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ARTIGO NUT. PARA GESTANTE E PUÉRPURA GEMELAR

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Revisão
einstein. 2008; 6(2):212-20
Avaliação e recomendações nutricionais específicas 
para a gestante e puérpera gemelar
Assessment and specific nutritional recommendations for women during 
and after pregnancy of twins
Natalia Mira de Assumpção Werutsky1, Vera Silvia Frangella2, Débora Pracanica3, Ariane Nadolskis Severine4, 
Cristiane Tonato5
ResUMo
objetivo: Atualizar e adequar os conhecimentos nutricionais sobre 
a gestante e puérpera gemelar para favorecer o cuidado prestado a 
esta clientela, a fim de melhorar sua sobrevida com qualidade, assim 
como, avaliar a conduta usada na Instituição e hospitais de referência, 
frente os conhecimentos adquiridos pela literatura específica. 
Métodos: Esta revisão de literatura se deu por meio de pesquisa de 
documentos e publicações científicas em sites eletrônicos (SciELO, 
Pubmed, SibI, Medline, Lilacs), datadas de 1964 a 2006, e contato 
direto via e-mail com alguns autores. Resultados: Em estudos 
selecionados, as gestantes gemelares apresentavam idade > 27 
anos, sendo divididas em três períodos gestacionais (< 20a; 20 a 
28a e > 28a semana). O programa nutricional recomenda: ingestão 
de 3.000 a 4.000 cals/dia de acordo com o índice de massa corpórea 
(IMC) da gestante, distribuídas em: proteínas (20%), carboidratos 
(40%) e gorduras (40%); além da suplementação de 3 g de cálcio, 1,2 g 
de magnésio e 45 mg de zinco, com a prescrição de dois comprimidos 
de multivitamínico/dia após a 20a semana. A alimentação deve ser 
composta de três refeições diárias e três lanches. Os poucos estudos 
encontrados sobre puérperas recomendam o acréscimo de 500 a 
600 calorias/dia por criança, para garantir produção de volume de 
leite adequado à demanda. Discussão: Pesquisas demonstraram que 
o seguimento deste programa propicia maior tempo gestacional e 
peso dos recém-nascidos; redução dos riscos de complicações pré 
e pós-parto para mães e filhos. O adequado ganho de peso durante a 
gestação beneficia a mulher, os bebês e possibilita esta a amamentar 
e produzir leite de acordo com a demanda. Existem diferenças 
entre a gestante gemelar e de gestação única quanto ao ganho de 
peso semanal, total, recomendações de macro e micronutrientes, 
quantidade de porções e classificação do estado nutricional segundo 
IMC. Conclusões: Orientação nutricional, adequação da dieta e 
acompanhamento gestacional melhoram ganho ponderal dos recém-
nascidos, prolongam o período gestacional, diminuem os riscos 
de complicações pré e pós-parto para mães e filhos e favorecem 
aleitamento materno. 
Descritores: Gravidez múltipla; Ganho de peso; Necessidades 
nutricionais
ABsTRACT 
objective: To update and adjust nutritional recommendations for 
twin pregnancy during prenatal and postpartum periods in order to 
improve care provided to these women and ensure their quality of 
life, as well as to assess the practices adopted by the Institution and 
referral hospitals, in view of what was learned in specialized literature. 
Methods: This literature review was conducted by searching 
scientific papers in databases (SciELO, Pubmed, Sibi, Medline, 
Lilacs), published from 1964 through 2006, as well as by surveying 
some authors directly by e-mail. Results: In studies selected, the 
age of pregnant women with twins was > 27, and the subjects 
were divided into three gestational periods (< 20 weeks, 20 to 28 
weeks, and > 28 weeks gestational age). The nutritional program 
recommends: the intake of 3.000 to 4.000 kcal/day according to 
the pregnant body mass index (BMI), distributed as: proteins (20%), 
carbohydrates (40%), and fat (40%); in addition to the supplemental 
intake of 3 g of calcium, 1.2 g of magnesium, and 45 mg of zinc, with 
the prescription of two tablets of multivitamin per day after week 20. 
The daily diet must be divided into three meals and three snacks. The 
few studies found about these puerperal women recommended the 
addition of 500 to 600 calories/day per child to ensure the production 
of the appropriate volume of milk to meet the necessary demand. 
1 Nutricionista do Centro Universitário São Camilo – São Paulo (SP), Brasil.
2 Mestre; Professora do Curso de Pós-graduação em Nutrição do Centro Universitário São Camilo – São Paulo (SP), Brasil.
3 Especialista em Nutrição Clínica, Nutricionista do Departamento de Perinatologia do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.
4 Pós-graduanda da Disciplina de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo (SP), Brasil; Coordenadora do Serviço de Nutrição Clínica, Responsável Técnica pelo Banco 
de Leite Humano do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil; Consultora em Aleitamento Materno pelo International Board of Lactation Consultant Examiners – IBCLE, São 
Paulo (SP), Brasil.
5 Especialista em Vigilância Sanitária de Alimentos; MBA em Direção de Empresas e Especialista em Nutrição Coletiva – São Paulo (SP), Brasil; Nutricionista; Gerente do Serviço de Nutrição do Hospital 
Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.
 Autor correspondente: Vera Silvia Frangella – Rua Felipe de Alcaçova, 54 – Vila Madalena – CEP 05416-020 – São Paulo (SP), Brasil – e-mail: verasf.nutri@ajato.com.br
 Data de submissão: 16/10/2007 – Data de aceite: 26/3/2008
einstein. 2008; 6(2):212-20
Avaliação e recomendações nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar 213
Discussion: Research demonstrates that this program increases 
the gestational period and newborns weight, and reduces the risk 
of prenatal and postpartum complications for mothers and children. 
The appropriate weight gain during pregnancy benefits the mother 
and their newborns, facilitating breast-feeding and milk volume 
production according to the demand. Comparing twin and single 
pregnant women there are differences related to weekly and total 
weight gain, recommendations for macro and micronutrients intake, 
number of portions, and nutritional status classification according 
to BMI. Conclusions: Nutritional guidance, dietary adjustments, 
and gestational follow-up improve newborn’s weight gain, extend 
the gestational period, reduce the risks of prenatal and postpartum 
complications for mothers and children, and favors breastfeeding. 
