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A TUTELA DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE CONJUGAL

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A TUTELA DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
CONJUGAL 
 
THE PROTECTION OF PETS IN THE DISSOLUTION OF THE CONJUGAL 
SOCIETY 
 
Rafaela Eduarda Locks1 
Keli Patrícia Herpich2 
 
RESUMO: Com as intensas transformações observadas na instituição familiar nos 
últimos anos, os animais de estimação passaram a ser considerados, efetivamente, 
membros da família. Tal fato levou, consequentemente, ao surgimento de 
discussões envolvendo os direitos e a tutela destes animais quando uma sociedade 
conjugal vem a se romper. Nesse contexto, o presente artigo tem por objetivo 
analisar a posição do ordenamento jurídico brasileiro sobre a tutela dos animais de 
estimação em casos de dissolução da sociedade conjugal. Para atingir tal objetivo, 
realizou-se uma pesquisa de cunho bibliográfico em livros, artigos, leis, doutrinas, 
decisões judiciais e jurisprudências. A partir da análise de cada caso, evidenciou-se 
que grande parte das decisões proferidas no país embasam-se na proteção do ser 
humano e de seu vínculo afetivo com o animal de estimação, o que expressa, 
também, a evolução da instituição familiar e o reconhecimento da família 
pluriespécie. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Afetividade. Animal de estimação. Dissolução da sociedade 
conjugal. 
 
 
ABSTRACT: In the last few years, with the changes in family institutions, pets have 
come to be considered members of the family. As a consequence, discussions 
involving the rights and the guardianship of these animals arose in the breakup of the 
conjugal society. Thus, this article aimed to analyze the position of the Brazilian legal 
system on the guardianship of pets in the dissolution of the conjugal society. In order 
to do so, a bibliographic research was carried out in books, articles, laws, doctrines, 
judicial decisions and jurisprudence. Based on the analysis of each case, it was 
evidenced that most of the decisions made in Brazil are based on the protection of 
the human being and his affective bond with the pet, which also expresses the 
evolution of the family institution and recognition of the multi-species family. 
 
KEYWORDS: Affectivity. Pet. Dissolution of the conjugal society. 
 
1 Acadêmica do Curso de Direito do Centro Universitário Univel. 
2 Mestre em Desenvolvimento Rural Sustentável. Professora do Curso de direito do Centro 
Universitário Univel. 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A família é a instituição e o agrupamento humano mais antigo, haja vista que 
todo ser humano, todo indivíduo, nasce na razão da família e, via de regra, no 
âmbito desta, associando-se com seus demais membros (AUGUSTO, 2015). 
Com o passar dos anos, a sociedade moderna evoluiu e o modelo familiar 
mudou, influenciado pela ideia de democracia do ideal de igualdade e da dignidade 
da pessoa humana (LUNA, 2010). 
Em decorrência de tais fatos verificou-se a necessidade de o Direito 
acompanhar o surgimento de diversos tipos de família (SANCHES, 2015). 
Não existe um conceito afixado de família, uma vez que essa vai além de uma 
simples relação consanguínea ou grau de parentesco, sendo caracterizada pelo 
vínculo afetivo entre os seus membros. Por essa razão, passa a ter diferentes 
constituições e, em muitos casos, inclui os animais de estimação como seus 
membros (GORDILHO; COUTINHO, 2017). 
As transformações sociais decorrentes da maior aderência dos animais de 
estimação ao contexto familiar produzem efeitos nos mais diversos setores da vida 
em sociedade e geram, por sua vez, novas demandas judiciais. Conflitos dessa 
natureza, antes raros, são cada vez mais recorrentes no judiciário, uma vez que a 
motivação precursora delas é devido à afetividade envolvendo seres humanos e 
animais de estimação. 
Quando uma sociedade conjugal se rompe, vários fatores são trazidos à tona 
e o judiciário depara-se com situações que, embora não regulamentadas no direito 
positivo, merecem atenção e estudos, como é o caso da discussão sobre a tutela do 
animal de estimação adquirido em conjunto pelo casal. 
Diante de tal realidade social, e levando em consideração que os animais de 
estimação, na atualidade, são comumente envolvidos em disputas judiciais, no 
presente trabalho serão abordadas as reflexões e o posicionamento do ordenamento 
jurídico brasileiro no que tange à tutela dos animais de estimação na ocasião do 
rompimento da sociedade conjugal. 
 
