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9 PODER LEGISLATIVO

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DIREITO CONSTITUCIONAL
PODER LEGISLATIVO
ATUALIZADO EM 21/12/2018[2: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ]
PODER LEGISLATIVO
	COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
A primeira constituição que tratou da CPI foi a CF/1934. Todas trataram de CPI exceto a CF/1937- constituição polaca. As CPI’s também são função típica do Poder Legislativo. É o controle parlamentar stricto sensu.
- ObjetivoS:
Ajudar na tarefa legiferante. Quando a CPI faz uma investigação, ela colhe informações que ajudam a elaboração de leis que possam evitar esses tipos de comportamento. Trazer informações relevantes para que o poder legislativo possa exercer sua função de forma mais eficaz. 
Servir de instrumento de fiscalização do Governo e da Administração Pública.
Informar a opinião pública. Fazer com que a população tome conhecimento de certos fatos.
	#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: É CONSTITUCIONAL O ESTABELECIMENTO DE RESTRIÇÃO AO NÚMERO MÁXIMO DE CPIS INSTAURADAS SIMULTANEAMENTE EM DETERMINADA CASA PARLAMENTAR? 
SIM! Restrição nesse sentido encontra-se estabelecida no texto do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. O STF já se manifestou expressamente acerca do dispositivo, ratificando a sua CONSTITUCIONALIDADE. Confira-se a ementa de julgamento:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. INSTAURAÇÃO. REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. RESTRIÇÃO: IMPOSSIBILIDADE DE INSTITUÍ-LA ENQUANTO ESTIVER FUNCIONANDO PELO MENOS CINCO DELAS. 1. A restrição estabelecida no § 4º do artigo 35 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que limita em cinco o número de CPIs em funcionamento simultâneo, está em consonância com os incisos III e IV do artigo 51 da Constituição Federal, que conferem a essa Casa Legislativa a prerrogativa de elaborar o seu regimento interno e dispor sobre sua organização. Tais competências são um poder-dever que permite regular o exercício de suas atividades constitucionais. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (STF, ADI 1.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 19.10.2000)
CPI FEDERAL
O que se disser aqui, em princípio, aplica-se as CPIs municipais e estaduais.
Requisitos para a criação
STF - ADI 3619 – determina os requisitos para criação de CPI no âmbito federal (art. 58, §3º) e diz que se aplicam aos estados, municípios e DF. 
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Requerimento de 1/3 dos membros.
Requisito formal
Vale dizer, as CPIs somente serão criadas por requerimento de, no mínimo, 171 Deputados (1/3 de 513) e de, também, no mínimo, 27 Senadores (1/3 de 81), em conjunto ou separadamente.
Exclusiva da CD, exclusiva do SF ou mista – 1/3 SF +1/3 CD. 
#OBS: No Brasil, a CPI é um direito público subjetivo das minorias. Essa forma de CPI foi criada pela Constituição de Weimar – 1919. Há países que adotam a CPI como direito das maiorias, exigindo maioria absoluta ou simples para a criação da maioria. Foi a partir disso que foi descoberto o Mensalão.
É inconstitucional Lei Orgânica ou Constituição Estadual que estabeleça quórum superior ao 1/3, de acordo com o entendimento do STF, sendo a CPI um instrumento de proteção das minorias parlamentares. 
#ATENÇÃO:é possível a redução do quórum.
INSTALAÇÃO DE CPI E DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO DAS MINORIAS
No mérito, entendeu-se que a maioria não poderia, sustentando a inobservância do art. 58, §3º, da CF, e valendo-se de meios regimentais, deslocar, para o Plenário da Câmara dos Deputados, a decisão final sobre a efetiva criação da CPI, sob pena de se frustrar o direito da minoria à investigação parlamentar. Considerou-se que, na espécie, o direito da minoria à investigação parlamentar teria sido transgredido e desrespeitado pela decisão da Presidência da Câmara que admitira o processamento do recurso interposto pelo líder do PT e que, com o acolhimento desse recurso, o Plenário dessa Casa legislativa acabara por invalidar, de modo inconstitucional, o Ato da sua Presidência que declarara, formalmente, a criação da CPI em referência, por corretamente considerar atendidos os requisitos constitucionais previstos no art. 58, §3º, da CF. Afirmou-se que, reconhecido o atendimento desses requisitos pelo Presidente da Câmara, fica concluído o procedimento de criação da CPI, sendo incabível o questionamento interno de sua legitimidade. Nesse sentido, asseverou-se que o próprio Regimento Interno da Câmara dos Deputados, em norma compatível com a referida cláusula constitucional, estabelece, em seu art. 35, §2º, que, "Recebido o requerimento, o Presidente o mandará à publicação, desde que satisfeitos os requisitos regimentais; caso contrário, devolvê-lo-á ao Autor, cabendo, desta decisão, recurso para o Plenário...". MS 26441/DF, rel. Min. Celso de Mello, 25.4.2007. (MS-26441)
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 34, § 1º, E 170, INCISO I, DO REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. COMISÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. CRIAÇÃO. DELIBERAÇÃO DO PLÉNARIO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. REQUISITO QUE NÃO ENCONTRA RESPALDO NO TEXTO DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. SIMETRIA. OBSERVÂNCIA COMPULSÓRIA PELOS ESTADOS-MEMBROS. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 58, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. 
1. A Constituição do Brasil assegura a um terço dos membros da Câmara dos Deputados e a um terço dos membros do Senado Federal a criação da comissão parlamentar de inquérito, deixando, porém ao próprio parlamento o seu destino. 
2. A garantia assegurada a um terço dos membros da Câmara ou do Senado estende-se aos membros das assembleias legislativas estaduais --- garantia das minorias. O modelo federal de criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui matéria a ser compulsoriamente observada pelas casas legislativas estaduais. 
3. A garantia da instalação da CPI independe de deliberação plenária, seja da Câmara, do Senado ou da Assembleia Legislativa. Precedentes.
4. Não há razão para a submissão do requerimento de constituição de CPI a qualquer órgão da Assembleia Legislativa. Os requisitos indispensáveis à criação das comissões parlamentares de inquérito estão dispostos, estritamente, no artigo 58 da CB/88. 
5. Pedido julgado procedente para declarar inconstitucional o trecho "só será submetido à discussão e votação decorridas 24 horas de sua apresentação, e", constante do § 1º do artigo 34, e o inciso I do artigo 170, ambos da Consolidação do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (STF - ADI: 3619 SP , Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 01/08/2006, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 20-04-2007 PP-00078 EMENT VOL-02272-01 PP-00127)
#OBS: STF MS 16.441 – a exigência de requerimento de 1/3 dos parlamentares deve ser examinada no momento do protocolo do pedido perante a Mesada respectiva Casa Legislativa, independentemente de posterior ratificação. Ou seja, a partir do momento em queo protocolo é feito esse requisito já esta consolidada. Não se admite a desistência. Não pode retirar a assinatura.
#OBS: Na constituição das mesas e nas comissões é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos. Na CPI não é diferente. Em sendo preenchidos os requisitos, a CPI sendo um instrumento das minorias, o STF afirma que sua constituição é obrigatória, devendo o PRESIDENTE DO PARLAMENTO nomear os representantes. Assim foi decidido pelo STF na CPI dos bingos. Os partidos políticos não nomearam representantes; assim, dois Senadores impetraram MS para obrigar o Presidente do parlamento a indicar os representantes para a formação da comissão.
Os partidos políticos escolhem internamente os seus representantes para participarem da CPI.
As CPI devem obediência ao princípio da REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL PARTIDÁRIA (artigo 58, §1º, CF), ou seja, se um partido tiver 30% dos membros do parlamento terá direito ao mesmo percentual de membros da comissão. Sendo a presidência pertencente ao partido com maior bancada; a segunda maior bancada tem a relatoria.
Art. 58 § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
Apuração de fato determinado.
Requisito substancial ou material.
De acordo com o art. 35, §1º, do RICD, considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da Comissão, não podendo, portanto, a CPI ser instaurada para apurar fatoexclusivamente privado ou de caráter pessoal.
O objeto da CPI é a apuração de um fato determinado, ou seja, no momento em que é feito requerimento de instauração, é necessário que esteja detalhado e especificado o fato a ser investigado. Isso não impede que fatos conexos, surgidos durante a investigação, sejam investigados. Basta que seja feito um aditamento no requerimento da CPI. Foi o que ocorreu na CPI dos correios.
O STF permite que uma única CPI analise FATOS DETERMINADOS (no plural), assim, mais do que um fato determinado pode ser investigado. EXEMPLO: CPI do Judiciário teve vários fatos determinados.
