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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA AULA 2 João Alfredo Lopes Nyegray 2 CONVERSA INICIAL Você já parou para pensar em quantos países existem no mundo? Atualmente, são pelo menos 200. Cada um desses países possui seus costumes e suas leis. Nada mais natural, não é mesmo? Agora, vamos pensar o seguinte: um brasileiro propõe negócio a um argentino, via internet. O argentino aceita, e ambos começam a fazer negócio. Caso algum problema aconteça com esse negócio, qual lei é aplicável ao caso — a lei brasileira ou a lei argentina? Essa discussão refere-se à aplicabilidade do direito no tempo e no espaço. Quando falamos em espaço, referimo-nos aqui não ao espaço sideral, onde estão estrelas, asteroides e planetas, mas ao espaço enquanto território de uma determinada nação. Se um negócio foi realizado via internet, a lei de qual país deve ser aplicada? Quem nos ajuda a entender essa questão é a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, o Decreto-Lei n. 4.657/1942. Em seu art. 9º, essa lei diz que para qualificar e reger as obrigações, será aplicada a lei do país em que se constituírem. Um outro ponto importante a esse respeito está no art. 12: é competente a autoridade judiciária brasileira quando o réu for domiciliado no Brasil ou quando aqui tiver de ser cumprida a obrigação. Está vendo? Ainda que existam tantas leis e tantos sistemas jurídicos pelo mundo, o nosso direito nos auxilia a entender melhor como as leis devem ser aplicadas. Esse raciocínio é de extrema importância para aqueles que trabalham na área do comércio exterior. CONTEXTUALIZANDO Você certamente já viu aqueles filmes policiais onde há algum tipo de confronto de jurisdições. Um investigador diz ao outro que isso ou aquilo “não está na sua jurisdição” ou que “isso é de minha jurisdição”. Mas o que quer dizer isso? Bem, jurisdição significa pura e simplesmente “dizer o direito”. Não no sentido de dizer quais leis são ou não aplicáveis, mas no sentido de qual entidade proclama quais normas. Infelizmente, é frequente vermos em campanhas para vereadores, deputados estaduais e deputados federais candidatos fazendo promessas fora de sua área de jurisdição. Por exemplo: vereadores prometem mudar o tempo 3 de contribuição para a aposentadoria e deputados federais prometem diminuir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre algo ou alguma coisa. Isso é possível? Não! O Instituto Nacional de do Seguro Social (INSS) é um órgão federal, então só pode ser regulamentado por leis federais. Por outro lado, o ICMS é de competência estadual, e só pode ser alterado por leis estaduais criadas pelos deputados estaduais e aprovadas pelas assembleias legislativas. E para o comércio exterior, qual a jurisdição que importa? Primordialmente, a jurisdição federal. É o que nos diz o regulamento aduaneiro: Art. 3º A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e abrange: I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local: a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. (Brasil, 2009) Ou seja, toda a mercadoria em trâmite de chegada ou saída de nosso país deve obedecer estritamente às regras aduaneiras não só estabelecidas pela Receita Federal, mas também nos regulamentos e leis de nosso país. Esse é um dos conteúdos desta aula! Saiba mais Você sabe dizer que tipo de lei os estados e municípios têm jurisdição para criar? TEMA 1 – JURISDIÇÃO ADUANEIRA Agora que você já sabe que jurisdição é o poder ou a competência para dizer o direito aplicável a um caso concreto, precisa saber qual é a jurisdição aduaneira. Você já viu também que o país se divide em duas zonas: a primária e a secundária, conforme estabelece o regulamento aduaneiro. É na zona primária que existe demarcação da autoridade aduaneira para que ali ocorram os atos fiscalizatórios da Receita Federal. No entanto, quando seguimos a leitura do regulamento aduaneiro buscando conhecer mais sobre a jurisdição aduaneira, deparamo-nos com o art. 5º (Brasil, 2009), vejamos: 4 Art. 5º Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro: I - estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados; II - ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele destinados. E o que podemos concluir a partir disso? Podemos concluir que, nas zonas primárias, existem os chamados recintos alfandegados, que são justamente o local onde as operações de comércio exterior ocorrem: embarques, desembarques, operações de carga e afins. Como poderíamos definir uma área alfandegada? Como “o local onde deve ser realizado o trabalho aduaneiro de controle fiscal de mercadorias, de modo a concentrar e otimizar a fiscalização