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TECNOLOGIA DE PRODUTOS LÍQUIDOS Prof. Luiz Cláudio Rodrigues Pereira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia Tecnologia Industrial Farmacêutica Líquidos Preparações formadas pela dispersão de um ou mais fármacos em um solvente adequado, ou em uma mistura de solventes miscíveis entre si. Tipos de Formulações Soluções orais Xaropes Suspensões Emulsões Colírios Soluções Otológicas ou Auriculares Soluções Cavitárias (enemas e duchas) Colutórios Tinturas Elixires Injetáveis Preparações Líquidas Administração Absorção Uniformidade de dose Fracionamento Sabores desagradáveis Efeitos irritantes Irrigação Solúveis e insolúveis Vantagens Transporte Instabilidade física e/ou química Contaminação microbiológica Instabilidade térmica Desvantagens Estabilidade física – estabilidade do sal; Granulometria; Lipofilicidade; Solubilidade em água ou em veículos específicos. pKa do fármaco X pH para máxima estabilidade Contaminação; Viscosidade – espuma; Permeação; Distribuição de massa molar; Toxicidade. Generalidades Soluções Definição: São sistemas homogêneos monofásicos e termodinamicamente estáveis de um ou mais solutos dissolvidos no solvente apropriado; Devem necessariamente ser límpidas e translúcidas. Podem ser utilizadas sob as mais diversas vias de administração. Termos descritivos Volume de solvente para dissolver 1g de soluto Muito solúvel Menos de 1 mL Facilmente solúvel De 1 a 10 mL Solúvel De 10 a 30 mL Ligeiramente solúvel De 30 a 100 mL Pouco solúvel De 100 a 1000 mL Muito pouco solúvel De 1000 a 10000 mL Praticamente insolúvel Mais de 10000 mL Soluções Expressões de solubilidade (Equacão de Noyes & Whitney): dc/dt= kxs(Cs-Ct) onde dc/dt= variação da concentração em relação a variação de tempo s = área superficial da substância dissolvida Cs = concentração de saturação Ct = concentracão no tempo t k = cte. de velocidade que depende das condicões de trabalho (temperatura, agitacão, volume de líquido), da substância a dissolver, massa molar, viscosidade do solvente, tamanho de partícula Soluções Soluções Características dos solventes: Atóxicos; Inertes; Não irritantes; Compatíveis com o(s) fármaco(s). Exemplos: água; Monálcoois: etílico, isopropílico; Poliálcoois: etilenoglicol, propilenoglicol, glicerina; Óleos: azeite, oleato de etila. Xaropes Definição: São formulações aquosas e límpidas que contém açúcar em quantidade próxima a saturação. Farmacopéia Brasileira Edição IV: “Soluções aquosas concentradas de sacarose ou outros açúcares.” Quando não se destinam a uso imediato, deverão ser adicionadas de conservantes antimicrobianos autorizados.” Xaropes Vantagens desvantagens Fácil aceitação e administração; Baixo custo associado; Boa conservação; Viscosidade impede o aparecimento de turvação; Desempenha função edulcorante. Meio nutritivo favorece o crescimento microbiano; Cariogênico; Aumenta o aporte calórico; Indução de resposta insulínica; A sacarose diminui o esvaziamento gástrico; Xaropes Xarope Simples (Farm. Bras. Edição II) Sacarose ------------------- 850,0 g Água ------------- qsp ----- 1,0 L Densidade = 1,32 g/mL (1,31 – 1,33) Xarope Composto Preparações magistrais que utilizam o Xarope simples como veículo. Xaropes artificiais Xaropes não-glicogênicos Açúcares não-glicogênicos: Ex: sacarina, Aspartame, Stévia, sucralose Xaropes Álcoóis (solubilidade, limitação) Glicerina (edulcorante, cristalização) Sorbitol 70% (cristalização, edulcorante) Polietileglicol (sabor) Xaropes Suspensões Definição: São sistemas heterogêneos bifásicos onde as partículas sólidas e insolúveis ficam dispersas numa fase líquida dispersante. Fase dispersante – Fase contínua Fase dispersa – Fase descontínua Suspensões Vantagens: Melhora a estabilidade de fármacos insolúveis na forma de solução; Mascara odor e sabor