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Capitulo 5 YIN -Bianca-Paulo-Leo

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ESTUDO DE CASO – Planejamento e Métodos
Alunos: Bianca Goytacazes Coutinho – 5801134
	 Leonardo Rocco Duarte Gullo – 5801373
	 Paulo Vitor Gomes da Silva – 5801132
Professor: Leonardo de Aragão Guimarães
Capítulo 5
Análise da evidência do estudo de caso
ANÁLISE DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO
A análise constitui no exame ou no teste das evidências.
É bastante complicado fazer a análise de evidências, pois as técnicas não são bem definidas.
Pode-se começar a análise “brincando” com os dados para achar padrões, que estejam de acordo com o seu objetivo, sabendo o que analisar e por quê.
A análise de evidências é um dos tópicos mais ignorados no estudo de caso. Muitos autores não sabem o que fazer com suas evidências.
Autores com mais experiência se destacam mais que os iniciantes, pois não existe uma fórmula para a análise de dados.
ANÁLISE DA EVIDÊNCIA DO ESTUDO DE CASO
Ferramentas auxiliadas pelo computador: alguns softwares utilizados como o Atlas.ti ou HyperRESEARCH são utilizados para a análise de dados. 
Esses softwares suportam uma grande quantidade de dados. 
Qualquer software que for escolhido não vai fazer a análise de dados sozinhos, o software é uma ferramenta que pode auxiliar na análise dos dados.
NECESSIDADE DE UMA ESTRATÉGICA ANALÍTICA
O software vai localizar os dados definidos, que refletem no objetivo do estudo de caso, e apresentar sua saída, essa saída não vai ser a análise das evidências. 
Para fazer a análise e poder responder as questões “como” ou “por que” do estudo de caso é necessário muito raciocínio depois da análise feita no software.
Quando o estudo de caso possui uma série diversa de evidências fica mais complicado para a ferramenta manejar esse dados, para isso é necessário desenvolver estratégias analíticas próprias.
NECESSIDADE DE UMA ESTRATÉGICA ANALÍTICA
COMEÇANDO UMA ESTRATÉGIA ANALÍTICA
Para começar a estratégia analítica, pode manipular os dados comparando as respostas, “brincar” com os dados. Outras manipulações podem ser:
Colocar a informação em séries diferentes 
Fazer uma matriz de categorias e colocar a evidência nessas categorias.
Criar modos de apresentação dos dados – fluxograma e outros gráficos – para o exame dos dados.
Tabular a frequência dos diferentes eventos.
Colocar a informação em ordem cronológica ou usar algum outro esquema temporal.
COMEÇANDO UMA ESTRATÉGIA ANALÍTICA
Escrever bilhetes para si mesmo também sobre os dados também é uma forma de começar.
Seja com o uso de tabulação, frequências ou notas, esses métodos vão ajudar na estratégia analítica geral.
A estratégia analítica do estudo de caso deve ser um ciclo que engloba as questões principais do estudo de caso, os dados, o manuseio dos dados e a interpretação desses dados, fazendo as descobertas e tirando suas conclusões.
Você pode seguir nesse ciclo para frente e para trás (perguntando qual conclusão deve ser tirada do estudo de caso e examinar as evidências novamente para observar se os dados apoiam ou não a conclusão).
COMEÇANDO UMA ESTRATÉGIA ANALÍTICA
QUATRO ESTRATÉGIAS GERAIS
Além da estratégia produzida por conta própria, existe quatro estratégias gerais que podem ser utilizadas com o objetivo de interligar os dados a conceitos relevantes do estudo de caso, permitindo uma melhor orientação na análise.
Contando com as proposições teóricas
Tratando seus dados “a partir do zero”
Desenvolvimento da descrição do caso
Examinando explicações rivais plausíveis
CONTANDO COM PROPOSIÇÕES TEÓRICAS
Essa primeira estratégia considera as proposições teóricas que levaram ao estudo de caso. Estabelecendo um conjunto inicial de questões.