#OBS:fato conexo basta aditamento. Fato novo – requisito formal de iniciativa (1/3).
A CPI nada mais é que uma comissão criada no âmbito de uma das casas, ou em ambas. Deste modo, ela não pode extrapolar os limites da competência do Congresso Nacional, que se circunscreve a assuntos de interesse geral (de todo o Estado brasileiro) ou interesse específico da União (não atingem Estados ou Municípios). A CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivo dos Estados nem dos Municípios. Caso o faça, estará violando o princípio federativo.
CPI não pode investigar fatos de interesse exclusivamente privado. A existência de interesse público é obrigatória. Mas então, quem pode ser investigado pela CPI? O Poder Executivo, pessoas físicas e jurídicas, órgãos e instituições ligados à gestão da coisa pública ou que, de alguma forma, tenham que prestar contas sobre bens e valores públicos. O particular pode sim ser investigado, desde que tenha um interesse público envolvido. O que determina é o fato ter interesse público ou exclusivamente privado e não a pessoa.
Diante de um mesmo fato, pode ser criada CPI na Câmara e também no Senado Federal, ou, ainda, a investigação poderá ser conduzida pelo Judiciário, por outros órgãos ou, até, por CPIs nos outrosentesfederativos,sehouverinteressecomum,devendocadaqualatuarnos limites de sua competência.
O fato determinado objeto da CPI tem que ter uma relação com a Casa que está apurando, ou seja, deve estar dentre as atribuições da Casa Legislativa, que estejam estabelecidas na CF.
As pessoas podem ser insurgir contra as deliberações e decisões da CPI por meio de MS ou HC. Competência para MS ou HC:STF pois CPI é do Congresso Nacional art. 102 I d e c art. 5º XXXV CF. Na esfera estadual, o competente é o TJ. Na esfera municipal, o competente é o juiz.
#ATENÇÃO #OBSERVAÇÃO:
Suas conclusões serão, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. As decisões da CPI são definitivas, de modo que sua executoriedade independe de aprovação de outro órgão.
Assim, em face da imprecisão legislativa há necessidade de definição de dois pontos básicos na atuação das CPIs: amplitude de seu corpo de atuação e limites de seu poder investigatório.
Conclusão
A CPI conclui o inquérito parlamentar, mas não pode condenar. Os documentos sigilosos não podem ser divulgados (assim como o MP, o juiz, a autoridade policial). Devem ficar em sigilo até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Nesse ponto a CPI tem poder maior do que o da autoridade judicial, já que podem no relatório divulgar os dados sigilosos.
O relatório final, a conclusão e as decisões instrutórias são tomadas por todos os membros da CPI, isso é a aplicação do PRINCÍPIO DO COLEGIADO, não será o presidente que irá tomar a decisão. As finalidades do relatório enviado ao MP são: apurar responsabilidade civil (improbidade) e penal (ação penal).
O MP não está vinculado ao relatório da CPI, ele tem independência funcional. O MP tem o prazo de 30, nos termos da Lei 10.001/00, para se posicionar em relação ao relatório recebido. A Lei 10.001/00 também dispõe sobre a prioridade dos procedimentos do MP originados de CPI, que passará a ter prioridade sobre todo o trabalho do MP.
E a autoridade que presidir processo ou procedimento, administrativo ou judicial, instaurado em decorrência de conclusões de CPI, comunicará, semestralmente, a fase em que se encontra, até a sua conclusão, garantindo-se a o referido processo ou ao procedimento prioridade.
A CPI tem que passar ao MP somente os documentos que julgue relevantes. Há caso atual em que a CPI se recusou a mandar os documentos para o MP e para o juiz os documentos requeridos pelo Judiciário. A Lei 1579/52 dispõe sobre CPI. A LC 105/01 também é importante para a verificação da quebra de sigilos.
Outra consequência do término da CPI reside na possibilidade de apresentação de projeto de lei (artigo 61, CF). Igualmente, a CPI pode fazer recomendações para adoção de medidas fiscalizadoras.
Por prazo certo.
Requisito temporal. Há no Congresso Nacional as comissões permanentes (se prolongam por mais de uma legislatura – 4 anos. Ex. CCJ) e temporárias (são aquelas que se extinguem com o fim dos trabalhos ou com o fim do prazo estipulado ou ainda com o término da legislatura). 
Pode haver várias prorrogações, mas nunca poderá ultrapassar uma legislatura. ATENÇÃO. Em 2015 começa uma nova legislatura. Se começou em 2014 tem que acabar no final do 2014. Ela não pode passar de uma legislatura a outra. 
Regimento Interno Senado art. 145, §1º – prazo previsto no requerimento. 
CD – RICD art. 35, §3º - prazo de 120 dias, prorrogável por 60 dias (deliberação do Pleno).
Congresso Nacional - não há previsão no RI. Aplica lei 1579/52, que foi parcialmente recepcionada pela CF/88.
Art. 5º, §2º - a incumbência da CPI termina com a sessão legislativa, em que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva Câmara prorrogando- a dentro da legislatura em curso.
#OBS: sessão legislativa x legislatura
- sessão legislativa: 02/02 – 17/07 01/08 – 22/12.
- legislatura – 4 anos.
#IMPORTANTE #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Observe-se, também, a possibilidade de instauração de CPIs simultâneas dentro de uma mesma Casa, sendo que o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, no seu art. 35, §4º, determinou o limite de 5, restrição esta declarada constitucional pelo STF por estar em consonância com os incs. III e IV do art. 51, CF/88, que conferem à Câmara “a prerrogativa de elaborar o seu regimento interno e dispor sobre sua organização. Tais competências são um poder-deverque permite regular o exercício de suas atividades constitucionais” (ADI 1.635, Rel. Min. Maurício Corrêa, j. 19.10.2000).
Na hipótese de sessão extraordinária, fica vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. Contudo, os parlamentares fazem jus à ajuda de custo.
Poderes da CPI
Embora sejam amplos, encontram restrições nos direitos e garantias fundamentais previstos na CF. Aquilo que o juiz não pode a CPI também não pode.
Natureza? São considerados poderes de natureza instrumental. Servem como instrumento para que as funções típicas possam ser realizadas de maneira mais eficaz. 
Que poderes são esses? Poderes próprios de autoridade judicial.
Deve ser entendido como PODERES DE INSTRUÇÃO PROCESSUAL PRÓPRIOS DAS AUTORIDADES JUDICIAIS. (inclusive, a Lei 9034/95 (Organizações Criminosas) teve o seu artigo 3º tido por inconstitucional pelo STF, porque o juiz não investiga). O JUIZ TEM PODERES DE INSTRUÇÃO.
Não são todos os poderes do juiz. 
Poderes
Prender em flagrante por falso testemunho a testemunha. O investigado NÃO, pois não é testemunha. A testemunha tem o direito de se calar no que possa produzir prova contra si, como direito a não autoincriminação.
Prender em flagrante por desacato à autoridade. EXEMPLO: dar um tapa na cara do membro da CPI.
Determinar a realização de diligências. EXEMPLOS: vistorias, exames, perícias.
Requisitar (determinar) auxílio de servidores públicos. EXEMPLO: requisitar auditores da Receita Federal e do Banco Central.
Quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados.
Interceptação telefônica x quebra de sigilo telefônico – esse último é o acesso aos dados históricos da linha de telefone. O tempo da chamada, os horários da ligação. MS 25.668.
Busca e apreensão de documentos e equipamentos. HC 31.039.
Condução coercitiva
Todos estão obrigados a depor na CPI, mas algumas autoridades podem marcar hora, dia e local, desde que razoáveis, a CPI oferta 03 datas e horários e a autoridade escolhe).
#ATENÇÃO:Parlamentares - Se não for, significa quebra de decoro parlamentar, nos termos do art. 53, §6. Se ele comparecer ele não está obrigado a prestar informações que tenha recebido em razão do mandato. Esse não é um privilégio apenas dos parlamentares. No exercício de qualquer profissão.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001).
Índio? HC 80.240 – tem que ser ouvido dentro de sua reserva, acompanhado por representante da FUNAI e antropólogo que tivesse conhecimento de sua cultura.
 Realização de exames periciais
#OBS:As decisões da CPI que interferem no âmbito de proteção de direitos individuais, deve ser fundamentada de maneira adequada, sendo que esta deve ser ainda contemporânea à decisão. Ou seja, exige-se a fundamentação e para ela ser considerada válida ela tem que preencher dois requisitos: 1. A fundamentação tem que ser feita no momento em que a decisão é tomada. 2. Ser adequada. Alegações genéricas não servem de fundamentação. Não precisa ser tão complexa como uma decisão judicial, mas tem que apontar as razões que justificam a decisão. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE
O inquérito parlamentar, produzido por qualquer CPI, pode coexistir com inquéritos policiais ou processos judiciais em curso (MS 23639).O PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE condiciona a eficácia das deliberações de qualquer comissão parlamentar de inquérito, especialmente em tema de quebra de sigilo bancário. (MS 23669).