Keywords: Pregnancy, multiple; Weight gain; Nutritional requirements
iNTRoDUÇão
 Esta revisão de literatura aborda os temas: avaliação 
nutricional e recomendações específicas para a gestante 
e puérpera gemelar. Sua importância deve-se ao eleva-
do número de mulheres com gestações múltiplas inter-
nadas e, pela não existência de um protocolo hospitalar, 
o qual é composto por avaliação nutricional e recomen-
dações nutricionais específicas ao cuidado nutricional 
apropriado a esta clientela. 
Nos Estados Unidos houve um aumento de 30% nas 
gestações gemelares, decorrentes do aumento da práti-
ca de reprodução assistida(1). Em 2002, houve 132.535 
nascimentos de gêmeos. Este número vem crescendo 
significativamente desde 1980. As gestações gemelares 
representam 94% das gestações múltiplas a cada ano(2). 
No México, o número de mulheres internadas com ges-
tação gemelar no Instituto Nacional de Perinatologia 
cresceu de 140 em 1999 para 217 em 2003(3). Segundo 
dados fornecidos pela Coordenação de Perinatologia 
do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), no pe-
ríodo de 1º de janeiro a 30 de junho de 2006, foram rea-
lizados 1.510 partos, representados por 5% (n = 76) de 
gestações múltiplas, das quais 69 são gemelares (4,5%) 
e sete trigemelares. 
Em relação à realidade brasileira, a Tabela 1 de-
monstra a distribuição e porcentagem de partos geme-
lares realizados durante os anos de 1996 a 2004, separa-
dos por Estados e regiões brasileiras, segundo informa-
ções do Ministério da Saúde.
Conforme demonstram os dados da Tabela 1, a 
região Sudeste apresenta a maior concentraçãodos 
partos gemelares realizados no Brasil (41,2%). Só no 
Estado de São Paulo ocorreram 98.120 partos, o que 
representou 21,1% do total realizado no país. Dentro 
deste contexto, a incidência de partos gemelares verifi-
cados no HIAE, no primeiro semestre de 2006, se mos-
tra muito significativa, já que representa um percentual 
de 0,14% do total de partos realizados no Estado de 
São Paulo, caso se mantenha a mesma progressão no 
segundo semestre e a mesma progressão de 2004 para 
2006. Contudo, a tendência é que haja crescimento nos 
dois períodos.
A alimentação, reconhecidamente, tem papel re-
levante para a saúde dos indivíduos, principalmente 
nas etapas da vida caracterizadas pelo aumento da de-
manda de energia e de nutrientes, como a gestação e o 
puerpério. Nestes períodos ocorrem: intenso e peculiar 
processo de formação de tecidos, bem como grandes 
transformações orgânicas durante um curto espaço de 
tempo(4). A gestação é um período de reconhecida vul-
nerabilidade biológica. No ciclo da vida humana, pro-
vavelmente, ela representa o processo ou o momento 
fisiológico mais crucial, face às demandas e circunstân-
cias em que se envolvem mãe e feto, uma vez que o pe-
ríodo gestacional é uma fase na qual as necessidades 
nutricionais são elevadas, decorrentes dos ajustes fisio-
lógicos da gestante e das demandas de nutrientes para 
o crescimento fetal(3).
 O estado nutricional da gestante influi diretamen-
te na saúde, crescimento e desenvolvimento adequa-
do dos fetos, seus pesos ao nascerem, nas chances de 
prematuridade, mortalidade e morbidade neonatal(4). 
Dessa forma, o ganho ponderal da gestante, sendo ade-
quado ao peso pré-gestacional e a semana gestacional 
influi positivamente no peso ao nascer das crianças(5). 
Gestantes que apresentam uma reserva inadequada de 
nutrientes, aliada a uma ingestão dietética insuficiente, 
poderão ter um comprometimento do crescimento fetal 
e, conseqüentemente, do peso do feto ao nascer. Em 
contrapartida, o ganho ponderal gestacional excessivo 
estados e regiões brasileiras 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total %
Brasil 38.465 51.248 52.714 55.537 54.883 53.178 53.360 52.596 53.260 465.241 100%
Norte 3.520 3.610 3.601 3.944 4.118 4.100 4.271 4.402 4.266 35.832 7,7%
Nordeste 12.739 13.609 14.132 14.760 15.022 15.513 15.733 15.285 15.378 132.171 28,4%
Sudeste 9.860 21.951 22.992 24.295 23.740 22.338 22.348 21.902 22.319 191.745 41,2%
São Paulo 1.087 12.441 12.173 12.676 12.470 11.660 12.157 11.579 11.877 98.120 21,1%
Sul 8.393 8.048 8.243 8.570 8.119 7.486 7.261 7.173 7.319 70.612 15,2%
Centro-Oeste 3.953 4.030 3.746 3.968 3.884 3.741 3.747 3.834 3.978 34.881 7,5%
Fonte: Secretaria de Vigilância do Saúde do Ministério da Saúde, 2006. 
Tabela 1. Distribuição e % de partos gemelares nos Estados e Regiões brasileiras de 1996 a 2004
einstein. 2008; 6(2):212-20
214 Werutsky NMA, Frangella VS, Pracanica D, Severine AN, Tonato C
também não é benéfico ao recém-nascido, pois às vezes, 
esse excedente serve apenas para deteriorar o estado 
nutricional materno e não necessariamente é canaliza-
do para os fetos(6). Assim sendo, a avaliação nutricional 
e o monitoramento do ganho ponderal da gestante são 
considerados cuidados essenciais sendo preconizado, 
para tanto, pelo Ministério da Saúde, o emprego da 
antropometria(7).
A gravidez múltipla, freqüentemente, se relaciona 
com gestações de mulheres com idade acima de 27 anos, 
índice de massa corpórea (IMC) > 30 kg/m2, raça negra, 
aumento da paridade, história familiar (pelo lado mater-
no), maior freqüência de relações sexuais e, atualmen-
te, com as técnicas de indução da ovulação ou de ferti-
lização assistida(1-3,5,7). As gestantes gemelares são clas-
sificadas em três períodos gestacionais (< 20a semana, 
20 a 28a semana e > 28a semana), identificando-se dois 
tipos de gravidez gemelar: monozigótica – resultado da 
divisão, em fases muito precoces do ovo formado pela 
fecundação de um óvulo, e dizigótica – resultante da fe-
cundação de dois óvulos por dois espermatozóides(3,7).
