Buscar

A Relevância do Uso de Jogos e Brincadeiras como Recurso Pedagógico para o Desenvolvimento da Criança

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

A Relevância do Uso de Jogos e Brincadeiras como Recurso Pedagógico para o Desenvolvimento da Criança.
(Página 2)
	
	RESUMO:
O presente trabalho discute a utilização do lúdico na educação infantil.  Tem como objetivo analisar o uso dos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico de maneira que contribua para o desenvolvimento das crianças. Constituiu em uma pesquisa bibliográfica com base na análise documental. É subsidiado nos estudos de Ariès (1981), Brougère (1998), Huinzinga (2010), Kischimoto (2003), Vigotsky (1998), Bomtempo (2009) dentre outros que foram relevantes para a realização deste trabalho. A intenção é chamar atenção dos educadores para a utilização dos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico visando o pleno desenvolvimento das crianças através do brincar.
1 INTRODUÇÃO
Na sociedade sempre houve significativas mudanças, no dia a dia, nos costumes das pessoas e também das crianças, porém com o advento do capitalismo essas mudanças ocorrem de forma assustadora, no qual é dado o valor maior ao TER do que ao SER.  Com isso cresce a necessidade dos pais trabalharem mais para possibilitarem aos filhos uma vida melhor (e por isso não têm tempo de jogar e brincar com as crianças e quando têm, querem descansar); a correria desenfreada para preparar precocemente as crianças para o mundo do trabalho (cursos de inglês, espanhol, informática...); as novas tecnologias que fazem os brinquedos diferentes e mais interessantes, que acabam impossibilitando o contato com outras crianças (é apenas a criança e o jogo do computador; do videogame; do celular, e mais ninguém).
E a utilização dos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico podem contribuir para o desenvolvimento das crianças, já que levando esse recurso para o aspecto social, é de grande valia mencionar que esse recurso favorece aspectos que a criança precisará ao longo de sua vida, como: aprender a resolver problemas, respeitar regras, interagir socialmente, desenvolver sua autoconfiança, ter empatia. O que se percebe na atual sociedade é que as crianças brincam cada vez menos por inúmeros motivos: por ter que trabalhar, por ter que estudar para tirar notas altas, por não ter com quem brincar, dentre inúmeros motivos, diante disso os infantes estão crescendo com agressividade, estressados, individualistas, egoístas e até depressivos, ocasionados muitas vezes pela ausência do brincar na infância que é a atividade mais natural de agir e se expressar.
E no aspecto educacional fazem parte do processo de formação do ser humano, isto porque através da observação de uma criança brincando é possível descobrir o estado de anímico, o temperamento, o desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo; dessa forma facilitará o trabalho pedagógico dos professores de forma eficiente ajudando seus pequeninos a crescerem sem nenhum prejuízo.
2 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A palavra lúdico é de origem latina ludus que quer dizer jogo e brincar, neste último está incluído jogos, brinquedos e divertimento. Huinzinga (2010) estudou o jogo em várias culturas, concebendo-o como fenômeno cultural; nas suas pesquisas procurou mostrar que o lúdico sempre esteve presente nas diferentes culturas, através do jogo, da arte, da diversão e de outras manifestações humanas, para ele é no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve.  Neste contexto percebemos que o lúdico sempre esteve presente na humanidade, e que os jogos podem aparecer de forma diferente dependendo do contexto social que está inserido e o sentido que a sociedade lhe atribui. Desse modo Kischimoto (s/d, p.108) nos revela que "[...] cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se expressa por meio da linguagem".
Os jogos e as brincadeiras como elementos lúdicos, apesar de serem artefatos sempre presentes na humanidade, não tinham a conotação que se têm hoje, já que eram considerados como frívolos e sua finalidade se restringia apenas à recreação, não levando em conta sua rica contribuição para a aprendizagem das crianças, já que, através deles elas têm a oportunidade de se expressarem, de assimilarem conhecimentos e de construírem sua realidade.
Atualmente já existe a preocupação de aproximar o lúdico à educação, por considerar que o brinquedo, as brincadeiras e os jogos fazem parte da essência da criança, e que através deles elas podem pensar, criar, simbolizar e aprender, fazendo com que  as atividades lúdicas  tenham sentido e significado. Huinzinga (2010) define o lúdico como ilusão e simulação, na qual a criança é capaz de simular um outro mundo só para ela, onde ela pode desenvolver suas diversas fantasias.
