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ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS E PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO L I L I A N H E N R I Q U E S D O A M A R A L Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS Introdução: Conceitos Importantes “É a capacidade de uma determinada formulação, num sistema específico de acondicionamento, se manter dentro das suas especificações físicas, químicas, microbiológicas e toxicológicas, quando mantidas sob condições definidas de armazenamento.” “Capacidade de um produto manter suas características conforme as especificações de pureza, qualidade e potência”. Oxidação Introdução Fatores extrínsecos Hidrólise Fotólise pH Tamanho da partícula Temperatura Umidade Gases atmosféricos Radiações Incompatibilidade Contaminação microbiológica Fatores intrínsecos Tipos de Estabilidade Condições Químico - Cada ingrediente ativo manter sua integridade química dentro dos limites previstos. Físico - A propriedades físicas originais, incluindo a aparência, palatabilidade, uniformidade, dissolução Microbiológico - Esterilidade ou resistência ao crescimento microbiano é mantido de acordo com os requisitos especificados. Agentes antimicrobianos que estão presentes devem manter a eficácia nos limites especificados. Terapêutico - Efeito terapêutico inalterado Toxicológico - Não ocorre aumento significativo da toxicidade. USP, 2007 ESTABILIDADE FÍSICA (VADAS, 2004; AULTON, 2006) Aspecto, cor, odor, sabor Turvação de soluções Formação de precipitados Cristais em soluções Dureza / friabilidade Tempo de desintegração Dissolução Separação de fases em emulsões ATENÇÃO: Produto fresco e com boa aparência homogeneidade de dose Entretanto alteração da estrutura cristalina do fármaco, polimorfismo Alteração na biodisponibilidade ESTABILIDADE QUÍMICA Resistência de ativos e excipientes a sofrer alterações em sua estrutura, durante o tempo em que se pretende comercializar o produto (limites estabelecidos). ESTABILIDADE MICROBIOLÓGICA Manutenção da esterilidade ou resistência ao crescimento de microorganismos dentro dos limites estabelecidos. Contaminação (perda de estabilidade química e física) Agentes (algas, bactérias e fungos) (VADAS, 2004; AULTON, 2006) Origem • Ar; • Produto/adjuvante; • Instrumento de trabalho; • Manipulação; Conseqüências • Mofo; • Turvação; • Mudança características organolépticas; • Produtos tóxicos Prevenção • Adoção de Boas práticas; • Uso de conservantes; • Adoção de dose unitária. Todos os fármacos estão sujeitos a alguma forma de decomposição química, ou física. Tabela 1: Exemplos de fármacos que sofrem quebra hidrolítica. (GIL, 2007). Fármaco Classe Grupo ASS Analgésico Éster Procaína, tetracaína. Analgésicos locais Éster Lidocaína, cinchocaína Analgésicos locais Amida Clorafenicol, benzilpenicilina Antibióticos Lactama Cefalosporinas e penicilinas Antibióticos Lactama Meprobamato, tibamato Ansiolítico Carbamato Introdução Introdução Fatores que afetam estabilidade do medicamento: • Estabilidade do fármaco; • Potencial de interação entre o fármaco e os excipientes; • Processos de manufatura; • Forma farmacêutica; • Embalagem; • Condições ambientais durante o transporte, estoque e manipulação; • Tempo entre a fabricação e o uso. Interação fármaco-embalagem As embalagens devem ser escolhidas de forma adequada para garantir a estabilidade da formulação, já que ela funciona como uma barreira, evitando assim os fatores extrínsecos relacionados com a estabilidade. A RE 01 de 2005 preconiza o teste de estabilidade na formulação na embalagem primária. Possíveis incompatibilidades: • PE – Amolece com óleos, permeação de gases e vapores; • PVC – Rigidez com solvente orgânico (extração do plastificante). Introdução Produtos de degradação: “impurezas resultantes de alterações químicas que surgem durante a síntese do fármaco e/ou durante o armazenamento do medicamento devido aos efeitos da luz, temperatura, pH, umidade, por exemplo, ou pela reação com um excipiente e/ou devido ao contato com a embalagem primária” Introdução Introdução Papel do farmacêutico no preparo de medicamentos: Evitar os ingredientes e condições que poderia resultar em excessiva deterioração física ou química decomposição na preparação droga, especialmente quando compostos. Estabelecer e manter composição que incluem o garantir a estabilidade