Na gestação gemelar o volume sangüíneo aumen-
ta em torno de 50 a 60% contra 40 a 50% na gestação 
única. Isso faz com que haja uma diminuição nas con-
centrações séricas de hemoglobina, glicose, albumina, 
proteína e vitaminas hidrossolúveis. Há também au-
mento na concentração de progesterona e do lactogê-
nio placentário (HPL), que são secretados em maior 
quantidade neste período e podem afetar o metabolis-
mo da glicose, elevando o risco da gestante em ter um 
aumento na resistência periférica à insulina, podendo 
desencadear diabetes gestacional e hipertensão(3).
Alguns fatores de risco ou complicações da gravi-
dez são mais freqüentes em gestações de gemelares, 
dados pela idade avançada da mãe; maior incidência 
de pré-eclampsia e anemia; descolamento prematuro 
de placenta; maior chance de ocorrência de hemorragia 
periventricular intra-uterina, prolapso retal e corioa-
mnionite que é uma infecção mais comum da placen-
ta decorrente da ruptura precoce da bolsa amniótica, 
que contém o feto. A ruptura leva à perda do líquido 
amniótico(8). Assim, as gestações gemelares são conside-
radas de risco materno fetal. Por isso, precisam de mui-
ta orientação e acompanhamento multiprofissional(9). 
Dentre as complicações da gestação gemelar, a mais 
freqüente é o parto pré-termo que pode ser fatal para a 
mãe e para os recém-nascidos(10). Devido à prematuri-
dade, essas crianças estão mais sujeitas às complicações 
clínicas e/ou baixo peso ao nascerem. Estudos inter-
nacionais demonstram que a gestação gemelar possui 
um risco maior de ser pré-termo em relação à gestação 
única (48 contra 11% < 37 semanas de gestacionais e 
11 contra 2% < 32 semanas gestacionais). Gêmeos têm 
maior chance de apresentar baixo peso ao nascer (50 
contra 6% < 2.500 g; e 10 contra 1% < 1.500 g)(1). Na 
gestação única, em média, o peso ao nascer é de 3.332 g 
e a idade gestacional é de 38,8 semanas, enquanto que 
na gemelar, em média, o peso dos recém-nascidos é de 
2.347 g e a semana gestacional é de 35,3 semanas. Além 
disso, as mulheres grávidas de gêmeos têm seis vezes 
mais chances de ser hospitalizadas durante a gestação, 
em relação às de gestação única. O risco de morte no 
primeiro ano de vida é sete vezes maior em um gêmeo, 
em relação ao recém-nascido de gestação única(2). 
Embora os gemelares representem 3% dos nasci-
mentos, representam 15% dos nascimentos pré-termos 
(< 32 semanas) e 25% dos nascidos com muito bai-
xo peso (< 1.500 g). Por isso, têm um risco sete vezes 
maior de morrer no primeiro ano de vida, e os sobrevi-
ventes continuam tendo um alto risco de desenvolver 
problemas mentais, de aprendizagem e psíquicos(11).
Após o parto, vem o momento da amamentação 
dos recém-nascidos e sabe-se que o aleitamento ma-
terno é um importante componente da alimentação 
infantil. Ele, isoladamente, é capaz de nutrir adequada-
mente as crianças nos primeiros seis meses de vida(12). 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 
que todas as crianças devam receber exclusivamente 
leite materno até cerca de seis meses de vida e que a 
amamentação deve ser mantida por pelo menos dois 
anos(13). É reconhecido cientificamente que lactentes 
amamentados exclusivamente com leite materno du-
rante o período estabelecido, crescem e se desenvolvem 
adequadamente. Além disso, os riscos de infecção do 
trato gastrointestinal e de alergias diminuem nessas 
crianças(14). Contudo, em pesquisa realizada no ano de 
1975, no Clube das Mães de Gêmeos no Sul da Califór-
nia, revelou-se que somente 24% das puérperas ama-
mentavam os filhos desde o nascimento. Dessas, 37% 
pararam o aleitamento no primeiro mês e 20% continu-
aram até o quarto ou sexto mês. Como razão para este 
alto índice de desistência do aleitamento, encontrou-se 
que 28% das mães alegaram queo seu leite era ina-
dequado, insuficiente; 15% referiram rachadura ou ou-
tros problemas nas mamas; 13% referiram que os filhos 
“não pegaram” a mama; 7% ficaram doentes e fracas e 
apenas 2% citaram doenças com os fetos. Como motivo 
para não se iniciar a amamentação, 36% das mães ale-
garam desinteresse; 8% ficaram doentes; 9% estavam 
com limitações físicas, 8% não tinham leite suficiente e 
11% não tinham tempo(15). 
O nascimento pré-termo, parto por cesária, com-
plicações neonatais, anomalias congênitas, medicações 
e anestesias, a inexistência de alojamento conjunto, a 
permanência do recém-nascido em Unidade de Tera-
pia Intensiva (UTI), entre outros motivos, podem pre-
judicar o início do aleitamento materno na gestação 
gemelar. Por isso, essa população necessita de atenção 
einstein. 2008; 6(2):212-20
Avaliação e recomendações nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar 215
especial e suporte técnico-psicológico e nutricional na 
iniciação do aleitamento(16). Pesquisas relatam como 
motivos mais citados como estímulo para se praticar o 
aleitamento: satisfação materna, proximidade com os 
filhos, melhora do vínculo mãe-filho e qualidade nutri-
cional do leite materno adequado para as crianças(17).
A introdução de fórmulas lácteas infantis nos pri-
meiros meses de vida não é recomendada. A idéia de 
que o leite materno é insuficiente para mais de um re-
cém-nascido é desfeita pelo fato de que o volume de 
leite produzido é diretamente relacionado à sua de-
manda. Assim, a puérpera de gêmeos produz o dobro 
de leite em comparação à mãe de gestação única. A 
gestante gemelar pode produzir, por dia, mais de 1,2 l 
no primeiro mês e mais de 2 l a partir do segundo mês. 
Cada 100 ml contêm em média de 67 a 75 calorias e a 
eficiência de produção é em torno de 80 a 90%(18). A 
concentração de lactose, proteínas, gorduras, vitami-
nas e minerais também é maior(19). O leite materno, 
portanto, atende às especificidades requeridas pelos 
fetos. Ele provê a quantidade ideal de nutrientes, água 
e minerais para o crescimento e desenvolvimento sa-
tisfatórios dos recém-nascidos(20). 