Na creche a ludicidade é essencial para a criança, já que proporciona um ambiente agradável e prazeroso, dessa forma é mais interessante para criança aprender brincando, e através desse recurso é possível propiciar uma aprendizagem espontânea e natural.  Para Santos e Cruz (1997, p. 12)
[...] O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
A educação por meio do lúdico, de acordo com Santos (2006), propõe-se a um novo paradigma, o de aprender brincando, inspirado numa concepção de educação para além da instrumentalização.  Já passou a época em que as brincadeiras eram trabalhadas separadas das atividades pedagógicas, uma vez que os jogos e as brincadeiras também desempenham a função educativa, desde que sejam planejadas dentro do sistema de ensino.
Entende-se que educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. Educar é um ato consciente e planejado, é tornar o indivíduo consciente, engajado e feliz no mundo. É seduzir os seres humanos para o prazer de conhecer. É resgatar o verdadeiro sentido da palavra "escola", local de alegria, prazer intelectual, satisfação e desenvolvimento (DALLABONA; MENDES, 2004, p. 110).
Para alcançar esse objetivo é preciso que as instituições de educação infantil, juntamente com o corpo docente repensem sua prática educativa, que dêem importância às atividades lúdicas, uma vez que para a criança o brincar é primordial, e esse direito é garantido na Declaração dos Direitos das Crianças (1959), quando se refere que toda criança terá oportunidade de brincar e se divertir, visando os propósitos mesmos da sua educação, e que caberá a sociedade e as autoridades públicas esforçarem-se para promover o gozo deste direito.
Na educação infantil, em especial na creche, comprova-se a influência positiva das atividades lúdicas em um ambiente aconchegante, desafiador, rico em oportunidades e experiências para o crescimento sadio das crianças, como também uma forma de suprir suas necessidades biopsicossociais, e garantir condições para desenvolver suas habilidades. Assim, as creches que valorizam as atividades lúdicas, ajudam a criança a formar um bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos das crianças respeitados.
2.1 Jogos e brincadeiras: um baú de metáforas
Nos estudos sobre infância, Ariès (1981) identifica na iconografia de tempos passados a presença de jogos e brincadeiras, como meios que a sociedade dispunha para divertimento da vida social e para estreitar os laços coletivos; as crianças participavam dessas festas, ritos e brincadeiras juntamente com os adultos.  Ficando claro que não existiam brincadeiras ou jogos de crianças ou de adultos, mas simplesmente brincadeiras e jogos, dos quais todos participavam, já que eram comuns a todas as idades e a todas as classes sociais.
As pesquisas desse autor evidenciam que a diferenciação de gênero era menos nítida, ambos os sexos usavam o mesmo traje, uma espécie de vestido (não havia vestimentas diferenciadas para as crianças), e que a brincadeira com bonecas era comum a meninos e meninas. Aindacomplementa que homens, mulheres e crianças brincavam de cabra-cega, guerra de bolas de neve, jogos de salão, como os de rima e de mímica, ouviam os contos de fantasmas, lobisomens e do Barba, Azul, diante dos quais as crianças ficavam apavoradas. Assim, ressalta Ariés (1981, p.50)
[...] Numa tapeçaria do início do século XVI, alguns camponeses e fidalgos, estes últimos vestidos de pastores, brincam de uma espécie de cabra-cega: não aparecem crianças. Vários quadros holandeses da segunda metade do século XVII representam também pessoas brincando dessa espécie de cabra-cega. Num deles aparecem algumas crianças, mas elas estão misturadas com os adultos de todas as idades: uma mulher, com a cabeça escondida no avental, estende a mão aberta nas costas. Luiz XIII e sua mãe brincavam de esconde-esconde. Brincava-se de cabra-cega na casa de Grande Mademoiselle, no Hotel de Rambouillet. Uma gravura de Lepeautre mostra que os camponeses adultos também gostavam dessa brincadeira.
Muitos pintores retrataram em suas obras, imagens de crianças brincando e jogando, algumas com a participação de adultos. Pieter Bruegel (1525-1569), um dos maiores pintores flamengo do século XVI, talvez fixasse em um único quadro todos os jogos infantis que conhecia, daí o nome da obra "jogos infantis". Ele gostava de narrar episódios da vida cotidiana, paisagens e pessoas; nas imagens é perceptível que os indivíduos divertiam-se com objetos simples: paus, chapéus, aros, entre outros. Neste mesmo quadro, segundo um investigador curioso, não há menos que 84 brincadeiras. Vale destacar que não conseguimos diferenciar os adultos de crianças, visto que todos têm a mesma veste, porém há algo interessante nesta obra, apesar de estarem envolvidas na arte de brincar, não há expressão de alegria ou satisfação nos seus rostos, como se estivessem apenas se ocupando de mais uma atividade.