aduaneira” (Werneck, 2009, p. 40). É nessas áreas que ocorre o trânsito internacional de veículos e transportadores, e quem declara um local como alfandegado é a Receita Federal e as demais autoridades federais, como manda o regulamento aduaneiro: “Art. 6º O alfandegamento de portos, aeroportos ou pontos de fronteira será precedido da respectiva habilitação ao tráfego internacional pelas autoridades competentes em matéria de transporte” (Brasil, 2009). Nesses locais alfandegados ocorrerão procedimentos e operações aduaneiras variadas. No entanto, não é porque um local é alfandegado que toda operação aduaneira pode ocorrer ali. Por exemplo: dificilmente você verá um navio cargueiro no interior do país. É essa a conclusão do Regulamento Aduaneiro: “Art. 7º O ato que declarar o alfandegamento estabelecerá as operações aduaneiras autorizadas e os termos, limites e condições para sua execução” (Brasil, 2009). Um outro ponto muito importante em relação à jurisdição aduaneira está no art. 8 do Regulamento Aduaneiro (Brasil, 2009): “Art. 8º Somente nos portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados poderá efetuar-se a entrada ou a saída de mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas”. Ou seja: o alfandegamento de um determinado local é muitíssimo importante, pois somente em locais alfandegados poderão ocorrer operações e movimentações internacionais. E o que mais você deve saber sobre jurisdição aduaneira? Vejamos mais um ponto importante do Regulamento Aduaneiro: 5 Art. 9º Os recintos alfandegados serão assim declarados pela autoridade aduaneira competente, na zona primária ou na zona secundária, a fim de que neles possam ocorrer, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de: I - mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial; II - bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados; e III - remessas postais internacionais. (Brasil, 2009) “Espere aí, professor!”, você deve estar pensando... O caput do artigo diz que podem ser declarados alfandegados locais na zona secundária, sendo que apenas as zonas primárias são pontos de fronteira ou de movimentação internacional de pessoasou mercadorias. Como pode a zona secundária ser alfandegada? Isso acontece porque existem, mesmo na zona secundária, recintos especiais onde se preparam e separam cargas que terão destino internacional. São os chamados “portos secos”. Novamente, vamos ao Regulamento Aduaneiro: Art. 11. Portos secos são recintos alfandegados de uso público nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. [...] § 2º Os portos secos poderão ser autorizados a operar com carga de importação, de exportação ou ambas, tendo em vista as necessidades e condições locais. (Brasil, 2009) E por qual razão existem os portos secos? Na grande maioria de casos, a zona primária é muito congestionada, e por isso fica complicado manter fiscalizações apenas ali. Assim, surgem os portos secos, “cujos objetivos são desafogar essas unidades de zona primária e interiorizar o despacho aduaneiro, levando-o para locais mais próximos aos estabelecimentos dos importadores e exportadores” (Luz, 2013, 73). Além disso, muitas regiões do interior do país, desprovidas de portos, são importantes centros produtivos de produtos diversos. Essas regiões precisam de opções para também atuarem no comércio exterior: Se não houvesse um porto seco no seu estado, o importador teria de se deslocar ao Rio de Janeiro ou contratar um despachante aduaneiro para apresentar os documentos à Receita Federal e assistir à verificação da mercadoria. [...] Como a mercadoria já irá mesmo viajar para Goiás, por que não proceder o despacho aduaneiro naquele estado? (Luz, 2013, p. 73). Assim, a jurisdição aduaneira é todo o país, sendo que na zona primária ou na zona secundária alfandegada é onde ocorre movimentação de cargas com destino ao exterior. E você sabe o que acontece de importante na zona primária 6 e nos locais alfandegados? O controle aduaneiro, que você verá na próxima parte da aula! Saiba mais Leia o capítulo 3 da seguinte obra: NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. Acesso em: 3 jul. 2017. TEMA 2 – RECEITA FEDERAL COMO ÓRGÃO AUTORIZADOR/REGULADOR DA ADUANA Até aqui você aprendeu o que é jurisdição, quais são as zonas aduaneiras do país e também que o Regulamento Aduaneiro é uma importante fonte de normas para o comércio exterior. E qual é, afinal, o papel da Receita Federal nesse cenário? A Receita Federal é um órgão com múltiplas atribuições. Dentro do Brasil, a Receita possui uma competência tributária muito conhecida dos brasileiros: é a ela que devemos entregar nossa declaração de imposto de renda, solicitar nosso Cadastro de Pessoa