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Aula 6 - Fatores que estimulam a Importação

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FINANCIAMENTO EM 
COMÉRCIO INTERNACIONAL 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Joni Tadeu Borges 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
 Um país tem que incentivar sua exportação, visto que por meio dela se 
tem a geração de emprego, renda e divisas. Por outro lado, o atual cenário do 
comércio internacional exige que haja o intercâmbio comercial. Se um país quer 
exportar, também tem que importar. E se trouxermos essa prática para a 
realidade brasileira, veremos que a importação ainda é e será muito importante 
para o Brasil por diversos motivos. Veremos a possibilidade de as empresas 
utilizarem mecanismos financeiros para fazer suas compras no exterior, utilizar 
recursos próprios ou financiar. As empresas que utilizam ou pretendem utilizar o 
financiamento à importação devem conhecer as práticas de mercado, 
legislações e riscos envolvidos. Nesse encontro vamos conversar sobre o 
financiamento à importação. 
 Começaremos com a abordagem conceitual e em seguida veremos as 
principais finalidades da utilização e porque o importador tem interesse em 
financiar a importação. 
 O mercado financeiro, que trabalha com o financiamento à importação, 
principalmente os bancos, segue as legislações vigentes, porém cada um adota 
características próprias para financiar o seu cliente, veremos algumas dessas 
características. 
 As modalidades de financiamento serão pontos que destacaremos no 
decorrer do conteúdo. Também será apresentado um fluxo comentado de um 
financiamento à importação, assim como os principais custos envolvidos que o 
importador deve pagar para obter o financiamento. 
CONTEXTUALIZANDO 
Depois da abertura para o mercado internacional, em 1990, no governo 
Collor de Mello, o Brasil passou a dar maior importância ao comércio exterior. 
É certo que a exportação é fundamental para o Brasil, porque por meio dela gera-
se emprego, renda e divisas. Por outro lado, o Brasil ainda depende muito de 
produtos que não são fabricados em nosso território, ou mesmo porque a 
 
3 
 
quantidade produzida em nosso país não é o suficiente para atender à 
necessidade do mercado interno. Assim, torna-se imprescindível que as 
empresas brasileiras busquem em outros mercados a alternativa de comprar 
produtos com novas tecnologias de produção, produtos com maior grau de 
qualidade e não produtos com menores preços. 
 Em alguns casos, o governo oferece incentivos, são exemplos o 
ex-tarifário (importação de bens de capital sem similar no país) e a importação 
de mercadorias com a suspensão ou isenção de impostos para serem utilizadas 
em um processo produtivo para posterior exportação (drawback). Mas, em todos 
os casos, importações com incentivo ou não, haverá por parte do importador, a 
obrigação de efetuar o pagamento ao exportador estrangeiro. E nem sempre o 
importador utilizará recursos próprios. 
 Dessa maneira, quando for necessário, o importador deve financiar a 
importação. São várias linhas de crédito ou tipos de financiamentos existentes 
no mercado, as quais o importador brasileiro deve conhecer. 
 De janeiro a dezembro de 2016, as importações brasileiras tiveram uma 
redução de quase 20% em relação ao mesmo período no ano de 2015. 
O momento econômico no país foi um grande fator para a queda da importação, 
no qual a desvalorização do real também esteve presente. 
 Mesmo assim, o Brasil importou US$ 137,5 bilhões e uma grande parte 
desse valor, foi financiado pelas empresas brasileiras. No decorrer, 
conversaremos sobre o financiamento à importação. 
Balança Comercial 
Ano 2016 Valor em US$ 
Variação % em relação ao 
ano de 2015 
Exportação 185.235.400.805 - 3,09 
Importação 137.552.002.856 - 19,77 
Saldo 47.683.397.949 + 142,23 
Corrente de Comércio 322.787.403.661 - 10,98 
 
 
4 
 
TEMA 1: ABORDAGEM CONCEITUAL DE FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO 
Para entendermos sobre o tema que vamos abordar, primeiro é 
necessário diferenciar dois produtos que são utilizados em larga escala no 
mercado bancário, o empréstimo e o financiamento. O Banco Central do Brasil, 
em sua página, define o empréstimo bancário como: "É um contrato entre o 
cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser 
devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Os 
recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica", e para o 
financiamento sendo: 
o financiamento também é um contrato entre o cliente e a instituição 
financeira, mas com destinação específica dos recursos tomados, 
como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel. 
Geralmente o financiamento possui algum tipo de garantia, como, por 
exemplo, alienação fiduciária ou hipoteca. 
Observamos que a principal diferença está na utilização dos recursos 
tomados na instituição financeira, para o empréstimo não há destinação 
específica e o financiamento é direcionado para um objetivo. Atualmente, para 
os dois tipos de linha de crédito, os bancos usualmente solicitam uma garantia 
para diminuir o risco de crédito. 
 Dessa maneira, podemos afirmar que o financiamento à importação é 
uma linha de crédito destinada às empresas brasileiras que precisam comprar 
um produto no exterior, seja a matéria-prima para a produção, uma máquina para 
utilizar na produção ou mesmo produtos acabados para a comercialização no 
mercado interno. 
 A empresa que faz o financiamento à importação busca em primeiro lugar 
um alongamento de prazo para pagar sua compra no exterior, os motivos são 
diversos, como: 
 não utilizar o capital de giro próprio para não descapitalizar o patrimônio 
da empresa; 
 
