Buscar

IED aula 07 caderno 2014.1 aluno

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
*
Aulas 7 e 8
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
AULA 13
*
*
*
SEMANA 08
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
AULA 13
*
*
*
AULA 13
CONTEÚDO DESTA SEMANA:
1 – Ordenamento jurídico e seus elementos constitutivos. 
1.1 Normas, regras e princípios. Conceitos e distinções.
2 - Validade do ordenamento jurídico.
2.1 Estrutura escalonada de Kelsen. 
2.2 Hierarquia e constitucionalidade das leis.
2.3 Sistema e ordenamento jurídico à luz da Constituição Brasileira.
2.4 A visão sistemática do Direito.
*
*
*
 
AULA 1
Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas.
Estabelecer a distinção entre os diversos elementos constituintes do ordenamento jurídico, a saber: normas, regras e princípios.
Reconhecer o fundamento de validade das normas, à luz da estrutura escalonada do ordenamento jurídico.
Conceber o ordenamento jurídico como um sistema que doutrinariamente pode ser fechado ou aberto.
AULA 13
NOSSOS OBJETIVOS NESSE ENCONTRO
*
*
*
O Ordenamento Jurídico à luz da
 Constituição brasileira.
AULA 1
AULA 13
Paulo Nader, afirma que o ordenamento jurídico compreende “o sistema de legalidade do Estado, formado pela totalidade das normas vigentes, que se localizam em diversas fontes”.
Para Miguel Reale, é “o sistema de normas jurídicas in acto, compreendendo as fontes de direito e todos os seus conteúdos e projeções: é, pois, os sistemas das normas em sua concreta realização, abrangendo tanto as regras explícitas como as elaboradas para suprir as lacunas do sistema, bem como as que cobrem os claros deixados ao poder discricionário dos indivíduos (normas negociais)”.
*
*
*
Moral
AULA 13
O ordenamento jurídico não pode deixar a descoberto, sem dar solução, qualquer litígio ou conflito capaz de abalar o equilíbrio, a ordem e a segurança da sociedade. Por isso, ele contém, a possibilidade de solução para todas as questões que surgirem na vida de relação social, suprindo as lacunas deixadas pelas fontes do direito
Princípio da plenitude do 
Ordenamento jurídico
*
*
*
	Os elementos do ordenamento jurídico brasileiro estão estruturados na forma de atenderem à obediência aos ditames da Constituição Federal. Todo o nosso direito positivo para ter validade deriva-se dos princípios constitucionais. 
AULA 13
*
*
*
AULA 13
2. Normas, regras e princípios. Conceitos e distinções
Canotilho (jurista português constitucionalista) esclarece que o sistema jurídico deve ser visto como um sistema normativo aberto de regras e princípios:
é um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de normas;
(2) é um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica (que pretende provocar debates, discussões) traduzida na disponibilidade e ‘capacidade de aprendizagem’ das normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da ‘verdade’ e da ‘justiça’;
*
*
*
AULA 13
(3) é um sistema normativo, porque a estruturação das expectativas referentes a valores, programas, funções e pessoas, é feita através de normas;
(4) é um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras. 
*
*
*
AULA 13
A norma jurídica. Conceito:
São as regras imperativas pelas quais o Direito se manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando-se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da segurança da sociedade. (Orlando de Almeida Secco)
*
*AULA 1
 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA :
Heteronomia – O direito é posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir. Valem objetivamente, independentemente, e a despeito da opinião e do querer dos obrigados.
Imperatividade - O Direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Caso contrário, não ofereceria a segurança e a justiça almejadas pela sociedade. Sua força imperativa implica imposição de vontade e não mero aconselhamento. Impõe ou proíbe um tipo de conduta
Art. 5º, inciso II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”.
Bilateralidade>a norma vincula duas ou mais pessoas, atribuindo direitos a uma parte e deveres à outra. > A todo direito corresponde um dever ou obrigação.
*AULA 1
AULA 13
*
*AULA 1
 