Vários jogos, brincadeiras e divertimentos eram praticados pelas crianças e pelos adultos, mas gradativamente começaram a sofrer atitude moral conflitante.  Por um lado era aceito pela grande maioria da população, e por outro era recriminado e proibido pelos moralistas e pela Igreja, pois associavam aos prazeres carnais, ao vício e ao azar. No entanto, essa atitude de reprovação absoluta modificou-se ao longo do século XVII, principalmente sob influência dos jesuítas.
Os humanistas do Renascimento perceberam as possibilidades educativas dos jogos, e de acordo com Ariés (1981, p. 65) "[...] foram os colégios jesuítas que impuseram pouco a pouco às pessoas de bem e amante da ordem uma opinião menos radical em relação aos jogos [...]". Então passaram a considerar que os jogos e as brincadeiras poderiam ser usados como forma de preservar a moralidade dos infantes, mas tinha uma condição, seriam proibidos os que eram considerados maus e recomendados àqueles considerados bons, dessa forma tornaram-se meios de educação tão apreciável quanto os estudos.
Porém, é no Romantismo que as relações entre jogos e educação se constroem, retomada pela psicologia nascente, já que antes os jogos eram caracterizados como não sérios e uma atividade fútil, portanto, na revolução romântica, descobrem valores educativos, e, consequentemente, fazem deles uma atividade séria, pelo menos para criança. É neste mesmo contexto que começa uma nova concepção da criança e sua natureza.
Vale destacar que os trabalhos de estudiosos como Comenius (1593), Rousseau (1712) e Pestalozzi (1746), na Europa, contribuíram para um novo sentimento de valorização da infância, baseada numa concepção idealista e protetora da criança, na qual desenvolveram propostas baseadas na educação dos sentidos para os pequeninos com o uso de brinquedos e centradas na recreação. Em virtude disso inicia-se à elaboração de métodos próprios para educação infantil, seja ela em casa, seja em instituições específicas para tal fim (WAJSKOP, 1995).
Alguns pedagogos de acordo com os pensamentos de sua época contribuíram para pesquisas a respeito das crianças, legando grande contribuição à educação, tais como: Friedrich Froebel (1782-1852), Maria Montessori (1870-1909) e Ovide Décroly (1871-1932). Com Froebel a educação era baseada no brincar.  Os médicos que o sucederam e se tornaram os primeiros pedagogos da educação pré-escolar a romper com a educação tradicionalista, propuseram uma educação sensorial, fundamentada em jogos e materiais didáticos.
Friedrich Froebel ficou conhecido como o formador da criança pequena, viveu numa época de transição sobre a concepção da criança, e teve sua participação na área pedagógica quando abriu o seu primeiro jardim de infância, no qual dedicou sua vida a elaboração de métodos e equipamentos para tais instituições infantis. Preconizava a idéia de atividade e liberdade, inspirava-se no amor à criança e na natureza.  Defendia o desenvolvimento da criança, como também as fases do crescimento, dizia que a infância é o período que a criança deve ser protegida pelos pais, pois ela é dependente (NICOLAU, 1987).
Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo, na atividade lúdica, já que era o primeiro recurso no caminho da aprendizagem, não apenas para diversão, mas para um modo de criar representações do mundo concreto com a finalidade de entendê-lo, também se preocupou em arquitetar recursos sistemáticos para as crianças se expressarem, tais como blocos de construção, papelão, papel, argila, serragem, entre outros materiais usados para estimular a aprendizagem dos pequeninos. "Assim, os jardins de infância frobelianos incluem jogos nos quais se permite às crianças uma livre exploração, oferecendo apenas o suporte material e jogos orientados nos quais há clara cobrança de conteúdos a adquirir" (KISCHIMOTO, 2007, p. 103).
No entanto, não se pode negar a grande contribuição deste educador para a educação infantil que temos hoje, tanto no que diz respeito à concepção de infância como também os métodos e materiais pedagógicos essenciais para o desenvolvimento da criança.
Os jardins de infância frobelianos inspiraram vários países, teve aprovação de muitos educadores, mas também foi criticado e condenado por outros, principalmente por defender um ensino sem obrigações, pois considerava que o aprendizado depende dos interesses de cada um e se faz por meio da prática. Para tanto Froebel defendia que deveria deixar a criança livre para expressar seu interior e professar seus interesses, de acordo com Kischimoto (2007) os jogos frobelianos envolvem movimentação das crianças, e que o desenvolvimento livre tem efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral.