dos medicamentos para ajudar a prevenir falha terapêutica e reações adversas. (USP, 2007). Introdução O Estudo da Estabilidade indicam o grau de estabilidade relativa de um produto nas variadas condições a que possa estar sujeito desde sua fabricação até o término de sua validade; Os testes devem ser feitos sob condições que permitam fornecer informações sobre a estabilidade do produto em menos tempo possível; Armazenadas em condições que acelerem mudanças passíveis de ocorrer durante o prazo de validade. ANVISA 2004). Introdução: Importância da estabilidade para as indústrias Desenvolvimento de um produto O primeiro formulador determina os efeitos da temperatura, luz, ar, pH, umidade e metais traço e, comumente utilizados excipientes ou solventes na ingredientes ativos; São formulados produtos apresentando diferentes doses, acondicionados em recipientes adequados, e armazenados sob diversas condições ambientais. Introdução: Importância da estabilidade para as indústrias Amostras do produto são analisadas em intervalos de tempo, mediante a concentração, observando-se a estabilidade; Tal estudo, em associação com os resultados clínicos e toxicológicos, permite que o fabricante selecionar melhor formulação e embalagem e atribuir condições recomendadas de armazenamento e prazo de validade para cada dosagem. (USP, 2007) Importância da estabilidade para as indústrias A indústria farmacêutica visa, além do lucro, obter produtos de acordo com as normas de saúde pública do país. No Brasil, a ANVISA é o órgão regulador e fiscalizador dos produtos de indústrias farmacêuticas e correlatos. A legislação prevê que para situações em que se observa desvio de qualidade a punição pode ser através do recolhimento do lote do produto e multa que varia de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão. Em casos extremos, o estabelecimento poderá ser interditado. (ANVISA, 2003). Introdução: Exemplos de desvio de qualidade 29 de outubro de 2004 Medicamento Coumadim (varfarina sódica) com desvio de qualidade são apreendidos. Apreensão de lote de medicamento da empresa Bristol- meyers Squibb farmacêutica. O produto apresentou coloração diferente do normal. 13 de janeiro de 2003 Anvisa suspende venda de creme dental por desvio de qualidade. Resultando em recolhimento de 2 lotes do produto. O produto apresentava reação de sensibilidade como inflamação e ardência. 11 de janeiro de 2006 Suspensão da fabricação, comercialização e uso do produto Neo Zinc (Sulfato de zinco). Constatada ocorrência de infecção associada ao uso do produto. Foi constatada a contaminação microbiológica. Introdução:Importância da estabilidade para o consumidor • Para muitos consumidores, ter medicamentos estocados em ambientes domiciliares, por parte do usuário, pode pareceruma questão de prevenção. (WHO, 2004) Mudanças na estabilidade podem gerar falha terapêutica e/ou problemas de intoxicação. (Carvalho, et al) Introdução: Importância da estabilidade para o consumidor Alterações como descoloração ou escurecimento devem ser motivos para desconfiança; A uniformidade de dose do ingrediente ativo deve ser assegurada com o tempo, pois alguns produtos são dispensados em embalagens de dosagem múltipla; O fármaco deve ter eficiência durante o tempo de validade esperado da preparação. Uma separação no sistema físico pode levar à não-disponibilidade do medicamento ao paciente. Carvalho et al • IMPORTÂNCIA: • SEGURANÇA DO PACIENTE – Toxicidade dos produtos de degradação; • OBRIGAÇÕES LEGAIS – Identidade do PA; – Potência; – Pureza; – Qualidade do medicamento; • MOTIVOS ECONÔMICOS – Má publicidade para o fabricante; – Reformulações levam a perdas financeiras elevadas. Introdução Introdução Estudo de Estabilidade = Objeto de registro sanitário (Perda de eficácia terapêutica, produtos de degradação tóxicos) (LEITE, 2005). (OMS) (European Agency for the Evolution of Medicinal Products) (Food and Drug Administration ) Harmonização Japão, USA e EU. “Brasil” 1991 – First International Conference on Harmonization (ICH1) 2004 – ANVISA – RE 398 2002 – ANVISA – RE 560 1999 - Resolução 391/99 1996 - Resolução GMC Nº 53/96 Década de 90 2003 - Stability Testing of New Drug Substances and Products – ICH (R2) 1991 – New Trends and Requirements – An International Symposium for the EU, USA and Japan. 