5 
 
 utilizar o financiamento para aumentar o seu potencial de produção ou 
venda; 
 taxas de juros menores do que as taxas de juros praticadas nas 
operações do mercado interno; 
 para algumas linhas de crédito não há a incidência do IOF. 
Porém, a empresa que toma um financiamento à importação em moeda 
estrangeira tem que estar atenta ao mercado cambial, devido à variação da taxa 
de câmbio, que pode valorizar ou desvalorizar perante a 
moeda estrangeira. 
 Hoje existe no mercado financeiro vários instrumentos de proteção 
cambial (hedge) que apresentam condições de fixar uma taxa de câmbio para 
uma data futura. A empresa que não procura proteger seu passivo em moeda 
estrangeira pode ter em uma data futura a condição de não poder honrar com 
seus compromissos, gerando complicações e restrições no mercado bancário. 
 O importador brasileiro pode buscar o financiamento, em regra geral, em 
três fontes: 
Exportador: Para que ocorra essa situação é necessário haver a confiabilidade 
do exportador em relação ao importador, já que é o exportador quem está 
concedendo o prazo de pagamento para o importador. Normalmente, isso 
acontece entre empresas do mesmo grupo ou empresas que já possuem um 
bom grau de relacionamento. Mas, com certeza, antes do exportador financiar o 
importador brasileiro, ele faz uma consulta cadastral do importador ou contrata 
um seguro de crédito à exportação para diminuir o risco, no caso do importador 
não efetuar o pagamento. Quando o exportador financia diretamente o 
importador brasileiro, sendo uma operação de curto prazo, ele não aplica os juros 
sobre a operação, pela razão que, o custo financeiro já deve estar inserido no 
preço da mercadoria. 
Diretamente em um banco no exterior: O BACEN permite que as empresas 
brasileiras busquem o financiamento diretamente em qualquer banco de 
 
6 
 
qualquer país, claro, respeitando as sanções impostas pelos organismos 
internacionais.Na prática, o importador que faz essa operação, é uma grande 
empresa, que tem a análise de cadastro aprovada pelo banco estrangeiro. Para 
as empresas de menor porte, torna-se mais difícil o acesso à linha de crédito nos 
bancos estrangeiros devido às várias exigências solicitadas por eles. 
Por meio de bancos no Brasil: É o procedimento mais comum, os bancos 
brasileiros são autorizados pelo BACEN a captar recursos no exterior para 
financiar as importações das empresas brasileiras. A praticidade está em todo o 
processo, o banco brasileiro financiará o seu cliente, para isso, com certeza, fará 
previamente a análise de crédito e de risco e definirá a garantia que o importador 
deve dar em contrapartida. Cada banco tem a sua particularidade em fazer um 
financiamento à importação, mas no contexto geral, o banco brasileiro paga 
diretamente o exportador no exterior e dá prazo para o importador pagar o 
financiamento. 
 Os financiamentos podem ser classificados em duas modalidades, 
buyer's credit e supplier's credit, cada uma estabelece por quem o importador 
será financiado. Aquiles Vieira define primeiramente Buyer's Credit (2005, p.169) 
como: 
um financiamento concedido ao importador por uma Instituição 
Financeira no exterior que, por sua vez, assume o compromisso de 
efetuar o pagamento à vista ao exportador, correspondente ao valor da 
operação contratada. O importador, no entanto, assume o 
compromisso de restituir ao banco no respectivo vencimento da 
obrigação o valor do principal e encargos. Essa operação também 
pode ser realizada por um banco brasileiro que capta recursos 
(funding) junto à comunidade financeira internacional, o qual elabora 
um contrato de Financiamento em Moeda Estrangeira com o 
importador e efetuará o pagamento à vista ao exportador. 
Após, Aquiles Vieira aborda a respeito das operações de Supplier's Credit 
(2005, p. 172): 
É o financiamento concedido ao importador diretamente pelo 
exportador no exterior o qual receberá o pagamento no vencimento da 
operação. Caso o exportador decida antecipar os recursos, poderá 
 
7 
 
descontar os títulos representativos da operação (saque ou crédito 
documentário) junto ao banco de seu relacionamento no exterior. Esse 
tipo de financiamento representa ao importador relativa vantagem, uma 
vez que o financiamento junto a uma instituição financeira, via de regra, 
além do spread, inclui também a taxa de risco país, sendo que esse 
pode ser tão elevado quanto ao custo do próprio financiamento. 
Obviamente a margem cobrada por um banco no país poderá ser 
substituída por outro componente de custo, mas ligeiramente inferior, 
no caso da exigência de uma Carta de Crédito. 
 
