Buscar

AUDITORIA CONTABIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 158 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Auditoria Contábil
Auditoria Contábil
Organizado por Universidade Luterana do Brasil
Universidade Luterana do Brasil – ULBRA
Canoas, RS
2017
Williams Meirelles
Conselho Editorial EAD
Ana Patricia Barbosa
Andréa de Azevedo Eick
Astomiro Romais
Claudiane Furtado
Italo Ogliari
Juliane Maria Puhl Gomes
Lourdes da Silva Gil
Luiz Carlos Specht Filho
Maria Cleidia Klein Oliveira
Rafael da Silva Valada
Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. 
Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores 
a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
por qualquer meio ou forma sem prévia autorização da 
ULBRA.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 
nº 9.610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal.
ISBN: 978-85-5639-273-2
Dados técnicos do livro
Diagramação: Marcelo Ferreira
Revisão: Igor Campos Dutra
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
Setor Biblioteca EAD ULBRA Canoas 
 
 
 
 
 
 M499c Meirelles, Williams 
 Auditoria Contábil [online] / Williams Meirelles..[organizado por] 
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). – Canoas: [S.n.], 2017. 
 153 p. : il. 
 
 Versão online disponibilizada em 2018. 
 
1. Contabilidade. I. Universidade Luterana do Brasil. 
II.Título. 
 
 
 
 
 CDU 657 
 
Prezados Alunos, após estudarmos as normas profissionais e técnicas de auditoria no semestre anterior, nossa disciplina de Auditoria Contábil 
terá como objeto de estudo os programas e procedimentos de auditoria 
contábil para os principais grupos de contas do Balanço Patrimonial e do 
Resultado, complementando assim nosso aprendizado sobre os trabalhos 
realizados pelos auditores.
O objetivo proposto para o estudo desta disciplina é buscar demons-
trar, de uma maneira mais prática, como são estruturados os programas 
de auditoria e também quais são os principais procedimentos e como estes 
são aplicados durante um trabalho de auditoria.
Quanto à estrutura deste livro, ela é formatada em dez capítulos. Em 
cada capítulo, é apresentada uma introdução, na qual se busca dar ao lei-
tor um indicativo inicial do que é conceituado no desenvolvimento teórico. 
Ainda são subdivididos em tópicos e subtópicos para que se tenha conheci-
mento mais profundo de alguns conteúdos relevantes para o entendimento 
da atividade de auditoria. Após o desenvolvimento dos conceitos teóricos, 
também é apresentado um resumo de cada capítulo, titulado como recapi-
tulando, no intuito de que se tenha uma síntese geral. Por fim, são elenca-
das as referências e obras consultadas, as quais serviram de aporte teórico 
com a visão dos autores que discutem a atividade de auditoria, bem como 
Leis e Normas pertinentes a essa atividade. Ao final, ainda são apresen-
tadas atividades que devem ser resolvidas com o propósito da fixação do 
conhecimento adquirido.
Recomenda-se que os(as) alunos(as) não se limitem ao material di-
dático apresentado, mas que se despertem à busca de leituras adjacentes 
que ampliem a bagagem teórica que é relevante e necessária à prática da 
profissão da contabilidade e auditoria.
Apresentação
 1 Planejamento e Programas de Auditoria ................................1
 2 Auditoria nas Disponibilidades ............................................19
 3 Auditoria nas Contas a Receber ..........................................33
 4 Auditoria nos Estoques ........................................................48
 5 Auditoria no Imobilizado .....................................................71
 6 Auditoria em Contas de Passivo ..........................................83
 7 Auditoria no PL ...................................................................96
 8 Auditoria nas Contas de Resultado ....................................108
 9 Eventos Subsequentes .......................................................118
 10 Emissão do Relatório de Auditoria .....................................131
Sumário
Williams Meirelles1
Capítulo 1
Planejamento e 
Programas de Auditoria
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente, é professor dos cursos de Ciên-
cias Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EaD. 
2 Auditoria Contábil
Introdução
Neste primeiro capítulo, vamos revisar alguns temas já estuda-
mos na disciplina de Auditoria – Normas e Controle Interno, 
principalmente com relação à etapa do planejamento do tra-
balho, que serão importantes para o entendimento dos pro-
gramas e consequentes procedimentos de auditoria que serão 
abordados ao longo dos demais capítulos deste livro.
Bem-Vindos à Disciplina e bom estudo a todos!
1.1 Objetivos da auditoria independente
A auditoria independente tem por objetivo “aumentar o grau 
de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuá-
rios. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião 
pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram ela-
boradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade 
com uma estrutura de relatório financeiro aplicável” (NBC TA 
200).
Portanto, temos como objetivo do auditor independente a 
emissão de uma opinião sobre as demonstrações financeiras 
examinadas, cujas peças contábeis são:
 Â Balanço Patrimonial
 Â Demonstração do Resultado do Exercício
 Â Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 3
 Â Demonstração do Fluxo de Caixa
 Â Demonstração do Valor Adicionado
 Â Notas Explicativas
Para atingir esse objetivo, o auditor independente necessita 
planejar adequadamente seu trabalho, avaliar o sistema de 
controles interno relacionado com a parte contábil e proceder 
à revisão analítica das contas do ativo, passivo, receitas e des-
pesas, a fim de estabelecer a natureza, época e extensão dos 
procedimentos de auditoria, colher as evidências comprobató-
rias das informações das demonstrações financeiras e avaliar 
essas evidências.
Nesse contexto, o maior problema do auditor é a maneira 
de determinar a natureza, época e extensão dos procedimen-
tos que serão executados, ou seja, até onde ele deve chegar, 
quanto será preciso investigar, quais as variáveis a serem con-
sideradas, para se ter certeza de que as condições testadas 
(amostra) se referem também às que não foram (população) 
e, com isso, formar uma opinião definitiva sobre as áreas au-
ditadas.
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas 
que permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes 
e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as demons-
trações contábeis auditadas e abrangem os testes de controle 
e os testes substantivos. Tratam-se das ferramentas que o audi-
tor dispõe para cumprir seus testes de auditoria (o que fazer).
Já os testes em auditoria constituem o processo pelo qual 
o auditor reúne seus elementos comprobatórios. Os testes po-
4 Auditoria Contábil
dem ser aplicados em todas as transações ou em uma amostra 
representativa adequada. Tratam-se das ferramentas a serem 
utilizadas para a aplicação dos procedimentos (como fazer).
Exemplo:se o objetivo da ação é determinar a existência de 
um bem (procedimento), o caminho a seguir é inspecioná-lo 
fisicamente (teste), buscando uma prova material satisfatória.
Ao contrário das normas de auditoria – as quais se aplicam 
a todas as auditorias de demonstrações contábeis – os proce-
dimentos podem variar de Entidade para Entidade, conforme 
seu tamanho, natureza, complexidade das operações e outras 
características específicas.
A aplicação dos procedimentos de auditoria deve ser rea-
lizada, em razão da complexidade e volume das operações, 
por meio de provas seletivas, testes e amostragens, cabendo 
ao auditor, com base na análise de riscos de auditoria e outros 
elementos de que dispuser, determinar a amplitude dos exa-
mes necessários à obtenção dos elementos de convicção que 
sejam válidos para o todo.
Na realização do seu trabalho, o auditor deve considerar 
os seguintes procedimentos técnicos básicos:
a. Inspeção: exame de registros, documentos e de ativos 
tangíveis.
b. Observação: acompanhamento de processo ou pro-
cedimento quando de sua execução.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 5
c. Investigação e Confirmação: obtenção de informa-
ções junto a pessoas ou entidades conhecedoras da 
transação, dentro ou fora da entidade.
d. Cálculo: conferência da exatidão aritmética de do-
cumentos comprobatórios, registros e demonstrações 
contábeis e outras circunstâncias.
e. Revisão Analítica: verificação do comportamento de 
valores significativos, mediante índices, quocientes, 
quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à 
identificação de situação ou tendências atípicas.
1.2 Etapas do trabalho de auditoria
As principais etapas da auditoria são consideradas um roteiro 
para a sua realização, a seguir estão as seguintes etapas:
1.2.1 Etapa preliminar
O trabalho de auditoria já começa em uma fase de pré-audi-
toria, com a elaboração de um documento onde a administra-
ção concorda com os termos do trabalho.
Esse documento é um papel de trabalho e deve ser formu-
lado pelo auditor independente endereçado à administração 
da auditada.
6 Auditoria Contábil
Seria a abrangência do trabalho, a sua extensão, incluindo 
uma estimativa de horas por parte do auditor e também seus 
honorários.
O que está envolvido durante esses dimensionamentos são: 
tipo e tamanho da entidade; o ramo de atividade (setor da 
economia) e produtos/serviços; quantidade de funcionários; 
unidades de negócios existentes e locais de armazenagem (es-
tocagem); volume de faturamento e clientes existentes; estatuto 
social e organogramas; volume de lançamentos contábeis e 
das principais operações da entidade; sistema contábil existen-
te (nível de informatização); principais aspectos dos controles 
internos mantidos – ambiente de controle.
A reunião de informações através do dimensionamento ser-
ve para elaborar essa concordância com os termos do traba-
lho.
1.2.2 Planejamento
O planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia 
global para o trabalho e o desenvolvimento do plano de audi-
toria. Compreende os exames preliminares das áreas, ativida-
des, produtos e processos. Com base nesse exame, define-se a 
abrangência e a época do trabalho a ser realizado, de acordo 
com as diretrizes e metas estabelecidas pela Administração.
O planejamento deve ser detalhadamente documentado 
e o plano de auditoria formalmente preparado em termos de 
natureza, oportunidade, extensão, equipe técnica e uso de es-
pecialistas.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 7
O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global de 
auditoria e o plano de auditoria sempre que necessário no 
curso da auditoria.
É na fase de planejamento que são elaborados os pro-
gramas de auditoria, que devem ser estruturados de forma a 
servir como guia e meio de controle de execução do trabalho, 
devendo ser revisados e atualizados sempre que necessário.
De uma maneira bem resumida, o auditor avalia os ris-
cos (estudados na disciplina anterior), determina um valor de 
Materialidade, que está diretamente ligada à relevância que 
um determinado fato tem em relação ao Relatório Financeiro 
Aplicável.
A materialidade, o montante fixado pelo auditor, inferior ao 
considerado relevante para as demonstrações contábeis como 
um todo, “para adequadamente reduzir a um nível baixo a 
probabilidade de que as distorções não corrigidas e não de-
tectadas em conjunto, excedam a materialidade para as de-
monstrações contábeis como um todo”.
A determinação de materialidade pelo auditor é uma ques-
tão de julgamento profissional e é afetada pela percepção do 
auditor das necessidades de informações financeiras dos usuá-
rios das demonstrações contábeis. Ela pode ser definida em 
nível global e em nível de conta individual.
Apesar de ser determinada na fase de planejamento, ela 
pode ser revista durante todo o curso dos trabalhos de audito-
ria, em decorrência de mudança nas circunstâncias que ocor-
reram durante a auditoria (por exemplo, decisão de alienar 
8 Auditoria Contábil
grande parte dos negócios da entidade), novas informações, 
ou mudança no entendimento do auditor sobre a entidade e 
suas operações em decorrência da execução de procedimen-
tos adicionais de auditoria.
Definido o valor da Materialidade, o auditor avalia no Ba-
lanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício 
da empresa que está sendo auditada, quais as contas são con-
sideras significativas e consequentemente serão auditadas. As 
contas podem ser consideradas significativas, quer pela ma-
terialidade, ou também pelo volume de transações ou risco 
da conta. Exemplo: as contas de disponibilidades mesmo não 
possuindo valores relevantes, são consideradas significativas 
devido fato de ser o meio pelo qual a empresa recebe e paga 
suas contas (volume e importância das transações.
Tendo identificado as contas significativas, serão elabora-
dos os programas de trabalho para cada uma dessas contas 
ou grupo de contas, e o auditor partirá para a fase de execu-
ção desses programas.
1.2.3 Execução
É na fase de execução que serão testados os Controles Inter-
nos e também os Saldos Contábeis.
Inicialmente, o ambiente de controles internos será testado, 
através dos Testes de Observações dos controles. Esses testes 
irão auxiliar o auditor na identificação dos riscos e consequen-
temente irão influenciar na quantidade dos testes substantivos 
que serão executados.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 9
Relembrando que quanto maior a confiança deposita-
da nos controles internos, menor será a quantidade de testes 
substantivos realizados, e vice-versa.
Após testados os controles, os próximos e mais importantes 
testes serão os testes substantivos, que visam descobrir se os 
saldos registrados na contabilidade da empresa auditada real-
mente estão corretos.
Nos próximos capítulos deste livro, vamos verificar por 
áreas do Balanço Patrimonial e Resultado quais são os pon-
tos de atenção do auditor com relação aos controles internos 
dessas áreas e também quais são os principais procedimentos 
aplicados para os testes substantivos (de saldos) das mesmas.
1.2.4 Emissão do relatório
É o momento final do trabalho, consiste na avaliação das evi-
dências obtidas durante toda a auditoria para a emissão do 
Relatório contendo a opinião do auditor. Por vezes, também 
são emitidos relatórios contendo recomendações a respeito do 
ambiente de controles internos e ambiente de negócios da em-
presa auditada.
No Capítulo 10 deste livro, vamos relembrar os tipos de 
relatórios que podem ser emitidos em consonância com as 
normas técnicas de auditoria, visto que estudamos os mesmo 
na disciplina anterior de Auditoria: Normas e Controle Interno 
e também iremos reforçar a estrutura desse relatório e faremosa leitura de um exemplo prático.
10 Auditoria Contábil
1.3 Programas de auditoria: contas do 
ativo e passivo
O ativo é o grupo patrimonial em que se evidenciam as apli-
cações de recursos das empresas, seus bens e direitos. Para 
elaboração e aplicação dos programas de auditoria em contas 
do Ativo, devemos sempre estar atentos aos objetivos a serem 
atingidos. Embora os objetivos de auditoria possam variar um 
pouco conforme o tipo do ativo que estará sendo avaliado, de 
maneira geral, esses objetivos acabam se aplicando a todos os 
tipos de ativos, vejamos:
 Â Existência: verificar se o ativo realmente existe no pa-
trimônio da empresa, este deverá ser descrito que foi 
confirmado, em alguns casos deverá contratar uma em-
presa para fazer uma averiguação, verificando se ele 
realmente existe, tais como, diamante e produtos quími-
cos exóticos.
 Â Avaliação: verificar a valoração desses ativos, nos ca-
sos, os que são mais comuns são os estoques, contas a 
receber e investimentos.
 Â Autorização: verificar, através dos controles internos se 
há dentro da empresa uma organização em relação à 
autorização de compra, de crédito, de controle de esto-
que.
 Â Propriedade: verificar o título de propriedade do bem, 
como, por exemplo, um contrato e uma nota.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 11
 Â Restrições: verificar se o ativo não está em comodato ou 
alienado.
 Â Exatidão dos valores: verificar se estes são exatos. Uti-
lidade: tirar conclusões a respeito do uso potencial da 
propriedade, verificando se os ativos não estão obsole-
tos, como estoques antigos, bens que saíram de linha.
 Â Apresentação nas demonstrações: verificar se os ativos 
estão corretamente apresentados nas demonstrações.
As obrigações, que correspondem às fontes de recursos da 
empresa obtidos com terceiros, devem ser testadas para verifi-
car se todas as dívidas estão registradas contabilmente e se de 
fato estão devidamente comprovadas. Portanto, os programas 
específicos para as contas de Passivos têm a finalidade de:
 Â determinar se são pertencentes à empresa;
 Â determinar se foram utilizados os princípios de contabili-
dade geralmente aceitos, em bases uniformes;
 Â determinar a existência de ativos dados em garantia ou 
vinculações aos passivos;
 Â determinar se estão corretamente classificados nas de-
monstrações financeiras.
Após aprendermos os objetivos principais dos programas 
para as contas de Ativos e Passivos, apresento, a seguir, como 
exemplo, um papel de trabalho contendo um programa de 
auditoria, para verificarmos na prática como o mesmo é estru-
turado, para nos próximos capítulos estudarmos esses progra-
mas em diversas áreas das demonstrações contábeis.
12 Auditoria Contábil
Quadro 1 Exemplo de Programa de Auditoria
Exemplo de Programa de Auditoria Caixa e Bancos 
 