A CPI tem outros poderes previstos nos regimentos internos da respectiva Casa, entretanto, esses poderes não podem violar a reserva de jurisdição.
MS 23639 = possibilidade de existência simultânea de CPI e IP em curso.
HC 80089 = juiz não pode ser convocado pela CPI para explicar a sua sentença, ingerência de um poder em outro.
Toda decisão da CPI deve ser fundamentada – analogia ao 93, IX CF ( INF 216, 243 E 239)
Não há necessidade de devido processo legal ou contraditório, pois o intuito é investigatório e não acusatório (o art. 5º LIV CF fala que ninguém será privado de liberdade ou bens sem o devido processo legal – o art. 5º LV afirma que aos litigantes e aos acusados em geral devem ser assegurados contraditório em ampla defesa) na CPI não há litigantes e nem acusados, o cunho é meramente investigatório.
	PODE
	NÃO PODE
	Convocar autoridades
a) não poderia a CPI federal convocar autoridade estadual ou municipal em vista dos princípios federativos e da não intervenção;
b) não poderia a CPI convocar juiz para depoimento sobre decisão judicial pois ofenderia o princípio da separação dos poderes e o privilégio de foro, isto está inclusive no Reg. Int. do Senado – INF 194), realizar perícias, ouvir indiciados (o convocado tem direito ao silêncio – analogia com o 5º LXIII CF – INF 334),
	- Devem respeitar a “cláusula de reserva constitucional de jurisdição”;
- Previsão constitucional de competência exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário;
- Não podem determinar invasão domiciliar, ou a interceptação telefônica – art. 5º, XI e XII CF (Lei 9.296/96 – interceptação telefônica).
	-Determinar buscas e apreensões (desde que não domiciliar, pois é reserva de jurisdição art. 5º XI CF– INF 212 e 234),
- Requerer condução de testemunhas.
- Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico (quebrar sigilo de dados somente, pois interceptação telefônica é reserva de jurisdição)– mas não podem divulgar dados fora dos trabalhos internos (INF 218)
- LC 105/01 e sigilo bancário – (ampliou as hipóteses de divulgação entre instituições financeiras, entidades de proteção ao crédito, autoridades competentes para apuração de ilícitos, etc) – Menciona a CPI no art. 4º, p. 1º
	- Decretar prisões (só por ordem escrita de juiz – 5º LXI) salvo em flagrante delito
- Determinar medidas cautelares como arresto, sequestro, (ninguém será privado de liberdade ou bens sem devido processo legal – 5º LIV),
- busca domiciliar, interceptação telefônica, restringir assistência judiciária aos investigados, divulgar a terceiros os dados obtidos com a quebra de sigilo, formular acusações,
Convém destacar o §1º do art. 4º da LC nº 105/2001, ao estabelecer que as CPIs, no exercício de sua competência constitucional e legal de ampla investigação, obterão as informações e os documentos sigilosos de que necessitarem, diretamente das instituições financeiras ou por intermédio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de Valores Mobiliários, devendo referidas solicitações ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Plenário de suas respectivas comissões parlamentares de inquérito.
A CPI não tem poderes para investigar atos de conteúdo jurisdicional, não podendo, portanto, rever os fundamentos de uma sentença judicial. Revela-se constitucionalmente lícito, a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, investigar atos de caráter não jurisdicional emanados do Poder Judiciário, de seus integrantes ou de seus servidores, especialmente se se cuidar de atos, que, por efeito de expressa determinação constitucional, se exponhamà fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Legislativo (CF, arts. 70 e 71) ou que traduzam comportamentos configuradores de infrações político-administrativas eventualmente praticadas por Juízes do STF.
Limites da CPI
#ATENÇÃO #IMPORTANTE
A CPI não pode por AUTORIDADE PRÓPRIA, ou seja, sem a integração do Poder Judiciário:
a) Determinar a BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR.[3: Quando pratiquem atos abusivos, poderão as CPI serem submetidas à ação judicial no STF. Casa é todo espaço corporal autônomo e limitado, essa interpretação decorre da CF e do CP (artigo 150).CP, Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito,em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. § 4º - A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. § 5º - Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. §1ºProceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: a) prender criminosos; b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crimes; h) colher qualquer elemento de convicção.§2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.]
b) Decretar prisão (subtração ou restrição da liberdade de locomoção).
c) Decretar a INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (artigo 5º XII, CF).
d) Determinar constrição judicial ou medidas assecuratórias (artigo 125, CPP): arresto, seqüestro, hipoteca ou indisponibilidade de bens.
e) Proibir que o cidadão saia da comarca ou país.
As decisões judiciais que não tenham natureza jurídica de medida investigatória não podem ser proferidas pela CPI. EXEMPLO: arresto de bens.
Cláusula de reserva de Jurisdição
Reserva ao Judiciário determinados atos. O STF já determinou alguns desses atos.
Monopólio estrito de jurisdição.
Interceptação telefônica. Art. 5º, XII. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Violar domicílio. Art. 5º XI a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Prisão, salvo flagrante delito. Art. 5ª LXI. - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
Sigilo imposto a processo judicial. Não há nenhum dispositivo específico. art 5º, X (privacidade), LX (sigilo dos processos judiciais e publicidade).
#OBS:Os três primeiros poderes foram definidos pelo STF no MS 23.452 VER NO FINAL – decisão pragmática em matéria de CPI. No caso do processo judicial MS 27.483. CPI dos grampos telefônicos – o Legislativo resolveu investigar a facilidade com que o Poder Judiciário determinava a interceptação telefônica. Mas a maioria desses processos estava sob sigilo judicial.
Direitos e garantias individuais
Direito de não produzir prova contra si mesmo. Art. 5º, LXIII.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Conforme dispõe o Código de Processo Penal Brasileiro (artigos 203, 206 e 208 combinados), a testemunha não pode se eximir da obrigação de depor, mas, sendo cônjuge de um dos investigados, não é obrigada a firmar o compromisso de dizer a verdade (Notícias STF, 25.07.2005, em que se pode verificar a íntegra da decisão).
Lembramos, ainda, o dever de a CPI permitir a presença de advogados, exercendo a defesa técnica, com todas as prerrogativas asseguradas pelo Estatuto da Advocacia.
#OBS: crítica minha: o art. 206 do CPP assegura ao cônjuge o direito de não ser testemunha, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.. É opção. Se ele aceitar não precisa prestar o compromisso.
Sigilo profissional. Art. 5º, XIV.
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Padres, advogados, etc.
Medidas acautelatórias
Se ela não tem o poder de punir ou acusar, ela não pode adotar medidas para conservar a decisão final, pois essa decisão final não é dela. MS 23.452. A CPI não possuir poder geral de cautela.
Indisponibilidade de bens. MS 23.480;
Proibição de ausentar-se do país;
Arresto;
Sequestro entes;
Hipoteca judiciária.
Autonomia dos entes federativos
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
EXEMPLO: STF no MS 31.689 – convocação do Governador de Goiás. CPI não pode compelir o Governador a comparecer (condução coercitiva), pois haveria interferência na autonomia federativa. Isso não significa que ele não possa ser investigado, se for um assunto que tenha interesse geral. Se o interesse for local não pode ser investigado.
#OBS: MS E HC em razão de CPI. Autoridade coatora é aquela responsável pelo ato ou o Presidente da CPI. Se não houver uma definição de quem foi o prolator do ato, o MS e o HC podem ser impetrados contra o Presidente da CPI. Competência do STF.
CPI ESTADUAL
Segundo o STF, os requisitos para criação das CPIs federais são normas de observância obrigatória: requerimento de 1/3 (pode ser menor. A finalidade é que seja um instituto da minoria), prazo certo de duração e fato determinado. O fato a ser apurado tem que ser um fato de interesse do Estado. Não pode ser um interesse municipal.
Investigados – STJ – CPIs estaduais não têm competência para investigar autoridades com prerrogativa de foro federal. (AGP 1611/RO). Isso não significa dizer que a CPI não possa investigar fatos, de interesse do estado, em que essas autoridades estejam envolvidas. Não pode investigar o Governador (Ex. quebra de sigilo, condução coercitiva), mas pode investigar fato em que ele esteja envolvido.
Poderes? Em regra, são os mesmo. Houve uma ação no STF (ACO 730) em que se questionou a possibilidade de quebra de sigilo bancário pela CPI estadual. O STF por 6X5 disse que era possível. Ela se referiu apenas ao sigilo bancário, mas a CPI pode todos aqueles poderes. É porque o caso envolvia só o sigilo bancário.