Maria Montessori, uma médica italiana, se tornou um dos principais nomes da história da educação moderna, se destacou pela criação da Casa dei Bambini ou casas de crianças.  Seus ideais influenciaram o início da revolução educacional, que a partir de então começa a "[...] mudar a forma de tratamento e a compreensão das crianças pelos adultos e até o tipo de brinquedos que possuía em casa" (POLLARD, 1993, p.10). 
Destacou-se por se dedicar a educação das crianças anormais, como também pelos seus materiais pedagógicos voltados para estimulação sensorial e intelectual.
Assim como Froebel, Montessori também acreditava na educação livre e natural da criança, de acordo com Pollard (1993) Montessori argumentava que as crianças sabiam mais do que ninguém como deviam ser ensinadas, e que a criança deveria ser estimulada a aprender ao ar livre.
O método montessoriano ficou conhecido e se espalhou no mundo todo, ela era convidada a ministrar palestras para formação de docentes. No seu país de origem esse método se tornou oficial nas escolas públicas, toda a Itália planejava suas escolas de acordo com essa técnica, Pollard (1993, p. 42) corrobora dizendo que "[...] Maria Montessori era cada vez mais convidada para dar palestras e abrir novas Casas das Crianças. Isso significava que mais gente treinada em seu método seria necessária para trabalhar [...]'.
Como mencionado, Montessori dedicou-se a educação das crianças deficientes,porém seu método se espalhou e foi trabalhado também com crianças normais, sua grande contribuição para educação infantil que se tem atualmente foi em relação à diversidade dos materiais pedagógicos e dos jogos educativos adequados à criança.
Todos os materiais eram brilhantes, em formas geométricas e talhadas para as pequenas mãos infantis. A qualidade dos blocos, xilofones, pedras de contar, cilindros e tabletes devia garantir-lhes resistência ao uso constante. Permite-se às crianças fazer suas próprias descobertas com o material que escolhessem [...] (POLLARD, 1993, p. 40).
Outra grande contribuição que é utilizada até os dias atuais é sobre a mobília no ambiente da educação infantil, que deveria ser leve para que as crianças conseguissem mudar de lugar, cadeiras e mesas adaptadas ao tamanho dos infantes, materiais pedagógicos projetados de forma que a criança tenha acesso para fazer suas escolhas. Desta forma, para Montessori, "a sala ideal também deve ter na parede lousas baixas para o uso das crianças e ser agradável, adornada com quadros, plantas e flores. No chão tapetes, para as crianças se sentarem" (POLLARD, 1993, p. 47).
Ovide Decroly foi outro médico que se destacou no âmbito da educação, por defender as condições do desenvolvimento infantil, e por modificar a maneira de aprender e ensinar de acordo com a psicologia da criança.  Para ele o processo de aprendizagem não se limitava apenas à sala de aula, em tudo que a criança fazia poderia surgir uma aprendizagem significativa. Assim Nicolau (1987, p. 35) nos revela como esse processo poderia ocorrer.
[...] De algo simples para a criança, como comer, poderia surgir o estudo da alimentação, a origem e classificação dos alimentos, preços, quem os produz e onde, como são preparados. E de acordo com a curiosidade infantil e o desenvolvimento dos alunos, surgirão noções de geografia, ciências, história, higiene, cálculo, redação de desenho [...]
Dessa forma percebe-se que para Decroly a sala de aula está em toda parte: na cozinha, no jardim, no museu, na fazenda, na loja, nos passeios, dentre outros lugares que a aprendizagem poderia surgir. Também teve sua parcela de contribuição para educação infantil ao utilizar materiais pedagógicos neutros tais como: água, argila, botões, carretéis, e jogos que estimulassem o desenvolvimento da percepção, motricidade e raciocínio.  Assim como os de Froebel e Montessori, seus materiais foram aceitos no mundo todo, inclusive no Brasil.
Os ideais desses educadores contribuíram para o movimento da escola nova na Europa, visto que foi um grande marco para educação dos pequeninos, em virtude de haver uma preocupação com a natureza psicológica da criança, como também com seu desenvolvimento.  Na América o precursor desse movimento foi John Dewey, que concebia a infância como época de desenvolvimento e crescimento, que envolvesse o físico, o emocional e o intelectual.
No Brasil os ideais escolanovistas só começam no século XX, no qual ocorrem grandes reformas educacionais como fruto de um novo ideário, dentre essas mudanças ocorridas na educação, o jogo educativo adentra as instituições de educação infantil.  Diante desse cenário, segundo Kischimoto (2007), nosso país teve a oportunidade de conhecer, através do trabalho de Antipoff, importantes personalidades representantes da psicologia como Mira e Lopes, Claparède, André Reys, Pierre Janet, Pierre Bovet, Pieron e outros que ajudaram a difundir novos estudos na área de psicologia infantil, inclusive sobre o jogo infantil.