Empresa: Data base:
Descrição do teste: Data:
Elaborado por: Data:
Revisado por: 
Área: 
 
AUDITORIA EM CAIXA E BANCOS REF. CB
 
Procedimentos de Auditoria Sim Não N/A Observações
 
Objetivos: 
Verificar se os saldos, movimentos e 
procedimentos: 
1 – Seguiram os princípios contábeis quanto 
aos aspectos de escrituração; 
2 – Estão representados por moeda nacio-
nal; 
3 – Não representam ativo fictício, ou omis-
são de receitas; 
4 – São comprovados por meio de docu-
mentação e controles internos; 
5 – São passíveis de atualização e remune-
ração, bem como se as retenções de IRRF 
estão adequadas; 
6 – Atendem às exigências de segregação 
de funções; 
 
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 13
Procedimentos: 
1 – Efetuar a contagem em caixa, verifi-
cando quem assina e elabora o Boletim de 
Caixa, confrontando o mesmo com o razão 
contábil; 
2 – Revisar documentos (por amostragem) 
do período auditado, averiguando os as-
pectos fiscais e operacionais, e se condizem 
com a atividade fim da empresa; 
3 – Verificar como são controladas e trata-
das as pequenas despesas; 
4 – Averiguar a existência, nos cofres da 
empresa, de vales, vale-refeição, vale-
-transporte, cheques pré-datados e forma 
de contabilização, assim como a guarda 
segura de numerários; 
5 – Averiguar a existência de cheques a 
compensar no passivo; 
6 – Efetuar e revisar a conciliação bancária, 
correlacionando o extrato com o razão 
contábil; 
7 – Averiguar (por amostragem) se os lan-
çamentos efetuados nas contas de bancos 
conta corrente e caixa atendem à legislação 
vigente, escrituração e aspectos fiscal, 
contábil e societário; 
8 – Verificar se a escrituração está devida-
mente fundamentada em documentação 
inidônea e autorizada por pessoa compe-
tente; 
9 – Verificar o saldo contábil das aplicações 
financeiras, as apropriações dos rendimen-
tos e IRRF a compensar, correlacionando 
com os extratos; 
10 – Demonstrar o saldo médio bancário 
referente ao período auditado e averiguar 
possíveis distorções com a realidade econô-
mica da empresa; 
14 Auditoria Contábil
11 – Obter a composição das principais 
despesas bancárias, averiguando as suas 
origens; 
12 – Verificar a existência de procuração, 
poderes, quem assina, certificando-se da 
vigência; 
13 – Avaliar os meios de pagamentos 
eletrônicos, suas responsabilidades e “auto-
rização e sistemas de segurança”; 
14 – Verificar a existência de carta de fiança 
do responsável da área; 
15 – Solicitar circularização externa dos 
principais saldos bancários; 
16 – Avaliar se os responsáveis pelo setor 
financeiro possuem influência no Contas a 
Receber e a Pagar; 
17 – Verificar a existência de manual de 
procedimentos; 
 