Bilateralidade Atributiva – Proporção intersubjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados, um a pretender, exigir (direito); o outro a fazer, responder (cumprir com o dever)
Abstratividade - As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade, através de um comando abstrato. 
Generalidade/Universalidade> as normas jurídicas dirigem-se para todos e não a alguém em particular. Objetiva regular a conduta a todos que se acham em igual situação jurídica.
Da generalidade da norma deduz-se o princípio da isonomia da lei > “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...(CF. art.5º)
*AULA 1
AULA 13
*
*AULA 1
 
Coercibilidade Quando o destinatário não cumpre a norma espontaneamente são acionadas a intimidação ou a força propriamente dita > a possibilidade do uso da coação para se fazer cumprir. 
Alteridade – a norma implica uma intersubjetividade; uma relação entre duas ou mais pessoas, que devem se respeitar.
*AULA 1
AULA 13
*
*AULA 1
*AULA 1
AULA 13
A norma jurídica é imperativa ou prescritiva, porque impõe um dever, situando-a no campo das normas éticas. A essência específica da norma jurídica é o autorizamento, porque o que lhe compete é autorizar ou não o uso das faculdades humanas.
O caráter Imperativo (ou de comando) da norma pode ser:
a) imperativo categórico: a norma determina como se deve agir, sem dar alternativa. Há um dever a ser cumprido estabelecido pela norma, incondicional, tanto no sentido do dever de fazer alguma coisa ou de dar alguma coisa. Ex. Art. 3º CC – absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil.
 IMPERATIVIDADE - CARÁTER IMPERATIVO
*
*AULA 1
*AULA 1
AULA 13
b- imperativo hipotético: o comando estabelecido pela norma admite mais flexibilidade > o comando só acontece e será obrigatório quando se enquadra na hipótese prevista.
Ex. CC Art 186. Responsabilidade civil
Diferença: as normas de caráter imperativo categórico trazem uma ordem que tem que ser cumprida.
	 As normas de caráter imperativo hipotético ficam na dependência de ocorrer uma hipótese ou fato para ser aplicada. A maioria das normas se enquadram nesta categoria.
 IMPERATIVIDADE - CARÁTER IMPERATIVO
*
*AULA 1
*AULA 1
AULA 13
As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). 
Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). 
O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc.
Duas espécies de distintas do gênero norma, habitam o sistema jurídico: REGRAS e PRINCÍPIOS
*
*
*
Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como "mandados de otimização" que são (segundo Robert Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles). 
AULA 13
*
*AULA 1
 A diferença marcante entre as regras e os princípios, portanto, reside no seguinte:
 A regra cuida de casos concretos. Ex.: o inquérito policial destina-se a apurar a infração penal e sua autoria – CPP, art. 4º. 
 Os
princípios norteiam uma multiplicidade de situações. O princípio da presunção de inocência, por exemplo, cuida da forma de tratamento do acusado bem como de uma série de regras probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.).
*AULA 1
AULA 13
*
*
*AULA 1
AULA 13
- por força da função fundamentadora dos princípios, outras normas jurídicas neles encontram o seu fundamento de validade. Ex.: O artigo 261 do CPP (que assegura a necessidade de defensor ao acusado) tem por fundamento os princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório, da igualdade etc.