Ou seja, a proposição que teve como base orienta como coletar os dados, analisar suas evidências, organizar, como explicar e o que explicar no seu estudo de caso.
TRATANDO SEUS DADOS “A PARTIR DO ZERO”
Diferentemente da primeira estratégia, essa segunda estratégia trata os dados livremente, sem se prender com preposições teóricas. 
É uma estratégia indutiva. 
“Brincando” com os dados é possível perceber padrões, onde pode surgir um conceito útil para sua analise.
TRATANDO SEUS DADOS “A PARTIR DO ZERO”
Essa estratégica não é tão requisitada pelos pesquisadores iniciantes, aqueles mais experientes estão mais familiarizados com as questões e compreendem as ligações que serão úteis com os dados.
E é a melhor estratégia quando está trabalhando com dados quantitativos.
Essa estratégia foca em organizar o estudo de caso conforme um quadro descritivo. Serve de estratégia reversa caso não consiga usar as duas primeiras estratégias, ou seja, coletou muitos dados sem ter as proposições iniciais (primeira estratégia) e não conseguiu elaborar conceitos a partir dos dados (segunda estratégia).
Antes deve-se pensar pelo menos um pouco sobre a estrutura do estudo de caso
DESENVOLVIMENTO DA DESCRIÇÃO DE CASO
DESENVOLVIMENTO DA DESCRIÇÃO DE CASO
O Estudo sociológico Middletown (Lynd & Lynd, 1929).
Capítulo I: Ganhando a vida.
Capítulo II: Estabelecendo um lar.
Capítulo III: Educando os jovens.
Capítulo IV: Aproveitando a lazer.
Capítulo V: Envolvendo-se em práticas religiosas.
Capítulo VI: Envolvendo-se em atividades comunitárias.
Esse estudo de caso está organizado em uma estrutura descritiva da vida comunitária no século XX em Middletown.
EXAMINANDO EXPLICAÇÕES RIVAIS PLAUSÍVEIS
A quarta e última estratégica analítica trabalha em cima das explicações rivais, tentando testar sua análise pela explicação rival. É uma estratégia que combina com as outras três. 
A primeira estratégia pode conter proposições diferentes, hipóteses rivais. 
A segunda estratégia pode gerar quadros indutivos rivais.
A terceira estratégia pode envolver descrições alternativas.
EXAMINANDO EXPLICAÇÕES RIVAIS PLAUSÍVEIS
Tabela 1 – Breve descrição dos diferentes tipos de explicações rivais.
Fonte: Yin, pg. 146.
CINCO TÉCNICAS ANALÍTICAS
Escolhida uma das estratégias gerais (até mesmo a produzida por conta própria) também deve ser considerada uma das cinco técnicas analíticas:
Combinação de padrão
Construção de explicação
Análise de séries temporais
Modelos lógicos
Síntese cruzada dos dados
Qualquer uma estratégia geral pode ser usada com uma dessas cinco técnicas analíticas. 
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Compara um padrão empírico (observado) com um padrão previsto ou várias previsões alternativas - Se coincidirem, fortalece a validade do caso.
Se o caso for Explanatório (causal):
Os padrões podem estar relacionados por meio de variáveis dependentes e/ou independentes. – Resultados relevantes ou irrelevantes.
Se o caso for Descritivo: 
Define-se o padrão previsto antes da coleta de dados.
O uso de variáveis dependentes não equivalentes como padrão.
Um experimento pode ter muitos resultados relevantes.
(ROSENBAUM, 2002, pp.210-211): “Em estudos de saúde, os resultados podem ser afetados pelo tratamento enquanto que outros não sejam.”
- Assim, a combinação de padrão ocorre quando compara-se os resultados encontrados e não se encontram padrões alternativos ou que ameaçam à validade.
Se pelo menos uma variável ( ou resultado) não se comportar como o previsto, a proposição inicial deve ser questionada.
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Ex 5.2 Adaptado – Base Militar na Califórnia
Hipótese: A presença de bases militares contribuem significativamente para a economia local, e sua remoção seria catastrófica econômica e socialmente.