Controles Internos: 
1 – Boletim de Caixa; 
2 – Extratos Bancários; 
 
Links (Leis, Normas, Pronunciamentos 
etc.): 
 
 
Fonte: próprio autor.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 15
Recapitulando
Neste capítulo, estudamos o fluxo do trabalho de auditoria, 
onde é importante relembrar que durante a etapa do plane-
jamento são analisados os riscos, definido o valor da mate-
rialidade e elaborados os programas de auditoria, contendo 
todos os procedimentos que serão realizados. Lembrando que 
os procedimentos executados permitem ao auditor obter evi-
dências ou provas suficientes e adequadas para fundamentar 
sua opinião sobre as demonstrações contábeis.
Referências
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC 
nº 1.203, de 18 de março de 2011.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
Atividades
 1) NÃO é objetivo de um programa de auditoria:
a) traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria;
b) conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos 
técnicos de auditoria;
16 Auditoria Contábil
c) propiciar o controle e progresso a ser alcançado no 
decorrer da execução das tarefas de auditoria;
d) evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser exe-
cutada;
e) estimar o tempo necessário para realização da audito-
ria.
 2) O conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter 
evidências ou provas suficientes e adequadas para funda-
mentar sua opinião, no caso da auditoria das demonstra-
ções contábeis, refere-se ao(s):
a) programas de trabalho;
b) procedimentos de auditoria;
c) procedimentos periciais;
d) escopo de auditoria;
e) rastro de auditoria.
 3) Os procedimentos de auditoriasão os instrumentos utiliza-
dos pelo auditor para a obtenção de evidências ou provas 
de auditoria que contribuem para fundamentar a opinião 
do auditor. Assinale a alternativa que apresenta um desses 
procedimentos.
a) Procedimentos específicos.
b) Plano de auditoria.
c) Documentação de auditoria.
Capítulo 1 Planejamento e Programas de Auditoria 17
d) Programa de auditoria.
e) Procedimentos analíticos.
 4) Um dos objetivos do planejamento da Auditoria é:
a) verificar se o Comitê de Auditoria Interna está agindo 
de forma competente para coibir fraudes e corrigir as 
deficiências da administração;
b) adquirir conhecimento sobre a natureza das opera-
ções, dos negócios e da forma de organização da em-
presa;
c) avaliar se ocorreu mudança no controle acionário da 
empresa nos dois períodos anteriores à realização da 
auditoria;
d) investigar a composição dos inventários de estoques e 
do ativo imobilizado, e se estão adequadamente clas-
sificados;
e) envidar esforços para ampliar a lucratividade da em-
presa, aconselhando sobre a otimização dos produtos 
e serviços oferecidos.
 5) A execução dos trabalhos de auditoria é dividida em fases. 
O conhecimento detalhado da política e dos instrumentos 
de gestão de riscos do ente auditado é elemento que deve 
ser verificado na fase de:
a) testes de auditoria;
b) conclusão dos trabalhos de auditoria;
18 Auditoria Contábil
c) planejamento de auditoria;
d) etapa preliminar
e) execução.
Williams Meirelles1
Capítulo 2
Auditoria nas 
Disponibilidades
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente, é professor dos cursos de Ciên-
cias Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EaD. 
20 Auditoria Contábil
Introdução
As disponibilidades são recursos financeiros que se encontram 
à disposição imediata da entidade, podendo estar no próprio 
caixa da entidade ou em bancos (depósitos bancários à vista 
ou aplicações de liquidez imediata).
O exame de auditoria efetuado nas disponibilidades tem 
por finalidade confirmar sua existência, determinar se foram 
utilizados os princípios fundamentais de contabilidade geral-
mente aceitos e se este está corretamente classificado nas de-
monstrações financeiras.
2.1 Objetivos
A auditoria das disponibilidades tem como principais finalida-
des, as seguintes:
a. Determinar sua existência, que poderá estar na própria 
entidade, em bancos ou com terceiros.
A entidade, por meio de seu Balanço Patrimonial, informa 
aos usuários que possui determinado valor em seu Ativo Dis-
ponível. O auditor então deverá certificar-se de que essas in-
formações estão corretas. Dessa forma, a verificação da exis-
tência de qualquer item do Ativo deve ser o objetivo primordial 
da auditoria.
A existência na própria entidade seria o numerário em 
caixa (a conta CAIXA); em bancos, refere-se aos recursos em 
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 21
conta corrente de livre movimentação ou aqueles aplicados, 
mas cuja liquidez seja imediata (resgatável em até 90 dias); e 
com terceiros, os recursos destinados à manutenção do caixa 
tipo fundos rotativos ou fundo fixo. Terceiros, nesse caso, são 
funcionários aos quais a entidade confiou recursos destinados 
a pagamentos de despesas de pequeno valor.
b. Determinar se os recursos disponíveis são pertencentes 
à entidade que se está auditando.
Apesar de fundamental, convencer-se apenas quanto à 
existência não basta. O auditor precisa certificar-se de que os 
recursos, cuja existência ficou comprovada, pertencem efetiva-
mente à entidade.
c. Determinar se as Normas Brasileiras de Contabilidade 
e outras normas aplicáveis (legislação específica) fo-
ram obedecidas.
As contas do Disponível, por compreenderem recursos lí-
quidos (dinheiro), praticamente não apresentam dificuldades 
no que se refere à avaliação. O que precisa ser observado é 
que os valores em bancos sejam efetivamente disponíveis, não 
vinculados a alguma obrigação da entidade; que não existam 
saldos credores em algumas contas “Bancos contas movimen-
to”, caso em que tais saldos deveriam ser reclassificados para 
o passivo; e que as aplicações financeiras incluam os rendi-
mentos até a data do Balanço Patrimonial.
d. Determinar a existência de restrições de uso ou de vin-
culações em garantia.
22 Auditoria Contábil
Primeiro, determinar a existência dos recursos, depois se 
são de propriedade da entidade auditada. Satisfeito isso, ver 
se existem algumas restrições de uso, que poderão determinar 
a necessidade de reclassificação para outro grupo de contas, 
tanto do Ativo quanto do Passivo, conforme já comentado no 
item anterior a este.
e. Determinar se está corretamente classificado nas De-
monstrações Contábeis e se as divulgações cabíveis 
foram expostas em Notas Explicativas.
Obedecendo a ordem de classificação das contas do Ativo, 
pelo grau crescente de liquidez, as disponibilidades compreen-
dem o primeiro grupo de contas. Basicamente, duas situações 
devem ser observadas e podem determinar a reclassificação 
para outro grupo de contas: Restrições de uso, por estarem 
vinculados a alguma obrigação da entidade, não podem ser 
considerados valores disponíveis e devem ser reclassificados; 
e saldos credores em contas banco, que devem ser conside-
rados como empréstimo e, como tal, devem ser classificados 
no Passivo.
A legislação não prevê notas explicativas para as contas 
das disponibilidades, mas, como a intenção é de informar um 
assunto, seria de comunicar que as contas da aplicação estão 
atualizadas com os rendimentos até a data do Balanço Patri-
monial.
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 23
2.2 Revisão dos controles internos
Entre vários tipos de controle, podemos citar alguns que ser-
vem de fortalecimento de controle interno para a área do dis-
ponível e que podem ser utilizados de forma quase padrão 
pelas diversas empresas:
 Â segregação de funções entre a custódia de valores e a 
contabilização;
 Â sistema de autorização e aprovação para pagamento;
 Â conciliações bancárias periódicas e revisadas por pes-
soa independentemente da sua preparação;
 Â utilização de fichas de razão individuais para as diversas 
contas do disponível;
 Â utilização de duas pessoas independentes para a assina-
tura de cheque;
 Â abertura de contas bancárias pela administração;
 Â sistema de fundo fixo para valores mantido em mãos;
 Â arquivamento de documentação comprobatória após o 
pagamento;
 Â controle de pagamentos para evitar atrasos e, conse-
quentemente, multas ou juros de mora; e controle diário 
dos recebimentos e acompanhamento entre o valor de-
positado e o efetivamente recebido.
24 Auditoria Contábil
2.3 Procedimentos de auditoria
Os procedimentos correspondem às ferramentas das quais o 
auditor dispõe para atingir os objetivos da auditoria e a época 
de aplicação obedece ao plano previamente elaborado com 
base na avaliação dos controles internos da empresa. A época 
de aplicação dos procedimentos denomina-se “Data Base”.
Todos os procedimentos a serem aplicados e a forma como 
isso se dará, deverão estar em sintonia com o “Programa de 
Trabalho” e estar adequadamente documentados.
2.3.1 Contagem do caixa
A contagem do caixa destina-se a atingir o objetivo da audito-
ria da existência do numerário, mas é também de extrema im-
portância para fins de controle interno, dado que o caixa, por 
envolver dinheiro e um volume muito grande de transações, 
está bastantesuscetível a sofrer a prática de irregularidades, 
especialmente fraudes.
Na contagem do caixa, alguns pontos devem ser observa-
dos:
 Â Caso exista mais de um caixa, definir qual deles será 
contado. Caso o auditor decidir pela contagem de to-
dos, deverá planejar para que o trabalho seja realizado 
de forma concomitante.
 Â Para evitar possíveis manipulações ou encobertas de 
fraudes, a contagem deve revestir-se do caráter de sur-
presa, sempre que possível.
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 25
 Â Para evitar problemas, a presença do responsável pelo 
caixa durante a contagem é obrigatória. Ao final da 
contagem, o auditor deverá exigir uma declaração do 
responsável pelo caixa de que todo o dinheiro e outros 
bens colocados à disposição da auditoria foram devol-
vidos ao caixa.
 Â Registrar a contagem em documento de auditoria do 
qual constarão, entre outras as seguintes informações: 
i) nome do fundo ou do caixa; ii) nome do responsável 
pelo numerário; iii) data e hora da realização da conta-
gem; e iv) listagem de todos os itens constantes do caixa, 
tais como: dinheiro, cheques, recibos, e outros; v) recibo 
(declaração) de devolução dos itens contados, conforme 
comentado anteriormente.
 Â Atentar para sinais que indiquem possíveis dissimulações 
de numerários, tais como: i) descontos de cheques de 
terceiros; ii) empréstimos temporários; iii) comprovantes 
de pagamentos com sinais de falsificações; e iv) cheques 
de realização duvidosa. Para esses casos, o auditor de-
verá obter as explicações de imediato e acompanhar a 
solução.
2.3.2 Confirmação externa
Conhecida como “circularização”, esse procedimento consis-
te no envio de correspondência aos bancos com os quais a 
empresa mantém transações, com o objetivo de certificar-se 
quanto à existência dos valores em banco, conforme foram 
informados pela empresa ao auditor.
26 Auditoria Contábil
Todos os pedidos de confirmação devem ser assinados por 
pessoa da empresa, que possua autorização para tal. No caso 
dos bancos isso, fica ainda mais evidente em face do sigilo a 
que devem observar.
Em caso de desconfiança, o auditor pode solicitar a confir-
mação junto a outros bancos que não aparecem na contabili-
dade da empresa.
Geralmente, o auditor aproveita um único pedido para 
confirmar outras transações possivelmente existentes entre a 
empresa e o banco, tais como: contas bancárias vinculadas; 
aplicações financeiras; títulos descontados; títulos em cobran-
ça; empréstimos e/ou financiamentos; e custódia de bens e 
valores.
2.3.3 Testes de pagamentos e de recebimentos
Com base em demonstrativos emitidos pela empresa, o auditor 
selecionará um determinado número de pagamentos e recebi-
mentos ocorridos no período sob exame e aplicará uma série 
de testes com o objetivo de se certificar de que as transações 
registradas se referem a operações normais da empresa. Des-
sa forma, poderá concluir que o numerário em caixa e o saldo 
bancário, cuja existência restou comprovada pela contagem e 
confirmação, efetivamente pertence à empresa auditada.
Os demonstrativos a serem utilizados pelo auditor como 
base para a seleção dos itens e serem testados costumam ser 
os boletins diários de caixa, razão da conta caixa e dos ban-
cos, extratos bancários etc. Tanto essa base, a definição da 
quantidade de itens e a forma de como estes foram seleciona-
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 27
dos devem estar registrados pelo auditor em seus documentos 
de auditoria.
2.3.4 Cutoff de cheques
O cutoff de cheque é feito com o objetivo de se certificar de 
que os cheques estão sendo registrados no período de sua 
competência e que as conciliações bancárias não contêm item 
errôneo ou se compensando com outro item.
Para isso, efetue os seguintes procedimentos de auditoria:
 Â obter uma relação do último cheque emitido e dos che-
ques em branco para a data do exame.
 Â preparar um papel de trabalho indicando o nome da 
empresa, data do exame, título do papel de trabalho, 
nome do banco, o último cheque emitido, data, número 
e valor, e os cheques em branco, do primeiro ao último;
 Â inspecionar os talões de cheques para confirmar as in-
formações mencionadas no tópico anterior e examine 
todos os cheques em branco.
Deve-se verificar, também, se não foi lançado nenhum che-
que de número posterior ao do cutoff nos registros do razão 
analítico de banco, antes da data do exame, e do extrato ban-
cário, também antes da data do exame.
Verificar se isso também não ocorreu no razão analítico do 
banco ou registro de caixa, com pagamento após a data do 
exame, e no extrato bancário após a data do exame, que não 
esteja também pendente na conciliação bancária.
28 Auditoria Contábil
2.3.5 Reconciliações bancárias
Geralmente, as empresas preparam em base mensal as con-
ciliações bancárias. Essas representam uma reconciliação do 
saldo da conta corrente bancária pelo extrato, que representa 
os registros do banco, com o saldo pelo razão analítico, que 
representa os registros da empresa.
As conciliações demonstram as transações registradas pelo 
banco e não pela empresa e as contabilizadas pela empresa e 
não pelo banco.
Na prática, a reconciliação é elaborada tomando como 
base o último dia do mês, e consiste em eliminar as transações 
que aparecem em ambos os registros. As transações que so-
bram representam itens pendentes.
O auditor, por seu lado, fará o exame de tal conciliação – 
a Reconciliação, para certificar-se de que está correto e se as 
pendências são decorrentes de operações normais da entida-
de e se existe a necessidade de proceder aos ajustes visando 
à correta apresentação de contas do ativo, passivo, receitas e 
despesas.
2.3.6 Verificação das aplicações financeiras
A verificação do auditor para as aplicações financeiras é qua-
se idêntica à do caixa, devendo prever os procedimentos de 
auditoria aplicáveis às circunstâncias que podem ser contagem 
física ou de confirmação com os custodiantes, exame da docu-
mentação comprobatória das aplicações e resgates, diferen-
ciando-se apenas quanto à apuração da receita (rendimentos 
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 29
das aplicações) pertinente ao exercício auditado, que deve ser 
contabilizada em seu período de competência.
Recapitulando
Para a testarmos os registros realizados nas disponibilidades 
das entidades, temos que realizar testes para superavaliação. 
Para chegarmos à certeza desses valores, temos de inspecionar 
documentos, verificar os valores dos documentos nos registros 
iniciais da contabilidade, conferir cálculos, somas e inclusões 
no registro geral.
Ainda para a continuidade dos exames, contamos com 
ferramentas importantíssimas como: contagem física, confir-
mações com terceiros, conferências de cálculos, inspeções de 
documentos, cutoff de cheques, conciliações bancárias, verifi-
cações de aplicações financeiras, dentre outros.
Referências
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. 
Fundamentos da Auditoria. São Paulo: Saraiva 2012.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
30 Auditoria Contábil
Atividades
 1) Assinale a alternativa que não corresponde a um procedi-
mento de auditoria nas disponibilidades:
a) confirmação de assinaturas autorizadas;
b) cutoff de cheques;
c) contagem de caixa;
d) confirmação de contas bancárias paralisadas;
e) verificação de contas incobráveis.
 2) Um cheque emitido e contabilizado pela empresa, mas 
não apresentado no extrato bancário, seria demonstrado 
da seguinte forma na reconciliação bancária:
a) aumento do saldo do razão analítico;
b) redução do saldo do razão analítico;
c) aumento do saldo do extrato;
d) redução do saldo do extrato;
e) não haverá alterações.3) No encerramento do exercício, o balanço patrimonial de 
determinada empresa apresentou o saldo de “caixa” como 
credor. Identifique a opção que pode justificar essa situa-
ção:
a) pagamentos a fornecedores não contabilizados;
Capítulo 2 Auditoria nas Disponibilidades 31
b) empréstimos concedidos não contabilizados;
c) recebimentos de numerários não contabilizados;
d) adiantamentos recebidos de clientes;
e) rendimentos de numerários não contabilizados.
 4) Os principais testes de auditoria para os saldos de caixa 
são, respectivamente:
a) subavaliação e inspeção física;
b) superavaliação e inspeção documental;
c) subavaliação e inspeção documental;
d) superavaliação e inspeção física;
e) superavaliação e observação.
 5) Uma empresa estabelece em seus controles internos de 
tesouraria, que todos os pagamentos devem ser efetuados 
mediante emissão de cheques, assinados por um diretor 
e um gerente de tesouraria. O auditor, ao entrar na sala 
do gerente de tesouraria, percebe dois talões de cheques, 
sem preenchimento de valores, já assinados pelo diretor 
financeiro para serem utilizados pelo tesoureiro. É possível 
afirmar que:
a) a empresa não possui controles internos para os pro-
cessos de tesouraria;
b) os controles internos de tesouraria são eficazes para 
qualquer tipo de desvio financeiro;
32 Auditoria Contábil
c) o tesoureiro é uma pessoa de confiança, não sendo 
necessária a segregação de funções;
d) é uma ocorrência normal, devido a viagens frequentes 
do diretor financeiro;
e) não há conformidade entre os controles internos defi-
nidos e sua ocorrência no processo.
Williams Meirelles1
Capítulo 3
Auditoria nas Contas a 
Receber