 
 
 
3 
 
2 A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA 
 
Com o passar do tempo, o conceito de família se expandiu e mudou, ao 
passo de ser mencionada como um núcleo constituído por pessoas que cuidam, 
amam, instruem, protegem e, principalmente, transmitem bons valores. 
 
Dessa forma, pode-se considerar que, hodiernamente, para o 
Direito, a família consiste em uma organização social que se forma 
a partir de laços sanguíneos, laços jurídicos ou laços afetivos. O 
que acontece é que, com as mudanças comportamentais 
provenientes da era da tecnologia e da informação, as famílias 
passaram a ter diferentes constituições, incluindo, em muitos casos, 
os animais de estimação, principalmente quando a sociedade 
conjugal se rompe e se inicia a disputa pelo animal de estimação 
(SEGUIN; ARAÚJO; NETO, 2016, s/p.). 
 
A Constituição Federal de 1988, no caput do artigo 226, normatizou o que já 
representava a realidade de muitas famílias brasileiras, reconhecendo que o 
casamento é uma solenidade e que, por conta disso, não é primordial para que 
exista uma família, entendida, a partir de então, como um fato natural (BRASIL, 
1988). 
Tal posicionamento da legislação brasileira evidencia uma adaptação do 
direito às transformações e às necessidades da sociedade. Sob essa perspectiva, 
não somente a família oriunda do casamento passou a receber proteção estatal, 
mas também qualquer outra organização familiar embasada na afetividade, mesmo 
sem possuírem laços sanguíneos (LÔBO, 2009). 
Inexiste o certo ou um modelo uniforme de família, ante a multiplicidade de 
formas hoje existentes, o que torna essencial compreendê-la de acordo com as 
necessidades sociais prementes de cada tempo, sendo possível que novas 
modalidades ainda surjam (AUGUSTO, 2015). 
Desse modo, segundo os estudos de Augusto (2015), ao se analisar a 
evolução do conceito de família no ordenamento jurídico brasileiro, é certo que este 
tem como ingredientes o afeto, a ética, a solidariedade e a dignidade na busca da 
felicidade da pessoa humana e, por isso, não deve se prender a preceitos culturais, 
religiosos e sociais que esquecem a própria pluralidade existencial, de consciência e 
de opinião. 
 
4 
 
2.1 A POSSIBILIDADE DA FAMÍLIA MULTIESPÉCIE NA CONFIGURAÇÃO 
FAMILIAR 
 
Com a aceitação do princípio da afetividade no conceito de família, esta 
passou a ser constituída pelas relações de afeto, independentemente se há, ou 
não, grau de parentesco. Nesse sentido, outros tipos de estruturas familiares 
surgiram, além da família “tradicional”, pois esta não comporta mais a diversidade 
das nuances que as famílias adquiriram ao longo do tempo. 
 
Sob o ponto de vista do direito, a família é feita de duas estruturas 
associadas: os vínculos e os grupos. Há três sortes de vínculos, que 
podem coexistir ou existir separadamente: vínculos de sangue, 
vínculos de direito e vínculos de afetividade. A partir dos vínculos de 
família é que se compõem os diversos grupos que a integram: grupo 
conjugal, grupo parental (pais e filhos), grupos secundários (outros 
parentes e afins) (LOBO, 2009, p. 12). 
 
Entre as diferentes entidades familiares admitidas, destaca-se a 
possibilidade de admissão da família multiespécie como entidade familiar, sendo 
inverossímil pensar em família, nos dias que correm, sem ponderar a interação 
humano-animal. 
Segundo Dias (2005), a família multiespécie consiste emum grupo familiar 
que reconhece como seus membros, vivendo em convivência respeitosa, além de 
seres humanos, animais de estimação. 
Nessa configuração denominada de família multiespécie, a questão dos laços 
sanguíneos é colocada em segundo plano para dar espaço à afetividade entre os 
integrantes da família, sejam eles animais ou humanos (FARACO, 2008). 
Dias (2009) recorda que, apesar do afeto não fazer parte do texto 
constitucional, esse se encontra presente no reconhecimento dos núcleos familiares 
provenientes de união estável: “ao serem reconhecidas como entidade familiar 
merecedora da tutela jurídica as uniões estáveis, [...] tal significa que o afeto (grifo 
nosso) que une e enlaça duas pessoas, adquiriu reconhecimento e inserção no 
sistema jurídico” (DIAS, 2009, p. 49). Tal colocação abre margem para que se 
considere o afeto como um elemento agregador da família multiespécie. 
Casais muitas vezes adotam animais de estimação com os quais 
desenvolvem uma forte relação afetiva, com comemoração de aniversário e 
5 
 