(Bradshaw, 1999) fez estudos sobre os setores de vendas habitacionais, emprego civil, desemprego, estabilidade da população e mercados varejistas.
Combinação de Padrão:
Comparou resultados pré e pós remoção da base em todos os setores.
Comparou com outras comunidades e tendências estaduais
Resultados mostraram que o impacto era muito menos grave do que o esperado e alguns setores não sofreram mudanças.
O que permitiu um argumento forte para as conclusões de Bradshaw.
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Explanações Rivais como padrão
São
Hipóteses diferentes que convergem para a conclusão do problema
É desejável que haja variáveis independentes mutuamente exclusivas ( com diferentes características)
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Ex 5.3 Adaptado – Descobertas de Pesquisa úteis a Sociedade.
É uma dificuldade política entender as condições pelas quais as novas descobertas de pesquisa podem se tornar úteis para a sociedade.
(Casos Múltiplos – Yin, 2003, capt.1, pp 20-22)
Os pesquisadores forneceram 9 casos como evidência de que as descobertas haviam sido postas em prática.
A investigação de “Como” e “Porque” através da comparação de 3 Rivais.
Eis as explicações Rivais:
A) Os pesquisadores utilizaram seus próprios estudos e desenvolveram seus achados com sucesso. (“Tecnologia do empurrão”).
B) O mundo prático identificou os problemas que atraem os pesquisadores e que esses proporcionam a solução bem sucedida. (“Por Demanda”).
C) Os pesquisadores e os profissionais trabalharam juntos customizando um processo de identificação de problemas e teste de soluções. (“Interação Social”).
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Cada teoria prevê um padrão diferente de eventos rivais.
Concluíram então que para os 9 casos os eventos replicados combinaram melhor com a segunda e terceira teorias.
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Padrões Simples
Nos padrões simples, a variedade de variáveis é baixa. E isso apesar de permitir diferenciação de padrões faz com que a estratégia analítica seja mais exigente e demande maior precisão para desenvolver explicações significativas sobre essas variáveis.
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
Precisão da Combinação de Padrão
O resultado mais quantitativo ocorre se já houver indicadores preestabelecidos.
Ex.: Produtividade como padrão.
Senão apenas estaria utilizando dados redundantes, com baixa variância, levando a uma interpretação tendenciosa pelo pesquisador.
 COMBINAÇÃO DE PADRÃO
CONSTRUÇÃO DE EXPLICAÇÃO
Explica um fenômeno, estipulando um conjunto de elos causais “Como” ou “Porque” por exemplo.
Seu objetivo é desenvolver mais as ideias.
Seguem um processo construtivo de explanações:
Declaração Teórica inicial
Comparação de um caso inicial com essa declaração
Revisão da declaração ou proposição
Comparação de outros detalhes do caso com a revisão
Comparação da revisão com os fatos de outros casos
Repetir este processo tantas vezes quanto necessário
CONSTRUÇÃO DE EXPLICAÇÃO
Problemas:
Pode haver desvios do tópico de interesse original devido a falta de rigor analítico.
Para corrigir este problema é importante manter em foco a proposta principal e utilizar um protocolo de estudo.
CONSTRUÇÃO DE EXPLICAÇÃO
ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS
É uma análise composta por uma coleção de observações feitas sequencialmente ao longo do tempo.
Comumente usadas em: Economia, Finanças, Estudos Demográficos, Meteorologia, etc...
Séries Temporais Complexas
Ocorrem quando postula-se mais de uma tendência ou comportamento e quando há um conjunto múltiplo de resultados.
Embora seja mais difícil de coletar dados, isso também leva ao fortalecimento da análise.
ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS
Cronologia
É uma forma especial de Série Temporal onde facilita a identificação e análise de eventos.
Alguns eventos devem sempre ocorrer antes de outros, e a sequência inversa é impossível.
Alguns eventos podem seguir outros somente após um intervalo predeterminado.