Os princípios desempenham funções estratégicas,
 a saber: fundamentadora, interpretativa
 e supletiva ou integradora.
*
*
*AULA 1
- Os princípios, não só orientam a interpretação de todo o ordenamento jurídico, mas também cumprem o papel de suprir eventual lacuna do sistema (função supletiva ou integradora). No momento da decisão o juiz pode valer-se da interpretação extensiva, da aplicação analógica bem como do suplemento dos princípios gerais de direito (CPP, art. 3º).
AULA 13
*
*
*AULA 1
AULA 13
No caso do conflito entre princípios (ou colisão entre princípios, nos termos de Alexy), diversamente das regras, este se dá no plano do seu "peso" valorativo que entre eles – os princípios colidentes - deverá ser ponderado e não no plano da validade, como no caso do conflito entre regras.
*
*
*AULA 1
O primeiro passo diz respeito à verificação da adequabilidade dos meios jurídicos empregados para a obtenção de um certo fim. Ou seja, uma determinada norma restringe, por exemplo, o direito de propriedade em razão da tutela do meio ambiente. Caberia verificar se a restrição legal atinge o fim proposto ou não. 
O segundo passo questiona a existência de outro meio, menos gravoso para a propriedade privada, que tutelasse o meio ambiente com a mesma eficácia. 
Por fim, no estágio da razoabilidade em sentido estrito, procede-se a um cálculo de custo-benefício entre os princípios colidentes de modo a verificar seu maior ou menor grau de eficácia. 
AULA 13
Solucionando os conflitos entre princípios (Robert Alexy)
*
*
*
AULA 13
 Estrutura escalonada de Kelsen: 
O primeiro doutrinador a lecionar que o sistema jurídico era composto por normas superiores e inferiores interligadas e estruturadas entre si foi Merkel. Porém, a estrutura hierárquica das normas jurídicas ganhou ênfase através de Hans Kelsen.
2 - Validade do ordenamento jurídico.
*
*
*
AULA 13
Segundo Kelsen, normas não estão todas num mesmo plano de análise. Existem normas superiores e inferiores. As inferiores são subordinadas às normas superiores, e este escalonamento garante unidade ao sistema. 
*
*
*
Aprendemos que no sistema jurídico existe a chamada hierarquia de normas. Assim, as normas de direito encontram sempre seu fundamento em outras normas jurídicas. As normas inferiores encontram seu fundamento de validade em outras normas de escalão superior. Desde a norma mais simples até à própria Constituição ocorre o fenômeno da "pirâmide jurídica". Representa-se esta estrutura hierárquica de um ordenamento através de uma pirâmide. O vértice é ocupado pela norma fundamental e a base pelos atos executivos.
AULA 13
4. Pirâmide de Kelsen.
*
*
*
AULA 13
Piramide de Kelsen
*
*
*
HIERARQUIA E CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS.
 Eis uma das mais citadas concepções de hierarquia das normas do ordenamento jurídico brasileiro:
1 .	Normas constitucionais: ocupam o grau mais elevado da hierarquia das normas jurídicas. Todas as demais devem subordinar-se às normas presentes na Constituição Federal, isto é, não podem contrariar os preceitos constitucionais. Quando contrariam, costuma-se dizer que a norma inferior é inconstitucional.
2.	Normas complementares: são as leis que complementam o texto constitucional. A lei complementar deve estar devidamente prevista na Constituição. Isso quer dizer que a Constituição declara, expressamente, que tal ou qual matéria será regulada por lei complementar.
	