Além disso, de acordo com a mesma autora, os estudos nessa época sobre os jogos, evidenciam a nítida diferenciação de gênero, já que havia ausência de meninos nos jogos de faz de conta que envolvia brinquedos de bonecas, jogos de imitação (mãe e filha), fazer comidinha, dentre outras manifestações, por outro lado nas brincadeiras de carrinhos, trens e automóveis, existia a ausência de meninas.  E essa diferença de gênero no lúdico se deu devido a uma construção cultural e se consolidou na sociedade capitalista.
Ainda no século XX o artista brasileiro Orlando Teruz retratou em uma de suas obras "cabra cega", essa diferenciação, quando mostrou que essa brincadeira é praticada apenas por meninas, sendo que em outros tempos era uma esfinge que ambos os sexos participavam. Outro artista brasileiro, João Candido Portinari, retratou em sua obra "Jogo de futebol em Brodósqui" a participação somente de meninos, deixando nítida a ausência do sexo feminino neste tipo de brincadeira.
Os escolanovistas brasileiros como Fernando de Azevedo (1894 -1974), Lourenço Filho (1897-1970), Anísio Teixeira (1900-1971), e outros vinculados ao movimento dos Pioneiros da Escola Nova, destacaram o papel dos parques infantis, tendo a recreação como uma de suas metas, já que o jogo nesse ambiente também proporcionaria um desenvolvimento físico, cognitivo e social. Vale destacar que segmentos envolvidos com esse movimento, como a Associação Brasileira de Educação no Rio de Janeiro divulgou em 1938 um documento sobre os objetivos dos jogos educativos. Nas palavras de Kischimoto (2007, p. 111), "[...] para o grupo, os brinquedos educativos tinham seu valor pelo poder de desenvolver hábitos e não pela conquista do conteúdo escolar [...]", tendo em vista que os jogos educativos não se limitavam apenas à aquisição do conhecimento sistemático, mas também ao desenvolvimento da criança.
Nesse sentido, a recreação na visão dos escolanovistas brasileiros discorda daquela emitida pelos filósofos gregos, de uma diversão descompromissada. Por outro lado não se trata de jogo livre que acontece nas ruas, nos quintais e praças, expostos por folcloristas. Mas de uma recreação com sentido de atividade orientada na busca de objetivos. Não objetivos relacionados à aquisição de conteúdos, mas ligados ao desenvolvimento físico, cognitivo e social, já que busca formar o corpo e, conjuntamente com habilidades cognitivas, morais e sociais.  (KISCHIMOTO, 2007).  Assim a recreação é entendida como um espaço para a criança expressar, criar e desenvolver suas habilidades.
Não se pode deixar de enfatizar a grande influência e contribuição do Movimento da Escola Nova para a educação das crianças que temos hoje, já que concebia a infância como época de crescimento e desenvolvimento, e que a utilização dos jogos e brincadeiras estimula e atende as necessidades e interesses da criança. Kischimoto (2007, p. 106), cita a fala de uma professora influenciada pelos princípios da Escola Nova
A criança procura o jogo como uma necessidade e não como distração [...]. É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas e más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos, que ela executa.
2.2 Jogos e brincadeiras como recurso pedagógico para o desenvolvimento da criança
Entre os autores que discutem jogos e brincadeiras na educação, encontramos Brougère (1998), Kischimoto (2009), Bomtempo (2009), Vigotski  (1998) e muitos outros. Vale ressaltar que alguns desses autores utilizam os termos jogos e brincadeiras como categorias similares.
Kischimoto (2009) define três relações entre jogo infantil e educação, antes da revolução romântica; o primeiro se refere à recreação, no qual era utilizado apenas como meio de relaxamento e de diversão; segundo referente ao uso de jogos para favorecer o ensino de conteúdos escolares, no qual tinha o objetivo de divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de várias disciplinas; já o terceiro correspondia ao diagnóstico da personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino às necessidades infantis, no qual procurava a melhor maneira para garantir a aprendizagem.
Por muito tempo o lugar dos jogos e das brincadeiras era limitado apenas à recreação das crianças nas creches, e ainda hoje pode se encontrar preso a esse espaço, de tal modo que acaba descaracterizando a rica contribuição que esse recurso oferece ao desenvolvimento dos pequeninos. Neste sentidoBrougère (1998, p. 55) destaca que "[...] associar jogo e educação equivalerá a romper a oposição construída em torno do modelo de recreação".