CPI MUNICIPAL
Hoje, admite-se amplamente a criação de CPI no âmbito municipal. Qual o fundamento? O mesmo usado para criação da CPI estadual – Princípio da simetria. As divergências que existem é com relação à extensão dos poderes da CPI municipal.
Requisitos? Os mesmos. Normas de observância obrigatória. 
Fato de interesse local. Nada impede a instauração simultânea de CPI municipal, federal e estadual. O que não pode é a CPI investigar fatos exclusivos de competência do outro ente. Se envolver os três, os três podem instaurar.
Poderes? Aqui há controvérsia. Por quê? A CF fala que CPI tem poderes próprios de autoridade judicial, além de outros previstos no regimento interno. O problema é que não existe Poder Judiciário no município. Por isso STJ entende que a CPI estadual não pode investigar autoridade com foro federal, já que o Poder Judiciário estadual também não pode. Se a CPI municipal pudesse ter poderes próprios de autoridade judicial, com base na simetria, estaríamos acrescentando uma competência ao Município. A CF atribui ao município competências ao legislativo e ao executivo. Por isso, a CPI municipal não tem poderes próprios de autoridade judicial. Tem somente os poderes presentes no regimento interno, que não pode determinar poderes próprios de autoridade judicial.
Concordamos com a conclusão,mas o nosso fundamento não é, exclusivamente, o fato de existir um Judiciário municipal, e sim a situação do Município na Federação, especialmente por não ter representação no Senado Federal.
Há algumas decisões no sentido da doutrina majoritária - anterior a 1988 (não houve mudança para que se decidisse de outra forma): STF RE 96.049 (não admitiu condução coercitiva de pessoa para prestar depoimento) TJMG ADI 134817. 
#NOVIDADELEGISLATIVA (LEI 13.367/2016): 
Foi promulgada e publicada em 05/12/2016, com o objetivo de alterar a Lei 1.579/52, que dispõe sobre Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
Art. 1o  As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do § 3o do art. 58 da Constituição Federal, terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar fato determinado e por prazo certo.
Parágrafo único.  A criação de Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá de requerimento de um terço da totalidade dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em conjunto ou separadamente.
Art. 2o  No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares de Inquérito determinar diligências que reputarem necessárias e requerer a convocação de Ministros de Estado, tomar o depoimento de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir testemunhas sob compromisso, requisitar da administração pública direta, indireta ou fundacional informações e documentos, e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença.
Art. 3º. §1º Em caso de não comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua intimação será solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre, nos termos dos arts. 218 e 219 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
Art. 3º-A. Caberá ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, por deliberação desta, solicitar, em qualquer fase da investigação, ao juízo criminal competente medida cautelar necessária, quando se verificar a existência de indícios veementes da proveniência ilícita de bens.
Art. 6o-A.  A Comissão Parlamentar de Inquérito encaminhará relatório circunstanciado, com suas conclusões, para as devidas providências, entre outros órgãos, ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União, com cópia da documentação, para que promovam a responsabilidade civil ou criminal por infrações apuradas e adotem outras medidas decorrentes de suas funções institucionais”.
JURISPRUDÊNCIA SOBRE CPI
Decisão CLÁSSICA do STF sobre CPI: MS 23452 / RJ - RIO DE JANEIROMANDADO DE SEGURANÇA Relator(a): Min. CELSO DE MELLO. Julgamento:16/09/1999 Órgão Julgador: Tribunal Pleno EMENTA: COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF, ART. 58, §3º) - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS - LEGITIMIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL - POSSIBILIDADE DE A CPI ORDENAR, POR AUTORIDADE PRÓPRIA, A QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO - NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DO ATO DELIBERATIVO - DELIBERAÇÃO DA CPI QUE, SEM FUNDAMENTAÇÃO, ORDENOU MEDIDAS DE RESTRIÇÃO A DIREITOS - MANDADO DE SEGURANÇA DEFERIDO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, em sede originária, mandados de segurança e habeas corpus impetrados contra Comissões Parlamentares de Inquérito constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou no de qualquer de suas Casas. É que a Comissão Parlamentar de Inquérito, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da União, nada mais é senão a longa manus do próprio Congresso Nacional ou das Casas que o compõem, sujeitando-se, em conseqüência, em tema de mandado de segurança ou de habeas corpus, ao controle jurisdicional originário do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, "d" e "i"). Precedentes. [4: A prova do TRF4/2016 considerou correta a seguinte alternativa a respeito dessa temática: “Compete ao Supremo Tribunal Federal o controle jurisdicional dos atos de Comissão Parlamentar de Inquérito que envolvam ilegalidade ou ofensa a direitos individuais, na medida em que a Comissão Parlamentar de Inquérito procede como se fosse a Câmara dos Deputados, o Senado Federal ou o Congresso Nacional como um todo.”]
O CONTROLE JURISDICIONAL DE ABUSOS PRATICADOS POR COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. - A essência do postulado da divisão funcional do poder, além de derivar da necessidade de conter os excessos dos órgãos que compõem o aparelho de Estado, representa o princípio conservador das liberdades do cidadão e constitui o meio mais adequado para tornar efetivos e reais os direitos e garantias proclamados pela Constituição. Esse princípio, que tem assento no art. 2º da Carta Política, não pode constituir e nem qualificar-se como um inaceitável manto protetor de comportamentos abusivos e arbitrários, por parte de qualquer agente do Poder Público ou de qualquer instituição estatal. - O Poder Judiciário, quando intervém para assegurar as franquias constitucionais e para garantir a integridade e a supremacia da Constituição, desempenha, de maneira plenamente legítima, as atribuições que lhe conferiu a própria Carta da República. O regular exercício da função jurisdicional, por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o princípio da separação de poderes. Desse modo, não se revela lícito afirmar, na hipótese de desvios jurídico-constitucionais nas quais incida uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que o exercício da atividade de controle jurisdicional possa traduzir situação de ilegítima interferência na esfera de outro Poder da República.
O CONTROLE DO PODER CONSTITUI UMA EXIGÊNCIA DE ORDEM POLÍTICO-JURÍDICA ESSENCIAL AO REGIME DEMOCRÁTICO. - O sistema constitucional brasileiro, ao consagrar o princípio da limitação de poderes, teve por objetivo instituir modelo destinado a impedir a formação de instâncias hegemônicas de poder no âmbito do Estado, em ordem a neutralizar, no plano político-jurídico, a possibilidade de dominação institucional de qualquer dos Poderes da República sobre os demais órgãos da soberania nacional. Com a finalidade de obstar que o exercício abusivo das prerrogativas estatais possa conduzir a práticas que transgridam o regime das liberdades públicas e que sufoquem, pela opressão do poder, os direitos e garantias individuais, atribuiu-se, ao Poder Judiciário, a função eminente de controlar os excessos cometidos por qualquer das esferas governamentais, inclusive aqueles praticados por Comissão Parlamentar de Inquérito, quando incidir em abuso de poder ou em desvios inconstitucionais, no desempenho de sua competência investigatória.
OS PODERES DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, EMBORA AMPLOS, NÃO SÃO ILIMITADOS E NEM ABSOLUTOS. LIMITAÇÕES AOS PODERES INVESTIGATÓRIOS DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. - A Constituição da República, ao outorgar às Comissões Parlamentares de Inquérito "poderes de investigação próprios das autoridades judiciais" (art. 58, § 3º), claramente delimitou a natureza de suas atribuições institucionais, restringindo-as, unicamente, ao campo da indagação probatória, com absoluta exclusão de quaisquer outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera de competência dos magistrados e Tribunais, inclusive aquelas que decorrem do poder geral de cautela conferido aos juízes, como o poder de decretar a indisponibilidade dos bens pertencentes a pessoas sujeitas à investigação parlamentar. A circunstância de os poderes investigatórios de uma CPI serem essencialmente limitados levou a jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal a advertir que as Comissões Parlamentares de Inquérito não podem formular acusações e nem punir delitos (RDA 199/205, Rel. Min. PAULO BROSSARD), nem desrespeitar o privilégio contra a autoincriminaçãoque assiste a qualquer indiciado ou testemunha (RDA 196/197, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 79.244-DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE), nem decretar a prisão de qualquer pessoa, exceto nas hipóteses de flagrância (RDA 196/195, Rel. Min. CELSO DE MELLO - RDA 199/205, Rel. Min. PAULO BROSSARD). 
*#DEOLHONAJURIS #STF: Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. Assim, a página do Senado Federal na internet não pode divulgar os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar de inquérito (CPI). STF. Plenário. MS 25940, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 26/4/2018 (Info 899).
