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Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 CAPÍTULO 1 1. A partir da década de 1960, movimentos ambientalistas começaram a pressionar a sociedade para a sensibilização e posterior conscientização de todos. Eventos importantes começaram a ocorrer, envolvendo o mundo todo nas questões ambientais de maneira geral: a política, a sociedade, a educação, a saúde, a economia, o ambiente natural e urbano, o planejamento e a gestão ambiental. Além disso, segundo Santos (2007), muitas pessoas consideram os anos 1960 um marco no qual o relacionamento entre o desenvolvimento e o meio ambiente come- çou a ser efetivamente compreendido, com a publicação do livro Silent Spring, apresentando uma pesquisa com os aspectos toxicológicos, ecológicos e epidemiológicos do emprego de pesticidas na agricultura e seu impacto para as espécies animais e a saúde dos seres humanos. Essa publicação rompeu o conceito da capacidade infinita de absorção pelo meio ambien- te dos impactos ambientais causados pelo desenvolvimento. A partir daí, várias iniciativas e recursos foram destinados ao desenvolvimento de instrumentos que permitissem o melhor entendimento da relação entre a geração de resíduos e seus respectivos impactos no meio ambiente. Alguns incidentes nos anos 1970 e 1980, como, por exemplo, o vazamento ocorrido no reator de Three Mile Island e o acidente nuclear do reator da estação de Chernobyl, contri- buíram também para acelerar ações de proteção ao meio ambiente. 2. No Brasil, a P+L surgiu com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se- brae) e a coordenação nacional do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), em que foi criada a Rede Brasileira de Produção Mais Limpa, com o ob- jetivo bem definido de difundir o conceito de ecoeficiência e a metodologia de P+L para as empresas de menor porte, com base no modelo concebido pela ONU (CEBDS, 2005). Na fase experimental do programa, entre 1999 e 2002, os resultados obtidos pelas empresas-piloto dos cinco primeiros núcleos estaduais (Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Santa Catarina) indicaram que estávamos no caminho certo. As cerca de 200 empresas par- ticipantes obtiveram, em três anos, uma redução de R$ 18 milhões por ano nos gastos com matérias-primas, água e energia. Para cada R$ 1 investido, houve um retorno de R$ 4 (CEBDS, 2005). RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS Salete Regina Vicentini Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 CAPÍTULO 2 1. A relação do conceito de desenvolvimento sustentável e do conceito de P+L pode ser evi- denciada observando que os objetivos da P+L pretendem promover a aplicação, de forma consistente, da implementação de práticas produtivas em empresas, que contribuam para sua adequação ambiental e econômica. A proposta do conceito de P+L está baseada na ma- ximização do uso dos recursos naturais nos processos produtivos e na redução do lançamen- to de contaminantes no meio ambiente, favorecendo, assim, que gerações futuras tenham maior probabilidade de encontrar os recursos naturais para satisfazer suas necessidades de desenvolvimento. A P+L apresenta uma proposta de atuação para a resolução dos problemas ambientais de uma atividade produtiva mais eficaz e eficiente para promover a sustentabili- dade do que as formas tradicionais propostas de processos de tratamento e disposição final de resíduos, denominadas fim de tubo (UNEP/UNIDO, 2003 apud SANTOS, 2007). 2. Outra questão que não podemos deixar de pensar é a ligação da gestão ambiental com a P+L. Certamente, a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), segundo o modelo proposto pela NBR ISO 14001, impulsiona as empresas a observar essas questões sob uma ótica gerencial de forma mais sustentável. Os procedimentos exigidos para a certificação, principalmente em relação a requisitos legais e controles operacionais, fazem com que as em- presas passem a considerar suas relações com o meio ambiente como qualquer outro aspecto de seus negócios. É natural que uma empresa, após a obtenção de um certificado internacio- nal de qualidade ambiental, passe a fazer uso de sua conquista como marketing institucional, principalmente se fizer parte de um segmento industrial tradicionalmente poluidor. O marke- ting ecológico passou a ser obrigação das empresas que pretendem continuar – ou tornar-se – modernas e competitivas e, apesar de não garantir um padrão de excelência em termos de desempenho ambiental, a certificação ISO 14001 representa esforços concretos e um compro- misso assumido na busca pela minimização de impactos ambientais e pela sustentabilidade. CAPÍTULO 3 1. A UNIDO afirma que a P+L é a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, por meio da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos. O traço específico da ecoeficiência em relação à P+L é buscar ir mais além do aproveitamento sustentável dos recursos e da redução da contaminação, destacando a criação de valor agre- gado, tanto para os negócios quanto para a sociedade, e mantendo os padrões de competiti- vidade (DIAS, 2007). Seminários de Produção Mais Limpa (P+L) Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 2. Eliminação/Redução de resíduos A Produção mais Limpa procura eliminar o lançamento de resíduos no meio ambiente ou reduzi-lo substancialmente. Entende-se por resíduo todos os tipos de poluentes, incluindo resíduos sólidos, perigosos ou não, efluentes líquidos, emissões atmosféricas, calor, ruído ou qualquer tipo de perda que ocorra durante o processo de geração de um produto ou serviço. Produção sem poluição Processos produtivos ideais, de acordo com o conceito de Produção mais Limpa, ocorrem em um circuito fechado, sem contaminar o meio ambiente e utilizando os recursos naturais com a máxima eficiência possível. Eficiência Energética A Produção mais Limpa requer os mais altos níveis de eficiência energética na produção de bens e serviços. A eficiência energética é determinada pela maior razão possível entre energia consumida e produto final gerado. Saúde e segurança no trabalho A Produção mais Limpa procura sempre minimizar os riscos para os trabalhadores através de um ambiente de trabalho mais limpo, mais seguro e mais saudável. Produtos ambientalmente adequados O produto final, bem como todos os subprodutos comercialmente viáveis, devem ser tão ambientalmente adequados quanto possível. Fatores relacionados à saúde e meio ambiente devem ser priorizados nos estágios iniciais de planejamento do produto e devem ser considerados ao longo de todo o ciclo de vida do mesmo, da produção à disposição, passando pelo uso. Embalagens ambientalmente adequadas A embalagem do produto deve ser eliminada ou minimizada sempre que possível. Quando a embalagem é necessária para proteger, vender, ou para facilitar o consumo do produto, esta deve ter o menor impacto ambiental possível.
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