 Não tão comum, mas há a possibilidade dos bancos brasileiros 
financiarem a importação das empresas em moeda nacional (reais). Para o 
importador, não haverá o risco da variação cambial, sendo que o financiamento 
é em reais. A estimativa da variação cambial, definida pelos bancos, fará parte 
do custo do financiamento, cabe ao importador analisar as vantagens e 
desvantagens da linha de crédito e decidir qual é a melhor alternativa para 
financiar a sua importação. 
Leitura obrigatória 
Páginas 154, 155 e 156 do capítulo 8 do livro "Introdução às finanças 
internacionais", disponível na biblioteca virtual via Único, que trata sobre o 
Financiamento Internacional. 
 
TEMA 2: CARACTERÍSTICAS DOS FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO 
O financiamento à importação é uma linha de crédito disponível para as 
empresas que compram um produto no exterior. Mesmo que o sistema bancário 
siga as normas estabelecidas pelos órgãos regulamentadores do Brasil e 
internacionais, assim mesmo, há algumas modalidades de financiamentos, e 
cada banco pode adotar procedimentos diferentes para operacionalizar a linha 
de crédito, adotando critérios específicos. Esses critérios caracterizam as 
operações de financiamentos à importação. 
 
8 
 
 Veremos a seguir as principais características que fazem parte das 
operações de financiamentos à importação: 
Origem dos recursos: Os recursos utilizados são captados no exterior pelos 
bancos privados e públicos, dificilmente utiliza-se recursos do governo. 
Prazos: Os financiamentos podem ser de curto ou longo prazo. Considera-se 
operações de curto prazo até 360 dias contados da data do desembolso, do 
embarque da mercadoria no exterior ou da nacionalização da mercadoria 
importada. Já os financiamentos com prazo superior a 360 dias são 
considerados de longo prazo. 
Obs.: na prática, quem define o prazo do financiamento são as partes 
envolvidas, que dependerá de alguns fatores como: 
 valor do financiamento; 
 produto importado; 
 condições do limite de crédito da empresa; 
 garantia para o financiamento. 
Valor do financiamento: O valor do financiamento pode ser até 100% do valor 
da importação, podendo inclusive financiar mais do que uma fatura e de 
exportadores diferentes, veja o exemplo: 
A empresa ComexEad Ltda. está realizando três importações: 
 Importação A - EUR 100.000,00 com exportador da Alemanha; 
 Importação B - EUR 120.000,00 com o exportador da Itália; 
 Importação C - EUR 210.000,00 com o exportador da Espanha. 
Vamos considerar que o importador (ComexEad Ltda.) pagou 
antecipadamente a cada exportador o percentual de 30% e pretende financiar o 
saldo devedor de 70%. Dessa maneira, a empresa ComexEad Ltda. pagaria com 
recursos próprios EUR 30 mil para o exportador na Alemanha, EUR 36 mil para 
 
9 
 
o exportador italiano e EUR 63 mil para o exportador espanhol. Para o saldo de 
EUR 301 mil, faria um único financiamento com seu banco de relacionamento. 
Por sua vez, o banco de relacionamento efetuaria o desembolso (pagamento) 
para cada exportador, sendo: EUR 70 mil para o da Alemanha, EUR 84 mil para 
o da Itália e EUR 147 mil para o da Espanha. 
Produto: Os produtos que podem ser financiados são aqueles que constam na 
lista da Tarifa Externa Comum (TEC), são quase todas as NCMs, desde que, 
atendidas as normas administrativas do Comércio Exterior Brasileiro, conforme 
disciplina a Portaria SECEX n.º 23, de 14 de julho de 2011. 
Obs.: para um ou outro produto pode haver alguma particularidade, por exemplo: 
Importação de avião; importação de máquinas usadas. 
Modalidades de pagamento: O financiamento à importação independe da 
modalidade de pagamento negociada entre o importador e o exportador. O 
financiamento pode ocorrer nas seguintes modalidades de pagamento: 
 pagamento antecipado; 
 remessa sem saque; 
 cobrança documentária; 
 carta de crédito. 
Incoterms: O financiamento pode ocorrer em qualquer condição de venda 
(incoterms) negociada entre as partes, desde que esteja declarado nos 
documentos comerciais. Joni Tadeu Borges (2012, p. 46) define incoterms como: 
International Commercial Terms (Incoterms) são um conjunto de regras 
básicas e padronizadas que orientam as operações comerciais 
internacionais. Representa a condição utilizada nas operações 
comerciais internacionais de compra e venda de mercadorias, além de 
estabelecer onde termina a responsabilidade do exportador e começa 
do importador quanto à entrega da mercadoria, aos custos e aos riscos 
envolvidos. 
 