desagradáveis; Permite o ajuste da dose administrada; Possibilidade de ajustar a liberação do fármaco (lib. lenta ou prolongada) ajuste das características organolépticas. Suspensões Desvantagens: São sistemas instáveis; Sedimentação das partículas (gravidade). Emulsões Definição: São dispersões de dois líquidos não miscíveis entre sí, que formam um sistema homogêneo através da utilização de um emulsionante ou tensoativo. De acordo com a USP, as emulsões são sistemas bifásicos, onde um líquido fica disperso em outro líquido (fase dispersante) formando gotículas. Emulsões Vantagens: Permitem a administração de fármacos lipossolúveis em meio aquoso; Administração conjunta de fármacos hidrofílicos e lipofílicos; Proteção do fármaco contra oxidação; Possuem gotículas com grande área superficial, favorecendo a absorção de fármacos pela pele e pela mucosa do TGI; Emulsões Desvantagens: São sistemas termodinamicamente instáveis susceptíveis a separação de fases. Floculação Cremeação Coalescência Quebra Elixires Definição: São preparações límpidas, líquidas e hidroalcoólicas, A graduação alcoólica das formulações varia entre 20 a 50 °GL; São produzidos por destilação simples; O envase deve ser feito em frascos âmbar e mantidos ao abrigo da luz Farm. Bras. Edição IV, 1988. Limitações Baixa estabilidade de determinados fármacos em solução; Substâncias de baixa solubilidade necessitam de técnicas especiais para solubilizar; Alguns incrementadores de viscosidade e flavorizantes podem formar complexos com fármacos; Necessidade de ajuste das características organolépticas; Fármacos de baixo índice terapêutico são problemáticos; Variação durante o envase; Precipitação (ex: Effect of minoxidil concentration on the deposition of drug and vehicle into the skin) Contaminação microbiana; Hidrólise e oxidação; Incompatibilidades (ex:Carbopol x propranolol HCl) Embalagens – estanho, alumínio, PVC, PE e PP (ex: A qualitative investigation into the physical stability of polypropylene and polyethylene in liquid isoflurane and sevoflurane.) Limitações Desenvolvimento de Formulações Desafios x Problemas Comuns Solubilidade Estabilidade Contaminação Microbiológica Produtividade Considerações Produção de líquidos orais Aceitabilidade efetividade Concentração dos ativos; Embalagem; Seleção do veículo; Estabilidade; Sistema conservante eficiente; Adição de aditivos apropriados; Seleção da FF líquida Fármaco hidrossolúvel Fármaco lipossólúvel Solubilidade em meio hidroalcóolico Estabilidade Custo (MP, equipamento, funcionários, instalações) Tempo de produção Escolha do solvente: ÁGUA: UNIVERSAL TOXICIDADE C. DIELÉTRICA SELETIVIDADE ÁGUAS PARA USO FARMACÊUTICO SOLVENTES NÃO-AQUOSOS: SISTEMAS DEPÓSITO GARANTIA DE ESTABILIDADE LOG P TOXICIDADE CUSTO ÓLEOS FIXOS DE O.V. ALCOÓIS MONOALCOOÓIS E ALCOOÓIS POLIÍDRICOS DMSO MIRISTATO DE ISOPROPILA CO-SOLVÊNCIA Influência de alguns parâmetros na solubilidade Parâmetros que influenciam a solubilidade pH (forma ionizada x forma não ionizada) Limite de solubilidade (Conc. de saturação) Temperatura (temperatura dependente) Polaridade do solvente (constante dielétrica) Estado cristalino (polimorfismo) Tamanho de partículas (TP) Produção de líquidos Efeito do pH: A maioria das substâncias utilizadas atualmente, são ácidos ou bases fracas, sendo portanto sua solubilidade influenciada pelo pH da solução; As constantes de solubilidade encontradas em literatura, são sempre em água destilada; Co-solventes normalmente tem um efeito positivo na solubilidade (álcool, glicerina, propilenoglicol,etc); Bases fracas pH baixo Ácidos fracos pH alto Balanço pH e [co-solvente] irritabilidade Produção de líquidos Efeito da Temperatura: A solubilização de sólidos é temperatura-dependente; Testar o perfil da solubilidade do fármaco em função da temperatura; Produção de líquidos Efeito da polaridade