Buscar

Apostila Produção Mais Limpa Completa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Seminários de 
Produção Mais Limpa 
(P+L)
Salete Regina Vicentini
Revisada por Salete Regina Vicentini (janeiro/2013)
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Seminários de Produ-
ção Mais Limpa (P+L), parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado 
dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar 
aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 7
1 HISTÓRICO AMBIENTAL E CONSEQUÊNCIAS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO.... 9
1.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................13
1.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14
2 P+L COMO PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE ................................................................ 15
2.1 P+L .....................................................................................................................................................................................15
2.2 Sustentabilidade ...........................................................................................................................................................17
2.3 P+L e a Sustentabilidade ...........................................................................................................................................19
2.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................22
2.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................23
3 P+L - PORQUE BUSCAR ESSES PROJETOS? ...................................................................... 25
3.1 A Necessidade de um Modelo Econômico mais Sustentável ......................................................................25
3.2 A Importância de Projetos P+L ................................................................................................................................28
3.3 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31
3.4 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................32
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 33
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 35
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 39
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
5
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso é formar engenheiros com capacidade para o planejamento, execução, 
monitoramento e avaliação de sistemas de prevenção e controle da poluição ambiental e promoção 
da qualidade ambiental, por meio da aplicação de princípios tecnológicos, além de formar profissionais 
generalistas, com base científica e conhecimentos amplos e abrangentes em todas as áreas da produção, 
considerando os aspectos humanos, sociais, econômicos, materiais, energéticos, tecnológicos e ambien-
tais, para atender às demandas de empresas industriais e de serviços.
Esta apostila e a disciplina Seminários de Produção Mais Limpa (P+L) buscam proporcionar uma 
visão geral do contexto histórico e tecnológico do assunto ao longo dos anos. Dentro dessa perspectiva, 
o conteúdo está dividido em: introdução, histórico do meio ambiente, sustentabilidade e Produção Mais 
Limpa (P+L) e a importância da P+L. Posteriormente, faremos uma conclusão, bem como apresentare-
mos as respostas comentadas das atividades.
Finalizando, busca-se, também, proporcionar conhecimentos para a melhoria da qualidade de vida.
Será um prazer acompanhá-lo(la) ao longo deste trajeto.
Professora Salete Regina Vicentini
APRESENTAÇÃO
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
7
Caro(a) aluno(a),
A necessidade de estabelecer novos métodos para o conhecimento das questões ambientais, so-
ciais e econômicas do planeta faz com que sejam fixadas as bases que deverão provocar mudanças e 
transformações na sociedade. Na verdade, estando a natureza profundamente marcada por ações hu-
manas, muitas delas de caráter predatório, é imperioso encontrar um meio de diminuir ou minimizar os 
impactos negativos, interferindo, especialmente, em muitos processos industriais que ainda desprezam 
as tristes consequências de suas linhas de produção para o meio ambiente (PHILIPPI JR, 2000).
O nosso mundo complexo apresenta muitos problemas, que estão interligados de alguma forma, e 
tanto a ciência quanto a sociedade reclamam uma compreensão, intervenção e possíveis soluções inte-
gradas. Sendo assim, a prática da interdisciplinaridade torna-se indispensável para o mundo.
O desenvolvimento da sociedade no seu meio ambiente e as suas interações são processos natural-
mente interdisciplinares. O homem, todavia, na sua simplicidade de raciocínio, transformou esse comple-
xo conjunto de interações em elementos disciplinares, para melhor entender e buscar resolver cenários. 
Na medida em que o homem desenvolve suas formas materiais de vida, gerando tecnologia nova, 
indústrias e desenvolvimento econômico, passa a exigir novas formas organizativas. Essas novas formas 
estão intimamente ligadas ao direito, principalmente quando essa organização é fundamentalmente so-
cial. Nesse caso, a questão jurídica, que trata do sistema de controle dessas forças que formam o conteú-
do histórico e social de uma comunidade, deve ser considerada (ALVES, 2002).
Hoje, afirma-se que, graças à modernidade, à Revolução Científica e ao processo de globalização 
impulsionado pela Revolução Cibernética e informática, o homem entrou em uma nova etapa civiliza-
tória: a era do conhecimento. Isso é verdade, porque nunca antes ele havia construído e transformado 
o mundo com tanta intensidade sobre a base do conhecimento. Ao mesmo tempo que o ser humano 
superexplora recursos e desgasta ecossistemas para convertê-los em valor de troca, “tecnologiza” a vida 
e coisifica o mundo. A ciência e a tecnologia converteram-se na maior força produtiva e destrutiva da 
humanidade (LEFF, 2000).
Assim, a ciência e a tecnologia, caminhando como parceirasna direção do sustentável, descobrem 
a complexidade do meio ambiente e se dão conta de que precisam estar cada vez mais equipadas; para 
tanto, as bases tecnológicas e científicas deverão ser alteradas, pois só assim estarão em condições de en-
frentar e resolver transtornos ambientais complexos, como as diversas formas de poluição, em que deve 
ser necessariamente incluído o impacto provocado pela fome e pela miséria (PHILIPPI JR, 2000).
INTRODUÇÃO
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
9
HISTÓRICO AMBIENTAL E CONSEQUÊNCIAS 
DO CRESCIMENTO ECONÔMICO1 
Caro(a) aluno(a),
O capítulo inicia-se com um breve histórico 
da questão ambiental, componente importante 
para o entendimento das questões e problemá-
ticas ambientais atuais, assim como o surgimento 
das tecnologias ambientais.
Desde a Pré-História, há fontes de como o 
homem utiliza o meio ambiente para a sua sobre-
vivência e, a partir do uso de ferramentas, passou 
a utilizá-lo de modo a degradar de certa forma. 
Na Antiguidade, os projetos de saneamento, utili-
zados até hoje, são a prova que o homem sempre 
teve a noção de suas necessidades, embora nem 
todos os povos tivessem o mesmo olhar. Com o 
crescimento populacional, a história “entrou” na 
Idade Média, trazendo vários problemas, incluin-
do os de saúde pública: os banheiros públicos 
passaram a não ser suficientes para todos, assim 
como o saneamento básico, disseminando várias 
doenças e havendo um aumento da mortalidade 
da população (VICENTINI, 2012).
No início do século XIX, ocorreu uma Revo-
lução Energética e não uma Revolução Industrial, 
pois era necessária muita energia para que se 
produzisse cada vez mais; o consumo aumentou 
exacerbadamente e a degradação ambiental tor-
nou-se um fator necessário para que as empresas 
atingissem seus objetivos. Novamente, o aumen-
to da população fez com que a demanda da pro-
dução atingisse um patamar altíssimo, a fim de 
suprir a sua necessidade. Além disso, a mídia foi 
e é um fator de degradação, quando vai contra a 
realidade dos graves fatores ambientais (VICENTI-
NI, 2012).
A partir da década de 1960, movimentos 
ambientalistas começaram a pressionar a socie-
dade para a sensibilização e posterior conscien-
tização de todos. Eventos importantes come-
çaram a ocorrer, envolvendo o mundo todo nas 
questões ambientais de maneira geral: a política, 
a sociedade, a educação, a saúde, a economia, o 
ambiente natural e urbano, o planejamento e a 
gestão ambiental. Além disso, segundo Santos 
(2007), muitas pessoas consideram os anos 1960 
um marco no qual o relacionamento entre o de-
senvolvimento e o meio ambiente começou a ser 
efetivamente compreendido, com a publicação 
do livro Silent Spring, apresentando uma pesquisa 
com os aspectos toxicológicos, ecológicos e epi-
demiológicos do emprego de pesticidas na agri-
cultura e seu impacto para as espécies animais e 
a saúde dos seres humanos. Essa publicação rom-
peu o conceito da capacidade infinita de absor-
ção pelo meio ambiente dos impactos ambien-
tais causados pelo desenvolvimento. 
AtençãoAtenção
Em 2000, Primavera Silenciosa foi considerada, 
pela Escola de Jornalismo de Nova Iorque, uma 
das maiores reportagens investigativas do século 
XX. Em 2006, o jornal britânico The Guardian colo-
cou o nome de Rachel Carson em primeiro lugar 
na lista das cem pessoas que mais contribuíram 
para a defesa do meio ambiente.
A obra Primavera Silenciosa conseguiu mostrar 
todos os aspectos da contaminação provocada 
pelo veneno DDT, com base em fatos científicos 
e apoiada em extensa pesquisa e na opinião de 
balizados técnicos da época. Carson sistematizou 
todas as informações em linguagem acessível ao 
grande público. Ela transmitiu as bases dos con-
ceitos modernos de ecologia e do princípio da 
prevenção, ao afirmar que os venenos não pode-
riam ser lançados na natureza sem que se sou-
bessem antes os reais efeitos dessa prática nos 
organismos vivos (RIBEIRO, 2012).
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
A partir daí, várias iniciativas e recursos fo-
ram destinados ao desenvolvimento de instru-
mentos que permitissem o melhor entendimento 
da relação entre a geração de resíduos e seus res-
pectivos impactos no meio ambiente. Alguns in-
cidentes nos anos 1970 e 1980, como, por exem-
plo, o vazamento ocorrido no reator de Three Mile 
Island e o acidente nuclear do reator da estação 
de Chernobyl, contribuíram também para acele-
rar ações de proteção ao meio ambiente.
