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#SOCIEDADE LIMITADA -> Regulada pelos art. 1.052 a 1.087/CC #Sociedade Limitada #Características ● Limitação da responsabilidade às quotas ● contratualidade #Legislação aplicável em omissão > Subsidiariamente - S.S. PURA (1.053) REGRA > Supletivamente - S/A (§ ú.) (Disposição contratual) (restringindo-se às matérias que os sócios poderiam pactuar) • Caberá a aplicação da S/A p.ex. quanto a possibilidade de celebração de acordo de quotistas, (118/LSA) “os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede”. • Nada obstante há certas regras da Lei das S/A, todavia, que não podem ser aplicadas supletivamente às sociedades limitadas, porque se referem a matérias que são típicas das sociedades anônimas, sendo, pois, incompatíveis com o regime contratual das limitadas, como, por exemplo, a emissão de debêntures, a abertura do capital etc. Também não é possível aplicar supletivamente as regras da S/A às sociedades limitadas quando se tratar de temas relacionados à constituição e à dissolução da sociedade. 1 Importante ressaltar que por ser uma sociedade CONTRATUAL deverá a sociedade LTDA, reger-se em consonância com o ordenamento do CC no que concerne a constituição e dissolução Neste diapasão é mister que as cotas preferenciais (dá direitos especiais a determinados tipos de sócios, como, prioridade na distribuição de lucros ou no reembolso de capital no caso de liquidação, podendo ter natureza política, como para eleger um administrador, tendo como ônus a não concessão do direito de voto) no ordenamento atual estas não são permitidas de maneira expressa, e o DREI em instrução normativa nº 38/2017 as assentiu #Contrato Social ● Plurilateral “sui generis” > teoria de Ascarelli ● nada obstante a MP nº 881, criuou a fígura da sociedade LTDA unipessoal permanente, alterando o artigo 1.052 § único do CC ● (1.054/CC) deve o Contrato social, mencionar, no que couber os requisitos do art. 997/CC, excetuando o inciso V, que dispõe a respeito das prestações que o sócio que integraliza o capital através de serviço, ação vedada na LTDA (1.055,§2º) ● O contrato deve ser escrito (997,I) tendo 30 dias para levá-lo a registro, sendo efetuado neste prazo retroagirá os seus efeitos a data da constituição (art. 36, LEI 8.934/94) ● Os sócios devem ser qualificados, podendo ser pessoas físicas ou jurídicas 1 CRUZ, Santa, A. Direito Empresarial, 8ª edição. [Minha Biblioteca]. Retirado de https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530980108/ 1 ● Lembrando-se da teoria da empresa no artigo 972/CC que dispões sobre os requisitos, para se tornar empresário, no entanto tal não se aplica à sociedade, afinal por sua natureza limitada, se o quotista não tiver papel de administrador da sociedade, poderá ser incapaz ou impedido, dito que o requisito do capital já estar totalmente integralizado é essencial ao primeiro ● Após deve ser qualificado a sociedade (997,II), podendo adotar tanto firma, quanto denominação em consonância com o art. 1.054 e 1.058/CC ● O objeto poderá ser de natureza não empresarial ● Por fim, faz-se necessário no contrato a colocação da sede da sociedade ● bem como o prazo, que em regra é determinado #Capital Social 997,III/CC > é outro requisito essencial no contrato social - Expresso em moeda corrente - podendo ser qualquer espécie de bens, desde que suscetíveis de avaliação pecuniária ● Aumento do Capital Social - (1.081/CC) pode ser aumentado, com a modificação no contrato, desde que totalmente integralizado - §1º Preferência aos sócios por 30 dias > proporcionalmente a sua porcentagem do capital - §2º pode ser cedida a preferência, seguindo o “Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.” CC - §3ºdecorrido o prazo de preferência, e subscrito as quotas, haverá reunião ou assembleia, para a aprovação da modificação - o aumento pode ser feito de duas formas (i) através do aumento do valor das quotas, e (ii) mediante criação de novas quotas, sendo este último utilizado para a entrada de 3ºs na sociedade, desde que os sócios não exerçam o direito de preferência ● Redução do Capital Social - (1.082/CC) permitido, com a alteração do contrato social - I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis >> quanto a esse inciso dispõe o 1.083 que tal redução será realizada com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva após a averbação da ata da assembleia que aprovou - II - Se excessivo em relação ao objeto da sociedade >> (1.084) será feita restituindo parte do valor das quotas, ou dispensando as devidas, com diminuição proporcional do valor nominal das quotas *** Dispõe também os parágrafos do 1.084: § 1º No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da assembléia que aprovar a redução, o credor quirografário, por título líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado. 2 § 2º A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no parágrafo antecedente, não for impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor. § 3º Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente, proceder-se-á à averbação, no Registro Público de Empresas Mercantis, da ata que tenha aprovado a redução. #Subscrição e integralização das quotas ● (997,IV/CC) constar as quotas subscritas, bem como o modo de integralização das quotas ● As quotas na LTDA podem ser iguais ou desiguais, podendo ser 1 ou diversas a cada sócio (1.055/CC) (i) ao não estipular um valor predeterminado para as quotas, mínimo ou máximo; (ii) ao não consagrar a exigência de integralização inicial de um certo percentual do capital social total; (iii) ao não fixar qualquer prazo para a sua efetiva integralização; e (iv) ao não exigir um capital mínimo para a constituição da sociedade. ● Nada obstante o sócio tem dever (i) de subscrever quotas, visto que não poderá contribuir com serviços(1.055,§2º); (ii) de integralizar, considerando que todos os sócios são responsáveis por este dever; ** “não poderá ser indicada como forma de integralização do capital a sua realização com lucros futuros que o sócio venha a auferir na sociedade”, conforme previsão do Anexo II da Instrução Normativa 38/2017 do DREI (item 1.2.10.6). ● quanto a integralização das quotas, for mediante a bens, ou créditos, responderá pela avaliação dos primeiros (1.055,§1º) respondendo solidariamente todos os sócios, até o prazo de 5 anos da data do registro da sociedade. além de garantir a solvência dos créditos ● a doutrina dita a respeito dos bens que estes devem: estar relacionados com o objeto social, de maneira direta ou indireta; ser aptos a execução por eventuais credores sociais, de modo que não seria permitido integralizar quotas com bens impenhoráveis ● tal regra também é válida no caso de aumento do capital social, considerando que a LTDa não tem exigência de laudo técnico - Nesse sentido dispõe o Enunciado 12, da I Jornada de Direito Comercial: “A regra contida no art. 1.055, § 1.º, do Código Civil deve ser aplicada na hipótese de inexatidão da avaliação de bens conferidos ao capital social; a responsabilidade nela prevista não afasta a desconsideração da personalidade jurídica quando presentes seus requisitos legais” ● A quota como já exposto poderá ser igual ou desigual,inobstante a mesma será Indivisível (1.056), salvo em transferência, em que será feito condomínio de cotas (§1º) sendo o seu exercício pelo condômino representante, ou pelo inventariante do espólio do falecido, ou seja, em relação à sociedade somente será sócio o representante, ficando a relação deste com os demais condôminos fora do orbes da sociedade (§2º) mas todos os condôminos repsondem solidariamente pela integralização da quota 3 #Sócio Remisso ● Após constituí-lo em mora, se esta não estiver prevista especificamente no contrato, através de notificação para a integralização com no mínimo 30 dias, será o sócio considerado remisso, tendo como opçãpo 1. ação de execução, por quantia certa, para que pague o dano decorrente da mora 2. A sociedade pode tomar para si a quota do sócio remisso, podendo também transferi-la a 3º, excluindo-o do quadro societário. A deliberação deve ser tomada por sócios que representem a maioria das quotas que compõe o capital social, não computadas as do sócio em mora. A normativa confere ao sócio remisso o exercício do contraditório durante a deliberação. Inexistindo comprador ou, ainda, se a sociedade não estiver em condições para a aquisição, ela deverá promover a liquidação das quotas do sócio remisso, cancelando-as e reduzindo proporcionalmente seu capital; 3. Podendo também a sociedade reduzir a quota do sócio remisso ao montante já integralizado ● Em síntese, poderá a sociedade quanto ao quotista remisso: (i) Executar-lhe o dano decorrente da mora; (ii) Reduzir-lhe a quota ao valor já integralizado; (iii) Excluí-lo do quadro social; Importante transcrever os artigos do CC que tratam do assunto: “Art. 1.004. Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Parágrafo único. Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1o do art. 1.031.” - refere-se a sociedade simples, mas se aplica à LTDA Art. 1.058. Não integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem prejuízo do disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, tomá-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as despesas. - Esta norma específica da LTDA adiciona a possibilidade da sociedade tomar a quota para si ou transferi-la a 3ºs, mostrando a sua natureza capitalista O quorum exigido para a exclusão do sócio remisso, bem como para a redução do valor de sua quota ao montante já integralizado, é de maioria absoluta (Enunciado 216 das Jornadas de Direito Civil do CJF). 4 2 #Aquisição de quotas pela própria sociedade O item 3.2.6.1 do Anexo II da referida IN nº tem a seguinte redação: “se o contrato social contiver cláusula determinando a regência supletiva da Lei de Sociedades por Ações, a sociedade limitada pode adquirir suas próprias quotas, observadas as condições legalmente estabelecidas, fato que não lhe confere a condição de sócia (Enunciado n.º 391 da IV Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal)”. “a sociedade limitada pode adquirir suas próprias quotas, observadas as condições estabelecidas na Lei das Sociedades por Ações”. NCPC art. 861, §1º > caput: Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em sociedade simples ou empresária, o juiz assinará prazo razoável, não superior a 3 (três) meses, para que a sociedade: § 1.º Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a sociedade poderá adquiri-las sem redução do capital social e com utilização de reservas, para manutenção em tesouraria. #Administração da Sociedade A sociedade enquanto pessoa jurídica, para de fato executar seu objeto precisa se tornar presente, e essa é a função do Administrador, em consonância com a teoria orgânica. Ou seja a administração é um órgão da pessoa jurídica, que tem por finalidade tornar presente a sociedade. Essa deverá ser pessoa FÍSICA (997,VI) (item 1.2.8., ‘b’, do anexo II da Instrução Normativa 38/2017 do DREI.) Também não podem ser administradores: art. 1.011, § 1.º, do Código: “ além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação”. ● é atividade PERSONALÍSSIMA ● (1.060/CC) 1 ou mais pessoas, designadas no contrato social ou em ato separado ● (1.064) cabe, PRIVATIVAMENTE o uso da firma ou da denominação social > atuar em nome da PJ ● Podendo-se delegar alguma atividade de maneira esporádica (1.058/CC) através de mandatários com poderes expressos no instrumento de mandato 2 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca]. 5 ● Parágrafo único(1.060). “A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.” > devendo ter alteração contratual ● (1.061) permitido à administração a não sócios, desde que eleito com 2/3 no mínimo do capital social, após a integralização, e antes de integralizado o capital unanimidade # Quanto à responsabilidade do administrador Aplica-se o mesmo da sociedade simples pura, ou seja, em consonância o 997,VI, deve se ter no contrato explicitado os administradores, devidamente registrados, com todos os seus poderes. ● (1.022) a sociedade adquire direitos, assume obrigações e procede judicialmente, por meio de administradores com poderes especiais, ou, não os havendo por intermédio de qualquer administrador ● Teoria da representação : administrador é o legítimo representante legal ● Teoria orgânica: Presentantes legais, são tecnicamente representantes da sociedade, o administrador, externa a vontade da sociedade, tornando-a PRESENTE ● Na doutrina de Pontes de Miranda: a sociedade se exterioriza pelo PRESENTANTE, não representante, afinal a sociedade não é incapaz, logo, o administrador torna presente a sociedade ● (§2º 1.011) “Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato” ● (997,VI) o contrato social deverá mencionar, as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições ● PJ não podem exercer a administração da empresa o art. 1.011, § 1.