10 
 
Forma de pagamento: O importador ao assumir a dívida de um financiamento 
à importação, poderá pagá-la em parcelas trimestrais, semestrais, anuais ou em 
uma única parcela. O prazo para pagamento depende da negociação entre 
banco e empresa. 
Dívida em moeda estrangeira: Ao contratar um financiamento à importação o 
importador assume uma divida em moeda estrangeira, normalmente o dólar 
americano ou euro, portanto,está sujeito ao risco da variação cambial. No 
vencimento do compromisso, o importador deve contratar o câmbio para comprar 
a moeda estrangeira à taxa do dia. A operação de câmbio é caracterizada como 
um "contrato de câmbio de venda" porque o banco vende a moeda estrangeira 
para o importador. 
Garantias: As garantias utilizadas para esse tipo de operação são as 
tradicionalmente utilizadas no mercado bancário. 
 As características que estão presentes nos financiamentos à importação 
são semelhantes entre si, cada banco tem a sua prática de conduzir o 
financiamento, porém, sempre amparados nas legislações vigentes. Por 
exemplo, um determinado banco financia a importação até o prazo máximo de 
360 dias, outro pode financiar somente até 180 dias. Há bancos que financiam o 
pagamento antecipado, liberam o recurso para o exportador antes do embarque 
da mercadoria, outros bancos não financiam nessa condição. Dessa maneira, o 
importador tem que analisar a melhor alternativa que seu banco de 
relacionamento oferece para financiar a importação. 
Curiosidade 
Veja a previsão para o ano de 2017 para a importação no Brasil 
apresentada pelo Diário do Nordeste disponível em: 
<http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/online/importa
coes-devem-voltar-a-subir-em-2017-1.1679279>. 
 
 
11 
 
TEMA 3: MODALIDADES DE FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO 
Os financiamentos à importação podem ser realizados de duas maneiras 
pelos bancos brasileiros, da forma direta e por meio de repasse. 
Na modalidade direta, quem financia o importador é um banco no exterior, 
normalmente um banco brasileiro que tem uma agência no exterior. Já no 
financiamento repasse, é o banco brasileiro (no Brasil) que financia 
o importador. 
1) Quando um banco no exterior financia diretamente o importador 
brasileiro (modalidade direta): 
Essa modalidade estabelece que o financiamento será realizado 
diretamente entre um banco no exterior, normalmente uma agência de um banco 
brasileiro no exterior, e o importador brasileiro. A intermediação da 
operacionalização do financiamento é realizada pelo banco brasileiro no Brasil. 
Como a operação de crédito ocorre no exterior, sustentadas nas legislações do 
país em que o banco está localizado, não há incidência de IOF. Esse fator é um 
diferencial no custo total da operação porque reduz, atualmente, 1, 856% para 
operações com 360 dias de prazo. Inclusive, quem assinam o contrato de 
financiamento à importação é o importador e o representante do 
banco no exterior. 
 
2) Quando um banco no exterior financia o banco no Brasil e esse repassa 
para o importador brasileiro (modalidade repasse): 
O financiamento ocorre entre o importador brasileiro e o seu banco de 
relacionamento no Brasil, as condições são muitos semelhantes à modalidade 
direta, porém, como o contrato de financiamento é formalizado, respeitando a 
legislação brasileira, nesse caso, há a incidência do Imposto sobre Operações 
de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). Atualmente a alíquota do IOF é de 0,38% 
 
12 
 
na abertura da operação de crédito e 0,0041% ao dia sobre o saldo devedor do 
financiamento, limitando-se ao prazo máximo de 360 dias. Na modalidade 
repasse, após a formalização do contrato de financiamento à importação, 
o banco de relacionamento do importador no Brasil solicita que um banco no 
exterior pague (repasse) o valor do financiamento ao banco do exportador. 
O contrato de financiamento é assinado pelo importador brasileiro e o 
representante do seu banco de relacionamento no Brasil. 
 