Saiba maisSaiba mais
O Acidente de Chernobyl
“O acidente na Usina Nuclear de Chernobyl, localizada na Ucrânia, antiga União Soviética, ocorreu dia 26 de abril de 
1986. Este acidente é considerado o pior acidente nuclear da história e gerou uma nuvem radioativa que atingiu a 
União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido.
A nuvem, com uma grande quantidade de materiais radioativos, depositou especialmente iodo e césio, por pratica-
mente todo o solo Europeu. O Iodo-131, que contribui principalmente para o câncer na tireóide, tem uma meia-vida 
física de oito dias e a maior parte se desintegrou poucas semanas após o acidente. O Césio-137, que contribui para 
doses interna e externa, tem uma meia-vida física de 30 anos e, até o ano de 2005, ainda era encontrado em solos e 
alimentos em grande parte da Europa.
O acidente, de grandes proporções, ocasionou uma reavaliação nas medidas de radioproteção adotadas até então em 
instalações nucleares. Ainda hoje não se sabe com precisão o número de mortos causados pelo acidente na usina de 
Chernobyl. Os indivíduos mortos em decorrência de câncer, por exposição à radiação ou contaminação por materiais 
radioativos gerados no acidente, não são facilmente identificáveis no meio dos indivíduos que teriam câncer indepen-
dentemente do acidente.
Estima-se que aproximadamente 5 milhões de pessoas habitam, atualmente, áreas ainda contaminadas com material 
radioativo. Um estudo médico dessa população constatou que a maior parte dessas pessoas demonstra um alto grau 
de ansiedade e sintomas físicos de doenças normalmente sem explicação clínica adequada. A maior parte dessas pes-
soas acredita ter uma saúde mais fraca em comparação com moradores de outras áreas, que não foram expostos ao 
mesmo nível de radiação em decorrência do acidente.
A usina de Chernobyl está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 km ao noroeste da cidade de Chernobyl. A 
usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir 1 GW de energia elétrica (3,2 Gigawatts de energia 
térmica). A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator No 1 comissionado em 1977, seguido 
pelo No 2 (1978), No 3 (1981), e No. 4 (1983). Dois reatores adicionais (No 5 e No 6, também capazes de produzir 1 GW 
cada) estavam em construção na época do acidente.
 No dia 26 de abril de 1986, às 1:23:58 a.m. hora local, sábado, o quarto reator da usina de Chernobyl – conhecido como 
Chernobyl-4 – sofreu uma catastrófica explosão que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um 
derretimento.
A primeira explicação para o acidente, publicada em agosto de 1986, atribuiu a culpa exclusivamente aos operadores 
da usina. De acordo com essa explicação, os operadores foram descuidados e violaram vários procedimentos de se-
gurança, parcialmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator. É importante notar que os operadores 
desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator realizando uma série de ações proibidas pelos guias técnicos de 
operação de reatores do tipo de Chernobyl.
De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo 
menos 204 barras de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O guia técnico de 
operação do reator proibia a operação do reator com menos de15 barras dentro do núcleo.
Outro fator importante na ocorrência do acidente foi que os operadores não tinham informações completas sobre os 
procedimentos que poderiam fazer com que o reator ficasse fora de controle. De acordo com um dos operadores o 
projetista omitiu estas informações. Acredita-se que esta falta de transparência no fluxo de informações decorreu do 
fato da gerência da instalação ser composta por pessoas não qualificadas em reatores nucleares. O diretor e o enge-
nheiro chefe tinham experiência e treinamento em usinas termo-elétricas a carvão. O próprio engenheiro chefe dos 
Reatores 3 e 4, somente tinha ‘alguma experiência com pequenos reatores nucleares’.
O reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina no dia 25 de abril de 1986. 
Esse desligamento seria útil para testar a capacidade do gerador do reator gerar energia suficiente para manter as 
bombas de água funcionando em caso de perda do suprimento externo de energia. Reatores como os de Chernobyl 
têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados instantaneamente – o reator é, 
portanto, usado para acionar a turbina, a certo ponto a turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a 
força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua fase de queda de rotação po-
deriam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado com sucesso previamente em 
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
11
Saiba maisSaiba mais
outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam suficiente 
energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias adicionais foram feitas nas turbinas o 
que levou à necessidade de repetir os testes.
Em relação a população das cidades em torno da usina, os efeitos biológicos provocados por doses baixas de radiação 
em um longo período de tempo podem demorar anos para se desenvolver. Para prever aumentos no número de casos 
de câncer e outros problemas de saúde, pesquisadores têm utilizado dados coletados de Hiroshima e Nagasaki, o único 
evento nuclear anterior a Chernobyl que envolveu milhões de pessoas. O estudo dos sobreviventes da bomba atômica 
destas duas cidades indica que a taxa de câncer deverá aumentar, mas não muito acima dos níveis normais. Nas duas 
cidades o aumento nos casos de leucemia e câncer de tireóide ocorreu após dez anos do lançamento da bomba.
Os efeitos biológicos provocados pelas duas bombas atômicas, contudo, serão, provavelmente, muito diferentes da-
queles de Chernobyl. A fonte, o tipo e a quantidade de radiação foram muito diferentes. A bomba lançada em Hiro-
shima tinha 4,5 toneladas de combustível, enquanto Chernobyl liberou 50 toneladas de combustível no ambiente. 
Como as cidades foram bombardeadas durante uma guerra, a população afetada era formada predominantemente 
por mulheres, velhos e crianças. A comida que veio para a cidade era de localidades não atingidas pela explosão e 
assim era livre de radioatividade. Também, aqueles que sobreviveram ao bombardeio inicial, fogo e explosão tinham 
uma constituição física mais forte que a média da população e, portanto tinham menos probabilidade de morrer de 
câncer nos anos futuros.
Assim, parece que a população que morava ao redor de Chernobyl irá sofrer problemas em longo prazo bem piores 
do que aqueles em Hiroshima e Nagasaki. O número de casos de câncer esperado em dez anos ocorreu apenas cinco 
anos após o acidente. Um epidemiologista da Ucrânia relatou um aumento no número de casos de câncer, entre 1985 
e 1990, de 45 por cento em pessoas que vivem em áreas contaminadas e de 11 por cento em pessoas que vivem em 
áreas com baixa radioatividade. 
Em uma cidade a aproximadamente oitenta quilômetros de Chernobyl a frequência de tumores malignos aumentou 
de 210 casos por 100.000 pessoas, em 1986, para 337 casos em 1990.
A Usina de Chernobyl será completamente desativada até o ano de 2065. Os procedimentos iniciais para encerrar a 
operação da usina deverão ocorrer após 2013. O combustível nuclear deverá ser removido da usina para abrigos espe-
ciais. O fechamento final e a preservação das instalações do reator e equipamentos contaminados com radiação estão 
programados para ocorrer em 2022. As instalações do reator deverão ser preservadas até 2045 de modo que os níveis 
de radiação decaiam a valores normais. A remoção dos equipamentos e a limpeza do território deverão estar finalizadas 
até 2065.” (PORTAL, 2010).
Porém o início da luta por um mundo am-
bientalmente mais equilibrado, em escala plane-
tária, deu-se na década de 1970, quando a Orga-
nização das Nações Unidas (ONU) realizou, em 
Estocolmo, a primeira grande Conferência sobre 
o Meio Ambiente, em que seu principal objetivo 
foi alertar o mundo para o fato de que os proces-
sos tecnológicos e socioeconômicos associados 
ao “desenvolvimento” estavam comprometendo 
a qualidade de vida da Terra (FELDMANN, 2011).
Em 1984, durante a Conferência Mundial 
da Indústria sobre Administração Ambiental, foi 
estabelecido o princípio da precaução, o qual foi 
novamente priorizado na conferência de cúpula 
dos líderes das sete nações industrializadas mais 
ricas de 1989, em Paris. O princípio da precaução 
aparece descrito e fortalecido nos relatórios e pu-
blicações da Declaração Ministerial resultante da 
reunião da Comissão Econômica das Nações Uni-
das para a Europa (SCHMIDHEINY, 1992).
Conforme citado por Schmidheiny (1992),
para alcançar o desenvolvimento sus-
tentável, as políticas têm de se basear no 
princípio de precaução. As medidas am-
bientais devem prever, evitar e atacar as 
causas da degradação ambiental. Onde 
houver ameaças de danos graves ou irre-
versíveis, a inexistência de uma plena cer-
teza científica não deve ser usada como 
pretexto para se adiarem medidas que vi-
sem a prevenir a degradação ambiental.
Nos últimos 30 anos, governos de diversos 
países reagiram definindo legislações ambientais 
que deveriam tratar e controlar as emissões das 
atividades produtivas e seus impactos ao meio 
ambiente. Essas ações têm sido desenvolvidas 
em um sistema no qual os representantes do go-
verno definem, periodicamente, os limites para o 
lançamento das emissões, denominados padrões 
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
12
de emissões de qualidade para o ar, água e solos 
(ANDRADE; KIPERSTOK; MARINHO, 2001).