Crianças que são amamentadas têm melhor desenvol-
vimento cognitivo, psicomotor e possuem menores riscos 
para o desenvolvimento de infecções, meningites e pneu-
monias. Isto porque o leite materno é rico em: anticor-
pos, aminoácidos, gorduras, entre outros nutrientes(21).
Durante a gestação, o organismo da mulher se pre-
para para a lactação. Há o desenvolvimento das mamas, 
o aumento da produção hormonal e o acúmulo de gor-
dura (4 kg). Durante o aleitamento a mulher se utiliza 
da reserva de gordura obtida durante a gestação e das 
calorias que provêm da dieta alimentar diária. O estado 
nutricional materno, portanto influencia diretamente na 
amamentação. O aleitamento materno requer das mães 
uma quantidade adicional de calorias, para garantir a 
produção adequada de leite. Por isso, há a necessidade 
de se fazer adequações ao cardápio, aumentando-se as 
calorias e proteínas ingeridas pelas nutrizes(22).
Pelo exposto, esta pesquisa torna-se importante e 
justificável devido à escassez de publicações e estudos 
sobre o assunto e ao aumento da gestação de gemelar. 
O Brasil carece de critérios e estudos sobre a avalia-
ção do ganho de peso da gestante gemelar. Isto pôde 
ser verificado após rastreamento da literatura e de da-
dos epidemiológicos obtidos no próprio HIAE. Assim, 
considera-se que esta pesquisa possa contribuir para a 
equipe de nutrição e comunidade científica, já que bus-
ca auxiliar no aprimoramento técnico-científico, garan-
tindo melhor qualidade à assistência hospitalar presta-
da à gestante e puérpera gemelar.
oBJeTivo
Avaliar, atualizar e adequar os conhecimentos nutri-
cionais referentes à gestante e puérpera gemelar, para 
favorecer o cuidado prestado a essa clientela no tocante 
a avaliação do estado nutricional e recomendações es-
pecíficas, melhorando sua sobrevida com qualidade. 
MÉToDos
Este trabalho se caracteriza como uma pesquisa de re-
visão bibliográfica, cujo rastreamento foi realizado por 
meio de publicações e artigos científicos em sites ele-
trônicos (SciELO, Pubmed, Sibi, Medline, Lilacs) sem 
restrição de idioma e divulgadas no período de 1964 a 
2006; além do contato direto (via e-mail) com os auto-
res de pesquisas que são fontes primárias do estudo. Os 
descritores de saúde utilizados foram: gestantes geme-
lares, puérperas, gêmeos, recomendações nutricionais e 
avaliação nutricional
O total de material científico rastreado foi de 82, dos 
quais somente nove estudos foram selecionados para a 
elaboração final, por terem objetivos semelhantes aos 
propostos nesta pesquisa. Foram também excluídos os 
artigos que já haviam sido citados nos selecionados. 
Os artigos avaliados foram classificados como: revisão 
de literatura, coorte prospectivo e caso controle, com 
amostras significativas.
 Para auxiliar na confecção deste artigo, foram ela-
boradas duas planilhas para registro e organização dos 
dados obtidos das resenhas de cada estudo selecionado, 
contemplando as variáveis: título, país de origem, autor, 
publicação e ano, objetivos, materiais e métodos, resul-
tados, discussão e conclusão. 
ResULTADos
Mais de 85% dos estudos rastreados foram realizados 
nos Estados Unidos, mostrando que esse é o país que 
mais publicou sobre o tema avaliação e recomendações 
nutricionais específicas para a gestante e puérpera geme-
lar, seguido pelo México com um estudo selecionado. 
Todos os estudos aqui avaliados apresentaram como 
objetivo principal o estabelecimento das adequadas ta-
xas de ganho ponderal para a gestante gemelar, para 
se alcançar os melhores resultados de peso ao nascer 
(> 2.500 g) e tempo gestacional maior (> 36 semanas), 
visando diminuição das complicações pré e pós-gesta-
cionais da gestante e dos fetos. 
 O programa nutricional mais indicado e usado pe-
los autores correspondeu à implementação de 3.000 a 
4.000 cals/dia de acordo com o IMC da gestante, dis-
tribuídas em 20% de proteína, 40% de carboidratos e 
40% de gorduras; recomendando-se a suplementação 
einstein. 2008; 6(2):212-20
216 Werutsky NMA, Frangella VS, Pracanica D, Severine AN, Tonato C
de 3 g cálcio, 1,2 g de magnésio e 45 mg de zinco, com 
prescrição de dois comprimidos de multivitamínico por 
dia após a 20a semana, contemplando 100% da dose di-
ária recomendada (DDR) de não gestantes. Além disso, 
a alimentação dessas mulheres deve ser composta por 
três refeições diárias e três lanches, sempre prezando 
a qualidade nutricional dos alimentos. São baseadas no 
fato de se observar que as gestantes que seguiram esse 
programa nutricional obtiveram melhores resultados no 
tempo gestacional, peso do recém-nascido e diminuição 
dos riscos para desenvolvimento de complicações pré e 
pós-parto para elas e para os seus fetos (Quadro 1).
Nos estudos analisados, a gestação única foi divi-
dida em três períodos exatos, trimestrais, cada um em 
média com 13,3 semanas. Já na gemelar, em 100% dos 
estudos os períodos foram divididos da seguinte forma: 
até a 20a, da 20a a 28a e > 28a semana. Em um estudo 
prospectivo de intervenção, o IMC da gestante gemelar 
é classificado de forma diferente da mulher com ges-
tação única, considerando-se o estado nutricional pré-
gestacional e o peso do início da gestação. Segundo as 
pesquisas, a gestante gemelar é considerada como baixo 
peso quando o resultado do seu IMC é < 19,8 kg/m2, 
enquanto que na gestação única a classificação de baixo 
peso se dá quando o IMC < 18,5 kg/m2. Na gestação 
gemelar a faixa de IMC para eutrofia é maior (19,8 < 
26,0 contra 18,5 < 24,9 kg/m2), enquanto que para a 
classificação de sobrepeso a faixa é menor (26,1 < 29,0 
contra 25,0 < 29,99 kg/m2). São consideradas obesas as 
gestantes que possuem IMC > 29,0 kg/m2 na gestaçãogemelar e > 29,99 kg/m2 na única (Quadros 2, 3 e 4). 