Para esse autor, no jogo educativo é preciso conciliar a presença do jogo com a necessidade da criança, já que deve ser trabalhado de maneira que prepare as suas faculdades física, intelectual e moral, propondo atividades que lhes agrade, que sejam alegres e que tomem gosto. Ele ainda enfatiza que o jogo proporciona a oportunidade de observar as crianças, na qual elas revelam sua natureza psicológica real, já que mostram seu caráter natural, onde nada é fingimento ou artificial.
Ao analisar traços de jogos infantis, Kischimoto (s/d, p.122) cita Claparède (1956), dizendo que "[...] o jogo infantil desempenha papel importante como o motor, do auto-desenvolvimento e, em consequência, método natural de educação e instrumento de desenvolvimento. É pela brincadeira e imitação que se dará o desenvolvimento natural [...]".  Já que a criança (re) produz situações vividas em seu cotidiano através da imaginação e do faz-de-conta, refletindo e retratando a realidade na qual está inserida, dessa maneira os pequeninos desenvolvem o pensamento, estabelecem relações sociais, compreendem o meio, desenvolvem habilidades, conhecimentos e a criatividade.
 Desse modo, o início da vida da criança, sua ação sobre o mundo é determinada pelo contexto social em que vive e pelos objetos nele contidos. As crianças aprendem a jogar e/ou brincar dentro de um processo histórico construído, que assimilam com os outros membros de sua cultura, e suas brincadeiras são determinadas pelos hábitos, valores e conhecimentos de seu grupo social.
A brincadeira de faz-de-conta, tem lugar para o simbolismo, para representação e para o imaginário.  Onde os papéis são desempenhados com clareza, a menina vira mãe, tia, professora; o menino torna-se pai, índio, policial, e esses papéis e objetos são improvisados. Bomtempo (2009) ressalta que nesse tipo de brincadeira, pesquisas comprovam a eficácia para promover o desenvolvimento cognitivo e afetivo-social da criança.
Essa brincadeira surge com o aparecimento da linguagem, por volta de 2 a 3 anos de idade, quando a criança começa a alterar o significado dos objetos, começa a expressar seus sonhos e fantasias e a assumir papéis presentes no contexto social. O faz-de-conta não permite apenas a entrada para o imaginário, mas também as regras presentes nas brincadeiras. Vale destacar que o imaginário provém de experiências adquiridas pelas crianças em diferentes contextos (KISCHIMOTO, 2009).
O brincar criativo, simbólico e imaginário está sendo ameaçado pela interferência da indústria cultural e, consequentemente, pela falta de compreensão dessa necessidade no ambiente escolar. Tendo em vista que os brinquedos já são fabricados com determinadas regras, com instruções de como devem ser utilizados. Dessa forma tentam estabelecer certas regras que a criança deve seguir. Mas Vigotski (1998, p. 127) nos revela que "[...] a criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê [...]", como, por exemplo, um pedaço de pau, para ela se tornar uma boneca e um cabo de vassoura se transforma em um cavalo; assim a criança pode dar outros significados aos objetos e jogos de acordo com sua ação e imaginação.
Esse estudioso, ao se referir o termo brinquedo, enfatiza a atividade, ao ato de brincar, pois caracteriza que a criança desenvolve-se através da atividade de brinquedo, e que somente neste sentido é que o brinquedo pode ser considerado uma atividade condutora que desencadeia o desenvolvimento da criança.
Em relação ao brinquedo educativo, Kischimoto (2009, p. 37) nos chama atenção para algumas considerações quando eles assumem uma função lúdica e educativa
1. Função lúdica: o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente.
2. Função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.
Ainda na visão dessa autora, o uso do brinquedo/jogo para fins pedagógicos, é de grande relevância para o processo de ensino e aprendizagem, e para o desenvolvimento da criança. Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações mentais (cognitivo), à manipulação de objetos e desempenho de ações sensório-motoras (físico) e a trocas de interações (social), estará contemplando as várias maneiras de representação da criança ou suas múltiplas inteligências, assim contribuindo para a aprendizagem e para o desenvolvimento infantil.
A fantasia da criança precisa de liberdade para desenvolver suas habilidades, dando oportunidade de vivenciar o mundo, as formas e a qualidade de tudo que existe, dessa forma é preciso que o educador ouça e veja o que se expressa no brincar infantil, já que através do brincar a criança estrutura sua capacidade de julgamento, de agregar valores, princípios e regras.
Brincando e jogando, a criança aplica seus esquemas mentais à realidade que a cerca, aprendendo-a e assimilando-a [...] reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com seus desejos e interesses. Por isso pode-se dizer que através do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade (RIZZI; HAYDT, 1998, p. 15).