AULA 13
*
*
*
3.Normas ordinárias: são as normas elaboradas pelo Poder Legislativo em sua função típica de legislar. Exemplo: Código Civil, Código Penal, Código Tributário etc.
4.Normas regulamentares: são os regulamentos estabelecidos pelas autoridades administrativas em desenvolvimento da lei.Exemplo:decretos e portarias.
5.Normas individuais: são as normas que representam a aplicação concreta das demais normas do Direito à conduta social das pessoas. Exemplo: sentenças, contratos etc.
AULA 13
*
*
*
AULA 13
1-	Podemos dizer que a validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. Uma norma jurídica, para que seja obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade. 
*
*
*
AULA 13
1-	Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos:
•Técnico-formal = vigência; 
•Social = eficácia;
•Ético = fundamento. 
*
*
*
AULA 13
Validade formal
Vigência vem a ser a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração .(REALE,1986) 
Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais exigidos:
•Emanada de órgão competente;
•Com obediência aos trâmites legais;
•E cuja matéria seja da competência do órgão elaborador.
*
*
*
AULA 13
Validade Social ou Eficácia.
Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente. Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz.
Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, "é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana" (REALE,1986). Desta forma, quando as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia.
Como esclarece Maria Helena Diniz, "vigência não se confunde com eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem ser eficaz, ou que seja eficaz sem estar vigorando".
*
*
*
AULA 13
Sobre a matéria, temos ainda a contribuição de Paulo Nader, ao se referir às causas do desuso, dizendo que elas estão em certos defeitos das leis, e em função disso as classifica em: 
"anacrônicas", isto é, as que envelheceram enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças sociais e a lei; 
"leis artificiais", ou seja, fruto apenas do pensamento, mera criação teórica e abstrata, estão distanciadas da realidade que vão governar; "leis injustas", ou seja, aquelas que, traindo a mais significativa das missões do direito que a de espargir justiça, nega ao homem aquilo que lhe é devido;
 "leis defectivas", que são as que, por não terem sido planejadas com suficiência, revelam-se na prática, sem condições de aplicabilidade, não fornecendo todos os recursos técnicos para a sua aplicação (por exemplo: quando prescreve uso de certa máquina pelo operário, mas que não existe no mercado).
*
*
*
Validade Ética ou Fundamento.
Toda a norma jurídica, além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. O fundamento é, na verdade, o valor ou o fim visado pela norma jurídica.
De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e à sociedade. Se ela visa atingir um valor ou afastar um desvalor,
ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento. As regras que protegem, por exemplo, as liberdades são consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano.
Realmente, é o valor que legitima uma norma jurídica, que lhe dá uma legitimidade; daí a distinção entre legal (que possui validade formal) e legítimo (que possui validade ética).
*
*
*
AULA 13
1-	CRITÉRIO DA DESTINAÇÃO 
Para alguns autores, a norma se dirige (destinatário da norma jurídica) ao corpo social cabendo a este a observância dos seus mandamentos 
	Para outros autores, a norma se dirige (destinatário da norma jurídica) ao Poder Judiciário por ser o aplicador dos mandamentos jurídicos
De acordo com seus destinatários as normas jurídicas podem ser de:
Normas de organização ou estrutura– são as normas instrumentais que visam a estrutura e funcionamento dos órgãos do Estado ou fixam e distribuem competência e atribuições, ou disciplinam a identificação, modificação e aplicação de outras normas => Destinatário: o próprio Estado
Ex. normas do direito constitucional, do direito administrativo, etc.
Normas de conduta (norma de direito) - normas que disciplinam o comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos e entidades sociais em geral. Constituem a maioria das normas jurídicas. > Destinatário: o corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Ex. normas de direito civil OBS. Porém, quando surge a situação de conflito e este é levado ao Poder Judiciário este passa a ser o destinatário do corpo social.
*
*
*
AULA 13
A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis. Não deixam margem à dúvida quanto ao seu conteúdo ou alcance. Ex. Matar alguém, pena: de 6 a 20 anos.(CP. Art.121)
A normas implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita. São aquelas que, aparentemente estão ocultas no texto legal, mas que dele se deduz ou transparece, através de processos de interpretação teleológico ou de integração das norma. (Respondem pela Completude do Ordenamento Jurídico)
*
*
*
AULA 13
Normas de Direito Externo: são as que compõem a ordem jurídica vigente em territórios distintos do nacional 
 
