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Doença de Chagas Filo: Zoomastigophora (apresenta flagelos como meios de locomoção) * Morfologia e ciclo evolutivo: - Todas as formas evolutivas do T. cruzi apresentam uma organela especial, o cinetoplasto, que constitui uma mitocôndria modificada rica em DNA. - Tripomastigosta: forma encontrada no sangue periférico do hospedeiro vertebrado (Forma de diagnóstico). O cinetoplasto é posterior ao núcleo. - Epimastigota: Forma encontrada no inseto vetor (Intestino médio). O cinetoplasto é justanuclear e anterior ao núcleo. - Amastigosta: Forma intracelular. (Músculos Liso, esqueléticos e cardíacos; tecido nervoso, no SMF) Obs: Lembrar que todas as formas evolutivas interagem com as células do hospedeiro vertebrado, porém apenas as epimastigota não são capazes de nelas se desenvolver e multiplicar. - Ciclo do T. cruzi: Fezes de barbeiros contaminadas com tripomastigotas metacíclicas entram em contato com sangue do hospedeiro vertebrado. As tripomastigotas invadem células do SMF da pele ou mucosas e transformam- se em amastigotas, que se multiplicam por divisão binária simples longitudinal. As amastigotas se diferenciam em tripomastigostas e rompem as células sendo liberadas na corrente sanguínea onde vão infectar novas células. Essas tripomastigotas também podem ser sugadas pelos triatomíneos hematófagos, durante o processo de hematofagia, onde irão dar continuidade ao ciclo evolutivo. No inseto as tripomastigotas se transformam em epimastigotas que logo depois se diferenciam em tripomastigotas metaciclicas * Transmissão Saber quais são e saber explicar os mecanismos de transmissão: Vetorial (principal); transfusão sanguínea, transmissão congênita, acidentes de laboratório, transmissão oral (açaí, cana-de-açúcar) e transplante. * Saber a patogenia: - O que caracteriza a fase aguda: Alta parasitemia; transitoriedade dos sintomas e sinais; insipiência das defesas humorais e específicas. - A fase aguda pode ser sintomática ou assintomática (mais frequente). - Na forma sintomática da fase aguda pode haver : febre, astenia, mal estar, cefaleia, hepatoesplenomegalia, enfartamento dos linfonodos, edema subcutâneo, taquicardia, miocardite difusa, meningoencefalite (ocorre principalmente em crianças). - Saber os sinais de porta de entrada (Importante): Chagoma de inoculação (cutâneo), Sinal de Romanã (ocular). - O que caracteriza a fase crônica: baixa parasitemia. - Fase crônica indeterminada (assintomática): mais comum. Importante: saber as características da fase indeterminada. Positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos. Ausência de sintomas e/ou sinais da doença. ECG normal Raio X normais: coração, esôfago e cólons. Importante: Saber caracterizar as formas: cardíaca (Principal causa de morte e é caracterizada por baixa parasitemia com lesões típicas no coração; cardiopatia chagásica, cardiomegalia, aneurisma apical, etc) e digestiva (megacólon e megaesôfago) da fase crônica da Doença de Chagas. * Diagnóstico: (Muito importante) - Na fase aguda (alta parasitemia): Parasitológicos: Principalmente esfregaço sanguíneo a fresco e gota espessa para a pesquisa de Tripomastigotas no sangue periférico!!! Obs: Embora o xenodiagnóstico e a hemocultura tenham 100% de positividade na fase aguda, por que eles não são recomendados nesse caso? Pois nesses métodos os exames e obtenção dos resultados ocorrem após 30 dias. Sorológicos: Reação de precipitação, RIFI e ELISA. - Na fase crônica (baixa parasitemia): Parasitológicos: Xenodiagnóstico (saber o princípio da técnica, ela pode cobrar. Lembrar que são utilizadas ninfas de quarto e quinto estádio); hemocultura; xenodiagnóstico associado à hemocultura; PCR. Sorológicos: Fixação de complemento (Machado Guerreiro), pouco específico, por isso não é muito utilizado.; Imunoflorescência Indireta ( IgG e IgM específica); ELISA (IgG e IgM Alta sensibilidade e especificidade). * Reservatórios Os reservatórios também são importantes: caninos, felinos, tatu, gambá, ratos, macacos, seres humanos infectados. Lembrar que as AVES são refratárias ao T. cruzi, ou seja, são imunes ao parasito. * As profilaxias (slides) 1) Controle vetorial - Hormônios juvenilizantes. 