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente, é professor dos cursos de Ciên-
cias Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EaD. 
34 Auditoria Contábil
Introdução
As Contas a Receber referem-se, basicamente, a dois casos: 
(i) créditos provenientes do exercício da atividade operacional 
da empresa, relativos à venda a prazo de bens e serviços; e 
(ii) outros créditos oriundos de transações que, embora não 
representem o objeto principal da atividade empresarial, são 
inerentes às operações normais da empresa.
Portanto, na apresentação das demonstrações contábeis, 
as Contas a Receber que são geradas a partir das vendas a 
prazo de bens e serviços que constituem o objeto principal do 
negócio devem ser agrupadas sob a rubrica CLIENTES e os 
demais valores a receber, agrupados como OUTROS CRÉDI-
TOS.
Neste capítulo, iremos estudar sobre os principais objeti-
vos, revisão dos controles internos e procedimentos de audito-
ria aplicados nos exames das contas a receber.
3.1 Objetivos
Os principais objetivos do auditor quando do exame de Con-
tas a Receber podem ser resumidos nos seguintes:
 Â Determinar se o sistema de controle interno é satisfató-
rio;
 Â Determinar se os valores indicados como Contas a Re-
ceber representam legítimos valores a receber;
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 35
 Â Determinar a exatidão dos valores e se não estão super 
ou subavaliados;
 Â Certificar-se de que nenhuma parcela das Contas a Re-
ceber foi emprenhada, descontada, cedida ou negocia-
da, com exceção daquelas que estão assim claramente 
indicadas nas demonstrações contábeis;
 Â Determinar se as Contas a Receber estão apresentadas 
de maneira adequada nas demonstrações contábeis;
 Â Determinar a probabilidade de realização dos créditos;
 Â Formar opinião acerca da adequação e razoabilidade 
da previsão constituída para perdas julgadas prováveis 
na realização dos créditos.
3.2 Revisão dos controles internos
É conveniente, uma segregação entre as funções de escritura-
ção de contas a receber, controles de duplicatas e recebimen-
tos por caixa. Alguns aspectos que devem ser considerados 
nessa área são os seguintes:
 Â Existência de um controle de duplicatas quanto a sua 
localização física (em carteira, em bancos, com cobra-
dores etc.);
 Â Controles das duplicatas em poder de cobradores por 
meio de borderôs;
36 Auditoria Contábil
 Â Prestação de contas diárias, se possível, por parte dos 
cobradores externos;
 Â Confronto periódico entre o razão analítico de contas 
a receber e o razão social, e com a existência física de 
duplicatas;
 Â Envio de extratos de contas aos clientes por elemento 
não relacionado com recebimento de valores;
 Â Conciliação e análise das divergências, no caso de ma-
nifestações do cliente;
 Â Controle numérico das Notas de Crédito e aprovação 
das mesmas por elemento autorizado não relacionado 
com vendas ou recebimentos à vista de documentos 
comprobatórios que assegurem a procedência de sua 
emissão;
 Â Contabilização de adiantamentos recebidos de clientes, 
para entrega futura de mercadorias em contas distintas 
das de contas a receber;
 Â Preparação periódica de relação de contas a receber 
por idade, investigando-se os valores em atraso;
 Â Baixa de valores considerados incobráveis mediante 
aprovação por escrito de funcionário autorizado pela 
diretoria.
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 37
3.3 Procedimentos de auditoria
Por serem de natureza intangível, as contas a receber podem 
passar por procedimentos de auditoria diferentes daqueles 
usados na auditoria de Caixa e Bancos.
O auditor, ao fazer a avaliação de contas a receber, deve 
aplicar critérios de julgamento quantitativos e também quali-
tativos, usando, na maior parte do tempo, evidência indiretas, 
em vez de diretas.
Os procedimentos de auditoria geralmente utilizados no 
exame das contas a receber, serão apresentados a seguir.
3.3.1 “CUTOFF” das operações
Chamamos a especial atenção para este procedimento. Ne-
nhum exame, salvo exceção, na área de Contas a Receber, po-
derá ser desenvolvido, com total segurança, sem que antes se 
faça o CORTE das operações, mediante o exame das últimas 
entradas e saídas. Poderemos afirmar que o “cutoff” é o ponto 
de partida dos demais exames.
3.3.2 Exame da movimentação das contas e 
flutuações significativas
É importante o exame da movimentação das contas e análi-
se dos saldos finais analíticos de duplicatas e outras contas 
a receber. Em qualquer das contas, os possíveis lançamentos 
anormais e flutuações significativas deverão ser investigadas.
38 Auditoria Contábil
3.3.3 Circularização de duplicatas e contas a 
receber
Selecionada a data base para a circularização, feito o “cutoff” 
das operações, far-se-á a seleção dos clientes (e/ou devedores 
outros) para circularização.
Essa circularização poderá ser positiva (no corpo da car-
ta circular, será solicitado ao devedor qualquer manifestação 
“confirmando” ou “contestando”) ou negativa (em parágrafo 
específico no corpo da carta circular constará que a não res-
posta caracterizará “confirmação do débito”).
É considerado de melhor qualidade a evidência obtida por 
meio dos pedidos de confirmação positivos, pois caso haja 
algum equívoco na conta, o devedor apresenta o erro ao au-
ditor. Em geral, os auditores utilizam os dois tipos simultanea-
mente. Selecionando uma amostra para confirmação positiva 
(provavelmente aqueles com maiores saldos) e o restante que 
incluir na amostra com valores menores podem ser exigidas 
apenas a confirmação negativa.
Há de se observar que tudo é feito pelo próprio Auditor, 
desde a seleção do devedor, remessa das circulares (primeiro 
e quando necessário também o segundopedido), até o exame 
final de tudo. É importante lembrar que, sobre todos os saldos 
circularizados, temos obrigatoriamente que chegar a alguma 
conclusão.
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 39
3.3.4 Levantamentos físicos
É também um dos exames importantes, integrante do objeto de 
controle de DEVEDORES.
Feito o “cutoff” das operações na data base e o exame das 
operações ocorridas até a data, o Auditor poderá então fazer 
o levantamento físico das contas a receber em carteira.
O Auditor, nesse exame, assim como em qualquer levan-
tamento físico, deverá dedicar atenção a três quantidades ou 
cifras: i) o que o auditor encontrou; ii) o que os controles in-
formam existir; iii) o que efetivamente deveria existir (caso não 
houvesse os ERROS, FRAUDES e OMISSÕES que foram en-
contrados).
3.3.5 Exame das contas a receber por idade dos 
saldos “aging-list”
O “aging-list” é um demonstrativo preparado pela própria En-
tidade, onde é facilmente identificada a idade (vencido/a ven-
cer/etc.) das contas a receber.
O Auditor deverá dedicar atenção especial a dois aspec-
tos: i) a exatidão do relatório; ii) as variações ocorridas para 
melhor ou pior (em valor e porcentagem) e possibilidade/ex-
pectativa de realização das contas vencidas.
40 Auditoria Contábil
3.3.6 Dias de vendas contidos no total de 
duplicata a receber
As importâncias, propriamente ditas, isoladamente, não ofere-
cerão dados para avaliação. O objetivo nesse exame é iden-
tificar dias de vendas contidos no montante de duplicatas a 
receber em determinada data base. A quantidade de dias en-
contrada deverá ser referenciada com cálculos idênticos efe-
tuados em datas bases anteriores (trimestres, e/ou semestres, 
e/ou exercício anterior). As variações em DIAS, que deverão 
ser obrigatoriamente explicadas, identificarão (confirmando 
as conclusões que obtivermos no exame “aging-list”) as mu-
danças na política de PRAZOS a clientes, melhoras ou então 
quedas na eficiência do Departamento de CRÉDITO, ou do 
Departamento de COBRANÇA etc.
3.3.7 Exame dos eventos subsequentes
No fechamento periódico de contas, o Auditor jamais poderá 
emitir opinião/conclusão sobre DEVEDORES, sem antes efe-
tuar o exame do que aconteceu com as Contas a Receber 
nos dias subsequentes à data base do exame. Devoluções de 
vendas, abatimentos, descontos etc., anormais, exigirão inves-
tigação, bem como Recebimentos em montante inferior às ex-
pectativas.
3.3.8 Exame das outras contas a receber
Da mesma forma que dedicamos atenção às duplicatas a re-
ceber, dedicaremos as demais contas a receber. Não raro, isso 
implicará exame de contratos, guias de depósitos compulsó-
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 41
rios autenticados pelo órgão arrecadador etc. Podemos afir-
mar, sem dúvidas, de que, tudo o que foi apresentado anterior-
mente se aplicará também no exame dessas contas.
3.3.9 Exame das provisões constituídas e/ou 
necessárias
Obrigatoriamente, antes de se efetuar exame da existência/
suficiência dos valores provisionados, teremos que dedicar 
atenção à movimentação de todas as contas (a receber e as 
retificadoras) no período anterior à data e também aos qua-
dros disponíveis (“aging-list” etc.).
Quando do exame da conta Provisão para Créditos de Li-
quidação Duvidosa, deveremos, em base de teste, examinar os 
comprovantes hábeis dos débitos contabilizados. Os aspectos 
fiscais (IR) e as normas da Entidade deverão ser levadas em 
consideração na realização do exame.