1993 – Stability Testing of New Drug Substances and Products – (ICH2) 2005 – ANVISA – RE 01 Mês/ano Introdução Prazo de validade É o tempo que uma formulação leva desde sua produção até a sua atividade biológica ou química manter-se no nível pré-determinado e suas características físicas não mudarem deleteriamente, quando mantidas sob condições recomendadas. Introdução Estudo de estabilidade Definição de prazo de validade ANVISA, 2004 Especificação do prazo de validade Obs.: embalagem deve informar modo de armazenamento. Deve-se avaliar a qualidade e a estabilidade dos produtos terminados e, quando necessário, das matérias-primas, dos produtos intermediários e a granel. Descrição completa do produto envolvido no estudo; Parâmetros dos métodos de ensaio; Cronograma dos ensaios; Instrução sobre condição de armazenamento. ANVISA (2005) Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de Estabilidade de Medicamentos Importância do Estudo Parte da documentação necessária para registro e comercialização dos produtos (prazo de validade /ANVISA); Suporte ao Desenvolvimento de produtos (validação das formulações desenvolvidas); Vigilância Sanitária – “conjunto de ações capazes de prevenir, reduzir ou eliminar riscos à saúde”. “ A estabilidade de um produto deve ser determinada antes da comercialização e deve ser repetida após quaisquer mudanças significativas nos processos de produção, equipamentos, materiais de embalagem, etc.” Estudo de Estabilidade de Medicamentos Quando realizar o estudo? Estudos de pré-formulação; Seleção de excipientes; Desenvolvimento do processo; Avaliação de embalagem; • Alteração na formulação – RDC 48 de 2009; • Troca de fornecedores/fabricantes de matérias primas, especialmente do princípio ativo; Estudo de Estabilidade de Medicamentos Quando realizar o estudo? • Trocas ou modificações nas instalações físicas e nos sistemas de apoio, crítico da área da produção; • Alterações ou substituições de equipamentos que afetem a qualidade do produto; • Mudanças de tamanho de lotes; • Trocas ou modificações dos procedimentos de manutenção de limpeza dos equipamentos e da área de fabricação comprometidas com o produto; Estudo de Estabilidade de Medicamentos Quando realizar o estudo? • Modificações ou troca da embalagem primária e fechamento; • Troca de fornecedor de materiais da embalagem primária e fechamento sempre que modifiquem as características do material; • De forma periódica programada, como uma política de checagem da fabricação de um produto; • Quando houver alterações relevantes no processo de fabricação; • Estudos de acompanhamento. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de Estabilidade de Medicamentos Parâmetros para o estudo: Zonas Climáticas Segundo o ICH, o mundo é dividido em 4 zonas climáticas • Zona geograficamente delimitada de acordo com os critérios de temperatura e umidade; • O Brasil situa-se na Zona Climática IV (quente/úmida). Estudo de Estabilidade de Medicamentos http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br/dados.htm Temperatura Média Nacional 92% do Território - Zona tropical. Região sul e o sul de São Paulo - Zona temperada Precipitação X Temperatura Nort e Nordeste http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br/dados.htm Sudeste Precipitação X Temperatura http://www.climabrasileiro.hpg.ig.com.br/dados.htm Sul Centro Oeste Estudo de Estabilidade de medicamentos Tipos de Estudo: Estudo de Estabilidade Acelerada; Estudo de Estabilidade Longa duração; Estudo de Estabilidade de Acompanhamento. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estabilidade Acelerada: Projetado para acelerar a degradação em condições forçadas de armazenamento. Deve ser realizada a T e UR pré estabelecidos durante 6 meses, com análises em 0, 90 e 180 dias, para teor e produtos de degradação,dissolução e pH (quando aplicável). Estabilidade Longa Duração: Projetado para verificação das características um produto farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado; Estabelecer ou confirmar o prazo de validade e recomendar as condições de armazenamento; deve ser realizada a T e UH pré estabelecidos durante o período em que se pretende comprovar a estabilidade do produto. Monitoramento em 0, 3, 6, 9, 12, 18 e 24 meses para teor e produtos de degradação,dissolução e pH (quando aplicável). Estudo de Estabilidade de Medicamentos Acompanhamento (pós-registro): Estudo realizado para verificar que o produto farmacêutico mantém suas características físicas, químicas, biológicas, e microbiológicas conforme os resultados obtidos nos estudos de estabilidade de longa duração. Verificar condições de amostragem amostragem! Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de Estabilidade de Medicamentos Amostragem •Fins de registro e alterações pós-registroestudos de estabilidade acelerado e longa duração: um ou três lotes, de acordo com as normas legais e regulamentares pertinentes. •Lotes amostrados devem ser representativos do processo de fabricação, tanto em escala piloto quanto escala industrial. •Produtos cuja concentração do princípio ativo < de 0.99 miligramas/u. posológica, não serão permitidos lotes pilotos com quantitativos diferentes dos lotes industriais. Pós Registro: Amostragem a) Um lote anual, para produção acima de 15 lotes/ano; b) Um lote a cada 2 anos, produção abaixo de 15 lotes/ano.c) Para produtos com diferentes concentrações e formulações proporcionais, poderá ser utilizado como critério de escolha, aquele que apresentar o maior número de lotes/ ano. Prazo e Validade: Data limite para a utilização de um produto farmacêutico definida pelo fabricante, com base nos seus respectivos testes de estabilidade, mantidas as condições de armazenamento e transporte. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de Estabilidade de Medicamentos Desvio Teste Prazo de validade ≤ 5% Acelerado + longa duração (6 meses) Provisório 24 meses 5.1%≤desvio≤10% Acelerado Provisório 12 meses Obs.: O doseamento no momento zero não pode ultrapassar as especificações do produto de acordo com farmacopéias reconhecidas pela ANVISA. O prazo de validade deve ser confirmado mediante a apresentação de um estudo de estabilidade de longa duração executado por método farmacopéico ou validado. PRAZO DE VALIDADE Definitivo: Concedido após a apresentação do estudo de estabilidade de longa duração protocolado na forma de complementação de informação ao projeto Somente será aprovado relatório que apresentar variação de doseamento dos princípios ativos dentro das especificações farmacopeicas e/ou provenientes de validação do produto de acordo com o guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos (RE 899 de 2003), e mantidas as demais características do produto. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de Estabilidade de Medicamentos PRAZO DE VALIDADE Data limite para a utilização de um produto farmacêutico definida pelo fabricante, com base nos seus respectivos testes de estabilidade, mantidas as condições de armazenamento e transporte estabelecidos. PERÍODO DE UTILIZAÇÃO Data limite de uso do produto farmacêutico após sua abertura. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Sólidos: Descrição do produto com respectiva especificação da embalagem primária; Número do lote para cada lote envolvido no estudo; Descrição do fabricante dos princípios ativos utilizados; Aparência; Plano de estudo: material, métodos (desenho) e cronograma; Data de início do estudo; Teor do princípio ativo e método analítico correspondente ; Quantificação de produtos de degradação e método analítico correspondente; Limites microbianos; Dissolução; Dureza. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Líquidos Descrição do produto com respectiva especificação da embalagem primária; Número do lote para cada lote envolvido no estudo; Descrição do fabricante dos princípios ativos utilizados; Aparência; Plano de estudo: material, métodos (desenho) e cronograma; Data de início do estudo; Teor do princípio ativo e método analítico correspondente; Quantificação de produtos de degradação e método analítico correspondente; Limites microbianos; pH; Claridade em soluções (limpidez da solução); Perda de peso em líquidos de base aquosa; Suspensões Descrição do produto com respectiva especificação da embalagem primária; Número do lote para cada lote envolvido no estudo; Descrição do fabricante dos princípios ativos utilizados; Aparência; Plano de estudo: material, métodos (desenho) e cronograma; Data de início do estudo; Teor do princípio ativo e método analítico correspondente; Quantificação de produtos de degradação e método analítico correspondente ; Limites microbianos; pH; Sedimentação pós-agitação em suspensões; Perda de peso em suspensões de base aquosa; Estudo de Estabilidade de Medicamentos Estudo