Em 1992, com a Rio 92, Conferência das Na-
ções Unidas, foram reafirmadas várias recomen-
dações sobre assuntos diversos, bem como foi 
criada a Agenda 21, que hoje entra nos municí-
pios, cidades e países como ferramenta das prio-
ridades locais, agindo localmente para contribuir 
globalmente. O desenvolvimento sustentável foi 
reafirmado também, além de seu conceito e di-
mensão. Entre as estratégias de prevenção que 
surgiram nos últimos anos, a Produção Mais Lim-
pa (P+L) pode contribuir para as formas susten-
táveis do desenvolvimento econômico definidas 
nos Capítulos 20, 30 e 34 da Agenda 21 da Con-
ferência das Nações Unidas de 1992. O conceito 
prevê o uso eficiente de recursos naturais e a mi-
nimização da geração de resíduos e de sua dispo-
sição no meio ambiente, tendo como consequên-
cia uma maior capacidade das gerações futuras 
em satisfazer suas necessidades (UNEP/UNIDO, 
2003 apud SANTOS, 2007).
Já em 2001, uma reunião sobre mudanças 
climáticas foi realizada em Bonn, Alemanha. O 
Protocolo de Kyoto chegou mais perto da ratifi-
cação, mesmo sem o apoio dos Estados Unidos, e 
com modificações no texto original. Hoje, o pro-
tocolo está confuso e foi ratificado em parte, mas 
países estão saindo do acordo para que não haja 
prejuízos. Há, ainda, reuniões (Conferências das 
Partes – COPS)que são realizadas todos os anos. 
Neste ano, alguns itens avançaram, mas se está 
longe de um novo acordo, como o que foi feito, 
em 1997, para que os países mais desenvolvidos 
diminuíssem 5% da poluição atmosférica medida 
em 1992 para 2012, que não é mais válido (VICEN-
TINI, 2012).
Houve um tempo em que as pessoas não se 
preocupavam com as questões ambientais. Os re-
síduos gerados pelas empresas eram despejados 
na água, no ar ou no solo, sem controle, não exis-
tindo dentro da empresa a figura de um respon-
sável pelo meio ambiente.
Com o crescimento e a diversificação das 
atividades produtivas e o consequente aumen-
to da geração de resíduos, os órgãos ambientais 
estaduais, que são responsáveis pela qualidade 
do meio ambiente, passaram a solicitar das em-
presas o Licenciamento Ambiental, bem como o 
controle e tratamento de suas emissões atmosfé-
ricas, resíduos sólidos e águas servidas (efluentes 
líquidos). Tornou-se necessária a figura de um res-
ponsável pela área ambiental dentro da empresa. 
Com o passar do tempo e em função de alguns 
graves acidentes ambientais que ocorreram nas 
últimas décadas, muitas empresas resolveram 
melhorar seu desempenho ambiental, reduzindo 
as emissões.
Assim, desapareceu a figura do responsá-
vel único pela área ambiental e teve início a fase 
em que todos os trabalhadores da empresa eram 
responsáveis pelo meio ambiente (essa responsa-
bilidade coletiva está prevista na Lei dos Crimes 
Ambientais). Surgiram, também, as certificações 
de empresas pela ISO 14001, que são atestados 
de que elas, além de cumprirem a legislação am-
biental, estão comprometidas com a melhoria 
contínua.
Aconteceu, porém, que muitas empresas, 
mesmo certificadas, começaram a perceber que o 
custo ambiental, ou seja, o custo para tratar seus 
resíduos, aumentava na mesma proporção do 
crescimento da produção (Guia mais de produ-
ção mais limpa, 2010). Dessa forma, com o consu-
mo insustentável, os recursos naturais passaram a 
ser explorados de forma indevida e, assim, surgiu 
a necessidade de processos, produtos, serviços e 
tecnologias mais sustentáveis.
Produzir mais e crescer significavam ge-
rar mais resíduos e gastar mais para tratá-los ou 
dispô-los adequadamente. Como modificar essa 
situação? Como produzir mais com menores cus-
tos ambientais? Deixando de gerar resíduos, 
por meio da P+L.
No Brasil, a P+L surgiu com o apoio do Ser-
viço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
(Sebrae) e a coordenação nacional do Conselho 
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável (CEBDS), em que foi criada a Rede 
Brasileira de Produção Mais Limpa, com o objeti-
vo bem definido de difundir o conceito de ecoefi-
ciência e a metodologia de P+L para as empresas 
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
de menor porte, com base no modelo concebido 
pela ONU (CEBDS, 2005).
Na fase experimental do programa, entre 
1999 e 2002, os resultados obtidos pelas empre-
sas-piloto dos cinco primeiros núcleos estaduais 
(Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Ba-
hia e Santa Catarina) indicaram que estávamos no 
caminho certo. As cerca de 200 empresas partici-
pantes obtiveram, em três anos, uma redução de 
R$ 18 milhões por ano nos gastos com matérias-
-primas, água e energia. Para cada R$ 1 investido, 
houve um retorno de R$ 4 (CEBDS, 2005).
Saiba maisSaiba mais
Conceitos importantes
•	Ecossistema é a unidade básica da ecologia;
•	Economia vem do grego e significa manejo da 
casa;
•	Desenvolvimento sustentável é aquele que aten-
de às necessidades do presente, sem comprome-
ter as gerações futuras;
•	Consumo sustentável: o comportamento huma-
no irá garantir o crescimento contínuo da econo-
mia da empresa, por meio do uso inteligente dos 
recursos naturais utilizados;
•	Licenciamento Ambiental: procedimento admi-
nistrativo pelo qual o órgão ambiental competen-
te licencia a localização, a instalação, a ampliação 
e a operação de empreendimentos e atividades 
utilizadores de recursos ambientais, considerados 
efetiva ou potencialmente poluidores ou daque-
les que, sob qualquer forma, possam causar de-
gradação ambiental, considerando as disposições 
legais e regulamentares e as normas técnicas apli-
cáveis ao caso. 
Saiba maisSaiba mais
“Dentre os diversos princípios do Direito Ambiental, 
cumpre destacar os princípios da prevenção e da 
precaução.
O princípio da prevenção se caracteriza pela ‘prio-
ridade que deve ser dada à medida que evitem o 
nascimento de atentados ao ambiente, de molde a 
reduzir ou eliminar as causas de ações suscetíveis 
de alterar sua qualidade’. 
Pelo princípio da prevenção, permite-se a instala-
ção de uma determinada atividade ou empreen-
dimento, impedindo, todavia, que ele cause danos 
futuros, por meio de medidas mitigadoras ou de 
caráter preventivo. 
O principio da precaução, por outro lado, ‘é um es-
tágio além da prevenção, à medida que o primeiro 
(precaução) tende à não realização do empreen-
dimento, se houver risco de dano irreversível, e o 
segundo (prevenção) busca, ao menos em um pri-
meiro momento, a compatibilização entre a ativida-
de e a proteção ambiental’. 
Assim, pelo princípio da precaução, quando exis-
te risco ou incerteza científica de dano ambiental, 
a atividade sequer poderá ser licenciada.” (CUNHA, 
2005).
AtençãoAtenção
A história é importante como fator norteador dos 
acontecimentos atuais. Sempre relacione o pas-
sado com o presente. O histórico de produtos e 
processos pode ser importante para novas tec-
nologias.
1.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, estudamos o histórico ambiental, que por si só refere-se à sustentabilidade e ao 
desenvolvimento sustentável, cujo aparecimento deu-se por conta dos princípios de prevenção e pre-
caução, além do aparecimento das tecnologias de P+L. 
Segue modelo de evolução estratégica relacionada à questão ambiental, aos seus problemas e à 
P+L, como fator histórico na área de tecnologias ambientais:
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
14
 Figura 1 – Evolução das estratégias ambientais – a mudança em direção à P+L.
Fonte: Santos (2007).
Vamos, agora, analisar o seu aprendizado.
1. Em relação à história, quando iniciou o processo de maior consciência ambiental?
2. Como surgiu a P+L no Brasil?
1.2 Atividades Propostas
Lançamento e disposição
1960 1970 1980 1990
Tratamento de resíduos fora da empresa
Monitoramento de resíduos (reciclagem)
Redução na Fonte
Design verde e ciclo de vida
Estratégias de Produção mais LimpaEstratégias de fim-de-tubo
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
15
Caro(a) aluno(a),
Este é o momento de fazer a ligação entre 
sustentabilidade, gestão ambiental e técnicas de 
P+L COMO PRÁTICA DE 
SUSTENTABILIDADE2 
2.1 P+L
O conceito de P+L apareceu em meados 
dos anos 1970, em resposta ao restritivo e com-
plexo crescimento das exigências legais. A P+L é 
definida como a aplicação contínua de uma estra-
tégia ambiental preventiva integrada a processos, 
produtos e serviços, para aumentar a ecoeficiên-
cia e reduzir riscos aos seres humanos e ao meio 
ambiente. P+L é um estágio de transição entre a 
prevenção da poluição e o desenvolvimento sus-
tentável (VAN BERKEL, 2000 apud SANTOS, 2007).
Segundo o Centro Nacional de Tecnologias 
Limpas (CNTL, 2012), a P+L significa a aplicação 
contínua de uma estratégia econômica, ambien-
tal e tecnológica integrada aos processos e pro-
dutos, a fim de aumentar a eficiência no uso de 
matérias-primas, água e energia, por meio da não 
geração, minimização ou reciclagem de resíduos 
gerados em um processo produtivo. Essa abor-
dagem induz inovação nas empresas, dando um 
passo em direção ao desenvolvimento econômi-
co sustentado e competitivo,não apenas para 
elas, mas para toda a região que abrangem. 
Tecnologias ambientais convencionais tra-
balham, principalmente, no tratamento de resí-
duos e emissões gerados em um processo pro-
dutivo. São as chamadas técnicas de fim de tubo. 