presentes. Nesse contexto, principalmente nos grandes centros urbanos, nos quais 
há uma escassez de tempo para permanecer com seus familiares, o apego aos 
animais de estimação se intensifica, e esses acabam por ser considerados, como 
membros do núcleo familiar (CARDIN; SILVA, 2016). 
De acordo com Soares (2009 apud CHAVES, 2013), 
 
[...] paralelamente à mudança na arquitetura dos ambientes 
familiares, um outro elemento passou a fazer parte cada vez mais 
forte da família moderna: os animais de estimação. Mas não 
simplesmente os animais de estimação nos seus papéis tradicionais, 
mas agora como legítimos membros da família. É cada vez mais 
comum encontramos pessoas que tratam os seus cães e gatos como 
parentes (SOARES, 2009 apud CHAVES, 2013, s/p.). 
 
É cediço que, com as transformações sociais nos modelos familiares, a 
aderência cada vez maior dos animais de estimação como membros da família 
produz diversos efeitos nas mais variadas áreas de convívio social – mesmo que 
não reconhecida pelo ordenamento jurídico – constituindo uma família multiespécie. 
A presença constante dos animais no seio familiar gera novas demandas judiciais, 
principalmente quando ocorre a dissolução da sociedade conjugal, momento em que 
o ser humano, tutor do animal de estimação, busca no judiciário a proteção de seu 
vínculo afetivo com este. 
 
 
3 A NATUREZA DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO 
 
A concepção jurídica atual, diante da consciência ecológica e da 
transformação dos modelos éticos, sofreu modificações para se repensar os critérios 
ético-jurídicos do posicionamento dos animais no Direito Positivo. 
O tema leva em consideração as mutações de valores e entendimentos 
comuns ao longo dos anos, que lograram o mundo jurídico em relação à natureza. 
Logo, surgiu a necessidade de estudar a relação da natureza, mais minuciosamente 
dos animais não humanos, no que concerne a sua natureza jurídica diante do Direito 
Moderno. 
 
 
6 
 
3.1 O ANIMAL DE ESTIMAÇÃO E SEU STATUS JURÍDICO 
 
Os diferentes arranjos familiares embasados no afeto em associação com a 
diminuição do número de filhos levaram à maior presença de animais de 
estimação nos lares do país. Em 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada 
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontou que 44,3% dos 
domicílios no Brasil possuem pelo menos um cachorro, e 17,7% possuem ao 
menos um gato (IBGE, 2013). 
Tais mudanças sociais levaram grande parte dos indivíduos a considerarem 
seus animais de estimação não como coisas, mas sim como membros da família. 
Entretanto, a legislação atual não condiz com as demandas da sociedade nesse 
ponto, o que faz com que surjam discussões sobre a necessidade de atualização 
do status jurídico dos animais de estimação. 
A doutrina majoritária não inclui os animais como sujeitos de direito, pois, 
do conceito de pessoa natural, estão excluídos os animais (FIUZA; GONTIJO, 
2014). Para o Direito brasileiro, os animais recebem o status de coisa. Todavia, 
reconhece a doutrina a importância dos animais e, por isso, o merecimento da 
tutela jurídica pela legislação ambiental. 
Em uma relação jurídica, originalmente, os animais são objetos, e é assim 
que o Direito Positivo os trata, não obtendo status jurídico de sujeito de direito. 
Conforme artigo 82, do Código Civil Brasileiro: “São móveis os bens suscetíveis de 
movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da destinação 
econômico social” (BRASIL, 2002, art. 82). 
Tal previsão do Código Civil qualifica o que chamamos de “semovente”, isto é, 
coisas que se movimentam pela força de outros ou de si próprias sem que haja 
modificação de sua natureza socioeconômica. 
Stolze (2012) destaca que os animais podem ser enquadrados como bens 
semoventes e, por conta disso, devem ser tratados juridicamente como qualquer 
outro bem móvel. Corroborando com tais colocações, Souza (2004) afirma que: 
 