2) Controle biológico. 3) Melhoria habitacional e educação sanitária. 4) Inseticidas (Organoclorados, organofoforados). Controle do vetor; Controle da transmissão transfusional; Controle das transmissões acidentais, por transplantes de órgãos e evitar a contaminação de alimentos * Tratamento (Importante) - Nifurtimox (Foi banido do mercado farmacêutico brasileiro) - Benzonidazol (única droga disponível no mercado brasileiro) * OBS: Leiam sobre os critérios de positividade e de cura da Doença de chagas! Ela pode cobrar!!! * Hemípteros (Importante!!) Lembrar que o desenvolvimento é do tipo hemimetábolo, ou seja: Ovo, ninfas (1º ao 5º estádio) e adulto. (As ninfas não possuem asas) Lembrar que para diferenciar adultos machos de fêmeas observa-se a presença do ovopositor, se o inseto adulto apresentar ovopositor é fêmea. Distribuição dos triatomíneos no Brasil (dêm uma olhada nesse mapa, não precisa decorar espécies só ter uma noção de onde estão localizados os principais gêneros) A professora pode cobrar!!! OBS: Saber que o Triatoma infestans (principal vetor) foi erradicado do Brasil. Os hemípteros podem ser: (A diferenciação é possível pela observação da proboscíde) Se o hemíptero for hematófago, ele pode pertencer a três gêneros principais. A diferenciação desses gêneros é possível pela observação da posição das antenas: Toxoplasmose (Toxoplasma gondii) Filo apicomplexa (Não apresenta meios de locomoção) São parasitas intracelulares obrigatórios (coccídios) * Morfologia e Ciclo evolutivo - As formas infectantes do parasito são : taquizoítos, bradizoítos e oocistos (esporozoítos). Essas três formas apresentam organelas citoplasmáticas características do filo Apicomplexa (visíveis apenas em microscopia eletrônica). Essas organelas são: Conoide, roptrias, micronemas e grânulos densos que são importantes para a adesão e invasão do parasita nas células hospedeiras. - Taquizoíto (forma proliferativa): forma encontrada durante a fase aguda. Tem a forma de banana, ou meia-lua. É uma forma móvel, de multiplicação rápida (a reprodução é por endodiogenia). Essa forma é encontrada dentro do vacúolo parasitóforo em várias células do organismo. - Bradizoíto: forma encotrada em vários tecidos (muscular, nervoso retina), geralmente durante a fase crônica da infecção sendo chamado também de cistozoíto. Os bradizoítos ficam dentro de um cisto com parede resistente ao sistema imunológico do hospedeiro e resistente à ação de fármacos. Os brdizoítos se multiplicam lentamente por endodiogenia. - Oocisto: forma de resistência às condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados imaturos juntos com as fezes. Os oocistos são esféricos e após a esporulação no ambiente contêm dois esporocistos com quatro esporozoítos cada. - Ciclo biológico: Heteroxênico. Os gatos são os hospedeiros definitivos pois apresentam o ciclo sexuado(coccidiano) nas células e intestinais e um ciclo assexuado em outros tecidos. O homem, outros mamíferos e as aves são considerados hospedeiros intermediários, pois só possuem o ciclo assexuado. *Trasmissão - Ingestão de oocistos - (jardins, caixas de areia, latas de lixo ). - Ingestão de cistos - na carne crua ou mal cozida ( porco,carneiro, coração de frango, boi etc;) - Congênita ou transplacentária - Ingestão de leite não pasteurizado (Taquizoitos ) - Transplante de órgãos - Acidentes de laboratório. * Patogenia - Toxoplasmose congênita (Muito importante!!!!) OBS: Para que ocorra a toxoplasmose transplacentária é necessário que a gestante esteja na fase aguda da doença ou tenha havido uma rativação da mesma durante a gravidez associada à imunodepressão acentuada. As consequências da toxoplasmose materna para o feto dependerão de vários fatores, mas principalmente do período da gestação. 