Contrato de financiamento 
O contrato de financiamento à importação é formalizado por meio de um 
instrumento particular de crédito, e nele deve constar os dados da negociação, 
direitos e obrigações das partes contratantes. 
No contrato deve constar: 
1. A identificação e domicílio das partes: Banco e o Tomador do Crédito 
(importador); 
2. A identificação e domicílio dos avalistas, se houver, e dos respectivos 
cônjuges; 
3. Valor do financiamento em moeda estrangeira; 
4. A data de desembolso no exterior (data que o valor estará disponível no banco 
do exportador); 
5. A identificação dos documentos representativos da operação comercial: fatura 
proforma, fatura comercial, conhecimento de embarque ou outros, conforme o 
caso; 
6. A comprovação da contratação de seguro de transporte internacional com 
cláusula beneficiária ao Banco Financiador; 
7. A taxa de juros, percentual ao ano, que poderá ser fixa ou variável; 
 
13 
 
8. O spread, percentual ao ano, se a taxa de juros for variável; 
9. A comissão flat, percentual sobre o valor do financiamento; 
10. O Tomador tem a obrigação de recolher os tributos incidentes no 
financiamento (IR, IOF); 
11. A data de vencimento do principal e dos juros; 
12. A forma como se calcula os juros; 
13. Que o tomador (importador) deve pagar dois dias úteis antes do vencimento 
o valor em reais equivalentes ao valor da dívida em moeda estrangeira (contratar 
o câmbio dois dias antes do vencimento da dívida); 
14. Que se não houver o pagamento conforme mencionado no item 13, o banco 
poderá cobrar acréscimos de qualquer natureza ou despesas com a operação; 
15. Que o Banco fica autorizado a debitar na conta corrente do importador os 
valores que se tornarem devidos pelo Tomador; 
16. As penalidades caso o importador não efetue o pagamento na data acordada: 
multa e juros de mora; 
17. A obrigatoriedade do tomador (importador) apresentar ao banco os 
documentos relacionados aos desembaraços aduaneiros, por exemplo: a 
Declaração de Importação (DI); 
18. A assinatura das partes contratantes, banco e o tomador do crédito. 
 
Pré-requisitos para o importador obter o financiamento 
 Analisar o crédito do importador 
Previamente à negociação do financiamento à importação, o banco faz a 
análise de crédito de seu cliente, estabelece parâmetros para atuar com 
 
14 
 
operações consideradas da área internacional, levando em conta o 
faturamento da empresa, tempo de atividade no mercado interno e 
internacional, se tem ou não restrições no mercado financeiro etc. 
 Apresentar garantias 
O importador deve apresentar garantias a critério do banco compatíveis 
com o valor do financiamento. 
 Negociar as condições 
Ter o conhecimento da prática de mercado e ter parâmetros de custos 
para obter uma boa negociação. 
 
Curiosidade 
Veja um modelo de contrato de financiamento à importação de longo 
prazo disponível em: 
<https://cambio.bradesco/Conteudo/formularios/importacao/013FinimpLongoPr
azo.PDF>. 
 
TEMA 4: MODALIDADES DE FINANCIAMENTOS À IMPORTAÇÃO 
A seguir vamos apresentar o fluxograma do financiamento à importação 
na modalidade repasse. É um fluxo básico, de forma simplificada para apresentar 
como ocorre a condução de um financiamento à importação, desde a captação 
(empréstimo) de recursos pelo banco brasileiro, ou seu correspondente no 
exterior, até a sua liquidação (pagamento). Vale ressaltar, que o fluxo 
apresentado é somente ilustrativo, podendo haver situações diferentes conforme 
os países envolvidos e as modalidades de pagamento que podem ser 
negociadas entre exportador e importador. Além do que, cada banco adota 
 
15 
 
determinados procedimentos para conduzir a operação de financiamentos à 
importação. 
Vamos utilizar as seguintes legendas para identificar os bancos: 
Banco A = Banco de relacionamento do importador; 
Banco B = Banco correspondente do Banco A no exterior, podendo ser uma 
agência (Banco) do banco brasileiro no exterior; 
Banco C = Banco que empresta recursos (US$) para o Banco B; 
BancoD = Banco de relacionamento do exportador 
Observação: O Banco B, o Banco C e o Banco D podem estar em países 
diferentes. 
Fluxograma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasil Exterior 
Alfândega Alfândega 
 Importador Exportador 
 Banco D 
 
 
ancorasil 
4 
5 6 
7 
8 
1
0 
1
3 
9 
1
5 
1
6 
1
4 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Etapas: 
1. O Banco B empresta recursos em moeda estrangeira, dólar americano ou 
euro, do Banco C. O Banco C, óbvio, cobrará juros mais spread. Por exemplo, 
uma linha (empréstimo) de US$ 10.000.000,00, prazo de 2 anos à taxa de juros 
de (libor + 1,0%) a.a.; 
2. O Banco C credita o Banco B o valor em moeda estrangeira correspondente 
ao empréstimo; 
3. O Banco B comunica ao Banco A sobre a disponibilidade de uma linha de 
crédito para financiar as importações de empresas brasileiras; 
4. Importador negocia as condições da operação comercial com o exportador. 
Por exemplo, US$ 500.000,00 pagamento à vista; 
5. Importador não tem disponibilidades ($) para pagar à vista ou não tem 
interesse em utilizar recursos próprios, solicita ao Banco A um financiamento à 
importação no valor de US$ 500 mil por um prazo de 360 dias; 
6. O Banco A, após a análise de crédito e risco em relação ao seu cliente e ainda, 
após a análise documental e negocial, formaliza o contrato de financiamento à 
 