º, do Código: “não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos público s; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação” 6 ● atividade do administrador é PERSONALÍSSIMA, no máximo poderá delegar certa atividades a mandatários, limitando-se os seus poderes no instrumento do mandato(1.018) ● (997,VI) deverá o contrato social constar os administradores, e os seus poderes,na ausência de previsão, seguirá as seguintes regras previstas no CC - .(1.013) “a administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios”. - (§1º) cabendo a vários adm cada um poderá impugnar a operação do outro, devendo ser decidido por maioria - (§2º) perdas e danos ao administrador, que sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a opinião majoritária, ainda assim agir - (1.014) competência conjunta dos administradores , necessário conjunto de todos, salvo URGÊNCIA (dano irreparável ou grave) - na ausência de previsão de poderes , entenderá que o adm poderá praticar todos e quaisquer atos pertinentes à gestão da sociedade, salvo ONERAÇÃO OU ALIENAÇÃO DE BENS IMÓVEIS, a menos que tal ato faça parte do objeto da sociedade(1.015) ● não nomeando o administrador no corpo do contrato, nada obsta que o façam em ato separado, sendo imprescindível a averbação do ato no órgão de registro da sociedade (1.012) enquanto não averbar responderá (o adm) pessoal e solidariamente com a sociedade No caso da sociedade limitada, deve-se atentar para o art. 1.062 do Código Civil: “o administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração. § 1º Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito. § 2º Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com exibição de documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão”. DIFERENÇAS ADM NOMEADO NO CONTRATO E EM ATO SEPARADO: art. 1.019 do Código Civil: “são irrevogáveis os poderes do sócio investido na administração por cláusula expressa do contrato social, salvo justa causa, reconhecida judicialmente, a pedido de qualquer dos sócios. Parágrafo único. São revogáveis, a qualquer tempo, os poderes conferidos a sócio por ato separado, ou a quem não seja sócio”. 7 DESTITUIÇÃO DE ADMINISTRADOR DA SOCIEDADE LTDA ART. 1.063 “o exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, em qualquer tempo, do titular, ou pelo término do prazo se, fixado no contrato ou em ato separado, não houver recondução” (§1º) “tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação de titulares de quotas correspondentes a mais da metade do capital social, salvo disposição contratual diversa”. ● Deverá o adm ter suas diligências em conformidade com o que o homem ativo e probo costuma empregar na adm de seus próprios negócios (1.011) ● (1.015) “no silêncio do contrato, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade; não constituindo objeto social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos sócios decidir ● visto ser o adm o representante da empresa, a empresa será responsável por seus atos, e em acordo com a teoria da aparência, até mesmos os seus atos com abuso de poderes serão responsabilizados pela empresa, com exceção dos incisos previstos no (1.015) (parágrafo único) - I. se agir em desacordo com a limitação inscrita ou averbada no registro próprio da sociedade (presume-se que os terceiros têm essa informação) - II. Se a empresa provar, que o terceiro tinha conhecimento da limitação de poder do adm - III. Se operação efetuada for manifestamente estranha aos negócios “teoria ultra vires”da sociedade” >>> Teoria “Ultra vires” teoria inglesa, que dita que quando o adm celebra contrato assumindo obrigações, em nome da sociedade, em operações evidentemente estranhas ao seu objeto social, presume-se que houve excesso de poderes, entendendo que o credor deveria analisar que tal pacto era incompatível com a atividade empresarial exercida, tal teoria não é mais tão utilizada onde surgiu visto o dinamismo das negociações empresariais, que não permitem uma análise em todas as transações, se os poderes dos adm lhe permitem firmar aquela relação, melhor seria responsabilizar a sociedade, tendo em vista a boa-fé objetiva, restando-a ação regressiva em face do adm ● Nesse sentido: o Enunciado 219 da Jornada de Direito Civil do CJF, entendendo-se que o art. 1.015, parágrafo único, inciso III, do CC realmente adotou a teoria ultra vires, mas com as seguintes ressalvas: “a) o ato ultra vires não produz efeito apenas em relação à sociedade; b) sem embargo, a sociedade poderá, por meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo; c) o Código Civil amenizou o rigor da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos administradores para realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade; d) não se 8 aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência de regra especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n. 6.404/1976)”. 