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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
 
JANE LUCIA LINO RAIMUNDO 
 
 
 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2014. 
3 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
JANE LUCIA LINO RAIMUNDO 
 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
Projeto de Monografia apresentado 
como requisito parcial para 
obtenção de grau na disciplina de 
Pesquisa e Prática em Educação VI 
do curso de Pedagogia em EAD da 
UNESA 
Orientador: ROSARIA MARIA DE CASTILHO SARAIVA 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2014. 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução 04 
1.1. Apresentação do tema 04 
1.2. Situação Problema 07 
1.3. Questões Norteadoras . 08 
1.4. Justificativa 09 
1.5. Objetivos 10 
1.5.1. Objetivo Geral 10 
1.5.2. Objetivos Específicos 10 
1.6. Procedimentos metodológicos 11 
2. Referências Bibliográficas 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Os Direitos Humanos nos dias atuais somente tornam-se do 
conhecimento da população de forma banalizada, onde muitos apenas 
conhecem sua atuação em momento críticos, como sendo de uso exclusivo 
apenas para defender os direitos de um meliante, cuja vida se encontra em 
perigo de acordo com os artigos encontrados na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. 
 Como espectadores e vítimas dessa falta de informação, estão as 
crianças que desde pequenas já não vem sendo instruídas naquilo que são 
seus direitos e o que são seus deveres. Perderam-se os valores cívicos e 
morais que anteriormente existiam na educação. Tendo como base essa 
carência de preparo nesse aspecto, este projeto toma como problema de 
investigação a anexação de direitos humanos como disciplina ordinária 
nos anos iniciais e ensino fundamental. Assume-se a posição de que o 
problema de pesquisa, dada a sua objetividade e exatidão, requer uma 
abordagem quantitativa do tipo questionário. Tornar-se-á como objeto de 
pesquisa o universo de crianças entre a faixa etária de 9 à 14 anos, 
matriculados em áreas restritas( pública e particular) localizadas na região 
metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho de campo envolverá a utilização 
onde os entrevistados respondem a um questionário bem estruturado, 
construído por perguntas claras e objetivas responsáveis pela uniformidade do 
entendimento dos entrevistados. Para fundamentar o trabalho torna-se-á as 
contribuições de Cortella, Freire, Bittar, Alves, Severino e Pagliuca. 
 
Palavras-chave: Direitos Humanos, Escola, Crianças e Disciplina. 
 
1.1 Apresentação do Tema 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
6 
 
 Temos presenciado nos dias atuais que a maioria dos cidadãos não 
sabem e nem conhecem o real motivo em que podem e devem ser utilizados 
os direitos humanos. Deparamos-nos com momentos únicos e isolados, aonde 
a população vê a atuação da organização de Direitos Humanos. 
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das 
Nações Unidas afirma que: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência e devem agir uns 
para com os outros em espírito de fraternidade”. 
 A origem do conceito de direitos humanos é na filosofia de direitos 
naturais que seriam atribuídos por Deus. Muitos filósofos dizem que não 
existem diferenças entre os direitos humanos e os direitos naturais, e John 
Locke foi o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria. 
 Podemos avaliar que após lermos o verdadeiro significado e razão para 
que existam os Direitos Humanos, constatamos que a população quase na sua 
totalidade não compreendem o motivo de sua atuação. 
 É comum vermos sua atuação quando um meliante teve seus direitos 
desconsiderados e sua vida sendo colocada em risco de morte, mas os direitos 
humanos não servem e nem atuam somente neste momento. Um exemplo 
muito prático e objetivo são: direitos econômicos, sociais e culturais 
(exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, 
à moradia, à distribuição de renda, entre outros, fundamentados 
no valor igualdade de oportunidades). Através dessas colocações podemos 
ampliar sua utilização no meio da sociedade. 
 A proposta de anexação de direitos humanos como disciplina ordinária 
na educação é para que todos venham a ter conhecimento e entendimento 
sobre o que se é dito através da mídia, deixando para trás a falta de 
informação, passando para um estágio avançado de real discernimento sobre o 
assunto apresentado. 
 Estaremos dando a conjuntura de uma progressividade na perspectiva 
do aprendizado, e fornecendo o regresso de uma estrutura curricular mais 
ampla e abrangente nos anos iniciais e ensino fundamental. Poderemos formar 
indivíduos capazes de pensar e ponderar, onde todos formarão uma opinião 
própria e clara através do conhecimento adquirido. 
Rubem Alves traz uma visão diferente para se alcançar o aprendizado: 
7 
 
 
Desaprender, voltar e ver com o olhar de uma criança; 
retroceder e retratar o seu interior, seu reflexo, assinando 
o que se faz. Um recomeçar a aprender, uma liberdade 
para um novo aprender. (ALVES, 2012) 
 
Foi através desse pensamento que surgiu o desejo de anexar os direitos 
humanos como uma disciplina permanente no currículo escolar. Até mesmo 
porque muitos acreditam que a sua atuação só ocorra quando o indivíduo está 
tendo sua vida em risco de morte. 
Precisamos aprender os princípios básicos da Declaração Universal Dos 
Direitos Do Homem. Nos artigos 5º, 8º e 9º podemos observar que o indivíduo tem total 
proteção pelos direitos humanos, só que não são apenas esses que fazem parte deles. 
Os direitos humanos são padrões morais das quais uma ordem jurídica 
deveria se submeter quando signatária da referida carta da ONU. Enquanto, os 
direitos fundamentais são os direitos humanos efetivamente reconhecidos por 
uma ordem jurídica ou constitucional (HÖFFE, 2001, p.417). 
Já a cultura de paz é uma proposta para que as relações humanas 
sejam permeadas pelo diálogo, pela tolerância, pela consciência da diversidade 
dos seres humanos e de suas culturas. A ONU definiu cultura de paz 
na Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz , em 13 de 
setembro de 1999. 
Vivemos em um mundo voltado cada dia mais ao consumismo, ao 
status, à imagem que deve ser gerada para a população em geral. A mídia dita 
à vida e o comportamento de milhares de pessoas, dessa forma podemos 
afirmar que há uma sociedade determinante quanto à forma vivemos. 
Enfim, muitas são as situações que nos direcionam e, com isso, 
perdemos muitos dos nossos valores morais, éticos e culturais (lembrando que 
ocorre uma grande variação de acordo com a cultura regional), 
desconsiderando o direito do próximo e tomando atitudes que venham trazer 
uma transformação positiva na vida do indivíduo. Isso tudo vai contra os 
princípios de uma cultura de paz, a qual foi proposta pela ONU em 2013. 
Atualmente o que se busca é a realização material, vivemos pautados 
apenas no consumismo como forma de garantia de direitos. Os indivíduos não 
refletem a realidade a qual vivem, onde os seus direitos essenciais são 
8 
 
