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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE PROJETO, PATRIMÔNIO, HISTÓRIA E TEORIA TEORIA I __________________________________________________________________________ Professora: Carina Folena Aluna: Glaucy Hellen Herdy Ferreira Gomes Matrícula: 201333097 Atividade 2 Para fazer uma análise acerca da leitura de Atmosferas de Peter Zumthor é preciso, anteriormente, analisar em si mesmo o que significam os conceitos definidos por ele como indicadores da “qualidade arquitetônica”. Confesso que Zumthor toca profundamente em muitas (para não dizer todas) as dúvidas acerca do tema que são pertinentes na cabeça de todo jovem graduando em arquitetura. A primeira fala dele, que diverge totalmente com o que costumamos pensar é, que uma arquitetura boa e de qualidade não é aquela que está nas revistas hoje ou que permanecerá nas revistas daqui a 20 ou 30 anos... uma arquitetura (que ele chama de obra) de qualidade é aquela que toca o ser humano em todos os seus sentidos físicos, emocionais, racionais e espirituais. O autor também tange a questão de que outros segmentos artísticos como música, pintura ou escultura são as mencionadas quando falamos em percepção emocional, mas que esse sentimento também existe em relação à arquitetura - não tão forte como nas outras artes. Pude relacionar claramente este ponto com a leitura de Zevi, onde fala que a arquitetura não é reconhecida como uma arte sozinha, sem ser comparada com outra arte, mas Zumthor faz uma comparação brilhante no sentido de mostrar que em certos casos – seja na música, no teatro, na poesia e na arquitetura – em que nosso sentido pensa imediatamente se gosta ou não; essas situações são as atmosferas, são o que nos fazem gostar ou não de algum lugar ou alguma coisa instintivamente. Ao longo do seu texto, Zhumtor relata suas percepções a partir do processo de criação da atmosfera perfeita para uma arquitetura de qualidade. É um fato de que cada um dos 12 pontos colocados pelo autor são de caráter individual, cada um pensa aquele ponto como essencial ou não, mas colocado de uma maneira diferente de pessoa para pessoa. Apesar do individualismo, é incrível perceber como todos os pontos são importantes para nós (do ponto de vista de usuários da arquitetura) quando qualificamos um local que nos agrada e nos faz sentir bem – resumindo, a atmosfera daquele lugar. Em geral, posso concluir que a leitura foi de importância incomensurável para minha formação como arquiteta, já que toca em muitos dos meus “monstros” no momento da concepção projetual. Zhumtor esclarece bem aquilo que ouço sussurrar em meus ouvidos a cada projeto, mas deixa a complexidade da criação da atmosfera ainda mais presente na minha mente, como um mistério a ser desvendado. Conceber um bom projeto pensando em todas as suas especificidades e ainda imaginar como serão os sons daquele local, ou como a luz entrará nele e ainda como será a temperatura dele são ainda grandes barreiras que serão (ou não) vencidas com o tempo, a experiência e a paixão pela arquitetura.
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