#NÃOCUSTALEMBRAR: DIREITOS E GARANTIA INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER ABSOLUTO
A QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI PODER INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO. - O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações telefônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela própria Constituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar. As Comissões Parlamentares de Inquérito, no entanto, para decretarem, legitimamente, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente a pessoas por elas investigadas, devem demonstrar, a partir de meros indícios, a existência concreta de causa provável que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera de intimidade de quem se acha sob investigação), justificando a necessidade de sua efetivação no procedimento de ampla investigação dos fatos determinados que deram causa à instauração do inquérito parlamentar, sem prejuízo de ulterior controle jurisdicional dos atos em referência (CF, art. 5º, XXXV). - As deliberações de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, à semelhança do que também ocorre com as decisões judiciais (RTJ 140/514), quando destituídas de motivação, mostram-se írritas e despojadas de eficácia jurídica, pois nenhuma medida restritiva de direitos pode ser adotada pelo Poder Público, sem que o ato que a decreta seja adequadamente fundamentado pela autoridade estatal. - O caráter privilegiado das relações Advogado-cliente: a questão do sigilo profissional do Advogado, enquanto depositário de informações confidenciais resultantes de suas relações com o cliente. 
- MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM CONSTANTE DA DELIBERAÇÃO EMANADA DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. Tratando-se de motivação per relationem, impõe-se à Comissão Parlamentar de Inquérito - quando esta faz remissão a elementos de fundamentação existentes aliunde ou constantes de outra peça - demonstrar a efetiva existência do documento consubstanciador da exposição das razões de fato e de direito que justificariam o ato decisório praticado, em ordem a propiciar, não apenas o conhecimento do que se contém no relato expositivo, mas, sobretudo, para viabilizar o controle jurisdicional da decisão adotada pela CPI. É que tais fundamentos - considerada a remissão a eles feita - passam a incorporar-se ao próprio ato decisório ou deliberativo que a eles se reportou. Não se revela viável indicar, a posteriori, já no âmbito do processo de mandado de segurança, as razões que deveriam ter sido expostas por ocasião da deliberação tomada pela Comissão Parlamentar de Inquérito-CONTEMPORANEIRDADE, pois a existência contemporânea da motivação - e não a sua justificação tardia - constitui pressuposto de legitimação da própria resolução adotada pelo órgão de investigação legislativa, especialmente quando esse ato deliberativo implicar ruptura da cláusula de reserva pertinente a dados sigilosos. 
A QUESTÃO DA DIVULGAÇÃO DOS DADOS RESERVADOS E O DEVER DE PRESERVAÇÃO DOS REGISTROS SIGILOSOS. - A Comissão Parlamentar de Inquérito, embora disponha,expropria auctoritate, de competência para ter acesso a dados reservados, não pode, agindo arbitrariamente, conferir indevida publicidade a registros sobre os quais incide a cláusula de reserva derivada do sigilo bancário, do sigilo fiscal e do sigilo telefônico. Com a transmissão das informações pertinentes aos dados reservados, transmite-se à Comissão Parlamentar de Inquérito - enquanto depositária desses elementos informativos -, a nota de confidencialidade relativa aos registros sigilosos. Constitui conduta altamente censurável - com todas as conseqüências jurídicas (inclusive aquelas de ordem penal) que dela possam resultar - a transgressão, por qualquer membro de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, do dever jurídico de respeitar e de preservar o sigilo concernente aos dados a ela transmitidos. Havendo justa causa - e achando-se configurada a necessidade de revelar os dados sigilosos, seja no relatório final dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (como razão justificadora da adoção de medidas a serem implementadas pelo Poder Público), seja para efeito das comunicações destinadas ao Ministério Público ou a outros órgãos do Poder Público, para os fins a que se refere o art. 58, § 3º, da Constituição, seja, ainda, por razões imperiosas ditadas pelo interesse social - a divulgação do segredo, precisamente porque legitimada pelos fins que a motivaram, não configurará situação de ilicitude, muito embora traduza providência revestida de absoluto grau de excepcionalidade.
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE JURISDIÇÃO: UM TEMA AINDA PENDENTE DE DEFINIÇÃO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita determinação constante do próprio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de "poderes de investigação próprios das autoridades judiciais". A cláusula constitucional da reserva de jurisdição - que incide sobre determinadas matérias, como a busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, ressalvada a hipótese de flagrância (CF, art. 5º, LXI) - traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autoridade do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer outros órgãos ou autoridades do Estado. Doutrina. - O princípio constitucional da reserva de jurisdição, embora reconhecido por cinco (5) Juízes do Supremo Tribunal Federal - Min. CELSO DE MELLO (Relator), Min. MARCO AURÉLIO, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Min. NÉRI DA SILVEIRA e Min. CARLOS VELLOSO (Presidente) - não foi objeto de consideração por parte dos demais eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal, que entenderam suficiente, para efeito de concessão do writ mandamental, a falta de motivação do ato impugnado.
INFORMATIVO 434 (INQ-2314) “CPMI DAS AMBULÂNCIAS”: REQUISIÇÃO DE DOCUMENTOS E SIGILO (TRANSCRIÇÕES) “CPMI das Ambulâncias”: Requisição de Documentos e Sigilo (Transcrições) Inq 2314/MT*RELATOR: MIN. GILMAR MENDES DESPACHO: O Presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI das “Ambulâncias”, criada com a finalidade de apurar as denúncias envolvendo a denominada “Operação Sanguessuga”, solicita, por meio do Ofício n° 095/06, a revogação do sigilo dos documentos em poder da comissão, tendo em vista a freqüente divulgação ocorrida através dos meios de comunicação. Os referidos documentos constituem cópias dos autosdos Inquéritosn°s 2.314/DF, 2.315/DF, 2.316/DF, 2.317/DF, 2.318/DF, 2.319/DF, 2.320/DF, 2.321/DF, 2.322/DF, 2.323/DF, 2.324/DF, 2.325/DF, 2.326/DF, 2.327/DF e 2.328/DF, instaurados, a pedido do Procurador-Geral da República, com o objetivo de apurar a participação de parlamentares nos fatos objeto da denominada “Operação Sanguessuga”– que tramitam em segredo de justiça neste Supremo Tribunal Federal, todos sob minha relatoria –, cujo acesso foi autorizado ao Presidente da CPMI das Ambulâncias, por meio de despacho cujo teor transcrevo a seguir, verbis: “Na Petição no 84.406/2006 (Ofício no 012/06), o Presidente da “Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Ambulâncias” (“CPMI das Ambulâncias”), Deputado Federal Antônio Carlos Biscaia, pleiteia, verbis: “Na qualidade de Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Requerimento n.° 245, de 2004, com a finalidade de apurar as denúncias envolvendo a ‘Operação Sanguessuga’, realizada pela Polícia Federal, para investigar quadrilha que atuava na aquisição fraudulenta de insumos estratégicos para a saúde, e em conformidade com o artigo 58 da Constituição Federal e 148 do Regimento Interno do Senado Federal combinado com o artigo 2° da Lei 1.579/52, solicito a Vossa Excelência, cópia dos requerimentos de instauração de inquérito e processos contra parlamentares deferidos ou não por essa Egrégia Corte, com relação à denominada ‘Operação Sanguessuga’. Por oportuno, informo que haverá manutenção de sigilo sobre os documentos e dados fornecidos. A partir da interpretação do art. 58, § 3o, da Constituição, a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é pacífica ao admitir, inclusive, a possibilidade de decretação de quebra de sigilo promovida por comissões parlamentares de inquérito. Nesses casos, exige-se, entretanto, que a referida decretação apresente fundamentação idônea, ainda que sucinta, nos termos do art. 93, IX, da CF. Ademais, é necessário que a fundamentação de eventual quebra de sigilo seja compatível com o objeto que tenha ensejado a instauração da Comissão Parlamentar em questão (Cf., entre outros: MS no 23.669/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 17.04.2000; MS no 24.750/DF, DJ de 02.02.2004, e MS no 24.751/DF, DJ de 02.02.2004, ambos de minha relatoria). Em princípio, em que pese o caráter sigiloso da tramitação destes autos, observo relação de pertinência entre os motivos que ensejaram a instauração da “CPMI das Ambulâncias” e as investigações policiais na denominada “Operação Sanguessuga”. (...)Como se pode aferir, a autorização conferida ao presidente da comissão parlamentar para ter acesso às cópias dos autos dos referidos inquéritos está condicionada à observância de dois requisitos: a) o acesso aos autos deve se restringir aos documentos cujas diligências já foram devidamente concluídas pela autoridade policial;b) o exame das cópias obtidas deve ficar restrito à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, a qual deverá adotar rígidas providências para que seu conteúdo não seja indevidamente divulgado. Tais medidas são imprescindíveis para se assegurar a eficácia das investigações criminais que no momento estão sendo realizadas com o escopo de elucidar os fatos objeto da denominada “Operação Sanguessuga”. Destarte, todo inquérito