negados, vivemosum momento do individualismo. Onde se pensa no acesso 
de direitos para todos, e sim busca-se os direitos individuais. 
Devemos nos tratar igualmente, visando o bem estar de todos. Saber 
que todos temos direitos diversos, somos livres para aceitar nossa religião, 
valores, cultura, crenças, sexualidade, times, etc. Cabe a nós mesmos 
pregarmos uma tolerância maior ao outro, pois se não partilhamos da mesma 
crença, por exemplo, então que pelo menos haja respeito para que cada um 
conviva bem. 
Não devemos ser coniventes com as situações impostas de 
superioridade, devemos nos tratar igualitariamente, e com isso a convivência 
social terá uma melhora extremamente significativa. 
Enquanto educadores, esses são os valores que devemos ir colocando 
nos nossos alunos, de forma gradativa, para fazê-los entender que somos 
todos seres humanos, independente da classe social em que estamos, somos 
todos iguais, desde o nascimento até a morte. Temos todo o direito de 
reivindicar e lutar pelos nossos direitos, mas sem que isso atinja de forma 
negativa o outro. 
Trabalhar desde o pequeno o conceito de direito e paz veio se tornar 
essencial para a evolução do ser humano. Muitos foram os valores que se 
perderam ao longo dos anos, com a introdução da psicologia infantil nos 
meados dos anos XX, ocorreram várias perdas de valores, não discriminado o 
uso da psicologia, cuja mesma é de grande valia em sua atuação, da mesma 
forma que as pessoas não entendem e nem conhecem os direitos humanos, 
elas também não conhecem a ciência da psicologia. 
Para ser capaz de ver o homem sob tantos e tão distintos aspectos a 
psicologia se vê na necessidade de complementar seu conhecimento com o 
saber de outras ciências e áreas do conhecimento. São inúmeros os fatores 
que rodeiam a sociedade, e devido a isso podemos notar que alguns perderam 
os conceitos genuínos. Crendo serem conhecedores de tudo, passam a agir 
por conta própria, ignorando o bem estar do próximo. 
 
1.2. Situação Problema 
 
9 
 
 A preocupação com os direitos humanos está hoje refletida nos 
mandatos de quase todas as Organizações Internacionais. O respeito a esses 
direitos é percebido como indispensável para a busca dos ideais da paz e para 
a promoção do desenvolvimento. O Estado é, assim, responsável por manter 
progressos na realização dos direitos humanos mesmo em condições políticas 
e econômicas adversas, como a atual crise econômica, e não podem ser 
indiferentes a crises humanitárias que envolvam violações graves e 
sistemáticas às normas internacionais sobre o tema. 
 O foco é abordar o problema da violência policial, problematizando a 
falta de conhecimento dos mecanismos de controle social das atividades 
policiais. Compreende-se que as atuações dos direitos humanos não atuam 
somente nesse aspecto, e sim em todas as áreas. Para quebrar com esse 
paradigma é necessário que todos tenham acesso com antecedência sobre os 
direitos humanos. 
 O Estado coloca-se no papel de opressor, num lugar inatingível, que até 
mesmo as leis que regem nosso país não o atinge, essa filosofia surgiu através 
do pensamento de dois filósofos: Karl Marx e Max Weber. 
 Oprimido e opressor, dominado e dominador. São definições que já 
foram tão usadas que parecem ter se tornado rótulos muito convenientes. Não 
só na Política como na História. A culpa é de quem? De Marx? Ao contrário do 
que muitos pensam, Marx não foi um dos primeiros pensadores a falar de 
dominação. Antes dele houve pensadores, inclusive conservadores, que falam 
da dominação, muitos, aliás, defendendo a opressão. Quase contemporâneo 
de Marx, Max Weber desenvolveu quase uma tipologia das dominações (desde 
a dominação seguida de violência até a manipulação pelo carisma). 
 Portanto, a função da educação aqui é essencial, através desse conceito 
vemos a real necessidade de termos Direitos Humanos como disciplina 
ordinária incluída na estrutura curricular dos anos inicias e ensino fundamental 
 Diante desse quadro, resolvi tomar como problema de investigação para 
minha monografia: Os direitos humanos tornando crianças em seres reflexivos e 
sua importância na escola. 
 
1.5. Questões Norteadoras 
 
10 
 
As principais inquietações são: 
 O que as crianças entendem por direitos humanos? Aonde veem a 
atuação desse tema? 
 Que tipos de experiências já presenciaram a atuação da comissão de 
direitos humanos? 
 Como essas crianças e adolescentes veriam a possibilidade de aprender 
os direitos humanos como disciplina ordinária? 
 
1.4. Justificativa 
 
 Não é preciso prolongar a justificativa que demonstre a importância de 
um projeto que envolva a temática dos direitos humanos. O direito natural 
nunca deixou de existir, continuando latente no ordenamento jurídico. Quando 
o poder legislativo omite-se, o direito natural serve de embasamento para a 
proteção dos direitos humanos fundamentais. Nas sociedades, em especial o 
Brasil, essa questão tem sido colocada como um questão humanitária, visto a 
imensidão e profundidade do assunto. 
 De acordo com Pagliuca(São Paulo,2010, p. 19). 
 
Direitos humanos: elencam entes per si, como vida, liberdade, 
saúde, habitação, trabalho, mesmo porque, modernamente, 
tais direitos passaram e passam por incrível mutabilidade 
histórica. Apenas a título informativo, podemos apresentar, 
após uma combinação de conceitos, os direitos humanos 
como: aqueles direitos inerentes a todo ser humano, 
reconhecido em instrumentos jurídicos, a partir da natureza das 
coisas e que garantem, legalmente, uma identidade, livre-
arbítrio e possibilitam a todas as pessoas uma vida sem 
sofrimento imposto imotivadamente ou modo abusivo. Com 
isso, a defesa contra violações, além da resistência, pode ser 
efetuada com apoio em mecanismos judiciais. Destarte, “o 
problema fundamental em relação aos direitos dos homens, 
hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-
se de um problema não filosófico, mas político. 
 
 Podemos avaliar que após lermos o verdadeiro significado e razão para 
que existam os Direitos Humanos, constatamos que a população quase na sua 
totalidade não compreendem o motivo de sua atuação. 
11 
 
 Assim, diante dessa desumanidade efetiva, os direitos humanos não 
conseguem atingir de forma expansiva a sua atuação, mesmo sendo 
imprescindível nos dias atuais a população ainda os desconhecem. 
Nessa linha de pensamento Eduardo C. B. Bittar esclarece que: 
 
 ... a linguagem dos direitos iguais para todos se estruturou de 
modo muito mais recente em nossa identidade nacional. Ainda 
mais recente é a generalização da fala sobre os direitos 
humanos”. Os direitos humanos, no Brasil, foram efetivamente 
recepcionados [...] a partir do período da repressão, como um 
desdobramento das manifestações populares, políticas e 
estudantis, que se organizam para formar movimentos de 
protesto que vão encontrar acolhimento reivindicatório e 
justificação no interior do discurso dos direitos humanos. Desde 
então, a politização do tema permitiu a formação de uma 
cultura de pressões, que, em seu conjunto, permitiram com 
que, quando da constituinte de 1985, o debate sobre direitos 
humanos ocupasse o centro da agenda política, tornando 
constitucional a lógica segundo a qual a dignidade da pessoa 
humana (art. 1º, inc. III) deve presidir a dinâmica dos valores 
internos do texto constitucional. 
 