do solvente: Expressa em momentos de dipolo e relacionada com a constante dielétrica de cada solvente. Alta constante dielétrica polares íons-dipolo Baixa constante dielétrica hidrofóbicas dipolo-induzido Produção de líquidos Efeito da polaridade do solvente: Polaridade do solvente solubilidade A – fármaco polar; B – fármaco semi-polar; C – fármaco apolar; Produção de líquidos Efeito do estado cristalino: As transformações polimórficas são alterações no arranjo cristalino da molécula; A estrutura e a forma cristalina do fármaco causam modificações na energia livre da molécula, alterando suas características físico-químicas; Produção de líquidos Efeito do estado cristalino: Cor; Dureza; Volume; Higroscopicidade; Densidade; Velocidade de dissolução; Solubilidade; Faixa de fusão; Técnicas de solubilização X Técnicas de suspensão Técnicas de Solubilização do Ativo Co-solvência Formação de sal Formação de pró-fármacos Complexação Formação de micelas Controle do TP Produção de líquidos Técnicas de solubilização Técnica Taxa de Aumento da solubilidade Co-solvência 1 - 1000 x Formação de sal 1 - 1000 x Formação de pró-fármacos 1 - 1000 x Complexação 1 - 100 x Formação de micelas 1 - 50 x Produção de líquidos Técnicas de solubilização Co-solventes São solventes orgânicos miscíveis em água utilizados para aumentar a solubilidade das moléculas. A técnica de co-solvência consiste na diminuição da energia livre das moléculas em solução. Principal vantagem - simplicidade da técnica. Desvantagem – Potencial toxicidade de determinados co-solventes. Produção de líquidos Técnicas de solubilização Co-solventes Etanol; Sorbitol; Glicerina; Propilenoglicol; Polietilenoglicol. alprazolam Produção de líquidos Técnicas de solubilização Formação de sais O aumento da solubilidade de um fármaco através da formação de sais (conjugação) ocorre por uma diminuição na energia que mantém a estrutura cristalina do sal. Bastante utilizado quando se tem fármacos pouco solúveis e ionizáveis. A formação de sais gera alterações nas características físico-químicas do fármaco (principalmente na solubilidade e PF). Modificações químicas que levam a alterações na solubilidade da molécula. Possibilidades de ligantes: ligantes carregados polietilenoglicol Produção de líquidos Técnicas de solubilização Pró-fármacos ésteres aminoacetil acetatos CHOI, J. S.; JO, B. W. Enhanced paclitaxel bioavailability after oral administration of pegylated paclitaxel prodrug for oral delivery in rats. Int. J. Pharm., v.6 p. 221-227, 2004. Produção de líquidos Técnicas de solubilização Pró-fármacos Ex.: Betametasona - solubilidade H2O : 58 g/mL (25 °C) Betametasona éster fosfato dissódico – 100 mg/mL 1500 x Produção de líquidos Técnicas de solubilização Complexação Complexos são entidades formadas por duas moléculas distintas através de ligações intermoleculares fracas. A principal finalidade da utilização de complexos é a alteração das características físico-químicas do fármaco. Vantagens: Reversibilidade das interações; aumento da estabilidade do sistema. Desvantagens: Efeito farmacológico indesejável do ligante; necessidade do ligante em concentração molar igual ou maior do que o fármaco; Produção de líquidos Técnicas de solubilização Complexação Ex.: Inclusão de fármacos em Ciclodextrinas = complexos de inclusão Glicopiranose Produção de líquidos Técnicas de solubilização Formação de micelas: Definição: “Passagem espontânea de um soluto pouco solúvel à solução termodinamicamente estável através da adição de tensoativo. Não tóxico CMC x diagrama ternário de fases Miscíbilidade Produção de líquidos Técnicas de solubilização Formação de micelas: Principais tensoativos utilizados: Span Tween polaxamers derivados de lanolina óleo de rícino polioxietilado Produção de líquidos Técnicas de solubilização Controle do TP: Faixa micro e/ou