Física (CPF) e ainda passar por alguns outros procedimentos administrativos tutelados por um ramo específico do direito. Por outro lado, a Secretaria da Receita Federal possui também uma competência aduaneira. É por conta dessa competência que a Receita atua como mediadora do comércio exterior brasileiro. Um dos primeiros pontos que a coloca como órgão autorizador e regulador da aduana é a habilitação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). A partir do momento em que a empresa já está devidamente habilitada no sistema, com login e senha, ela pode iniciar seus despachos de exportação. A esse respeito, diz o Regulamento Aduaneiro em seu art. 580 (Brasil, 2009) que Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior. Assim, a Receita Federal atua como reguladora dessa importante atividade, uma vez que verifica a exatidão dos dados declarados. Nessa atividade tem-se o destaque da competência aduaneira. Esse controle é muito 7 importante, uma vez que envolve questões diretamente relacionadas à saúde pública e à segurança nacional, como o próprio Regulamento Aduaneiro faz questão de destacar: Art. 597 Estão sujeitos a controle e fiscalização, na forma prevista neste artigo, observado o disposto na legislação específica, a importação, a exportação, a reexportação, o transporte, a distribuição, a transferência e a cessão de produtos químicos que possam ser utilizados como insumo na elaboração de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem dependência física ou psíquica. (Brasil, 2009) O mesmo cuidado vale para as importações. Uma vez feita a habilitação da empresa no Siscomex, pode-se iniciar os despachos de importação, que recebem um tratamento um pouco mais rígido. Vejamos, novamente, o que manda o Regulamento Aduaneiro: Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica. Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. (Brasil, 2009) Segundo consta no site da Receita Federal, O despacho de importação poderá ser efetuado em zona primária ou em zona secundária. Tem-se por iniciado o despacho de importação na data do registro da declaração de importação. O registro da declaração de importação consiste em sua numeração pela RFB, por meio do Siscomex. (Brasil, 2017) E o que podemos concluir a partir dessas atividades na importação e também na exportação? Bem, a conclusão inicial é de que, dentro da competência aduaneira, a Receita possui uma clara atuação mediadora e reguladora das atividades comerciais exteriores do país. Como vimos anteriormente, trata-se de atividade de interesse nacional, uma vez que várias situações de perigo, saúde e defesa industrial estão em jogo. No entanto, a Receita não atua apenas fiscalizando as importações e exportações para arrecadar tributos, resguardar a saúde pública e proteger a indústria nacional. Via de regra, todas as importações são tributadas. No entanto, algumas das importações aderem aos chamados regimes aduaneiros especiais. Ainda que esse seja um dos temas futuros de nossas aulas, pode-se adiantar que, nesses regimes, as importações não são tributadas se não se destinarem ao mercado brasileiro. O mesmo vale para importações que apenas são o 8 retorno ao Brasil de uma mercadoria nacional que, por algum motivo, foi para o exterior. Perceba: não há como generalizar, uma vez que casos específicos merecem atenção específica por parte do profissional! Saiba mais Leia o capítulo 3 da seguinte obra: NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. Acesso em: 3 jul. 2017. Assista ao vídeo “Conheça a Receita Federal”, disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=S8WRqfe6bIU>. Confira um fluxograma do despacho de exportação acessando o link: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de- exportacao/topicos/procedimentos- preliminares/FluxodoDespachodeExportao.PNG>. TEMA 3 – CONTROLE ADUANEIRO Para exercer com o devido cuidado sua atividade, a Receita Federal possui necessidades e autorizações específicas. Antesde mais nada, vamos ver o que o Regulamento Aduaneiro fala a respeito do controle aduaneiro: Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro. (Brasil, 2009) Isso significa que a administração aduaneira compreende o controle sobre o comércio exterior, o que ocorre em todo território aduaneiro. Você já aprendeu que todo o território nacional é território aduaneiro, dividido em zona primária e secundária. Nesses locais ocorre o dito controle. Como já dissemos, não se controlam apenas pessoas e mercadorias, mas cuida-se também de “mercadorias falsificadas, proibidas ou que possam trazer riscos à vida e à saúde” (Luz, 2013, p. 62). 