 Outros autores destacam também atentam para esse tema, vários 
artigos apontam para esse tipo de conhecimento da população, onde os 
direitos humanos só existem e são utilizados na criminalidade. 
 
1.5. Objetivos 
 
1.5.1 Objetivo Geral 
 
Os direitos humanos tornando crianças em seres reflexivose sua 
importância na escola. 
 
1.5.2 Objetivos Específicos 
 
 Formar cidadãos reflexivos pautados nos direitos humanos. 
 Identificar as experiências que justificam o uso dos direitos humanos 
dentro de um ambiente democrático, inclusivo e participativo. 
 Identificar a escola como um lugar de diversidade, de heterogeneidade e 
resolução de conflitos. 
12 
 
 Contribuir para a reflexão dos educadores sobre a questão dos direitos 
humanos e sua utilidade como disciplina ordinária. 
 
1.6. Procedimentos metodológicos 
 
A metodologia a ser aplicada é método empírico, cuja a mesmo, é um 
método feito através de tentativas e erros, é caracterizado pelo senso comum, 
e cada um compreende à sua maneira. O método empírico gera aprendizado, 
uma vez que aprendemos fatos através das experiências vividas e 
presenciadas, para obter conclusões. O conhecimento empírico é muitas vezes 
superficial, sensitivo e subjetivo. 
Meu trabalho será empírico, dada a sua objetividade e exatidão, requer 
uma abordagem quantitativa do tipo questionário. 
Empírico é um fato que se apoia somente nas experiências vividas, na 
observação de coisas, e não em teorias e métodos científicos. Empírico é 
aquele conhecimento adquirido durante toda a vida, no dia-a-dia, que não tem 
comprovação científica nenhuma. 
 O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que indica que todo 
o conhecimento é um fruto da experiência e por isso, uma consequência dos 
sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem, e os limites do 
conhecimento. 
Sendo uma teoria que se opõe ao racionalismo, o empirismo critica a 
metafísica e conceitos como os de causa e substância. Segundo o empirismo, 
a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tábula rasa", onde são 
gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias 
natas nem do conhecimento universal. Os autores mais importantes do 
empirismo foram John Locke, Francis Bacon, David Hume e John Stuart Mill. 
Nos dias de hoje, o empirismo lógico é conhecido como neopositivismo, 
tendo sido criado pelo círculo de Viena. Dentro do empirismo, existem três 
linhas empíricas: a integral, a moderada e a científica. 
O empirismo integral reduz todos os conhecimentos, inclusive os 
matemáticos a fonte empírica, aquilo que é produto de contato direto e imediato 
com a experiência. 
13 
 
O empirismo moderado, explica que a origem temporal dos 
conhecimentos parte da experiência, mas não reduz a ela a validez do 
conhecimento, o qual pode ser não-empiricamente válido. 
Por fim, há o empirismo científico, que admite como válido, o 
conhecimento oriundo da experiência ou verificando experimentalmente, 
atribuindo aos juízos analíticos significações de ordem formal enquadradas no 
domínio das formulas lógicas. 
Depois de analisar cada tipo da linha empírica, a que está de acordo 
com a minha pesquisa é a linha empírica integral. 
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou 
fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das 
experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de 
experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos 
diversos. 
Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos 
capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de 
aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do 
conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, 
como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar 
para outros seres humanos. Essa característica é o que nos permite dizer que 
somos diferentes dos gatos, dos cães, dos macacos e dos leões. 
Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie 
humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e 
a previsão dos fenômenos que nos cerca. 
Existem diferentes tipos de conhecimentos: conhecimento científico, 
conhecimento teológico, conhecimento filosófico etc. O conhecimento 
empírico é uma expressão cujo significado reporta ao conhecimento adquirido 
através da observação. É uma forma de conhecimento resultante do senso 
comum, por vezes baseado na experiência, sem necessidade de comprovação 
científica. 
Tartuce (2006, p. 5) convida-nos a refletir sobre o conceito de 
conhecimento como ponto de partida para entendermos como se dá a 
construção do conhecimento: 
 
14 
 
Assim, o conhecimento pode ser definido como sendo a 
manifestação da consciência de conhecer. Ao viver, o ser 
humano tem experiências progressivas, da dor e do prazer, da 
fome e saciedade, do quente e do frio, entre muitas outras. É o 
conhecimento que se dá pela vivência circunstancial e 
estrutural das propriedades necessárias à adaptação, 
interpretação e assimilação do meio interior e exterior do ser. 
Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, 
percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma 
função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o 
mundo mais ou menos organizado da atividade cognitiva. É 
importante frisar que o conhecimento, como também o ato de 
conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios 
e comuns à vida. 
O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou 
menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se 
dá a base da idealização, pensamento, memorização, reflexão 
e criação, os quais acontecem com maior ou menor 
intensidade, acompanhando parâmetros cronológicos e de 
consciência do refletido e do irrefletido. 
O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve 
como referencial para a pesquisa tanto qualitativa como 
quantitativa das relações sociais, como forma de busca de 
conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais. 
Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e 
existenciais no homem, ocorre entre todos os povos, 
independentemente de raça, crença, porquanto no homem o 
desejo de saber é inato. 
As diversificações na busca do saber e do conhecimento, 
segundo caracteres e potenciais humanos, originaram 
contingentes teóricos e práticos diferentes a serem destacados 
em níveis e espécies. O homem, em seu ato de conhecer, 
conhece a realidade vivencial, porque se os fenômenos agem 
sobre os seus sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, 
adquirindo uma experiência pluridimensional do universo. De 
acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade 
humana, conhecer, agir, aprender e outros conhecimentos, se 
dão em níveis diferenciados de apreensão da realidade, 
embora estejam inter-relacionados. 
 
Após profunda análise sobre o conhecimento empírico, podemos notar 
que a melhor forma de pesquisa a ser adotada é a pesquisa descritiva 
quantitativa por meio de questionário, dada a sua objetividade e exatidão. 
Tornar-se-á como objeto de pesquisa o universo de crianças entre a faixa 
etária dos 9 aos 14 anos, matriculados em áreas restritas( pública e particular) 
localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho de campo 
envolverá a utilização onde os entrevistados respondem a um questionário bem 
estruturado, construído por perguntas claras e objetivas responsáveis pela 
uniformidade do entendimento dos entrevistados. 
15 
 
 
Esclarece Fonseca (2002, p. 20): 
 
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da 
pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as 
amostras geralmente são grandes e consideradas 
representativas da população, os resultados são tomados 
como se constituíssem um retrato real de toda a população 
alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na 
objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a 
realidadesó pode ser compreendida com base na análise de 
dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos 
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à 
linguagem matemática para descrever as causas de um 
fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização 
conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher 
mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. 
 
