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Espectros Prof. José Luiz Fernandes Foureaux O arco-íris – um fenômeno atmosférico conhecido desde a antiguidade Sabará - MG Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 2 Lendas e crenças antigas... Existe um pote de ouro no fim do arco-íris? O arco-íris é o símbolo da aliança entre Deus e os descendentes de Noé? (Bíblia) O arco-íris é uma ponte construída pela deusa Íris entre a Terra e o Olimpo? (Mitologia grega) Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 3 O que a Física tem a dizer sobre o arco-íris Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 4 Teoria corpuscular (Newton) Partículas emitidas pelos objetos luminosos Teoria ondulatória (Huyghens) Ondas partindo da fonte luminosa e espalhando-se em todas as direções. Teoria eletromagnética (Maxwell) Energia eletromagnética propagando-se sob a forma de onda eletromagnética. Teoria quântica (Planck, Einstein, Bohr) Energia eletromagnética quantizada (fóton). sJh fhE .10625,6 34 Teorias sobre a natureza da luz (1) Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 5 Teorias sobre a natureza da luz (2) Eletrodinâmica quântica (atual) A luz tem comportamento dual. Quando se propaga comporta-se como onda eletromagnética. Quando interage com a matéria tem comportamento de partícula (fóton). A questão sobre a natureza última da luz é irrelevante para o estudo da Óptica. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 6 Refração Mudança na direção de propagação da luz quando ela passa de um meio para outro diferente. Causa: A luz se propaga com velocidades diferentes em meios diferentes. i r Efeito devido à refração Esses ângulos são importantes! Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 7 Índice de refração senr seni n Meios diferentes desviam mais ou menos fortemente a luz. O meio B desvia a luz mais fortemente que o meio A. Logo, nB > nA A i r B i r Para comparar a capacidade dos diferentes meios de desviar a luz define-se a grandeza chamada índice de refração, representada por n, como Relembrando... Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 8 O valor do índice de refração depende da cor da luz usada para medi-lo! Verifica-se experimentalmente que luzes de cores diferentes sofrem desvios diferentes, acarretando valores diferentes para o índice de refração do mesmo material. Essa variação do índice de refração com a cor da luz usada na medição é chamada dispersão. Material vermelha amarela azul violeta C2S (sulfeto de carbono) 1,620 1,629 1,654 1,702 Vidro (Crown leve) 1,513 1,515 1,521 1,531 Água 1,331 1,333 1,337 1,344 Para tabelar valores de índices de refração é necessário padronizar a cor da luz usada na medição. Geralmente se usa como padrão a luz amarela emitida pela lâmpada de sódio. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 9 Trajeto da luz que atravessa um prisma Ao atravessar um prisma o raio de luz sofre 2 refrações sucessivas, e desvia em direção à base do prisma. Refração 1Refração 2 face face base aresta ângulo de refringência Prisma: Meio homogêneo, transparente e isótropo, limitado por 2 superfícies planas não paralelas. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 10 O espectro luminoso Se fizermos um feixe de luz branca incidir num prisma, e recolhermos a luz que sai do outro lado numa tela, obteremos um conjunto de cores. Este fato já era conhecido desde a antiguidade, mas imaginava-se que o prisma coloria a luz que passava por ele. Isaac Newton propôs uma outra explicação: O prisma não colore a luz. A luz branca é uma mistura de luzes coloridas. Ao atravessar o prisma, como o índice de refração depende da cor, cada cor sofre um desvio diferente, e sai separada das demais. A comprovação é feita mostrando que misturando-se as cores (com uma lente convergente, um 2º prisma, um espelho rotativo ou até mesmo o disco de Newton) obtém-se novamente o branco. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 11 Decomposição da luz branca por um prisma Diagrama da dispersão da luz através de um prisma desvio O que é desvio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 12 Recomposição da luz branca por uma lente convergente MontagemO experimento Lente cilíndrica Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 13 Finalmente, a explicação da Física para o arco-íris Arco-íris visto de um avião. Vê-se o círculo completo! Arco-íris duplo (espectro de 2ª ordem). Observe que o 2º é menos luminoso, e tem as cores invertidas! Uma gota d´agua em suspensão na atmosfera funciona como um prisma! Um raio de luz sofre 2 refrações, 1 reflexão total, e sai colorido em sentido contrário ao que veio. (Por isso para ver o arco-íris devemos ficar de costas para o Sol.) Gota d`água Refração 1 Refração 2 Reflexão total Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 14 Ao conjunto de cores Newton deu o nome de espectro luminoso (alusão ao fato fantasmagórico de as cores estarem presentes na luz branca e não serem visíveis.) Primeira edição (1704) do livro de Newton sobre Óptica. Por isso aparecemos aqui... Ilustração clássica do experimento de Newton Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 15 Tipos de espectros Espectros de emissão que podem ser: •Espectros contínuos •Espectros descontínuos Os espectros luminosos se subdividem em 2 grandes grupos: Espectros de absorção Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 16 Espectros de emissão que podem ser: •Espectros contínuos •Espectros descontínuos Vejamos as características dos Espectros de absorção Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 17 Espectros contínuos Caracterizados pela mudança gradual, sem descontinuidade, de uma cor para outra. São produzidos por sólidos e líquidos incandescentes, ou então gases a pressões elevadas. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 18 Espectro Contínuo Newton deu às cores do espectro luminoso 7 nomes: Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Ele escolheu 7 cores devido à uma crença, vinda dos antigos filósofos gregos, de que haveria uma correspondência entre as cores, as notas musicais, os corpos conhecidos do sistema solar e os dias da semana (o 7 seria um número mágico!). O olho humano é relativamente insensível às freqüências do anil, e por outro lado algumas pessoas não distinguem o anil do azul e do violeta. Por isso alguns comentaristas, entre eles Isaac Asimov, sugerem que o anil não seja considerado propriamente uma cor, mas apenas uma sombra do azul ou violeta. Newton's color circle, showing the colors correlated with musical notes and symbols for the planets. Círculo de cores de Newton, mostrando as cores associadas às notas musicais e aos símbolos dos planetas. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 19 Luz visível O que chamamos de luz visível é apenas aquele conjunto de radiações (compreendido entre 8000 e 4000 angstrons) aos quais nosso olho é sensível. Acontece que a sensibilidade do olho varia,sendo maior para o comprimento de 5550 angstrons (verde-amarelado). A sensibilidade do olho cai a 50% para o comprimento de 6000 angstrons. Isso significa que se olharmos para 2 fontes de luz que emitem a mesma quantidade de luz, uma a 5550 e outra a 6000 angstrons, a segunda parecerá ter metade do brilho! Com iluminação fraca a vista é mais sensível aos comprimentos mais curtos - o máximo da curva desloca-se para cerca de 5000 angstrons. Curva de sensibilidade do olho em função do comprimento de onda da luz Angstron é uma unidade de comprimento.1 Å = 1x10-10 m Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 20 Exemplos de espectros contínuos Luz natural Vela de parafina Lâmpada incandescente 200 W Lâmpada incandescente anti-inseto Lâmpada fluorescente “ luz do dia” Vapor de sódio alta pressão p/ rua Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 21 Espectros contínuos - Lei de Stefan- Boltzmann Na década de 1890 os alemães Lummer, Pringsheim e Kurlbaum fizeram um estudo experimental muito cuidadoso da distribuição da energia nos espectros contínuos de uma fonte conhecida como “corpo negro” a diferentes temperaturas. Stefan, alguns anos depois, mostrou que a energia total emitida é proporcional à quarta potência da temperatura absoluta, e Boltzmann deduziu essa lei de considerações teóricas. A partir daí essa lei ficou conhecida como lei de Stefan-Boltzmann: 4TE na qual a constante , chamada constante de Stefan- Boltzmann, vale 5,6687 x 10-8 W/m2K4. Alfabeto grego Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 22 Espectros contínuos - Lei de deslocamento de Wien onde é o comprimento de onda para o qual se verifica o máximo de energia, e T é a temperatura absoluta. A equação acima é conhecida como lei do deslocamento de Wien, explica porque a cor da luz emitida por um corpo incandescente muda com a temperatura, e é usada para determinar a temperatura de uma fonte a partir da observação de seu espectro (pirometria óptica). Num espectro contínuo, a energia não se distribui uniformemente por todos os comprimentos de onda. Para cada temperatura existe um comprimento no qual a quantidade de energia emitida é maior. À medida que a temperatura da fonte aumenta, o máximo desloca- se para os comprimentos de onda mais curtos. Wien (1864-1928) mostrou teoricamente que 2898,0 Tm m Alfabeto grego Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 23 A intensidade e a cor da luz emitida por um corpo incandescente varia com a temperatura (1) Montagem: Um fio metálico é enrolado em espiral, e as extremidades desta presas em isoladores. O reostato de cursor, ligado em série com o fio, controla a intensidade da corrente. Detalhe mostrando a espiral. Quando a corrente elétrica for ligada, o fio se aquecerá (efeito Joule). A temperatura se elevará à medida que a corrente for sendo aumentada. Normalmente o primeiro efeito observado é a dilatação térmica. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 24 A intensidade e a cor da luz emitida por um corpo incandescente varia com a temperatura (2) A partir de certo valor de temperatura (600ºC/800ºC) o fio passa a ser visível no escuro, porque está emitindo luz (incandescência). A cor inicial desta é um vermelho sombrio. Deslocando-se o cursor do reostato a corrente aumenta, e com ela a temperatura do fio. A cor da luz que este emite passa a laranja, depois amarelo... até a temperatura atingir o ponto de fusão do material, quando o fio se rompe, encerrando o experimento. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 25 Curiosidade 3 estrêlas diferentes, com temperaturas diferentes, emitem cores diferentes – a lei de Wien aplicada à astronomia... Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 26 Espectros de emissão que podem ser: •Espectros contínuos •Espectros descontínuos Vejamos agora as características dos Espectros de absorção Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 27 Espectros descontínuos de raias de bandas Constituídos por finas riscas coloridas, brilhantes e paralelas, sobre fundo escuro. São emitidos por átomos ou íons na fase gasosa, a baixa pressão. Faixas luminosas coloridas sobre fundo escuro. Característicos de moléculas e compostos químicos. Com instrumento adequado as faixas se resolvem em conjuntos de linhas próximas. 656nm486nm434nm 410nm Espectro do Hidrogênio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 28 Descarga em gás rarefeito A cor da luz emitida depende do gás contido no tubo. Esse tubo contém gás neônio Esse tubo contém vapor de mercúrio PW Iniciais do fabricante: PHYWE Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 29 Reforçando essa observação! Nos sólidos aquecidos (espectro contínuo) a cor da luz emitida depende da temperatura. No caso dos gases a baixa pressão (espectros descontínuos) a cor da luz emitida depende do elemento químico!. Essa observação, além de ser a base sobre a qual se construiu a teoria atômica moderna (modelo atômico de Bohr) deu origem a todo um campo importantíssimo da Ciência, a Análise Espectral, que encontra aplicações desde a Astrofísica até a Criminalística. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 30 De acordo com o modelo de Bohr, o átomo de hidrogênio é constituído por um núcleo de carga positiva (1 próton) ao redor do qual circula um elétron de carga negativa. A situação em que o átomo é estável é conhecida como estado fundamental. Se o elétron recebe uma quantidade de energia - pela Mecânica Quântica dada por E = h x f ele salta para uma órbita mais afastada do núcleo. Com o elétron nessa órbita o átomo fica instável, e o elétron cai novamente para o estado fundamental, emitindo aquele excesso de energia sob forma de onda eletromagnética . Modelo de Bohr Espectro de emissão do hidrogênio h = 6,625 x 10-34 J.s Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 31 Outros exemplos – espectros de raias Neônio Cálcio Mercúrio Sódio Nitrogênio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 32 Curiosidade – outros espectros Luz “negra” Flash de máquina fotográfica digital Moderno TRC de televisão Chama de lamparina a álcool Vapor de mercúrio usada em iluminação pública Tela de cristal líquido de notebook Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 33 Espectros de emissão que podem ser: •Espectros contínuos •Espectros descontínuos Vejamos agora as características dos Espectros de absorção Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 34 O que são espectros de absorção? Espectro de absorção do Hidrogênio 656nm486nm434nm 410nm Riscas escuras sobre fundo brilhante colorido. Produzidas quando substâncias transparentes são colocadas no trajeto da luz emitida por uma fonte de espectro contínuo. Tais substâncias absorvem certas radiações, dando origem às riscas escuras. As radiações absorvidas por uma substância são as mesmas que elas emitem quando colocadas numa situação em que se tornam emissoras (ressonância). Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 35 Histórico do espectro de absorção Em 1815, Joseph von Fraunhoffer, observando o espectro solar, notou a presença de uma sériede linhas escuras sobre as cores contínuas do espectro. Com habilidade, Fraunhoffer contou mais de 500 dessas linhas pretas. Comparando as posições dessas linhas pretas com as posições das linhas já catalogadas dos elementos, Fraunhoffer notou uma perfeita coincidência. Por exemplo, exatamente onde se situam as linhas do hidrogênio, apareciam linhas escuras bem definidas no espectro solar. A explicação para essa linhas escuras é a seguinte. O Sol emite luz com todas as cores, como já vimos. Mas, essa luz passa por gases relativamente frios na superfície do próprio Sol. Esses gases absorvem a luz do Sol exatamente nas cores que emitem. As linhas escuras de Fraunhoffer são linhas de absorção de luz. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 36 Principais raias de Fraunhoffer Linha Devida à Comp.Onda Linha Devida à Comp. onda A - (band) O2 7594 - 7621 d Fe 4668 B - (band) O2 6867 - 6884 e Fe 4384 C H 6563 f H 4340 a - (band) O2 6276 - 6287 G Fe & Ca 4308 D - 1, 2 Na 5896 & 5890 g Ca 4227 E Fe 5270 h H 4102 b - 1, 2 Mg 5184 & 5173 H Ca 3968 c Fe 4958 K Ca 3934 F H 4861 Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 37 As três leis de Kirchhoff da espectroscopia 1. Um corpo sólido aquecido emite um espectro contínuo de luz (espectro de emissão) 2. Um gás rarefeito emite um espectro descontínuo (espectro de raias) de comprimentos de onda discretos (cores específicas) que dependem dos níveis de energia dos átomos do gás. (Espectro de emissão) 3. Um corpo sólido aquecido envolto por uma atmosfera de gás rarefeito emite um espectro (quase) contínuo de luz, com falhas em comprimentos de onda específicos que dependem dos níveis de energia dos átomos do gás (espectro de absorção) Espectroscópio de Kirchhoff-Bunsen Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 38 Espectros e Astrofísica A fonte de luz pode ser uma estrela distante, cuja luz é focalizada no espectrógrafo por um telescópio. Examinando o espectro da luz da estrela o astrofísico obtém informações sobre os elementos e compostos químicos presentes na estrela. Em outras palavras, pode fazer uma análise química da estrela. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 39 A descoberta do hélio Um exemplo espetacular de como a Ciência funciona deu-se quando os cientistas Pierre Janssen e Norman Lockyer descobriram (1868) linhas escuras no espectro solar que não correspondiam a nenhum elemento conhecido. Edward Frankland confirmou a descoberta e propôs chamar esse novo elemento de hélio, nome do deus do Sol da mitologia grega. Só em 1895 Sir William Ramsay conseguiu isolar o hélio na Terra. A figura abaixo mostra o espectro de emissão do hélio e as linhas de absorção que ele impõe sobre o espectro solar. O hélio é usado nos dirigiveis Absorção Emissão Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 40 Espectro de absorção – uma aplicação Um feixe luminoso emitido em direção à Terra por um distante quasar atravessa numerosas nuvens de gás existentes em galáxias distantes e no próprio espaço intergalático. Essas nuvens de hidrogênio primevo absorvem cores específicas do feixe luminoso. O espectro de absorção resultante, fotografado pelo espectrógrafo do telescópio espacial Hubble (STIS), é usado para determinar a distância e a composição química das nuvens invisíveis. O que é um quasar? Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 41 Espectro luminoso... E mais! O espectro luminoso é apenas uma (pequena) parte de algo muito maior, o conjunto completo daquilo que a Física chama de radiação eletromagnética. O que caracteriza o espectro luminoso é o fato de sua radiação ser captada pela vista humana. A essa radiação damos o nome de luz visível, ou, simplesmente, luz. Nós, humanos, enxergamos numa faixa que vai do vermelho ao violeta, passando pelo verde, amarelo e azul. Cães e gatos só percebem azul e amarelo, de uma maneira geral, em nuances de preto, branco e cinza. Cobras enxergam infravermelho, e as abelhas percebem o ultravioleta, que para nós são invisíveis. Por causa dessas variações os limites do espectro luminoso não são muito bem definidos. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 42 O espectro eletromagnético Comprimento de onda (cm) Raios Raios X U V I V Microondas Rádio Só esse pedacinho é visível! Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 43 Elementos de uma onda fV T f 1 amplitude comprimento de onda vale crista Velocidade de propagação – V – unidade: m/s Frequência: Número de oscilações por segundo – f – unidade: Hertz (Hz) Período: Tempo para 1 oscilação completa – T – unidade: segundo (s) . fV Alfabeto grego Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 44 Onda eletromagnética O campo eletromagnético. Campo magnético Campo elétrico Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 45 Alguns dados sobre a radiação eletromagnética Espectro de Radiação Eletromagnética Região Comp. Onda (Angstroms) Frequência (Hz) Energia (eV) Rádio > 109 < 3 x 109 < 10-5 Micro-ondas 109 - 106 3 x 109 - 3 x 1012 10-5 - 0.01 Infra-vermelho 106 - 7000 3 x 1012 - 4.3 x 1014 0.01 - 2 Visível 7000 - 4000 4.3 x 1014 - 7.5 x 1014 2 - 3 Ultravioleta 4000 - 10 7.5 x 1014 - 3 x 1017 3 - 103 Raios-X 10 - 0.1 3 x 1017 - 3 x 1019 103 - 105 Raios Gama < 0.1 > 3 x 1019 > 105 1 Å = 1x10-10 m O elétron-volt é uma unidade de medida de energia. Equivale a 1,602 177 33 x 10–19 joules. 1 eV é uma quantidade de energia muito pequena. A título de comparação são necessários 2,6 x 1020 eV para igualar 1 cal (quantidade de calor para aquecer de 1ºC a massa de 1 g de água). Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 46 Faixas aproximadas de comprimento de onda – região visível violeta 380–450 nm azul 450–495 nm verde 495–570 nm amarelo 570–590 nm laranja 590–620 nm vermelho 620–750 nm Ondas eletromagnéticas de comprimento de onda diferentes produzem estímulos diferentes nas células da retina, fazendo com que o cérebro tenha percepções de cor diferentes. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 47 Efeitos da iluminação monocromática Lâmpada espectral (Vapor de sódio) Emite luz amarela pura! (5895 A) Observe as cores da cartela listrada ao fundo Quais são mesmo as cores da nossa bandeira? Ampola com sódio metálico Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 48 onde λvac é o comprimento de onda para a luz emitida no vácuo, RH é a constante de Rydberg para o hidrogênio = 10967758,341±0,001m -1 n1 e n2 são inteiros tais que n1 < n2, Z é o número atômico, que para o hidrogênio vale 1. Fazendo n1 = 1 e fazendo n2 variar de 2 ao infinito, as linhas espectrais conhecidas como série de Lymann são obtidas, e convergem para 91 nm. Fórmula de Rydberg para o hidrogênio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 49 Séries espectrais n1 n2 Name Converge toward 1 Lyman series 91nm 2 Balmer series 365nm 3 Paschen series 821nm 4 Brackett series 1459nm 5 Pfund series 2280nm 6 Humphreys series 3283nm ultravioleta visível infravermelho infravermelho infravermelho infravermelho Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 50 As séries espectrais Cursode Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 51 O espectro eletromagnético Um nanometro vale 1,0×10−9 metros – ou um milionésimo de milímetro. Tem como símbolo nm. É uma unidade de comprimento do SI, comumente usada para medição de comprimentos de onda de luz visível (400 nm a 700 nm), radiação ultravioleta radiação infra-vermelha e radiação gama, entre outras coisas. 