1º Trimestre - Aborto 2 º Trimestre - Aborto ou nascimento prematuro, normal Síndrome de Sabin (Saibam essas quarto manifestações clínicas!!!) • Coriorretinite – 90% • Calcificações cerebrais - 69% • Perturbações neurológicas – 60% • Alterações do volume craniano – 50% 3º Trimestre - Normal ou apresentar evidências da doença depois. Nesta situação temos: em geral comprometimento ganglionar generalizado, hepatoesplenomegalia, edemas, miocardite, anemia, trombocitopenia e lesões oculares (coróide e retina). Importante saber!! Risco de transmissão aumenta com o tempo de gravidez: Primeiro trimestre – 25% Segundo trimestre – 40% Terceiro trimestre – 65% Gravidade da doença no feto é inversamente proporcional ao tempo de gestação - Toxoplasmose Adquirida ou Pós-Natal Ganglionar – benigna, febre alta, curso crônico Ocular – retinocoroidite é a lesão mais comum 60% Cutânea – forma lesões generalizada na pele (rara, fatal ) Cérebro–espinhal – É comum em indivíduos imunodeficientes (cefaléia, febre, perda da capacidade de coordenação muscular, confusão mental , convulsões, letargia coma e morte Generalizada – Forma rara porém de evolução fatal * Diagnóstico (Extremamente importante!!) Praticamente certeza ela cobrar o diagnóstico! Lembrar que o diagnóstico parasitológico é de difícil realização e que o teste mais utilizado é o sorológico (imunológico) Fase aguda: detecção de IgM (principalmente) ou IgA. Fase crônica: detecção de IgG. Toxoplasmose congênita: IgM ou IgA. Obs: ela pode perguntar porque não se faz a detecção da doença por IgG nos recém nascidos. A resposta é porque a IgG passa da mãe para o filho através da placenta e a IgM e IgA não. Toxoplasmose ocular: Dosa-se IgG no humor aquoso, e no soro do paciente. Padrões de diagnóstico: - IgM+/IgG- indica que a infecção é MUITO RECENTE e está na FASE AGUDA. - IgM+/IgG+ deve fazer o teste de avidez de IgG para saber se a infecção está na fase aguda ou crônica. IgG de baixa avidez indica infecção aguda (primo- infecção). IgG de alta avidez indica infecção antiga, mas com IgM residual (pois ela encontra-se positiva). - IgM-/IgG+ infecção crônica. (paciente imune) -IgM-/IgG- ausência de infecção (paciente é susceptível). Paciente não imune. Obs: Geralmente a fase aguda da maioria das doenças apresenta níveis elevados de IgM. À medida que essa doença vai se cronificando o IgM vai decaindo até desaparecer e os títulos de IgG vão aumentando. A avidez da IgG indica se a infecção é recente ou crônica. Avidez baixa indica infecção recente e avidez alta indica infecção crônica. Na prova ela pode colocar uma situação em que duas gestantes no segundo trimestre da gestação, apresentaram os seguintes resultados para o teste de ELISA: primeira gestante – IgM+/IgG+ (baixa avidez); segunda gestante – IgM-/IgG+. Qual das duas gestantes pode apresentar complicações na gravidez? Justifique. Considerando que essa gestante tenha adquirido a doença durante o segundo trimestre da gestação, quais a complicações que o feto pode sofrer? R: A primeira gestante, pois ela está na fase aguda da doença, uma vez que a baixa avidez da IgG indica infecção recente. E é durante a fase aguda da doença que pode ocorrer a toxoplasmose congênita, uma vez que os taquizoítos passam da mãe para o feto. Durante o segundo trimestre da doença as complicação que o feto pode sofrer são: Aborto ou nascimento prematuro normal ou com tétrade de sabim (coriorretinite, calcificações cerebrais, perturbações neurológicas, alterações do volume craniano). Profilaxia e tratamento (Ver no slide) Leishmaniose tegumentar Americana (LTA) Pertence ao Filo Sarcomastigophora (possui flagelos como formas de locomoção) * Morfologia - Amastigotas: ( Forma de diagnóstico.) Encontra-se no hospedeiro vertebrado. Intracelular, arredondada, cinetoplasto em forma de bastão e ausência de flagelo livre. Parasitas exclusivos de células do sistema fagocítico mononuclear (preferencialmente macrófagos) Multiplicam-se por divisão binária. - Promastigotas: Encontra-se no hospedeiro invertebrado. Extracelular, alongada, núcleo, cinetoplasto e presença de flagelo. Procíclico: forma de divisão. Metacíclico: forma infectiva. - Paramastigotas: São encontradas aderidas ao epitélio do trato digestivo do vetor pelo flagelo através de hemidesmossomos. * Modos de transmissão A doença é