Caso a Entidade ofereça aos seus clientes descontos subs-
tanciais (descontos que interessam ao cliente) para pagamento 
antecipado das duplicatas (exemplo: vencimento em 30 dias 
com 10% de desconto ou 60 dias líquido), o Auditor deverá 
examinar a necessidade de se constituir uma Provisão para 
possíveis descontos a serem concedidos (base de cálculo – to-
tal de duplicatas com possibilidade de liquidação ainda com 
o desconto).
42 Auditoria Contábil
3.3.10 Exame da demonstração e classificação 
das contas a receber nas demonstrações 
contábeis
As contas a receber vencidas e as a vencer até 360 dias se-
rão classificadas e demonstradas no Realizável em Curto Prazo 
(Ativo Circulante). As demais (a vencer após 360 dias) serão 
demonstrados no Realizável em Longo Prazo.
As contas retificadoras (provisão para Devedores Duvido-
sos etc.) serão classificadas e demonstradas, destacadamente, 
deduzindo os valores originais:
O montante de duplicatas/contas a receber, descontadas 
em banco, será demonstrado e classificado no ativo, destaca-
damente, diminuindo os valores originais.
Os ônus que pesam sobre as contas a receber (contas/
duplicatas dadas em garantia) deverão ser identificados nas 
Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.
3.3.11 Teste de Ajuste a Valor Presente
Para determinar o valor presente do Fluxo de Caixa Futuro, 
são requeridos: o valor do fluxo futuro, a data do referido fluxo 
futuro e a taxa de desconto aplicável a cada operação.
Cabe ao auditor validar a estimativa do valor corrente de 
um fluxo de caixa futuro, no curso normal de operações da 
entidade.
A partir da Lei nº 11.638/07, convalidada pela Lei nº 
11.941/09, foi acrescido ao artigo 183, o item VIII, que es-
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 43
tabelece a obrigatoriedade de ajustar a valor presente os ele-
mentos de ativo decorrentes de operações de longo prazo, 
sendo os demais créditos ajustados quando houver efeito re-
levante.
Para regulamentar a obrigatoriedade desse procedimento 
no Brasil, instituiu-se o CPC 12 – Ajuste a Valor Presente, cuja 
meta a ser alcançada, ao se aplicar o conceito de valor pre-
sente, deve-se associar à mensuração de ativos e passivos, 
levando-se em consideração o valor do dinheiro no tempo e 
as incertezas a eles associados.
Os riscos e incertezas são determinantes para a taxa de 
desconto, a ser utilizada a partir da data da operação. Nessa 
oportunidade, ocorre a redução da receita de vendas, e com 
o passar dos dias os ajustes das reversões são contabilizados 
como receitas financeiras.
3.3.12 Teste de Vendas: o auditor, nessa área, 
trabalhará suportado nos seguintes 
objetivos básicos
 Â Certificar-se de que as normas refletem as exigências da 
entidade e que estão sendo seguidas;
 Â Certificar-se que os aspectos fiscais envolvidos estão 
sendo integralmente observados. O universo de aspec-
tos, situações, responsabilidades etc., faz com que esse 
objeto de controle se transforme, para o Auditor, em um 
dos mais complexos exames a realizar.
44 Auditoria Contábil
Recapitulando
Neste capítulo, estudamos sobre os principais procedimentos 
de auditoria aplicados na análise dos saldos das Contas a 
Receber, importante darmos ênfase no procedimento de cir-
cularização, onde o auditor obtém evidência diretamente do 
devedor, podendo essa circularização ser através de carta em 
positivo ou negativo. Também vamos relembrar a importância 
nos procedimentos aplicados sobre a provisão para devedores 
duvidosos que, por tratar-se de uma conta de estimativa, me-
rece bastante atenção por parte do auditor.
Referências
ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. 
Fundamentos da Auditoria. São Paulo: Saraiva 2012.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e 
Prática. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
Atividades
 1) Assinale qual dos procedimentos a seguir não faz parte 
dos exames efetuados na área de Contas a Receber:
a) conferir as listas dos saldos das contas a receber com 
os razões individuais; b) circularizar os principais clien-
tes;
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 45
c) efetuar a contagem do caixa para confirmação dos 
valores recebidos dos clientes;
d) testar a movimentação das contas no período;
e) Conferir os cálculos de ajustea valor presente dos cré-
ditos, as suas taxas aplicadas e a contabilização na 
data da operação e, posteriormente, até o vencimento 
final.
 2) Analise as informações a seguir e responda quais deve-
riam constar papéis de trabalho.
I – Explicações sobre motivos de flutuações nas contas em 
comparação com o período anterior.
II – Relação das explicações acima com: vendas e esto-
ques.
III – Os testes de ajustes a valor presente, em substituição 
às explicações sobre a provisão para créditos de liqui-
dação duvidosa.
a) Apenas informação I.
b) Apenas informação II.
c) Apenas informação III.
d) Informações I e II.
e) Todas as informações.
 3) Assinale V ou F: O resumo das duplicatas a receber, por 
vencimento (“aging”), ajuda-nos a julgar se há adequação 
da provisão para devedores duvidosos.
46 Auditoria Contábil
 4) Com referências a provisão para devedores duvidosos, as-
sinale a alternativa que não corresponde a informações 
que devem contar nos papéis de trabalho de auditoria:
a) uma apreciação do “aging” dos fornecedores e com-
paração com o do ano anterior;
b) comentários do auditado sobre o esperado sucesso 
com relação às cobranças ou contas a receber em 
atraso;
c) testes efetuados sobre contas perdidas durante o exer-
cício;
d) indicação dos clientes concordatários, falidos, desa-
parecidos etc., ou cobranças difíceis que se encontram 
sob a responsabilidade dos advogados.
e) recálculo da provisão realizada pelo auditor.
 5) Analise as afirmativas a seguir sobre o ajuste a valor pre-
sente:
I – Deve ser contabilizado em conta retificadora do ativo.
II – Deve ser contabilizado a crédito de receita de vendas 
quando referir-se à venda de produtos.
III – Deve ser contabilizado a débito da receita de vendas, 
quando referir-se à venda de produtos.
IV – Com o passar do tempo, a diferença entre o valor 
presente e o valor que será recebido é apropriado ao 
resultado do exercício como receita financeira.
Capítulo 3 Auditoria nas Contas a Receber 47
a) Apenas I está correta.
b) Apenas I, II e III estão corretas.
c) Apenas I, III e IV estão corretas.
d) Nenhuma está correta.
e) Todas estão corretas.
Williams Meirelles1
Capítulo 4
Auditoria nos Estoques
1 Williams Meirelles é especialista em Controladoria e Gestão da Informação Con-
tábil pelo Centro Universitário Lasalle (UNILASALLE-Canoas, RS), possui graduação 
em Ciências Contábeis e Administração de Empresas pela Universidade Luterana 
do Brasil (ULBRA-Canoas, RS). Tem vasta experiência em Auditoria Contábil, tendo 
atuado por anos em uma “Big Four”. Atualmente, é professor dos cursos de Ciên-
cias Contábeis e Administração de Empresas da ULBRA, presencial e EaD. 
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 49
Introdução
Os Estoques representam itens de extrema relevância nas 
Demonstrações Contábeis da maioria das entidades. Como 
a natureza dos estoques pode variar significativamente entre 
entidades comerciais e industriais, não é possível se estabele-
cer procedimentos padrão de auditoria para os estoques. O 
escopo da auditoria pode ser determinado somente conside-
rando-se as circunstâncias específicas de cada caso. Como 
em outras fases do trabalho, isso requer, entre outras coisas, a 
revisão dos procedimentos contábeis e do grau da eficiência 
do sistema de controle interno.
Neste capítulo, vamos discutir os principais objetivos e pro-
cedimentos que geralmente são aplicáveis à auditoria nos es-
toques.
4.1 Objetivos
Os objetivos de auditoria dos estoques são verificar se:
a. os bens registrados como estoques existem fisicamen-
te;
b. os valores registrados no estoque representam verda-
deiramente bens realizáveis da organização;
c. os valores registrados no estoque estão adequada-
mente classificados;
50 Auditoria Contábil
d. os valores registrados no estoque estão adequada-
mente avaliados;
e. as divulgações relativas ao estoque foram devidamen-
te realizadas;
f. não há gravames ou riscos sobre o estoque;
g. a legislação correspondente foi seguida;
h. todo o estoque de propriedade da organização foi de-
vidamente apresentado;
i. os Princípios Fundamentais de Contabilidade foram 
devidamente aplicados.
4.2 Revisão do controle interno
Um memorando compreensivo dos procedimentos contábeis e 
controle interno do cliente deve ser preparado. Recomenda-se 
também que nesse memorando aponte os procedimentos de 
controle de produção (no caso de uma indústria). Fluxogramas 
mostrando os principais procedimentos nas compras, produ-
ção e ciclo de vendas, juntamente com cópias dos principais 
formulários contábeis e de estoques auxiliarão neste sentido.
Os principais assuntos que devem ser incluídos no memo-
rando de estoques são os seguintes:
a. produtos e processos de fabricação, itens incluídos em 
estoques e localização;
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 51
b. controle sobre quantidades físicas e procedimentos 
para inventários físicos periódicos;