nanométrica Abaixo de 1 micrômetro Área superficial Velocidade de solubilização Porosidade e forma Técnicas de Suspensão do Ativo Adequação de TP Estado cristalino Adição de molhantes Incrementadores de viscosidade Floculantes Produção de líquidos Técnicas de suspensão Adequação do TP: Abaixo de 5 micra Homogeneidade entre agitação e retirada de dose Redispersão de sedimentos TP reduzido ganho de estabilidade Velocidade de Sedimentação TP x Dissolução X Biodisponibilidade Produção de líquidos Técnicas de suspensão Estado cristalino: Flutuações de temperatura Crescimento de cristais Forma metaestável Forma estável Produção de líquidos Técnicas de suspensão Adição de molhante: Água Variado grau de hidrofobicidade Tensão interfacial entre partícula e solvente Deslocamento do ar superficial Produção de líquidos Técnicas de suspensão Incrementadores de viscosidade: Velocidade de sedimentação PVP, CMC, derivados de celulose Equilíbrio entre viscosidade e TP Tensão de cisalhamento Definição da forma farmacêutica Produção de líquidos Técnicas de solubilização/suspensão do ativo Manutenção do pH da formulação Estabilidade física, química e microbiológica Compatibilidade com componentes da formulação Auxiliar a adesão do paciente ao tratamento Atender a necessidade do público alvo Atender a necessidade da formulação Mascaramento de características indesejáveis Atóxico Solúvel Características de excipientes Corretivos de pH (tamponantes) Agentes molhantes (solventes, tensoativos, polímeros) Agentes de viscosidade (PVP, CMC, carbômeros, derivados de celulose) Conservantes (nipagin, nipazol, cloreto de benzalcônio) Isotonizantes (dextrose e NaCl) Antioxidantes (metabissulfito de sódio, ácido cítrico, BHT, BHA) Corantes (amarelo tartrazina, vermelho carmim, caramelo) Flavorizantes (naturais, artificiais) Edulcorantes (sacarose, sacarina, aspartame, ciclamato monossódico, sorbitol, manitol) Excipientes Produção de líquidos Excipientes Edulcorantes: Sacarose Edulcorante mais utilizado Frutose Rápida percepção do sabor; permanece solúvel sob refrigeração Glicose Produção de líquidos Excipientes Edulcorantes: Sacarina 500 x mais doce que a sacarose Ciclamato monossódico 30 x mais doce que a sacarose Uso proibido nos EUA na década de 70 Aspartame Pouco estável em solução 200 x mais doce do que a sacarose Produção de líquidos Excipientes Flavorizantes: Usados para mascarar o gosto ruim de determinados componentes da formulação; Devem ser selecionados de forma a atender a necessidade do público-alvo; 4 sensações básicas de gosto: salgado, amargo, doce e ácido; Produção de líquidos Excipientes Flavorizantes naturais: Limão (Citrus limonum) Cerca de 90% do óleo constituído de limoneno. Menta (Mentha piperita) Constituição: a e b-pinenos, limoneno, cineol, mentol, isomentol, mentil acetato, etc. Cereja selvagem (Prunus serotina) Constituição: ácido prússico, glicose, e benzaldeído (originados do glicosídeo prunassínico) Produção de líquidos Excipientes Flavorizantes artificiais: Fenoxiacetato de alila Vanillilideno Antranilato de isobutila Formiato de anilisina Isobutirato de benzila Produção de líquidos Excipientes Agentes corantes: Lacas corantes Pigmentos insolúveis onde a visualização da cor é feita através da dispersão e reflexão da luz. Não são utilizados em soluções aquosas Pigmentos solúveis que exibem coloração através da transmissão da luz Estão presentes nas formulações líquidas em concentração inferior a 0,001% Produção de líquidos Excipientes Agentes corantes: Considerações: o pH deve ser controlado; Escolha deve ser feita com relação ao flavorizante; Exposição à luz da embalagem; Compatibilidade com os outros componentes da formulação Produção de líquidos Excipientes Agentes corantes: Nome Cor Color Index Indigotina Azul CI 73015 Caramelo - - Eritrosina Vermelho CI 45430 Carmim vermelho