transmitida por insetos flebotomíneos (Phlebotomus sp., Lutzomyia sp.) que inoculam promastígotas metacíclicos durante o repasto sanguíneo. (Principal forma de transmissão) Outros mecanismos: Uso de drogas injetáveis, acidentes de laboratório, transfusão de sangue. * Ciclo O flebotomíneo (fêmea) pica o vertebrado e inocula as formas promastígotas metacíclicas no hospedeiro que vão infectar macrófagos e se diferenciar em amastigotas. As amastigotas se reproduzem por divisão binária, rompem os macrófagos, sendo liberadas nos tecidos e infectam novos macrófagos dando continuidade ao ciclo. Outros Flebotomíneos picam esse hospedeiro e ingerem amastigotas, que dentro deles irão se transformar em promastígotas. Obs: A saliva do flebotomíneo possui neuropeptídios vasodilatadores (Maxidilan) que atuam facilitando a alimentação do inseto e ao mesmo tempo imunossuprimindo a resposta do hospedeiro vertebrado; desta forma, exerce importante papel no sucesso da infectividade das promastigota metacíclicas.) * Os tipos de reservatórios. Animais silvestres (pacas, tutus, capivaras, bichos preguiça e outros roedores silvestres) Animal doméstico (cão) * Formas clínicas na LTA e espécies que geralmente estão relacionas a cada forma Leishmaniose cutânea localizada: L. braziliensis, L. amazonensis, L. Guyanensis. Leishmaniose cutânea mucosa: L. braziliensis. Leishmaniose cutânea difusa: L. amazonenses. * Saber os aspectos imunológicos e os perfis em cada forma de LTA. - Forma cultâneo localizada: resposta do tipo Th1 (produção das citocinas pró-inflamatórias IL-12, IL-2, INF-gama), caracterizada como um processo granulomatoso,com proliferação linfocitária e plasmocitária marcada por escassez de parasitos. - Forma cutânea mucosa: resposta do tipo Th1 exacerbada. - Forma cutâneo difusa: Imunidade do indivíduo comprometida e a resposta é do tipo Th2 (produção das citocinas: IL-10, TGF-beta, IL-4, IL-5). Há uma grande quantidade de parasitos e escassez de linfócitos. * Diagnóstico - Diagnóstico Parasitológico: Exame direto de preparações coradas (Giemsa ou Leishman): Mais apropriado nos casos de leishmaniose cutânea causada pela L. (L.) amazonensis para a procura de Amastigotas. (Diferentemente da Doença de Chagas em se procura tripomastigotas). - Diagnóstico imunológico: Intradermorreação de Montenegro (IRM) (Muito importante) Saber como se apresenta o resultado do teste de Montenegro em cada forma de LTA. Na forma cutânea localizada: a reação pode variar de acordo com a evolução da doença, sendo maior nas úlceras crônicas; Na forma mucosa, a reação inflamatória pode ser tão intensa a ponto de provocar necrose, devido ao estado hiper-reativo do paciente; Na forma difusa, a resposta é NEGATIVA, devido ao comprometimento do sistema imunológico do paciente (estado anergico); Nos pacientes tratados, têm-se uma imunidade celular duradoura, permanecendo o teste positivo durante muitos anos e , em alguns casos, indefinidamente. Imunofluorescência indireta ELISA * Quadro (resumo) Gente esse quadro é muito bom! * Profilaxia Combate ao vetor; Proteção individual (com uso de repelentes); Tratamento dos doentes; Não são recomendadas ações para o controle de animais silvestres e domésticos hospedeiros das espécies de Leishmania causadoras da LTA; A solução ideal para o controle da LTA, particularmente no Brasil, é a produção de uma vacina. (Em estudos ainda) * Tratamento Drogas de primeira escolha: Antimoniais pentavalentes (Sb+5). Drogas de segunda escolha: Anfotericina B e Pentamidina. Algumas questões: 1) Em relação ao aspecto imunológico da Leishmaniose tegumentar americana, marque (V) ou (F). Corrija a(s ) alternativa(s) falsa(s). ( V ) Na modulação da resposta imune contra os parasitas causadores da LTA, o macrófago apresenta os antígenos aos linfócitos TCD4+, que podem ser divididos em pelo menos duas subpopulações: Th1 e Th2. ( F ) Na leishmaniose cutânea localizada observa-se uma correlação com a resposta do tipo Th1, histologicamente caracterizada como um processo granulomatoso tipo tuberculoide, com proliferação linfocitária e plasmocitária marcada por