A P+L pretende integrar os objetivos ambientais 
aos processos de produção, a fim de reduzir os 
resíduos e as emissões em termos de quantidade 
e periculosidade. Para tanto, são utilizadas várias 
estratégias, visando à P+L e à minimização de re-
síduos.
Conforme o CNTL (2003 apud SANTOS, 
2007), a P+L consiste em um programa da Organi-
zação das Nações Unidas para o Desenvolvimen-
to Industrial (UNIDO)/Programa das Nações Uni-
das para o Meio Ambiente (UNEP), que surgiu, em 
1991, por meio de uma abordagem intermediária 
entre a Produção Limpa do Greenpeace e a mini-
mização de resíduos da Environmental Protection 
Agency (EPA). Para Barbieri (2004), a P+L tem suas 
origens nas propostas correlatas estimuladas pela 
Conferência de Estocolmo de 1972, como o con-
ceito de tecnologia limpa (clean technology), um 
Saiba maisSaiba mais
Conceitos importantes
•	Boas práticas: ações realizadas dentro da empre-
sa visando à limpeza, organização, otimização de 
tempos de produção, saúde, segurança e outros;
•	Fim de tubo: tratamentos de resíduos sólidos, 
efluentes líquidos e emissões atmosféricas que 
as empresas adotam, no final de seus processos 
industriais, com o objetivo de atender aos parâ-
metros definidos pelos órgãos ambientais.
P+L; assim, você poderá distinguir e não se con-
fundir mais.
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
16
conceito de tecnologia que deveria alcançar três 
propósitos distintos, porém complementares: 
lançar menos poluição ao meio ambiente, gerar 
menos resíduos e consumir menos recursos na-
turais, principalmente os não renováveis. Atual-
mente, a P+L integra uma estratégia tecnológica, 
econômica e ambiental aos processos, produtos e 
serviços, a fim de aumentar a eficiência no uso de 
insumos e matérias-primas, por meio da redução 
de desperdícios, não geração, minimização ou 
reciclagem dos resíduos gerados, proporcionan-
do benefícios econômicos e ambientais (CNTL, 
2012).
Por meio de uma metodologia desenvolvi-
da e apoiada pela UNIDO, o CNTL oferece aos se-
tores produtivos alternativas viáveis para a identi-
ficação de técnicas de P+L, que, implantadas em 
processos, permitem a minimização de resíduos 
sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféri-
cas, eficiência no uso da energia e racionalização 
no emprego da água. A implantação de um pro-
grama de P+L em um processo produtivo segue 
uma sequência que compreende cinco etapas: i) 
planejamento e organização; ii) pré-avaliação e 
diagnóstico; iii) avaliação de P+L; iv) estudos de 
viabilidade técnica, econômica e ambiental; e v) 
implementação de opções e plano de continui-
dade. 
A P+L considera a variável ambiental em 
todos os níveis da organização, caracterizando-se 
por ações que são implementadas dentro da em-
presa, especialmente as ligadas ao processo pro-
dutivo, com o objetivo de tornar o processo mais 
eficiente, no emprego de seus insumos, gerando 
mais produtos, menos resíduos e também con-
tribuindo para a preservação do meio ambiente 
(SEVERO et al., 2009).
Segue imagem com os níveis para a identi-
ficação de opções de não geração e minimização 
de resíduos, efluentes e emissões na implementa-
ção da metodologia de P+ L:
Figura 2 – Níveis para a identificação de opções de não geração e minimização de resíduos, efluentes e emissões 
na implementação da metodologia de P+L.
 Fonte: Adaptado de SENAI-RS (2002).
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
17
Explicando o fluxograma anterior, temos 
ainda, segundo o CNTL (2012), a prioridade da 
P+L (no topo, à esquerda): evitar a geração de re-
síduos e emissões (nível 1). Os resíduos que não 
podem ser evitados devem, preferencialmente, 
ser reintegrados ao processo de produção da em-
presa (nível 2). Na sua impossibilidade, medidas 
de reciclagem fora da empresa podem ser utiliza-
das (nível 3). 
A prática do uso da P+L leva ao desenvolvi-
mento e implantação de tecnologias limpas nos 
processos produtivos. Para introduzir técnicas de 
P+L em um processo produtivo, podem ser uti-
lizadas várias estratégias, tendo em vista metas 
ambientais, econômicas e tecnológicas. A priori-
zação dessas metas é definida em cada empresa, 
por meio de seus profissionais e baseada em sua 
política gerencial. Assim, dependendo do caso, 
podem-se ter fatores econômicos como o pon-
to de sensibilização para a avaliação e definição 
de adaptação de um processo produtivo, com a 
minimização de impactos ambientais passando 
a ser uma consequência, ou, inversamente, os fa-
tores ambientais serem prioritários e os aspectos 
econômicos, consequência. 
A P+L, portanto, deve estar no centro do 
pensamento estratégico de qualquer empresa. 
De um lado, ela traz, comprovadamente, benefí-
cios econômicos: evita perdas, quase sempre da-
nosas ao meio ambiente, e reduz custos, o que, 
por sua vez, influencia a posição competitiva do 
negócio. De outro, a empresa que produz de for-
ma limpa tem sua imagem em harmonia com a 
comunidade e a cidadania – uma associação po-
derosa capaz de reforçar a posição competitiva 
(CNTL, 2012).
Afinal, o que é a sustentabilidade? Está vol-
tada à interdisciplinaridade, que significa: traba-
lho em equipe, contendo profissionais de várias 
áreas para um determinado estudo de caso, seja 
ele a execução de planejamentos, projetos, ope-
ração ou manutenção de setores de interesse am-
biental, tendo visões diferentes sobre um mesmo 
tópico (problema-solução) (VICENTINI, 2012).
Muitos entendem sustentabilidade como 
algo apenas relacionado a locais naturais, ao 
“meio ambiente”, porém isso é um equívoco, pois 
a sustentabilidade ressalta-nos o todo na socieda-
de, ou seja, contextos sociais, econômicos e am-
bientais. Além disso, “meio ambiente” não signi-
fica apenas locais naturais e sim todo e qualquer 
meio ambiente, seja ele escolar, urbano etc. Den-
tro desses contextos, desmembramos a cultura, a 
política, o turismo, a educação e a saúde. Por isso, 
a sustentabilidade está voltada à interdisciplina-
ridade, pois trabalhamos tudo isso de forma a in-
terligar os acontecimentos nos itens comentados 
2.2 Sustentabilidade
anteriormente. Para representá-la, costumamos 
falar sobre o tripé da sustentabilidade. Para tanto, 
segue modelo representativo.
AtençãoAtenção
Não pense que sustentabilidade está ligada ape-
nas ao ambiente natural! Lembre-se sempre do 
tripé da sustentabilidade e sua dimensão. Ser 
sustentável é utilizar os processos produtivos, de 
forma a usar de maneira racional os recursos na-
turais e produzir muito, ou seja, há uma econo-
mia na matéria-prima e no processo produtivo.
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
18
Figura 3 – Representação do modelo do tripé da sustentabilidade.
O conceito de sustentabilidade, relaciona-
do ao uso dos recursos disponíveis, sejam natu-
rais, de capitais ou humanos, tem um processo 
de construção histórica, que resultou em indica-
dores utilizados pelas diversas nações. Os indica-
dores de desenvolvimento sustentável, no Brasil, 
integram-se ao conjunto de esforços internacio-
nais para a concretização das ideias e princípios 
formulados na Conferência das Nações Unidas so-
bre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada 
no Rio de Janeiro, em 1992, no que diz respeito à 
relação entre meio ambiente, desenvolvimento e 
informações para a tomada de decisões. As infor-
mações sobre a realidade brasileira estão dividi-
das nas dimensões ambiental, social, econômica 
e institucional.Dentro dessas dimensões, estão 
apresentados 60 indicadores, originários de es-
tudos e levantamentos do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE) e de outras institui-
ções (IBGE, 2009).
O desenvolvimento sustentável deve ser 
uma consequência do desenvolvimento social e 
econômico e da preservação ambiental. Segun-
do Dias (2006 apud GUIMARÃES et al., 2011) o 
equilíbrio dinâmico da sustentabilidade acontece 
por meio de três dimensões: i) Sustentabilidade 
Econômica: garantir que, em qualquer momen-
to, o fluxo de caixa é suficiente para assegurar a 
liquidez da organização; ii) Sustentabilidade So-
cial: agregar valor para as comunidades em que 
as empresas atuam, aumentando o capital huma-
no de parceiros individuais. As empresas devem 
gerenciar o capital social de uma forma que faça 
os stakeholders entender a motivação e, de um 
modo geral, concordar com o sistema de valores 
da companhia; iii) Sustentabilidade Ambiental: 
usar apenas recursos naturais, que devem ser con-
sumidos em uma taxa abaixo de sua reprodução 
natural ou em outra taxa menor que o desenvol-
vimento dos seus substitutos e que esses recursos 
não causem emissões que fiquem acumuladas no 
meio ambiente em taxa além da capacidade do 
sistema natural de absorver e acumular. 
Sustentabilidade
ƒƒ Área econômica
ƒƒ Competitividade
ƒƒ Cidadania
ƒƒ Responsabilidade Socioambiental
ƒƒ Cultura
ƒƒ Conservação de Recursos Naturais
ƒƒ Redução de consumo
ƒƒ Descarte correto de resíduos
ƒƒ Minimização de impactos ambientais
Dimensão 
Econômica
Dimensão 
Ambiental Dimensão Social
Fonte: Vicentini (2012).