2. Normas de Direito Interno (Normas Jurídicas Territoriais): as que vigoram no território nacional; compõem o direito positivo de um determinado país. As normas jurídicas de Direito Interno são nacionais, federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos Municípios.
 
Normas Nacionais (ou de direito comum) > São as que se destinam à totalidade do Estado Federal, a todos, se aplicando independente de sua localização espacial no território brasileiro, aplicando-se a todo brasileiro. Ex. Constituição Federal, Código Civil, Código Penal, medidas provisórias, etc. 
 
Normas Federais: origem é o legislativo federal (Câmara dos Deputados, Senado Federal)
 
Normas Estaduais e Municipais > editadas por órgãos competentes dos Estados-membros e dos Municípios e destinam-se a vigorar localmente e só ali sendo aplicáveis. (legislativo estadual e legislativo municipal)
*
*
*
AULA 13
Normas de Direito Privado: regulam o vínculo entre particulares num plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação
Ex.: As normas que regulam os contratos, as obrigações em geral.
 
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu imperium, impondo a sua vontade e onde o interesse do Estado é predominante=> Relação jurídica de subordinação.
Ex.: As normas de Direito Administrativo, de Direito Tributário
 
Normas de Direito Misto => Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado.
Ex.: Normas de Direito Família, normas de Direito do Trabalho.
*
*
*
AULA 13
a- Normas Cogentes ou de Imperatividade Absoluta ou Impositivas (ou de Ordem Pública) - limitam a autonomia da vontade individual. Não podem ser modificadas. Podem ser:
Imperativas> são as que ordenam, impõem., determinam uma ação (todo aquele que recebeu o que não lhe era devido, fica obrigado a restituir. NCC. art. 876)
Proibitivas > as que vedam, proíbem; impõem uma proibição ou abstenção. ex. art. 1.867 – Ao cego só é permitido o testamento público, que lhe será lido em voz alta...
 
*
*
*
AULA 13
b- Normas Dispositivas ou de Imperatividade Relativa ( podem ser Supletivas ou Permissivas): são as que , não ordenando ou proibindo de modo absoluto, se limitam a dispor com uma certa parcela de liberdade; estabelecem uma alternativa de conduta; facultam, auxiliam ou até mesmo completam a manifestação de vontade individual. A norma permite que seus destinatários disciplinem a relação social.
Ex. art. 327 NCC – “Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente ou se ao contrário resultar da lei, da natureza, da obrigação ou das circunstãncias.”
OBS. Permissivas: quando consentem uma ação ou abstenção. Ex. regime jurídico do casamento.
 Supletivas: quando suprem a falta de manifestação de vontade das partes. Ex. o pagamento efetuar-se-á no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem de outra forma.
*
*
*
AULA 13
Normas mais que perfeitas – As que por sua violação autorizam a aplicação de duas sanções. Sanção em proporção maior que o ato praticado: ex. a violação acarreta nulidade do ato – ou o restabelecimento da situação anterior – e, ainda, a imposição de uma pena ou castigo. Ex. é nulo e de nenhum efeito o casamento contraído pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil, inciso I do art. 1.548 do CC; Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena – reclusão de 2 a 6 anos (C. Penal art. 235)
 
Normas perfeitas –. São aquelas cuja violação as leva a autorizar a declaração de nulidade do ato ou a a possibilidade de anulação do praticado contra sua disposição e não a aplicação de pena ao violador. Sanção na exata proporção do ato praticado. 
Ex. “nula é a nomeação (testamentária) de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tenha o pátrio poder”. Art 1.730 CC
 
Normas menos que perfeitas – Autorizam, no caso de serem violadas, a aplicação de pena ao violador, mas não a nulidade ou a anulação do ato que as violou. Não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. Ex. perda do direito ao usufruto dos bens dos filhos, a viúva ou viúvo, que se casar, enquanto não fizer a inventário e a partilha dos bens do casal.
 
Normas imperfeitas – A violação não acarreta qualquer conseqüência jurídica. Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. 
 Ex. por defeito de idade não se anulará o casamento que resultou de gravidez. Art. 1.551 NCC. 
*
*
*
AULA 13
Normas substantivas ou normas materiais: aquela que define e regula as relações jurídicas ou cria direitos e deveres das pessoas em suas relações jurídicas -. As leis substantivas são, em regra, principais
 Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial, etc.
 
Normas adjetivas ou de Direito Processual – Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses. Definem os procedimentos a serem cumpridos para se efetivar as relações jurídicas ou fazer valer os direitos ameaçados; aglutinam regras de procedimento no andamento das questões forenses. As normas adjetivas são de natureza instrumental.
 Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito Processual Penal, etc.
 