uma grande quantidade (Escassez) de parasitos. ( V ) A resposta Th1 é caracterizada por um perfil de citocinas típico com aumento do INF gama, enquanto na resposta Th2 é observado um aumento da IL-10 e IL-4. ( F ) A leishmaniose cutâneo difusa está correlacionada com uma resposta do tipo th1 exacerbada, na qual existe uma infiltração dérmica de macrófagos, habitualmente vacuolizados, repletos de amastigostas e com escassez de linfócitos, caracterizando um padrão de suscetibilidade em humanos. (A resposta é do tipo Th2) ( F ) A leishmaniose cutâneo mucosa está correlacionada com uma resposta do tipo Th2. (A resposta é do tipo Th1 exacerbada) 2) Explique como se apresenta o resultado do teste intradérmico de Montenegro em cada uma das formas da LTA (cutâneo localizada, cutâneo mucosa, cutâneo difusa) e nos pacientes tratados. R: Na forma cutânea localizada: a reação pode variar de acordo com a evolução da doença, sendo maior nas úlceras crônicas; Na forma mucosa, a reação inflamatória pode ser tão intensa a ponto de provocar necrose, devido ao estado hiper-reativo do paciente; Na forma difusa, a resposta é negativa, devido ao comprometimento do sistema imunológico do paciente (estado anergico); Nos pacientes tratados, têm-se uma imunidade celular duradoura, permanecendo o teste positivo durante muitos anos e , em alguns casos, indefinidamente. Leishmaniose Viceral Pertence ao Filo Sarcomastigophora (possui flagelos como formas de locomoção) * OBS: Morfologia, ciclo, tratamento são iguais aos da LTA * Trasmissão Ocorre pela picada do flebotomíneo: Lutzomia longipalpis, uso de drogas injetáveis, transfusão sanguínea. * Reservatórios Silvestre: raposa; Doméstico: cão. * Aspectos imunológicos OBS: A susceptibilidade está relacionada com perfil Th2, pois nesse perfil o indivíduo é anérgico, ou seja, o sistema imunológico está comprometido, não responde contra o parasito. Ocorre nas formas mais graves da doença. * Diagnóstico - Diagnóstico Parasitológico: Exame direto de preparações coradas (Giemsa ou Leishman): Pesquisa de formas amastigotas Amostras: punção aspirativa de medula óssea, linfonodos, fígado e Baço. - Diagnóstico imunológico Intradermorreação de Montenegro (IRM); Nos casos avançados de Leishmaniose visceral o resultado é negativo, devido ao comprometimento da imunidade do indivíduo. Imunofluorescência indireta ELISA * Profilaxia (Importante!) Tríade: - Diagnóstico e tratamento dos doentes. - Eliminação dos cães com sorologia positiva (Eutanásia). - Combate às formas adultas do inseto vetor. Malária Filo Apicomplexa (Igualmente ao Toxoplasma godii, ou seja as formas evolutivas esporozoíto, merozoíto, também apresentam as organelas citoplasmáticas: conoide, roptrias, micronemas e grânulos densos) Agentes causadores Plasmodium vivax (1890) - terçã benigna Plasmodium falciparum (1897) - terçã maligna (Mais comum e mais virulento) Plasmodium malariae (1881) - febre quartã * Morfologia (Muito importante) Obs: O trofozoíto de P. falciparum é pequeno e delicado. O citoplasma é delgado e o núcleo apresenta a cromatina pequena e saliente. A cromatina pode ser dupla também (aparenta um fone de ouvido) O poliparasitismo é frequente e é rara a presença de granulações. O trofozoíto de P. vivax apresenta o citoplasma espesso. O núcleo apresenta a cromatina intensa e única. Poliparasitismo é raro. O trofozoíto do Plasmodium malariae apresenta citoplasma espesso. O núcleo apresenta a cromatina única e média. O trofozoíto ocupa 1/3 do eritrócito. Quando maduro apresenta-se em forma de faixa equatorial no eritrócito. O aspecto dos eritrócitos parasitados por P. falciparum: Tamanho normal e granulações são raras. O aspecto dos eritrócitos parasitados por P. vivax: tamanho aumentado e granulações frequentes. O aspecto dos eritrócitos parasitados por P. malariae: tamanho normal e granulações raras. O macrogametócito do P. falciparum tem a forma de foice ou banana, apresenta cromatina densa e cercada de pigmento malárico. O microgametócito é mais curto, apresenta a cromatina frouxa e o pigmento malárico está disseminado por todo o citoplasma. O