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
19
Saiba maisSaiba mais
Conceitos importantes
•	 Impacto ambiental: qualquer alteração das pro-
priedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de maté-
ria ou energia resultante das atividades humanas 
que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a 
segurança e o bem-estar da população; as ativi-
dades sociais e econômicas; a biota, as condições 
estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a quali-
dade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986);
•	Políticas públicas: referem-se àquelas que são 
propostas tanto diretamente por membros do 
Poder Legislativo quanto as que são encaminha-
das ao Poder Legislativo pelo Executivo. Visam 
sempre ao bem comum da sociedade, com a 
devida ponderação dos interesses de diferentes 
grupos sociais. Podem, ainda, ser elaboradas com 
a participação da comunidade, seja por meio de 
Organizações Não Governamentais (ONGs), seja 
por determinados comitês ou conselhos. É um 
conjunto de diretrizes estabelecido pela socieda-
de, por meio de sua representação política, em 
forma de lei, visando à melhoria das condições de 
vida dessa sociedade.
De maneira geral, a sustentabilidade en-
globa fatores ambientais, políticos econômicos 
e a continuidade deles, de forma a sempre exis-
tirem recursos naturais para as gerações futuras. 
Nas empresas, a sustentabilidade ambiental deve 
aparecer para encarar o papel dela na sociedade 
e exercer a responsabilidade socioambiental, por 
meio do tão falado desenvolvimento sustentável.
Saiba maisSaiba mais
Entenda a diferença entre produção limpa e P+L:
•	produção limpa: iniciativa que tem como prin-
cípios a precaução, a prevenção, a integração, o 
controle democrático, o direito de acesso a in-
formações sobre riscos e impactos de produtos 
e processos e a responsabilidade continuada dos 
produtos;
•	P+L: é a aplicação contínua de uma estratégia 
ambiental preventiva e integrada, nos processos 
produtivos, nos produtos e nos serviços, para re-
duzir os riscos relevantes aos seres humanos e ao 
ambiente natural.
A noção de sustentabilidade pressupõe a 
realização de desenvolvimento sem destruição; 
logo, traduzi-la supõe perseguir um grau de de-
senvolvimento caracterizado pelo redireciona-
mento do atual padrão de produção e consumo. 
Isso significa reduzir os impactos ambientais re-
sultantes desse processo e, por conseguinte, me-
lhorar os níveis de qualidade ambiental das cida-
des (VICENTINI, 2012).
Devido ao grande consumo de recursos na-
turais e aos impactos ambientais, as organizações 
vêm incorporando em suas estratégias o conceito 
de sustentabilidade. Atualmente, as organizações 
tornaram-se alvos de novas expectativas quanto 
às suas responsabilidades para com a sociedade, 
como agentes que dispõem de recursos financei-
ros e tecnológicos para uma atuação mais ágil, 
decisiva e direta na solução dos problemas am-
bientais. A P+L integra uma estratégia tecnológi-
ca, econômica e ambiental aos processos, produ-
tos e serviços, a fim de aumentar a eficiência no 
2.3 P+L e a Sustentabilidade
uso de insumos e matérias-primas, por meio da 
redução de desperdícios, não geração, minimiza-
ção ou reciclagem dos resíduos gerados, propor-
cionando benefícios econômicos e ambientais. O 
aspecto mais importante da P+L é que ela requer 
não somente a melhoria tecnológica, mas a apli-
cação de know-how e a mudança de atitudes. Es-
ses três fatores reunidos fazem o diferencial em 
relação às outras técnicas ligadas a processos de 
produção (GUIMARÃES et al., 2011).
A produção e o consumo de bens e de servi-
ços devem respeitar e visar a uma sociedade mais 
justa (sustentabilidade social); à conservação e 
utilização racional e adequada dos recursos natu-
rais, renováveis e não renováveis, incorporados às 
atividades produtivas (sustentabilidade ambien-
tal); e à gestão e aplicação mais eficientes dos re-
cursos, para suprir as necessidades da sociedade 
e não permitir a submissão absoluta às regras de 
mercado (sustentabilidade econômica) (OLIVEI-
RA, 2001).
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
20
A atividade industrial, por muito tempo vis-
ta como impactante, atualmente desponta para 
um cenário de alternativas racionais de gestão, 
em que a variável ambiental insere-se, sem, con-
tudo, frear o seu desenvolvimento e sua própria 
sustentabilidade. Consoante isso, as empresas 
vêm integrando em seus planos estratégicos a 
P+L, tornando viáveis benefícios ambientais, eco-
nômicos e de saúde ocupacional. Para tanto, é 
necessária uma mudança de atitudes de to-
dos, desde os níveis de diretoria até os níveis 
operacionais. A educação ambiental pode en-
trar nesse contexto.
Ao contrário das tecnologias ambientais 
convencionais, que focam o fim de tubo, a P+L 
pretende integrar os objetivos ambientais aos 
processos de produção, a fim de reduzir os resí-
duos e as emissões em termos de quantidade e 
periculosidade.
Segundo Batman Jr (2011), o CNTL compara 
a tecnologia de fim de tubo com a P+L, conforme 
o quadro a seguir:
 Quadro 1 – Tecnologia de fim de tubo x P+L.
Tecnologia de fim de tubo P+L
Pretende reação. Pretende ação.
Os resíduos, os efluentes e as emissões 
são controlados por equipamentos de 
tratamento.
Prevenção da geração de resíduos, efluentes 
e emissões na fonte. Procura evitar matérias-
primas potencialmente tóxicas.
Proteção ambiental é um assunto para 
especialistas competentes. Proteção ambiental é tarefa para todos.
A proteção ambiental atua depois do 
desenvolvimento dos processos e produtos.
A proteção ambiental atua como uma parte 
do design do produto e da engenharia de 
processo.
Os problemas ambientais são resolvidos a 
partir de um ponto de vista tecnológico.
Os problemas ambientais são resolvidos em 
todos os níveis e em todos os campos.
Não se tem preocupação com o uso eficiente 
de matérias-primas, água e energia.
Uso eficiente de matérias-primas, água e 
energia.
Leva a custos adicionais. Ajuda a reduzir custos.
 Fonte: Adaptado de Batman Jr. (2011). 
Perante o meio ambiente, a P+L proporcio-na diminuição dos impactos ambientais, redução 
de resíduos, gases tóxicos e efluentes, otimização 
do uso de água e de energia, além de maiores 
condições de saúde e segurança aos colaborado-
res e à população de forma geral (GUIMARÃES et 
al., 2011), como podemos confirmar com o qua-
dro anterior. Além disso, tem como estratégia a 
prevenção e/ou minimização de geração de resí-
duos e contaminantes em sua fonte de geração. 
Observando e comparando os dois conceitos – 
desenvolvimento sustentável e P+L –, observa-se 
que a prevenção precede as estratégias de desen-
volvimento sustentável (VAN BERKEL, 2000 apud 
SANTOS, 2007).
A relação do conceito de desenvolvimento 
sustentável e do conceito de P+L (Figura 4) pode 
ser evidenciada observando que os objetivos da 
P+L pretendem promover a aplicação, de forma 
consistente, da implementação de práticas pro-
dutivas em empresas, que contribuam para sua 
adequação ambiental e econômica. A proposta 
do conceito de P+L está baseada na maximização 
do uso dos recursos naturais nos processos pro-
dutivos e na redução do lançamento de conta-
minantes no meio ambiente, favorecendo, assim, 
que gerações futuras tenham maior probabilida-
de de encontrar os recursos naturais para satis-
fazer suas necessidades de desenvolvimento. A 
P+L apresenta uma proposta de atuação para a 
resolução dos problemas ambientais de uma ati-
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
21
vidade produtiva mais eficaz e eficiente para pro-
mover a sustentabilidade do que as formas tradi-
cionais propostas de processos de tratamento e 
disposição final de resíduos, denominadas fim de 
tubo (UNEP/UNIDO, 2003 apud SANTOS, 2007).
 Figura 4 – P+L e desenvolvimento sustentável.
 Fonte: Santos (2007).
A P+L é adequada aos países em desen-
volvimento, pois oferece aos setores industriais 
desses países uma oportunidade de desenvolver 
sistemas de produção que empreguem conside-
rações ambientais preventivas, tendo em vista 
que a maior parte dos investimentos em produ-
ção de tecnologias ainda está por ser realizada 
(UNEP/UNIDO, 2003 apud SANTOS, 2007).
Outra questão que não podemos deixar 
de pensar é a ligação da gestão ambiental com 
a P+L. Certamente, a implementação de um Sis-
tema de Gestão Ambiental (SGA), segundo o mo-
delo proposto pela NBR ISO 14001, impulsiona 
as empresas a observar essas questões sob uma 
ótica gerencial de forma mais sustentável. Os 
procedimentos exigidos para a certificação, prin-
cipalmente em relação a requisitos legais e con-
troles operacionais, fazem com que as empresas 
passem a considerar suas relações com o meio 
ambiente como qualquer outro aspecto de seus 
negócios.
É natural que uma empresa, após a obten-
ção de um certificado internacional de qualida-
de ambiental, passe a fazer uso de sua conquista 
como marketing institucional, principalmente se 
fizer parte de um segmento industrial tradicional-
mente poluidor. O marketing ecológico passou a 
ser obrigação das empresas que pretendem con-
tinuar – ou tornar-se – modernas e competitivas 
e, apesar de não garantir um padrão de excelên-
Desenvolvimento Sustentável
Sustentabilidade ecológica, desenvolvimento econômico e igualdade social
“Desenvolvimento Sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessi-
dades presentes sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de 
satisfazer suas próprias necessidades.”