Muito embora já se reconheça direitos morais a animais não 
humanos, esses continuam a ser tratados pelos sistemas legais 
como propriedade dos humanos e, por isso mesmo, os animais não 
humanos não detêm direitos legais, não são sujeitos de direito, 
apenas objetos de direitos. São defendidos somente como 
7 
 
propriedade de alguém que seja um sujeito de direitos (SOUZA, 
2004, p. 275-276). 
 
 Assim, o autor supracitado relata que, quando os interesses do animal de 
estimação conflitam com o interesse de um ser humano, na grande maioria das 
vezes o que prevalece são as necessidades do homem, seu proprietário (SOUZA, 
2004). Assim, é possível verificar que, ao direito de propriedade, é dado muito mais 
importância do que ao direito de animal. 
É o que se observa, por exemplo, no julgamento proferido pela Sétima 
Câmara Cível do Tribunal do Rio Grande do Sul: 
 
Igualmente não merece acolhido o recurso no que diz com o pedido 
do varão de ficar com o cachorro que pertencia ao casal. Alega que 
este foi presente de seu genitor, mas não comprova suas assertivas. 
E, ao contrário, na caderneta de vacinação consta o nome da mulher 
como proprietária (fl. 83), o que permite inferir que Julinho ficava sob 
seus cuidados, devendo permanecer com a recorrida (BRASIL, 2004, 
p. 7). 
 
Observa-se que os Desembargadores decidiram por manter a guarda do 
animal de estimação com a esposa após a dissolução da sociedade conjugal, haja 
vista que era o nome dela que constava como proprietária na carteira de vacinação 
do animal. Tal decisão evidencia ainda mais a doutrina de que os animais são 
considerados “coisas”. 
Uma posição semelhante é observada na decisão proferida pela 4º Turma 
Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Na ocasião, o ex-namorado solicitou 
a reintegração de posse do animal de estimação, o que foi negado, uma vez que 
este havia sido doado como presente pelo autor à sua ex-namorada, o que o 
descaracterizava como proprietário (BRASIL, 2006). 
Nesse contexto, Venosa (2009) afirma que as coisas e os animais podem 
ser, de fato, objetos do direito, contudo, nunca serão sujeitos de direito, haja vista 
que é um atributo exclusivo da pessoa. Desta forma, pôde-se observar que os 
animais podem ser defendidos somente como propriedade de alguém que seja um 
sujeito de direitos, como, por exemplo, o seu tutor, sendo os animais de estimação 
elencados como objetos de direito. 
Por outro lado, ao encontro do que foi exposto até então, existe a doutrina 
que acredita que os animais são sujeitos de direito. Entretanto, de acordo com 
8 
 
Miranda (2002), o sujeito de direito consiste no ente que possui direitos e deveres 
nas relações jurídicas. Por conta disso, existem inúmeras discussões sobre a 
problemática dessa definição para a inclusãodos animais de estimação como 
sujeitos de direito. 
 Uma das discussões sobre essa definição é realizada por Eberle (2006): 
 
Concebido sujeito de direito como o “portador de direito ou deveres 
na relação jurídica”, “um centro de decisão e de ação”, tem-se 
necessariamente um conceito vazio, um involucro sem conteúdo, que 
pode ser preenchido por qualquer ente que, a convite do legislador, 
venha ocupar a posição de destinatário das normas jurídicas 
(EBERLE, 2006, p. 28). 
 
Sobre esse assunto, Coelho (2006) discorre que o “sujeito de direito é o 
centro de imputação de direitos e obrigações referidos em normas jurídicas com a 
finalidade de orientar a superação de conflitos e interesses que envolvem direta ou 
indiretamente homens e mulheres” (COELHO, 2006, p. 80). Assim, pode-se dizer 
que o sujeito de direito é todo aquele que possui obrigações e direitos, na esfera 
civil, imputados pela norma jurídica. 
Segundo Dias (2005), os animais podem ser considerados sujeitos de direito, 
mesmo que subjetivamente, devido às prerrogativas legais que os protegem. Mesmo 
que não possam pleitear diretamente por seus direitos, tanto a sociedade quanto o 
Estado possuem o dever constitucional de protegê-los. 
Vale ressaltar que os animais não são mais considerados coisas nos 
ordenamentos austríaco, alemão, francês, suíço e português. O animal passou a 
ter um estatuto distinto de coisa, não provocando necessariamente o 
reconhecimento de sua personificação. 
 
3.2 ANIMAIS COMO SERES SENCIENTES 
 
Além dos posicionamentos doutrinários elencados na seção anterior, insta 
discutir sobre a atribuição de senciência aos animais, ou seja, sua capacidade de 
consciência sobre suas relações e de sentir emoções positivas e negativas. 
Os seres sencientes, por sua vez, são aqueles capazes de expressar seus 
sentimentos, de experimentar sensações e emoções de alegria e também de 
tristeza ou de sofrimento. Tais sentimentos não encontram base moral para serem 
9 
 
desconsiderados, devendo estes serem utilizados para favorecer o bem-estar e a 
garantia digna de vida do animal (NACONECY, 2016). 
Segundo as colocações de Singer (2004 apud KURATOMI, 2011), 
 
Em nome do próprio utilitarismo, deve-se admitir que, como certos 
seres sofrem mais do que outros em certas condições, eles devem 
ser tratados diferentemente – sendo essencial que essa diferença 
não dependa a priori do pertencimento a essa ou àquela espécie, 
mas sim da realidade do sofrimento (SINGER, 2004 apud 
KURATOMI, 2011, p. 48). 
 
Há anos o status do “animal coisa” é fonte de dificuldades para os tribunais, 
cujas decisões refletem uma “não adaptação” à natureza específica do animal: 
certas decisões fazem estrita aplicação das regras do Código Civil sobre coisas 
móveis e outras têm em consideração a natureza de ser vivo do animal. 
Quanto aos animais de companhia, há a especificidade de que devem ser 
confiados a um ou a ambos os cônjuges, considerando, nomeadamente, os 
interesses de cada um dos cônjuges, dos filhos do casal e também o bem-estar do 
animal (BRASIL, 2002). 
Para efeitos legais, perante o Código Civil, os animais são elencados de bens 
móveis, porém, são bens especiais, em consideração que se tratam de seres 
sencientes, que não podem ser tratados simplesmente como mesas e cadeiras 
(TELINO, 2016). 
Ademais, em muitas situações passou-se a levar em consideração os 
sentimentos dos animais em detrimento de atribuir a eles o caráter de simples 
propriedade pessoal. Tal posicionamento somente reforça a necessidade crescente 
em definir, de forma clara e concisa, o status jurídico dos animais de estimação, 
trazendo, desta forma, uma maior segurança jurídica no que trata a tutela dos 
animais em caso de dissolução da sociedade conjugal. 
 
 
4 A PROTEÇÃO DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NA DISSOLUÇÃO DA 
SOCIEDADE CONJUGAL 
 
Com o passar dos anos, novos avanços foram observados em relação à 
proteção dos animais de estimação. A dissolução da sociedade conjugal, por 
10 
 
exemplo, tem trazido à tona uma situação incomum para o Judiciário, mas habitual 
diante do aumento do número de animais de estimação no país e do crescimento 
de sua importância nos lares brasileiros. 
Em processos envolvendo a questão em estudo, existem duas doutrinas 
principais: as que consideram que os animais são sujeitos de direito pelo fato de 
serem sencientes e por serem objeto de nosso dever (DIAS, 2005); e as que 
consideram os animais como objetos de direito, haja vista que o atributo sujeito de 
direito é exclusivo das pessoas, individual ou coletivamente (VENOSA, 2009). 
Na grande maioria dos casos, os animais de estimação, que são tratados 
como bem móvel pelo Código Civil, alcançam status de membros da família, 
inclusive no momento em que os casais chegam à decisão de romper o vínculo 
matrimonial (JECKEL, 2015). 
Um exemplo disso pode ser observado no entendimento jurisprudencial do 
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, exposto abaixo: 
 
Direito Civil - Reconhecimento/dissolução de união estável - Partilha 
de bens de semovente - Sentença de procedência parcial que 
determina a posse do cão de estimação para a ex-convivente mulher 
– Recurso que versa exclusivamente sobre a posse do animal [...] 
animais de estimação cujo destino, caso dissolvida sociedade 
conjugal é tema que desafia o operador do Direito – Semovente que, 
por sua natureza e finalidade, não pode ser tratado como 
simples bem, a ser hermética e irrefletidamente partilhado, 
rompendo-se abruptamente o convívio até então mantido com 
um dos integrantes da família [...] (BRASIL, 2015, grifo nosso). 
 
Ainda, na Resp n° 1.713.167-SP Rel. Min. Luiz Felipe Salomão (BRASIL, 
2018), o Superior Tribunal de Justiça analisou um caso em que, na dissolução da 
união estável, a mulher passou a impedir seu ex-companheiro de visitar o animal 
adquirido durante a união, e o homem entrou com um pedido judicial para a 
regulamentação de tal caso. A quarta turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu 
por não equiparar visitação de animais com a guarda de filhos, mas enquadrou os 
animais na categoria de bens semoventes, e concluiu que os bichos não podem ser 
considerados meras “coisas inanimadas”, pois merecem tratamento peculiar em 
virtude das relações afetivas estabelecidas entre os seres humanos e eles. Assim, 
garantiu-se ao homem o direito de visitar o animal e caberá, então, ao juiz de 
primeira instância, regular a forma de visitação. 
11 
 
De fato, tendo em vista a importância dos interesses e direitos dos animais de 
estimação após a dissolução da sociedade conjugal, tramita, na Câmara dos 
Deputados, o Projeto de Lei nº 3.670 de 2015, que versa sobre a guarda dos 
animais de estimação nos casos de dissolução da sociedade e/ou do vínculo 
conjugal entre seus possuidores (SILVA, 2015). 
Outro Projeto de Lei (nº 7.196/2010) apresenta algumas diretrizes sobre a 
guarda de animais de estimação que em muito se assemelham à guarda 
compartilhada dos filhos de um casal, como, por exemplo: o direito de visita da 
parte não guardiã em casos de guarda unilateral; a concessão de pensão 
alimentícia ao animal; ou ainda a concessão da guarda a um terceiro caso 
verifique-se que os proprietários do animal não possuem condições adequadas 
para mantê-lo (SILVA, 2015). 
Ademais, o Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 7.991, de 2014, 
apresenta uma proposta de inclusão, no Código Civil, das seguintes colocações: 
 
Art. 2 – A. Os animais gozam de personalidade jurídica sui generis 
que os tornam sujeitos de direitos fundamentais e reconhecimento a 
sua condição de seres sencientes. Parágrafo único: São 
considerados direitos fundamentais a alimentação, a integridade 
física, a liberdade, dentre outros necessários a sobrevivência digna 
do animal(BRASIL, 2014, p. 2). 
 
Além disso, de modo semelhante, o Projeto de Lei do Senado Federal nº 
3.670-B, de 2015, propõe a inclusão, no artigo 83 do Código Civil, de que “Os 
animais não serão considerados coisas”. Tal proposição objetiva também busca 
estabelecer o status jurídico dos animais e auxiliar na solução de conflitos que 
envolvem esses seres. Entretanto, apesar da existência de tais Projetos, não há 
uma legislação específica sobre o tema, o que faz com que os magistrados sigam 
diferentes doutrinas em tal situação. Por um lado, tem-se a concepção de que os 
animais de estimação constituem propriedade privada que deve ser utilizada em prol 
dos benefícios humanos; e, de outro, tem-se as decisões que consideram, acima de 
tudo, os interesses dos próprios animais e a aplicação, por analogia, das normas da 
guarda dos filhos do casal (GORDILHO; COUTINHO, 2017). 
Segundo Santana e colaboradores (2004), 
 
12 
 
A questão da guarda responsável de animais domésticos é uma das 
mais urgentes construções jurídicas do Direito Ambiental, visto a 
crescente demanda que se tem verificado nas sociedades, pois a 
urbanização cada vez mais crescente vem suplantando hábitos 
coletivos entre os indivíduos que, isolados em seus lares, têm 
constituído fortes laços afetivos com algumas espécies, como é o 
caso principalmente dos cães e gatos, transformando-os em 
verdadeiros entes familiares (SANTANA et al., 2004, p. 533). 
 
