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ANEMIA HEMOLÍTICA AUTO IMUNE DEFINIÇÃO Anemia Hemolítica Auto Imune representa uma condição clínica na qual auto- anticorpos ligados a antígenos pertencentes as membranas dos eritrócitos iniciam sua destruição via sistema de complemento e sistema reticuloendotelial. Anemia hemolítica autoimune faz parte de um grupo de distúrbios caracterizados por um mau funcionamento do sistema imunológico, que produz autoanticorpos que atacam glóbulos vermelhos como se eles fossem substâncias estranhas ao corpo. Am J Hematol. 2002 Apr; 69 (4) : 258-71 DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE História Clínica Sintomas associados a anemia Associação com exposição ao frio Ingestão de drogas Doenças infecciosas Doenças auto imunes Doenças linfoproliferativas Algumas pessoas não apresentam sintomas; outras pessoas se sentem cansadas, com falta de ar e ficam pálidas. Quando grave, a doença pode causar icterícia ou desconforto e sensação de inchaço abdominal devido à esplenomegalia (aumento do tamanho do baço). São feitos exames de sangue para detectar a anemia e a causa da reação autoimune. DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE Manifestações clínicas são determinadas por: Taxa de hemólise Habilidade do organismo processar os subprodutos da hemólise Medula óssea em responder com de reticulócitos Capacidade de carrear oxigênio Hematology Basic Principle and practice 4º Edition DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE Exame Físico : Icterícia Febre Esplenomegalia Hepatomegalia Acrocianose (distúrbio circulatório no qual as mãos, e mais raramente os pés, apresentam-se frios, azulados e suados) Letargia (é a perda temporária ou completa da sensibilidade e do movimento por causa fisiológica, ainda não identificada, levando o indivíduo a um estado mórbido em que as funções vitais estão atenuadas de tal forma que parece estarem suspensas, dando ao corpo a aparência de morte.) Obnubilação (perturbação do sentido da visão, que dá a impressão de que osobjetos são vistos através de uma nuvem) Edema pulmonar Insuficiência Renal Hematology Basic Principle and practice 4º Edition DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE Achados de laboratório clínico : Avaliação de lâmina de sangue periférico (ex: esferócitos, esquisócitos, policromasia, eritroblastos) Reticulócitos Níveis de BI Níveis de haptoglobina Níveis de hemoglobina livre no plasma Hemoglobinúria Hematology Basic Principle and practice 4º Edition DIAGNÓSTICO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE Propriedades sorológicas: Quando a história, exame físico e resultados laboratoriais são sugestivos de anemia hemolítica auto-imune, a confirmação do diagnóstico depende dos resultados dos testes imuno hematológicos e são classificadas de acordo com as características de reatividade térmica do auto-anticorpo ligado ao eritrócito L.D. PETZ , Immunohematology, Review: evaluation of patients with immune hemolysis ; 2004:20 (3) 167-76 CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS HEMOLÍTICAS AUTO IMUNE AHAI por Anticorpos a Quente • Idiopática (Em cerca de 50% dos pacientes com AHAI não se encontra a causa) • Secundária: LLC, Linfomas, Lupus eritematoso sistêmico, TMO AHAI por Anticorpos a Frio Síndrome de Aglutinina a frio • Idiopática • Secundária: Dç. não malignas: infecções por m. pneumoniae, mononucleose, e virais Dç. malignas: doenças linfoproliferativas e outras neoplasias Hemoglobinúria Paroxística a Frio • Idiopática • Secundária Síndromes virais e