1987, Brundtland Commission
Estratégias de Desenvolvimento
Objetivos econômicos e sociais definidos por atores do governo, indústrias, 
sociedade civil e instituições acadêmicas.
Produção mais Limpa
Conceitos relacionados: ecoeficiência, prevenção da poluição, ecologia 
industrial, minimização de resíduos.
Aplicação prática na 
indústria
Estratégias governamentais 
para dar suporte à Produção 
mais Limpa
Monitoramento e Avaliação
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
22
cia em termos de desempenho ambiental, a cer-
tificação ISO 14001 representa esforços concretos 
e um compromisso assumido na busca pela mini-
mização de impactos ambientais e pela sustenta-
bilidade.
Saiba maisSaiba mais
•	Reciclagem externa: conjunto de técnicas que 
têm por finalidade aproveitar os resíduos e rein-
troduzi-los no ciclo de produção de que saíram; 
retorno da matéria-prima ao ciclo de produção;
•	Reciclagem interna: reutilização de determi-
nada substância com o objetivo de minimizar o 
consumo de novas matérias-primas e/ou apro-
veitamento total das características das matérias-
-primas, dentro do mesmo processo industrial.
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você viu sobre o contexto, a dimensão e a importância da sustentabilidade, além de 
conceitos da P+L. Além disso, a ligação entre a sustentabilidade e a P+L é clara e extremamente impor-
tante para o processo de diminuição de consumo de maneira geral no ambiente corporativo, bem como 
para a atuação de forma mais consciente dentro das empresas.
Segue um resumo do conjunto de práticas de prevenção para P+L que são necessárias no processo 
produtivo das empresas:
 Figura 5 – Conjunto de práticas de prevenção para P+L em empresas.
 Fonte: Santos (2007).
2.4 Resumo do Capítulo
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
23
Ainda, podemos resumir, segundo Vicentini (2012):
Desenvolvimento Sustentável
ƒƒ Segundo a ONU, é aquele que atende às necessidades do presente, sem comprometer as pos-
sibilidades das gerações futuras;
ƒƒ Prover sustento, segurança e vida adequada para todos;
ƒƒ Respeitar os limites e regras do meio biofísico;
ƒƒ Papel fundamental dos governos para políticas públicas de desenvolvimento sustentável;
ƒƒ Melhoria da qualidade vida;
ƒƒ A gestão ambiental (gerenciar tudo que está ao redor) não pode se separar do desenvolvimen-
to sustentável.
Dimensões do Desenvolvimento Sustentável
ƒƒ Sociocultural: consumo, história, cultura, cidadania;
ƒƒ Ambiental: esgotamento dos recursos naturais não renováveis (minérios: carvão, ferro, petró-
leo), degradação dos sistemas naturais, biodiversidade;
ƒƒ Econômica: atender ao interesse de diferentes grupos (governo/população), redução da po-
breza, equidade.
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
1. Onde a sustentabilidade está inserida na P+L?
2. A gestão ambiental entra nesse processo de P+L? Explique.
2.5 Atividades Propostas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
25
Caro(a) aluno(a),
Neste capítulo, você verá a necessidade e 
importância de novas tecnologias ambientais.
P+L - PORQUE BUSCAR ESSES 
PROJETOS?3 
3.1 A Necessidade de um Modelo Econômico mais Sustentável
O grande impulso das indústrias, em função 
de diversos fatores, não mais permitiu ao homem 
satisfazer-se com formas grosseiras e modestas de 
aproveitamento das energias disponíveis, como 
moinhos de vento, rodas-d’água e força animal. 
A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, 
foi, na verdade, uma revolução nos processos de 
utilização da energia, que se tornava necessária 
em quantidades cada vez maiores, para permitir 
a produção de bens de consumo na proporção 
exigida por populações em rápido crescimento 
(BRANCO, 2002). 
À medida que a população aumenta – hoje, 
temos cerca de sete bilhões de habitantes –, as in-
ter-relações entre o meio físico e os aspectos bio-
lógicos, psicológicos e sociais tornam-se cada vez 
mais complexas. Isso porque a cidade não é um 
ecossistema urbano, pois qualquer ecossistema 
deve, antes de tudo, ser autossuficiente (VICEN-
TINI, 2012).
Desse modo, há a necessidade e maior de-
manda por parte das indústrias, ocasionando um 
consumo excessivo de energia e materiais, e um 
aumento na produção de poluentes, e as próprias 
alteraçõesdecorrentes da construção dessas 
grandes indústrias constituem formas importan-
tes de impacto ambiental. Os impactos provoca-
dos por uma indústria extravasam muito o espa-
ço físico que ela ocupa. Há, ainda, o problema do 
transporte de matérias-primas, da fonte para a in-
dústria, e de produtos industriais para os centros 
de consumo. Os maiores e mais graves problemas 
de poluição marinha acontecem justamente no 
transporte de petróleo bruto e seus produtos re-
finados, através do oceano, por gigantes navios, 
que já atingem mais de 500 mil toneladas cada 
um.
Além disso, as indústrias são grandes con-
sumidoras de energia. Por exemplo, a quantida-
de de energia consumida na produção de cada 
lingote de alumínio é tão grande que se diz que 
esse metal poderia ser chamado “energia em bar-
ras”. Para suprir essa necessidade, recorre-se a três 
opções básicas: a construção de enormes barra-
gens, causando a inundação de áreas cobertas 
de vegetação, como as represas que estão sendo 
construídas na Amazônia; a instalação de usinas 
termoelétricas movidas a petróleo, carvão ou ma-
deira, com todo o problema de gases e matéria 
particulada expelidos por suas chaminés; e a im-
plantação de usinas nucleares, com os graves pro-
blemas de disposição final.
A água também é utilizada de forma indevi-
da, pelos fatores já mencionados e por ser o mais 
abundante componente da matéria viva, e preci-
sa ser necessariamente reciclada para a garantia 
de vida no planeta. Essa reciclagem depende de 
fluxos naturais da Terra, que constantemente são 
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
26
prejudicados pela poluição causada pelo homem. 
A superfície terrestre é recoberta por cerca de 
72% de água. De toda a água que recobre a Terra, 
cerca de 97% pertencem aos ecossistemas mari-
nhos; o restante pertence às águas continentais. 
Seguem gráficos representativos da quantidade 
total de água que realmente está disponível para 
a população:
Figura 6 – Demonstrativo do volume de água disponível na Terra.
72%
28%
Água na superfície da Terra
Terra
Representação do volume de água total na Terra
97%
3%
Oceanos
Água doce
Representação do volume de água dividido entre os oceanos 
e a água doce
79%
20% 1%
Calotas Polares
Águas Subterrâneas
Água acessível
Representação do volume de água do total de água doce
1%
1%
52%38%
8%
Rios
Água acessível nas plantas
Lagos
Água nos solos
Vapor de água na atmosfera
Representação do volume total de água acessível ao homem
Fonte: Vicentini (2012).
Percebe-se que a situação sobre a questão 
da quantidade de água é crítica, estando engana-
do quem diz que o Brasil possui água suficiente. 
Isso não é real. A poluição é um fator definitivo 
para observar que, se não houver alternativas, te-
remos sérios problemas em breve.
A Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 
nº 9.433/97) prevê, com a Resolução Conama nº 
430/11, padrões para o lançamento de efluentes 
em corpos de água, classificando-os, porém nem 
sempre há fiscalização suficiente e adequada para 
o cumprimento dessa lei.
Segundo a Companhia de Tecnologia de Sa-
neamento Ambiental (CETESB, 2012a), a escassez 
de água no mundo é agravada em virtude da de-
sigualdade social e da falta de manejo e uso sus-
tentável dos recursos naturais. De acordo com os 
Saiba maisSaiba mais
Conceitos importantes
•	Poluição: degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que, direta ou indire-
tamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população, criem condições ad-
versas às atividades sociais e econômicas, afetem 
desfavoravelmente a biota, afetem as condições 
estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lan-
cem materiais ou energia em desacordo com os 
padrões ambientais estabelecidos. É a colocação 
de energia e matéria no lugar errado;
•	Contaminação: agentes patogênicos que fazem 
mal à saúde, como, por exemplo, metais pesados.
Saiba maisSaiba mais
A pegada hídrica, conceito criado pelo holandês 
Arjen Hoekstra, é uma ferramenta de gestão em re-
cursos hídricos que define o uso direto ou indireto 
da água ao longo da cadeia produtiva, permitindo 
que as iniciativas públicas e privadas e a população 
entendam o quanto de água é necessário para a fa-
bricação de um produto.
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
27
números apresentados pela ONU, fica claro que 
controlar o uso da água significa deter poder. As 
diferenças registradas entre os países desenvolvi-
dos e os em desenvolvimento chocam e eviden-
ciam que a crise mundial dos recursos hídricos 
está diretamente ligada às desigualdades sociais. 
Em regiões em que a situação de falta de 
água já atinge índices críticos de disponibilidade, 
como nos países do continente africano, a média 
de consumo de água por pessoa é de dezenove 
metros cúbicos/dia ou de dez a quinze litros/pes-
soa. Já em Nova Iorque, há um consumo exagera-
do de água doce tratada e potável, sendo que um 
cidadão chega a gastar dois mil litros/dia.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para 
a Infância (Unicef), menos da metade da popu-
lação mundial tem acesso à água potável. A irri-
gação corresponde a 73% do consumo de água, 
21% vai para a indústria e apenas 6% destinam-se 
ao consumo doméstico (CETESB, 2012a).