De acordo com Silva (2015), a melhor solução consiste na preservação dos 
interesses dos animais de estimação, o que leva em consideração os aspectos 
envolvidos na criação deste, como, por exemplo, fatores sentimentais, financeiros, 
psicológicos e também do bem-estar, embora a falta de disciplina legal no 
ordenamento jurídico brasileiro sobre o tema, de modo a regulamentá-lo, enseja a 
insegurança jurídica destes casos. 
Considerando a inexistência de pressupostos legais, o magistrado deve 
buscar a melhor solução, observando as regras estabelecidas no Estatuto da 
Criança e do Adolescente relativas à guarda em casos de dissolução da sociedade 
conjugal, prestando ao animal de estimação toda a assistência necessária. Isso não 
quer dizer que haverá a equiparação entre eles, mas que as regras serão aplicadas 
por analogia, o que não implica dizer que o animal é sujeito de direito ou que está 
sendo equiparado a uma criança, mas que, na falta de legislação específica, 
legislações semelhantes podem ser utilizadas por meio analógico (SIQUEIRA, 
2013). 
De fato, o juiz precisa averiguar e levar em consideração o interesse das 
partes litigantes tendo em vista que, por se tratar, no geral, de processos motivados 
por uma relação de afeto, a decisão tomada pelo juízo sentenciante poderá também 
gerar danos psicológicos aos humanos envolvidos, sendo ideal que se procure 
garantir o bem-estar e o melhor interesse de todas as partes envolvidas na lide 
(MILLS, KREITH, 2011). 
O que prepondera, no entanto, é o direito dos animais de estimação em 
conjunto com o do ser humano, devendo prevalecer a busca pela proteção do 
vínculo afetivo entre estes, obtendo, desta forma, uma harmonia entre os interesses 
de todas as partes envolvidas no conflito. 
 
 
13 
 
4.1 A TUTELA DOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO NO DIREITO COMPARADO 
ALEMÃO E PORTUGUÊS 
 
Ao se tratar sobre a tutela dos animais de estimação em caso de dissolução 
da sociedade conjugal, não se pode omitir o que o Direito comparado tem a mostrar 
ao Direito brasileiro, no que tange as suas leis, estatutos e normas implantadas 
quanto ao presente tema. 
O Direito comparado tem como objetivo demonstrar como alguns institutos 
legais estrangeiros evoluíram de tal maneira a serem muito bem aplicados e a terem 
uma grande funcionalidade, sugerindo, então, que sua aplicação possa imigrar para 
a ordem legal nacional (SIQUEIRA, 2013). 
Almeida (1998) afirma que, a princípio, “o Direito comparado é a disciplina 
jurídica que tem por objeto estabelecer sistematicamente semelhanças e diferenças 
entre ordens jurídicas” (ALMEIDA, 1998, p. 9). Tavares (2006) ressalta que os 
estudos desenvolvidos na área do Direito comparado têm por objetivo evidenciar a 
perenidade de certas legislações, bem como estimular a uniformização e a 
harmonização jurídica entre os países, mantendo as particularidades de cada cultura 
e de cada nação. 
No que tange ao tema do presente trabalho, a Lei Fundamental da República 
Federal da Alemanha estabelece a categoria “animais”, intermediária entre coisas e 
pessoas, em razão da crescente conscientização a respeito da interconexão entre 
seres humanos e ambiente, levando em consideração o intrínseco valor deste 
último, e, com isso, tem-se notado uma diluição do antropocentrismo em relação à 
proteção dos animais (ALEMANHA, 2002). 
O Código Civil alemão foi precursor na separação entre coisas e animais. O 
parágrafo 90-A, do Código Civil alemão (Bürgerliches Gesetzbuch – BGB), prevê: 
“Animais não são coisas. Os animais são protegidos por leis especiais. Os animais 
são regulados pelas regras relativas às coisas, com as necessárias modificações 
exceto se de outra maneira for previsto” (ALEMANHA, 2002). 
No que diz respeito ao ramo de Processo Civil alemão, o parágrafo 765a do 
Código de Processo Civil do país (Zivilprozessordnung – ZPO) determina que, no 
caso de medida judicial que afete um animal, o tribunal de execução precisa 
respeitar a responsabilidade do homem pelo animal, bem como o bem-estar destes 
animais domésticos (ALEMANHA, 2007; GODINHO, 2010). 
14 
 
