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NUTRIÇÃO NA ADOLESCÊNCIA Bianca Góes Emilaine Brinate Mariana Roque Coelho Renata Kelly Siqueira Priscila Duarte da Silva Tatiana de Souza Medina Nutricionistas Residentes em Clínica Médica - HUCFF Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF / UFRJ) Residência Multiprofissional Integrada em Saúde 1 ›Cronologicamente: entre 10 e 19 anos (OMS). De acordo com o estatuto da criança e do adolescente (ECA), compreende a fase de 12 a 18 anos. Fase da vida em que a velocidade de crescimento é ascendente. Em geral entre 10 e 14 anos = estirão do crescimento. Surgem características sexuais secundárias (voz, pelos, acne, menarca) Entre 15 e 19 anos = finalização do crescimento e desenvolvimento púbere. (meninas iniciam o desenvolvimento dois anos antes dos meninos). 2 É a fase em que há aumento de quase todos os órgãos e segmentos corporais, sendo que aproximadamente 20% da estatura e 50% do peso do adulto são ganhos nesse período. Preocupação excessiva com o corpo e a imagem corporal podem levar a escolhas alimentares inadequadas ou insuficientes. POR QUE ADOLESCÊNCIA É UM PERÍODO DE VULNERABILIDADE NUTRICIONAL? • Fast Foods •Refrigerantes •Alimentos industrializados (ricos em gorduras, açúcares e sódio) •Frutas •Legumes •Verduras •Lácteos e derivados 3 Nutrição na Adolescência CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS ENERGÉTICOS: Devem estar em maior quantidade na dieta (45 a 65%), são provenientes de alimentos energéticos (pães, cereais, massas, tubérculos, óleos e gorduras) que permitem ao corpo a produção de energia para execução de funções. REGULADORES: Alimentos como frutas, legumes e verduras, ricos em vitaminas, minerais, fibras e água, que auxiliam os processos orgânicos e condições intracelulares. CONSTRUTORES: Em menor quantidade que os demais, porém não menos importante, são essenciais para a formação dos tecidos corporais (carnes, ovos, leguminosas, leite e queijos). 4 Micronutrientes – Minerais e Vitaminas Na adolescência, durante o pico de velocidade de crescimento, as necessidades de nutrientes são maiores. Principalmente: cálcio, magnésio, ferro e zinco. A necessidade de vitaminas é maior na adolescência devido ao aumento das necessidades de energia (complexo B), síntese tecidual (B6, B12 e ácido fólico), rápido crescimento do esqueleto (Vitamina D) e crescimento (Vitaminas A, C e E). Nutrição na Adolescência Planejar a dieta com a presença de alimentos de todos os grupos alimentares, respeitando a proporção entre eles. 5 Nutrição na Adolescência 6 DISTÚRBIOS ALIMENTARES 7 DISTÚRBIOS ALIMENTARES Fatores Psicológicos Fatores Sociais (mídias, padrões) Fatores Alimentares Fatores Emocionais Fatores Físicos Multifatorialidade da Vulnerabilidade Nutricional de Adolescentes 8 Os distúrbios ou transtornos alimentares são alterações do comportamento alimentar que provocam doença ou incapacidade. São classificados com base em seu resultado final visível de: magreza ou excesso gordura; ou com base nas variações do padrões alimentares dos indivíduos: jejum, restrição alimentar ou alimentação compulsiva. 9 ANOREXIA NERVOSA 10 Orexis(grego) = apetite An= privação, ausência Condição caracterizada pela restrição voluntária de alimentos uma vez que o ganho de peso é percebido como inaceitável. Começa a partir de dieta restritiva e persistente, com diminuição do número de refeições até o jejum completo. AN Restritiva Caracterizada por comportamentos restritivos associados à dieta. AN Purgativa Caracterizada por alimentação restrita associada à métodos compensatórios, como vômitos induzidos, além do uso inapropriado de laxantes e diuréticos. SUBTIPOS 11 O paciente se recusa a manter o peso corporal dentro do mínimo normal adequado para a idade e altura, pois apresenta distúrbio de imagem. Predominante em meninas adolescentes (13 a 17 anos). A prevalência de anorexia nervosa (AN) varia de 2% a 5% em mulheres adolescentes e adultas. 