A pesquisa quantitativa, que tem suas raízes no pensamento positivista 
lógico, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos 
mensuráveis da experiência humana. Por outro lado, a pesquisa qualitativa 
tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência 
humana, para apreender a totalidade no contexto daqueles que estão 
vivenciando o fenômeno (POLIT, BECKER E HUNGLER, 2004, p. 201). 
A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações 
sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos 
e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). 
São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso, análise 
documental, pesquisa ex-post-facto. 
Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados 
porque pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes 
fogem da possibilidade de verificação através da observação. Ainda para o 
autor, às vezes não existe por parte do investigador um exame crítico das 
informações, e os resultados podem ser equivocados; e as técnicas de coleta 
de dados, como questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas, 
apenas quantificáveis, gerando imprecisão. 
No desenvolvimento concreto de uma pesquisa, os três eixos 
metodológicos são realizados ao longo de uma sucessão de operações que 
podem ser agrupadas em sete etapas. Por razões didáticas, a figura 1, abaixo, 
16 
 
distingue de forma precisa as sete diferentes etapas. As sete etapas compõem-
se dos seguintes elementos: a formulação da questão inicial; a exploração da 
questão inicial (por meio de leitura e de coleta de dados exploratória); a 
elaboração da problemática; a construção de um modelo de análise; a coleta 
de dados; a análise das informações e as conclusões. As flechas de retroação 
nos lembram que essas diferentes etapas estão em interação constante, ou 
seja, a cada etapa devemos reportar-nos às etapas anteriores, a fim de 
mantermos coerência e lógica ao longo da pesquisa. Vejamos, então, cada 
uma dessas etapas separadamente e que relações elas mantêm com etapas 
anteriores ao longo da elaboração da pesquisa. 
 
Figura 1 – Etapas da pesquisa científi ca 
Fonte: QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995. 
 
17 
 
Depois de todas essas etapas cumpridas e desenvolvidas, podemos 
elaborar uma pesquisa ampla e conclusiva, aonde todos os fatores necessários 
para se ter uma análise conclusiva será possível. 
Ainda no âmbito da pesquisa existem os autores que embasam a minha 
pesquisa, que são eles: Cortella, Freire, Bittar, Alves, Severino e Pagliuca. 
Cujo autores defendem os aspectos necessários para uma boa 
educação e tornaram-se minhas referências no campo científico. 
Cortella em seu livro é notória sua capacidade de articular uma gama 
enorme de informações em uma análise pertinente que, sem deixar de conter 
críticas meticulosas, consegue ao mesmo tempo ser profundamente otimista. 
Seu trabalho, pleno de humanismo, rompe com antigas falácias da academia, 
entre elas a neutralidade o racionalismo geralmente, defendidos como se 
ambos fossem possíveis. 
Quando lemos as obras de Freire, podemos ver de forma clara e objetiva 
toda a sua paixão pela educação, em no primeiro livro(Política e Educação) nos 
demonstra como recuperar elementos da tradição política do Brasil, contexto 
em que se forma criticamente a concepção freireana; abordar alguns conceitos 
centrais da educação popular, proposta pedagógica disseminada por Freire; 
sistematizar alguns desafios da educação de adultos ante o contexto de 
reestruturação tecnológica e de tendência para o treinamento tecnológico-
científico da educação. Iniciaremos analisando a tradição política do Brasil. 
No segundo livro, Pedagogia do Oprimido, o autor busca mostrar como a 
educação no Brasil produz um fetiche social, reproduzindo a desigualdade, a 
marginalização e a miséria. Ele coloca que o ensinar a não pensar é algo 
puramente planejado pelos que estão no poder, para que possam ter em suas 
mãos a maior quantidade possível de oprimidos, que se sentindo como 
fragilizados, necessitam dos que dominam para sobreviverem. Mas como 
poderá o homem sair da opressão se os que nos “ensinam” são também 
aqueles que nos oprimem? No desenvolver de seu livro, Paulo Freire procurar 
conscientizar o docente dom seu papel problematizador da realidade do 
educando. 
A base da pedagogia da esperança de Paulo Freire é o diálogo 
libertador e não o monólogo opressivo do educador sobre o educando. Na 
relação dialógica estabelecida entre o educador e o educando faz-se com que 
18 
 
este aprenda a aprender. Paulo Freire afirma que a "leitura do mundo precede 
a leitura da palavra", com isto querendo dizer que a realidade vivida é a base 
para qualquer construção de conhecimento. 
Eduardo C. B. Bittar esclarece que, “... a linguagem dos direitos iguais 
para todos se estruturou de modo muito mais recente em nossa identidade 
nacional. Ainda mais Recente é a generalização da fala sobre os direitos 
humanos”. Os direitos humanos, no Brasil, foram efetivamente recepcionados 
[...] a partir do período da repressão, como um desdobramento das 
manifestações populares, políticas e estudantis, que se organizam para formar 
movimentos de protesto que vão encontrar acolhimento reivindicatório e 
justificação no interior do discurso dos direitos humanos. Desde então, a 
politização do tema permitiu a formação de uma cultura de pressões, que, em 
seu conjunto, permitiram com que, quando da constituinte de 1985, o debate 
sobre direitos humanos ocupasse o centro da agenda política, tornando 
constitucional a lógica segundo a qual a dignidade da pessoa humana (art. 1º, 
inc. III) deve presidir a dinâmica dos valores internos do texto constitucional. 
Rubem Alves, o seu livro fala, de uma escola diferente, inovadora que 
com certeza é possível. Um lugar onde se buscam ferramentas e soluções em 
conjunto para uma convivência em grupo, uma comunhão de ideias, uma 
harmonia de sentimentos, um desenvolver de interesses, uma busca de 
aprendizagens em forma de pesquisa. Coloca como prioridade valores como a 
liberdade, a responsabilidade e a solidariedade, vivendo uma educação na 
cidadania e não para a cidadania. 
Para o autor, Antônio Joaquim Severino, o aluno universitário deve 
entender que o resultado do processo de aprendizagem depende 
fundamentalmente dele mesmo e que o ensino superior exige uma postura 
autodidata. O ensino superior tem, portanto, a mera função de fornecer 
instrumentos para uma atividade criadora que deverá ser desenvolvida pelo 
próprio aluno. Todos os processos de assimilação passiva e mecânica 
praticada nas escolas de ensino fundamental e médio devem ser deixados para 
trás. 
Por fim, José Carlos Gobbis Pagliuca, em seu livro de Direitos Humanos 
nos traz esclarecimentos sobre o assunto estudado. 
19 
 
No dia 10 de dezembro de 2008 se comemorou os 60 anos do 
aniversário da declaração Universal dos Direitos do Homem, pois estes 
estariam abrangidos naquela carta jurídica pelo menos sob o prisma positivista. 
Os Direitos Humanos estão em progressão ou regressão na ordem mundial? 
Embora haja definições múltiplas por parte dos ilustres doutrinadores e 
estudiosos do tema, muitos outros,não menos louvados não ousam definir os 
Direitos Humanos, senão que apenas conceituá-los, sob o prisma de que, por 
constituírem-se numa rede amplamente complexa, a definição, sob cunho 
científico, quiçá ficaria a desejar quanto à sua integralidade. 
Contudo, Pagliuca (São Paulo,2010, p. 19) define os Direitos Humanos: 
 
Direitos humanos: elencam entes per si, como vida, liberdade, 
saúde, habitação, trabalho, mesmo porque, modernamente, 
tais direitos passaram e passam por incrível mutabilidade 
histórica. Apenas a título informativo, podemos apresentar, 
após uma combinação de conceitos, os direitos humanos 
como: aqueles direitos inerentes a todo ser humano, 
reconhecido em instrumentos jurídicos, a partir da natureza das 
coisas e que garantem, legalmente, uma identidade, livre-
arbítrio e possibilitam a todas as pessoas uma vida sem 
sofrimento imposto imotivadamente ou modo abusivo. Com 
isso, a defesa contra violações, além da resistência, pode ser 
efetuada com apoio em mecanismos judiciais. Destarte, “o 
problema fundamental em relação aos direitos dos homens, 
hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-
se de um problema não filosófico, mas político. 
 
Todos os autores assim citados me dão embasamento para minha 
pesquisa, ficando assim pré definido o caminho por aonde devo trilhar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Referências Bibliográfica 
 
1. Cortella, Mario Sergio. A escola e o conhecimento: fundamentos 
epistemológicos e políticos/ Mario Sergio Cortella – 14ª ed. – São Paulo: 
Cortez, 2011. 
2. Freire, Paulo. Política e Educação / Paulo Freire – 8ª Ed – revisada e 
ampliada – Indaiatuba, SP – Villa das Letras, 2007(Coleção Dizer a 
Palavra). 
3. Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. – 17ª Ed. Rio de Janeiro. Paz e 
Terra, 1987. 
4. Freire, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a 
pedagogia do oprimido / Paulo Freire. – notas: Ana Maria Araújo Freire. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 
5. Bittar, Eduardo C.B. Ética, educação, cidadania e direitos humanos: 
estudos filosóficos entre cosmopolitismo e responsabilidade social / 
Eduardo Carlos Bianca Bittar. – Barueri, SP: Manole, 2004. 
6. Alves, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que 
pudesse existir/ Rubem Alves - 5º Ed. Campinas, São Paulo: Editora: 
Papirus. 2003. 
7. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. 
rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. 
8. Pagliuca, José Carlos Gobbis. Direitos Humanos / José Carlos Gobbis 
Pagliuca. – 1ª Ed.- São Paulo: Rideel, 2010. (Coleção de Direito Rideel) 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 
 
 
 
T2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
 
JANE LUCIA LINO RAIMUNDO 
 
 
 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2014. 
23 
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
JANE LUCIA LINO RAIMUNDO 
 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
Projeto de Monografia apresentado 
como requisito parcial para 
obtenção de grau na disciplina de 
Pesquisa e Prática em Educação VI 
do curso de Pedagogia em EAD da 
UNESA 
Orientador: ROSARIA MARIA DE CASTILHO SARAIVA 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2014. 
24 
 
SUMÁRIO 
 
3. Introdução 04 
3.1. Apresentação do tema 04 
3.2. Situação Problema 07 
3.3. Questões Norteadoras . 08 
3.4. Justificativa 09 
3.5. Objetivos 10 
3.5.1. Objetivo Geral 10 
3.5.2. Objetivos Específicos 10 
3.6. Procedimentos metodológicos 11 
4. Referências Bibliográficas 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
 Os Direitos Humanos nos dias atuais somente tornam-se do 
conhecimento da população de forma banalizada, onde muitos apenas 
conhecem sua atuação em momento críticos, como sendo de uso exclusivo 
apenas para defender os direitos de um meliante, cuja vida se encontra em 
perigo de acordo com os artigos encontrados na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. 
 Como espectadores e vítimas dessa falta de informação, estão as 
crianças que desde pequenas já não vem sendo instruídas naquilo que são 
seus direitos e o que são seus deveres. Perderam-se os valores cívicos e 
morais que anteriormente existiam na educação. Tendo como base essa 
carência de preparo nesse aspecto, este projeto toma como problema de 
investigação a anexação de direitos humanos como disciplina ordinária 
nos anos iniciais e ensino fundamental. Assume-se a posição de que o 
problema de pesquisa, dada a sua objetividade e exatidão, requer uma 
abordagem quantitativa do tipo questionário. Tornar-se-á como objeto de 
pesquisa o universo de crianças entre a faixa etária de 9 à 14 anos, 
matriculados em áreas restritas( pública e particular) localizadas na região 
metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho de campo envolverá a utilização 
onde os entrevistados respondem a um questionário bem estruturado, 
construído por perguntas claras e objetivas responsáveis pela uniformidade do 
entendimento dos entrevistados. Para fundamentar o trabalho torna-se-á as 
contribuições de Cortella, Freire, Bittar, Alves, Severino e Pagliuca. 
 
Palavras-chave: Direitos Humanos, Escola, Crianças e Disciplina. 
 
1.2 Apresentação do Tema 
 
A ANEXAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS COMO DISCIPLINA ORDINÁRIA 
NOS ANOS INICIAIS E ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
26 
 
 Temos presenciado nos dias atuais que a maioria dos cidadãos não 
sabem e nem conhecem o real motivo em que podem e devem ser utilizados 
os direitos humanos. Deparamos-nos com momentos únicos e isolados, aonde 
a população vê a atuação da organização de Direitos Humanos. 
 A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das 
Nações Unidas afirma que: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em 
dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência e devem agir uns 
para com os outros em espírito de fraternidade”. 
 A origem do conceito de direitos humanos é na filosofia de direitos 
naturais que seriam atribuídos por Deus. Muitos filósofos dizem que não 
existem diferenças entre os direitos humanos e os direitos naturais, e John 
Locke foi o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria. 
 Podemos avaliar que após lermos o verdadeiro significado e razão para 
que existam os Direitos Humanos, constatamos que a população quase na sua 
totalidade não compreendem o motivo de sua atuação. 
 É comum vermos sua atuação quando um meliante teve seus direitos 
desconsiderados e sua vida sendo colocada em risco de morte, mas os direitos 
humanos não servem e nem atuam somente neste momento. Um exemplo 
muito prático e objetivo são: direitos econômicos, sociais e culturais 
(exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, 
à moradia, à distribuição de renda, entre outros, fundamentados 
no valor igualdade de oportunidades). Através dessas colocações podemos 
ampliar sua utilização no meio da sociedade. 
 A proposta de anexação de direitos humanos como disciplina ordinária 
na educação é para que todos venham a ter conhecimento e entendimento 
sobre o que se é dito através da mídia, deixando para trás a falta de 
informação, passando para um estágio avançado de real discernimento sobre o 
assuntoapresentado. 
 Estaremos dando a conjuntura de uma progressividade na perspectiva 
do aprendizado, e fornecendo o regresso de uma estrutura curricular mais 
ampla e abrangente nos anos iniciais e ensino fundamental. Poderemos formar 
indivíduos capazes de pensar e ponderar, onde todos formarão uma opinião 
própria e clara através do conhecimento adquirido. 
Rubem Alves traz uma visão diferente para se alcançar o aprendizado: 
27 
 
 
Desaprender, voltar e ver com o olhar de uma criança; 
retroceder e retratar o seu interior, seu reflexo, assinando 
o que se faz. Um recomeçar a aprender, uma liberdade 
para um novo aprender. (ALVES, 2012) 
 
Foi através desse pensamento que surgiu o desejo de anexar os direitos 
humanos como uma disciplina permanente no currículo escolar. Até mesmo 
porque muitos acreditam que a sua atuação só ocorra quando o indivíduo está 
tendo sua vida em risco de morte. 
Precisamos aprender os princípios básicos da Declaração Universal Dos 
Direitos Do Homem. Nos artigos 5º, 8º e 9º podemos observar que o indivíduo tem total 
proteção pelos direitos humanos, só que não são apenas esses que fazem parte deles. 
Os direitos humanos são padrões morais das quais uma ordem jurídica 
deveria se submeter quando signatária da referida carta da ONU. Enquanto, os 
direitos fundamentais são os direitos humanos efetivamente reconhecidos por 
uma ordem jurídica ou constitucional (HÖFFE, 2001, p.417). 
Já a cultura de paz é uma proposta para que as relações humanas 
sejam permeadas pelo diálogo, pela tolerância, pela consciência da diversidade 
dos seres humanos e de suas culturas. A ONU definiu cultura de paz 
na Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz , em 13 de 
setembro de 1999. 
Vivemos em um mundo voltado cada dia mais ao consumismo, ao 
status, à imagem que deve ser gerada para a população em geral. A mídia dita 
à vida e o comportamento de milhares de pessoas, dessa forma podemos 
afirmar que há uma sociedade determinante quanto à forma vivemos. 
Enfim, muitas são as situações que nos direcionam e, com isso, 
perdemos muitos dos nossos valores morais, éticos e culturais (lembrando que 
ocorre uma grande variação de acordo com a cultura regional), 
desconsiderando o direito do próximo e tomando atitudes que venham trazer 
uma transformação positiva na vida do indivíduo. Isso tudo vai contra os 
princípios de uma cultura de paz, a qual foi proposta pela ONU em 2013. 
Atualmente o que se busca é a realização material, vivemos pautados 
apenas no consumismo como forma de garantia de direitos. Os indivíduos não 
refletem a realidade a qual vivem, onde os seus direitos essenciais são 
28 
 
negados, vivemos um momento do individualismo. Onde se pensa no acesso 
de direitos para todos, e sim busca-se os direitos individuais. 
Devemos nos tratar igualmente, visando o bem estar de todos. Saber 
que todos temos direitos diversos, somos livres para aceitar nossa religião, 
valores, cultura, crenças, sexualidade, times, etc. Cabe a nós mesmos 
pregarmos uma tolerância maior ao outro, pois se não partilhamos da mesma 
crença, por exemplo, então que pelo menos haja respeito para que cada um 
conviva bem. 
Não devemos ser coniventes com as situações impostas de 
superioridade, devemos nos tratar igualitariamente, e com isso a convivência 
social terá uma melhora extremamente significativa. 
Enquanto educadores, esses são os valores que devemos ir colocando 
nos nossos alunos, de forma gradativa, para fazê-los entender que somos 
todos seres humanos, independente da classe social em que estamos, somos 
todos iguais, desde o nascimento até a morte. Temos todo o direito de 
reivindicar e lutar pelos nossos direitos, mas sem que isso atinja de forma 
negativa o outro. 
Trabalhar desde o pequeno o conceito de direito e paz veio se tornar 
essencial para a evolução do ser humano. Muitos foram os valores que se 
perderam ao longo dos anos, com a introdução da psicologia infantil nos 
meados dos anos XX, ocorreram várias perdas de valores, não discriminado o 
uso da psicologia, cuja mesma é de grande valia em sua atuação, da mesma 
forma que as pessoas não entendem e nem conhecem os direitos humanos, 
elas também não conhecem a ciência da psicologia. 
Para ser capaz de ver o homem sob tantos e tão distintos aspectos a 
psicologia se vê na necessidade de complementar seu conhecimento com o 
saber de outras ciências e áreas do conhecimento. São inúmeros os fatores 
que rodeiam a sociedade, e devido a isso podemos notar que alguns perderam 
os conceitos genuínos. Crendo serem conhecedores de tudo, passam a agir 
por conta própria, ignorando o bem estar do próximo. 
 
1.2. Situação Problema 
 
29 
 
 A preocupação com os direitos humanos está hoje refletida nos 
mandatos de quase todas as Organizações Internacionais. O respeito a esses 
direitos é percebido como indispensável para a busca dos ideais da paz e para 
a promoção do desenvolvimento. O Estado é, assim, responsável por manter 
progressos na realização dos direitos humanos mesmo em condições políticas 
e econômicas adversas, como a atual crise econômica, e não podem ser 
indiferentes a crises humanitárias que envolvam violações graves e 
sistemáticas às normas internacionais sobre o tema. 
 O foco é abordar o problema da violência policial, problematizando a 
falta de conhecimento dos mecanismos de controle social das atividades 
policiais. Compreende-se que as atuações dos direitos humanos não atuam 
somente nesse aspecto, e sim em todas as áreas. Para quebrar com esse 
paradigma é necessário que todos tenham acesso com antecedência sobre os 
direitos humanos. 
 O Estado coloca-se no papel de opressor, num lugar inatingível, que até 
mesmo as leis que regem nosso país não o atinge, essa filosofia surgiu através 
do pensamento de dois filósofos: Karl Marx e Max Weber. 
 Oprimido e opressor, dominado e dominador. São definições que já 
foram tão usadas que parecem ter se tornado rótulos muito convenientes. Não 
só na Política como na História. A culpa é de quem? De Marx? Ao contrário do 
que muitos pensam, Marx não foi um dos primeiros pensadores a falar de 
dominação. Antes dele houve pensadores, inclusive conservadores, que falam 
da dominação, muitos, aliás, defendendo a opressão. Quase contemporâneo 
de Marx, Max Weber desenvolveu quase uma tipologia das dominações (desde 
a dominação seguida de violência até a manipulação pelo carisma). 
 Portanto, a função da educação aqui é essencial, através desse conceito 
vemos a real necessidade de termos Direitos Humanos como disciplina 
ordinária incluída na estrutura curricular dos anos inicias e ensino fundamental 
 Diante desse quadro, resolvi tomar como problema de investigação para 
minha monografia: Os direitos humanos tornando crianças em seres reflexivos e 
sua importância na escola. 
 