c. controle sobre custos, incluindo um esboço do sistema 
do custeio, suplementado por fluxograma, operação 
das contas de controle contábil dos estoques e bases 
para valorizar o inventário;
d. procedimentos para determinação de estoques moro-
sos e obsoletos, estoques em armazéns gerais e cober-
tura de seguros.
4.3 Conhecimento do tipo de negócio e 
seus produtos
Antes que quaisquer passos específicos sejam tomados para 
verificar os estoques, o auditor deve adquirir um conhecimento 
das características do ramo, a posição que tem na indústria, 
a companhia sob exame e a natureza dos diversos produtos e 
processos de fabricação.
Esse conhecimento é importante na compreensão das ten-
dências gerais nos estoques e custos, e na orientação do rumo 
apropriado para a auditoria.
Dados operacionais e financeiros sobre as principais com-
panhias, no ramo em questão, deveriam ser estudados para 
que se possa determinar a posição que a companhia sob exa-
me ocupa. É de boa prática a leitura de revistas e jornais de-
dicados ao ramo.
52 Auditoria Contábil
Alguns negócios são afetados por fatores importantes de 
obsolescência, tais como mudanças de estilo e modelo, procu-
ra sazonal, perecibilidade de produtos etc.; esses fatores irão 
influenciar a extensão da análise da obsolescência. Outra ca-
racterística a ser considerada é o efeito da pesquisa e aperfei-
çoamento de produtos e métodos.
Um conhecimento global dos processos de produção do 
cliente, materiais e maquinários empregados, operações de 
mão de obra, ciclos de produção, devem ser obtidos através 
da observação, discussão com o pessoal de operações.
4.4 Observação dos estoques
É comum uma porção relevante dos estoques estar nas fábri-
cas ou armazéns da companhia, a observação desses esto-
ques representa um procedimento de auditoria importante na 
verificação das quantidades dos estoques.
Estoques mantidos fora da entidade, e inventários mantidos 
com terceiros, geralmente são verificados por meio de con-
firmações diretas ou outros procedimentos de auditoria. Nos 
casos em que estoques significativos são guardados em ar-
mazém de terceiros, é desejável que o auditor faça testes de 
contagem física nesses depósitos.
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 53
4.5 Observação dos procedimentos 
contagem física
O auditor não é responsável pelo levantamento ou supervisão 
do levantamento físico do estoque. A direção da entidade é 
responsável pela tomada dos inventários, bem como pela ava-
liação e apuração do inventário.
As atividades do auditor com respeito aos inventários físi-
cos consistem-se, principalmente, em observar os procedimen-
tos seguidos na contagem e anotação das quantidades, na 
execução apropriada de testes para determinar se os proce-
dimentos estão sendo seguidos adequadamente e que seestá 
realizando um inventário físico satisfatório.
As instruções da entidade para os inventários físicos devem 
ser revisadas previamente pelo auditor para certificar-se de 
que os procedimentos planejados são adequados.
Pela informação obtida na revisão dos controles internos e 
na inspeção dos estoques, o auditor deve estar em posição de 
planejar e programar seu trabalho de auditoria. A programa-
ção é importante para que, uma vez completada a contagem, 
não haja demoras indevidas, nem se faça a entidade esperar 
que o auditor conclua os seus testes.
Importante salientar que, se uma entidade tem um bom 
controle interno sobre estoques, seus inventários físicos podem 
ser tomados em uma data anterior ao balanço.
Se a entidade usa procedimentos de contagem rotativa 
para verificar a exatidão dos registros do estoque, o auditor 
54 Auditoria Contábil
pode fazer testes de contagens e observar os procedimentos 
de contagem periodicamente no decorrer do ano como uma 
base para formar sua opinião com respeito às quantidades de 
estoque no fim do ano.
Por outro lado, se uma entidade não tem um sistema de 
custos ou fichas adequadas de quantidades, mas depende in-
teiramente de um inventário físico no fim do ano contábil, as 
observações do auditor e seus testes de contagem devem, ne-
cessariamente, ser feitos na data do balanço.
Durante a observação, deve-se dirigir atenção particular 
para determinar se:
a. os itens de estoques estão bem arrumados, de forma a 
facilitar contagens precisas;
b. os funcionários que executam a contagem compreen-
dem, e seguem, as instruções escritas;
c. as contagens e descrições estão sendo anotadas com 
precisão e com os detalhes necessários;
d. a supervisão dos procedimentos do inventário e verifi-
cação das contagens pela companhia são adequadas; 
e
e. são boas as práticas usadas para segregar entradas 
e saídas entre antes e após o inventário, reconhecer 
itens morosos, de baixa rotação etc.
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 55
4.6 Testes de contagens de estoque
Testes de contagem de estoques são feitos com o propósito 
primordial de:
a. testar a exatidão e aceitação dos procedimentos da 
entidade para contagem do estoque físico; e
b. testar os procedimentos da entidade para compilação 
e anotação das quantidades identificadas fisicamente 
como sendo disponíveis na data do inventário. Pro-
cedimentos de contagem de estoques são verificados 
através de testes selecionados de contagens.
Procedimentos de compilação de estoques são verificados 
através da comparação das contagens anotadas nos papéis 
de trabalho com os resumos feitos pela entidade.
Ao testar os procedimentos da contagem física da entida-
de, o auditor deverá fazer contagens corretas de itens selecio-
nados.
Ao testar as anotações de quantidades físicas das etiquetas 
de contagem, as quantidades exatas dos itens que o auditor 
anotou deverão ser localizadas nos resumos das quantidades 
contadas. Testes de contagem que devem ser localizados nos 
resumos devem incluir uma descrição completa dos itens para 
facilitar sua identificação (nome, número de item, departa-
mento onde está localizado, prateleira etc., estágio estimado 
de fabricação e medida unitária).
Os testes de contagem do auditor devem ser representa-
tivos dos itens que integram o estoque. Os itens devem ser 
56 Auditoria Contábil
selecionados de cada departamento principal ou localização 
e devem incluir tanto itens de alto como de baixo valor. Onde 
dois ou mais indivíduos ou equipes da entidade são usados 
na execução de contagens de estoques, deve-se fazer testes 
sobre a exatidão e cuidado com que cada indivíduo ou equipe 
desempenha sua tarefa.
Cada teste de contagem, feito pelo auditor, deve concordar 
com a contagem mostrada na etiqueta do estoque. Quando 
as contagens não concordam, a contagem do auditor deve ser 
reconferida. Se a contagem da entidade for incorreta, deve-se 
pedir que o cliente faça uma recontagem, e a contagem final 
de ambos, isto é, a do cliente e a do auditor devem ser regis-
tradas.
Erros frequentes nas contagens ou nas descrições, reve-
lados pelos testes do auditor, podem indicar deficiências de 
procedimento ou negligência na contagem, e dever-se-á dar 
consideração à expansão dos testes de auditoria. Se tais erros 
parecem ser em larga escala, o assunto deve ser levado à 
pessoa responsável pelo levantamento do estoque e deve-se 
considerar a necessidade de recontar as áreas afetadas.
Deve-se observar o estado dos itens que estão sendo con-
tados, e qualquer indicação de obsolescência, estoques ex-
cessivos, ou deterioração física deverá ser investigada. Poeira, 
ferrugem, etiquetas antigas etc., podem indicar estoques de 
baixo giro ou obsoletos. Tais itens, preferivelmente, devem ser 
segregados fisicamente para contagem e valorização em se-
parado.
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 57
Quando a contagem estiver terminada em um departa-
mento ou seção, o auditor deve dar uma volta pelas diversas 
dependências para observar se todos os itens foram contados. 
Quando etiquetas tenham sido usadas, o auditor deverá revi-
sar os procedimentos da entidade para dar conta de todas as 
etiquetas.
Os resultados dos testes de contagens de estoque devem 
ser evidenciados pelo auditor em seus papéis de trabalho.
4.7 Cutoff de entradas e saídas “antes” e 
“após” o inventário
As entidades deverão ter procedimentos estabelecidos para 
que os estoques conforme os livros possam estar em concor-
dância com as contagens físicas para fins de ajustes. O objeti-
vo da auditoria na verificação da segregação de recebimentos 
é o de assegurar que todos os materiais entrados até a data 
do inventário foram incluídos no inventário físico, e que os 
respectivos custos segundo as faturas foram registrados como 
passivos até a data do inventário. O objetivo da auditoria na 
verificação da segregação de saídas é idêntico – assegurar 
que todos os materiais remetidos até a data do inventário fo-
ram excluídos do inventário físico e que os faturamentos foram 
registrados até a data de inventário.
Durante o inventário físico, os departamentos de recepção 
e expedição deverão ser visitados e os procedimentos da enti-
58 Auditoria Contábil
dade para adequada segregação de entradas e saídas, deve-
rão ser observados.
Devido à importância da segregação de entradas e saídas 
na coordenação entre o movimento do inventário físico e os 