A importância da brincadeira para as crianças, não representa o mesmo para o adulto que a caracteriza como divertimento, recreação, ocupação do tempo livre, afastamento da realidade.  Pelo contrário, para os pequeninos o brincar não é ficar sem fazer nada, mas é uma atividade de caráter sério, que possibilita o desenvolvimento de potencialidades, descobrem papéis sociais, limites, experimenta novas habilidades, aprende a viver e avança para novas etapas de domínio do mundo que os cerca.
O brincar para a criança é como se fosse sua linguagem secreta, e que mesmo que o professor não entenda é preciso que respeite e fique atento, para oferecer possibilidades e condições de jogos e brincadeiras que desenvolvam um canal de comunicação. Conforme o RCNEI (1998, p. 27, v. 1), a brincadeira
É uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não - brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente da brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se [...]
Portanto, é necessário que as aulas sejam recheadas de atividades lúdicas, com um ambiente agradável, e se possível que o educador se caracterize, de forma que estimule as crianças a se expressarem, a fugirem do mundo real, e serem sérias em seu mundo lúdico. Como afirma Brougère (1998, p. 147) "[...] É importante deixar a criança viver em seu universo lúdico e não fazê-la entrar à força na realidade para a qual encontrará, por si mesma, a passagem no devido momento [...]".
Umas das grandes dificuldades de se trabalhar os jogos na instituição infantil, e em especial nas creches, é o fato dos educadores já levarem pré-estabelecidas as regras que as crianças devem seguir para realizar determinada atividade, ignorando qualquer ação que os pequeninos venham a fazer, como recriarem outras formas de se expressarem. Tendo em vista que a criança tem essa capacidade de criar e recriar regras de acordo com os seus desejos e suas fantasias. Não se afirma que as atividades que envolvem os jogos sejam trabalhadas sempre de forma livre sem nenhuma intervenção do educador, pelo contrário, tem atividades que precisam dessa intervenção, mas existem outras que podem ser realizadas de forma livre, e que as crianças podem desenvolver suas habilidades.
A criança tem uma grande capacidade de desenvolver suas forças livremente, mas se impusermos tarefas demais, e se colocarmos suas forças sempre a serviço do trabalho prático, estaremos violentandoa natureza da criança. E dessa forma ela perderá o gosto pelo jogo porque não conhece mais diversão nele.  Vale destacar que é um recurso que oferece à criança bons meios de desenvolver suas faculdades intelectuais e sensitivas (BROUGÈRE, 1998).
Brincar é um importante recurso pedagógico que estimula e desenvolve as funções mentais superiores, as funções psicomotoras e participa no processo de construção do conhecimento, onde a criança pode assumir outras personalidades, representando papéis como se fosse um adulto, outra criança, um boneco, um animal etc., pode atribuir significados diferentes aos objetos que normalmente já possuem, envolver-se em trama ou situações imaginárias, realizar ações que representam as interações, os sentimentos e conhecimentos presentes no ambiente em que vivem. Desse modo o RCNEI (1998, p. 29, v. 1) corrobora que
[...] cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
Utilizar brincadeira/jogo no âmbito da educação infantil é conduzir para o processo de ensino e aprendizagem condições de elevar e potencializar a exploração na construção do conhecimento, a partir do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação ativa e motivadora. É também um recurso que possibilita, através da observação, constituir uma visão de desenvolvimento das crianças em conjunto ou em particular cada uma, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais.
	  
	A Relevância do Uso de Jogos e Brincadeiras como Recurso Pedagógico para o Desenvolvimento da Criança.
(Página 6)
	
	De acordo com o RCNEI (1998, v.1) é relevante que o educador tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais distintas esferas do conhecimento, em uma atividade espontânea e imaginativa. Já que o ato de brincar proporciona o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo, como também a socialização, dessa maneira se torna um instrumento importante para a intervenção da construção do conhecimento. Por isso é formidável que os educadores valorizem a ação lúdica na sua prática pedagógica, tendo em vista que o brincar é a linguagem dos pequeninos.
Nesse sentido, é interessante que seja oferecido às crianças uma variedade de situações e inovações de brincar na sala de aula, como também materiais e espaço adequado, de modo que estimule o imaginário infantil.  Vale ressaltar que o brincar pode ser associado às atividades educativas, assim ocupando lugar nos momentos de aprendizagem, com a tarefa de interagir com a criança por meio de experiências lúdicas. Assim, Dallabona e Mendes (2004, p. 111), enfatizam que
[...] as atividades lúdicas, os jogos, permitem liberdade de ação, pulsão interior, naturalidade e, consequentemente, prazer que raramente são encontrados em outras atividades escolares. Por isso necessitam ser estudados por educadores para poderem utilizá-los pedagogicamente como uma alternativa a mais a serviço do desenvolvimento integral da criança.
