Coberturas para queimaduras

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Thaynara Cabreira - 003 
COBERTURAS PARA QUEIMADURAS 
Inicialmente é válido ressaltar que as feridas não são 
engessadas – não há fármacos apenas para lesão pressão – pensar 
em feridas como um todo. 
A escolha da cobertura é pelo ASPECTO DA LESÃO, DO TECIDO. 
Na queimadura, destaca os cuidados que devem ser feitos uma 
vez que se perde as defesas ao perder parte tecidual. 
Em lesão limpa, há curativos assépticos no qual deve ter 
cuidados para manter lesão sem contaminação - usa técnicas para 
isso. 
Deve seguir critérios a fim de escolher cobertura. Por ser 
totalmente asséptico com técnicas para evitar contaminação, 
precisa de no mínimo duas pessoas para realização. Não tem como, 
por exemplo, pessoa equipada para fazer abrir gaze e pegar soro. 
Para escolher tipo de cobertura segue critérios da maioria 
das lesões. 
CRITÉRIOS 
- Aspectos da ferida, tipo 
- Localização da ferida 
- Tamanho da ferida 
- Profundidade da ferida 
- Conforto do paciente 
- Custo/Efetividade – nem sempre o mais barato tem melhor 
custo – usa por mais tempo e sai mais caro do que a mais efetiva 
de maior custo. Deve pensar custo, tempo de troca e cicatrização, 
exposição, satisfação do paciente, tipo de queimadura – avaliar 
cena, colocar todos os fatores variáveis na balança. 
- Mobilidade do paciente 
BOLHAS 
Há certas queimaduras com bolhas relacionadas a lesão. 
Algumas queimaduras apresentam no segundo dia as bolhas. Para o 
paciente – NUNCA PODE FURAR. 
Se médico tiver que romper, será feito de modo estéril. 
Sempre deve lavar a lesão, a região queimada com água por no 
mínimo de 10 minutos – além de realizar limpeza, ajuda inclusive 
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a suavizar e melhorar dor. Na hora da queimadura, realiza essa 
lavagem com água corrente fria e posteriormente há certos 
critérios a serem seguidos. Na cobertura, pela alta temperatura 
do corpo com água gelada pode ter choque e hipotermia. Muitas 
vezes faz uso água morna nesse momento posterior de realização de 
coberturas. 
Evita romper as bolhas que tenham se formado, mas em caso de 
necessidade deve-se utilizar agulha esterilizada. 
Aplicar gaze com pomada com sulfadizina de prata 1% - se 
romper bolha, usa sulfa por ser bactericida e ainda previne 
proliferação de microrganismos, ajudando na cicatrização e 
evitando infecções. 
SEMPRE ASSOCIAR QUEIMADURAS COM USO DE SULFAS. 
Se houve perda de pele, houve perda da camada protetora e o 
organismo fica exposto. Então, deve-se recuperar essa barreira de 
forma provisório → utilizando coberturas e enfaixando o local com 
ataduras até ter repitelização ali. 
Após a cicatrização, para evitar que a região fique manchada 
é aconselhado passar protetor solar acima de FPS 50 e proteger 
área do sol. 
➔ Esse novo tecido epitelizado deve ser bem cuidado uma 
vez que nunca foi exposto. Usa o protetor para evitar 
novas queimaduras pela fragilidade tecidual. 
TIPOS DE COBERTURA 
TELA DE SILICONE 
- Composição: película de silicone suave unida a uma rede de 
poliamida elástica, transparente e atraumática. 
- Ação: estrutura porosa permite passaem de exsudato (se 
tiver exsudato, ele consegue passar pelos poros e ser absorvido 
pela cobertura secundária absorvente – gaze, espumas), previne 
que curativo fique aderido à ferida 
- Indicação e benefícios: feridas crônicas em geral, 
queimaduras, ulcerações, fixação de enxerto. Ela minimiza risco 
de maceração das bordas da ferida – mantém formato da pele. 