deve ser revestido do sigilo necessário à efetiva apuração dos fatos objeto da investigação criminal. (...) Portanto, o dever imposto à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI das “Ambulâncias” restringe-se ao resguardo do conteúdo dos documentos, não devendo representar qualquer empecilho aos trabalhos investigatórios reputados necessários pela própria comissão para o alcance de suas finalidades institucionais. A comissão não está impedida, por exemplo, de realizar convocações de parlamentares por ela investigados para prestar depoimentos ou de utilizar os dados obtidos dos documentos sigilosos para eventuais questionamentos, observações, comentários, perguntas e acareações. Assim, se é certo, por um lado, que as CPI´s devem zelar pela confidencialidade dos documentos aos quais teve acesso – seja através do trabalho de cooperação e troca institucional de informações com os demais Poderes, seja pela quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados – , por outro lado também devem ser assegurados às comissões os poderes que lhes foram constitucionalmente atribuídos para utilizar os dados obtidos como instrumento de realização de seus trabalhos investigatórios, os quais muitas vezes exigem a divulgação, ainda que relativa, de seu conteúdo sigiloso, como ocorre normalmente com a elaboração dos relatórios parciais e conclusivos das investigações legislativas, assim como em comunicações ao Ministério Público ou a outros órgãos do Poder Público. (...) Cabe apenas à própria comissão, respeitados os parâmetros legais e constitucionais, julgar quais são os meios necessários ao desempenho eficaz de suas atividades investigatórias, e como devem ser eles manejados para o fiel cumprimento de suas finalidades institucionais. A ordem constitucional assegura às comissões parlamentares de inquérito um âmbito de autonomia investigatória em relação à esfera de investigação policial e, por isso, podem ser distintos os indiciados no inquérito parlamentar e no inquérito policial, mesmo que estes visem a apurar fatos conexos. (...) Nesse sentido, é possível concluir que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI das “Ambulâncias” está incumbida do dever jurídico-constitucional de preservar o sigilo dos documentos cujas cópias foram retiradas dos inquéritos que tramitam neste Supremo Tribunal Federal, o que não a impede de realizar convocações de seus próprios investigados para prestar depoimento. (...) Brasília, 18 de julho de 2006. Ministro Gilmar Mendes Vice-Presidente (RISTF, art. 37, I c/c art. 13, VIII) * inquérito sob segredo de justiça.
INFORMATIVO 417 (HC-86581) CPI: ATO JURISDICIONAL E PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES. Ofende o princípio constitucional da separação e independência dos poderes (CF, art. 2º) a intimação de magistrado para prestar esclarecimentos perante comissão parlamentar de inquérito sobre ato jurisdicional praticado. Com base nesse entendimento, o Tribunal deferiu habeas corpus impetrado contra o requerimento de convocação de magistrada federal para prestar depoimento perante a CPI dos Bingos instaurada pelo Senado Federal, a fim de esclarecer as razões pelas quais concedera liminares em favor de determinada empresa, as quais teriam acarretado prejuízos consideráveis à Caixa Econômica Federal - CEF. Precedente citado: HC 80089/RJ (DJU de 29.9.2000). HC 86581/DF, rel. Min. Ellen Gracie, 23.2.2006. (HC-86581)
INFORMATIVO 416 (MS-25832) CPI - INQUIRIÇÃO EM SESSÃO RESERVADA - PRETENSÃO DO IMPETRANTE - CENSURA JUDICIAL – INADMISSIBILIDADE CPI - Inquirição em Sessão reservada - Pretensão do impetrante - Censura judicial – Inadmissibilidade (Transcrições) MS 25832 MC/DF* RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: PRETENDIDA INTERDIÇÃO DE USO, POR MEMBROS DE CPI, DE DADOS SIGILOSOS A QUE TIVERAM ACESSO. INVIABILIDADE. POSTULAÇÃO QUE TAMBÉM OBJETIVA VEDAR O ACESSO DA IMPRENSA E DE PESSOAS ESTRANHAS À CPI À INQUIRIÇÃO DO IMPETRANTE. INADMISSIBILIDADE. INACEITÁVEL ATO DE CENSURA JUDICIAL. A ESSENCIALIDADE DA LIBERDADE DE INFORMAÇÃO, ESPECIALMENTE QUANDO EM DEBATE O INTERESSE PÚBLICO. A PUBLICIDADE DAS SESSÕES DOS ÓRGÃOS DO PODER LEGISLATIVO, INCLUSIVE DAS CPIs, COMO CONCRETIZAÇÃO DESSA VALIOSA FRANQUIA CONSTITUCIONAL. NECESSIDADE DE DESSACRALIZAR O SEGREDO. PRECEDENTES (STF). PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO INDEFERIDO.
A regra da prejudicialidade: A jurisprudência do STF, em regra, determina a prejudicialidade das “... ações de mandado de segurança e de habeas corpus, sempre que – impetrados tais writs constitucionais contra Comissões Parlamentares de Inquérito – vierem estas a extinguir-se, em virtude da conclusão de seus trabalhos investigatórios, independentemente da aprovação, ou não, de seu relatório final” (MS 23.852-QO, Rel. Min. Celso de Mello, j. 28.06.2001, e julgados mais recentes,como HC 100.200, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 08.04.2010, MS 25.459-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 04.02.2010 etc.).
Existe, contudo, um importante precedente no qual o STF não acatou a jurisprudência dominante da prejudicialidade.Trata-se da ACO 622, ação popular que busca declarar a nulidade da Res. nº 507/2001, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, pela qual se instituiu CPI para apurar as causas do acidente da plataforma P-36 da PETROBRÁS, localizada na Bacia de Campos.
Apesar de a CPI ter encerrado os trabalho, o Min. Ricardo Lewandowski, que considerava a ação prejudicada, reconsiderou a decisão, na medida em que o relatório da CPI fazia diversas recomendações, inclusive para que o Ministério Público investigasse o fato.
É sempre necessário que o poder freie o poder (Montesquieu).Tais Comissões podem: (a) determinar as diligências que reputarem necessárias; (b) convocar ministros de Estado;(c) tomar o depoimento de qualquer autoridade; (d) ouvir indiciados; (e) inquirir testemunhas sob compromisso;(f) requisitar de órgão público informações e documentos de qualquer natureza (inclusive sigilosos); (g) transportar-se aos lugares aonde for preciso. Cuidando-se de CPI do Senado, da Câmara ou mista, pode, ainda, requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de inspeções e auditorias.Quanto aos dados, informações e documentos, mesmo que resguardados por sigilo legal, desde que observadas as cautelas legais, podem as CPIs requisitá-los. Isso significa que podem quebrar o sigilo fiscal, bancário, assim como o segredo de quaisquer outros dados, abarcando-se,por exemplo, os telefônicos (registros relacionados com chamadas telefônicas já concretizadas), e, ainda,determinar buscas e apreensões. O fundamental, nesse âmbito, é:(a) jamais ultrapassar o intransponível limite da 'reserva jurisdicional constitucional', isto é, a CPI pode muita coisa, menos determinar o que a Constituição Federal reservou com exclusividade aos juízes. Incluem-se nessa importante restrição: a prisão, salvo flagrante (CF, art. 5º, inc. LXI); a busca domiciliar (CF, art. 5º,inc. X) e a interceptação ou escuta telefônica (art. 5º,inc. XII);(b) impedir, em nome da tutela da privacidade constitucional (art. 5º inc. X), a publicidade do que é sigiloso, mesmo porque, quem quebra esse sigilo passa a ser dele detentor;(c) não confundir 'poderes de investigação do juiz'(CF, art. 58, § 3º) com o poder geral de cautela judicial: isso significa que a CPI não pode adotar nenhuma medida assecuratória real ou restritiva do 'jus libertatis', incluindo-se a apreensão, sequestro ou indisponibilidade de bens ou mesmo a proibição de se afastar do país. "Torna-se importante assinalar, neste ponto, que, mesmo naqueles casos em que se revelar possível o exercício, por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, dos mesmos poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, ainda assim a prática dessas prerrogativas estará necessariamente sujeita aos mesmos condicionamentos, às mesmas limitações e aos mesmos princípios que regem o desempenho, pelos juízes, da competência institucional que lhes foi conferida pelo ordenamento positivo. Isso significa, por exemplo, que qualquer medida restritiva de direitos, além de excepcional, dependerá, para reputar-se válida e legítima, da necessária motivação, pois, sem esta, tal ato - à semelhança do que ocorre com as decisões judiciais (CF, art. 93, IX)-reputar-se-á írrito e destituído de eficácia jurídica (RTJ 140/514,Rel. Min, CELSO DE MELLO, v.g.).Em uma palavra: as Comissões Parlamentares de Inquérito, no desempenho de seus poderes de investigação, estão sujeitas às mesmas normas e limitações que incidem sobre os magistrados judiciais, quando no exercício de igual prerrogativa. Vale dizer: as Comissões Parlamentares de Inquérito somente podem exercer as atribuições investigatórias que lhes são inerentes, desde que o façam nos mesmos termos e segundo as mesmas exigências que a Constituição e as leis da República impõem aos juízes. Assim sendo, tendo presentes as razões expostas, considerando o relevo jurídico da tese suscitada nesta impetração -especialmente a alegação de ofensa ao princípio da reserva constitucional de jurisdição -, concedo, em termos, a medida liminar ora postulada (fls. 10, item n. 1), para, até a prestação de informações pela autoridade ora apontada como coatora, suspender a eficácia do ato ora impugnado (ato este que resultou da aprovação do Requerimento nº 81) e sustar a execução de qualquer medida de busca e apreensão e de quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal do impetrante. (STF - MS: 23452 RJ , Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 01/06/1999, Data de Publicação: DJ DATA-08-06-99 P-00011)
	GARANTIAS DO PODER LEGISLATIVO
Não são privilégios e sim garantias. Fazem parte do chamado Estatuto dos Congressistas.