A industrialização consome ainda mais água 
que a urbanização. O primeiro passo em direção a 
esse objetivo é eliminar os subsídios da água que 
incentivam a ineficiência. O segundo passo é au-
mentar o preço da água, para refletir seu custo. A 
mudança para tecnologias, lavouras e formas 
de proteína animal mais eficientes em termos 
de economia de água proporciona um imenso 
potencial para a elevação da produtividade hí-
drica. Essas mudanças serão mais rápidas se o 
preço da água for mais representativo que seu 
valor (CETESB, 2012a).
Outro fator que deve estar na lista de prio-
ridades é os resíduos gerados individualmente 
e no montante (globalmente), se tomarmos por 
base as indústrias. Atualmente, o ser humano 
consome cada vez mais de forma inadequada, re-
sultando na problemática do modo como esses 
resíduos são dispostos no solo e na água e, con-
sequentemente, irão para a atmosfera, por meio 
do metano e do gás carbônico. Na sua maioria, 
esse lixo é constituído de matérias orgânicas bio-
degradáveis, originadas de restos de alimentos. O 
problema ambiental que ele provoca é diferen-
te daquele causado por esgotos, uma vez que o 
chorume, produto líquido da degradação do lixo 
orgânico, libera o gás metano (CH4), que, em ter-
mos de potencialidade, é muito mais nocivo do 
que o gás carbônico no ciclo do carbono, ocasio-
nando o aquecimento global e elevando a tem-
peratura na Terra (VICENTINI, 2012).
A UNIDO afirma que a P+L é a aplicação 
contínua de uma estratégia econômica, ambien-
tal e tecnológica integrada aos processos e pro-
dutos, a fim de aumentar a eficiência no uso de 
matérias-primas, água e energia, por meio da não 
geração, minimização ou reciclagem de resíduos 
gerados, com benefícios ambientais e econômi-
cos para os processos produtivos. 
O traço específico da ecoeficiência em re-
lação à P+L é buscar ir mais além do aproveita-
mento sustentável dos recursos e da redução 
da contaminação, destacando a criação de valor 
agregado, tanto para os negócios quanto para a 
sociedade, e mantendo os padrões de competiti-
vidade (DIAS, 2007).
Saiba maisSaiba mais
Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da popu-
lação mundial) não têm acesso à água tratada. Um 
bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população 
mundial) não contam com serviços adequados de 
saneamento básico. Diante desses dados, temos a 
triste constatação de que dez milhões de pessoas 
morrem anualmente em decorrência de doenças 
intestinaistransmitidas pela água. Vivemos num 
mundo em que a água torna-se um desafio cada 
vez maior.
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
28
A legislação brasileira impõe às empresas 
um alto custo em seu negócio. Supostamente, 
os órgãos ambientais, em seus diferentes níveis, 
por meio dos esforços em fazer cumprir a legisla-
ção aplicável aos diferentes tipos de organização, 
passam a criar e exigir determinadas responsabi-
lidades empresariais. Para cumprir suas obriga-
ções, as empresas deparam-se com custos sob a 
forma de despesas de investigação e remediação 
em áreas degradadas, tratamento e disposição 
de efluentes e resíduos, multas, além de paralisa-
ções em suas atividades. Além destes, podemos 
considerar custos ambientais os desperdícios de 
matéria-prima, energia e insumos, comuns na in-
dústria nacional.
No Brasil, além dos ganhos econômicos, 
os benefícios ambientais foram animadores: re-
dução anual de seis milhões de toneladas de 
matérias-primas; economia de 350 mil metros 
cúbicos de água por ano; economia anual de três 
milhões de kWh; redução de consumo anual de 
um milhão de metros cúbicos de gás. Em relação 
aos impactos ambientais diretos, os números são, 
da mesma forma, positivos: menos 5,5 toneladas 
anuais de emissões atmosféricas e menos 167 mil 
metros cúbicos/ano de efluentes líquidos indus-
triais, 911 toneladas/ano de resíduos sólidos e 3,5 
toneladas/ano de resíduos perigosos. Os proces-
sos de reciclagem tornaram possível o reaprovei-
tamento de 230 toneladas/ano de resíduos diver-
sos.
Estimulados pelos excelentes resultados 
da primeira experiência, o Sebrae e o CEBDS re-
forçaram a parceria e começaram a implantar, em 
2002, núcleos em outros 13 estados da Federação 
(Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Distrito Fe-
deral, Espírito Santos, Mato Grosso do Sul, Pará, 
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro 
e Sergipe). Portanto, hoje temos, no país, núcleos 
em 18 estados, faltando muito pouco para atin-
girmos todas as 23 unidades da Federação. Nes-
sa segunda fase, foi necessário um investimento 
3.2 A Importância de Projetos P+L
de R$ 2,4 milhões, proporcionando uma redução 
anual de R$ 5,6 milhões com gastos em matérias-
-primas, água e energia.
O desafio de implantar a cultura da ecoe-
ficiência nas empresas de menor porte pode ser 
aferido pela última pesquisa contida no Relatório 
da Competitividade da Indústria Brasileira: 57,5% 
das microempresas não adotam qualquer prática 
de gestão ambiental, enquanto, entre as grandes 
empresas, esse percentual caiu para 5%.
Para superar as dificuldades do nosso país 
nessa área – extensão territorial e pouca disponi-
bilidade de recursos para investimentos –, torna-
-se urgente aprofundar as parcerias entre empre-
sas e governos. Um dos instrumentos capazes de 
impulsionar esse processo é o Grupo Interinstitu-
cional de Produção Mais Limpa, criado pelo Go-
verno Federal como reflexo de um compromisso 
político do Ministério do Meio Ambiente.
Ecoeficiência na estratégia e P+L na prática 
significam, hoje, maior competitividade, melhor 
gestão ambiental e melhor relacionamento com 
grupos de interesse, mídia e agências de contro-
le ambiental. Significam, também, incremento 
tanto na autoestima dos funcionários quanto na 
reputação da empresa com a sociedade (CEBDS, 
2005).
Os benefícios ambientais da P+L descritos 
pelo CNTL são:
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
29
 Quadro 2 – Benefícios ambientais do P+L.
Eliminação/redução de resíduos
A Produção mais Limpa procura eliminar o lançamento de 
resíduos no meio ambiente ou reduzi-lo substancialmente. 
Entende-se por resíduo todos os tipos de poluentes, 
incluindo resíduos sólidos, perigosos ou não, efluentes 
líquidos, emissões atmosféricas, calor, ruído ou qualquer 
tipo de perda que ocorra durante o processo de geração de 
um produto ou serviço.
Produção sem poluição
Processos produtivos ideais, de acordo com o conceito de 
Produção mais Limpa, ocorrem em um circuito fechado, 
sem contaminar o meio ambiente e utilizando os recursos 
naturais com a máxima eficiência possível.
Eficiência energética
A Produção mais Limpa requer os mais altos níveis de 
eficiência energética na produção de bens e serviços. 
A eficiência energética é determinada pela maior razão 
possível entre energia consumida e produto final gerado.
Saúde e segurança no trabalho
A Produção mais Limpa procura sempre minimizar os riscos 
para os trabalhadores através de um ambiente de trabalho 
mais limpo, mais seguro e mais saudável.
Produtos ambientalmente adequados
O produto final, bem como todos os subprodutos 
comercialmente viáveis, devem ser tão ambientalmente 
adequados quanto possível. Fatores relacionados à saúde e 
meio ambiente devem ser priorizados nos estágios iniciais 
de planejamento do produto e devem ser considerados ao 
longo de todo o ciclo de vida do mesmo, da produção à 
disposição, passando pelo uso.
Embalagens ambientalmente adequadas
A embalagem do produto deve ser eliminada ou minimizada 
sempre que possível. Quando a embalagem é necessária 
para proteger, vender, ou para facilitar o consumo do 
produto, esta deve ter o menor impacto ambiental possível.
 Fonte: Batman Jr (2011). 
Segundo Batman Jr. (2011), nos nove seto-
res produtivos representados em sua pesquisa 
de 75 empresas que utilizam P+L disponíveis na 
CETESB para consulta, 36 empresas destacam-se 
no setor metalúrgico, com 47% dos relatos volun-
tários de sucesso em P+L, seguidos dos setores 
químico (21%), de galvanoplastia (15%) e têxtil 
(8%). Ao contrário do que muitas empresas ima-
ginam, os investimentos necessários para ações 
de P+L, em sua maioria, são baixos e, em 36% dos 
casos, não alcançaram mais de R$ 5.000,00. Vale 
destacar que, em 21,3% dos casos, não houve ne-
nhum investimento, apenas pequenas mudanças 
no processo ou de matéria-prima. Apenas em 
17% dos casos, o investimento ultrapassou R$ 
500.000,00. Mais importante que o custo inicial, 
ou investimento, é o retorno deste, que, em 45% 
dos casos, não ultrapassou seis meses e, apenas 
em 9% dos casos, ultrapassou quatro anos. Esses 
dados mostram que a P+L pode ser implantada a 
custos baixos, com retorno de investimento rápi-
do.
Segue seis empresas, a título de exemplo, 
disponíveis para consulta no site da CETESB, se-
gundo Batman Jr. (2011):
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
30
Quadro 3 – Empresas com ações de P+L.