de estabilidade de Medicamentos Semi-sólidos (cremes e emulsões) Descrição do produto com respectiva especificação da embalagem primária; Número do lote para cada lote envolvido no estudo; Descrição do fabricante dos princípios ativos utilizados; Aparência; Plano de estudo: material, métodos (desenho) e cronograma; Data de início do estudo; Teor do princípio ativo e método analítico correspondente; Quantificação de produtos de degradação e método analítico correspondente; Limites microbianos; pH; Separação de fase em emulsões e cremes; Perda de peso em semi-sólidos de base aquosa. Forma Farmacêutica Condição de armazenamento Embalagem Temperatura e umidade Acelerado Temperatura e umidade Longa Duração Sólido 15°C -30°C Semi-permeável 40ºC 2ºC / 75% UR 5% UR 30ºC 2ºC / 75% UR 5% UR Sólido 15°C -30°C Impermeável 40ºC 2ºC 30ºC 2ºC Semi-sólido 15°C -30°C Semi-permeável 40ºC 2ºC / 75% UR 5% UR 30ºC 2ºC / 75% UR 5% UR Semi-sólido 15°C -30°C Impermeável 40ºC 2ºC 30ºC 2ºC Líquidos 15°C -30°C Semi-permeável 40ºC 2ºC / 75% UR 5% UR 30ºC 2ºC / 75% UR 5% UR Líquidos 15°C -30°C Impermeável 40ºC 2ºC 30ºC 2ºC Gases 15°C -30°C Impermeável 40ºC 2ºC 30ºC 2ºC Todas as formas farmacêuticas 2°C - 8°C Impermeável 25ºC 2ºC 5ºC 3ºC Todas as formas farmacêuticas 2°C - 8°C Semi-permeável 25ºC 2ºC / 60 % UR 5% UR 5ºC 3ºC Todas as formas farmacêuticas -20 °C Todas - 20ºC 5ºC - 20ºC 5ºC Estudo de Estabilidade de Medicamentos Enviar especificação do material de embalagem, fornecida pelo fabricante, atestando sua impermeabilidade; Embora o vidro seja impermeável, a embalagem primária (frasco + tampa de borracha) não o é, portanto, os estudos devem ser conduzidos em umidade, conforme RE nº 1 Câmaras Climáticas Câmara Climática do tipo “walkin” – Quarto Estufa Câmaras Climáticas Acesso Parte interna Fotólise Condições para ocorrência de fotólise; Grupos sensíveis: nitro, cetona, sulfona, dupla e tríplice ligação; Resultado da ação da luz; Como reduzir esse fator? Proteção da luz (armazenar ao abrigo da luz) Estudo de Estabilidade de Medicamentos Fonte Absorção Excitação Calor Colisão Rearranjos e quebras de ligações Estudo de Estabilidade de Medicamentos O teste tem como objetivo demonstrar que uma exposição à luz não resulta em alterações significantes no produto. Recomendação ICH São recomendados testes em: a) Produto exposto b) Produto em sua embalagem primária Em alguns produtos onde tem sido demonstrado que a embalagem primária é completamente Fotoprotetora, tais como: tubos de alumínio ou enlatados; os testes não precisam ser realizados, mediante levantamento bibliográfico, demonstrando que os componentes da formulação não apresentam problemas de fotoestabilidade. Este produto será isento do estudo. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Ensaio Fotoestabilidade Recomendação ICH Opção 1 – qualquer fonte de luz projetada para produzir saídas similares aos padrões de emissão D65 / ID65 (Luz do dia/Luz indireta) (ISO10977 1993) Ex.: Lâmpadas fluorescentes combinando UV-visível e lâmpadas de Xenônio ou haletos metálicos Opção 2 – exposição da amostra às lâmpadas de UV-próximo e fluorescente branca * Actinômetro químico de quinina: Este sistema descreve um procedimento para monitorar a exposição de uma amostra a uma lâmpada de UV-próximo. Os Estudos de Longa Duração e de Estabilidade Acelerada não comprovam fotoestabilidade; Embora o comprimido seja revestido, a empresa deve enviar os estudos de fotoestabilidade, conforme Resolução RE nº1; O fato do comprimido ser revestido não o isenta de ser submetidoao estudo de fotoestabilidade, visto que a eficiência desse revestimento deve ser testada. Estudo de Estabilidade de Medicamentos Produtos de Degradação Produtos de Degradação ANVISA O método analítico empregado deve apresentar especificidade e sensibilidade para os produtos de degradação eventualmente formados não sendo, necessariamente o mesmo empregado no teste de determinação de teor; O método deve ser validado em presença dos sub-produtos e/ou produtos de degradação; Na ausência de padrões, O produto pode ser submetido a condições estresse (luz, calor, umidade, hidrólise e oxidação) para gerar os produtos de degradação; Métodos Cromatográficos, CLAE e espectrofotométricos garantir: Separação; Identificação; Quantificação. Produtos de Degradação Causas Principais Hidrólise Oxidação Isomerização Decomposição