macrogametócido do P. vivax ocupa quase todo o eritrócito, tem a forma circular ou oval, a cromatina é dessa. O microgametócito apresenta a cromatina frouxa. * Ciclo Em humanos:esporozoítos infectantes são inoculados no homem pelo inseto vetor. Após invasão do hepatócito os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos, que se multiplicam por esquizogonia ou merogonia (assexuada) , dando origem aos esquizontes teciduais e posteriormente a milhares de merozoítos que serão liberados do fígado para a circulação sanguínea por meio de vesículas denominadas merossomos. Após invadir os eritrócitos os merozoítos transformam-se em trofozoítos jovens e posteriormente em trofozoítos maduros. O desenvolvimento intraeritrocítico do parasito se dá por esquizogonia, com consequente formação de esquizontes dando origem aos merozoítos sexuados, os gametócitos. No vetor: somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto, dando origem ao ciclo sexuado ou esporogônico. O gametócito masculino, por um processo denominado exflagelação, dá origem a 8 microgametas e o gametócito feminino dá origem ao macrogameta. Cada microgameta fecundará um macrogameta, formando o ovo ou zigoto que é móvel e atinge a parade do intestino médio, se encistando na camada epitelial do órgão, passando a ser chamado oocisto. Inicia-se então o processo de divisão esporogônica e, após a ruptura da parede do oocisto, os esporozoítos formados são liberados e atingirão as cBlulas das glandulas salivares do mosquito. Obs: Nas infecções por P. vivax e P. ovale, o mosquito vetor inocula populações geneticamente distintas de esporozoítos: algumas se desenvolvem rapidamente, enquanto outras ficam em estado de latência no hepatócito, sendo por isso denominadas hipnozoítos (o grego hypnos, sono). Estes hipnozoítos são responsáveis pelas recaídas tardias da doença, que ocorrem após períodos variáveis de incubação, em geral dentro de seis meses para a maioria das cepas de P. vivax. As recaídas são, portanto, ciclos pré-eritrocíticos e eritrocíticos consequentes da esquizogonia tardia de parasitos dormentes no interior dos hepatócitos. * Trasmissão - Vetorial: Picada da fêmea de Anopheles sp infectada! - Outras formas de transmissão: Congênita é grave para o feto e recém-nascidos; Transfusional; Acidentes de laboratório; Compartilhamento de seringas contaminadas. * Período de incubação: - P. falciparum -12 dias - P.vivax -14 dias - P. malariae: 30 dias * Vetor: Mosquitos fêmea do gênero Anopheles conhecidos também como mosquito prego ou carapanã, pernilongo. Obs: Lembrar que o Anopheles é o hospedeiro definitivo (onde ocorre a reprodução sexuada) e o homem é o hospedeiro intermediário (onde ocorre a reprodução assexuada) * Reservatório: Humanos portadores de gametócitos (gametóforo) * Aspectos imunológicos (Saber principalmente da resistência inata – resistência natural dos indivíduos à malária) A resistência é uma propriedade inerente do hospedeiro e independe de qualquer contato prévio com o parasito. Fatores do hospedeiro, geneticamente determinados, podem influenciar a sua suscetibilidade a malária. A ausência de receptores específicos na superfície dos eritrócitos impede a interação de merozoítos. Algumas populações negras africanas que não apresentam o antígeno de grupo sanguíneo Duffy (FyFy) são resistentes a infecção pelo P viva, o que explica a raridade deste tipo de malária em certas regiões da África. Pessoas que apresentam anemia falciforme ou traço falciforme são imunes à malária grave (P. falciparum) * Patogenia (Muito Importante) OBS: Apenas o ciclo eritrocítico é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária. A passagem do parasito pelo fígado não é patogênica e não determina sintomas. Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes formas clínicas da doença baseiam-se, fundamentalmente, na interação dos seguintes fenômenos patogênicos: - Destruição dos eritrócitos parasitados; - Toxicidade resultante da liberação de citocinas; - Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar, no caso específico do P. falciparum; - Lesão capilar por deposição de imunocomplexos, no caso do P. malariae. A destruição dos eritrócitos fagocitados está presente em todos os tipos de malária e participam do desenvolvimento da anemia. Porém na maioria dos casos a anemia não está relacionada com a parasitemia, mas sim com outros fatores como: destruição dos eritrócitos não parasitados pelo sistema imune; participação de auto anticorposcom afinidadestanto para o parasito como para o eritrócito; disfunção da medula óssea estimulada por ação de citocinas (diseritropoiese). Na presença do parasito o organismo passa a produzir citocinas que agirão direta ou indiretamente sobre o parasito, mas que também podem ser nocivas para o próprio hospedeiro. Essas citocinas estão associadas a muitos dos sintomas aguda, como a febre e o mal-estar. Obs: As citocinas são produzidas pelos macrófagos, linfócitos, etc do próprio hospedeiro. A produção dessas citocinas é induzida pelas substancias produzidas pelo parasito, como a hemozoína. A concentração de diversas citocinas, principalmente o TNF alfa, está elevada tanto na malária causada por P. falciparum, como por P. vivax. Acredita-se que esta citocina atue diretamente sobre o endotélio e de forma indireta, induzindo moléculas de citoaderência. Como consequência da lesão endotelial, pode haver extravasamento de líquido para o espaço intersticial de alvéolos e glomérulos, produzindo manifestações de malária grave pulmonar e renal. Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar (Tirei esse parágrafo igual do livro, porque essa parte é importante, não precisa saber detalhado claro, mas explica sobre a cito aderência e a formação de rosetas na Malária por P. falciparum, o que torna essa espécie a mais letal) “Durante o desenvolvimento esquizogônico sanguíneo, o P. falciparum induz uma série de modificações na superfície da célula parasitada, que permitem a sua adesão a parede endotelial dos capilares. Este fenômeno de citoaderência é mediado por proteínas do parasito expressas na superfície dos eritrócitos infectados (proteína 1 de membrana do eritrócito do P. falciparum ou PfEMPl), formando protuberâncias ou knobs. Diferentes moléculas do hospedeiro participam do processo de adesão celular, sendo o antígeno de diferenciação leucocitária (CD36), a molécula de adesão intercelular (ICAM-1) e a condroitina sulfato A (CSA) as mais importantes. ICAM-1 parece ser o principal ligante no cérebro, CD36 na microcirculação de diferentes órgãos e CSA na placenta. Diferentes parasitos podem se ligar a um número variável de combinações de receptores do hospedeiro. TNF-alfa e outras citocinas podem estimular a expressão de moléculas de adesão, principalmente ICAM-1, nos capilares cerebrais. O fenômeno de adesão celular também é observado entre eritrócitos parasitados e não parasitados, formando as chamadas "rosetas". As moléculas envolvidas na formação de "rosetas" incluem certos carboidratos dos grupos sanguíneos A e B e CD36. A citoaderência endotelial e o fenômeno de formação de rosetas ocorrem principalmente nas vênulas do novelo capilar de órgãos vitais (substância branca do cérebro, coração, fígado, rins, intestino). Dependendo da intensidade, podem levar a obstrução da microcirculação e consequente redução do fluxo de oxigênio, ao metabolismo anaeróbico e a acidose láctica. São alvos dessa agressão o cérebro, os rins e o figado, cujos danos são responsáveis pelas complicações de malária cerebral, insuficiência renal aguda e hepatite, tão comuns nos quadros de malária grave. É interessante notar que o sequestro dos eritrócitos parasitados representa, pelo menos em parte, um mecanismo de escape do parasito, evitando a sua destruição no baço. Uma evidência de que o baço tem papel relevante na modulação da citoaderência é o fato de pacientesesplenectomizados apresentarem no sangue periférico, eritrócitos deformados ou alterados, e parasitados com todos os estágios de desenvolvimento do P. falciparum. Em infecções crônicas por P. malariae ocorre glomerulonefrite transitória e autolimitada produzida pela deposição de imunocomplexos e componentes de