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Patologia Geral Regeneração, Cicatrização e Fibrose Professora: Camila Neri Barra Células e Tecidos Resposta do Organismo Eliminar agente Conter o dano Preparar células sobreviventes à replicação Reparo Tecidual Regeneração Cicatrização Regeneração Substituição do tecido morto ou lesado por células parenquimatosas do mesmo tipo, restituindo-se a estrutura morfológica e funcional Cicatrização Substituição do tecido morto ou lesado por tecido conjuntivo vascularizado que resulta finalmente em cicatriz fibrosa, sem restituição da estrutura morfológica e funcional Resposta Tecidual a Lesão Regeneração: Resulta na restituição de tecidos perdidos Cicatrização Pode restaurar as estruturas originais, porém envolve a deposição de colágeno e a formação de cicatriz Classificação dos tecidos de acordo com sua capacidade de crescimento, proliferação e diferenciação Controle da proliferação celular Nos tecidos adultos o tamanho da população é determinado pelos índices de proliferação, diferenciação e morte por apoptose 3) Índices aumentados ou diminuídos sob influência de células tronco 2) Morte por apoptose 1) Alterações nos índices de proliferação ou diferenciação Células-Tronco • Contribuem para homeostasia dos tecidos • Caracterizadas por sua capacidade prolongada de auto- renovação e por sua replicação assimétrica • Primeiro identificadas como T.E • Identificação de células tronco adultas Assimetria Células tronco embrionária (T.E) • Isoladas dos blastocistos normais • Pluripotentes • Podem ser mantidas em cultura como linhagens indiferenciadas • Podem ser induzidas para diferenciarem-se em muitas linhagens diferentes • Produção de camundongos “knock-out” • Podem ser usadas para repopular órgãos danificados Células-tronco Adultas Células Tronco Adultas Teciduais Medula óssea Localizadas em nichos Geram todas células sanguíneas Reconstituir m.o pós depleção 1) Hematopoiéticas (CTHs) 2) Células Estromais Pode gerar: condrócitos, osteoblastos, adipócitos mioblastos e precursora de céls endoteliais Tem capacidade de diferenciação restrita- linhagem específica 3) Células Adultas Progenitoras Multipotentes Células estromais da medula óssea Vias de diferenciação às células estromais da medula óssea pluripotentes 3) Células Adultas Progenitoras Multipotentes • MAPCsI • Isoladas de medula óssea pós-natal de humanos e roedores • População semelhante a T.E • Podem diferenciar em tipos mesodérmicos endodérmicos e ectodérmicos Papel das células-tronco na homeostase dos tecidos • Ativadas em situações de proliferação bloqueada ou lenta • Fígado – Canais de Hering – Origem a células ovais (progenitoras) • Hepatócitos • Células biliares • Cérebro – Neurogênese em algumas áreas cerebrais – Células tronco neurais: Bulbo olfatório e giro denteado do hipocampo (roedores) • Músculo esquelético – Replicação de células satélites: abaixo lâmina basal do miócito • Renovação do tecido epitelial – Contém células-tronco – Células intermediárias altamente proliferativas (compartimento de amplificação) Células-tronco Teciduais Fígado: canais de Hering Fatores de Crescimento • Polipeptídeos • Atuam em vários tipos celulares • Alvos celulares restritivos • Estimula proliferação celular • Efeitos – locomoção – contratilidade – diferenciação – angiogênese Fator de Crescimento Epidérmico (EGF) e Fator transformador e crescimento-α (TGF- α) • Dividem um receptor comum • EGF: mitogênico células epiteliais, fibroblastos e hepatócitos • Produzido por queratinócitos e macrófagos • Receptor: EGFR • TGF- α: Homólogo ao EGF Fator de crescimento de Hepatócito (HGF) • Efeito mitogênico maioria das células epiteliais: – pulmões – glândula mamária – hepatócitos, células epitélio biliar – pele • Morfogênico no desenvolvimento embrionário • Produzido por fibroblastos; células epiteliais e células hepáticas não parenquimatosas Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) • Família de peptídeos: VEGF, VEGF-B, VEGF-C, VEGF-D • Indutor da formação de vasos no desenvolvimento da vasculogênese e angiogênese • VGFR-1 • VGFR-2 • VGFR-3 Fator de Crescimento Fibroblasto (FGF) • Família de fatores com mais de 10 membros • FGF-1 e FGF-2 • Angiogênese • Reparação de Ferimentos – Migração de macrófagos, fibroblasto, cél. Endotelial • Desenvolvimento – Músculo esquelético – Maturação Pulmonar – Diferenciação céls. fígado • Hematopoese – Diferenciação linhagens sanguíneas – Desenvolvimento estroma m.o Formar Epiderme Fator Transformador de Crescimento-β (TGF- β ) • TGF-β 1 • Produzido por plaquetas, células endoteliais, linfócitos e macrófagos • Responsáveis pela fosforilação de fatores de transcrição (ativar ou inibir transcrição gênica) • Fator inibidor a muitos tipos epiteliais e leucócitos – Inibidor de ciclo celular – Tumores: perda de receptores TGF- β • Estimula quimiotaxia fibroblasto - intensifica colágeno – Processo de fibrose • Efeito antiinflamatório Mecanismos de Sinalização Celular no crescimento celular Fatores de Crescimento Receptores específicos Estimulam transcrição gênica de genes que estavam silenciados Regulam a entrada de células no ciclo celular e sua passagem no ciclo As células respondem a moléculas de sinalização que elas mesmas produzem Uma célula produz o ligante que atua na célula-alvo adjacente Hormônios produzidos por células endócrinas e atuam nas células alvos distantes do seu sítio, geralmente carregadas na circulação MODELOS DE SINALIZAÇÃO Anfíbios urodelos – salamandras Nat Rev Mol Cell Biol 3(8): 566-74, 2002 Mecanismos de Regeneração Tecidual Poder de regenerar membros, cauda, retina. Capacidade das células quiescentes entrarem no ciclo celular Diferenciação eficiente das células tronco na área da lesão Mamíferos • Processos de crescimento compensatório que envolve a hipertrofia celular e hiperplasia. • Restauram a capacidade funcional sem reconstituir necessariamente a anatomia original. • Rápida resposta fibroproliferativa Regeneração Hepática • Mecanismo de hiperplasia compensatória • “Mini fígado” alcança massa original em 14 dias • Restauração da massa hepática é obtida sem novo crescimento dos lobos que foram ressecados • Regeneração hepática após hepatectomia parcial é a restituição da massa funcional em vez da formação • Outros órgãos: adrenal , pâncreas, rim, tireóide e pulmão Regeneração hepática após hepatectomia parcial Retirada lobo lateral esquerdo e médio Lobo lateral direito e caudado aumentam para alcançar massa equivalente •Hepatócitos em replicação DNA após algumas horas: G1-S •Onda sincronizada com células de Kupfer; endoteliais e estreladas 70 genes: C-fos C-jun AP-1 C-myc Codifica fatores de transcrição= resposta gênica inicial Progressão da preparação do ciclo celular na replicação do hepatócito durante a regeneração do fígado Preparação: TNF IL-6 Proliferação : HGF Inibição: TGF-β Regeneração fígado humano Tomografia computadorizada do doador de fígado no transplante hepático de doador vivo. Painel superior: fígado doador antes da operação. Painel inferior: TC do fígado uma semana após a realização da hepatectomia parcial para remoção do lado direito. Observe o grande aumento do lobo esquerdo, sem novo crescimento do lado direito. Matriz Extracelular (MEC) e Interações da MEC • Malha organizada de moléculas que permeiam as células • Secretada localmente • Agrupa-se numarede entre os espaços extracelulares • Forma porção significativa do volume dos tecidos Funções MEC • Sequestrar água • Reservatório de fatores de crescimento, controlando proliferação celular • Interações célula-célula • Fornece substrato pras células aderirem, migrarem e proliferarem • Síntese e degradação da MEC acompanha a morfogênese, cicatrização e processos fibróticos crônicos • Participa do processo de invasão tumoral e metástase Constituição MEC • 3 grupos de macromoléculas – Proteínas estruturais fibrosas –Colágeno –Elastina – Glicoproteínas adesivas – Proteoglicanas e ácido hialurônico Presentes nas junções intercelulares e superfície celular Matriz intersticial Presente no espaço entre as células epiteliais, endoteliais, músculo liso Membrana Basal Produzida por células endoteliais e mesenquimais. Associada a superfície celular Reparação por Cicatrização, Formação de Cicatriz e Fibrose Regeneração: Restituição dos componentes teciduais idêntico aqueles removidos ou destruídos Cicatrização: Resposta fibroproliferativa que “remenda” ao invés de restaurar 1. Processo inflamatório - remoção de tecido morto 2. Formação de novos vasos sanguíneos e tecido de granulação 3. Síntese de proteínas da MEC e deposição de colágeno 4. Remodelação tecidual 5. Contração da ferida 6. Aquisição de resistência da ferida Fatores que influenciam o processo de reparação: • Ambiente tecidual e extensão do dano • Intensidade e duração do estímulo • Condições que inibem reparação • Doenças que inibem reparação • Tratamento com esteróides Reparação no início da inflamação-24h pós lesão Proliferação de fibroblastos e células endoteliais vasculares Formação de Tecido de Granulação Róseo,liso, granular na superfície das feridas Histologia: Angiogênese Proliferação de fibroblastos Permite passagem de células e proteínas Tecido Edemaciado Angiogênese • Importante na inflamação crônica, fibrose, crescimento tumoral e vascularização de tecidos isquêmicos – Mecanismo de Angiogênese de células Precursoras Endoteliais – Mecanismo de vasos pré-existentes Angiogênese de Células Precursoras Endoteliais (EPCs) EPCs • Armazenadas na medula óssea de organismos adultos • Recrutadas nos tecidos para iniciar angiogênese • Participam: – Substituição de células endoteliais perdidas – Reendotelização dos implantes vasculares – Neovascularização de órgãos isquêmicos – Feridas cutâneas – Tumores EPCs- Ativadas na medula óssea e recrutadas nos tecidos para iniciar angiogênese Mecanismo incerto Angiogênese de vasos Pré-existentes Vasodilatação e permeabilidade aumentada de vasos existentes Degradação da membrana basal do vaso progenitor- rompimento do contato entre células endoteliais Migração de células endoteliais em direção ao estímulo angiogênico Proliferação de células endoteliais Maturação células endoteliais- inibição crescimento-remodelação em tubos Recrutamento de células periendoteliais- sustentar tubos e formar vaso maduro Formação da Cicatriz Processo na formação da cicatriz 1. Proliferação e Migração de fibroblastos 2. Deposição da matriz extracelular e formação de cicatriz 3. Remodelação Tecidual 1. Proliferação e migração de fibroblastos Tecido de Granulação com novos vasos recém formados Aumento da permeabilidade- VEGF Deposição de Proteínas plasmáticas na MEC Formação de estroma provisório para crescimento de fibroblasto e células endoteliais Migração e Proliferação de Fibroblastos TGF-β PDGF EGF FGF TGF-β •Estimula migração de fibroblastos •Aumenta síntese de colágeno •Angiogênese 2. Deposição da Matriz Extracelular e Formação de Cicatriz Diminuição de células endoteliais e fibroblastos Fibroblastos depositam MEC progressivamente Colágeno fibrilar forma porção principal do tecido conjuntivo PDGF FGF TGF-β 3. Remodelação Tecidual • Equilíbrio entre síntese e degradação da MEC • Degradação: família metaloproteinases Clivam colágeno Tecido de granulação: convertido numa cicatriz composta de fibroblastos fusiformes e resistentes, fragmentos de tecidos elástico e colágeno denso Tecido que era vascularizado se torna uma cicatriz avascular e empalidecida Cicatrização da Ferida Cutânea • Modelo de estudo para cicatrização • Anexos da pele não se regeneram • Cicatriz de tecido conjuntivo no lugar da rede eficiente de colágeno na derme não ferida • Feridas superficiais: epitélio reconstituído Fases da cicatrização da ferida 1- Inflamação 2- Formação do tecido de granulação e reepitelização 3- Contração da Ferida; deposição da MEC e Remodelagem Cicatrização por Primeira intenção Neutrófilo no coágulo de fibrina 24 a 48h- Estimulação de células epiteliais move-se a partir das bordas da ferida Deposição de componentes da membrana basal Substituição de neutrófilos por macrófagos Invasão tecido de granulação Neovascularização máxima Fibras colágenas abundantes Acúmulo continuado de colágeno Proliferação de fibroblastos Desparece edema e infiltrado leucocitário Regressão vascular Cicatrização por Segunda intenção Grande coágulo de fibrina Reação inflamatória mais intensa Quantidades maiores de tecido de granulação Contração da Ferida: •Formação de rede de fibroblasto contendo actina na margem da ferida •Contração permanente- ação de miofibroblasto •Formação substancial de cicatriz e diminuição da epiderme Resistência das Feridas • Primeira semana: 10% de resistência da pele não-ferida • Taxa aumenta nas próximas 4 semanas • 3° mês: 70 a 80% de resistência da pele não-ferida • Recuperação resulta do excesso da síntese de colágeno sobre a degradação do colágeno Quanto tempo leva para que uma ferida cutânea consiga sua resistência máxima, e quais substâncias contribuem para esta força? Fatores sistêmicos que influenciam na cicatrização das feridas Nutrição Metabolismo Condição circulatória Hormônios Fatores locais que influenciam na cicatrização das feridas Infecção Fatores mecânicos Corpo estranho Tamanho, localização e tipo de ferida Complicações na cicatrização da ferida cutânea Formação deficiente de cicatriz • Leva a deiscência de pontos e formação de úlcera Formação excessiva dos componentes de reparação • Cicatriz hipertrófica • Quelóide • Granulação exuberante Granulação exuberante Fibrose • Mesmos mecanismos da formação de cicatrizes • Associada a inflamações crônicas Respostas de reparação após lesão e inflamação
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