fotoquímica Produtos de Degradação Hidrólise Amidas (Albendazol) Imidas (talidomida) Ésteres (aceclofenado) Lactonas (ácido Ascórbico) Carbamatos (carbamazepin a) Lactamas (ampicilina) N H N S H3C NH OCH3 O NH ClCl O O COOH N NH2O N O O NH O O O O HO OH HC CH2OH OH N S HH O N H O CH3 CH3 COOH NH2 Produtos de Degradação Oxidação -A oxidação envolve a remoção de um átomo eletropositivo, radical ou eletron, ou a adição de um átomo eletronegativo ou radical. - Ocorre na presença de oxigênio, luz, metais, série de reações em cadeia mediadas por radicais livres. A presença de metais pesados servem de catalisadores para essa reação degradativa. Produtos de degradação -Oxidação do ácido Ascórbico -Compostos fenólicos Morfina e fenilefrina -Catecolaminas dopamina e acetilcolina - Esteróides - Antibióticos -Vitaminas - Ácidos graxos Produtos de degradação Oxidação Prevenção Alta pureza da água ou outros solventes a fim de evitar Cu2+ e Fe2+, idem inerente à tanques, tubulações, utensílios, etc; Uso de antioxidantes tipo: metabissulfito de sódio, bissulfito de sódio, ácido ascórbico, butilhidroxitolueno (BHT) entre outros. Produtos de degradação Isomerização É o processo de conversão de uma droga em seus isômeros óticos ou geométricos; - Isomerização Tetraciclina em meio ácido: OH O OH OH O NH2 O OH N CH3 H H3C H HO CH3 Produtos de Degradação Decomposição fotoquímica: -Isomerização; -Polimerização; -Ciclização. Prevenção -Absoluto rigor na ausência de luz do sol que traz junto luz ultravioleta de maior energia. -Trabalhar com luz amarela. -Uso de embalagem âmbar ou opaca -Revestimento comprimidos Exemplo Maleato de Enalapril ESTABILIDADE ENALAPRIL Maleato de Enalapril (Renitec) • Maleato de Enalapril • Pró-fármaco Absorvido • Na corrente circulatória é hidrolizado Formação do metabólito • Enalaprilato Ação Farmacológica LIMA DM, el al 2008 ESTABILIDADE ENALAPRIL N H O H O CH3 CH3 H N O OH O HO O O OH Maleato de Enalapril N H HO H O CH3 H N O OH O Enalaprilato • LIMA DM, el al 2008 ESTABILIDADE ENALAPRIL O maleato de enalapril é utilizado nas formulações sólidas de liberação imediata por apresentar uma absorção oral superior ao enalaprilato Enquanto o enalapril apresenta após administração oral uma absorção em torno de 55 a 75%, uma preparação de enalaprilato é absorvida apenas 3 a 12% LIMA DM, el al 2008 ESTABILIDADE ENALAPRIL Alguns estudos indicam que a estabilidade dos comprimidos de maleato de enalapril pode ser afetada quando são expostos a altas temperaturas e umidade, sendo observada a formação de dois produtos de degradação: enalaprilato, por hidrólise e dicetopiperazina, por ciclização intramolecular. ESTABILIDADE ENALAPRIL N H O H O CH3 CH3 H N O OH O HO O O OH N H HO H O CH3 H N O OH O N H3C N H O O H O O Dicetopiperazina Enalaprilato Maleato de enalapril • PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO DO MALEATO DE ENALAPRIL Maleato de Enalapril hidrólise ciclização intramolecular ENALAPRILATO DICETOPIPERAZINA Temperatura Umidade Estudo da estabilidade e do perfil de liberação de comprimidos de maleato de enalapril e determinação da concentração plasmática em pacientes Dione Marçal Lima. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE. Fevereiro de 2008. Estabilidade Enalapril in vitro Teor de enalapril determinado nas diferentes especialidades farmacêuticas (comprimidos de 20 mg) em estudo durante o ensaio de estabilidade nos tempos 0, 30, 90 e 180 dias (estudo acelerado) ESTABILIDADE ENALAPRIL Em estudo realizado por OMARI, et al 2001, a estabilidade e a via de degradação da maleato de enalapril sozinho ou na presença excipientes (na forma de comprimidos)foram investigada sob condições de estresse (mantidos por 2 horas sob uma temperatura de 100oC e umidade relativa Maior que 90%). Alguns diluentes/excipientes por possuírem natureza higroscópica, podem fornecer condições de umidade suficientes para provocar reações químicas e físicas alterando o produto farmacêutico. Tabela: Degradação do Maleato de enalapril(droga) e preparações com excipientes quando estocado em diferentes condições de estresse Importante !!!!! Estudo de estabilidade Prazo de validade do produto fechado Estudo de Estabilidade do IFA (RDC no 45 de 2012) ≠ Estudo de estabilidade de medicamentos (RE no 1 de 2005) Obrigada! Contato: liahamaral@hotmail.com
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