respectivos custos contábeis, deve-se preparar um breve me-
morando, delineando os procedimentos da entidade, os pas-
sos de auditoria tomados para comprovar tais procedimentos, 
e os resultados e conclusões do auditor. Se for feito um inven-
tário físico em uma data intermédia do ano, a exatidão da 
segregação deve ser testada em ambas as datas: a intermédia 
e a do balanço.
4.8 Teste de avaliação – custo
O primeiro passo na auditoria de estoques deve ser a revisão 
dos memorandos descrevendo sistema de custo e a base para 
avaliar os estoques.
Os procedimentos de auditoria, adotados para testar cus-
tos unitários devem ser baseados em uma boa compreensão 
do sistema de custo. Um procedimento importantíssimo de 
auditoria na revisão de qualquer sistema de custo é o de de-
terminar que os custos lançados nas contas de estoque serão 
creditados apropriadamente quando os produtos forem com-
pletados. Isso é essencial quando os inventários físicos são to-
mados em datas intermediárias do ano e as transações nas 
contas de controle de estoque tenham sido revisadas até a 
data do balanço.
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 59
Procedimentos de auditoria deverão ser estabelecidos para 
tirar vantagem dos aspectos de controle interno de determi-
nado sistema de custos, e deverão levar em consideração a 
extensão até a qual a avaliação de inventários estásujeita à 
revisão dentro da entidade. Como um exemplo, as contas de 
variação utilizadas em um sistema de custo padrão deverão 
ser revisadas para determinar quão perto os custos “padrões” 
estão dos custos reais incorridos; registro e investigação ade-
quada de tais variações, em uma frequência regular dentro da 
entidade, podem servir para reduzir a extensão dos testes de 
auditoria.
No próximo parágrafo, os testes de avaliação que serão 
comentados pressupõem a utilização do PEPS – primeiro que 
entra, primeiro que sai – para determinar o fluxo de custos de 
inventários. Os procedimentos de auditoria necessários para 
os inventários, determinados outras bases (UEPS/CM), variam 
um pouco, mas o principal objetivo de auditoria, geralmente, 
é comprovar, através de testes apropriados, que os inventários 
estão avaliados ao “preço de custo ou mercado, prevalecen-
do o mais baixo” em uma base invariável de ano para ano, e 
que o “custo” empregado e comprovado através da inspeção 
e testes de faturas de fornecedores, fichas de custo ou outros 
dados.
Matérias-primas – A revisão da avaliação de estoques de-
verá começar com testes de preços de matérias-primas, peças 
compradas etc. que posteriormente se tornam uma parte com-
ponente dos estoques de produtos em processo e produtos 
acabados (ou que podem ser vendidos diretamente no caso 
de entidades mercantis ou distribuidores de produtos). O teste 
60 Auditoria Contábil
no caso do fluxo de custos, baseado no “primeiro a entrar, 
primeiro a sair”, consiste na comparação do preço do estoque 
com os preços das compras mais recentes feitas pela entidade. 
Diversos itens representativos deveriam ser selecionados das 
fichas de registro permanente (ou das listas de estoques se o 
teste é feito após a compilação do inventário físico), para se-
rem feitos testes detalhados.
É desejável que, para cada item testado, sejam listadas e 
examinadas suficientes faturas de fornecedores, de forma a 
cobrir aproximadamente o total do estoque; em uma base de 
“primeiro a entrar, primeiro a sair”, isso pode ser feito selecio-
nando-se inicialmente as faturas mais recentes e depois avan-
çando em ordem cronológica retroativa no arquivo de faturas.
Se a quantidade comprada durante o ano corrente for infe-
rior à quantidade no estoque e se tornar necessário retroceder 
a faturas de compras de anos anteriores a fim de achar o pre-
ço de inventário em uma base de “primeiro a entrar, primeiro 
a sair”, o preço da quantidade que falta deverá ser o custo 
de inventário do ano anterior. Entretanto, essa situação pode 
indicar que existe um problema de obsoletismo e que se torna 
necessária uma redução no custo.
Se as diferenças entre os preços que estão nos estoques e 
os preços que estão nas faturas mais recentes são significati-
vas quanto aos itens testados, outros itens adicionais de esto-
que poderão ter que ser listados e testados, para determinar 
até que ponto o estoque está errado e se e necessário fazer 
ajustes. Quando os custos unitários de matérias-primas são 
também usados para avaliar produtos em processo ou aca-
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 61
bados, o efeito das diferenças de preços de matérias-primas 
em tais estoques pode ser estimado considerando se, em uma 
base global, o conteúdo proporcional de matérias-primas nos 
mesmos.
Generalizações amplas, como a do efeito de erros de ava-
liação encontrados, ao estoque inteiro, são raramente justi-
ficadas. Normalmente, o estoque não deve ser ajustado em 
base de tais cômputos globais. Testes e investigações adicio-
nais, se necessários em face das conclusões do auditor, geral-
mente, podem ser feitos pelo pessoal do cliente e revisados 
pelo auditor.
Produtos em Processo no Sistema de “Ordens de Serviço” – 
A auditoria de custos de estoques, quando é usado um sistema 
de custeio por ordens de serviço, focaliza, principalmente: (a) 
revisão do fluxo de custos através das contas de controle de 
estoques de produtos em fabricação, e (b) testes de materiais, 
mão de obra e custos indiretos de fabricação debitadas as 
ordens de fabricação na data do inventário.
Um balancete das ordens de serviço no fim do período, 
conforme é mostrado pelos cartões detalhados de custeio e 
outros registros, deverá ser obtido e reconciliado com a conta 
de controle de estoque dos produtos em fabricação no razão 
geral. Se os custos das ordens de serviço são acumulados pe-
los principais elementos de custo, o balancete deverá consistir 
de totais para cada ordem por material, mão de obra e cus-
tos indiretos de fabricação, de forma tal que se possa fazer 
uma revisão geral da inter-relação dos elementos de custo. 
Por exemplo, a revisão geralmente deverá mostrar que todas 
62 Auditoria Contábil
as ordens de fabricação foram debitadas com alguns custos de 
mão de obra e uma parcela proporcional de custos indiretos 
de fabricação.
Diversas ordens de produção representativas deverão ser 
selecionadas do balancete para testes detalhados e se deverá 
obter sumários dos custos acumulados. Usar-se-á, possivel-
mente, cópias dos cartões de custeio das ordens de produção 
para essa finalidade.
Custos de materiais deverão ser conferidos através de testes 
examinando-se faturas de materiais e requisições de quantida-
des para matérias-primas, peças etc., debitadas ao serviço. 
Os preços deverão ser localizados nas fichas de custo unitário.
Horas de mão de obra direta e valores debitados por pe-
ríodos de pagamento de salários (geralmente mensais) deve-
rão ser revisados quanto à continuidade e semelhança dos 
procedimentos, e se deverá obter informações para quaisquer 
variações fora do comum. (Por exemplo, em alguns casos, dé-
bitos de mão de obra às ordens de serviço são relativamente 
pequenos nas fases iniciais, mas crescem até um determinado 
nível à proporção que o trabalho progride e, depois, diminuem 
progressivamente à medida que o serviço se aproxima do fim).
A base de distribuição de custos indiretos às ordens de ser-
viço deverá ser revisada para constatar se produz uma dis-
tribuição razoável. O cálculo de taxas pré-determinadas de 
custos indiretos de fabricação deverá ser verificado através 
de testes para comprovar a exatidão aritmética; as despesas 
de fabricação incluídas no conjunto de custos sujeitos à distri-
buição deverão ser examinadas para notar se estão em con-
Capítulo 4 Auditoria nos Estoques 63
cordância com os papéis de trabalho de auditoria relativos 
às contas de despesas. Com relação às ordens selecionadas 
para testes detalhados de custos, devem-se fazer testes para 
determinar que os custos indiretos de fabricação foram apli-
cados na base correta e nas taxas apropriadas. A consistência 
na base de aplicação dos custos indiretos de fabricação e de 
particular importância devido ao efeito que mudanças da base 
podem ter sobre o lucro líquido.
Produtos em Processo em um Sistema de Processo Contí-
nuo de Fabricação – como no caso dos custos por ordem de 
serviço, a auditoria de custos no sistema de custeio por proces-
so contínuo compreende: (a) revisão do fluxo de custos através 
dos centros de custo por processo quanto a produtos selecio-
nados e (b) testes dos custos debitados a tais centros de custo.
A exatidão de custos debitados a centros de custo por pro-
cesso para o período analisado em detalhe deverá estar su-
jeita a testes adequados de verificação. As matérias-primas 
postas em processamento ou adicionadas durante o processo 
deverão sofrer testes de verificação em relação a relatórios de 
consumo ou requisições; preços deverão ser localizados nas 
fichas de custos unitários.
Custos de mão de obra direta e indireta de fabricação são 
verificados de forma análoga às usadas quando o sistema é de 
custos por ordem de serviço, exceto que os débitos são feitos 
a centros de custo por processo e

Outros materiais