9 E como isso funciona? Tudo começa com o controle aduaneiro dos veículos, que levam e trazem justamente pessoas e mercadorias. Mais uma vez, vejamos o Regulamento Aduaneiro: Art. 26. A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados só poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado. § 1º O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens existentes a bordo, inclusive a bagagens de viajantes. (Brasil, 2009) O caput ou cabeçalho do artigo não nos traz nenhuma novidade, uma vez que já aprendemos que somente pode ocorrer entrada e saída de veículos em ponto alfandegado, ou seja, zona primária. A novidade é, na verdade, o parágrafo primeiro. E o que esse pedaço da lei significa? Bem, quer dizer que os veículos que vem e vão do exterior são fiscalizados do momento em que ingressam em nosso território até o momento em que saem do país, seja em relação às mercadorias que trazem, seja em relação às pessoas que vêm nele. Vejamos o que mais diz o Regulamento Aduaneiro: Art. 27. É proibido ao condutor de veículo procedente do exterior ou a ele destinado: I - estacionar ou efetuar operações de carga ou descarga de mercadoria, inclusive transbordo, fora de local habilitado; II - trafegar no território aduaneiro em situação ilegal quanto às normas reguladoras do transporte internacional correspondente à sua espécie; e III - desviá-lo da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, sem motivo justificado. Art. 28. É proibido ao condutor do veículo colocá-lo nas proximidades de outro, sendo um deles procedente do exterior ou a ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou mercadoria, sem observância das normas de controle aduaneiro. (Brasil, 2009) E quais as razões de ser dessas normas todas? Evitar que mercadorias proibidas, não tributadas, ou em situação irregular entrem em território nacional. O que acontece se a Receita Federal desconfia de alguma atividade potencialmente suspeita? A resposta está no próprio Regulamento Aduaneiro: Art. 31. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. [...] Art. 34. A autoridade aduaneira poderá proceder a buscas em qualquer veículo para prevenir e reprimir a ocorrência de infração à legislação aduaneira, inclusive em momento anterior à prestação das informações referidas no art. 31 Ou seja, caso haja desconfiança por parte dos agentes e auditores da Receita, eles podem inspecionar os veículos e as bagagens das pessoas. Essa 10 fiscalização toda, no entanto, não vale apenas para veículos e pessoas. Vale também para mercadorias, como manda o Regulamento Aduaneiro: Art. 41. A mercadoria procedente do exterior, transportada por qualquer via, será registrada em manifesto de carga ou em outras declarações de efeito equivalente (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 39, caput). Art. 42. O responsável pelo veículo apresentará à autoridade aduaneira, na forma e no momento estabelecidos em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o manifesto de carga, com cópia dos conhecimentos correspondentes, e a lista de sobressalentes e provisões de bordo. (Brasil, 2009) Assim, tudo aquilo que chega em nosso país deve ter registro das autoridades transportadoras. É o que se chama de manifesto de carga. O manifesto de carga é um documento que registra tudo aquilo que está vindo ao país procedente do exterior. Esse manifesto não pode ser feito de qualquer jeito, ele precisa ter algumas características específicas, a saber: Art. 44. O manifesto de carga conterá: I - a identificação do veículo e sua nacionalidade; II - o local de embarque e o de destino das cargas; III - o número de cada conhecimento; IV - a quantidade, a espécie, as marcas, o número e o peso dos volumes; V - a natureza das mercadorias; VI - o consignatário de cada partida; VII - a data do seu encerramento; e VIII - o nome e a assinatura do responsável pelo veículo. O que acontece se, depois de fechado o manifesto, o transportador receber uma mercadoria a mais? Nesse caso observa-se a regra do art. 45 do Regulamento Aduaneiro: “Art. 45. A carga eventualmente embarcada após o encerramento do manifesto será incluída em manifesto complementar, que deverá conter as mesmas informações previstas no art. 44” (Brasil, 2009). Todas essas regras e mandamentos estão diretamente ligados ao controle aduaneiro. Esse controle tem uma outra razão de ser, além daquelas já expostas aqui: garantir que mercadorias provenientes do exterior sejam devidamente tributadas. É isso que veremos na próxima parte! Saiba mais Leia o capítulo 3 da seguinte obra: NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. Acesso em: 3 jul. 2017. 