a lesão ou anomalias do cérebro, que aconteceram nos estágios precoces do seu desenvolvimento” 100 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Paralisia cerebral Encefalopatias crônicas não-evolutivas • Grupo de sintomas que incluem pouco controle muscular, espasticidade, paralisia e outros problemas neurológicos resultantes de lesões cerebrais antes, durante ou pouco depois do nascimento. • As causas incluem lesões durante o nascimento, privação de oxigênio, infecções e doenças graves. - Pré-natais: infecções congênitas; - Perinatais: asfixia, processos infecciosos e metabólicos; - pós-natais: síndrome de west, miningoencefalopatias. • Os sintomas variam de problemas de coordenação motora praticamente imperceptíveis a espasticidade grave e podem incluir deficiência intelectual, problemas comportamentais, dificuldade para ver e ouvir de maneira apropriada e distúrbios convulsivos. São observado cerca de 30.000 a 40.000 casos por ano no Brasil 101 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Paralisia cerebral As crianças com paralisia cerebral constituem a grande maioria dos pacientes ambulatórias e hospitalares que necessitam de terapia nutricional precoce. Tetraplegia espásticas 85,4% das crianças com desnutrição moderada/grave Apenas 5% eram eutróficas Hemiplegias espásticas 83,5% eram eutróficas 16,5% desnutrição leve 102 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Paralisia cerebral Dificuldade de se alimentar disfunção neuropsicomotora Incapacidade de se alimentar sozinho (16%) Dificuldade de deglutição (19%) Não-contensão de saliva (20%) Problemas de sucção (14%) Incapacidade de deglutir alimentos sólidos (12%) Constipação (13%) 103 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • O estado nutricional pode ser avaliado por meio de medidas de peso corpóreo, estatura, medidas segmentares,perímetros e dobras; • Existem curvas de crescimento, peso e estatura para a idade específicas para crianças com paralisia cerebral, • Frequentemente estas crianças estão abaixo do percentil 10 das curvas de crescimento habitualmente utilizadas em pediatria. • O déficit de estatura está presente na maioria das crianças, de modo que a terapia nutricional visa à adequação da relação peso/estatura. Paralisia cerebral Avaliação Nutricional 104 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Gráficos, sexo específicos de 0 à 120 meses Peso/ idade Comprimento/ idade Peso/ comprimento Paralisia cerebral 105 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 106 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Gráficos, específicos para sexo e função motora grossa disponíveis em: http://www.lifeexpectancy.org/articles/newgrowthcharts.shtml Paralisia cerebral 107 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Peso/ idade • Estatura/idade • IMC/idade I. Anda sem limitações; II. Caminha com limitações; III. Caminha usando um dispositivo de mobilidade portátil; IV. Auto-mobilidade com limitações, pode usar mobilidade motorizada; V. Transportado em cadeira de rodas manual; 108 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 109 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 110 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional e avaliação subjetiva global (ASG) em pediatria 111 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional - ASG • Aplicação relativamente simples e ágil, • Método não invasivo e de baixo custo, • Instrumento essencial para que os profissionais da área conheçam as condições de saúde dos pacientes pediátricos imediatamente após sua admissão no setor de internação. • A definição da complexidade do atendimento, é preconizada em até 48 horas do momento de sua admissão hospitalar, pois as crianças expressam os sinais clínicos da deficiência nutricional mais acentuada e rapidamente do que os adultos. • Isso se deve à acelerada fase de crescimento e desenvolvimento, que exige maior demanda energético-proteica, além das crianças serem mais sensíveis às variações de oferta de nutrientes (Dornelles et al.2009; Prado et al.2010; Hulst et al.2010) 112 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional - ASG • Aplicação relativamente simples e ágil, • Método não invasivo e de baixo custo, • Instrumento essencial para que os profissionais da área conheçam as condições de saúde dos pacientes pediátricos imediatamente após sua admissão no setor de internação. • A definição da complexidade do atendimento, é preconizada em até 48 horas do momento de sua admissão hospitalar, pois as crianças expressam os sinais clínicos da deficiência nutricional mais acentuada e rapidamente do que os adultos. • Isso se deve à acelerada fase de crescimento e desenvolvimento, que exige maior demanda energético-proteica, além das crianças serem mais sensíveis às variações de oferta de nutrientes (Dornelles et al.2009; Prado et al.2010; Hulst et al.2010) 113 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 114 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia • Todos os pacientes internados nas unidades pediátricas deverão fazer a triagem nutricional. • Os procedimentos de avaliação e terapia nutricional (medidas antropométricas e orientações dietéticas) serão realizados de acordo com o resultado da triagem. • Já existem instrumentos validados e universalmente aceitos a fim de identificar o risco nutricional em adultos. • Pediatria, embora já existam ferramentas para a triagem nutricional, ainda não há um consenso sobre qual é a ideal. Triagem nutricional - ASG 115 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional - ASG • Nutrition Risk Score (NRS)* • Pediatric Nutritional Risk Score (PNRS) • Screening Tool for the Assessment of Malnutrition in Paediatrics (STAMP) • Subjective Global Nutritional Assessment (SGNA) • Pediatric Yorkhill Malnutrition Score (PYMS) • Screening Tool for Risk Of impaired Nutritional Status and Growth (STRONGkids) Utilizam um sistema de pontuação para dividir o risco nutricional em três grupos (baixo, moderado e alto risco) 116 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional - ASG 117 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia Triagem nutricional - ASG 118 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia 119 Avaliação Nutricional do Nascimento à Adolescencia
Compartilhar