Certos períodos de tempo podem ser destacados como uma classe de eventos diferenciados.
ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS
MODELOS LÓGICOS
O modelo lógico estipula e operacionaliza um encadeamento complexo de acontecimentos ou eventos durante um período longo de tempo. Os eventos são estagiados em padrões repetidos de causa-efeito-causa-efeito, pelos quais uma variável dependente (evento), em um estágio anterior, torna-se, a variável independente (evento causal) para o estágio seguinte. Essa técnica também é baseada na comparação, sendo, em alguns casos, tratados como a técnica de combinação de padrão.
APLICAÇÕES DOS MODELOS LÓGICOS
Os modelos lógicos de programa podem ser aplicados a uma variedade de situações, como pesquisa sobre mudança organizacional ou sobre desenvolvimento comunitário e econômico, entre outros. O ingrediente-chave é a existência alegada de sequências repetidas de causa-e-efeito de eventos, todas vinculadas.
TIPOS DE MODELOS LÓGICOS
Há três tipos de modelos lógicos que variam de acordo com o tipo de caso no seu estudo de caso, isto é, sua unidade de análise. Segue abaixo os três tipos:
Modelo lógico do nível individual – O primeiro tipo pressupõe que seu estudo de caso seja sobre um indivíduo. Exemplo: Curso de eventos comportamentais de um jovem hipotético.
TIPOS DE MODELOS LÓGICOS
Modelo lógico do nível organizacional ou empresarial – O segundo tipo de modelo lógico rastreia os eventos que ocorrem em uma organização individual, como uma empresa de manufatura.
Modelo lógico de nível de programa – O terceiro tipo de modelo lógico descreve a justificativa subjacente a um programa que pode ser um programa público, um bom exemplo seria um programa visando à redução da incidência do HIV/AIDS por meio de apoio às iniciativas de planejamento e prevenção da comunidade.
SÍNTESE CRUZADA DOS CASOS
Essa técnica aplica-se, especificamente, à análise de casos múltiplos (as quatro técnicas prévias podem ser usadas tanto com casos únicos quanto com casos múltiplos). A técnica é especialmente relevante se um estudo de caso consistir em ao menos dois casos. Análise é provavelmente mais fácil e as constatações são mais robustas do que havendo apenas um caso único. Os casos são tratados de forma independente e podem incorporar técnicas quantitativas para auxiliar na solução eficaz do estudo. Um desafio que você deve estar preparado para enfrentar enquanto conduz o estudo de caso é saber como desenvolver argumentos fortes, plausíveis e imparciais apoiados pelos dados.
ANÁLISE DE ALTA QUALIDADE
Não importa qual estratégia ou a técnica específica escolhida, você deve fazer tudo para garantir que sua análise seja da mais alta qualidade. Ao menos quatro princípios são subjacentes a toda boa pesquisa de ciência social, estes são:
Em primeiro lugar, sua análise deve mostrar que você se baseou em todas as evidências. Suas estratégias analíticas, incluindo o desenvolvimento de hipóteses rivais, devem cobrir exaustivamente suas questões-chave de pesquisa.
Em segundo lugar, sua análise de abordar, se possível, todas interpretações rivais plausíveis. Se alguém mais tiver uma interpretação alternativa para uma ou mais das suas descobertas, faça dessa alternativa uma rival. 
Em terceiro lugar, sua análise deve abordar o aspecto mais significativo do seu estudo de caso. Sendo um estudo de caso único ou múltiplo, você demonstrará suas melhores habilidades analíticas se a análise focar o assunto mais importante.
Em quarto lugar, você deve usar seu próprio conhecimento prévio de especialista, em seu estudo de caso. A forte preferência aqui é que você demonstre conhecer o raciocínio e o discurso atual sobre o tópico do estudo de caso.
Levando em consideração todos os quatro princípios você garantirá que seu estudo será de uma qualidade inquestionável.
ANÁLISE DE ALTA QUALIDADE
OBRIGADO!
YIN, ROBERT K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2015, p. 135 – 179.

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