11 TEMA 4 – CONTROLE ADUANEIRO E TRIBUTAÇÃO NO COMEX Você aprendeu anteriormente que o controle aduaneiro ocorre de diversas maneiras nos pontos alfandegados da zona primária e da secundária. Nesses casos, controlam-se e fiscalizam-se mercadorias, veículos e pessoas provenientes do exterior ou a ele destinadas. A ideia é analisar se esse trânsito transfronteiriço está ocorrendo de acordo com as leis do nosso país. Existe, além disso tudo, a necessidade de verificar se as importações e exportações estão com seus tributos devidamente quitados. Trata-se, no caso das importações, do despacho aduaneiro de importação, regulado também pelo Regulamento Aduaneiro: Art. 542. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação específica. Art. 543. Toda mercadoria procedente do exterior, importada a título definitivo ou não, sujeita ou não ao pagamento do imposto de importação, deverá ser submetida a despacho de importação, que será realizado com base em declaração apresentada à unidade aduaneira sob cujo controle estiver a mercadoria. (Brasil, 2009) Esse procedimento, como não poderia deixar de ser, inicia-se com o preenchimento da declaração de importação no Siscomex. Esse procedimento possui várias etapas, relacionadas abaixo: O despacho aduaneiro de importação é um processo, pois constitui-se de várias etapas. São elas: Registro da Declaração de Importação no Siscomex; Parametrização da Declaração de Importação; Recepção dos documentos; Distribuição; Conferência aduaneira; Desembaraço. (Nyegray, 2016, p. 89) Jávimos que o Registro da Declaração de Importação no Siscomex refere-se ao preenchimento do sistema. No que consiste essa etapa? É o Regulamento Aduaneiro que responde esse questionamento: Art. 551. A declaração de importação é o documento base do despacho de importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 44, com a redação dada pelo Decreto-Lei no 2.472, de 1988, art. 2º). § 1º A declaração de importação deverá conter: I - a identificação do importador; e II - a identificação, a classificação, o valor aduaneiro e a origem da mercadoria. § 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá: I - exigir, na declaração de importação, outras informações, inclusive as destinadas a estatísticas de comércio exterior; e II - estabelecer diferentes tipos de apresentação da declaração de importação, apropriados à natureza dos despachos, ou a situações específicas em relação à mercadoria ou a seu tratamento tributário. Art. 552. A retificação da declaração de importação, mediante alteração das informações prestadas, ou inclusão de outras, será feita pelo 12 importador ou pela autoridade aduaneira, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Brasil, 2009) O que se listou anteriormente são os componentes básicos da Declaração de Importação, que deverão constar no Siscomex. Não se preocupe agora em entender classificação e valor aduaneiro, pois esses serão temas da próxima aula. Vejamos o que mais precisa ser feito para o controle aduaneiro e a tributação: trata-se da parametrização. E o que significa parametrização da declaração de importação? A parametrização da importação é uma etapa do processo de conferência aduaneira. Após o preenchimento do Siscomex, ela destina as importações a algum dos chamados canais de parametrização. Essa regra consta na Instrução Normativa 680 de 2006 da Secretaria da Receita Federal: Art. 21. Após o registro, a DI será submetida a análise fiscal e selecionada para um dos seguintes canais de conferência aduaneira: I - verde, pelo qual o sistema registrará o desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental e a verificação da mercadoria; II - amarelo, pelo qual será realizado o exame documental, e, não sendo constatada irregularidade, efetuado o desembaraço aduaneiro, dispensada a verificação da mercadoria; III - vermelho, pelo qual a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame documental e da verificação da mercadoria; e IV - cinza, pelo qual será realizado o exame documental, a verificação da mercadoria e a aplicação de procedimento especial de controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da mercadoria, conforme estabelecido em norma específica. (Brasil, 2006) Esse cuidado todo é para que as autoridades tenham certeza de que as mercadorias que estão chegando ao país seguem justamente as regras aduaneiras, sem que nada ilícito esteja na carga. O sorteio do canal para o qual vai a mercadoria é aleatório. No entanto, se uma determinada empresa possui histórico de atuação duvidosa, suas importações serão quase que automaticamente destinadas ao canal cinza. Esses são os procedimentos de conferência aduaneira, conforme manda o Regulamento Aduaneiro: Art. 564. A conferência aduaneira na importação tem por finalidade identificar o importador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da