Empresa – caso 1 Votorantim Celulose e Papel (VCP) – Unidade Jacareí.
Atividade Indústria de celulose e papel
Problema ambiental Grande consumo de água e grande vazão de efluentes tóxicos
Solução Melhoria no processo produtivo e reuso de água
Ganho ambiental Redução no consumo de água captada (34%) e na vazão de efluentes tóxicos (45%)
Investimento R$ 46.000.000,00
Receita/economia anual R$ 1.266.666,67
Retorno do investimento em meses R$ 435,79
Empresa – caso 2 Kodak Brasileira Com. Ind. Ltda.
Atividade Indústria química fotográfica
Problema ambiental Grande consumo de água
Solução Reuso de água
Ganho ambiental Redução no consumo de água captada 
Investimento R$ 41.800,00
Receita/economia anual R$ 40.200,00
Retorno do investimento em meses R$ 12,48
Empresa – caso 3 JANSSEN – CILAG Farmacêutica Ltda.
Atividade Indústria farmacêutica
Problema ambiental Uso de produtos químicos para manutenção de água de torres de resfriamento
Solução Melhoria no processo
Ganho ambiental Eliminação do uso de produtos químicos, de poluentes na água de resfriamento e resíduos sólidos gerados
Investimento R$ 140.000,00
Receita/economia anual R$ 15.000,00
Empresa – caso 4 DOW Química S/A
Atividade Fabricação de produtos químicos
Problema ambiental Geração de água contaminadacom estireno, geração de resíduos sólidos Classe 1 e geração de gases monoméricos não condensados
Solução Melhoria de processos para substituição dos compostos tóxicos e o reuso total dos poluentes residuais oriundos da produção do látex SBL
Ganho ambiental Redução de 90% no consumo de água e foi eliminada a emissão de gases
Investimento R$ 3.600.000,00
Receita/economia anual R$ 362.000,00
Retorno do investimento em meses R$ 119,34
Empresa – caso 5 BASF S/A
Atividade Fabricação de tintas e vernizes
Problema ambiental Utilização de garrafas recicladas de PET na formulação das resinas
Solução Pequenas adaptações no processo
Ganho ambiental
Reciclagem de material de alta disponibilidade e de forte impacto ambiental, 
redução do volume de efluentes gerados em torno de 40% e redução no con-
sumo de matérias-primas em torno de 3.000 toneladas/ano
Investimento R$ 0,00
Receita/economia anual R$ 3.000.000,00
Retorno do investimento em meses R$ 0,00
Empresa – caso 6 Toyota do Brasil Ltda.
Atividade Indústria automotiva
Problema Ambiental Elevado consumo de gás natural
Solução Melhorias no processo produtivo
Ganho ambiental Redução na geração CO2, 17,36 ton/mês
Investimento R$ 70.500,00
Receita/economia anual R$ 79.883,88
Retorno do investimento em meses R$ 10,59
Fonte: Batman Jr. (2011).
Seminários de Produção Mais Limpa (P+L)
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
31
Caro(a) aluno(a),
A P+L é importante, uma vez que há vários benefícios na implantação de um SGA, bem como em 
processos de sustentabilidade corporativa, na economia de produtos e processos, para a prevenção de 
possíveis impactos gerados pelos aspectos da empresa.
Segue um esquema demonstrativo, levando em conta a P+L e outros conceitos de gerenciamento 
ambiental, resumindo nosso capítulo:
 Figura 7 – P+L em relação a outros conceitos de gerenciamento ambiental.
 
 Fonte: Santos (2007).
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
AtençãoAtenção
Investimentos em P+ L sempre devem ser con-
siderados, uma vez que seu custo é baixo e o re-
torno, rápido.
Saiba maisSaiba mais
Conceitos importantes
•	Aspectos: elementos das atividades, produtos ou 
serviços de uma organização que podem interagir 
com o meio ambiente;
•	Melhoria contínua: processo recorrente de avan-
çar com o SGA, com o propósito de atingir o apri-
moramento do desempenho ambiental geral, 
coerente com a política ambiental da organização.
Saiba maisSaiba mais
“De acordo com dados da Food and Agriculture Or-
ganization (FAO), o Brasil é o quinto maior produ-
tor de couro de bovinos, atrás dos Estados Unidos, 
Rússia, Índia e Argentina, e possui o segundo maior 
rebanho do mundo. Sua participação no rebanho 
mundial é de 11,2% e na produção total de couros, 
10,8%. A produção de couros bovinos, do total de 
couro produzido representa 66%.” (CETESB, 2012b). 
3.3 Resumo do Capítulo
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
32
1. Por que é importante relacionar P+L com ecoeficiência? 
2. Quais são os benefícios apontados pela P+L?
3.4 Atividades Propostas
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
33
Caro(a) aluno(a),
Podemos concluir que as ações de P+L, além de trazer benefícios ambientais, também, necessa-
riamente, trazem consigo benefícios financeiros para as empresas, pois, quando elas economizam água, 
energia ou matéria-prima, estão gastando menos recursos naturais e financeiros. Da mesma forma, 
quando um processo é otimizado, quando materiais tóxicos são eliminados da produção ou quando há 
reciclagem, o meio ambiente é poupado e as empresas ganham produtividade (BATMAN JR., 2011).
A P+L, portanto, deve estar no centro do pensamento estratégico de qualquer empresa. De um 
lado, ela traz, comprovadamente, benefícios econômicos: evita perdas, quase sempre danosas ao meio 
ambiente, e reduz custos, o que, por sua vez, influencia a posição competitiva do negócio. De outro, a 
empresa que produz de forma limpa tem sua imagem em harmonia com a comunidade e a cidadania – 
uma associação poderosa capaz de reforçar a posição competitiva (CNTL, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS4
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
35
CAPÍTULO 1
1. A partir da década de 1960, movimentos ambientalistas começaram a pressionar a sociedade 
para a sensibilização e posterior conscientização de todos. Eventos importantes começaram 
a ocorrer, envolvendo o mundo todo nas questões ambientais de maneira geral: a política, a 
sociedade, a educação, a saúde, a economia, o ambiente natural e urbano, o planejamento e 
a gestão ambiental. Além disso, segundo Santos (2007), muitas pessoas consideram os anos 
1960 um marco no qual o relacionamento entre o desenvolvimento e o meio ambiente come-
çou a ser efetivamente compreendido, com a publicação do livro Silent Spring, apresentando 
uma pesquisa com os aspectos toxicológicos, ecológicos e epidemiológicos do emprego de 
pesticidas na agricultura e seu impacto para as espécies animais e a saúde dos seres humanos. 
Essa publicação rompeu o conceito da capacidade infinita de absorção pelo meio ambien-
te dos impactos ambientais causados pelo desenvolvimento. A partir daí, várias iniciativas e 
recursos foram destinados ao desenvolvimento de instrumentos que permitissem o melhor 
entendimento da relação entre a geração de resíduos e seus respectivos impactos no meio 
ambiente. Alguns incidentes nos anos 1970 e 1980, como, por exemplo, o vazamento ocorrido 
no reator de Three Mile Island e o acidente nuclear do reator da estação de Chernobyl, contri-
buíram também para acelerar ações de proteção ao meio ambiente.
2. No Brasil, a P+L surgiu com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se-
brae) e a coordenação nacional do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento 
Sustentável (CEBDS), em que foi criada a Rede Brasileira de Produção Mais Limpa, com o ob-
jetivo bem definido de difundir o conceito de ecoeficiência e a metodologia de P+L para as 
empresas de menor porte, com base no modelo concebido pela ONU (CEBDS, 2005). Na fase 
experimental do programa, entre 1999 e 2002, os resultados obtidos pelas empresas-piloto 
dos cinco primeiros núcleos estaduais (Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e 
Santa Catarina) indicaram que estávamos no caminho certo. As cerca de 200 empresas par-
ticipantes obtiveram, em três anos, uma redução de R$ 18 milhões por ano nos gastos com 
matérias-primas, água e energia. Para cada R$ 1 investido, houve um retorno de R$ 4 (CEBDS, 
2005). 
RESPOSTAS COMENTADAS DAS 
ATIVIDADES PROPOSTAS
Salete Regina Vicentini
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
36
CAPÍTULO 2
1. A relação do conceito de desenvolvimento sustentável e do conceito de P+L pode ser evi-
denciada observando que os objetivos da P+L pretendem promover a aplicação, de forma 
consistente, da implementação de práticas produtivas em empresas, que contribuam para 
sua adequação ambiental e econômica. A proposta do conceito de P+L está baseada na ma-
ximização do uso dos recursos naturais nos processos produtivos e na redução do lançamen-
to de contaminantes no meio ambiente, favorecendo, assim, que gerações futuras tenham 
maior probabilidade de encontrar os recursos naturais para satisfazer suas necessidades de 
desenvolvimento. A P+L apresenta uma proposta de atuação para a resolução dos problemas 
ambientais de uma atividade produtiva mais eficaz e eficiente para promover a sustentabili-
dade do que as formas tradicionais propostas de processos de tratamento e disposição final 
de resíduos, denominadas fim de tubo (UNEP/UNIDO, 2003 apud SANTOS, 2007).
2. Outra questão que não podemos deixar de pensar é a ligação da gestão ambiental com a P+L. 
Certamente, a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo o modelo 
proposto pela NBR ISO 14001, impulsiona

Outros materiais