Banco A 
 
 
ancorasil 
 Banco 
C 
 
 
ancorasil 
 
Banco B 
 
 
ancorasil 
1 2 
3 
1
1 
1
2 
1
7 
1
8 
 
17 
 
importação. As partes assinam o contrato de financiamento. Vamos considerar 
que o custo da operação ficou, por exemplo: 3,0% de comissão flat, juros de 
LIBOR + 3,0%, IR sobre juros e IOF; 
7. Exportador prepara os documentos representativos da exportação e libera a 
mercadoria na alfândega de seu país; 
8. Mercadoria segue para o destino, país do importador, Brasil; 
9. Exportador envia uma cópia do conhecimento de embarque para o importador, 
pode ser por e-mail; 
10. Importador comprova ao Banco A, por meio da cópia do conhecimento de 
embarque, que a mercadoria foi embarcada e solicita o pagamento (desembolso) 
para o exportador; 
11. Banco A solicita para o Banco B que credite o Banco D o valor 
correspondente ao financiamento à importação para pagar o exportador; 
12. Banco B credita ao Banco D o valor do financiamento à importação; 
13. O Banco D paga ao exportador o valor da exportação; 
14. O exportador, após receber o valor referente a sua venda, envia os 
documentos originais representativos da exportação para o importador; 
15. O importador, de posse dos documentos originais, libera a mercadoria na 
sua alfândega; 
16. Na data acordada, o importador paga o financiamento (principal e juros), por 
meio da contratação de câmbio de venda junto ao seu banco de relacionamento; 
17. Banco A comunica e credita o Banco B o valor em moeda estrangeira 
referente ao financiamento à importação; 
18. O Banco B, na data acordada, paga o Banco C. 
 
18 
 
Observação: Os US$ 10.000.000,00 captados pelo Banco B por um prazo de 
2 anos poderiam financiar as importações de várias empresas brasileiras. No 
exemplo, como financiou uma operação de US$ 500.000,00 por um prazo de 1 
ano, teria disponível ainda US$ 9.500.000,00. 
 
Curiosidade 
Leia a matéria sobre captação de recursos externos disponível em: 
<http://saberhojeemdia.blogspot.com.br/2015/04/captacao-de-recursos-
externos-para.html>. 
 
TEMA 5: CUSTOS ENVOLVIDOS NO FINANCIAMENTO À IMPORTAÇÃO - 
APLICABILIDADE 
A empresa brasileira que pretende financiar sua importação, além de 
conhecer os procedimentos operacionais e legais, tem que avaliar previamente 
todos os componentes que formarão o custo final do financiamento para ver a 
viabilidade ou não de contratar a operação de financiamento. Na prática, as 
instituições financeiras trabalham de maneiras semelhantes, uma vez que estão 
sujeitas às mesmas regras impostas pelas autoridades monetárias. 
Independente do tipo de financiamento, os custos envolvidos serão: a comissão 
de financiamento (comissão flat), juros e impostos. Pode ser que a denominação 
de cada custo seja diferente, mas o importante é que o importador saiba o que 
ele pagará pelo financiamento. 
 Os juros praticados para a linha de crédito têm como base o custo da 
captação dos recursos no exterior mais o spread e é calculado sobre o saldo 
devedor do financiamento, aplica-se a metodologia dos juros simples para 
calcular o valor dos juros. Existe outros custos, como o imposto de renda sobre 
o valor dos juros, o IOF. Também podem ser cobradas comissões de 
financiamentos. O importador ainda tem que considerar a variação cambial, uma 
 
19 
 
vez que a dívida é em moeda estrangeira, a variação pode ser positiva ou 
negativa. Com todos os custos que incidem no financiamento à importação, 
ainda pode-se considerar, que o custo final pode fica menor do que os custos 
praticados nos financiamentos no mercado interno. 
Vamos verificar como ficaria o custo do financiamento à importação para 
uma empresa que contratou um financiamento no valor de US$ 100.000,00, nas 
seguintes condições: 
Modalidade do financiamento: Repasse. 
Valor do financiamento: US$ 100.000,00. 
Prazo: 360 dias. 
Forma de pagamento do principal: em 02 parcelas iguais, semestrais e 
consecutivas. 
Forma de pagamento dos juros: junto com o principal. 
Custos: 
Comissão flat = 3,0% (pagamento na contratação). 
IOF crédito = 0,38% (pagamento na contratação). 
IOF diário = 0,0041% a.d. (pagamento na contratação). 
Juros = LIBOR semestral* + spread (pagamento no vencimento das parcelas). 
 LIBOR semestral = 1,33378% a.a. 
 spread = 2,50% a.a. 
Juros = 1,33378 + 2,50 = 3,83378% a.a. 
Imposto de Renda sobre os juros = 15% (pagamento no vencimento das 
parcelas). 
 
20 
 
Calculo dos custos: 
a) Comissão flat 
A comissão flat é o percentual calculado sobre o valor do financiamento e 
cobrada do importador na data da contratação. 
Comissão flat = US$100.000,00 x 3,0%. 
Comissão flat = US$ 3.000,00. 
 
b) IOF 
Como trata-se de um financiamento na modalidade de repasse, há a 
incidência do IOF e cobrado do importador na data da contratação. 
IOF crédito = aplica-se a alíquota sobre o valor do financiamento (crédito). 
US$ 100.000,00 x 038% = US$ 380,00. 
IOF diário = aplica-se a alíquota sobre o saldo devedor do financiamento 
referente aos dias utilizados: 
IOF diário1 = Saldo devedor referente a 180 dias. 
IOF diário 1 = US$ 100.000,00 x 0,0041% x 180 dias = US$ 738,00. 
IOF diário 2 = Saldo devedor referente a 360 dias. 
IOF diário 1 = US$ 50.000,00 x 0,0041% x 360 dias = US$ 369,00. 
IOF total = US$ 380,00 + US$ 738,00 + US$ 369,00. 
IOF total = US$ 1.487,00. 
 
 
 
21 
 
c) juros 
O valor dos juros é calculado sobre o saldo devedor da dívida e aplicado 
à taxa LIBOR para a periodicidade em que devem ser pagas as parcelas mais o 
spread pretendido pelo banco. 
Veja o comportamento da taxa LIBOR no dia 10/01/2017. 
Taxa LIBOR em 10/01/2017 Percentual ao ano 
Libor US$ 1 semana 0,71956 % 
Libor US$ 1 mês 0,76500 % 
Libor US$ 3 meses 1,01789 % 
Libor US$ 6 meses 1,33378 % 
Libor 12 meses 1,70178 % 
 
Observação 1: a taxa LIBOR pode oscilar diariamente, portanto é uma taxa 
variável. 
Observação 2: taxa definida para os juros no nosso exemplo foi de (LIBOR + 
spread), considera-se então, a LIBOR de seis meses porque a periodicidade das 
parcelas é de seis meses. Naprática, usaria a taxa LIBOR semestral do dia do 
vencimento das parcelas, provavelmente haveria uma pequeníssima variação. 
Para fazer o cálculo do valor dos juros, vamos considerar que a taxa LIBOR 
permaneça a mesma nos dias dos vencimentos da primeira e segunda parcela. 
1) parcela 1 
Juros = Saldo devedor x taxa de juros x prazo 
Juros = US$ 100.000,00 x 3,83378% x 180 dias 
Juros = US$ 100.000,00 x 3,83378 x 180 
 100 360 
Juros = US$ 100.000,00 x 3,83378 x 180 
 36.000 
 
22 
 
Juros = US$ 1.916,89 
 
2) parcela 2 
Juros = Saldo devedor x taxa de juros x prazo 
Juros = US$ 50.000,00 x 3,83378% x 180 dias 
Juros = US$ 50.000,00 x 3,83378 x 180 
 100 360 
Juros = US$ 50.000,00 x 3,83378 x 180 
 36.000 
Juros = US$ 958,34 
 
d) Imposto de Renda sobre o valor dos juros 
Aplica-se, em regra geral, a alíquota de 15%. 
d.1) IR para a parcela 1 
IR = US$ 1.916,89 x15% 
IR = US$ 287,50 
 
d.2) IR para a parcela 2 
IR = US$ 958,34 x15% 
IR = US$ 143,75 
 
Considerações 
Valores em US$ 
Data 
(dias) 
Principal Comissão 
Flat - 
IOF 
Total 
Juros IR 
s/Juros 
Total 
0 0,00 3.000,00 1.487,00 0,00 0,00 4.487,00 
180 50.000,00 0,00 0,00 1.916,69 287,50 52.204,19 
 
23 
 
360 50.000,00 0,00 0,00 958,34 143,75 51.102,09 
Total 100.000,00 3.000,00 1.487,00 2.875,03 431,25 10.793,28 
 