importação. (Brasil, 2009) E existem canais de parametrização na exportação também? Sim! Na verdade, existe também o procedimento de Declaração e Despacho de Exportação: 13 Art. 580. Despacho de exportação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior. Art. 581. Toda mercadoria destinada ao exterior, inclusive a reexportada, está sujeita a despacho de exportação, com as exceções estabelecidas na legislação específica. (Brasil, 2009) Tal qual ocorre na importação, para as exportações também ocorre a conferência aduaneira: Art. 589. A conferência aduaneira na exportação tem por finalidade identificar o exportador, verificar a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e preço, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações, fiscais e outras, exigíveis em razão da exportação. (Brasil, 2009) Uma possível diferença que poderíamos apontar entre o controle aduaneiro na exportação e na importação reside nos canais de parametrização. A diferença, nesse caso, é a cor dos canais: verde (desembaraço automático), laranja (verificação documental) e vermelho (verificação física e documental). No caso das exportações não existe o canal cinza, mas existe o canal azul. Esse canal destina-se a empresas exportadoras de patrimônio superior a R$ 20 milhões, sem pendências com a Receita Federal, com pelo menos dois anos de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e com exportações anuais iguais ou superiores a 10 milhões de dólares. O canal azul pressupõe a liberação automática da mercadoria para embarque ao exterior. Você conseguiu perceber que as importações sofrem um controle um pouco mais rígido? Isso se deve ao fato de que praticamente todas as importações são tributadas, o que não ocorre com as exportações. Não faz sentido tributar uma exportação, sendo que ela trará dinheiro e empregos ao país. Não se preocupe: oportunamente veremos como são os tributos no comércio exterior! Saiba mais Leia o capítulo 3 da seguinte obra: NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. Acesso em: 3 jul. 2017. 14 TEMA 5 – RESTRIÇÃO DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO PELOS ÓRGÃOS INTERVENIENTES Vimos anteriormente que as importações e exportações contam com instituições intervenientes. É o caso dos ministérios e autarquias, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ou a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Essas e outras instituições elaboram pareceres técnicos com regras e procedimentos que devem ser cumpridos pelos importadores e exportadores que buscam trazer ou enviar certos produtos. Em primeiro lugar, quais produtos cuja importação é proibida? Vejamos o Regulamento Aduaneiro: “Art. 600. É vedada a importação de cigarros de marca que não seja comercializada no país de origem” (Brasil, 2009) Qual a razão dessa proibição? O fato de que cigarros não comercializados no Brasil e não fiscalizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pelo Ministério da Saúde podem conter certas substâncias não permitidas em nosso país. A proibição também vale para a comercialização de cigarros destinados para a exportação: Art. 603. Os cigarros destinados à exportação não poderão ser vendidos nem expostos à venda no País, sendo o fabricante obrigado a imprimir, tipograficamente ou por meio de etiqueta, nas embalagens de cada maço ou carteira de vinte unidades, bem como nos pacotes e em outros envoltórios que as contenham, em caracteres visíveis, o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. (Brasil, 2009) Nesse caso, a razão da proibição é outra: é o fato de que as exportações não são tributadas. Os cigarros em nosso mercado doméstico possuem uma alta tributação, o que fazcom que sejam propositalmente caros. O interesse do governo em encarecer o preço dos cigarros tem intenção de frear o consumo através de um preço proibitivo. Assim, se os cigarros destinados à exportação não têm tributos, eles são muito baratos, o que estimularia o consumo desenfreado de algo que faz mal. Por isso é proibido vender ou expor à venda esse item. Ainda no que se refere aos cigarros ou produtos fumígeros, a Lei 12.921 de 2013 estabelece outra proibição: Art. 1º Fica proibida a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição e a propaganda, em todo o território nacional, de produtos de qualquer natureza, bem como embalagens, destinados ao público infanto-juvenil, reproduzindo a forma de cigarros ou similares. (Brasil, 2013) Qual a intenção dessa lei? Não estimular crianças e jovens a adquirir um vício tão maléfico. 