3 ● Apesar do rol do art. 1.015 em regra ser taxativo: Enunciado 11, da I Jornada de Direito Comercial do CJF: “A regra do art. 1.015, parágrafo único, do Código Civil deve ser aplicada à luz da teoria da aparência e do primado da boa-fé objetiva, de modo a prestigiar a segurança do tráfego negocial. As sociedades se obrigam perante terceiros de boa-fé”. E também decidiu o STJ (REsp 704.546/DF) Não se pode invocar a restrição do contrato social quando as garantias prestadas pelo sócio, muito embora extravasando os limites de gestão previstos contratualmente, retornaram, direta ou indiretamente, em proveito dos demais sócios da sociedade fiadora, não podendo estes, em absoluta afronta à boa-fé, reivindicar a ineficácia dos atos outrora praticados pelo gerente. ● O adm será responsabilizado perante terceiros e perante a sociedade em caso de culpa no desempenho das suas funções (1.016) ● o art. 1.017 do Código Civil que “o administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, por ele também responderá”. (§único) “fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberação”. ● (1.020) os adm são obrigados a prestar as contas ao sócios, apresentando-lhes o inventário anualmente , bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico ● DEVER LEGAL DE ESCRITURAÇÃO (1.179) ● (1.021) salvo estipulação de época própria o sócio poderá examinar os livros e documentos, e o estado da caixa e da carteira da sociedade #Distribuição de resultados ● (997,VII) deve constar no pacto social a participação nos lucros e nas perdas ● art. 1.008 do Código Civil: “é nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas” ● a participação pode ser feita de qualquer modo ● no art. 1.007 do Código Civil: “salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas ● art. 1.009 do Código que “a distribuição de lucros ilícitos ou fictícios acarreta responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade ● (1.059/CC) os sócios serão obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital” 3 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial, 8ª edição.. [Minha Biblioteca].9 #Responsabilidade dos sócios (1.052/CC) limitada às quotas e à integralização do capital (solidariamente) princípio da autonomia patrimonial #Alteração do contrato social ● QUÓRUN DE 3/4 (1.076/CC) > DEVE SER AVERBADA #Deliberações Sociais ● ● Em regra as decisões de gestão ordinárias devem ser tomadas unipessoalmente por aquele que tem poderes para tanto ● Nada obstante, as decisões complexas, deve se ter deliberação colegiada ● Na parte do regramento da sociedade LTDA o CC dispõe, as matérias que devem ser objeto de deliberação, mas tal rol não esgota o tema, podendo a vontade das partes, contratualmente considerando aumentá-los, ou lei dispondo especificamente (1.071) I – a aprovação das contas da administração; II – a designação dos administradores, quando feita em ato separado; III – a destituição dos administradores; IV – o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; V – a modificação do contrato social; VI – a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação; VII – a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas; VIII – o pedido de concordata (este último agora se considera como recuperação judicial) ---->>>>> A EXCLUSÃO DO SÓCIO, SEJA O REMISSO OU AQUELE QUE COMETA FALTA GRAVE (1.085) TAMBÉM DEPENDE DE DELIBERAÇÃO ● a diferença de ambas é que a assembleia segue um regimento mais formal, regido pelo CC no caso da LTDA, enquanto a reunião tem um rito mais simplificado, dando-se margem para os sócios ● O órgão responsável por essas deliberações é a assembleia dos sócios, nada obstante o CC nos trouxe a possibilidade da Sociedade LTDA com até 10 sócios, a utilização de reunião dos sócios (1.072). Sendo obrigatória para a sociedade com mais de 10 sócios à deliberação em assembleia (§1º). As formalidades da assembleia poderão ser desconsideradas se os sócios comparecerem a ela, ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia (§2º). Ambas podem ser dispensadas e substituídas por um documento escrito, desde que todos os sócios convencionem (§3º). As deliberações formalmente corretas, vinculam a todos, inclusive os dissidentes ou ausentes (§5º) 10 4 ● NADA OBSTANTE PRESCREVE O ART. 1.080/CC Que as deliberações infringentes a lei ou ao contrato, responsabiliza os que efetivamente aprovaram o ato. Logo, é importante que o sócio dissidente, requeira que conste em ata seu voto contrário. ● Quanto a convocação, REGRA > Administrador, no entanto, nada obsta que seja feita pelo sócio, se os adms retardarem por mais de 60 dias. Ou por titulares de pelo menos 1/5 do capital social, quando não atendido, no prazo de 8 dias, pedido de convocação fundamentado (1.073,I); Também pode ser convocada pelo conselho fiscal, se houver, no caso de (cabe ao conselho fiscal: convocar a assembléia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes;(1.069,V)) (1.073,II) ● Quanto ao quórum de instalação, (1.074/CC) - 1º convocação >>> 3/4 do capital social - 2º convocação >>> Qualquer nº ● Quanto ao quórum de deliberação (1.076), exceto a designação dos sócios os quóruns para deliberação serão I. 3/4 nos casos de (1.071: V - a modificação do contrato social;VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;) II. maioria absoluta (1.071: II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado; III - a destituição dos administradores; IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; VIII - o pedido de concordata.) III. maioria simples (1.071: demais casos previstos na lei ou no contrato NADA IMPEDE QUE O CONTRATO ESTABELEÇA UNANIMIDADE 4 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca]. 11 QUÓRUM PARA FUNDAMENTO UNÂNIME - Designação de adms não sócios (s/ integralização do capital) - Dissolução, se por prazo determinado - Transformação - 1.061 - 1087; 1044; 1033,II - 1114 2/3 - Designação de adms não sócios (c/integralização do capital) - 1061 3/4 - Modificação do contrato social - incorporação, fusão, dissolução da sociedade, cessação de estado de liquidação - 1076,I; 1071,V - 1076,I; 1071,VI MAIORIA ABSOLUT A - Designação de adms, em ato separado - Destituição dos administradores - Modo de remuneração dos adms, se não estabelecido no contrato - pedido de concordata - dissolução, se por prazo indeterminado - exclusão de sócio minoritário - 1076,II; 1071,II - 1076,II; 1.071,III - 1076,II; 1071,IV - 1076,II; 1071,VIII - 1033,II - 1085 MAIORIA SIMPLES - Demais casos previstos na lei ou no contrato - 1076,III ● Representação do sócio em assembleia (1.074) permitido com mandato com especificações dos atos autorizados, devendo o mesmo ser registrado, junto com a ata (§1º) nenhum sócio poderá, mesmo como mandatário, votar matéria que lhe diga respeito diretamente (§2º) 12 ● (1.075) “será presidida e secretariada por sócios escolhidos entre os presentes” - “dos trabalhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da assembleia, ata assinada pelos membros da mesa e por sócios participantes da reunião, quantos bastem à validade das deliberações, mas sem prejuízo dos que queiram assiná-la” (§1º) - “cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela mesa, será, nos vinte dias subsequentes à reunião, apresentada ao Registro Público de Empresas Mercantis para arquivamento e averbação” (art. 1.075, § 2.º). - Se algum sócio desejar uma cópia, autenticado, deverá lhe ser entregue (§3º) ● Assembleia anual (1.078) - 1 vez ao ano nos 4 primeiros meses após o fim do exercício social I. Tomar as contas dos adms, e deliberar sobre o balanço patrimonial e de resultado II. desiginar adms, se for o caso III. tratar de qualquer assunto constante da ordem do dia ● Direito de retirada ou de recesso (1.077) “quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031” “Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente levantado. § 1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da quota. § 2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. “ - Ou seja, nessas hipóteses: Alteração do ato constitutivo, fusão e incorporação poderá o sócio se retirar da sociedade ● Quanto a responsabilidade do sócio pelas decisões tomadas em assembleia (1.078,§§3º e 4º) - a aprovação, sem reserva, do balanço e resultado, salvo erro, dolo ou simulação, exonera de responsabilidade