É importante ressaltar que, o educador assuma seu papel de autor de um currículo que privilegie as condições facilitadoras de desenvolvimento da criança nos seus diversos domínios, afetivo, social, perceptivo-motor e cognitivo, sabe-se que o lúdico é o maior aliado para uma educação de qualidade e que vai de encontro com os interesses e necessidades da criança.
3 CONCLUSÃO
Enfatiza-se que o lúdico é relevante para a educação infantil, e que a utilização dos jogos e brincadeiras como recurso pedagógico é um grande aliado para favorecer o desenvolvimento das crianças nos aspectos cognitivo, social, afetivo e motor, tendo em vista que é a manifestação mais natural dos pequeninos e que é essencial nessa fase da vida.
Ressalta-se também, que muito se tem falado sobre a utilização do lúdico na educação infantil, mas poucas mudanças aconteceram na prática pedagógica dos educadores da primeira infância, já que, muitos utilizam os jogos e as brincadeiras como recurso para passar o tempo e para recreação, não levando em conta sua rica contribuição para o desenvolvimento dos infantes.
E é neste sentido que o presente estudo buscou apresentar a relevância para uma educação infantil em que o brincar se faça presente, para que haja melhor atendimento aos pequeninos e que seus direitos sejam respeitados.
De uma forma geral a partir das pesquisas realizadas para a elaboração deste trabalho pode-se afirma que na educação infantil assim como em outros níveis de ensino, ainda há dicotomia entre teoria e prática, e que é necessário o empenho dos atores sociais envolvidos para que haja uma mudança significativa, uma vez que os documentos oficiais não são suficientes para garantir uma educação de qualidade.
5 REFERÊNCIA
ARAGÃO, Milena; KREUTZ, Lúcio. Considerações acerca da educação infantil: história, representações e formação docente. In: Conjectura, v. 15, n.1, jan./abr. 2010, p. 25-44.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
BOMTEMPO, Edda. A brincadeira de faz-de-conta: lugar do simbolismo, da representação, do imaginário. In. KISCHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.12 ed. São Paulo: Cortez, 2009. p. 57-71.
BORGES, Teresa Maria Machado. Criança em idade pré-escolar. Ática, 1994.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. De 5 de out. de 1988.
__________. Declaração dos Direitos da Criança.  De 20 de nov. de 1959.
__________. Lei n. 4 024, 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1961.  Disponível em < http://www.soleis.adv.br/>.  Acesso em: 12 abr. 2011.
__________. Lei n. 9 394. Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). De 26 de dezembro de 1996.
__________. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil: Introdução. Brasília: MEC/ SEF, 1998, v.1.
BROUGÈRE, Gilles. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes médicas, 1998.
CERISARA. Ana Beatriz. O referencial curricular nacional para a educação infantil no contexto das reformas.  Educação & Sociedade, Campinas, vol. 23, n. 80, setembro/2002, p. 326-345. Disponível em< http://www.cedes.unicamp.br> Acesso em 25 de Abr. de 2011.
HUINZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). et. al. Jogo, brinquedo, brincadeira e a
educação. 3 edição, São Paulo: Cortez, 2003.
KISCHIMOTO, Tizuco Morchida. Encontros e desencontros na formação dos     
profissionais de educação infantil. In: MACHADO, Maia Lucia de A. (org.) Encontros e desencontros em educação infantil. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2005, p. 107-115.
KUHLMANN Jr. Moyés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.
MOURA, Jónata Ferreira de. A infância como categoria histórico-social, 2009. Disponível em <http://www.pedagogia.com.br/artigos. php> Acesso em: 11 de jan. de 2011.
POLLARD, Michael. Maria Montessori. São Paulo: Globo, 1993.
RIZZI, Leonor; HAYDT, Regina Célia Cazaux. Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo: Ática, 1998.
SANTOS. Cleidiane Maurício dos. O lúdico na formação do educador- uma alternativa possível e necessária. In: HERMIDA, Jorge Fernando (org.). Educação infantil: políticas e fundamentos. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2007, p. 153-169.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Educação, arte e jogo. Petrópolis, RJ: vozes, 2006.
SANTOS, Santa Marli Pires dos; CRUZ, Dulce Regina Mesquita.O lúdico na formação do educador. In: SANTOS, Santa Marli Pires dos (org.) O lúdico na formação do educador. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 11-18.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
WAJSKOP, Gisela.O brincar na educação infantil. In: Caderno de pesquisa. São Paulo, n.92, fev. 1995, p

Outros materiais