As Leis substantivas são, em regra, principais, enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental.
*
*
*
AULA 13
Normas Genéricas (ou de Direito Geral): atinge a totalidade dos indivíduos
 
Normas Particulares (ou de Direito Especial) : as que vinculam
determinadas pessoas como em um negócio jurídico ou lei que dispõe somente de aplicação a um campo restrito da Relação Jurídica ex. Convenção Coletiva de Trabalho
 
Normas Individualizadas: as que se dirigem a indivíduos singularmente considerados. Ex. sentença judicial
 
Normas excepcionais (de Direito Singular): as que estabelecem tratamento excepcional para atender situações excepcionais.
Ex. Ato Institucional nº 5/ 68 “ Fica suspensa a garantia de “habeas corpus”, nos casos de crime políticos contra a segurança nacional, a ordem econômica social e a economia popular”.
*
*
*
AULA 13
Normas Codificadas: aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do Direito, como o Código Civil. (Cria novas leis)
 
Normas Consolidadas: quando formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria (Reúne as leis existentes)
Ex. CLT Consolidação das leis do Trabalho
 
Normas Extravagantes ou Esparsas: todas as leis que não estão incorporadas às codificações ou consolidações; são editadas isoladamente.
Ex. Lei do Inquilinato, a do salério-família
*
*
*
AULA 13
Norma Auto-Aplicável: não depende de regulamentação por meio de outra norma; é a norma imediatamente aplicável, independente de qualquer outro ato legislativo ou regulamentar.
 
Norma dependente de Complementação ou de Regulamentação: exige, para sua vigência, da criação de novas normas legais que complementem ou regulamentem o conteúdo normativo e suas disposições
*
*
*
AULA 13
normas constitucionais
leis complementares
leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções;
decretos regulamentares
normas internas (despachos, estatutos, regimentos)
normas individuais ( contratos, testamentos, sentenças etc.)
*
*
*
AULA 13
CASO CONCRETO 1:
CASO CONCRETO: CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Zeus Olimpus Jr., jovem milionário da alta sociedade carioca, dirigindo seu automóvel BMW/2013, em alta velocidade e completamente embriagado, atropela a catadora de lixo Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas atividades pelo prazo de três meses. Por conta dos prejuízos que lhe foram causados, a vítima foi orientada a entrar com ação de ressarcimento por danos morais e materiais sofridos, com pedido julgado procedente para condenar o jovem milionário ao pagamento de R$ 500.000,00. Zeus deixou de cumprir a decisão (afinal, ele é Zeus!), razão pela qual teve seu carro penhorado e alienado judicialmente para suportar a dívida.
*
*
*
AULA 13
CASO CONCRETO 1:
Do outro lado da cidade Zeferino da Silva, pilotando seu VW 1967, que acabara sair da recauchutagem, atropela João Minervino, vendedor de biscoitos no farol da esquina das ruas Dias Gomes com Helena Ramos. João sofre algumas escoriações somente, mas perde toda sua mercadoria, razão pela qual procura o Juizado Especial Cível e entra com ação em face de Zeferino que é condenado a indenizá-lo em R$1.567,78, pelas perdas e danos sofridos.
Zeferino deixou de cumprir a decisão (afinal, ele está desempregado!) razão pela qual teve seu carro penhorado e alienado judicialmente para suportar a dívida.
Os juízes para fundamentar sua decisão basearam-se nos artigos 186 e 927 do CC, que determinam o seguinte:
*
*
*
AULA 13
CASO CONCRETO 1:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
A partir da leitura dos casos relatados e da análise dos artigos de lei acima, usados em ambos os conflitos, identifique no texto as seguintes características da norma jurídica: abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilateralidade atributiva. Aproveite para conceituá-las.
*
*
*
Nome do livro: Introdução ao estudo do direito.
Nome do autor: NADER, Paulo.
Editora: Rio de Janeiro:Forense
Ano: 2008.
Edição: 30. ed. rev. e ampl.
Nome do capítulo: Capítulo XXIV –
A eficácia da lei no tempo e no espaço
AULA 13
Leitura para a próxima aula:

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais