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Habilidades comunicativas 
Comunicação agressiva, passiva e assertiva 
 
 
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Comunicação agressiva, passiva e assertiva 
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Comunicação agressiva, passiva e assertiva 
 
 
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Unidade 2 
Comunicação agressiva, passiva e 
assertiva 
 
A Comunicação Interpessoal define a forma como nos relacionamos 
com os outros. Nessa relação é necessário ter em atenção alguns aspetos 
importantes, como a estima por nós próprios, o saber escutar, o espaço 
interpessoal, a postura, a expressão facial, a voz, e o saber fazer uma pergunta. 
Os aspetos mencionados podem ser inseridos em três categorias: a 
comunicação não-verbal (que engloba a postura, os gestos, a expressão facial 
– desde o sorriso ao contato visual –, e o espaço interpessoal – íntimo, social 
e grupal ou comunitário); a comunicação verbal; e a comunicação paraverbal 
(que inclui o tom e volume da voz, o ritmo, a fluidez do discurso). 
O ambiente escolar nos brinda com inúmeras situações em que somos 
forçados a estabelecer condições em que a comunicação interpessoal seja a 
melhor possível. Nesse contexto, a solução de problemas pode ser abordada 
em uma metodologia que envolve passos simples. Assim, quando surge um 
problema, torna-se importante parar e pensar no mesmo, de forma a perceber 
a sua origem ou causa. Em seguida, deve-se procurar diferentes alternativas 
para a sua solução, assim como antecipar as consequências de cada uma, isto 
é, o que pode suceder quando são colocadas em prática. Torna-se então 
possível, depois de reunir esta informação, escolher a alternativa que é eleita 
como a mais apropriada, para que as consequências sejam do interesse do 
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indivíduo e dos outros. Por fim, é agir. É aconselhado, depois de posta em 
prática a alternativa selecionada, realizar uma avaliação dos resultados 
obtidos. 
A assertividade pode ser definida como a capacidade de, respeitando os 
nossos direitos e os dos outros, conseguir transmitir a nossa opinião, os 
nossos sentimentos e pensamentos, mesmo quando não vão de encontro ao 
consenso do outro ou do grupo. Essa noção implica ainda não só a capacidade 
de dizer não, mas também a de expressão de sentimentos. No campo da 
psicologia são definidas três formas de expressão de sentimentos principais: 
• assertiva (quando o indivíduo, numa situação complicada, 
consegue expressar as suas emoções e sentimentos tendo em atenção os seus 
direitos e os dos outros); 
• passiva (o indivíduo, numa situação difícil, não consegue fazer 
valer os seus direitos e opinião de forma assertiva, optando pelo isolamento ou 
pela aceitação do que lhe é dito); 
• agressiva (quando o indivíduo, numa situação hostil, faz valer a 
sua opinião, sem ter em conta os direitos dos outros, utilizando para isso a 
violência, um tom de voz alto, mesmo quando tem a razão do seu lado). 
A assertividade é uma competência fundamental no contexto escolar. 
Esta contempla o saber ouvir o outro, expressar a nossa opinião e chegar a um 
acordo benéfico para todos. Quando uma pessoa expressa suas próprias 
opiniões e sentimentos de maneira direta, e em um tom moderado, olho no olho, 
por exemplo, a chamamos de assertiva (Alberti, 1978). Comportamentos 
assertivos podem ser caracterizados como respostas verbais sobre 
sentimentos ou opiniões de maneira respeitosa ao ouvinte. Respostas 
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assertivas podem ser diretamente comparadas a respostas agressivas e 
respostas passivas (Spiegler & Guevremont, 1998). 
Uma resposta verbal que expressa a opinião do falante de forma vaga e 
indireta é usualmente chamada de passiva. Passividade pode também ser 
definida pela baixa frequência de respostas, ou seja, quando o indivíduo "fala 
pouco" ou "se cala". Quando um aluno é solicitado a colaborar numa atividade 
de grupo na sala de aula, por exemplo, mas se exime de expor suas ideias, está 
exibindo um tipo de comportamento chamado de "passivo". Quando um colega 
do grupo expõe uma ideia ou interpretação sobre um assunto que o aluno 
conhece profundamente e este reconhece falhas na exposição, mas não as 
corrige, dizemos que o aluno "esteve passivo" na atividade. Respostas passivas 
podem também ocorrer através de questões, como por exemplo "será que não 
é melhor conduzirmos o trabalho da professora de outra maneira?" Respostas 
passivas podem também consistir de frases que eximem o falante de 
responsabilidade como, por exemplo "Certas pessoas vão preferir que o 
trabalho seja feito de outra maneira". 
No extremo oposto, está o comportamento classificado como agressivo. 
Se na mesma situação hipotética de um trabalho em grupo na sala de aula, o 
aluno expressa sua opinião de forma hostil, inflexível e em voz alta como, por 
exemplo "este trabalho não serve" dizemos que ele "foi agressivo". 
Nos exemplos acima, assertividade seria observada caso o aluno 
descrevesse claramente o motivo pelo qual acredita que sua ideia é mais 
adequada, como por exemplo "acredito que é melhor conduzirmos o trabalho 
de outra maneira porque..." 
Muitas vezes os alunos por eles mesmos não conseguem resolver seus 
conflitos de forma assertiva, sendo necessária a interferência, em muitos 
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casos, direta do(a) professor(a). Espera-se, no entanto, que o(a) professor(a) 
consiga também desenvolver a habilidade de reconhecer nas muitas situações 
de sala de aula, comportamentos agressivos, passivos e assertivos em seus 
alunos. 
Comportamentos assertivos incluiriam a expressão dos sentimentos do 
falante de forma direta e clara, sem infringir os direitos dos outros (Jentsch & 
Smith-Jentsch, 2001). É comum caracterizarmos alguém como "assertivo", 
"passivo" ou "agressivo" baseado na forma como esta pessoa se comporta. 
Uma pessoa de comunicação agressiva, por exemplo, apresenta um conjunto 
de comportamentos como alto tom de voz, movimentos bruscos em direção ao 
ouvinte, palavras ofensivas etc. Quando caracterizarmos uma pessoa de 
comunicação agressiva por meio da observação daquilo que ela faz, não é 
incomum usarmos tal característica (agressividade) como explicação do 
comportamento de uma forma circular (por exemplo, o sujeito é agressivo 
porque fala em voz alta/o sujeito fala em voz alta porque é agressivo). Um dos 
problemas associados a essa prática é que perdemos de vista as variáveis 
importantes e de fácil acesso que podem estar contribuindo para que a pessoa 
se comporte de determinada maneira (Skinner, 1988/1953). Estas variáveis 
encontram-se em nosso ambiente imediato, ao nosso redor. 
Nossos comportamentos produzem consequências que acabam por 
determinar como agiremos no futuro. Quando essas consequências são 
favoráveis, elas aumentam a probabilidade que determinados comportamentos 
ou ações ocorram. Chamamos essas consequências favoráveis de 
reforçadoras (Skinner, 1988/1953). Quando nossos comportamentos deixam 
de produzir consequências ou produzem consequências desfavoráveis, a 
probabilidade futura desses comportamentos diminui. Assim, é essencial 
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analisar as consequências associadas a determinado comportamento para 
entender o motivo de sua ocorrência. Para entender o porquê estes 
comportamentos assertivos estão ou não ocorrendo, e sua frequência, é 
preciso analisar se estão/estiveram ou não associados a consequências 
reforçadoras e em quais circunstâncias.Referências bibliográficas: 
 
ALBERTI, Robert E.; EMMONS, Michel L. Comportamento Assertivo Um 
guia de auto-expressão. Tradução: Jane Maria Corrêa InterLivros, 2002. 
DEL PRETTE, Z.; DEL PRETTE, A. Desenvolvimento interpessoal e 
educação escolar: o enfoque das habilidades sociais.Temas em Psicologia, V.6, 
N.3, p. 2015-215, 1998. 
HABERMAS, J. Agir comunicativo e razão destranscendentalizada. 
Tradução de: Lúcia Aragão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2002. 
__________. A inclusão do outro: Estudos de Teoria Política. São Paulo: 
Loyola, 2002. 
__________. Comentários à ética do discurso. Tradução de: Gilda Lopes. 
Encarnação. Lisboa: Instituto Piaget, 1999. 
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, para que? 5. ed. São Paulo: 
Cortez, 2002. 
MATOS, Margarida Gaspar de.; TOMÉ, Gina. Aventura Social: Promoção 
de Competências e do Capital Social para um Empreendedorismo com Saúde 
na Escola e na Comunidade. V. 2 - Intervenções com jovens e na comunidade, 
2012. 
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SKINNER, B. F. (1965). Science and human behavior. New York/London: 
Free Press/Collier MacMillan, 1965. Publicado originalmente em 1953. 
SKINNER, B. F. Can psychology be a science of mind? American 
Psychologist, 45, 1206-1210, 1988. 
SPIEGLER, M. D.; GUEVREMONT, D. C. Contemporary Behavior Therapy 
Hardcover. Wadsworth Publishing, 1998. 
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