Qual a finalidade dessas garantias? 
Garantir a independência do Poder Legislativo;
Assegurar a liberdade de seus membros. 
As garantias são imprescindíveis ao exercício adequado da função legiferante. A finalidade não é a mera concessão de privilégios. Presidencialismo de coalisão – poder legislativo submisso ao executivo. A maioria dos processos legislativos são do executivo. A MP tranca a pauta. Vasto rol de iniciativa de PL ao Presidente. 
Essas garantias não são individuais. São garantias institucionais. São garantias estabelecidas ao Parlamentar, independentemente de quem ele seja. Qual a consequência disso? A irrenunciabilidade das garantias parlamentares.
#OBS: Afastamento do Parlamentar. É comum que deputados e senadores sejam convidados a exercer o cargo de Ministro de Estado. Quando o Parlamentar é temporariamente afastado essas garantias permanecem? Ocorre a suspensão das imunidades (material e formal), mas não da prerrogativa de foro (continua no STF, mesmo que vá para cargo que não tenha essa prerrogativa).
#IMPORTANTE!!!
Súmula 4 STF: CANCELADA. Após CF 88 ela não é mais aplicada, apesar de não ter havido uma revogação formal. Segundo o entendimento do STF, o afastamento do Deputado ou Senador do exercício do mandato para investir-se nos cargos permitidos pela CF (art. 56, I), dentre eles de Ministro de Estado, suspende-lhes a imunidade parlamentar. Por outro lado, o foro por prerrogativa de função permanece normalmente (STF, Inq-QO 1070/TO, DJ 11/10/2001).
São comumente classificadas da seguinte forma: imunidade material, imunidade processual, privilégio de foro, isenção do serviço militar e limitação ao dever de testemunhar.
Súmula nº 3 do STF: “A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do Estado”. (CANCELADA)
Súmula nº 245 do STF: “A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.”OBS. Tem prevalecido que a natureza jurídica da imunidade material é de causa de exclusão da tipicidade, impedindo até mesmo a instauração de inquérito ou qualquer outro ato de persecução. Portanto, se o fato é atípico, não há possibilidade de coautoria, pois não há infração penal. Assim, a súmula 245 diz respeito à imunidade processual, não material.
Súmula n.º 704 do STF: “Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”.
	IMUNIDADE FORMAL
	IMUNIDADE MATERIAL
	Prisão
	Opiniões, palavras e votos
	Processo Penal
	
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
A imunidade parlamentar é uma proteção adicional ao direito fundamental de todas as pessoas à liberdade de expressão, previsto no art. 5º, IV e IX, da CF/88. Assim, mesmo quando desbordem e se enquadrem em tipos penais, as palavras dos congressistas, desde que guardem alguma pertinência com suas funções parlamentares, estarão cobertas pela imunidade material do art. 53, “caput”, da CF/88. STF. 1ª Turma. Inq 4088/DF e Inq 4097/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/12/2015 (Info 810).
No caso envolvendo a prisão do Senador Delcídiodo Amaral, podemos apontar algumas conclusões:
Como regra, os membros do Congresso Nacional não podem ser presos antes da condenação definitiva. Exceção: poderão ser presos caso estejam em flagrante delito de um crime inafiançável (art. 53, § 2º da CF/88). 
Segundo entendeu o STF, o Senador e as demais pessoas envolvidas teriam praticado, no mínimo, dois crimes: a) integrar organização criminosa (art. 2º, caput, da Lei 12.850/2013); b) embaraçar investigação envolvendo organização criminosa (art. 2º, § 1º da Lei 12.850/2013). 
O STF entendeu que as condutas do Senador configurariam crime permanente, considerando que ele, até antes de ser preso, integrava pessoalmente a organização criminosa (art. 2º, caput) e, além disso, estaria, há dias, embaraçando a investigação da Lava Jato (art. 2º, § 1º). Desse modo, ele estaria por todos esses dias cometendo os dois crimes acima, em estado, portanto, de flagrância. 
Os crimes do art. 2º, caput e do § 1º da Lei nº 12.850/2013 que, em tese, foram praticados pelo Senador, não são, a princípio, inafiançáveis considerando que não se encontram listados no art. 323 do CPP. Não se tratam, portanto, de crimes absolutamente inafiançáveis. No entanto, como, no caso concreto, estariam presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (tentativa de calar o depoimento de colaborador, tentativa de influenciar os julgadores e planejamento de fuga), havia uma situação que não admite fiança, com base no art. 324, IV, do CPP. 
O STF admite a prisão preventiva de Deputado Federal ou Senador? Surgiram duas correntes: 1ª) SIM. Para Rogério Sanches e Marcelo Novelino, o STF teria autorizado a prisão preventiva do Senador, relativizando o art. 53, § 2º da CF/88. 2ª) NÃO. Não é possível a prisão preventiva de Deputado Estadual, Deputado Federal ou Senador porque a única prisão cautelar que o art. 53, § 2º da CF/88 admite é a prisão em flagrante de crime inafiançável. É a posição que entendo mais acertada. 
É lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro. Assim, se “A” e “B” estão conversando, “A” pode gravar essa conversa mesmo que “B” não saiba. Para o STF, a gravação de conversa feita por um dos interlocutores sem o conhecimento dos demais é considerada lícita, quando ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação.
Depois de concretizada a prisão em flagrante do parlamentar, qual é o procedimento que deverá ser adotado em seguida? A CF determina que os autos deverão ser remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º). Esse voto é aberto. Assim, o STF remeteu os autos ao Senado Federal que, por 59 votos contra 13, decidiu manter a prisão do Senador. STF. 2ª Turma. AC 4036 e 4039 Referendo-MC/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 25/11/2015 (Info 809).
Sempre existiram nas CF brasileiras.
Foro por prerrogativa de função é uma faceta das imunidades.
*#DEOLHONAJURIS #STF: Restrição ao foro por prerrogativa de função As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Marco para o fim do foro: término da instrução
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900).
DEPUTADOS E SENADORES
*#DEOLHONAJURIS #STF:O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e das normas de regência desse direito. O parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito de acesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de CPI. O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899)
Prerrogativa de foro[5: Foi considerada correta na prova do TRF4/2016 a seguinte alternativa: “O membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargode Ministro de Estado NÃO perde os laços que o unem, organicamente, ao Parlamento. Consequentemente, permanece em seu favor a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal.”]
Está prevista no art. 53, §1º. Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
É a partir da expedição do diploma que se inicia a prerrogativa de foro. Não é a partir da posse. A diplomação é como se fosse a nomeação do servidor.