15 Proibições semelhantes ocorrem para mercadorias falsificadas: Art. 605. Poderão ser retidos, de ofício ou a requerimento do interessado, pela autoridade aduaneira, no curso da conferência aduaneira, os produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas, ou que apresentem falsa indicação de procedência. (Brasil, 2009) Essas mercadorias são apreendidas pela Receita e, quando for o caso, destruídas de alguma forma. A lista de proibições continua no Regulamento Aduaneiro: “Art. 611. É vedada a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir” (Brasil, 2009). Isso se dá para desestimular a criação do que se chama de cultura de violência. Outro motivo é a frequência com que armas de brinquedo são utilizadas para a prática de crimes, como assalto e sequestro. Como a vítima poderia dizer se a dita arma é verdadeira ou não? Pela dúvida, melhor que se proíba. Outras proibições referem-se a produtos químicos: Art. 619-A. É proibida a importação, a exportação e o armazenamento de diclorodifeniltricloretano (DDT); [...] Art. 636-A. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal ou à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação. (Brasil, 2009) Em ambos os casos as proibições possuem razões ambientais como suas principais motivadoras. E quais são os casos nos quais autorizações prévias são necessárias? Veja: Art. 615. A importação e a exportação de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos, bem como produtos de higiene, cosméticos, perfumes, saneantes domissanitários, produtos destinados à correção estética e outros de natureza e finalidade semelhantes, será permitida apenas às empresas e estabelecimentos autorizados pelo Ministério da Saúde e licenciados pelo órgão sanitário competente. [...] Art. 616. Os organismos geneticamente modificados e seus derivados destinados a pesquisa ou a uso comercial só poderão ser importados ou exportados após autorização ou em observância às normas estabelecidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança ou pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização. [...] Art. 619. Os agrotóxicos, seus componentes e afins só poderão ser importados ou exportados se previamente registrados em órgão federal, de acordo com as diretrizes e as exigências dos órgãos federais responsáveis pelos setores da saúde, do meio ambiente e da agricultura. [...] Art. 620. Nenhuma espécie animal da fauna silvestre, assim considerada os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, 16 poderá ser introduzida no País sem parecer técnico e licença expedida pelo Ministério do Meio Ambiente. [...] Art. 624. É proibida a exportação de cavalos importados para fins de reprodução, salvo quando tiverem permanecido no País, como reprodutores, durante o prazo mínimo de três anos consecutivos. [...] Art. 626. Nenhum objeto que apresente interesse arqueológico ou pré- histórico, numismático ou artístico poderá ser transferido para o exterior, sem licença expressa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. (Brasil, 2009) Essa lista de proibições ainda vai longe, e se aplica a obras de arte, livros e artigos bibliográficos históricos, diamantes brutos e uma série de outros itens que possuem restrição de importação e exportação. Materiais usados são, também, proibidos de importação, com algumas exceções, conforme a Portaria n. 23/2011 do Secex: Art. 41. Serão autorizadas importações de máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos, ferramentas, moldes e contêineres para utilização como unidade de carga, na condição de usados, desde que não sejam produzidos no País, ou não possam ser substituídos por outros, atualmente fabricados no território nacional, capazes de atender aos fins a que se destina o material a ser importado. (Brasil, 2011) Perceba: cada caso é um caso e não se pode generalizar. Ao trabalhar com comércio exterior, você deverá estar preparado para se atualizar constantemente! Saiba mais Leia o capítulo 3 da seguinte obra: NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em: <http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788559720518>. Acesso em: 3 jul. 2017. Confira a Portaria n 23/2011 do Secex acessando o link <http://portal.siscomex.gov.br/legislacao/biblioteca-de-arquivos/secex/portaria- no-23-de-14-de-julho-de-2011>. TROCANDO IDEIAS Na página do link abaixo você pode conferir manuais aduaneiros da Receita Federal. Veja: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais>. 