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1 SISTEMAS DE CONTROLE: o Brasil adota o critério subjetivo, também chamado de orgânico, como sistema de controle de constitucionalidade. De acordo com esse sistema, o controle poderá ser difuso ou concentrado. Controle difuso: este controle poderá ser feito por qualquer Juiz e/ou Tribunal. Controle concentrado: este controle, por sua vez, é concentrado em um ou mais órgãos, mas sempre em número limitado. Ou seja, é feito pelo órgão de cúpula do Judiciário. VIAS DE CONTROLE: paralelamente aos sistemas de controle, temos as vias de controle, a saber: via incidental ou via principal. Via incidental (ou via de exceção ou defesa): o controle é exercido como via incidental, ou seja, prejudicial ao pedido principal. Ex.: é arguida a inconstitucionalidade de uma lei para deixar de aplicá-la no caso em concreto. Via principal (ou via abstrata ou via de ação): a arguição da lei é o objeto principal do pedido, exclusivo. Neste caso, há ações específicas para tanto (ADI, por exemplo). Assim, pode-se dizer que, regra geral, o controle difuso se relaciona com a via incidental, enquanto o controle concentrado com a via principal. Entretanto, há exceção a esta regra: por exemplo, há a possibilidade de que a inconstitucionalidade da lei seja arguida em uma ação originária de determinado Tribunal Superior. Então, num mandado de segurança contra ato do Presidente da República, a competência (originária) é do STF. Pode ser que neste MS seja arguida uma inconstitucionalidade de determinada lei, especialmente com o fim de deixar de aplicar aquela lei ao caso em concreto discutido no MS. Assim, haverá um controle concentrado incidental. CONTROLE DIFUSO, REPRESSIVO OU POSTERIOR Noções gerais: teve início nos EUA. É também chamado de controle pela via de exceção ou defesa, ou controle aberto. Pode ser realizado por qualquer Juiz ou Tribunal do Poder Judiciário. Logicamente, devem ser observadas as questões de competência do processo civil. 2 Esse controle pode ser levado a efeito em caso concreto. Assim, a declaração de inconstitucionalidade dá-se de forma incidental (incidenter tantum), prejudicialmente ao mérito. Ela é a causa de pedir processual, e não o pedido principal. Esse questionamento de eventual inconstitucionalidade de lei ou ato normativo pode ser novamente discutido, agora pelo tribunal ad quem. Isso ocorre no caso de recurso da parte sucumbente, no qual novamente é ventilada a questão. Nesse caso, entretanto, é necessária a observância do art. 97 da CF (cláusula de reserva de plenário). Trata-se, pois, de uma condição de eficácia jurídica da declaração de inconstitucionalidade. Importante: o STF entende que a cláusula de reserva de plenário não se aplica às suas Turmas em julgamentos de recurso extraordinário, até mesmo por não ser consideradas “tribunal” no sentido exposto no art. 97. Ademais, é função essencial do STF a declaração de inconstitucionalidade. O art. 97 da CF também não se aplica às Turmas Recursais dos Juizados Especiais, por que também não são consideradas “tribunais”. Assim, elas podem declarar a inconstitucionalidade de lei, sem que reste afetada a norma do referido artigo. Efeitos da decisão: os efeitos da decisão que declara a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no controle difuso incidental são inter partes e ex tunc. Entretanto, o STF admite a modulação dos efeitos da decisão nessa espécie de controle (ex nunc ou pro futuro). Exemplo disso foi no caso do Recurso Extraordinário do caso do Município de Mira Estrela/SP, que reduziu o número de vereadores de 11 para 9. Transcendência dos motivos determinantes da sentença – art. 52, X, CF: é a possibilidade de a decisão do STF, em recurso extraordinário, no controle difuso incidental, ser aplicada não apenas às partes. Ocorre por meio de resolução do Senado Federal que pode suspender a execução daquela lei ou ato normativo declarado inconstitucional. A expressão “no todo ou em parte” quer dizer que não cabe ao Senado Federal ampliar ou restringir a extensão da decisão do STF. Assim, se o Senado Federal entender pela suspensão da execução daquela lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF, a resolução respectiva somente terá efeitos para erga omnes depois de publicada a resolução. Embora aplicável a todos, a resolução tem efeito ex nunc. Obs.: o Senado Federal não é obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Discricionariedade política em razão do princípio da separação dos poderes. 3 Há certa tendência de que essa transcendência dos motivos determinantes seja ainda mais ampliada, fazendo com que aquela decisão proferida em controle difuso incidental seja aplicada a todos. Haveria, entretanto, a necessidade de uma mudança na CF, eis que tal procedimento não é amparado pela Lei Maior. A saída, então, até que haja eventual alteração constitucional, seria a edição da súmula vinculante sobre a matéria, observando-se o procedimento do art. 103-A. Finalmente, diz o STF ser possível a controle difuso de constitucionalidade em sede de ação civil pública.
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