1.7. Questões Norteadoras 
 
30 
 
As principais inquietações são: 
 O que as crianças entendem por direitos humanos? Aonde veem a 
atuação desse tema? 
 Que tipos de experiências já presenciaram a atuação da comissão de 
direitos humanos? 
 Como essas crianças e adolescentes veriam a possibilidade de aprender 
os direitos humanos como disciplina ordinária? 
 
1.4. Justificativa 
 
 Não é preciso prolongar a justificativa que demonstre a importância de 
um projeto que envolva a temática dos direitos humanos. O direito natural 
nunca deixou de existir, continuando latente no ordenamento jurídico. Quando 
o poder legislativo omite-se, o direito natural serve de embasamento para a 
proteção dos direitos humanos fundamentais. Nas sociedades, em especial o 
Brasil, essa questão tem sidocolocada como um questão humanitária, visto a 
imensidão e profundidade do assunto. 
 De acordo com Pagliuca(São Paulo,2010, p. 19). 
 
Direitos humanos: elencam entes per si, como vida, liberdade, 
saúde, habitação, trabalho, mesmo porque, modernamente, 
tais direitos passaram e passam por incrível mutabilidade 
histórica. Apenas a título informativo, podemos apresentar, 
após uma combinação de conceitos, os direitos humanos 
como: aqueles direitos inerentes a todo ser humano, 
reconhecido em instrumentos jurídicos, a partir da natureza das 
coisas e que garantem, legalmente, uma identidade, livre-
arbítrio e possibilitam a todas as pessoas uma vida sem 
sofrimento imposto imotivadamente ou modo abusivo. Com 
isso, a defesa contra violações, além da resistência, pode ser 
efetuada com apoio em mecanismos judiciais. Destarte, “o 
problema fundamental em relação aos direitos dos homens, 
hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-
se de um problema não filosófico, mas político. 
 
 Podemos avaliar que após lermos o verdadeiro significado e razão para 
que existam os Direitos Humanos, constatamos que a população quase na sua 
totalidade não compreendem o motivo de sua atuação. 
31 
 
 Assim, diante dessa desumanidade efetiva, os direitos humanos não 
conseguem atingir de forma expansiva a sua atuação, mesmo sendo 
imprescindível nos dias atuais a população ainda os desconhecem. 
Nessa linha de pensamento Eduardo C. B. Bittar esclarece que: 
 
 ... a linguagem dos direitos iguais para todos se estruturou de 
modo muito mais recente em nossa identidade nacional. Ainda 
mais recente é a generalização da fala sobre os direitos 
humanos”. Os direitos humanos, no Brasil, foram efetivamente 
recepcionados [...] a partir do período da repressão, como um 
desdobramento das manifestações populares, políticas e 
estudantis, que se organizam para formar movimentos de 
protesto que vão encontrar acolhimento reivindicatório e 
justificação no interior do discurso dos direitos humanos. Desde 
então, a politização do tema permitiu a formação de uma 
cultura de pressões, que, em seu conjunto, permitiram com 
que, quando da constituinte de 1985, o debate sobre direitos 
humanos ocupasse o centro da agenda política, tornando 
constitucional a lógica segundo a qual a dignidade da pessoa 
humana (art. 1º, inc. III) deve presidir a dinâmica dos valores 
internos do texto constitucional. 
 
 Outros autores destacam também atentam para esse tema, vários 
artigos apontam para esse tipo de conhecimento da população, onde os 
direitos humanos só existem e são utilizados na criminalidade. 
 
1.5. Objetivos 
 
1.5.1 Objetivo Geral 
 
Analisar de que forma as crianças compreendem o que de fato representam 
os direitos humanos. 
 
1.5.2 Objetivos Específicos 
 
 Identificar as experiências que justificam o uso dos direitos humanos 
dentro de um ambiente democrático, inclusivo e participativo. 
 Identificar a escola como um lugar de diversidade, de heterogeneidade e 
resolução de conflitos. 
 Contribuir para a reflexão dos educadores sobre a questão dos direitos 
humanos e sua utilidade como disciplina ordinária. 
32 
 
 
1.8. Procedimentos metodológicos 
 
A metodologia a ser aplicada é método empírico, cuja a mesmo, é um 
método feito através de tentativas e erros, é caracterizado pelo senso comum, 
e cada um compreende à sua maneira. O método empírico gera aprendizado, 
uma vez que aprendemos fatos através das experiências vividas e 
presenciadas, para obter conclusões. O conhecimento empírico é muitas vezes 
superficial, sensitivo e subjetivo. 
O trabalho será empírico, dada a sua objetividade e exatidão, requer 
uma abordagem quantitativa do tipo questionário. 
Empírico é um fato que se apoia somente nas experiências vividas, na 
observação de coisas, e não em teorias e métodos científicos. Empírico é 
aquele conhecimento adquirido durante toda a vida, no dia-a-dia, que não tem 
comprovação científica nenhuma. 
 O empirismo consiste em uma teoria epistemológica que indica que todo 
o conhecimento é um fruto da experiência e por isso, uma consequência dos 
sentidos. A experiência estabelece o valor, a origem, e os limites do 
conhecimento. 
Sendo uma teoria que se opõe ao racionalismo, o empirismo critica a 
metafísica e conceitos como os de causa e substância. Segundo o empirismo, 
a mente humana é uma "folha em branco" ou uma "tábula rasa", onde são 
gravadas impressões externas. Por isso, não reconhece a existência de ideias 
natas nem do conhecimento universal. Os autores mais importantes do 
empirismo foram John Locke, Francis Bacon, David Hume e John Stuart Mill. 
Nos dias de hoje, o empirismo lógico é conhecido como neopositivismo, 
tendo sido criado pelo círculo de Viena. Dentro do empirismo, existem três 
linhas empíricas: a integral, a moderada e a científica. 
Depois de analisar cada tipo da linha empírica, a que está de acordo 
com a minha pesquisa é a linha empírica integral. 
Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou 
fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das 
experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de 
33 
 
experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos 
diversos. 
Existem diferentes tipos de conhecimentos: conhecimento científico, 
conhecimento teológico, conhecimento filosófico etc. O conhecimento 
empírico é uma expressão cujo significado reporta ao conhecimento adquirido 
através da observação. É uma forma de conhecimento resultante do senso 
comum, por vezes baseado na experiência, sem necessidade de comprovação 
científica. 
Após profunda análise sobre o conhecimento empírico, podemos notar 
que a melhor forma de pesquisa a ser adotada é a pesquisa descritiva 
quantitativa por meio de questionário, dada a sua objetividade e exatidão. 
Tornar-se-á como objeto de pesquisa o universo de crianças entre a faixa 
etária dos 9 aos 14 anos, matriculados em áreas restritas( pública e particular) 
localizadas na região metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho de campo 
envolverá a utilização onde os entrevistados respondem a um questionário bem 
estruturado, construído por perguntas claras e objetivas responsáveis pela 
uniformidade do entendimento dos entrevistados. 
 