17 E você, ficou com alguma dúvida? NA PRÁTICA Leia a notícia "Governo suspende exportação de 21 frigoríficos investigados na Carne Fraca", do site G1, disponibilizada em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/governo-suspende-exportacao-de-21- investigadas-na-operacao-carne-fraca.ghtml>. Com base na notícia acima, quais os impactos que sua divulgação ao mundo pode causar à imagem do Brasil? Qual o papel do governo ao restringir as importações e exportações? Ocorridos como os divulgados pela Operação Carne Seca podem afetar seriamente a imagem do Brasil enquanto país e enquanto exportador confiável. A mácula à imagem e à reputação ataca fortemente o maior ativo que o país possui: seu nome. Esses fatos podem causar uma grande desconfiança não apenas em relação aos exportadores de carne, mas também aos demais produtores brasileiros dos mais variados itens alimentícios. Nesse cenário, o papel do governo deveria ser o de aplicar um tratamento igualitário aos exportadores e importadores, garantindo a mesma qualidade de produtos e rigor na fiscalização para todas as partes envolvidas nas operações de comércio exterior. FINALIZANDO Jurisdição significa pura e simplesmente dizer o direito – não no sentido de dizer quais leis são ou não aplicáveis, mas no sentido de determinar qual entidade proclama quais normas. Toda a mercadoria em trâmite de chegada ou saída de nosso país deve obedecer estritamente às regras aduaneiras não só estabelecidas pela Receita Federal, mas também nos regulamentos e nas leis de nosso país. Nas zonas primárias, existem os chamados recintos alfandegados, que são o local onde as operações de comércio exterior ocorrem: embarques, desembarques, operações de carga e afins. Lembremo-nos, aqui, da definição de área alfandegada: “o local onde deve ser realizado o trabalho aduaneiro de controle fiscal de mercadorias, de modo a concentrar e otimizara fiscalização aduaneira” (Werneck, 2009, p. 40). 18 A Secretaria da Receita Federal possui também uma competência aduaneira. É por conta dessa competência que a Receita atua como mediadora do comércio exterior brasileiro. Um dos primeiros pontos que a coloca como órgão autorizador e regulador da aduana é a habilitação no Siscomex. Tudo aquilo que chega em nosso país deve ter registro das autoridades transportadoras. É o que se chama de manifesto de carga. O manifesto de carga é um documento que registra tudo aquilo que está vindo ao país procedente do exterior. Uma possível diferença que poderíamos apontar entre o controle aduaneiro na exportação e na importação reside nos canais de parametrização. As importações e exportações contam com instituições intervenientes. É o caso dos ministérios e autarquias, como a ANEEL ou a ANP. Essas e outras instituições acabam por elaborar pareceres técnicos com regras e procedimentos que devem ser cumpridos pelos importadores e exportadores que buscam trazer ou enviar certos produtos. 19 REFERÊNCIAS AMATUCCI, M. Teorias de negócios internacionais e a economia brasileira: de 1850 a 2007. In: _____. Internacionalização de Empresas: Teorias, problemas e casos. São Paulo: Atlas, 2009. BRASIL. Lei n. 12.921, de 26 de dezembro de 2013. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 27 dez. 2013. _____. Decreto n. 6.759, de 05 de fevereiro de 2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 6 fev. 2009. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Portaria n. 23, de 14 de julho de 2011. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 19 jul. 2011, Seção 1, p. 65-92. BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Despacho de importação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho- de-importacao/topicos-1/conceitos-e-definicoes/despacho-de-importacao>. Acesso em: 3 jul. 2017. _____. Instrução Normativa n. 680, de 02 de outubro de 2006. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 2006. CAVUSGIL, S. T.; KNIGHT, G.; RIESENBERGER, J. Negócios Internacionais: estratégia, gestão e novas realidades. São Paulo: Pearson, 2010. CABRAL, J. L. Comércio Internacional para Concursos. São Paulo: Método, 2011. FERREIRA, M. P.; REIS, N. R.; SERRA, F. R. Negócios Internacionais e Internacionalização para as Economias Emergentes. Lisboa: Lidel, 2011. FISCHER, R.; URY, W.; PATTON, B. Como chegar ao sim: as negociações de acordos sem concessões. São Paulo: Imago Editora, 2005. HOBSBAWM, E. A Era dos Extremos: O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. IAMIN, G. P. Negociação: conceitos fundamentais e negócios internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. LUZ, R. T. Comércio Internacional e Legislação Aduaneira. Rio de Janeiro: Elsevier/Método, 2015. 20 MAGNOLI, D.; SERAPIÃO JR., C. Comércio Exterior e Negociações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2012. NYEGRAY, J. A. L. Legislação Aduaneira, Comércio Exterior e Negócios Internacionais. Curitiba: InterSaberes, 2016. WERNECK, P. Comércio Exterior & Despacho Aduaneiro. 4. ed. Curitiba: Juruá, 2009.
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