Composição Baixo peso (iMC < 19,8 kg/m2)
eutrofia 
(iMC 19,8-26,0 kg/m2)
sobrepeso 
(iMC 26,1-29,0 kg/m2)
obesidade 
(iMC > 29,0 kg/m2)
Recomendações para 
gestante única
Calorias (VET) 4.000 3.500 3.250 3.000
Proteína 20% (200 g) 20% (175 g) 20% (163 g) 20% (150 g) 10 a 15
Carboidrato 40% (400 g) 40% (350 g) 40% (325 g) 40% (300 g) 50 a 60
Gorduras 40% (178 g) 40% (156 g) 40% (144 g) 40% (133 g) 25 a 30
Quadro 1. Programa de recomendações nutricionais diárias de macronutrientes nos diferentes grupos,segundo estado nutricional para a gestante gemelar e de 
gestação única
Fonte: Luke et. al., 2003(11)
Ganho de peso 
semanal (g)
Baixo peso 
(iMC < 19,8 
kg/m2)
eutrofia 
(iMC 19,8-
26,0 kg/m2)
sobrepeso 
(iMC 26,1-
29,0 kg/m2)
obesidade 
(iMC > 29,0 
kg/m2)
0-20a semana 0,56-0,78 0,45-0,67 0,45-0,56 0,34-0,45
20-28a semana 0,67-0,78 0,56-0,78 0,45-0,67 0,34-0,56
> 28a semana 0,56 0,45 0,45 0,34
Quadro 2. Recomendação de taxa de ganho ponderal por período gestacional 
gemelar, segundo a avaliação do estado nutricional da mulher pelo índice de 
massa corporal
Fonte: Luke et al., 2003(11)
objetivo de ganho 
de peso (kg)
Baixo peso 
 (iMC < 
19,8 kg/m2)
eutrofia 
(iMC 19,8-
26,0 kg/m2)
sobrepeso 
(iMC 26,1-
29,0 kg/m2)
obesidade 
(iMC > 
29,0 kg/m2)
Até 20a semana 11,3-15,8 9,0-13,5 9,0-11,3 6,75-9,0
Até 28a semana 16,7-22,0 13,5-19,8 12,6-16,7 9,5-13,5
28a a 38a semana 22,5-27,9 18,0-24,3 17,1-21,2 13,0-17,1
Quadro 3. Recomendação de ganho de peso total por período gestacional 
gemelar, segundo a avaliação do estado nutricional da mulher pelo índice de 
massa corporal
Fonte: Luke et al., 2003(11)
Períodos Baixo peso eutrofia sobrepeso obesidade
1º trimestre 2,3 1,6 0,9 -
2º e 3º trimestre 0,5 0,4 0,3 0,3
Ganho de peso total 12,5-18,0 11,5-16,0 7,0-11,5 7,0
Quadro 4. Ganho de peso semanal recomendado em (kg) na gestação única, 
segundo estado nutricional inicial
Fonte: Ministério da Saúde, 2005
Dos estudos rastreados, somente dois tratavam do 
cuidado nutricional de puérperas, sendo que ambos fo-
ram realizados nos Estados Unidos e tinham recomen-
Nutrientes Recomendação
Acréscimo calórico 36 cal*kg + 500/600 cal por bebê
Proteínas (%) 20% ou
1 g/ kg + 16 g/dia (1º trimestre) e
1 g/ kg + 12 g/ dia ( a partir 2º 
trimestre)
Carboidrato (%) 40%
Lipídios (%) 40%
Quadro 5. Programa de recomendações nutricionais diárias de macronutrientes e 
calorias totais para a puérpera gemelar
Fonte: Rimon, 2002(20)
dações semelhantes (Quadro 5), sendo um deles um 
estudo longitudinal baseado em questionários.
Em nenhuma pesquisa sobre puérpera gemelar fo-
ram encontradas recomendações de porções, ganho ou 
perda de peso, classificação do estado nutricional se-
gundo IMC, nem foi abordada a questão de suplemen-
tação de micronutrientes, minerais e vitaminas.
DisCUssão
Os trabalhos rastreados indicam que, a partir de 2001, 
houve um aumento no nascimento de gêmeos, o que 
coincide com o crescimento significativo da fertilização 
in vitro. Isso pode ter impulsionado o interesse pelas 
pesquisas nesta área. Estudo apresentado por Mares em 
2001(1), afirma que nesse período houve aumento de 30% 
nas gestações gemelares decorrentes da prática de repro-
dução assistida. Segundo Luke et al.(2), em 2002 houve 
einstein. 2008; 6(2):212-20
Avaliação e recomendações nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar 217
132.535 nascimentos de gêmeos nos Estados Unidos, re-
presentando 94% das gestações múltiplas do país.
Analisando-se o Quadro 1, em que aparecem as reco-
mendações para distribuição de macronutrientes utiliza-
da no programa nutricional recomendado no estudo de 
Luke et al.(2) para gestante gemelar e, se comparando à 
recomendação nutricional para a gestação única, perce-
be-se aumento na distribuição percentual das recomen-
dações de gorduras (40% contra 25 a 30%) e proteínas 
(20% contra 10 a 15%); além da diminuição na propor-
ção de carboidratos (40% contra 50 a 60%) na gestação 
gemelar. Isto mostra a importância das proteínas e da 
energia lipídica nas dietas destas gestantes, já que esta 
condição fisiológica envolve intensa proliferação de te-
cidos, acúmulo de gordura para ser usado como reserva 
energética na lactação e gasto energético com os fetos. 
Segundo Hytten(23) a gestante gemelar necessita do 
acréscimo de 20 g de proteína por dia, enquanto que na 
gestação única a mulher precisa de 10 g.
 Roselló-Soberón(3) indica acréscimo de 150 cal/dia 
sobre as 300 cals/dia recomendadas para a gestação úni-
ca pelo Ministério da Saúde (2005)(7), totalizando 450 
cals/dia de acréscimo (Quadro 6).
Analisando-se o Quadro acima, percebe-se que as 
recomendações para a gestante gemelar e de gestação 
única são diferentes. A quantidade de porções de quase 
todos os grupos de alimentos é maior para as gestantes 
gemelares. Os aumentos mais significativos encontram-
se nas recomendações de carnes e derivados, na quais 
as porções aumentaram em cinco vezes; seguida da de 
óleos e gorduras com aumento de três vezes; e laticínios 
com 2,5 vezes a mais. As porções se mantiveram iguais 
no grupo de vegetais e muito próximas nos grupos de 
cereais e frutas. A recomendação para a gestante geme-
lar não indica porções para doces. Talvez esta possa es-
tar inserida na recomendação de gorduras e óleos, mas 
isso não fica claro no estudo. 