12 Diagnóstico Clínico Emagrecimento intenso • Aparecimento dos ossos e a diminuição acentuada do tecido adiposo, sinais característicos de desnutrição; • IMC <17,5 Kg/m2 ou peso abaixo de 85% do esperado; • Amenorreia por 3 ciclos consecutivos. Sinais Medo mórbido de engordar + pensamentos voltados para a magreza; Prática excessiva de exercícios físicos; Uso de laxantes e diuréticos; Mecanismos compensatórios (vômitos induzidos). 13 Complicações Clínicas 14 PACIENTE Psicólogo Nutricionista Enfermeiro Educador Físico Médico Clínico Médico Psiquiatra TRATAMENTO 15 BULIMIA NERVOSA 16 Bou= grande quantidade de Boul/Bous= boi Limos= fome Caracterizada por consumo compulsivo e excessivo de alimentos seguidos por um ou mais métodos compensatórios impróprios para prevenir o ganho de peso, tais como: vômitos, diuréticos, inibidores de apetite, laxantes, dietas e exercícios físicos. Hoje: drogas para obesidade (orlistat, topiramato, sibutramina). 17 18 Diagnóstico Clínico Sinais Medo mórbido de engordar Uso de laxantes e diuréticos; Mecanismos compensatórios (vômitos induzidos) Sinal de Russel Hipertrofia de glândulas parótidas. • Ingestão excessiva em períodos isolados (2 horas) • Perda do senso de controle ao se alimentar durante a crise • IMC normal ou excesso de peso • Repetidos comportamentos compensatórios para controle do peso ( + 2x/semana por mais de 3 meses) 19 Complicações Clínicas 20 21 Distúrbios alimentares não específicos Distúrbios alimentares que não se encaixam nos critérios de AN e BN › 50% da população com distúrbios alimentares › Sintomas parciais de AN e BN: › Mulheres com todos os critérios para AN, sem amenorréia, com peso dentro da normalidade; › Todos os critérios para BN, mas mecanismos compensatórios; ocorrem menos que 2 x semana ou com duração menor que 3 meses › Mastigar repetidamente grandes quantidades de alimentos, sem degluti- los. Se não tratados = risco para AN e BN 22 VIGOREXIA 23 A vigorexia que também é conhecida como Síndrome de Adonis , é um transtorno dismórfico corporal caracterizada por uma insatisfação constante com o corpo levando a práticas exaustivas de exercício físico. 24 Acomete mais homens entre 18 e 35 anos; Autoimagem distorcida; Overtraining; Uso de esteroides e anabolizantes; Dietas restritivas: hiperglicídicas, hiperproteicas e hipolipídicas; Abuso de suplementos alimentares * Objetivo: Hipertrofia máxima com mínimo de gordura corporal 25 Complicações Clínicas: Insuficiência renal crônica ou hepática; Problemas na circulação sanguínea; quadros depressivos, agressivos e psicóticos; DCV, Ca de próstata, diminuição testicular; Ginecomastia, infertilidade. 26 PACIENTE Psicólogo Nutricionista Educador Físico Médico Psiquiatra TRATAMENTO 27 ORTOREXIA 28 Comportamento obsessivo patológico caracterizado pela fixação por saúde alimentar, qualidade dos alimentos e pureza da dieta. 29 Obsessão doentia com o alimento biologicamente puro; Preocupação com a qualidade do alimento; Desprezo pelos que não seguem o mesmo padrão Objetivo: Livrar o corpo e a mente de impurezas. 30 Complicações Clínicas Emagrecimento Deficiência de vitaminas e minerais: • problemas na imunidade e cicatrização; • ressecamento da pele, fragilidade em unhas e cabelos; • prejuízo no desenvolvimento e crescimento de adolescentes; 31 Busca por formasfáceis e rápidas de emagrecimento; Padrões estéticos Pressão social Jovens são mais vulneráveis Dietas da moda Restrições alimentares Veiculação pela internet e revistas não científicas Complicações metabólicas 32 Dietas restritivas e frequentes alterações de massas corporais são prejudiciais ao desenvolvimento; Perda de peso em pouco tempo, com consequente ganho de peso; Compulsão alimentar; Fator de risco para desenvolvimento de distúrbios alimentares; Não promovem reeducação alimentar!!!! 