sífilis AHAI combinada com anticorpos quentes e frios (mista) • Idiopática • Secundária Drogas induzindo anemia hemolítica imune • Tipo auto-imune • Droga adsorvida • Neoantigeno OBJETIVOS DOS TESTES IMUNO HEMATOLÓGICOS Fornecer informação se os eritrócitos estão recobertos por imunoglobulinas (anticorpos), complemento ou ambos Fornecer as características dos anticorpos do soro e do eluato do paciente L.D. PETZ , Immunohematology, Review: evaluation of patients with immune hemolysis ; 2004:20 (3) 167-76 ANTÍGENOS São moléculas estruturalmente complexas capazes estimular in vivo o sistema imunológico (resposta imune). Diversidade estrutural ex: Proteínas: sistemas Rh, M, N Glicolipídios: sistemas ABH, Lewis, I i, P Glicoproteínas: sistema HLA Lipoproteínas: HBsAg Medicamentos Técnicas Modernas em Banco de Sangue e Transfusão 2º edição ANTICORPOS São imunoglobulinas encontradas nos líquidos corporais humanos Diferem com respeito ao tamanho molecular, conteúdos dos carboidratos, atividade biológica e meia vida plasmática São formadas por 4 cadeias polipeptídicas sendo 2 cadeias leves idênticas e 2 cadeias pesadas idênticas A estrutura química da cadeia pesada é a responsável pela diversidade das classes de imunoglobulinas Existem 5 classes: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM No soro encontramos : IgG 80% IgA 13% (80% monômeros) IgM 6% IgD 1% IgE presente em quantidade desprezível Técnicas Modernas em Banco de Sangue e Transfusão 2º edição MOLÉCULA DE IGG SÍTIO PARA O RECEPTOR Fc DO MACRÓFAGO SÍTIO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO SÍTIO DE LIGAÇÃO DO ANTÍGENO FRAGMENTO Fc Cadeia Pesada Cadeia Leve Hematology Basic Principle and practice 4º Edition TIPOS DE ANTICORPOS ENVOLVIDOS NA AHAI SISTEMA COMPLEMENTO O sistema complemento é composto de pelo menos 20 tipos de proteínas séricas, química e imunologicamente diferentes Atividades enzimáticas Atividades inibidoras Interagem umas com as outras, com os anticorpos e com a membrana celular A função biológica mais importante do complemento, na sorologia dos grupos sanguíneos, é a lise celular em alvos revestidos por anticorpos A ativação do sistema “cascata” do complemento pode ser realizada através de 3 vias independentes e 1 via citolítica comum.* Técnicas Modernas em banco de sangue e transfusão 2º edição *Hematology Basic Principle and practice 4º edition FISIOPATOLOGIA A especificidade sorológica dos autos anticorpos que causam destruição dos eritrócitos em pacientes com AHAI podem ser idênticos aos auto anticorpos encontrados em pessoas saudáveis e sem sinais de hemólise. Hematology Basic Principle and practice 4º Edition INFLUÊNCIA NO GRAU DE HEMÓLISE: Antígenos alvos: Densidade, expressão e idade do paciente Características dos anticorpos: Quantidade Especificidade Amplitude termal Habilidade de fixar complemento Ligar-se ao tecido macrofágico Am J Hematol. 2002 Apr; 69 (4) : 258-71 FISIOPATOLOGIA A classe ou subclasse do anticorpo envolvido é um determinante crucial na fisiopatologia AHAI As IgA, IgM, IgG1 e IgG3 podem fixar complemento Se houver a ativação de C5 para C9 ocorre hemólise intravascular A hemólise intra vascular pode ser prevenida pelos mecanismos reguladores dos níveis de C4b, C3b que detêm o sistema de cascata FISIOPATOLOGIA A hemólise imune in vivo começa com a opsonização do eritrócito por um auto anticorpo e pode terminar por levar a destruição do eritrócito na circulação (intra- vascular – ataque da membrana) ou provocar sua retirada pelos tecidos macrofágicos no baço, fígado ou ambos (extra vascular – via clássica ou alternativa) Hematology Basic Principle and practice 4º Edition AHAI ANTICORPOS QUENTES Os anticorpos IgG são ativadores relativamente pobres da via clássica do complemento A interação dos eritrócitos recobertos com IgG ou C3b ou por ambos, ocorre através de receptores específicos encontrado nos macrófagos da: Fração Fc da IgG (principalmente IgG1 e IgG3) C3b Eritrócitos ligados somente a IgG sofrem destruição extra vascular por fagocitose dos macrófagos primariamenteno baço, mas se ligados a C3b ou IgM são destruídos por macrófagos no fígado. A presença de ambos IgG e C3b aceleram o clearence imune sugerindo que os receptores macrofágicos do Fc e do C3b atuam de modo sinérgico AHAI ANTICORPOS QUENTES Anticorpos IgM ativam a via clássica do complemento facilmente O sistema reticuloendotelial não apresenta receptores com atividade para a fração Fc da IgM, como os da IgG, porem apresentam receptores abundantes para C3b e iC3b resultantes da ativação do complemento IgM que reage a uma temperatura de 37° sem a presença de IgG é excepcionalmente rara 2% a 73% dos casos de AHAI com anticorpos IgM, ocorrem associados a IgG Hemácias adsorvidos por IgM, sob certas circunstâncias, provocam hemólise intra vascular severas via C3 e iC3b. Existem relatos na literatura de hemólises fatais mediadas por IgM reativa a quente. Proteínas reguladoras na superfície do eritrócitos CD 55 e CD59 podem eliminar a hemólise intra vascular pela modulação do efeito patogênico. A hemólise predominante nesses casos é extra vascular uma vez que esses complementos permanecendo ligados à membrana, tornando-os alvos para a fagocitose do sistema reticuloendotelial AHAI ANTICORPOS QUENTES A incidência de IgA sozinha provocando AHAI é de 0,2% dos casos 14% a 21% dos casos de AHAI com IgA, apresenta-se associada a IgG A IgA pode provocar a hemólise intra vascular porem o seu mecanismo não é bem entendido. Sabe-se que pode ativar complemento pela via clássica e alternativa Receptores da fração Fc da IgA, foram descobertos nos linfócitos, granulócitos e monócitos de seres humanos e presume-se que possam mediar hemólise extra vascular Hematology Basic Principle and practice 4º Edition AHAI POR ANTICORPO A FRIO Existem 2 entidades clínicas distintas de anemia hemolítica com auto- anticorpo reativo à frio. Síndrome de Aglutinina Fria (SAF) Hemoglobinúria Paroxística a Frio (HPF) Hemoglobinúria paroxística ao frio A hemoglobinúria paroxística ao frio (PCH, paroxysmal cold hemoglobinuria; síndrome de Donath-Landsteiner) é um tipo raro de doença da aglutinina fria. A hemólise resulta da exposição ao frio, podendo até ser localizada (p. ex., ao beber água fria, lavar as mãos em água fria). Uma auto-hemolisina IgG liga-se aos eritrócitos à temperatura baixa e causa hemólise intravascular após o aquecimento. Isso ocorre, com mais frequência, em doenças virais não específicas ou sob outros aspectos em pacientes saudáveis, embora ocorra em pacientes com sífilis congênita ou adquirida. Gravidade e rapidez do desenvolvimento da anemia variam e podem ser fulminantes. SINDROME DE AGLUTININA FRIA A doença da aglutinina fria (doença de anticorpos frios) é ocasionada por autoanticorpos que reagem a temperaturas inferiores a 37°C. Às vezes, ocorre com infecções (em especial pneumonias micoplásmicas ou mononucleoses infecciosas) e estados linfoproliferativos; cerca de metade dos casos é idiopática, que é a forma comum em adultos mais velhos. AHAI POR ANTICORPO A FRIO Síndrome de aglutinina fria (SAF) 16% a 32% das AHAI Idiopática: atingem adultos velhos com maior incidência aos 70 anos Secundária: estão ligadas a desordens linfoproliferativas, infecções por micoplasma pneumonia, mononucleose (adultos jovens), adenovirus, HIV, Varicella Zooster, E. Coli, Listéria , Treponema pallidum A AHAI secundária a processos infecciosos costumam ser breves e por doenças linfoproliferativas de curso mais crônico AHAI POR ANTICORPO A FRIO A fisiopatologia envolve tipicamente IgM e complemento. O paciente terá um CD+ com reagentes anti-C3 e poliespecíficos, e CD- com anti-IgG O auto-anticorpo IgM dissocia-se do eritrócito com subseqüente ligação de C3 e geralmente não é detectado in vitro Raramente os anticorpos frios são IgG ou IgA Nos casos SAF, as imunoglobulinas IgM são monoclonais em doenças de origem idiopática e doenças linfoproliferativas e policlonais para processos infecciosos AHAI POR ANTICORPO A FRIO Os anticorpos frios, por definição, são mais reativos a 0-4°C do que a temperaturas maiores São detectados, quando testados a 0-4°C, na maioria de pessoas saudáveis e por isso considerados claramente benignos na sua grande maioria Os auto-anticorpos patogênicos são caracterizados por uma grande amplitude termal ou um alto título, mas a amplitude termal é o melhor valor preditivo para a hemólise Amplitude termal refere-se a faixa de temperatura em que uma aglutinação é detectável in vitro A atividade a 37°C sempre corresponde a um anticorpo frio clinicamente significante FISIOPATOLOGIA AHAI A FRIO Após a ligação com o eritrócito na extremidade, o auto-anticorpo IgM fixa o complemento C1 e inicia a via clássica da cascata do complemento. A temperatura alta da circulação central facilita a hemólise por: 1º Maximizar a fixação e ativação do complemento 2º Provocar dissociação da aglutinina fria que permite então ligação adicional ao retornar a circulação periférica fria, repetindo o ciclo 3º Progressão do mecanismo de cascata ate o complexo de ataque da membrana resultando em hemólise intra vascular. Se não houver ativação do imunocomplexo de ataque da membrana, a ligação com C3b leva para hemólise extra-vascular FISIOPATOLOGIA AHAI A FRIO Anticorpos frios foram identificados contra antígenos Pr que podem ser suspeitado quando a aglutinina a frio reage forte e igualmente com ambos, sangue de cordão e de eritrócitos adultos. As aglutininas anti Pr freqüentemente são patológicas devido ao alto titulo e alta amplitude termal Outro estudos relatam especificidade contra Gd, As, Lud, Fl, Vo, M, N, D e P DIFERENÇAS SOROLÓGICAS ENTRE AUTO-ANTICORPOS REATIVOS A FRIO PATOLÓGICOS E BENIGNOS Policlonal Idiopática: Monoclonal Secundária: Policlonal Natureza do auto-anticorpo Geralmente < 16Freqüentemente > 128Título a 22ºC Geralmente < 64Freqüentemente > 500Título a 4ºC Geralmente < 25ºC30-37ºC Temperatura que ativa complemento Geralmente < 25ºC30-34ºC Temperatura que age como aglutinina Auto-anticorpos Benignos Auto-anticorpos Patológicos TRANSFUSÕES NA SÍNDROME DE AGLUTININA A FRIO Devem ser limitadas por duas razões : A aglutininas a frio causam dificuldade sorológicas durante o trabalho no banco de sangue, aumenta o risco para não ser detectado um aloanticorpo Unidades transfundidas podem potencializar a hemólise. Quando baixos níveis de complemento limitam a hemólise, o complemento exógeno transfundido (do plasma do doador) pode exacerbar a hemólise TRANSFUSÕES NA SÍNDROME DE AGLUTININA A FRIO Se for necessário transfusão, esta deverá ser limitada a pacientes com doenças cardiovasculares e cerebrovasculares latentes As unidades deverão ser lavadas para retirar o plasma O sangue e o paciente deverão ser aquecidos HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA A FRIO (HPF) • Hemoglobinúria paroxística a frio é incomum e representa 2% a 10% dos casos de AHAI • Clinicamente a HPF é caracterizada por febre alta, tremor, dores nas costas ou nas pernas, cólicas abdominais e outros sintomas como: cefaléia, náuseas, vômitos e diarréia • Hemoglobinúria típica ocorre produzindo urina de cor vermelha escura a preta. • Retrospectivamente poder ser identificado exposição a temperaturas frias • A hemoglobinúria paroxística ao frio (PCH, paroxysmal cold hemoglobinuria; síndrome de Donath-Landsteiner) é um tipo raro de doença da aglutinina fria. A hemólise resulta da exposição ao frio, podendo até ser localizada (p. ex., ao beber água fria, lavar as mãos em água fria). FISIOPATOLOGIA DA HPF É causada por um auto-anticorpoIgG Fixa complemento a baixas temperaturas e dissocia a altas temperaturas positivo com anti-C3, mas geralmente negativo com anti-IgG (a menos que seja realizado a temperatura fria) A IgG liga-se ao eritrócito eficientemente em temperatura de 0-4°C e subseqüentemente fixa complemento C1. Outros componentes do complemento ligam-se com mais eficiência e causam hemólise a temperatura quase normal do corpo FISIOPATOLOGIA DA HPF Os anticorpos de Donath-Landsteiner são potentes e títulos pequenos podem produzir hemólise Exibem na maioria das vezes, especificidade contra o antígeno P que são de alta freqüência O teste de DL foi desenvolvido para detectar o auto-anticorpo bifásico. TESTE DE DONATH-LANDSTEINER O teste foi desenvolvido para observar hemólise in vitro incubando-se o soro do paciente com hemácias lavadas do grupo O que expressam o antígeno P São preparadas 3 amostras: 1. A primeira amostra é incubada somente a temperatura de 0-4°C 2. A segunda amostra é incubada somente a 37°C 3. A terceira amostra é incubada primeiro a 0-4°C por 30 mim e então a 37°C por 60 mim. TESTE DE DONATH-LANDSTEINER Avaliação de resultados : O diagnostico de HPF só será realizado quando a hemólise for observada na amostra que foi incubada primeiro a 0-4°C por 30 mim e depois a 37°C por 60 mim (3ª amostra) TRANSFUSÃO NA HPF Na necessidade de transfusão, a unidade ideal seria a antígeno P negativa (rara) Na utilização de unidade antígeno P positiva, deveremos utilizar o sangue aquecido ANEMIA HEMOLÍTICA TIPO MISTO Alguns pacientes com anticorpos quentes, também possuem aglutininas a frio A maioria dessas aglutininas não são clinicamente significantes, mas ocasionalmente apresentam amplitude termal (> 30°C) ou altos títulos (> 1:1.000 a 0-4°C) para indicar Síndrome Aglutininas a Frio (SAF) Os pacientes tem um curso de hemólise crônica com severos períodos de exacerbação que resulta em hemoglobina menores de 5,0 g/dL DROGA INDUZINDO ANEMIA HEMOLÍTICA (DIAH) DIAH resulta de vários tipos de interação entre a droga, anticorpos e componentes do eritrócitos Os três maiores mecanismos incluem : 1. Indução de auto-anticorpo: a anticorpo é produzido contra a droga 2. Formação de neoantígeno (imuno complexo): A droga liga-se fracamente a um eritrócito normal, o sistema imune não reconhece o complexo droga + eritrócito ou a conformação alterada da membrana do eritrócito interpretando como “estranho”. 3. Adsorção de drogas sobre o eritrócito: Anticorpos em grande parte direcionado contra a droga interagem com o eritrócito para o qual a droga esta fortemente ligada ANEMIAS HEMOLÍTICAS INDUZIDAS POR DROGAS Reagente na ausência da droga Não reagente mesmo na presença da droga Não reagente a menos que as hemácias estejam ligada a droga Eluato IgGC3dIgGTAD Reagente na ausência da droga Reagente na presença da droga Não reagente a menos que as hemácias estejam ligada a droga Teste Antiglobulina Indireto MetildopaQuinidinaPenicilinaDrogas 2 Auto anticorpo 1 Droga dependente 3 Adsorção de drogas Classificação CARACTERÍSTICAS SOROLÓGICAS DOS AUTO ANTICORPOS AHAI Quente Crioaglutinina HPF Temp. reação in vitro do auto-anticorpo 37ºC 0-4ºC 0-4ºC liga Ac 37ºC hemólise Tipo de Imunoglobulina IgG (mais freq) IgM ou IgA IgM IgG bifásica Apresentação in vitro Incompletos (80%) (reativos em TAI) Aglutininas Algumas vezes hemolisinas 0-4ºC a ligação com Ac. 37ºC hemólise Teste de Coombs Direto IgG (24%) IgG+C3d (67%) C3d (7%) Negativo (1%) C3d C3d Especificidade do auto-anticorpo Sistema Rh e Kell LW, U, Ena, Wrb Sistema I Sistema Pr P Natureza Policlonal (monoclonal) 1ª: Monoclonal 2ª: Policlonal Policlonal ERITROBLASTOSE FETAL DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM- NASCIDO OU ERITROBLASTOSE FETAL Caracteriza-se pela hemólise fetal. É decorrente da incompatibilidade sanguínea materno-fetal, em que os anticorpos maternos contra os antígenos eritrocitários fetais atravessam a placenta e , ao ocorrer a reação Antígeno x Anticorpo (AgxAc) promovem hemólise eritrocitária nas células do feto. MECANISMO DE SENSIBILIZAÇÃO DA MÃE POR GESTAÇÃO Mãe Rh negativa Primeira gestação: hemácias antígeno-positivas fetais passam para circulação da mãe Sensibilização materna Segunda gestação: passagem de anticorpos maternos para a circulação fetal Destruição das hemácias fetais (antígeno-positivas) TESTES LABORATORIAIS PARA DETECÇÃO DE DHPN(DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO) Amostra: sangue do cordão umbilical - fenotipagem ABO/Rh; - TCD (Teste de Coombs direto); - Bilirrubinas; - Hemograma Exames complementares: - Ht,dosagem de Hb e contagem de reticulócitos. TRATAMENTO DE DHPN 1. Correção da anemia 1.1 Transfusões intra-uterinas (casos graves) 2. Deter o aumento da Bilirrubina indireta (BI-não conjugada), através de fototerapia em que há exposição do RN à luz branca ou azul, que irá promover a fotoisomerização da bilirrubina, transformando em isômeros não-tóxicos. 3. Exsanguíneo transfusão em casos graves e muito graves. FINALIDADE DA EXSANGUÍNEO TRANSFUSÃO - restaurar a função cardíaca normal e corrigir a anemia; - remover glóbulos sensibilizados; - remover a bilirrubina presente; - remover o anticorpo materno da circulação da criança. TRANSFUSÕES INTRA UTERINAS -Usa-se glóbulos sedimentados, em quantidade de pendente do tamanho e idade do feto. -Administra-se de 40 a 100ml de sangue Rh negativo - As células são introduzidas na cavidade peritoneal do feto, de onde são gradualmente absorvidas para a circulação sanguínea, via sistema linfático. - A absorção se completa dentro de aproximadamente 10 dias. PREVENÇÃO DA DOENÇA HEMOLÍTICA DO RECÉM-NASCIDO Administração de RhoGAM (imunoglobulina humana anti-Rho logo após o parto ou até 72hs após o parto. O RhoGAM irá suprimir a produção de anticorpos maternos, como resultado da exposição a glóbulos fetais Rh0 (D) positivo, incompatíveis. CONSIDERAÇÕES -Não há dúvida que a causa da DHPN seja o anticorpo materno produzido em resposta a glóbulos fetais incompatíveis; - Mulheres que tiveram abortos deveram ser administradas com RhoGAM; -A incompatibilidade ABO entre mãe e feto pode causar DHPN, porém tende a ser leve ,não necessitando de tratamento. Thompson & Thompson - A sensibilização da mãe ocorre por volta do 3º mês de gestação ou durante o parto.