- Não possui contra-indicação 
- Aplicação e troca: 
 - Remover filme de proteção 
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 - Aplica sobre ferida mantendo alguns centímetros sobre 
pele íntegra 
 - Aplica um segundo curativo estéril (ex.: gaze) 
 - Avaliação diária para troca de curativo – sempre realiza 
troca da cobertura secundária e nisso observa a cobertura primária 
 - Presença de secreção: trocar curativo secundário e 
irrigar com soro fisiológico morno 
 - Presença de tecido de granulação: trocar curativo 
secundário e se o curativo estiver limpo, manter – pode permanecer 
por até 7 dias sem retirar e lavar. 
MALHA IMPREGNADA COM PARAFINA 
- Composição: curativo estéril composto por gaze de algodão 
impregnada com parafina. Pode ter apresentação individual em 
cartela ou rolo 
- Ação: a parafina, além de hidratar a lesão, é antiaderente. 
Assim protege lesão – impede aderência e desidratação do tecido 
de granulação 
- Indicação e benefícios: queimaduras e escaldaduras, áreas 
doadoras e receptoras de enxerto, lacerações e abrasões e úlceras 
de perna, protege e possibilita passagem de exsudato para 
cobertura secundária, pode ser recortado para tamanho adequado. 
- Não possui contra-indicação 
- Aplicação e troca: 
 - Aplicação é sobre leito da lesão 
 - Oclui com cobertura secundária estéril de gaze, compressa 
seca 
 - Trocar curativo secundário sempre que estiver saturado 
 - Primário deve ser trocado a cada 24h em lesões infectadas 
 - Primário a cada 48-72h nas demais lesões 
 - Nunca deixar a gaze parafinada secar no leito da ferida 
MEMBRANAS OU FILMES SEMIPERMEÁVEIS 
- Composição: são filmes de poliuretano, transparentes, 
semipermeáveis, aderentes a superfícies secas 
- Ação: mantém ambiente úmido e favorável a cicatrização, 
apresentam permeabilidade seletiva e é impermeável a fluidos e 
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microrganismos (são filmes que dificultam passagem de certas 
bactérias para dentro da lesão). 
- Indicações e benefícios: lesões superficiais de 
queimaduras, fixação de cateteres, escoriações, incisões 
cirúrgicas, permite visualizar a ferida e não requer cobertura 
secundária. 
- Contra-indicação: feridas com muito exsudato, infectadas 
e em casos de hipersensibilidade 
- Aplicação e troca: 
 - Troca deve ser feita quando membrana perder sua 
transparência ou em sinais de infecção. A membrana pode permanecer 
por até 7 dias. 
 - Pode ser usado como curativo secundário 
Obs.: Na retirada deve ter cuidado para não desbridar – nunca 
deve retirar puxando. Vai descolando até sair. 
SULFADIAZINA DE PRATA 
- Composição: sulfadiazina de prata 1% hidrofílico 
- Ação: exerce ação bactericida e bacteriostática residual 
pelas pequenas quantidades de prata iônica 
- Indicação: muito comum uso em queimaduras, lesões 
infectadas ou com tecido necrótico 
- Contra-indicação: casos de alergia a sulfa - é essencial 
conhecer substitutos. 
- Aplicação e troca: 
 - Utiliza somente com indicação e prescrição médica 
 - Aplicar camada fina do produto, colocar gaze de contato 
umedecida com SF e cobrir com cobertura secundária estéril 
 - Permanecer por no máximo 12h ou quando saturar 
Obs.: o uso indiscriminada pode causar citotoxicidade e levar 
a resistência microbiana. 
Geralmente são primeira opção pela função bactericida e 
impedir que haja proliferação de microrganismos. 
O custo benefício é barato. 
Obs.: Deve trocar a cada 12 horas – as vezes paciente não 
está aguentando. Se ele não está aguentando e apresenta alta 
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quantidade de ASC queimada, deve proporcionar conforto – ir para 
centro cirúrgico – sedação e etc. Também não pode ficar em quartos 
coletivos, pelo menos no início do tratamento. 
MALHA DE COMPRESSÃO 
A malha de compressão não provoca cicatrização, mas sim tem 
como objetivo limitar o crescimento cicatricial, o que determina 
qualidade da cicatriz no futuro → ela faz compressão que não 
permite elevação tecidual – inibe queloide e faz cicatrização mais 
correta. 