Segundo os estudos avaliados, houve melhora sig-
nificativa nos resultados de ganho de peso fetal, tempo 
gestacional e diminuição dos riscos de complicações para 
os fetos e para as gestantes quando elas receberam suple-
mentação composta de multivitamínico diário com 100% 
da RDA de não gestante no primeiro trimestre, incluindo 
400 µg de ácido fólico e doses duplas do multivitamínico 
a partir do segundo trimestre. Além disso, indica-se a in-
gestão diária de 3 g de cálcio, 1,2 g de magnésio, 45 mg de 
zinco, 400 UI de vitamina e 1 g de vitamina C. Já Newman 
et al.(24) indicam 150 mg/d da vitamina C para a gestante 
gemelar, enquanto que na única a mulher necessita de 
70mg/d; e o Instituto de Medicina dos Estados Unidos 
(IOM)(25) recomenda somente 50 mg de vitamina C. 
As recomendações indicadas pelo IOM(25) para mu-
lheres com gestações com mais de um feto para os outros 
micronutrientes são: 15 mg de zinco, 2 mg de cobre, 250 
mg de cálcio, 2 mg de vitamina B6, 300 µg de ácido fólico, 
5 µg de vitamina D e 30 mg de ferro depois da 12a semana, 
ou seja, inferiores às dos outros estudos apresentados. A 
suplementação de cálcio, por exemplo, é 75% maior. 
Apenas a pesquisa de Roselló-Soberón(3) abordou a 
necessidade da suplementação de ferro. Segundo a au-
tora, a gestante gemelar tem maior risco de desenvolver 
anemia, indicando aumento de 1,8 vezes na necessidade 
de ferro em relação às necessidades da gestação única. 
A deficiência de ferro (no segundo e terceiro períodos 
da gestação) pode estar associada a nascimentos pré-
termos. Verificou-se um risco quatro vezes maior para 
o desenvolvimento de anemia gestacional na gestante 
gemelar em relação à gestação única. 
No estudo de Luke et al. (2005)(2), verificou-se asso-
ciação entre a deficiência de zinco e incidência de ane-
mia ferropriva nas gestantes, o que poderia causar mais 
complicações pré e pós-parto.
O estudo realizado por Luke et al. (2003)(11) com 529 
gestantes, das quais 190 participaram do programa nu-
tricional, verificou que as mulheres participantes foram 
menos propensas a terem complicações pré e pós-parto e 
alcançaram ganho de peso adequado para seu IMC pré-
gestacional, particularmente entre a 20a a 28a semana ges-
tacional e com mais facilidade. As mulheres que não par-
ticiparam do estudo tiveram mais do que dobro de chance 
de desenvolverem pré-eclampsia eruptura prematura de 
bolsa, além de terem três vezes mais riscos para desenvol-
Grupos de alimentos Baixo peso 
(iMC < 19,8 kg/m2)
eutrofia 
(iMC 19,8-26,0 kg/m2)
sobrepeso 
(iMC 26,1-29,0 kg/m2)
obesidade 
(iMC > 29,0 kg/m2)
Recomendações 
Gestação única
Laticínios 10 8 8 8 3
Cereais 12 10 8 8 5-9
Carnes e equivalentes 10 10 8 6 1-2
Ovos 2 2 2 2 -
Leguminosas - - - - 1
Vegetais 5 4 4 4 4-5
Frutas 8 7 6 6 3-5
Gorduras e óleos 7 6 5 5 1-2
Doces - - - - 1-2
Quadro 6. Programa de recomendações nutricionais dos grupos alimentares em porções, nos diferentes grupos, segundo estado nutricional da gestante gemelar e para 
gestação única
Fonte: Luke et al., 2003(11)
einstein. 2008; 6(2):212-20
218 Werutsky NMA, Frangella VS, Pracanica D, Severine AN, Tonato C
verem anemia. Diabetes gestacional não foi avaliada nessa 
pesquisa, contudo, elevados níveis glicêmicos podem pre-
dispor a gestante gemelar a ter infecções e inflamações 
placentárias, estando associados ao peso do recém-nascido 
e com o desenvolvimento fetal(26). Assim sendo, é uma va-
riante significativa na incidência de complicações na gra-
videz, como a pré-eclampsia. Percebe-se também que os 
fetos das mães que participaram do programa obtiveram 
significativa redução de incidência em todos os itens clíni-
cos avaliados, principalmente, no uso de fototerapia (16 
contra 37%), nas internações em UTI neonatal (43 con-
tra 62%) e na morbidade (17 contra 32%). Verificou-se 
também maior ganho ponderal dos fetos e gestações mais 
longas das mulheres participantes, além da melhora nos 
índices de todas as intercorrências gestacionais. Além do 
mais, o risco de re-hospitalização durante os três primeiros 
anos de vida da criança foi menor nos fetos das mães que 
participaram do programa e estes obtiveram maior peso, 
comprimento e perímetro cefálico ao nascer durante a 
primeira infância. Em relação ao estado nutricional, não 
houve diferença significativa nos índices de gestantes clas-
sificadas como: eutrofia, sobrepeso e obesidade. A maior 
diferença aconteceu no grupo de baixo peso: 17% nas par-
ticipantes e 13% nas que não participaram. Apesar disso, 
todos os resultados foram melhores neste primeiro grupo.
Na gestação única, quando se calcula o IMC pré-ges-
tacional, usa-se o peso que a mulher tinha ao engravidar, 
não considerando a semana gestacional da mesma. O 
cálculo é feito com o peso inicial da gestação, classifican-
do a mulher segundo a OMS(25). A semana gestacional é 
levada em conta quando o estado nutricional da gestan-
te é estabelecido a partir do SISVAN/MS (2005)(7), no 
qual a classificação considera o peso atual e a semana 
gestacional em que a mulher se encontra. Na gestação 
gemelar, a classificação do estado nutricional e a semana 
gestacional em que a mulher se encontra são importan-
tes para se estabelecer faixas de ganho ponderal ideal 
da gestante, conforme demonstram os Quadros 2 e 3. A 
classificação do estado nutricional da gestante segundo o 
seu IMC pré-gestacional e seu IMC atual, de acordo com 
a semana gestacional é importante, pois fornece infor-
mações consistentes para se estabelecer recomendação 
de ganho ponderal semanal e total adequado, segundo 
as necessidades da gestante.