Com o término do mandato perde a prerrogativa – REGRA DA ATUALIDADE DO MANDATO. Após o término do mandato, o processo retornará à 1ª instância (na ADI 2797/DF e ADI 2860, o STF julgou inconstitucional a Lei n.º10.628/02, que alterava o art. 84 do CPP).[6: Informativo 401 (ADI-2860) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA E PRERROGATIVA DE FORO O Tribunal concluiu julgamento de duas ações diretas ajuizadas pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP e pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB para declarar, por maioria, a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de Processo Penal, inseridos pelo art. 1º da Lei 10.628/2002 — v. Informativo 362. Entendeu-se que o § 1º do art. 84 do CPP, além de ter feito interpretação autêntica da Carta Magna, o que seria reservado à norma de hierarquia constitucional, usurpou a competência do STF como guardião da Constituição Federal ao inverter a leitura por ele já feita de norma constitucional, o que, se admitido, implicaria submeter a interpretação constitucional do Supremo ao referendo do legislador ordinário. Considerando, ademais, que o § 2º do art. 84 do CPP veiculou duas regras — a que estende, à ação de improbidade administrativa, a competência especial por prerrogativa de função para inquérito e ação penais e a que manda aplicar, em relação à mesma ação de improbidade, a previsão do § 1º do citado artigo — concluiu-se que a primeira resultaria na criação de nova hipótese de competência originária não prevista no rol taxativo da Constituição Federal, e, a segunda estaria atingida por arrastamento. Ressaltou-se, ademais, que a ação de improbidade administrativa é de natureza civil, conforme se depreende do § 4º do art. 37 da CF, e que o STF jamais entendeu ser competente para o conhecimento de ações civis, por ato de ofício, ajuizadascontra as autoridades para cujo processo penal o seria. Vencidos os Ministros Eros Grau, Gilmar Mendes e Ellen Gracie.]
Competência é do STF. Qualquer ação? Art. 102, I, b – compete ao STF processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República. 
Infrações penais comuns abrangecrimes dolosos contra a vida (a regra do art. 5ª é geral e a do art. 102 é específica, devendo prevalecer esta última), crimes eleitorais e até contravenções penais. Crime comum, para tanto, é crime diverso do de responsabilidade.
Obs. a iniciativa do procedimento investigatório deve ser confiada ao MPF, sob a supervisão do Ministro Relator do STF. A Polícia Federal não está autorizada a abrir de ofício inquérito policial envolvendo autoridades com prerrogativa de foro no STF. Não é necessária a licença da respectiva casa (Rcl 511). Há necessidade de autorização para instauração de inquérito policial contra parlamentar? Não há necessidade de autorização da Casa Legislativa, porém há necessidade de autorização do STF(Inq. 2411 QO/ MT – 24.10.07)
#OBS:há duas situações em que mesmo que se termine o mandato os processos continuam no STF:
Quando o julgamento já tiver sido iniciado antes do término do mandato (Inq. 2295).
Quando houver renúncia com “abuso de direito”. AP 396 – A renúncia ocorreu com claro objetivo de não ser julgado pelo STF, objetivando a escolha do juízo. Obs. caso recente no Mensalão – Eduardo Azevedo renunciou bem antes – foi para o primeiro grau.
Resumindo:
Como regra, o Deputado ou Senador que deixa o cargo não continua sendo julgado pelo STF;
Exceção¹: o STF continuará sendo competente se o julgamento já havia sido iniciado;
Exceção²: o STF continuará sendo competente se a renúncia caracterizou-se como fraude processual.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Determinado Deputado Federal respondia a uma ação penal que tramitava no STF em virtude do cargo que ocupava (art. 102, I, “b”, da CF/88).
Foram praticados todos os atos de instrução. Após o Ministério Público apresentar alegações finais, o réu renunciou ao mandato.
O STF decidiu que cessou sua competência para julgar o réu. Como consequência, determinou a remessa do feito ao juízo de 1º grau.
Para o STF, a situação dos autos é diferente do precedente firmado na AP 396/RO, no qual o réu (também ex-Deputado Federal) renunciou ao mandanto um dia antes do julgamento. Segundo a Corte, naquele caso, o processo já estava pronto para ser julgado. Ademais, afirmou-se que não havia, na presente hipótese, perigo de prescrição da pena em abstrato.
(STF. Plenário. AP 536 QO/MG, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/3/2014.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Determinado Senador respondia a uma ação penal que tramitava no STF em virtude do cargo que ocupava (art. 102, I, “B”, da CF/88).
Antes de terminarem os atos de instrução, o réu renunciou ao seu mandato.
A 1ª Turma do STF decidiu, neste caso concreto, declinar a competência e remeter o processo para que o juízo de 1º grau faça o julgamento da ação penal.
Limite temporal para que a renúncia produza efeitos no processo: segundo posição defendida pelos Ministros Roberto Barroso e Rosa Weber, nas ações penais originárias do STF, se o parlamentar renunciar ao mandato após o encerramento da instrução, a competência para o processo e julgamento da ação penal continua sendo do STF (essa renúncia não gerará o efeito de cessar a competência do Supremo para julgar o processo).
(STF. Plenário. AP 605 QO/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 12/07/2014. (Inf. 754).
O critério seria: após o final da instrução, a renúncia não desloca mais a competência. Como neste caso, a renúncia foi anterior ao final da instrução, declina-se a competência. Entendo que se a renúncia se verificar posteriormente, nós continuaríamos a exercer a jurisdição.
PARLAMENTAR PODE RENUNCIAR AO MANDATO PARA NÃO SER JULGADO NO STF?Via de regra sim, a renúncia ao mandato é ato legítimo. 
Porém, quando verificada evidente manobra para escapar de condenação, sobretudo em razão da proximidade do julgamento, o ato é ilegítimo. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF
Assim já decidiu o STF:Deputado federal. Renúncia ao mandato. Abuso de direito: reconhecimento da competência do STF para continuidade do julgamento da presente ação penal. (...) Renúncia de mandato: ato legítimo. Não se presta, porém, a ser utilizada como subterfúgio para deslocamento de competências constitucionalmente definidas, que não podem ser objeto de escolha pessoal. Impossibilidade de ser aproveitada como expediente para impedir o julgamento em tempo à absolvição ou à condenação e, neste caso, à definição de penas. No caso, a renúncia do mandato foi apresentada à Casa Legislativa em 27102010, véspera do julgamento da presente ação penal pelo Plenário do Supremo Tribunal: pretensões nitidamente incompatíveis com os princípios e as regras constitucionais porque exclui a aplicação da regra de competência deste Supremo Tribunal. (...) As provas documentais e testemunhais revelam que o réu, no cargo de diretor financeiro da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, praticou os crimes de peculato, na forma continuada, e de quadrilha narrados na denúncia, o que impõe a sua condenação. Questão de ordem resolvida no sentido de reconhecer a subsistência da competência deste STF para continuidade do julgamento.” (AP 396, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 28102010, Plenário, DJE de 2842011.) Vide: AP 333, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 5122007, Plenário, DJE de 1142008.
*#DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO:
FOI FIXADO MARCO TEMPORAL:
Se o parlamentar federal (Deputado Federal ou Senador) está respondendo a uma ação penal no STF e, antes de ser julgado, ele deixe de ocupar o cargo (exs: renunciou, não se reelegeu etc) cessa o foro por prerrogativa de função e o processo deverá ser remetido para julgamento em 1ª instância?
O STF decidiu estabelecer uma regra para situações como essa:
• Se o réu deixou de ocupar o cargo antes de a instrução terminar: cessa a competência do STF e o processo deve ser remetido para a 1ª instância.
•  Se o réu deixou de ocupar o cargo depois de a instrução se encerrar: o STF permanece sendo competente para julgar a ação penal.
Assim, o STF estabeleceu um marco temporal a partir do qual a competência para processar e julgar ações penais – seja do STF ou de qualquer outro órgão jurisdicional – não será mais afetada em razão de o agente deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo (exs: renúncia, não reeleição, eleição para cargo diverso).
Quando se considera encerrada a instrução, para os fins acima explicados?
Considera-se encerrada a instrução processual com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais.
Nesse momento fica prorrogada a competência do juízo para julgar a ação penal mesmo que ocorra alguma mudança no cargo ocupado pelo réu.
Desse modo, mesmo que o agente público venha a ocupar outro cargo ou deixe o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo, isso não acarretará modificação de competência.
Ex1: João respondia processo criminal em 1ª instância; o MP foi intimado para apresentar alegações finais por escrito; no dia seguinte o réu foi diplomado Deputado Federal; mesmo assim, o juiz de 1ª instância continuará sendo competente para julgar a ação penal considerando que a mudança ocorreu após ter se encerrado a instrução.
Ex2: Pedro, Deputado Federal, respondia ação penal no STF; foi publicado despacho intimando o MP para apresentação de alegações finais; uma semana depois, o réu foi diplomado Prefeito; mesmo Pedro tendo deixado de ser Deputado Federal, o STF continuará sendo competente para julgar o processo criminal contra ele.
Por que se escolheu esse critério do encerramento da instrução?
Por três razões:
1ª) Trata-se de um marco temporal objetivo, de fácil aferição, e que deixa pouca

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