33 Emagrecimento Planejamento individual Educação nutricional Reeducação alimentar, com modificação e melhora dos hábitos alimentares! Atenção às informações veiculadas na mídia e redes sociais!!! Somente um profissional capacitado na área pode dar as orientações nutricionais adequadas! 34 s 35 Definição: acúmulo anormal de gordura corporal que aumenta o risco de surgimento de diversas doenças (hipertensão, diabetes, dislipidemia, alguns tipos de câncer e doenças cardíacas). Fatores de risco: •Baixo peso ao nascer/desnutrição •Sedentarismo •Obesidade na infância (risco 2,3 vezes maior) e na pré- adolescência (6,3 - 6,5 vezes maior). • MÁ ALIMENTAÇÃO (aumento do consumo de alimentos industrializados e redução do consumo de frutas e hortaliças). 36 37 Evolução do excesso de peso 38 Evolução do excesso de peso 39 TRATAMENTO Reeducação Alimentar Atividade Física Modificação Comportamental Envolvimento Familiar 40 41 Dinâmica 1 – Diet e light significam a mesma coisa. MITO OU VERDADE? 42 MITO! 2 – Ser magro é ser saudável. MITO OU VERDADE? MITO! 43 3 – Podemos ver TV, ler, estudar, ficar no computador e falar ao telefone enquanto estamos comendo. MITO OU VERDADE? MITO! 44 4 – Ficar em jejum emagrece. MITO OU VERDADE? MITO! 45 5 – Suco de limão emagrece. MITO OU VERDADE? MITO! 46 6 – Fazer as dietas que saem nas revistas faz bem para a saúde. MITO OU VERDADE? MITO! 47 7- Comer muito antes da atividade física faz mal. MITO OU VERDADE? VERDADE! 48 8 – A gordura deve ser excluída da dieta. MITO OU VERDADE? MITO! 49 9 – Pão engorda. MITO OU VERDADE? MITO! 50 10 – Comer sentado é melhor do que comer em pé. MITO OU VERDADE? VERDADE! 51 10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 52 10 PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 53 1- Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. - 3.ed. - Itapevi, SP : AC Farmacêutica, 2009. 2 - Assumpção, C.L; Cabral, M.D. Complicações clínicas da anorexia nervosa e bulimia nervosa. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 24, supl. III, p.29-33, 2002. 3 - Bonifácio B.S. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes da zona sul de São Paulo – SP. Educação Física em Revista – EFR, v. 8, n. 1, p. 54-59, 2014. 4 – Brandão, V.L., N. I.D., Ogawa, W.N. Emagrecer: Dietas da moda versus reeducação alimentar. Revista Cereus, v. 5, n. 3, p. 154-160, maio/ago 2013. 5 - Castro V.H.A.P, Catib N.O.M. Corpo e beleza: Como anda a saúde na busca pela perfeição estética?. Revista Eletrônica de Educação e ciência. v. 4, n.1, São Paulo, 2014. 6 - Dunker KLL, Philippi ST. Hábitos e comportamentos alimentares em adolescentes com sintomas de anorexia nervosa. Revista de Nutrição, v. 16, n. 1, p.51-60, 2003. 7 – Freitas, A.R. et al. Insatisfação da imagem corporal , práticas alimentares e de emagrecimento em adolescentes do sexo feminino. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. v. 24, n.3, p.166-173, 2009. 8 - Herrin, M. Nutricion counseling in the treatment of eating disorders. New York Taylor and Francis, 2003. 9 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Rio de Janeiro: IBGE; 2004. 54 10- Martins et al. Ortorexia Nervosa: reflexões sobre um novo conceito. Revista de Nutrição, v.24, n. 2 Campinas Mar./Apr. 2011. 11- Morgan, C.M; Vecchiatti, L.R; Negrão, A.B. Etiologia dos Transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e socioculturais. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 18-23, 2002. 12- Nice. National Institute for Health and Clinical Excellence. 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