O ganho de peso total na gestação única varia de 7 
a 18 kg, dependendo do estado nutricional da mulher. 
Na gestação gemelar essa variação é maior, com reco-
mendação mínima de 13 kg e máxima, podendo chegar 
a 27,9 kg, caso a gestante esteja classificada como baixo 
peso. Esses dados expressam que o ganho ponderal to-
tal para a gestante gemelar é muito superior em todas 
as classificações de estado nutricional da mulher e isso 
pode justificar a recomendação calórica e suplementa-
ção proposta pelos estudos avaliados.
Para a gestante gemelar classificada como baixo peso 
e eutrófica, a recomendação de ganho ponderal total pode 
chegar a 1,5 vezes a recomendação para gestante única; 
para a com sobrepeso é quase o dobro e para as obesas, 
o aumento da recomendação pode chegar a 2,5 vezes. Se-
gundo o estudo de Roselló-Soberón(3), o ganho de peso 
gestacional deve começar antes da oitava semana, chegan-
do ao ganho total de 16 a 20,5 kg no final da gestação. Ga-
nho de peso inferior a 385 g por semana antes da 24a sema-
na está associado ao retardo de crescimento intra-uterino 
e maior morbidade dos bebês, mesmo se verificando um 
ganho adequado posterior até o fim da gestação. 
Segundo Luke et al.(27) e Brown e Carlson(28) o IMC 
pré-gestacional e a classificação do estado nutricional, não 
são os únicos indicadores para garantia de gestações mais 
prolongadas, ganho de peso gestacional e crescimento fe-
tal adequado. Estudo realizado pela autora, no período de 
1999 a 2002, que comparava mulheres americanas hispâni-
cas, brancas não-hispânicas e negras não-hispânicas, per-
cebeu que apesar das hispânicas terem maior percentual 
de mulheres com sobrepeso (26,5%) e menor percentual 
de eutrofia (56,1%) em relação às brancas não-hispânicas, 
apresentaram os menores índices de partos pré-termos 
(34,1% < 36 semanas e 11,3% < 32 semanas), menores 
índices de recém-nascidos de baixo peso (48,8% < 2.500 g 
e 8,2% < 1.500g), e de ruptura prematura de membrana 
(15,8%). Elas possuíam média de idade menor em relação 
às brancas não-hispânicas (27,5 anos contra 29,8 anos), ti-
nham o maior percentual de mulheres com seguro médico 
(22%) e eram as que fumavam menos (5,7% contra 13%). 
Isso pode mostrar que outras variáveis devem ser consi-
deradas durante a avaliação do risco da gestação. Outros 
indicadores, portanto, são importantes para se obterem 
melhores resultados para o ganho de peso fetal adequa-
do, tempo gestacional mais prolongado e menor risco 
para complicações clínicas da gestante e recém-nascido. 
Segundo Roselló-Soberón(3), os fatores que mais podem 
influenciar no prognóstico da gestação são: o peso pré-
gestacional da mulher, o peso ganho durante a gestação, 
o crescimento fetal, o tempo gestacional e o tabagismo. 
Isso reforça os resultados encontrados por Luke et al.(27), 
que demonstraram que o cigarro é um fator importante na 
avaliação do prognóstico gestacional da gestante gemelar.
Em relação à taxa de ganho de peso semanal, perce-
be-se que a recomendação na gestação única é superior 
a da gemelar em quase todas as classificações de estado 
nutricional no primeiro trimestre. Contudo, cabe salientar 
que na gestação única esse primeiro período é em média 
de 13,3 semanas e, na gemelar corresponde a 20 semanas. 
A exceção a essa recomendação é feita para as mulheres 
com obesidade, pois nesse caso, na gestação única, não se 
preconiza um ganho de peso no primeiro trimestre sendo 
que na gemelar se preconiza um ganho semanal entre 0,34 
a 0,45 g. Nos outros três períodos, as faixas de recomenda-
einstein. 2008; 6(2):212-20
Avaliação e recomendações nutricionais específicas para a gestante e puérpera gemelar 219
ções para a gestante gemelar aumentam, sendo significati-
vamente maiores do que as da gestação única. Para as mu-
lheres eutróficas recomenda-se o ganho semanal de 0,56 
a 0,78 g da 20a a 28a semana gestacional, enquanto que 
na gestação única a mulher deve ganhar em média 0,4 g 
a partir do segundo período. No terceiro período, há uma 
proximidade nas recomendações para as gestantes. Mes-
mo assim, as recomendações na gestação única são me-
nores (0,4 contra 0,45 g para mulheres eutróficas). Assim, 
devido a essas diferenças nas recomendações semanais, o 
ganho ponderal total para a gestação gemelar é muito su-
perior em todas as classificações do estado nutricional. 
O exercício físico durante a gestação é muito impor-
tante, pois auxilia na prevenção da hipertensão arterial, 
auxilia a circulação sangüínea e a disposição da gestan-
te. O Centro Médico de Controle e Prevenção de Doen-
ças e a Associação Americanade Medicina do Esporte 
recomendam 30 minutos ou mais de exercícios diários. 
Contudo, o Guia da Associação Americana de Gineco-
logia e Obstetrícia para Exercícios durante a gestação 
e pós-parto (2002), contra-indica a atividade aeróbica 
para a gestante gemelar, devido ao risco elevado para 
ruptura prematura de membranas.
Quanto às puérperas gemelares, analisando-se o 
Quadro 5 é possível perceber que a recomendação de 
distribuição de macronutrientes é a mesma em relação à 
gestante gemelar (20% de proteína, 40% de carboidratos 
e 40% de lipídios). Já em relação ao acréscimo calórico 
para a puérpera gemelar, recomenda-se que seja de 500 a 
600 calorias diárias para cada criança amamentada. A re-
comendação para a puérpera de gestação única é de 500 
cals/dia de acréscimo para um recém-nascido. Verifica-se 
que para a puérpera gemelar é o dobro, porque segun-
do Rimon e Shinwell(20), a demanda de produção de leite 
é dobrada, requerendo um acréscimo calórico maior. A 
puérpera tem suas necessidades energéticas aumentadas, 
para garantir a produção adequada de leite e a manuten-
ção do aleitamento. Segundo o autor, o acréscimo caló-
rico pode ultrapassar as 1.200 calorias e chegar até 1.500 
calorias diárias, já que a produção após o segundo mês é 
muito maior do que 2 l por dia. Este estudo revelou que 
a puérpera necessita de uma dieta com maior valor ener-
gético total (VET) em relação à gestante gemelar, para 
manter as condições nutricionais necessárias para a ma-
nutenção do aleitamento aos recém-nascidos. Na gesta-
ção única, a recomendação é de acréscimo de 2.700 cals/
dia e na gemelar de 3.000 a 4.000 cals/dia. Se calcularmos 
o VET para uma puérpera gemelar de 70 kg e eutrófica, 
a recomendação calórica será de 3.520 cals/dia (36 x 70 + 
1.000) a 3.720 cals/dia (36 x 70 + 1.200), o que fica muito 
próximo da recomendação durante a gestação gemelar. 