O Direito português, seguindo a regra dos demais ordenamentos, cuidava dos 
animais como coisas móveis. Contudo, no ano de 2017, o ordenamento jurídico 
sofreu uma sensível alteração em razão da aprovação da Lei nº 8 de 2017. Em 
Portugal, entrou em vigor na data de primeiro de maio de dois mil e dezessete 
(01/05/2017) um novo estatuto jurídico, no qual os animais deixam de ser 
considerados como "coisas" e passam ao status de "seres vivos dotados de 
sensibilidade" (PORTUGAL, 2017). 
A nova legislação foi elaborada para proteger os animais, evitando casos de 
maus-tratos e, também, pensou na guarda do animal em caso de separação dos 
donos. Naquele país, os animais devem ser "confiados a um ou a ambos os 
cônjuges, considerando, nomeadamente, os interesses de cada um dos cônjuges e 
dos filhos do casal, bem como, o bem-estar do animal" (PORTUGAL, 2017, Art. 
1793ª). Em separações litigiosas, por exemplo, caberá ao juiz definir qual cônjuge 
terá a guarda do animal, baseado na legislação implantada. 
Assim, levando em consideração que o direito comparado consiste em uma 
fonte de direito, é possível aplicá-lo no caso em questão. O status jurídico atribuído 
aos animais na Alemanha e em Portugal tem se mostrado eficaz e funcional – 
quando se fala em resolução de conflitos – e, portanto, é possível aplicar tais 
prerrogativas no Direito Brasileiro ou então utilizá-las para fundamentar decisões 
nacionais. 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
No Brasil, ainda não existe uma legislação específica que trate sobre tutela 
dos animais de estimação em caso de dissolução da sociedade conjugal. Apesar de 
tal lacuna no ordenamento jurídico, os tribunais enfrentam questões relacionadas ao 
tema de forma cada vez mais frequente. Levando em consideração que a temática é 
presença comum em discussões jurídicas na área do Direito de Família, é essencial 
que o Direito brasileiro se atualize de modo a estabelecer, de forma clara e precisa, 
o status jurídico dos animais de estimação. 
Os animais de estimação passaram a ter tamanha importância nas famílias 
que a sua tutela consiste em foco de importantes discussões e disputas judiciais no 
momento da dissolução da sociedade conjugal. Nas decisões proferidas nos 
15 
 
tribunais brasileiros,observa-se uma tendência conservadora na qual a propriedade 
do animal é o principal, se não o único, fator considerado para a resolução dos 
conflitos. 
Entretanto, nos últimos anos, evidenciou-se que o magistrado, mesmo que de 
forma vagarosa, tem pautado suas decisões na manutenção do bem-estar do animal 
de estimação e na proteção da relação de afeto existente entre este e seu tutor. Ao 
privilegiar os interesses e o bem estar do animal, observa-se uma mudança gradual 
na percepção dos animais de estimação no meio jurídico. Tal transformação 
aproxima-se cada vez mais da realidade das famílias brasileiras, que consideram, 
em sua maioria, os animais como verdadeiros membros de suas organizações 
familiares. 
Desta forma, apesar de tal mudança, ainda existe uma clara necessidade de 
elaboração de uma legislação nacional que regulamente a situação dos animais de 
estimação em casos de dissolução da sociedade conjugal e que os veja como 
objetos que possuem direitos de proteção. 
Enquanto isso não ocorrer, uma solução seria aplicar o método de 
interpretação comparada, no qual há uma comparação jurídica do direito estrangeiro 
com o direito nacional, nos embates que versam sobre a tutela dos animais de 
estimação em casos de dissolução do vínculo conjugal, bem como a aplicação, por 
analogia, das normas da guarda dos filhos do casal. 
Ademais, quando não existir um acordo entre os cônjuges-tutores sobre a 
tutela do animal de estimação, o Poder Judiciário deve levar em consideração 
principalmente o bem-estar do animal, e a proteção dos vínculos de afeto existentes 
entre animal e tutor. Assim, os interesses desses não devem ser deixados em 
segundo plano, mas sim harmonizados com os interesses de seus donos, seres 
humanos. 
 
 
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