complemento no glomérulo.” O restante da parte de patogenia e sintomatologia leiam nos slides. OBS: Lembrar do acesso malárico ou ataque paroxítico: Calafrio, calor e suor. * Diagnóstico (Importante) - Clínico: Acesso malárico. - Laboratorial: Gota espessa, esfregaço, QBC. - Testes rápidos; OptiMAL – saber que esse teste detecta a presença ou ausência de Plasmodium spp (baseado na enzima LDH). E que ele é capaz de diferenciar P. falciparum de P. vivax. Parasigth – Detecta apenas a presença ou ausência de P. falciparum. (Baseado na proteína 2 rica em histidina). * Desenvolvimento de vacina antimalárica Os alvos são: Os esporozoítos a fim de bloquear a infecção, uma vez que os esporozoítos dão início à infecção; os merozoítos a fim de se reduzir a morbidade/mortalidade, uma vez que os merozoítos são os principais responsáveis pelos sintomas da malária; os gametócitos, a fim de bloquear a transmissão, uma vez que eles são os responsáveis pela transmissão da doença, pois realizam a reprodução sexuada no inseto vetor (hospedeiro definitivo). * Principais fatores responsáveis pelo recrudescimento da Malária - Populações de P. falciparum resistentes a drogas (cloroquina) - Populações de Anopheles com resistência comportamental aos inseticidas - Deslocamento de trabalhadores de zonas de foco para zonas livres do Plasmódio, mas com o mosquito transmissor. * Prevenção e tratamento ler nos slides. Resolução do estudo dirigido 1) Cite 2 características que explicam a maior virulência do Plasmodium falciparum? R: O plasmodium falciparum invade tanto hemácias maduras, quanto reticulócitos; essa espécie produz uma maior quantidade de merozoítas que os outros; tem a capacidade de promover o sequestro de eritrócitos na rede capilar; citoaderência, formação de rosetas, etc. 2) quais as consequências fisiopatológicas da citoaderência e da formação de rosetas na malária? R: A citoaderência endotelial e o fenômeno de formação de rosetas ocorrem principalmente nas vênulas do novelo capilar de órgãos vitais (substância branca do cérebro, coração, fígado, rins, intestino). Dependendo da intensidade, podem levar a obstrução da microcirculação e consequente redução do fluxo de oxigênio, ao metabolismo anaeróbico e a acidose láctica. São alvos dessa agressão o cérebro, os rins e o fígado, cujos danos são responsáveis pelas complicações de malária cerebral, insuficiência renal aguda e hepatite, tão comuns nos quadros de malária grave. 3) qual o principal fator de virulência do P. falciparum? R: Capacidade do parasito de aderir a receptores do endotélio vascular por meio de antígenos do parasito expressos na superfície dos eritrócitos infectados. 4) qual a principal molécula do parasito envolvida na aderência a receptores endoteliais? R: Proteínas do parasito expressas na superfície dos eritrócitos infectados (Proteína 1 de membrana do eritrócito do P. falciparum ou PfEMPl) 5) quais a manifestações clínicas da malária causada pelo P. vivax? R: GERALMENTE causa malária não complicada. É caracterizada pela ocorrência de paroxismos febris (acesso malárico) .Os paroxismos iniciam-se com calafrios, acompanhados de mal-estar, cefaleia e dores musculares e articulares. Náuseas e vômitos são sintomas frequentes, podendo também ocorrer dor abdominal intensa. Em algumas horas, inicia a febre alta que produz adinamia e prostração; a esta fase se segue um período de sudorese profusa, com melhora progressiva do estado geral. Geralmente os acessos maláricos ocorrem a cada 48h (febre terçã benigna) 6) O acesso malárico é caracterizado por Calafrio, calor e suor, descreva cada etapa e diga o tempo duração de cada. R: A fase de calafrio dura cerca de 15 minutos a 1h, sendo seguida pela fase febril (calor), podendo atingir 41ºC ou mais. Após um período de 2 a 6h, a febre começa a diminuir e o paciente apresenta sudorese profusa e fraqueza intensa. Atlas Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi) Leishmaniose (Leishmania sp.) Malária - Plasmodium falciparum Malária - Plasmodium vivax Toxoplasmose (Toxoplasma gondii)
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