CI 75470 Tartrazina Amarelo CI 19140 Riboflavina Amarelo - Dióxido de titânio - CI 77891 Clorofilina Verde CI 75810 b-caroteno Laranja CI 40800 Agentes Conservantes: A presença de conservante em formulações líquidas orais é ESSENCIAL. Um conservante “ideal”, deve possuir três características principais: Bactericida e deve ser ativo contra um espectro amplo de MO; deve ser estável física, química e microbiológicamente; Deve ser atóxico, solúvel, com odor e cheiro aceitável. Produção de líquidos Excipientes Produção de líquidos Excipientes Conservante Concentração usual Clorocresol 0,05 – 0,1 Alquil ésteres de ácido p-hidroxibenzóico 0,001 – 0,2 Ácido benzóico (e sais) 0,1 – 0,3 Ácido bórico (e sais) 0,5 – 1,0 Clorobutanol 0,5 Cloreto de benzalcônio 0,004 – 0,02 Cloreto de cetilpiridínio 0,01 – 0,02 Produção de líquidos Excipientes Antioxidantes: Reações de oxidação – Perda de elétrons que resultam em mudança no estado oxidativo da molécula. Podem envolver também a adição de oxigênio (ou átomos eletronegativos) ou perda de átomos de hidrogênio. Produção de líquidos Excipientes Antioxidantes: Podem ser oxidados preferencialmente em relação ao ativo; Ex: BHT (hidroxitolueno butilado) Podem bloquear a oxidação do fármaco; Ex: Metabissulfito de sódio (pH ácido); bissulfito de sódio (pH neutro); sulfito de sódio (pH básico) Obs.: Efeito sinérgico no bloqueio da oxidação Ex: ácido cítrico; ácido ascórbico Solução Tampão: Impede as mudanças de pH causadas por degradação, dissolução de gases e vapores, interações com a embalagem; o tampão adequado deve manter o pH da formulação em valores adequados durante o armazenamento; Produção de líquidos Excipientes Tampão pH Concentração usual (%) Acetato 3,5 – 5,7 1,0 – 2,0 Citrato 2,5 – 6,0 1,0 – 3,0 Glutamato 8,2 – 10,2 1,0 – 2,0 Fosfato 6,0 – 8,2 0,8 – 2,0 Produção de líquidos Agentes de Viscosidade: Possuem a capacidade de melhorar a palatabilidade e o escoamento da formulação. PVP Obs.: Pode impedir a liberação do fármaco e sua absorção; Derivados de celulose (Metilcelulose, Etilcelulose); Obs.: Pode formar efeito salting-out (concentração de sais entre 2 a 40%); Carboximetilcelulose (CMC) Obs.: precipitação de sais multivalentes – Ca+2, Al+3, Fe+3 Excipientes Produção de líquidos Excipientes Agentes molhantes: Situação de baixa flutuação - Pequeno ângulo de contato entre a partícula e o solvente (as partículas têm afinidade pela fase dispersante). θ Θ < 30° Situação de alta flutuação - Alto ângulo de contato entre a partícula e o solvente (maior tensão interfacial entre a partícula e o líquido). ar líquido θ ar líquido Produção de líquidos Excipientes Agentes molhantes: Solventes – Penetram nas partículas, expulsando o ar e diminuindo a tensão interfacial. Ex.: Etanol, glicerina, sorbitol, propilenoglicol Tensoativos – Recobrem as partículas, diminuindo a tensão interfacial. Ex.: Tweens, Spans Polímeros – Adsorvem na superfície da partícula aumentando a afinidade pela fase dispersante. Ex.: Carboximetilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, gomas. Definição da forma farmacêutica Produção de líquidos Técnicas de solubilização do ativo Excipientes SOLUÇÃO DE FENOBARBITAL Fenobarbital 0.40 g Polissorbato 80 8.00 g Ciclamato Sódico 0.50 g Essencia de Limão 0.25 g Acido cítrico 0.20 g Glicerina 4.00 g Metilparabeno 0.10 g Agua destilada c.b.p. 100.00 ml Produção de líquidos Produção de líquidos O processo de produção é bastante simples e envolve basicamente a solubilização ou suspensão do ativo no veículo. Quais os equipamentos necessários ???? Tecnologia de Fabricação muito simples Maquinário Processo Validação Registro Treinamento simples * Monitoramento ambiental e sistema de água são pontos chaves LÍQUIDOS - FORMULAÇÃO BÁSICA PA SOLVENTES DIVERSOS AGENTES ANTIHIDROLÍTICOS DOADORES DE VISCOSIDADE ANTIOXIDANTES CONSERVANTES