1. Na data (0) zero, data da contratação ou do desembolso do financiamento à 
importação, o importador paga ao Banco US$ 3.000,00 referente à comissão flat 
e recolhe o IOF no valor de US$ 1.487,00 convertidos em reais à taxa de câmbio 
do dia; 
2. Na data de 180 dias, vencimento da primeira parcela, o importador paga US$ 
50.000,00 de principal, US$ 1.916,69 de juros. O pagamento é realizado por 
meio de fechamento de contrato de câmbio à taxa do dia. Na mesma data, o 
importador recolhe o valor em reais equivalente a US$ 287,50 referente ao IR 
via Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF); 
3. Na data 360 dias, vencimento da segunda parcela, o importador paga 
US$ 50.000,00 de principal, US$ 958,34 de juros. O pagamento é realizado por 
meio de fechamento de contrato de câmbio à taxa do dia. Na mesma data, o 
importador recolhe o valor em reais equivalente a US$ 143,75 referente ao IR 
via Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF); 
4. Para esse exemplo, o importador tem um custo de US$ 7.793,28 para financiar 
US$ 100.000,00 por um prazo de 360 dias; 
5. Os bancos ainda podem cobrar tarifas para a contratação de câmbio no 
vencimento das parcelas. 
TROCANDO IDEIAS 
Pesquise junto às empresas importadoras e obtenha as informações 
sobre a contratação de um financiamento à importação: quais os procedimentos, 
quais os prazos para liberação do financiamento e quais os custos envolvidos. 
Após, apresentem em fórum adequado e discutam a respeito do tema. 
 
 
24 
 
NA PRÁTICA 
Calcule o custo total de um financiamento à importação na modalidade 
repasse, considerando as informações a seguir: 
 Valor do financiamento: USD 100.000,00. 
 Prazo: 360 dias. 
 Pagamento do principal e juros em uma única parcela no final. 
 Comissão flat: 1,00%. 
 Juros: 2,50% a.a. 
 IR sobre juros: 15%. 
 IOF: 0,38%. 
 IOF diário: 0,0041% a.d. 
Forma de pagamento dos custos 
 Comissão flat no desembolso; 
 IOF no desembolso; 
 Principal no vencimento; 
 Juros no vencimento; 
 IR no vencimento. 
 
Resolução 
a) Cálculo da comissão flat 
 
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A comissão flat é o percentual aplicado sobre o valor do financiamento e 
em regra geral o importador faz o pagamento na contratação (antes do 
desembolso); 
US$ 100.000,00 x 1,00% = US$ 1.000,00 
 
b) IOF 
IOF sobre o valor do crédito. 
US$ 100.000,00 x 0,38% = US$ 380,00. 
IOF sobre o valor/prazo. 
US$ 100.000,00 x 0,0041% x 360 = US$ 1.476,00. 
IOF total = US$ 1.856,00. 
O pagamento deve ser realizado na contratação, antes do desembolso. 
 
c) Juros sobre o financiamento 
Juros = (US$ 100.000,00 x 2,50 x 360) x 36.000 = US$ 2.500,00. 
O valor dos juros será pago no vencimento da operação. 
 
d) Imposto de Renda sobre os juros. 
US$ 2.500,00 x 15% = US$ 375,00 
O valor do IR será pago no vencimento da operação. 
 
 
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e) Valor do principal 
US$ 100.000,00 
 
O valor do Principal será pago no vencimento da operação. 
Valor total que o importador pagará pelo financiamento: 
US$ 100.000,00 - Principal 
US$ 1.000,00 - Comissão flat 
US$ 1.856,00 - IOF 
US$ 2.500,00 - Juros 
US$ 375,00 - IR sobre/Juros 
US$ 105.731,00 - Valor total 
O custo, para esse exemplo de financiamento, representa 5,73% do valor do 
financiamento, para esse caso, uma taxa equivalente mensal de 0,48%. 
US$ 5.731,00/US$ 100.000,00 = 0,05731 x 100 = 5,73% 
5,73% /12 meses = 0,48% a.m. 
 
SÍNTESE 
Vimos na aula de hoje o tema que abordou o financiamento à importação. 
Usualmente, no Brasil, as empresas necessitam de prazos para pagar suas 
compras realizadas internamente ou no mercado externo. Considerando que o 
Brasil ainda tem grande necessidade de importar produtos por diversos motivos, 
é certo que a demanda pelo financiamento à importação deve continuar. Cabe 
 
27 
 
ao importador conhecer as legislações e as práticas de mercado, assim poderá 
usufruir das vantagens que a linha de crédito oferece. 
 
REFERÊNCIAS 
BACEN - Banco Central do Brasil. FAQ - Empréstimos e financiamentos. 
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/servicos9.asp>. 
CARVALHO, G. de. Introdução às Finanças Internacionais. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2007. 
VIEIRA, A. Teoria e Prática Cambial - Exportação e Importação. 2. ed. São 
Paulo: Lex Editora, 2005.

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