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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho e Direito Previdenciário Resenha do Artigo “Petrobras é multada em R$ 10 mi pela Justiça do Trabalho” Danielle Pereira Hass Trabalho da disciplina Teoria Geral do Processo do Trabalho Tutor: Profº. Gustavo Bastos de Andrade Porto Alegre 2018 Artigo: “Petrobras é multada em R$ 10 mi pela Justiça do Trabalho” Título “Petrobras é multada em R$ 10 mi pela Justiça do Trabalho” Referência: https://veja.abril.com.br/economia/petrobras-e-multada-em-r-10-mi-pela-justica-do-trabalho/ O Artigo analisado relata os motivos que levaram a Justiça do Trabalho a multar a Petrobras no valor de R$ 10 mi por danos morais coletivos. A Estatal foi condenada por manter trabalhadores na refinaria de Duque de Caxias durante uma greve. A quarta maior refinaria da Petrobras, localizada em Duque de Caxias, impediu que os funcionários que haviam começado seu turno no dia anterior ao início de uma greve, pudessem deixar o local de trabalho e participar livremente da paralisação. A motivação que levou a refinaria a barrar a saída dos trabalhadores, se deu para evitar que as atividades da Estatal fossem interrompidas. A retenção dos funcionários foi constatada durante uma inspeção no local feita por procuradores do trabalho e, segundo o relator do processo, o juiz Leonardo Dias Borges da 3º Turma do TRT1, houve uma violação do direito de greve, bem como, prática de condutas antissindicais. Tal violação gerou uma multa de 10 milhões para a Estatal, que será revertido ao Fundo de Amparo do Trabalhador. Os meios adotados por empregados e empregadores durante a greve em nenhuma hipótese podem violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem. A Constituição Federal, em seu art. 9º e a Lei de Greve nº 7.783/89 asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exercê-lo ou não, e, por óbvio, não cabendo ao empregador impedir ou utilizar meios que dificultem ou impeçam o exercício de tal direito. Ainda, a liberdade é um direito assegurada na Carta Magna, não havendo nenhuma alegação da Estatal que possa justificar a conduta de impedir a livre circulação dos trabalhadores, nem mesmo que sua atividade seja essencial para a sociedade. Ao impedir que os funcionários possuam autonomia de retirar-se da Refinaria, bem como, obrigar que laborem até a exaustão e sem descanso, ocorre uma verdadeira agressão à liberdade de ir e vir. Portanto, a condenação dada a Estatal diante de todas essas violações aos direitos fundamentais dos trabalhadores, indubitavelmente, caracteriza o dano moral coletivo, que é aquele que se dá quando o dano atinge a uma coletividade, e não apenas a um indivíduo. Pode decorrer do descumprimento de obrigações legais que prejudiquem a uma coletividade de trabalhadores, como ocorreu no Artigo analisado. Percebe-se, pelos fatos expostos, que os interesses lesados pela Refinaria são de indiscutível relevância social, e, assim, são uma ofensa aos direitos fundamentais compartilhados pela coletividade de trabalhadores lesada. Deste modo, é de extrema importância a existência de inspeções do Ministério Público do Trabalho e dos sindicatos de cada categoria durante o movimento grevista, pois é notório que caso não haja uma severa fiscalização, muitos trabalhadores durante o exercício de greve podem ter seus direitos básicos violados.
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