os membros da adm e, se houver, os do Conselho fiscal - extingue em 2 anos o direito de anular a aprovação 13 5 Quanto à natureza da sociedade LTDA - É determinada pelas condições de alienação da participação societária - se o contrato, condicionar a alienação ao prévio consentimento dossócios - se o contrato dispor que em caso de morte de sócio, que se proceda à liquidação de sua quota (de pessoa) - do contrário, será de capital Na omissão, o CC ● (1.057) ceder sua quota, sem audiência aos outros, a sócios, e a estranhos, se não houver oposição de 1/4 do capital social (i) a livre cessão aos sócios; e (ii) a possibilidade de cessão a terceiros estranhos ao quadro social, desde que não haja a oposição de titulares de mais de 25% do capital social. 5 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca]. 14 ● (1.028) morte do sócio, será liquidado a quota, salvo contrato (I) “Quando os sócios desejam dar uma feição mais capitalista à sociedade limitada, eles, por exemplo, (i) adotam a LSA como diploma de regência supletiva, (ii) optam pela denominação social como espécie de nome empresarial e (iii) preveem a livre negociação das quotas sociais, como analisado neste tópico.” 6 “Quando desejam conferir à sociedade uma feição mais personalista, os quotistas (i) preferem a regência subsidiária das normas da sociedade simples, (ii) utilizam a firma social como nome empresarial e, no que tange à matéria em análise neste tópico, (iii) conferem maior estabilidade ao quadro societário, condicionando a entrada de estranhos no quadro social à prévia manifestação dos sócio” 7 #Conselho Fiscal (1.066/CC) 3 ou mais membros e respectivo suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembleia anual - É ÓRGÃO FACULTATIVO À LTDA ● O CC com a finalidade de majorar a força dos sócios minoritários, assegurou o direito de aqueles que têm ao menos 1/5 do capital social eleger um dos membros do conselho fiscal e o suplente deste (1.066,§2º) ● art. 1.066, § 1.º, que “não podem fazer parte do conselho fiscal, além dos inelegíveis enumerados no § 1.º do art. 1.011, os membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até o terceiro grau”. ● Remuneração será fixada na assembleia que os eleger (1.068) ● (1.069) de maneira exemplificativa dispõe as suas atribuições “I – examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas; II – lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames referidos no inciso I deste artigo; III – exarar no mesmo livro e apresentar à assembleia anual dos sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico; IV – denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade; V – convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes; VI – praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos a que se refere este artigo, tendo em vista as disposições especiais reguladoras da liquidação”. Sendo estas atribuições citadas nesse artigo, não podem ser outorgadas a outro órgão da sociedade, e a responsabilidade dos membros obedece as regra dos adms, (1.070) Regras dos adms estão dispostas no Art. 1.016.” Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.” 6 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca]. 7 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca]. 15 “o conselho fiscal poderá escolher para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legalmente habilitado, mediante remuneração aprovada pela assembleia dos sócios” (art. 1.070, parágrafo único). #Exclusão de sócio minoritário por justa causa ● Princípio da preservação da empresa ● maneira extrajudicial ● necessário previsão da hipótese no contrato ● Maioria absoluta ● 2 sócios sem necessidade de deliberação, sendo o minoritário a ser excluído ● Art. 1.085, segundo o qual “ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa”. § ú “ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa”. REQUISITOS a) que o sócio seja minoritário; b) previsão expressa no contrato social; c) prática de atos de inegável gravidade por parte de determinado sócio; d) convocação de assembleia ou reunião específica; e) cientificação do acusado com antecedência suficiente para possibilitar o seu comparecimento e defesa; e f) quorum de maioria absoluta. 8 8 CRUZ, André Santa. Direito Empresarial - Volume Único, 9ª edição.. [Minha Biblioteca].
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