EDULCORANTES / FLAVORIZANTES VEÍCULO ETAPAS DE MANIPULAÇÃO ATÉ 70% DO VEÍCULO MISTURA COMPONENTES SOLÚVEIS NO VEÍCULO AQUECIMENTO SE NECESSÁRIO MISTURA COMPONENTES INSOLÚVEIS DEVIDADEMNTO SOLUBILIZADOS POR CO-SOLVENTES RESFRIAMENTO MISTURA COMPONENTES VOLÁTEIS FILTRAÇÃO ( SOLUÇÕES ) / HOMOGENIZAÇÃO ( SUSPENS. ) ENVASE EMBALAGEM Produção de líquidos mentol e flavorizantes em geral são adicionados em solução alcoólicas; Corantes e outros componenetes utilizados em baixas concentrações devem ser diluídos previamente; Agentes de consistência devem ser adicionados aos poucos; Produção de líquidos PRODUÇÃO DE XAROPES Produção à frio: Solubilização da sacarose no veículo utilizando agitação; Utilização de sacarolizador – Percolador de sacarose. Desvantagens: Processos muito lentos; Não eliminam Aspergillus e Penicilium Produção de líquidos PRODUÇÃO DE XAROPES Produção à quente: Aquecimento a 80°C utilizando misturadores com aquecimento; Processo rápido; elimina possíveis microorganismos presentes. Desvantagem principal: Inversão do açúcar PRODUÇÃO DE SUSPENSÕES Produção de líquidos Redução do tamanho das partículas Incorporação dos agentes molhantes Incorporação dos agentes floculantes Agente suspensor + veículo + adjuvantes Produção de líquidos Passivação Processo realizado periodicamente nos equipamentos feitos de aço inoxidável 316L para remoção da alcalinidade da superfície Material utilizado: ácido acético / ácido nítrico Vantagens: - Aumenta a vida útil do equipamento - Melhora a resistência a corrosão - Reduz a manutenção do sistema Piero M. Armenante ChE702 89 Examples of Typical Pharmaceutical Mixing Applications Blending Precipitation and Crystallization Chemical reaction Fermentation Solid-liquid suspension Liquid-liquid emulsification Gas sparging Operações Unitárias (Mistura) a) Batelada - Usados para materiais viscosos, plásticos e sólidos. São pontos importantes. - Tempo para obtenção do resultado desejado. - Facilidade e rapidez de descarga e limpeza. - Consumo de energia. b) Contínuos - líquidos de baixa viscosidade e suspensões Operações Unitárias (Mistura) 1. Mistura Bruta Movimento de grande quantidade de material Permite alcançar um elevado grau de mistura de forma fácil e regular Ex. pás, lâminas giratórias Operações Unitárias (Mistura) 2. Fluxo Laminar x Fluxo Turbulento Operações Unitárias (Mistura) 3. Mistura por Difusão Molecular A mistura ocorre de forma natural através de um gradiente de concentração Empregada para fluidos miscíveis Caso seja a única forma de mistura, leva um tempo maior Operações Unitárias (Misturadores) 1. Misturadores de Hélice Palhetas com ângulos Rotação entre 1 e 20 rpm Fluidos de baixa viscosidade Processo Produtivo Operações Unitárias (Misturadores) 1. Misturadores de Hélice Formação de vórtice: Força centrífuga transmitida faz com que o líquido retorne circularmente pelas paredes do misturador – ar, bolha, instabilidade. Operações Unitárias (Misturadores) 1. Misturadores de Hélice Chicanas: Desviam o fluxo de rotação circular para o centro do tanque Operações Unitárias (Misturadores) Classificação de Impulsores: a) Escoamento axial - São aqueles cujas pás fazem um ângulo menor que 90° com o plano de rotação do impulsor. Ex: hélices, turbinas de pás inclinadas. Operações Unitárias (Misturadores) b) Escoamento radial. - Tem suas pás paralelas ao eixo de rotação. Este fluxo é perpendicular a parede do tanque. Ex: turbina, pás, âncora, grade - Produzido pela ação da força centrífuga que age no líquido em rotação, devido à componente tangencial da velocidade do fluido. - Geralmente ocorre para líquidos de baixa viscosidade (com agitação central). Maneiras de evitar o vórtice: - descentralizar o agitador; - inclinar o agitador de 15° em relação ao centro do tanque; - colocar o agitador na horizontal; - usar dificultores. Dificultores: a) Próximo à parede para líquidos de baixa viscosidade. b) Afastados da parede para líquidos de viscosidade moderada. c) Afastados da parede e inclinados para líquidos de alta viscosidade FORMAÇÃO DO VÓRTICE Processo Produtivo Operações Unitárias (Misturadores) Processo Produtivo 2. Jatos de Ar Operações Unitárias (Misturadores) Processo Produtivo Operações Unitárias (Misturadores) 3. Misturadores de Turbina Pode ser utilizado em fluidos mais viscosos Apresenta 1 rotor impulsor e 4 lâminas planas Produz força de cisalhamento intensa Capaz de produzir dispersões (A/O e O/A) estáveis Não pode ser utilizado para fluidos de viscosidade muito elevada Desvantagem: falta de componente axial Processo Produtivo Tanque de armazenamento ENVASE Produção de líquidos Produção de líquidos CONTROLE DE QUALIDADE Ensaios organolépticos: Odor; Sabor; Viscosidade; Transparência (soluções e xaropes) Ensaios farmacopeicos: Produção de líquidos CONTROLE DE QUALIDADE Volume; Densidade; Viscosidade (Viscosímetro Brookfield) pH Controle de Qualidade Ensaios em Suspensões Tamanho de partícula (Dynamic Light Scattering - DLS) Volume de sedimentação (proveta) Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia Tecnologia Industrial Farmacêutica TECNOLOGIA DE PRODUTOS SEMISSÓLIDOS Prof. Luiz Cláudio Rodrigues Pereira da Silva Semissólidos É a preparação prevista para aplicação na pele ou em certas mucosas para ação local ou penetração percutânea de medicamentos, ou ainda por sua ação emoliente ou protetora (Farmacopéia Brasileira 5a edição) Aplicação tópica ≠ Ação tópica Produtos medicamentosos ou não (proteção, lubrificação e emoliência). Aplicação tópica (pele, olho, nasal, vaginal e retal) mas a ação pode ser tópica (órgão alvo = pele) ou sistêmica (abs através da pele). Abs sistêmica – atenção com gestantes, amamentação, crianças... 112 Tipos de Formulações Cremes Géis Loções Linimentos Pomadas Pastas Emulsões Qual o critério de escolha? Semissólidos * Deve-se considerar em relação ao IFA: estabilidade química 113 Escolha da base de preparação semissólida Efeito desejado Área de aplicação Natureza do fármaco incorporado - Biodisponibilidade - Estabilidade - Compatibilidade Semissólidos Requerimentos farmacopéicos para formas farmacêuticas semissólidas: 1) Ensaios organolépticos 2) Densidade aparente 3) pH 4) Viscosidade 5) Carga microbiana 6) Teor 7) Conteúdo mínimo (peso médio) Semissólidos 115 Conteúdo mínimo (peso médio) Semissólidos Requerimentos Farmacopéicos para pomadas (USP) Géis, cremes e pomadas Limite de peso (90% - 95%) Limite de carga microbiana (conservantes) Viscosidade Liberação in vitro O volume tb depende da viscosidade!!! Limite microbiano – BPF, matéria prima, processo Conservantes = Utilizados para manter a potência e integridade do produto, e proteger a segurança e saúde do consumidor. Proteção – fungos e bactérias; Deterioração do produto. 117 Problemas comuns Variação de peso no envase Precipitação (baixa viscosidade) Contaminação microbiológica Hidrólise e oxidação Incompatibilidades: Semissólidos Métodos de Preparo Emulsão Métodos de Preparo Emulsão Moinho coloidal vibratório Métodos de Preparo Emulsão Métodos de Preparo Etapas de manipulação Pomadas: método de fusão e incorporação Cremes: método de emulsificação (normalmente se verte a fase descontínua sobre a contínua) Incorporação ou fusão de pomadas Tanques com camisa dupla com aquecimento a vapor Métodos de Preparo 124 Homogeneizador com agitação planetária Incorporação de pomadas Métodos de Preparo Moinho de rolo de pomada Incorporação ou fusão de pomadas Métodos de Preparo Forçam a passagem da massa pré-misturada entre cilindros de aço inoxidável ou cerâmica para produzir pomadas uniformes e de textura lisa. 126 Método de preparo Similar as pomadas Pastas
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