1 nm = 1000 picometros 1000 nm = 1 micrometro ou 1 mícron Freqüência (f) aumenta Comprimento de onda () aumenta Comp. Onda () aumenta Espectro visível Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 52 Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Vejamos rapidamente algumas características de cada uma das regiões do espectro eletromagnético: Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 53 Ondas de rádio A frequência das ondas de rádio chama-se radiofrequência (RF) , é a menor do espectro eletromagnético. Estas ondas são usadas para a comunicação em rádios amadores, radiodifusão, telefonia móvel. Ondas longas AM – 0 Hz – (OL) Ondas médias AM – 530 kHz-1710 kHz (OM) TV – faixa 1 (canais 2 a 6) – 54 MHz-88MHz (VHF) Rádio FM – faixa 2 – 88 MHz-108 MHz (VHF) TV – faixa 3 (canais 7 a 13) – 174 MHz-216 MHz (VHF) TV – faixas 4 e 5 (canais 14 a 69) – 470 MHz a 806 MHz (UHF) Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios FMAM Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 54 Microondas Microondas (também designadas SHF - Super High Frequency) são ondas electromagnéticas com comprimentos de onda maiores que os dos raios infravermelhos, mas menores que o comprimento de onda das ondas de rádio variando, consoante os autores, de 30 cm (1 GHz de frequência) até 1 cm (30 GHz de frequência). Para a geração de microondas podem ser utilizados transistores de efeito de campo (FET: Field Effect Transistor), transistores bipolares, diodo Gunn e diodo IMPATT, entre outros. Dispositivos a válvula , ou válvulas termiônicas, por exemplo: magnetron, o klystron, o TWT e o gyrotron. magnetron klystron Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 55 Aplicações das microondas (1) •Um forno de microondas usa um gerador de microondas do tipo magnetron para produzir microondas em uma freqüência de aproximadamente 2,45 GHz para cozinhar os alimentos. As microondas cozinham os alimentos, fazendo com que as moléculas de água e outras substâncias presentes nos alimentos vibrem. Esta vibração cria um calor que aquece o alimento. Já que a maior parte dos alimentos orgânicos é composta de água, este processo os cozinha facilmente. •Microondas são usadas nas transmissões para um satélite de comunicações, porque as microondas atravessam facilmente a atmosfera terrestre, com menos interferência do que ondas mais longas. Além disso, as microondas permitem uma maior largura de banda do que o restante do espectro eletromagnético. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 56 Aplicações das microondas (2) •O Radar também usa radiação em microondas para detectar a distância, velocidade e outras características de objetos distantes. •Redes Locais sem-fio, tais como Bluetooth, WIFI, WiMAX e outros usam microondas na faixa de 2,4 a 5,8 GHz. Alguns serviços de acesso à Internet por rádio também usam faixas de 2,4 a 5,8 GHz. •TV a cabo e Internet de banda larga por cabo coaxial, bem como certas redes de telefonia celular móvel, também usam as freqüências mais baixas das microondas. •Microondas podem ser usadas para transmitir energia a longas distâncias e, após a 2ª Guerra Mundial, têm sido realizadas diversas pesquisas para verificar essas possibilidades. A NASA realizou pesquisas, durante os anos 1970/80, sobre o uso de Satélites de Energia Solar que captariam as emissões solares e as retransmitiriam para a superfície da Terra por meio de microondas. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Bluetooth WiFi WiMax Banda larga Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 57 Aplicação: Radar, forno de microondas A idéia de usar microondas para cozinhar alimentos foi de Percy Spencer que trabalhava na empresa Raytheon, fabricando magnetrons para aparelhos de radar. Um dia estava trabalhando num aparelho de radar ligado quando teve uma sensação repentina e estranha, e notou que uma barra de chocolate que tinha no seu bolso tinha derretido. Pesquisador experiente, o acontecido foi o “estalo” que conduziu à idéia do forno de microondas. O primeiro alimento a ser cozinhado deliberadamente com microondas foram pipocas, e o segundo um ovo que explodiu na cara de um dos experimentadores. Em 1946 a empresa Raytheon patenteou o processo de cozinhar por microondas e em 1947, construíram o primeiro forno de microondas comercial, o Radarange. Tinha quase 1,8 m de altura e pesava 340 Kg. Era resfriado a água e produzia 3000 watts, aproximadamente três vezes a quantidade de radiação produzida por fornos de microondas atuais. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 58 Infravermelho (1) Os infravermelhos foram descobertos em 1800 por William Herschel, um astrônomo inglês de origem alemã. Hershell colocou um termômetro de mercúrio no espectro obtido por um prisma de cristal com a finalidade de medir o calor emitido por cada cor. Descobriu que o calor era mais forte ao lado do vermelho do espectro, observando que ali não havia luz. Esta foi a primeira experiência que demonstrou que o calor pode ser captado em forma de imagem, como acontece com a luz visível. No espectro eletromagnético a região do infravermelho está situada entre as ondas de rádio e a luz visível (infra = antes; infravermelho é a radiação que vem antes do vermelho no espectro). Comumente se subdivide a região do infravermelho em 3 sub-regiões: •Infravermelho próximo (próximo da região visível): radiações de comprimento de onda entre 780 nm e 2500 nm. •Infravermelho intermediário: comprimento de onda entre 2500 nm e 50.000 nm •Infravermelho longinquo: comprimento de onda entre 50.000 nm e 1 mm. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 59 Infravermelho (2) A radiação infravermelha produz efeitos térmicos. Geralmente é detectada e/ou medida por dispositivos que reagem à variação de temperatura provocada pela absorção de IV por superfícies escurecidas. A radiação infravermelha é absorvida pela maioria dos materiais ópticos. Vidro comum e uma camada de água de 0,1 mm de espessura são opacos a infravermelho mais curto que 2 mícrons; o quartzo é opaco de 35 até 4 mícrons; Entre 11 e 20 mícrons são usados lentes e prismas de sal gema ou fluorita. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 60 Infravermelho (3) Produção: Todo corpo cuja temperatura esteja acima do zero absoluto irradia no IV, embora com intensidade reduzida. Corpos quentes (aquecedores, carvão em brasa, corpo humano, etc) irradiam abundantemente. Metade da energia emitida pelo Sol está na região IV. Aplicações: Existem animais noturnos (mosquitos, serpentes) que detectam o IV. Existem películas sensíveis ao IV que permitem a construçãode dispositivos de visão noturna, máquinas fotográficas de IV, etc. Satélites de espionagem conseguem detectar lançamento de mísseis, e auxiliam na meteorologia com fotos IV do planeta. Mísseis guiados por IV, telescópios, estufas de aquecimento, tratamento de contusões e dores são outros usos. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Lâmpada de infravermelho Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 61 Visão noturna por infravermelho A visão noturna é a habilidade de ver contornos iluminados com baixíssimas intensidades de luz. Muitas espécies de animais possuem esta capacidade. O ser humano também, porém muito limitada, e necessita de equipamentos sofisticados para melhorá-la. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 62 Usos do infravermelho Conexão via IV termômetro IV Bluetooth; Infravermelho Câmara CCD (imageador IV) Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios CCD Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 63 Outras aplicações do infravermelho Comunicações por fibra óptica Controle remoto Termografia Fotografia IV Meteorologia GOES-8, satélite meteorológico dos EUA. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 64 Efeito estufa Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 65 Ultravioleta (1) A extensão do espectro além do violeta foi demonstrada por Ritter (1801) e investigada por Stokes (1852), que usou lentes e prismas de quartzo, identificando raias por meio de telas fluorescentes. Vinte anos depois Liveing e Dewar introduziram a fotografia do ultravioleta, como é chamada essa região. No espectro eletromagnético a região ultravioleta (ultra = após; ultravioleta = região após o violeta) compreende as radiações de comprimentos de onda entre 400 nm e 150 nm Costuma-se subdividir a região ultravioleta em 3 sub-regiões: Ultravioleta A (UV-A): Comprimentos de onda de 320 nm a 400 nm Ultravioleta B (UV-B): Comprimentos de onda de 320 nm a 280 nm Ultravioleta C (UV-C): Comprimentos de onda menores que 280 nm. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 66 Ultravioleta (2) Por ser uma radiação de comprimento de onda curto, é altamente energética e penetrante, produzindo fenômenos de fosforescência e fluorescência em determinados materiais. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Iluminação natural Iluminação ultravioleta (Existe um site na Internet que oferece lâmpada de UV como “lâmpada detectora de escorpião” ) Curiosidade: O escorpião é fluorescente! Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 67 Fotoluminescência (1) Um material é fotoluminescente quando emite luz devido à incidência de radiação sobre ele. Esses materiais podem ser classificados em 2 grandes grupos: Fluorescentes: quando a emissão de luz cessa quando a incidência de radiação é interrompida. Fosforescentes: quando a emissão de luz continua por algum tempo após a radiação ser interrompida. (Enquanto exposto à radiação o material armazena energia) (O estudo desses materiais é importante porque são os detetores de UV, que, como já foi dito antes, é uma radiação invisível.) Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 68 Fotoluminescência (2) Substâncias fosforescentes Iluminação natural Iluminação ultravioleta Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 69 Usos do ultravioleta Luz negra: Autenticações (dinheiro, cartão de crédito), atividade policial, passaportes Lâmpada fluorescente Mineralogia:Identificação de minerais Apagamento de EPRONs Pela pequena janela de quartzo pode-se fazer incidir o UV para apagar as informações Astronomia (Imagem em UV do Sol) electronically programmable read-only memory Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 70 Ultravioleta (3) A radiação ultravioleta pode ser bastante danosa aos seres vivos - existem lâmpadas de UV empregadas em esterilização de água e superfícies que, segundo o fabricante, eliminam comprovadamente mais de 99% dos microorganismos porventura existentes alí. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Lâmpada germicida de 9 W: Desinfecção de instrumentos cirúrgicos, água, etc Danos em plantas devido a excesso de radiação UV Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 71 Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Ultravioleta (3) Porque a córnea absorve muito facilmente as radiações UV exposição a altas doses de radiação podem danificar os olhos. (Solda elétrica é uma fonte rica em UV. Por isso os soldadores devem trabalhar com máscara de proteção.) Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 72 Ultravioleta (2) O Sol emite também na região ultravioleta. A maior parte é absorvida pela camada de ozônio e pelo oxigênio da atmosfera. Pesquisas relacionadas com o buraco na camada de ozônio mostram que: UV-A: Não é absorvida pela camada de ozônio. UV-B: É um tipo de radiação bastante prejudicial. Produz alterações no DNA, danificando as células e acarretando melanoma e outros tipos de câncer de pele. É quase totalmente absorvida pela camada de ozônio. É importante para a síntese da vitamina-D pela pele. UV-C: Tipo de radiação extremamente perigoso, mas totalmente absorvido pela camada de ozônio. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Câncer de pele devido a excesso de exposição à radiação UV Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 73 Ultravioleta (4) A quantidade de radiação UV recebida do Sol pela superfície da Terra depende muito da latitude e da altura em relação ao nível do mar do local. Nos pólos, com o Sol muito baixo no horizonte, a espessura de atmosfera que a radiação atravessa é maior, e a exposição ao UV-B é 1000 vezes menor que no equador. A cobertura de nuvens e até a poluição industrial filtram também essas radiações. O buraco na camada de ozônio afeta particularmente o plâncton na Antártida, que se concentra na camada superficial de uns 2 m da superfície oceânica. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 74 A camada de ozônio Na região da atmosfera situada entre 30 e 50 km de altitude, a camada é tão rarefeita que, se fosse comprimida à pressão atmosférica ao nível do mar, sua espessura não ultrapassaria a três milímetros. Esta camada tem a propriedade de absorver a radiação ultravioleta do Sol, por este motivo, sem a proteção do Ozônio, as radiações causam graves danos aos organismos vivos que habitam a superfície do planeta Terra. O continente Australiano tem sido bastante castigado, pelo aumento de penetração dos raios ultra violeta, causando câncer de pele na população.A China e os Estados Unidos são os maiores emissores deCO2 do planeta. A Antártica em menos de 30 anos teve um aumento de 2ºC na temperatura causando fortes estragos no meio ambiente Formação Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 75 O buraco na camada de ozônio (1) Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Como o ozônio é degradado Apesar dos gases que prejudicam a camada de ozônio serem emitidos em todo o mundo – 90% no hemisfério norte, principalmente resultantes da atividade humana – é na Antártida que a falha na camada de ozônio é maior, abrindo-se, anualmente, no Pólo Sul, o buraco do ozonio. A área do buraco de ozônio é definida como o tamanho da região cujo ozônio está abaixo das 200 unidades Dobson (DUs - unidade de medida que descreve a espessura da camada de ozônio numa coluna diretamente acima de onde são feitas as medições): 400 DUs equivale a 4 mm de espessura. Antes da Primavera na Antártida, a leitura habitual é de 275 DUs. O buraco na camada de ozônio é um fenômeno que ocorre somente durante uma determinada época do ano, entre agosto e início de novembro (primavera no hemisfério sul). Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 76 O Buraco na camada de ozônio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 77 William Conrad Roentgen (1845-1923) Realizando experimentos com um tubo de Crookes descobriu, em 1895, uma nova forma de radiação que, por ser desconhecida, chamou de raios X. A região dos raios X estende-se de 2,4 x 1016 Hz até 5 x 1019 Hz, consequentemente com comprimentos de onda muito reduzidos, quase sempre inferiores aos diâmetros atômicos. Constituem uma importante ferramenta de pesquisa, por proporcionar um meio de ionizar um gás sem a necessidade de se provocar uma descarga elétrica através do mesmo, o que permitia estudar os movimentos de íons num campo elétrico com facilidade e precisão. Radiografia tirada por Roentgen em 1896, da mão de Anna Bertha (esposa de Roentgen) Equipamento rudimentar usado inicialmente Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Âmpola original utilizada por Roentgen Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 78 Tubo de raios X Alta tensão (20.000 a 40.000 V) Pressão interna 0,001 mmHg Cátodo (-) Ânodo (+) Elétrons Raios X Bloco de metal pesado (alvo) Elétrons emitidos pelo cátodo adquirem alta velocidade devida à ddp elevada a que são submetidos. Ao colidirem com o alvo de cobre são fortemente desacelerados, emitindo raios X. Os próprios átomos de cobre também emitem raios X. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 79 Aplicações dos raios X Medicina Imagem do Sol em raio X Sistemas de segurança em aeroportos Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 80 Informação complementar Tomografia computadorizada A tomografia computadorizada (TC) é um dos métodos de exame mais confiáveis e seguros disponíveis atualmente. É rápida, simples e totalmente indolor. A TC utiliza um aparelho de raios X que gira a sua volta, fazendo radiografias transversais de seu corpo. Estas radiografias são então convertidas por um computador nos chamados cortes tomográficos. Isto quer dizer que a TC constrói imagens internas das estruturas do corpo e dos órgãos através de cortes transversais, de uma série de seções fatiadas que são posteriormente montadas pelo computador para formar um quadro completo. Portanto, com a TC o interior de seu corpo pode ser retratado com precisão e confiança para ser depois examinado. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 81 Informação complementar Ressonância magnética A ressonância magnética não usa radiação. O corpo é submetido a um campo magnético que é aproximadamente 30.000 vezes mais forte do que aquele da Terra. Esse campo magnético artificial faz com que os átomos de hidrogênio do corpo se alinhem em uma direção diferente da de uma bússola no campo magnético na terra. Quando o impulso é cessado, os átomos retornam à sua posição original. Durante este relaxamento, os átomos de hidrogênio emitem sinais ressonantes que são medidos. Os sinais recebidos servem como base para gerar imagens de dentro do corpo com a ajuda de processos de computador como os desenvolvidos para radiografia e tomografia. Os tecidos aparecem na tela em diferentes níveis de iluminação. Os tecidos que são ricos em água são bastante brilhosos, tecidos com pouca água são escuros. Os ossos quase não são vistos enquanto tecidos como os músculos, ligamentos, tendões e órgãos podem ser reconhecidos claramente em tons de cinza. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 82 Radioatividade Becquerel, em 1896, descobriu que um sal de urânio impressionava chapas fotográficas encerradas numa caixa impermeável à luz. Pierre e Marie Curie verificaram que outros materiais possuíam a mesma propriedade. Em 1910 conseguiram isolar o rádio, elemento novo, do qual se origina o nome radioatividade. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 83 O mecanismo da radioatividade Alfabeto grego Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 84 Radiação corpuscular e radiação ondulatória Os materiais radiativos emitem 3 tipos diferentes de radiação: Raios alfa: partículas ionizadas (núcleos de átomos de hélio) Raios beta: elétrons e pósitrons, com velocidades próximas da velocidade da luz. Raios gama: ondas eletromagnéticas (que sempre acompanham os raios beta) de comprimento de onda menor que os raios X Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 85 Poder de penetração Partículas (núcleos de átomos de hélio) são detidas por uma folha de papel; Partículas (elétrons e pósitrons) são detidas por uma folha de alumínio Raios só têm sua intensidade reduzida por obstáculos muito mais substanciais, tais como uma grossa parede. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 86 Partículas São idênticas ao núcleo do átomo de hélio (2 prótons) - portanto carga elétrica 2+. Emitidas quando determinados compostos radioativos se desintegram. Absorvidas pela matéria viva em percurso pequeno (menos de 1 mm). Por isso, só acarretam efeitos biológicos se o composto radioativo for ingerido pelo organismo vivo. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 87 Elétrons e pósitrons Também chamados partículas (beta), têm massa muito pequena e carga elétrica negativa (elétrons) ou positiva (pósitrons). Os elétrons envolvem o núcleo dos átomos e podem ser produzidos com relativa facilidade. Sua energia é muito pequena, do que resulta pequeno poder de penetração - são logo absorvidas nas camadas superficiais externas dos organismos. Só produzem efeitos biológicos significativos se o composto radioativo for ingerido pelo organismo ou célula. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 88 Raios Os raios gama e os raios X são extremamente penetrantes,podendo atravessar o corpo humano, sendo detidos somente por uma parede grossa de concreto ou metal.As radiações gama são semelhantes ao Raios X. Não possuem massa e nem carga elétrica. Possuem as seguintes características: Velocidade igual à velocidade da luz, ou aproximadamente 300 000 km/s. Alto poder de penetração. os raios gama são mais penetrantes que os raios X, pois possuem comprimentos de onda bem menores, variando entre 0,1e 0,001 angstrons. Atravessam milhares de metros de ar, até 25 cm de madeira ou 15 cm de espessura de aço. São detidos por placas de chumbo com mais de 5cm de espessura ou por grossas paredes de concreto. Podem atravessar completamente o corpo humano causando danos irreparáveis. Uma dose superior a 500 rads, atuando no corpo todo, é mortal para o homem Se atuar apenas na mão, provocará queimaduras e necroses, mas sem risco de vida. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 89 Os elementos radioativos mais perigosos Fósforo 32, cálcio 45, estrôncio 90, rádio actínio e plutônio solúvel (fixam-se nos ossos), iôdo 131 (fixa- se na tireóide), polônio solúvel (fixa-se no baço), polônio e plutônio insolúveis (pulmões). Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 90 Efeitos da radiação gama Raios representam a forma mais perigosa de radiação emitida por uma explosão nuclear, devido à dificuldade de bloqueá-los. Raios não são interceptados pela pele. Eles induzem alterações no DNA interferindo com o material genético da célula. Quebra da dupla hélice de DNA é geralmente considerada como a lesão biologicamente mais significativa. Por ser uma radiação ionizante causa câncer e defeitos hereditários. Estudo feito com trabalhadores russos que tiveram o corpo inteiro exposto a altas doses de radiação mostram a relação entre exposição a radiação e morte por leucemia, câncer no pulmão, câncer de fígado, câncer nos ossos e outros tipos de câncer sólido. Além da radiação, raios produzem queimaduras e induzem efeitos de imunodeficiência. Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Símbolo (recentemente introduzido) de perigo devido a radiação ionizante. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 91 Radioatividade Material de aula elaborada pelo Pe. Leopoldo Krieger sobre radioatividade (Pertence ao Museu de Mineralogia do Colégio Arnaldo) Amostra de pechblenda (pertencente ao Museu de Mineralogia do Colégio Arnaldo) Rádio Microondas Infravermelho Visível Ultravioleta Raios X Raios Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 92 Grandezas e unidades radioativas Atividade Mede o potencial de produção de radiação de uma determinada quantidade de material radioativo. Unidade antiga: Curie (Ci) Por definição é a quantidade de material radioativo em que se desintegram 3,7 x 1010 átomos por segundo Unidade SI: Becquerel (Bq). Quantidade de material radioativo em que se desintegra 1 átomo por segundo. Conversão: 1 Ci = 37 x 109 Bq Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 93 Grandezas e unidades radioativas Dose absorvida Mede a quantidade de energia que uma radiação ionizante fornece a determinada quantidade de matéria. Unidade SI: Joule/kg = gray (Gy). Dose equivalente a 1 J de energia por quilograma de matéria. Unidade especial: rad (radiation absorbed dose = dose absorvida de radiação). Dose equivalente a 100 erg de energia por grama de matéria. Conversão: 1 Gy = 100 rad Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 94 Grandezas e unidades radioativas Exposição a radiação Mede a quantidade de radiação necessária para liberar uma unidade eletrostática de carga em 1 cm3 de ar a pressão e temperaturas normais. Unidade (antiga) Roentgen (R) – Quantidade de radiação necessária para produzir 1,6 x 1012 pares de íons em 1 cm3 de ar seco a 0ºC. Aplica-se apenas a radiação X e . Foi substituído pelo gray. 1 Gy = 100 R Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 95 Grandezas e unidades radioativas Dose de radiação Mede a quantidade de radiação recebida. Unidade (antiga) Roentgen Equivalent Man (rem) – 1 unidade de dose de radiação. Foi substituída pelo Sievert. 1 Sv = 100 rem Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 96 Grandezas e unidades radioativas Fator de qualidade A mesma dose produz efeitos diferentes dependendo do tipo de radiação. Por isso define-se um fator de qualidade para cada uma. Radiação , por exemplo, tem fator de qualidade 1, enquanto que radiação tem fator de qualidade 20. Isso significa que para mesma dose absorvida a radiação tem efeito destrutivo 20 vezes maior que a radiação . Multiplicando a dose absorvida pelo fator de qualidade tem-se a dose equivalente, que tem muito mais significado biológico que a dose absorvida simplesmente. A dose equivalente é medida em Sievert (Sv). 1 Sv = 1 J/kg Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 97 Raios cósmicos Radiação de grande poder de penetração proveniente do espaço. Consistem numa mistura de pósitrons, elétrons, mésons e fótons. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 98 Ser atingido por radiação é algo sutil e impossível de ser percebido imediatamente, já que no momento do impacto não ocorre dor ou lesão visível. Bem diferente de ser atingido por uma bala de revólver, por exemplo, cujo efeito destrutivo é sentido e contatado na hora. A radiação ataca as células do corpo individualmente, fazendo com que os átomos que compõem as células sofram alterações em sua estrutura. As ligações químicas podem ser alteradas, afetando o funcionamento das células. Isso, por sua vez, provoca com o tempo conseqüências biológicas no funcionamento do organismo como um todo; algumas conseqüências podem ser percebidas a curto prazo, outras a longo prazo; às vezes vão apresentar problemas somente os descendentes (filhos, netos) da pessoa que sofreu alguma alteração genética induzida pela radioatividade. Os efeitos da radiação Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 99 Trigonometria no triângulo retângulo hipotenusa opostocat sen . hipotenusa adjacentecat. cos Cateto oposto Cateto adjacente Hipotenusa α adjacentecat opostocat tg . . Ângulo 0º 30º 45º 60º 90º Seno 0 0,5 0,7 0,87 1 Coseno 1 0.87 0,7 0,5 0 Tangente 0 0,58 1 1,73 ∞ Ângulos notáveis Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 100 Alfabeto grego Alfa A Ni N n Beta B csi X x Gama G Ômicron O o Delta D d Pi P p Epsílon E e Rô R r Dzeta Z z Sigma S Eta H e Tau T t Teta Q q Ípsilon U u Iota I i Fi F f capa K k Qui C c Lambda L Psi Y y Mi M m Ômega W w Lei de Stefan Lei de Wien Elementos de uma onda Mecanismo da radioatividade Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 101 O que é um quasar? Os quasares (abreviatura de Quasi stelars objectus, do latim Objetos quase estelares) são objetos de extrema luminosidade encontrados nos confins do Universo conhecido, mais precisamente a partir de dois bilhões de anos-luz da Terra (a maioria dominante dos quasares, entretanto, está a mais de dez bilhões de anos-luz).Devido ao fato de estarem tão distantes não é possível saber ao certo o que é um quasar, mas acredita-se que sejam núcleos galácticos ativados por buracos negros super-massivos, que absorvem gás e poeira da galáxia liberando no processo energia muito superior à liberada pela fusão nuclear. Fonte: Wikipédia Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 102 Bluetooth Bluetooth é uma tecnologia de baixo custo para a comunicação sem fio entre dispositivos eletrônicos a curtas distâncias. Começou a ser desenvolvida em 1994, pela Ericsson, e a partir de 1998 pelo Bluetooth Special Interest Group (SIG), consórcio inicialmente estabelecido pela Sony, Ericsson, IBM, Intel, Toshiba e Nokia, hoje este consórcio inclui mais de 2000 empresas. O nome Bluetooth é uma homenagem ao rei da Dinamarca e Noruega Harald Blåtand - em inglês Harold Bluetooth (traduzido como dente azul, embora em dinamarques signifique de tez escura). Blåtand é conhecido por unificar as tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas. Da mesma forma, o protocolo procura unir diferentes tecnologias, como telefones móveis e computadores. O logotipo do Bluetooth é a união de duas runas nórdicas para as letras H e B, suas iniciais. É usado para comunicação entre pequenos dispositivos de uso pessoal, como PDAs, telefones celulares (telemóveis) de nova geração, computadores portáteis, mas também é utilizado para a comunicação de periféricos, como impressoras, scanners, e qualquer dispositivo dotado de um chip Bluetooth. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 103 Wi-Fi Wi-Fi (marca registrada pertencente à Wireless Ethernet Compatibility Alliance -WECA, abreviatura para "wireless fidelity") é uma tecnologia de interconexão entre dispositivos sem fio, usando o protocolo IEEE 802.11b. O padrão Wi-Fi opera em faixas de freqüências que não necessitam de licença para instalação e/ou operação. Este fato as torna atrativas. No entanto, para uso comercial no Brasil é necessária licença da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para se ter acesso à Internet através de uma rede Wi-Fi (mais corretamente conhecida como WLAN) deve-se estar no raio de ação de um ponto de acesso (normalmente conhecido por hotspot) ou local público onde opere uma rede sem fios e usar um dispositivo móvel, como um computador portátil, um Tablet PC ou um assistente pessoal digital com capacidades de comunicação Wireless. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 104 Wimax O padrão IEEE 802.16, completo em outubro de 2001 e publicado em 8 de abril de 2002, especifica uma interface sem fio para redes metropolitanas (WMAN). Foi atribuído a este padrão, o nome WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access/Interoperabilidade Mundial para Acesso de Micro-ondas). O termo WiMAX foi cunhado por um grupo de indústrias conhecido como WiMAX Forum cujo objetivo é promover a compatibilidade e inter-operabilidade entre equipamentos baseados no padrão IEEE 802.16. Este padrão é similar ao padrão Wi-Fi (IEEE 802.11), que já é bastante difundido, porém agrega conhecimentos e recursos mais recentes, visando uma melhor performance de comunicação. O padrão WiMAX tem como objetivo estabelecer a parte final da infra-estrutura de conexão de banda larga (last mile) oferecendo conectividade para uso doméstico, empresarial e em hotspots. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 105 Banda larga Banda larga é o nome usado para definir qualquer conexão acima da velocidade padrão dos modems analógicos (56 Kbps). Usando linhas analógicas convencionais, a velocidade máxima de conexão é de 56 Kbps. Para obter velocidade acima desta tem-se obrigatoriamente de optar por uma outra maneira de conexão do computador com o provedor. Atualmente existem inúmeras soluções no mercado ISDN/DSL Utilizam as redes de telefonia convencionais para transmitir dados em alta velocidade que variam de 256 Kbp/s (ISDN) até 24 Mbp/s (DSL). Bastante difundido no Brasil e Portugal através das grandes empresas de telefonia como Portugal Telecom e Brasil Telecom (com o BrTurbo), CTBC, Telefónica (com o speedy) e Telemar (com o Velox). Para uma rede de telefonia transmitir dados através destas tecnologias, ela precisa ser 100% digital além das companhias de telefone adaptar uma aparelhagem que a viabilize a conexão. Requer do usuário um modem apropriado. É possível ampliar esta tecnologia desde que as redes sejam substituídas por cabo de fibra óptica. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 106 Frequência modulada (FM) FM é a abreviatura para modulação em frequência ou frequência modulada (frequency modulation -, em inglês). Iniciada nos Estados Unidos no início do século XX, FM é uma modalidade de radiodifusão que usa a faixa 87,5 Mhz a 108 Mhz com modulação em frequência. Uma rádio em FM apresenta uma ótima qualidade sonora mas com limitado alcance, chegando em média a 100 quilômetros de raio de alcance. Em condições esporádicas de propagação, é possível sintonizar emissores a centenas de quilômetros. A potência dos sistemas de emissão pode variar entre poucos watts (rádios locais) até centenas de quilowatts, no caso de retransmissores de grande cobertura Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 107 Amplitude modulada (AM) Modulação em Amplitude ou simplesmente AM (do inglês Amplitude Modulation - Amplitude Modulada), é a forma de modulação em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado portadora, varia em função do sinal de interesse, que é o sinal modulador. A frequência e a fase da portadora são mantidas constantes. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 108 Formação da camada de ozônio A ozonosfera é uma das principais barreiras que nos protegem dos raios ultravioleta. O ozônio deixa passar apenas uma pequena parte dos raios U.V., esta benéfica. Quando o oxigênio molecular da alta-atmosfera sofre interações devido à energia ultravioleta provinda do Sol, acaba dividindo-se em oxigênio atômico; o átomo de oxigênio e a molécula do mesmo elemento se unem devido à reionização, e acabam formando a molécula de ozônio cuja composição é O3. A região, quando saturada de ozônio funciona como um filtro onde as moléculas absorvem a radiação ultravioleta do Sol e, devido a reações fotoquímicas, é atenuado o seu efeito. Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 109 O átomo de Cloro é um catalisador poderoso que destrói as moléculas de Ozônio, permanecendo intacto durante todo o processo. Uma vez na alta atmosfera, o cloro leva muitos anos para descer à baixa atmosfera. Neste período, cada átomo de Cloro destruirá milhões de moléculas de Ozônio. A reação de destruição do Ozônio é bastante simples, uma vez que esta molécula é extremamente reativa na presença de radiação UV e Cloro. Observemos: O2 + Energia UV -> 2O 2Cl (do CFC) + 2O3 -> 2ClO + 2O2 2Cl + 2O (regenerando o Cl) + 2O2 Logo, a resultante da reação é: 2O3 -> 3O2 Como o ozônio é degradado F F Cl ClC Acredita-se que grande parte do aumento do buraco da camada de Ozônio ocorre devido ao uso desenfreado de produtos à base clorofluorcarbonos (CFCs) e hidrocarbonetos alifáticos halogenados (halons), que liberam gases destruidores do Ozônio Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 110 CCD CCD (charge-coupled device) ou Dispositivo de Carga Acoplado é um sensor para a gravação de imagens formado por um circuitointegrado contendo uma rede de capacitores ligados (acoplados). Sob o controle de um circuito externo, cada capacitor pode transferir sua carga elétrica para um outro capacitor vizinho. Os CCDs são usados em fotografia digital, equipamentos médico-hospitalares, como por exemplo os endoscópios e astronomia (particularmente em fotometria, óptica e espectroscopia UV e técnicas de alta velocidade). Curso de Física - Espectros - prof. José Luiz Fernandes Foureaux 111
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