Esclarece Fonseca (2002, p. 20): 
 
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da 
pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as 
amostras geralmente são grandes e consideradas 
representativas da população, os resultados são tomados 
como se constituíssem um retrato real de toda a população 
alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na 
objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a 
realidade só pode ser compreendida com base na análise de 
dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos 
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à 
linguagem matemática para descrever as causas de um 
fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização 
conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher 
mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. 
 
A pesquisa quantitativa, que tem suas raízes no pensamento positivista 
lógico, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos 
mensuráveis da experiência humana. Por outro lado, a pesquisa qualitativa 
tende a salientar os aspectos dinâmicos, holísticos e individuais da experiência 
34 
 
humana, para apreender a totalidade no contexto daqueles que estão 
vivenciando o fenômeno (POLIT, BECKER E HUNGLER, 2004, p. 201). 
A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações 
sobre o quedeseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos 
e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). 
São exemplos de pesquisa descritiva: estudos de caso, análise 
documental, pesquisa ex-post-facto. 
Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados 
porque pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes 
fogem da possibilidade de verificação através da observação. Ainda para o 
autor, às vezes não existe por parte do investigador um exame crítico das 
informações, e os resultados podem ser equivocados; e as técnicas de coleta 
de dados, como questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas, 
apenas quantificáveis, gerando imprecisão. 
Ainda no âmbito da pesquisa existem os autores que embasam a minha 
pesquisa, que são eles: Cortella, Freire, Bittar, Alves, Severino e Pagliuca. 
Cujo autores defendem os aspectos necessários para uma boa 
educação e tornaram-se minhas referências no campo científico. 
Cortella em seu livro é notória sua capacidade de articular uma gama 
enorme de informações em uma análise pertinente que, sem deixar de conter 
críticas meticulosas, consegue ao mesmo tempo ser profundamente otimista. 
Quando lemos as obras de Freire, podemos ver de forma clara e objetiva 
toda a sua paixão pela educação, em no primeiro livro (Política e Educação) 
nos demonstra como recuperar elementos da tradição política do Brasil, 
contexto em que se forma criticamente a concepção freireana. 
Ele coloca que o ensinar a não pensar é algo puramente planejado pelos 
que estão no poder, para que possam ter em suas mãos a maior quantidade 
possível de oprimidos, que se sentindo como fragilizados, necessitam dos que 
dominam para sobreviverem. 
Na relação dialógica estabelecida entre o educador e o educando faz-se 
com que este aprenda a aprender. Paulo Freire afirma que a "leitura do mundo 
precede a leitura da palavra", com isto querendo dizer que a realidade vivida é 
a base para qualquer construção de conhecimento. 
35 
 
Eduardo C. B. Bittar esclarece que Os direitos humanos, no Brasil, foram 
efetivamente recepcionados [...] a partir do período da repressão, como um 
desdobramento das manifestações populares, políticas e estudantis, que se 
organizam para formar movimentos de protesto que vão encontrar acolhimento 
reivindicatório e justificação no interior do discurso dos direitos humanos. 
Rubem Alves, o seu livro fala, de uma escola diferente, inovadora que 
com certeza é possível. Um lugar onde se buscam ferramentas e soluções em 
conjunto para uma convivência em grupo, uma comunhão de ideias, uma 
harmonia de sentimentos, um desenvolver de interesses, uma busca de 
aprendizagens em forma de pesquisa. Coloca como prioridade valores como a 
liberdade, a responsabilidade e a solidariedade, vivendo uma educação na 
cidadania e não para a cidadania. 
Para o autor, Antônio Joaquim Severino, o aluno universitário deve 
entender que o resultado do processo de aprendizagem depende 
fundamentalmente dele mesmo e que o ensino superior exige uma postura 
autodidata. O ensino superior tem, portanto, a mera função de fornecer 
instrumentos para uma atividade criadora que deverá ser desenvolvida pelo 
próprio aluno. Todos os processos de assimilação passiva e mecânica 
praticada nas escolas de ensino fundamental e médio devem ser deixados para 
trás. 
Por fim, José Carlos Gobbis Pagliuca, em seu livro de Direitos Humanos 
nos traz esclarecimentos sobre o assunto estudado. 
No dia 10 de dezembro de 2008 se comemorou os 60 anos do 
aniversário da declaração Universal dos Direitos do Homem, pois estes 
estariam abrangidos naquela carta jurídica pelo menos sob o prisma positivista. 
Os Direitos Humanos estão em progressão ou regressão na ordem mundial? 
Todos os autores assim citados me dão embasamento para minha 
pesquisa, ficando assim pré- definido o caminho por aonde devo trilhar. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA 
 
9. ALVES, Rubem. A escola com que sempre sonhei sem imaginar que 
pudesse existir/ Rubem Alves - 5º Ed. Campinas, São Paulo: Editora: 
Papirus. 2003. 
10. BITTAR, Eduardo C.B. Ética, educação, cidadania e direitos humanos: 
estudos filosóficos entre cosmopolitismo e responsabilidade social / 
Eduardo Carlos Bianca Bittar. – Barueri, SP: Manole, 2004. 
11. CORTELLA, Mario Sergio. A escola e o conhecimento: fundamentos 
epistemológicos e políticos/ Mario Sergio Cortella – 14ª ed. – São Paulo: 
Cortez, 2011. 
12. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. – 17ª Ed. Rio de Janeiro. Paz e 
Terra, 1987. 
13. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a 
pedagogia do oprimido / Paulo Freire. – notas: Ana Maria Araújo Freire. 
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 
14. FREIRE, Paulo. Política e Educação / Paulo Freire – 8ª Ed – revisada e 
ampliada – Indaiatuba, SP – Villa das Letras, 2007(Coleção Dizer a 
Palavra). 
15. PAGLIUCA, José Carlos Gobbis. Direitos Humanos / José Carlos Gobbis 
Pagliuca. – 1ª Ed.- São Paulo: Rideel, 2010. (Coleção de Direito Rideel) 
16. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. 
rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

Outros materiais