Do momento em que se inicia a cicatrização até maturação da 
cicatriz é um processo de mais ou menos 2 anos →recomendável que 
nesse período faça uso da malha de compressão. 
Quando há grande queimadura, especialmente de área de grande 
importância, o uso dessa cobertura é fundamental. 
Obs.: Quando fica frouxa, alarga, deve realizar troca – perde 
função. 
ENXERTOS DE PELE 
Enxerto de pele é um procedimento cirúrgico que envolve a 
remoção da pele de uma área do corpo a fim de movê-la ou 
transplantá-la para área distinta do corpo. Essa cirurgia é feita 
se parte do corpo tiver perdido cobertura protetora por 
queimaduras, ferimentos ou doenças. 
Realiza-se em hospitais – a maioria utiliza anestesia geral 
→ paciente não sente dor. 
Obs.: Há atualmente pele artificiais – para cicatrização. 
Há situações que precisam de enxerto – nelas, se não fizer 
uso desse artifício, não haverá cicatrização e granulação correta. 
Foto – parte mais 
vermelhinha – um local que não 
foi epitelizado. Pode estar assim 
por não usar a tela – mantem 
umidificado sem aderir a pele. 
 
Deve ter cuidado com enxerto – deve ter todo critério e 
cuidado na realização das coberturas. Ele não deve ficar exposto. 
IMPORTANTE 
Deve-se ficar atento aos sinais de infecção. 
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- Olha-se coloração da ferida – é queimadura, é lesão com 
aspectos de qualquer lesão – deve avaliar se há tecido granulado, 
se há tecido necrosado e morte tecidual. EM algumas situações não 
precisa de raspagem profunda. 
 - observar se mudou de cor para vermelho, marrom ou preto; 
observar se há descoloração verde ou camadas de gordura abaixo ou 
ao redor da lesão 
- Procurar medico se não houver cura após várias semanas. 
Esse pode ser um sinal de complicações, infecções ou de ferida 
mais séria. Deve-se estar atento aos seguintes sinais: 
 - Calor 
 - Sensibilidade 
 - Endurecimento do local da ferida 
 - Febres de mais de 39ºC ou temperatura corporal abaixo de 
36,5ºC 
SÃO SINTOMAS DE INFECÇÕES GRAVES. 
OBS.: No cuidado do paciente queimado, PRECISA DE LOCAL FRIO 
PARA INIBIR PROLIFERAÇÃO DE MICORGANISMSO E USA MANTA TERMICA PARA 
MANTER TEMPERATURA 
- Retira roupas e acessórios – vítima pode ser imediatamente 
transferida para CTQ. Remove roupas ou acessórios que possam 
comprimir corpo, visto que este pode inchar (nas primeiras 48h há 
muita perda de líquido e edema – roupa pode garrotear) 
INDICAÇÕES PARA TRANSFERÊNCIA: idade, ASC, grau, etc. 
- Verificar sinais vitais e fornecer oxigênio: para todas as 
queimaduras graves, deve-se fornecer 100% do oxigênio por 
intubação. Os sinais devem ser monitorados imediatamente para que 
estado atual do paciente seja avaliado e um plano específico seja 
traçado. 
Obs.: Em queimaduras já preserva vias aéreas visto que 
tendência e de rebaixamento. NÃO ESPERA HIPOXIA E LESÃO 
NEUROLOGICA 
- Reidrate a vítima: perda de fluidos deve ser substituído 
com solução intravenosa pelo cálculo de infusão. Escolhe tipo de 
solução para reposição com base na queimadura da pessoa. 
- Aplique antibióticos e medicamentos para dor: dê 
medicamentos analgésicos (ajuda a lidar melhor com sintomas) e 
antibióticos para evitar infecções (linha principal de defesa do 
corpo, a pele, está comprometida) 
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Obs.: deve-se ter em mente que a dor é muito forte – se 
necessário, usar até morfina. 
- Ajuste da dieta do paciente: recomende uma alimentação 
rica em calorias e proteínas. Ajuda a nutrir o corpo com energia 
vital e proteínas necessárias para reparar todas as células 
danificadas pela queimadura.