A maior diferença é entre a puérpera de gestação única 
e gemelar, pois neste caso a recomendação seria de 3.020 
cals/dia (36 x 70 + 500).
 O cuidado nutricional de puérperas, segundo um 
estudo realizado em 1975 com as mulheres membros 
do Clube da Mãe de Gêmeos do Sul da Califórnia, de-
monstrou que a má nutrição, o vegetarianismo e a hi-
dratação inadequada interferem na produção do leite, 
diminuindo a quantidade, mas não a qualidade(15). Esse 
estudo também verificou que apenas 24% delas inicia-
ram aleitamento, sendo que destas 37% interrompeu-o 
no primeiro mês e apenas 20% conseguiram mantê-lo 
do quarto ao sexto mês. Entre as muitas situações ci-
tadas como motivos para a interrupção ou a não ini-
ciação do aleitamento, encontraram: rejeição à idéia de 
amamentar (36%), sensação que o leite é insuficiente 
(28%), fraqueza ou doenças da mãe (7%) ou dos bebês 
(2%), rachaduras nas mamas (15%), entre outros. 
O outro estudo feito por Damato et al.(29), com 123 
gestantes gemelares do grupo de mães gemelares dos 
Estados Unidos, em Columbia, apresentou índices 
maiores de aleitamento. Segundo os autores, 89,4% 
(110) das mulheres iniciaram o aleitamento logo após o 
nascimento (em torno do terceiro e quarto dia pós-par-
to). Dessas mães que iniciaram o aleitamento, 72,7% 
(n = 80) mantiveram a amamentação após o primeiro 
mês e 39,1% (n = 41) conseguiram amamentar até pelo 
menos o sexto mês. A média foi de 4,5 meses ou 17,9 
semanas. Neste estudo somente a depressão foi identifi-
cada como algo de significante influência na duração da 
lactação. As mães que possuíam mais conhecimento so-
bre os benefícios do aleitamento materno conseguiram 
amamentar por mais tempo. A razão mais citada para 
a interrupção do puerpério foi a falsa idéia do leite ser 
inadequado e insuficiente; a dificuldade na freqüência 
de mamadas; as mamas vazando e mamilos inflamados 
e doloridos. As mulheres que amamentaram por mais 
de seis semanas conseguiram manter o aleitamento por 
mais tempo. 
Segundo os estudos mencionados sobre puérperas, 
a puérpera gemelar necessita de acompanhamento e 
suporte nutricional especial para a iniciação e manu-
tenção do aleitamento materno, segundo as recomen-
dações existentes. Neste contexto, a orientação nutri-
cional é imprescindível já que fornece energia para o 
organismo materno, devendo ajustar-se às necessidades 
energéticas que este período requer.
CoNCLUsÕes
Os estudos rastreados demonstraram que as recomenda-
ções nutricionais e de ganho ponderal total são bem ele-
vadas para a gestante e puérpera gemelar. Os resultados 
encontrados mostraram que a orientação nutricional, a 
adequação da dieta e o acompanhamento gestacional 
possuem íntima relação com a melhora de ganho de peso 
dos fetos ao nascerem, tempo gestacional mais prolon-
einstein. 2008; 6(2):212-20
220 Werutsky NMA, Frangella VS, Pracanica D, Severine AN, Tonato C
gado, diminuição dos riscos para o desenvolvimento de 
complicações pré e pós-parto para a mulher e os fetos. 
Sugere-se que a gestante gemelar deva ingerir de 3.000 
a 4.000 cals/dia, além de fazer uso de suplementação de 
alguns micronutrientes segundo IOM (15 mg de zinco; 
2 mg de cobre; 250 mg de cálcio; 2 mg de vitamina B6; 
300 µg de ácido fólico; 50 mg de vitamina C; 5 µg de vita-
mina D e 30 mg de ferro a partir da 12a semana). A dis-
tribuição de macronutrientes deve ser de 20% de proteí-
na (50% de alto valor biológico), 40% de carboidratos e 
40% de lipídios. A quantidade de porções dos laticínios, 
carnes e equivalentes, cereais, frutas, vegetais e gordu-
ras e óleos, também deve ser aumentada para que se al-
cance o VET da dieta. Além disso, a alimentação destas 
mulheres deve ser composta por três refeições diárias e 
três lanches. Todos esses cuidados visam ganho de peso 
adequado ao estado nutricional da mulher, nunca esque-
cendo a qualidade dessa alimentação.
Em relação à puérpera gemelar, muito pouco se en-
controu sobre o tema avaliação nutricional e recomenda-
ções específicas. O que se percebeu foi que essas mulheres 
têm dificuldades em iniciar o aleitamento e, principalmen-
te, em mantê-lo até pelo menos o sexto mês de vida dos 
seus filhos. Elas precisam, e muito, de suporte: emocional, 
psicológico e nutricional, já que muitas são as dificuldades 
encontradas para o início e a manutenção da amamenta-
ção. Quanto às recomendações encontradas, verifica-se a 
indicação para o acréscimo diário de 500 a 600 cals/dia por 
criança, sem mencionar quantidade em porções para os 
diferentes grupos alimentares ou suplementação com mi-
cronutrientes. A distribuição de macronutrientes se man-
tém como ocorre na gestação gemelar (20% de proteína, 
40% de carboidratos e 40% de lipídios).
Dessa forma, percebemos a necessidade de se desen-
volver conduta de orientação nutricional e recomendações 
específicas de ganho de peso, distribuição de macronu-
trientes e calorias totais na dieta para a gestante e puérpe-
ra gemelar. Com isso, haverá a melhora na qualidade do 
atendimento a esta população, buscando sempre atingir 
os mais altos níveis de satisfação e melhora dos resultados 
para a gestante, os fetos e para a equipe de nutrição. 
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